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1 Investigação do subsolo

João Crisóstomo dos Santos Neto


Introdução
Neste primeiro capítulo, iremos falar sobre a importância da investigação do subsolo para as
Estruturas de Fundações, e os métodos de investigação geotécnica existentes, destacando
aqueles que são os mais utilizados.

Para a elaboração de um projeto de fundação, é fundamental que o projetista responsável


tenha um amplo conhecimento do solo no qual irá projetar uma edificação. Na grande maioria
dos casos. a investigação do subsolo é realizada através de sondagens de simples
reconhecimento a percursão (SPT), mas, dependendo do tipo e do porte da obra, pode ser
necessário a utilização de outros métodos, como a sondagem rotativa por exemplo.

Independentemente do tipo de obra, seja ela de grande ou pequeno porte, residencial ou


comercial, é imprescindível a realização de ensaios de sondagem. Porém, é comum
observarmos que na grande maioria dos projetos de pequenas dimensões, que nenhum tipo
de investigação seja realizada. Nesses casos, é realizada apenas uma avaliação visual do
solo, o que não é recomendado.

O conhecimento das características físicas do solo é importante não só para garantir


segurança à edificação. Ela também será fundamental para auxiliar e dar suporte ao projetista
na escolha do melhor tipo de fundação a ser utilizada no projeto desenvolvido, trazendo assim,
economia para a obra, uma vez que é comum o superdimensionamento de projetos de
fundações em casos onde não há necessidade.

De acordo com alguns estudos realizados, estima-se que cerca de 0,2% a 0,5% do valor do
custo total da obra é destinado para esta fase do projeto. Como pode ser observado, o
investimento que se faz com esse tipo de serviço é razoavelmente baixo, dada a sua
importância, e não compromete o valor total do custo da obra. Além disso, é essa análise que
dará ao projetista, a segurança necessária para a elaboração de um projeto que garanta a
estabilidade da edificação projetada, e principalmente, a integridade de todos os seus
ocupantes.

Objetivos
Após a leitura dos conteúdos apresentados nesse capítulo, espero que você seja capaz de:

 Reconhecer a importância da realização das investigações geotécnicas;


 Identificar os principais tipos de prospecções superficiais;
 Compreender a real necessidade da utilização de sondagens do solo para a escolha do
tipo de fundação;
 Verificar as recomendações das conforme normas técnicas para a realização das
sondagens;

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Esquema
1.1 Investigação Geotécnica
1.2 Prospecções Superficiais
1.3 Planejamento para Investigação do Solo
1.4 Sondagens
1.4.1 Quantidade e Locação das Sondagens
1.4.2 Profundidade das Sondagens
1.5 Sondagem de Simples Reconhecimento a Percursão – SPT
1.5.1 Resistência do Solo - SPT
1.6 Sondagem de Penetração Estática – CPT
1.7 Sondagem Rotativa
1.8 Conclusão

1.1 Investigação Geotécnica

De acordo com o item 4 da NBR 6122 - Projeto e Execução de Fundações (2010), as


investigações de terrenos constituídos por solo, rocha, mistura de ambos ou rejeitos, para fins
de projeto e execução de fundações compreendem:

a) Investigação de campo:

 Sondagens a trado;
 Poços e trincheiras;
 Sondagens de simples reconhecimento à percursão;
 Sondagens rotativas;
 Realização de provas de carga;
 Ensaios em geral.

b) Investigação em laboratório:

 Caracterização;
 Resistência;
 Deformabilidade;
 Permeabilidade;
 Colapsibilidade;
 Expansabilidade.

1.2 Prospecções Superficiais


A prospecção superficial tem como objetivo a avaliação preliminar do solo a pequenas
profundidades, auxiliando na escolha dos métodos e processos das demais fases de
investigação. Esse tipo de investigação é utilizada em fundações rasas ou de pequenas
cargas e os tipos mais usados são:

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a) Abertura de poços ou trincheiras: permite a análise direta (táctil-visual) das camadas
do solo;

b) Prova de carga: é utilizada para fins de fundações por sapatas rasas, conforme NBR
6489 – Prova de carga direta sobre o terreno de fundação (1984);

c) Sondagens a trado: tem como finalidade a coleta de amostras deformadas, e deve ser
realizada conforme NBR 9603 – Sondagem a Trado (1986).

