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Entrevista exclusiva com Rodrigo Santoro Ben-Hur

Entrevistador: Olá pessoal eu estou aqui com ele, Rodrigo Santoro, que está na
releitura de Ben-Hur. Rodrigo, qual é a pressão em viver Jesus Cristo na
adaptação?

Rodrigo Santoro: Pressão? (Risos) é... Pressão máxima... Pressão mas ao


5 mesmo tempo eu despressurizei. É... Porque não é possível trabalhar sob
pressão, eu não acredito nisso. Mas, ela existiu, né? Especialmente no começo
quando veio o convite... Eu vou chamar de responsabilidade, né? Pelo valor
que a figura mítica, icônica de Cristo tem no mundo inteiro, né? Ahn... Eu... eu
realmente fiz um exercício enorme de me afastar dessas expectativas... é... pra
10 poder me concentrar na personagem, na história e... no que eu precisava
enfim... atingir pra fazer nesse trabalho então... é claro que eu não fui imune à
esta pressão ahn... mas eu posso te dizer que a pressão não é maior do que o
aprendizado que eu... Que eu tô levando dessa experiência.

15 Entrevistador: Você deu uma pirada em viver Jesus Cristo? Chegou algum
momento que você tava entrando no personagem que você começou a pirar
ou não? Você atuou sem se basear em religião, você procurou o personagem
mesmo?

Rodrigo Santoro: Eu procurei o homem também né? Porque Jesus foi um


20 homem então a gente trabalhou muito com a humanidade de Jesus tentar trazer
um Jesus diferente do que a gente tá acostumado a ver nos filmes é... Menos
distante, mais próximo das pessoas, mais dando o exemplo do que pregando e
mais até naturalista, realista ahn... a linguagem do filme é essa também, ela
não tem nada a ver com o filme que foi feito nos anos 50 inclusive uma versão
25 mais clássica, é... Esse filme tem bastante ação, ele tem uma pegada mais até
documental, uma câmera diferente, uma narrativa diferente que foi a escolha
do diretor e... E Jesus entra dentro desse contexto é... Dessa forma assim sabe
tentando trazer é.... uma presença mais próxima, sabe? E mais até coloquial,
menos formal, com menos formalidade... É claro que sendo fiel às escrituras,
30 aos evangelhos, né? Enfim, a gente num... né...a gente segue isso mas
encontramos uma forma de... Até pra fazer com que as pessoas se identifiquem
né? Pra que seja mais acessível, pra que não seja aquela coisa: “ah jesus ali
dando aquela lição que a gente já viu” não, como é que a gente faz a pessoa
se identificar? Como é que a gente aproxima o espectador? Esse foi o exercício
aqui nesse Ben-Hur.
35
Entrevistador: E quais são as principais diferenças em atuar numa produção
nacional como “Carandiru” e numa produção milionária Hollywoodiana como
Ben-Hur?

Rodrigo Santoro: A diferença cultural, idioma. São histórias, são personagens,


40 seres humanos, nesse sentido é... A gente tá falando da gente, do humano,
então não é diferente. Mas, é uma outra cultura, é um set completamente
diferente, o set do Bem-Hur por exemplo não me lembro nem de quantas
câmeras tinham em alguma sequências, sequência de brigas umas seis
câmeras ao mesmo tempo rodando, uma equipe de quase duzentas pessoas,
45 é... um set muito maior, mas no final das contas são histórias sobre pessoas,
então é... essencialmente não há diferença mas estruturalmente, sim.

Entrevistador: E... Qual foi o maior desafio de sua carreira: Viver uma travesti
em Carandiru ou Jesus Cristo em Ben-Hur? Qual foi mais desafiador?

Rodrigo Santoro: Difícil... São desafios diferentes que me pegaram em lugares


50 diferentes é... Desafio é encontrar a humanidade das personagens o desafio não
é o fato de ser uma travesti ou até mesmo no caso de Jesus Cristo... Jesus eu
não consigo comparar com os outros, isso tá numa categoria diferente, porque
eu mesmo, o Rodrigo, tenho uma relação com a figura mítica de Jesus desde
criança. Então, é impossível olhar pra ele com olhos de como eu olho pros
55 outros personagens. Claro que a jornada foi íntima, foi pessoal, então eu não
consigo comparar. Mas, a travesti no Carandiru também foi um desafio
gigantesco, o maior desafio é “como é que a gente faz de verdade?” “como é
que a gente foge da forma de falar?” “será que fala baixo?” né, a travesti então
porque é afeminada e vai fazer de um jeito isso é forma o quê que tá dentro?
60 Qual que é a humanidade, quais são os conflitos, quais são as dores, quais são
as alegrias o quê que te faz sorrir, o quê que te faz ter vontade de fazer as
coisas como qualquer ser humano é muito complexo por isso que é mais... é
fácil você acabar caindo numa... quando eu falo caricatura, estereótipo é a
coisa que fica mais na forma, que você até identifica “este é o bandido” “este é o
65 mocinho” mas quem é este mocinho? E quem é este bandido? Quem é essa
pessoa? Os seres humanos são completamente diferentes apesar da gente ter...
ser feito da mesma coisa né? Ser universal... isso nós somos muito diferentes...
é muito... cada um tem suas particularidades então... é... é difícil da gente se
entender, se conhecer, imagina conhecer uma personagem... é um trabalho
70 constante, eu tô até hoje pesquisando sobre Jesus (risos) não existe essa...
sabe? Esse... essa resposta exata.

*trecho do traler*

Rodrigo Santoro: Convido a todos do Cinepop dia 18 de agosto, Ben-hur nos


cinemas... ah... um filme que eu acho que vai te emocionar e que... vai ser um
grande entretenimento também porque é uma aventura épica com ação e
75 muito contada com uma linguagem do que a gente tá vivendo hoje assim é um
filme contemporâneo apesar de ser um épico, então, estão todos convidados.

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