1.3 Planejamento para Investigação do Solo


Para a construção de uma edificação, são necessárias a realização de diversas etapas ao
longo de todo o projeto. Para que cada uma dessas etapas atinja o nível de qualidade
desejada e atenda ao prazo estipulado para a sua realização, é necessário que exista um
planejamento das atividades a serem desenvolvidas. E na etapa de investigação do solo não
é diferente.

Segundo Das (2007), a investigação do solo de uma determinada estrutura é dividida em


quatro fases:

a) compilação das informações existentes relacionadas à estrutura: nessa fase, são


consideradas as informações da estrutura a ser construída, bem como sobre a sua
utilização futura;
b) coleta de informações existentes para as condições do subsolo: nessa fase, são
obtidas informações já existentes do local, através de mapas geológicos, manuais de
solos emitidos pelos departamentos rodoviários e relatórios de exploração do solo
utilizados em estruturas próximas. É importante ressaltar que esse tipo de
levantamento poderá proporcionar redução de custos consideráveis na programação
de investigação;
c) reconhecimento do local de construção proposto: durante essa fase, o engenheiro
deve realizar uma inspeção visual do terreno, bem como da área circunvizinha,
observando informações como o tipo de vegetação do local, acessibilidade do local,
natureza da drenagem, rachaduras de estruturas vizinhas, dentre outras informações
pertinentes;
d) investigação detalhada do local: essa fase refere-se à realização da exploração do
solo através de sondagens realizadas no local.

É comum imaginar que a etapa de investigação do solo inicia-se diretamente


com realização das sondagens. Veja que essa etapa do projeto é iniciada bem
antes, com a análise da estrutura a ser projetada, e do local em que ela será
localizada.

1.4 Sondagens
Como já foi falado anteriormente, é fundamental que no início de qualquer tipo de obra seja
feita a realização da investigação do solo, no intuito de obter o conhecimento necessário sobre
as características físicas de uma determinada área. Para isso, são utilizadas as sondagens
do solo.
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As sondagens são realizadas com o objetivo de determinar quais são as condições naturais
do solo. De acordo com Rebello (2008), através desse procedimento é possível determinar o
tipo do solo, as características físicas e sobretudo, a sua resistência. Além disso, a sondagem
permite a determinação do nível do lençol freático.

1.4.1 Quantidade e Locação das Sondagens


Para a determinação da locação e a quantidade de furos de sondagem que devem ser
realizados em um terreno, deve ser considerada a NBR 8036 – Programação de Sondagens
de Simples Reconhecimento dos Solos para Fundação de Edifícios (1983).

De acordo com a norma citada, a quantidade de sondagens deve ser, no mínimo, de uma
para cada 200 m² de área da projeção em planta, para até 1200 m² de área. Para áreas cuja
dimensão varie de 1200 m² a 2400 m², é necessário realizar uma sondagem para cada 400
m² que excederem 1200 m². Para terrenos de dimensões superiores a 2400 m², a quantidade
de sondagens deverá seguir um plano particular da construção.

Para quaisquer uma das circunstâncias acima citadas, o número mínimo de sondagens a
serem realizadas deve ser:

a) duas, para área de projeção de até 200 m²;


b) três, para área entre 200 m² e 400 m².

Em algumas situações, como na fase de escolha de terreno por exemplo, a disposição em


planta da edificação poderá não estar finalizada. Nesses casos, a NBR 8036 estabelece que
a distância das sondagens deverá ser no máximo de 100 m, sendo três o número mínimo a
serem realizadas.

A norma ainda estabelece que as sondagens devem ser localizadas em planta, e apresenta
também alguns critérios referentes à locação das mesmas:

a) na fase preliminar e de planejamento, as sondagens devem ser dispostas igualmente


em toda a área; já na fase de projetos, as locações das sondagens podem seguir
critérios específicos, que levem em conta pormenores estruturais.
b) em casos em que a quantidade de sondagens necessárias for maior que três, elas não
devem ser dispostas ao longo de um mesmo alinhamento.

Exemplificando

1) Considerando uma residência térrea com uma área de edificação projetada em planta
de 10 por 30 m, determine, de acordo com a NBR 8036, a quantidade mínima de
sondagens a serem realizadas:

Com base nos dados fornecidos, verifica-se que a área de projeção em planta da residência
é de 300 m². Assim, considerando o item 4.1.1.2 (a) da NBR 8036, deverão ser realizadas no
mínimo 3 (três) sondagens.
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2) Considerando um edifício residencial de 12 pavimentos, com uma área de edificação
projetada em planta de 40 por 50 m, determine, de acordo com a NBR 8036, a
quantidade mínima de sondagens a serem realizadas:

Com base nos dados fornecidos, verifica-se que a área de projeção em planta do edifício é
de 2000 m². Assim, considerando o item 4.1.1.2 da NBR 8036, deverão ser realizadas no
mínimo 8 (oito) sondagens.

1.4.2 Profundidade das Sondagens


Com relação à profundidade das sondagens, a NBR 8036 estabelece que ela deve ser
determinada em função do tipo do edifício, das características da estrutura, das dimensões
em planta, da forma da área carregada e das condições geotécnicas e topográficas do local
do terreno.

A norma diz ainda que as sondagens devem ser realizadas até a profundidade na qual o solo
não seja mais solicitado pelas cargas provenientes da estrutura, determinando como critério
a profundidade onde o acréscimo de pressão no solo, em função das cargas estruturas a ele
aplicado, seja menor do que 10% da pressão geostática.

Existem casos em que a edificação pode apresentar uma planta composta por
vários corpos. Nessa situação, a NBR 8036 estabelece que todos os critérios
da norma se aplica a cada corpo da edificação.

A referida norma apresenta alguns critérios específicos em que a sondagem poderá ser
interrompida, antes de atingir a profundidade determinada:

a) Quando a sondagem atingir uma camada do solo de compacidade ou consistência


elevada, e as condições geológicas do local mostrarem não haver outras
possibilidades de se chegar a outras camadas;

b) Quando a sondagem atingir a rocha ou camada impenetrável à percursão, subjacente


a solo adequado ao suporte da fundação.

De acordo com o item 4.1.2.5 da norma, em casos de corpos de fundações isolados e muito
espaçados entre si, a profundidade da exploração deve ser determinada a partir da
consideração simultânea da menor dimensão dos corpos de fundação, da profundidade dos
seus elementos e da pressão estimada por eles transmitida.

Para auxiliar na estimativa da profundidade das sondagens a serem realizadas, a NBR indica
a utilização do gráfico a seguir (Figura 01):

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Figura 1: Gráfico para estimativa da profundidade
Fonte: ABNT – NBR 8036 (1983)

Onde:

q = pressão média sobre o terreno (peso específico dividido pela área em planta;
Ƴ = peso específico médio estimado para os solos ao longo da profundidade em
questão;
M = coeficiente decorrente do critério definido no item 4.1.2.2 da NBR 8036;
B = menor dimensão do retângulo circunscrito à planta de edificação;
L = maior dimensão do retângulo circunscrito à planta de edificação;
D = profundidade da sondagem

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Exemplificando

Considere um edifício residencial de 8 pavimentos, com as seguintes características:

- área da edificação projetada em planta: 10 por 30 m;


- carga distribuída sobre o terreno: 120 kN/m²;
- peso específico médio estimado para o solo: 18 kN/m²;

Determine, de acordo com a NBR 8036, a quantidade mínima e a profundidade das


sondagens a serem realizadas.

Com base nos dados fornecidos, verifica-se que a área de projeção em planta do edifício é
de 300 m². Assim, considerando o item 4.1.1.2 da NBR 8036, deverão ser realizadas no
mínimo 3 (três) sondagens.

Para a determinação da dimensão das sondagens, deve-se utilizar o gráfico para estimativa
da profundidade (Figura 01). Para isso, devemos identificar as coordenadas nos eixos x e y:

→ eixo y:

q 120
→ = 6,67
Ƴ⋅M⋅B 18 ⋅0,1 ⋅10

→ eixo x:

L 30
→ =3
B 10

Analisando o gráfico para estimativa de profundidade com os resultados acima encontrados,


temos que:

D D
→ = 1,8 → portanto, D = 18
B 10

Com base nos dados fornecidos, verifica-se que a profundidade das sondagens deverá ser
de 18 metros, atendendo ao item 4.1.2 da NBR 8036.

1.5 Sondagem de Simples Reconhecimento a Percurssão - SPT


O ensaio SPT (Standard Penetration Test), também conhecido como Sondagem de Simples
Reconhecimento a Percussão é a mais tradicional forma de reconhecimento do solo e o
método mais utilizado dentre os existentes, devido a sua simplicidade e facilidade na
aplicação dos resultados.

Em 2001, a sondagem SPT foi regulamentada no Brasil pela ABNT, através da NBR 6484 -
“Solo: Sondagens de simples reconhecimento com SPT – Método de ensaio”.

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De acordo com a referida norma, o método de execução de sondagens de simples
reconhecimento – SPT, tem como finalidade:

a) a determinação do tipo de solo em suas respectivas profundidades;


b) a determinação da posição do nível d’água;
c) a determinação dos índices de resistência à penetração, a cada metro.

A sondagem SPT (Figura 02) é realizada através de um equipamento composto por um tripé,
do qual se deixa cair de uma altura padrão de 75 cm um martelo de ferro com peso de 65 Kg,
de forma cilíndrica ou prismática. Esse peso, faz penetrar no solo um tubo de aço (amostrador
padrão), com diâmetro externo de 50,8 mm e diâmetro interno de 34,9 mm (REBELLO, 2008).

Figura 2: Sondagem SPT


Fonte: Autor (2017)

De acordo com Cintra e Aoki (2008), a sondagem de simples reconhecimento (SPT) é


executada em três fases, que são repetidas a cada metro de profundidade. As três etapas
são:

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1) Perfuração: esta etapa consiste na abertura de um furo. A NBR 6484 recomenda que
a abertura seja iniciada com um trado concha, para o primeiro metro, e para as demais
profundidades é indicado a utilização de um trado helicoidal.

2) Penetração: esta fase é a responsável pela determinação do índice de resistência à


penetração do solo (NSPT), através da execução do ensaio, conforme NBR 6484.

3) Amostragem: nesta etapa, é realizada a retirada do amostrador e posteriormente são


identificados o tipo e as camadas de solo.

A cada metro perfurado, deve ser realizado o ensaio de penetração dinâmica, conforme o item
4.3 da NBR 6484. No ensaio, deve ser anotado o número de golpes necessários para fazer
com que o amostrador padrão penetre o solo, numa profundidade de 45 cm, divididos em
segmentos de 15 cm, como pode ser observado através da Figura 03.

Figura 3: Penetração dinâmica - SPT


Fonte: Autor (2017)

Para cada metro perfurado, são coletadas amostras deformadas do subsolo através do
amostrador. Estas amostras são acondicionadas em sacos plásticos, com identificação, para
posteriormente serem classificadas e identificadas táctil-visualmente, segundo os termos
prescritos nas normas NBR 6502 – Rochas e Solos (1995) e NBR 7250 – Identificação e
Descrição de Amostras de Solos Obtidas em Sondagens de Simples Reconhecimento dos
Solos (1982). Estas amostras deverão ficar arquivadas por 30 dias após a data do ensaio, a
disposição do cliente, e posteriormente poderão ser descartadas.

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De acordo com a NBR 6484, existem algumas situações em que a sondagem poderá ser
paralisada:

a) Quando, em 3 metros seguidos, forem necessários 30 golpes para a penetração do


amostrador dos 15 cm iniciais;

b) Quando, em 4 metros seguidos, forem necessários 50 golpes para a penetração do


amostrador dos 30 cm iniciais;

c) Quando, em 5 metros seguidos, forem necessários 50 golpes para a penetração do


amostrador dos 45 cm iniciais.

1.5.1 Resistência do Solo - SPT


O índice de resistência à penetração (NSPT), é a soma do número de golpes necessários para
a penetração dos últimos 30 cm do amostrador padrão no solo. Como pode ser observado na
Figura 03, os 15 cm iniciais são desconsiderados para a determinação do NSPT.

Este índice nos permite determinar parâmetros e propriedades, como a compacidade ou


consistência do solo analisado, através da Tabela 01 a seguir:

Tabela 01: Classificação do Solo

Fonte: ABNT – NBR 7250 (1982)

Segundo Rebello (2008), existem diversas relações que leva em conta a tensão admissível
do solo (σADM) e o número de golpes necessários para cravar os últimos 30 cm (NSPT). A
fórmula abaixo, apesar de não levar em conta o tipo do solo, pode ser utilizada para relacionar
de forma rápida os valores encontrados no ensaio SPT.

σADM = √NSPT -1 (kgf/cm²)

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Existe um estudo elaborada por Chiossi (1987), em que é possível a determinação da
resistência do solo através do número de golpes da sondagem SPT (Tabela 02).
Diferentemente da fórmula acima, o tipo de solo é considerado. Nos casos em que o número
de golpes for um valor que esteja entre os citados na tabela, esses valores deverão ser
interpolados para encontrar a resistência do solo correspondente.

Tabela 02: Resistência do Solo - SPT

Fonte: Chiossi (1987)

É importante ressaltar que os valores encontrados através da fórmula e da


tabela são genéricos e imprecisos, podendo ser utilizados para uma análise
preliminar. Além disso, é importante destacar que, se os resultados obtidos
através da tabela e da fórmula forem diferentes, como no exemplo acima,
devemos considerar em favor da segurança o de menor valor.

Exemplificando

Considerando a sondagem a seguir, determine a resistência do solo a 4 metros de


profundidade. Para isso, utilize a fórmula e tabela apresentadas:

Figura 4: Resultado de sondagem


Fonte: Autor (2017)
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Para uma profundidade de 4 metros, temos N = 8

1) Pela fórmula, tem-se:

σADM = √N -1 → σADM = √8 -1

σADM = 1,8 kg/cm²

2) Pela tabela, tem-se:

Para argila: 4 a 8 golpes → 1,0 a 2,0 Kg/cm²

Com isso, teremos que:

σADM = 2,0 kg/cm².

1.6 Sondagem de Penetração Estática


Este tipo de sondagem foi desenvolvido na década de 30 na Holanda, e também é conhecida
como Sondagem do Cone Holandês ou Cone Penetration Test - CPT. O equipamento para a
realização desse tipo de ensaio possui hastes emendáveis que possuem em sua ponta um
cone com um ângulo de 60º e uma área de 10 cm² (OLIVEIRA; BRITO,1998).
Segundo Rebello (2008), a penetração do cone é realizada continuamente a uma velocidade
de 1 cm/s, e o esforço requisito para proceder com a penetração do cone no solo é registrado
durante todo o processo. Nesse ensaio é possível determinar a resistência de ponta (qc), e
também o atrito lateral.

Uma das vantagens desse tipo de sondagem em relação a sondagem SPT, é que nesse
método os resultados são registrados durante todo o procedimento, ou seja, por toda a
profundidade, enquanto no segundo método a análise é considerada em apenas 30 cm por
metro.

Para a utilização da fórmula e tabela apresentadas anteriormente na determinação da


resistência do solo, é necessário estabelecer uma relação entre os resultados dos ensaios
CTP e SPT. Para isso, devemos utilizar a equação abaixo, que determina o Nspt, com base
na resistência de ponta (qc), que deverá ser expresso em Mpa.

qc
N= K

A tabela a seguir (Tabela 03), apresenta os valores para K, de acordo com o tipo de solo que
será analisado:
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Tabela 03: Coeficiente K – Sondagem CPT

TIPO DE SOLO K

AREIA 0,60
AREIA SILTOSA * AREIA ARGILOSA * AREIA ARGILO-SILTOSA 0,60
SILTE * SILTE ARENOSO * ARGILA ARENOSA 0,60
SILTE ARENO-ARGILOSO * ARGILA SILTO-ARENOSA 0,38
SILTE ARGILOSO 0,30
ARGILA * ARGILA SILTOSA 0,25

Fonte: Rebello (2008)

Exemplificando

Considerando uma sondagem cujo qc seja igual a 2Mpa e o solo silte argiloso, determine o
valor de NSTP:

qc 2
N= K → N= → N=7
0,3

1.7 Sondagem Rotativa


Em alguns casos, é necessário a realização de sondagens em solos rochosos ou em terrenos
em que a sondagem de simples reconhecimento à percursão não conseguiu penetrar o solo.
Nesse tipo de situação, é utilizado a sondagem rotativa para a coleta de amostras.

De acordo com a Companhia Catarinense de Águas e Saneamento – CASAN (1997, p. 28),


a sondagem rotativa pode ser definida como:

um método de investigação que consiste no uso de um conjunto


motomecanizado, projetado para a obtenção de amostras de materiais
rochosos, contínuas e com formato cilíndrico, através da ação perfurante
dada basicamente por forças de penetração e rotação que, conjugadas,
atuam com poder cortante.

A sondagem rotativa também pode ser caracteriza como um tipo de investigação geotécnica
realizada com um tubo (barrilete) que possui uma peça cortante, feita com material que possui
alta dureza (coroa) em sua extremidade, que penetra o terreno por meio de um movimento de
rotação.

Segundo Oliveira e Brito (1998), o equipamento utilizado para a realização da sondagem


rotativa consta de uma sonda motorizada, bomba de água, hastes, barriletes e coroas, sendo
que estes dois últimos podem ter dimensões variadas, para permitir a execução das
perfurações. A série de diâmetros padronizados são denominados com as letras EW, AW,
BW, NW e HW, sendo que os diâmetros mais utilizados são o NW e HW (Tabela 04).
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Tabela 04: Diâmetro mais comuns de furos e testemunhos

DIÂMETRO DO FURO DIÂMETRO DO


DENOMINAÇÃO
(mm) TESTEMUNHO (mm)
EW 37,71 21,46
AW 48,00 30,10
BW 59,94 42,04
NW 75,69 54,73
HW 99,23 76,20

Fonte: Oliveira e Brito (1998)

Na maioria dos casos em que há a necessidade da utilização da sondagem rotativa, ela é


combinada com a sondagem do tipo SPT. Com a combinação desses dois tipos de métodos,
a sondagem passa a ser definida como mista. Essa situação ocorre quando se utiliza a
sondagem SPT até uma determinada profundidade em que o amostrador não consegue mais
penetrar o solo, e a partir daí, é dada continuidade à perfuração através da sondagem rotativa.

É importante ressaltar que para a penetração do amostrador em solos rochosos


e consolidados através da sondagem rotativa, é necessário que o amostrador
seja constituído de uma coroa de material robusto, como diamante por
exemplo.

Nas sondagens rotativas, é recomendado que o amostrador penetro o solo por pelo menos 4
metros de profundidade, para ter a segurança de que não está atravessando um simples
matacão (REBELLO, 2008).

1.8 Conclusão
Como você pode observar durante a leitura deste capítulo, foram apresentados os
procedimentos mais usuais para a investigação do solo, assim como as formas de
interpretação dos resultados encontrados nesses procedimentos, para a avaliação da
capacidade de resistência do solo.

Nos próximos capítulos, você irá compreender que esta fase inicial é importantíssima para o
projeto das estruturas de fundações. Através de investigações geotécnicas bem realizadas,
você terá as condições necessárias para definir qual o melhor tipo de fundação a ser utilizada
em um determinado projeto.

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Resumo
Neste primeiro capítulo, iniciamos o nosso estudo referente às Estruturas de Fundações
dando destaque:

 aos tipos de investigações geotécnicas, que podem ser realizadas em campo ou em


laboratório;
 aos métodos mais usados de prospecção superficial, que são utilizados para uma
análise preliminar do solo;
 às fases do planejamento para a investigação do solo;
 a informações importantes sobre sondagens, como quantidade, locação e
profundidade das mesmas;
 a sondagem de simples reconhecimento a percursão - SPT, que é o procedimento
mais utilizado nas investigações;
 a sondagem de penetração estática, também conhecida como sondagem do cone
holandês – CPT
 a sondagem rotativa, que é utilizada nos casos em que há a necessidade de
penetração em solos rochosos.

Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6122 – Projeto e Execução
de Fundações. Rio de Janeiro, 1996.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6489 – Prova de carga direta


sobre o terreno de fundação. Rio de Janeiro, 1984.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9603 – Sondagem a Trado.


Rio de Janeiro, 1986.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8036 – Programação de


Sondagens de Simples Reconhecimento dos Solos para Fundação de Edifícios. Rio de
Janeiro, 1983.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6484 - “Solo: Sondagens de


simples reconhecimento com SPT – Método de ensaio. Rio de Janeiro, 2001.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6502 – Rochas e Solos. Rio


de Janeiro, 1995.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7250 – Identificação e


descrição de amostras de solos obtidas em sondagens de simples reconhecimento
dos solos. Rio de Janeiro, 1982.

COMPANHIA CATARINENSE E ÁGUAS E SANEAMENTO. Manual de Execução de


Sondagens. Florianópolis, 1997.

CHIOSSI, Nivaldo. Geologia Aplicada à Engenharia. 4. ed. São Paulo: Grêmio Politécnico,
1987. 239 p.

15
CINTRA, José; AOKI, Nelson. Fundações por estaca: projeto geotécnico. São Paulo:
Oficina de Textos, 2010. 96 p.

DAS, Braja. Fundamentos de Engenharia Geotécnica. 6. ed. São Paulo: Thonsom, 2007.
561 p.

OLIVEIRA, Antônio; Brito, Sérgio. Geologia de Engenharia. São Paulo: ABGE, 1998. 586
p.

REBELLO, Yopanan. Fundações: guia prático de projeto, execução e dimensionamento.


São Paulo: Zigurate, 2008. 240 p.

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