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LEI DE ACESSO À

INFORMAÇÃO

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ÍNDICE
1.  DISPOSIÇÕES GERAIS (ARTS. 1º A 5º)........................................................................5
Acesso à Informação............................................................................................................................................................ 5
Abrangência da LAI................................................................................................................................................................7
Princípios e Diretrizes da LAI.......................................................................................................................................... 8
Conceitos....................................................................................................................................................................................... 9
Dever de acesso facilitado.............................................................................................................................................. 10

2.  ACESSO A INFORMAÇÕES (ARTS. 6º E 7º)............................................................ 12


Deveres dos órgãos e entidades do Poder Público......................................................................................12
Direitos...........................................................................................................................................................................................12

3.  DIVULGANDO AS INFORMAÇÕES (ARTS. 8º E 9º)..............................................16


Dever de divulgação de informações......................................................................................................................16
Mecanismos de acesso a informações públicas..............................................................................................18

4.  PROCEDIMENTO DE ACESSO À INFORMAÇÃO (ARTS. 10 A 13)...................20


Pedido de acesso.................................................................................................................................................................20
Concessão da informação solicitada........................................................................................................................21
Serviço de Busca e Fornecimento da informação........................................................................................22
Consulta de cópia.................................................................................................................................................................23

5.  PROCEDIMENTO DE ACESSO À INFORMAÇÃO (ARTS. 15 AO 19)................ 25


Recursos em Geral................................................................................................................................................................25
Recurso para órgãos ou entidades do Poder Executivo Federal.......................................................25
Recurso aos órgãos e entidades da administração pública federal................................................ 26
Comunicação aos conselhos....................................................................................................................................... 26

6.  RESTRIÇÕES DE ACESSO À INFORMAÇÃO (ARTS. 21 AO 23)....................... 29


Garantia de acesso a informação essencial....................................................................................................... 29
Objeto de Restrição de Acesso.................................................................................................................................. 29
Sigilo............................................................................................................................................................................................... 29
7.  CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAS (ARTS. 24 AO 26)........................................... 32
Classificação das informações.....................................................................................................................................32
Da Proteção e do Controle de Informações Sigilosas............................................................................... 33

8.  CLASSIFICAÇÃO DAS INFORMAÇÕES (ARTS. 27 AO 29)............................... 35


Competência da classificação do sigilo das informações.......................................................................35
Decisão de classificação...................................................................................................................................................35
Reavaliação da Classificação....................................................................................................................................... 36

9.  PUBLICIDADE E INFORMAÇÕES PESSOAIS (ARTS. 30 AO 31)...................... 38


Publicação................................................................................................................................................................................. 38
Das Informações Pessoais............................................................................................................................................. 38

10.  RESPONSABILIDADES (ARTS. 32 AO 34)............................................................41


Responsabilidade do agente público ou militar...............................................................................................41
Sanções administrativas..................................................................................................................................................42
Responsabilidade objetiva.............................................................................................................................................42

11.  DISPOSIÇÕES FINAIS (ARTS. 35 AO 37)...............................................................44


Comissão Mista de Reavaliação de Informações..........................................................................................44
Núcleo de Segurança e credenciamento (NSC)...........................................................................................44
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HABEAS DATA:
RESUMO PRÁTICO
DIREITO REAL DE
DISPOSIÇÕES GERAIS
GARANTIA
(ARTS. 1º A 5º)

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1.  Disposições Gerais (arts. 1º a 5º)
Trataremos hoje da Lei nº 12.527/2011, conhecida como Lei de Acesso à Informação (LAI),
a qual regulamenta o direito dos cidadãos a acessar informações pertinentes constantes
em órgãos da Administração Pública.

Acesso à Informação
PANORAMA MUNDIAL
Desde o século XX, tratados internacionais da Organização das Nações Unidas (ONU),
dos quais o Brasil é signatário, reconhecem que é um direito de todo ser humano procurar,
receber e transmitir informações e ideias de qualquer natureza e por qualquer meio.

Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU de 1948 - Artigo 19:

“Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem
interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e idéias por quaisquer meios e
independentemente de fronteiras”.

Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos da ONU de 1996 - Artigo 19:

“Toda pessoa terá direito à liberdade de expressão; esse direito incluirá a liberdade de procurar, receber e
difundir informações e ideias de qualquer natureza (...)”

A partir do século XXI, novos tratados internacionais, também pactuados pelo Brasil,
passaram a prever mais especificamente o direito universal ao acesso a informações
mantidas pelo Estado, assim como o dever de cada Estado de garantir o exercício desse
direito, bem como manter a transparência sobre seus atos.

Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção de 2003 - Artigos 10 e 13:

“Cada Estado-parte deverá (...) tomar as medidas necessárias para aumentar a transparência em sua
administração pública ( . . . ) procedimentos ou regulamentos que permitam aos membros do público
em geral obter (...) informações sobre a organização, funcionamento e processos decisórios de sua
administração pública (...)”.

Declaração de Princípios de Liberdade de Expressão da OEA de 2000 - Item 4:

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“O acesso à informação mantida pelo Estado constitui um direito fundamental de todo indivíduo. Os
Estados têm obrigações de garantir o pleno exercício desse direito”

Nesse contexto, diversos países passaram a incluir, em suas próprias normas internas, a
normas expressas sobre o acesso a informações, especialmente aquelas mantidas pelo
Estado e seus órgãos públicos.

PREVISÃO CONSTITUCIONAL
Em sintonia com esse cenário internacional, a Constituição Federal brasileira de 1988
(CF) prevê que o acesso a informações constantes em órgãos públicos é um direito
individual fundamental e involável do cidadão brasileiro:

Art. 5° Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança
e à propriedade, nos termos seguintes:

XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de
interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas
aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;

Porém, note que o próprio texto constitucional limita esse direito: se a segurança da
sociedade e do Estado dependerem do sigilo daquela informação, então o cidadão não
poderá acessá-la. Falaremos mais disso mais à frente.

A CF impõe, ainda, que os procedimentos para os cidadãos acessarem informações dos


órgãos públicos (registros administrativos e informações sobre atos do governo) serão
regulamentados por lei.

Art. 37°. (...)

§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e indireta,


regulando especialmente:

II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de governo, observado o
disposto no art. 5º, X e XXXIII;

Complementarmente, o texto constitucional determina que a própria administração


pública (administração dos órgãos públicos) será responsável por controlar seus
documentos e viabilizar o acesso dos cidadãos às informações desejadas, seguindo os
procedimentos previstos em lei.

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Art. 216°. (...)

§ 2º Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da documentação governamental e as


providências para franquear sua consulta a quantos dela necessitem.

RESUMINDO: o acesso à informação de órgãos públicos é um direito constitucional


limitado (limitado quando necessário) do cidadão e um dever da administração pública,
regulamentado somente por meio de lei.

PREVISÃO LEGAL
Nesse contexto, a Lei de Acesso à Informação é justamente a lei que regulamenta o direito
constitucional ao acesso a informações de órgãos públicos, determinando as regras e
procedimentos que viabilizam o exercício desse direito, como definições, modos, prazos,
etc.).

Art. 1°  Esta Lei dispõe sobre os procedimentos a serem observados pela União, Estados, Distrito Federal
e Municípios, com o fim de garantir o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. 5°, no inciso II
do § 3º do art. 37° e no § 2º do art. 216 da Constituição Federal. 

Abrangência da LAI
Já vimos, no artigo 1º da LAI, que as suas disposições aplicam-se aos órgãos públicos de
todas as três esferas da Federação: (i) Administração Pública Federal, (ii) Administração
Pública Estadual e (iii) Administração Pública Municipal, do Distrito Federal e dos
Territórios.

Além disso, conforme o parágrafo único do art. 1º, a Administração Pública a que se
refere essa lei compreende tanto a administração direta quanto a indireta!

Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei: 

I - os órgãos públicos integrantes da administração direta dos Poderes Executivo, Legislativo, incluindo as
Cortes de Contas, e Judiciário e do Ministério Público;

I - as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais


entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.

Veja! A lei também será aplicável a entidades privadas sem fins lucrativos, se estas
estiverem recebendo recursos públicos, por qualquer meio, para custeio de ações de

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interesse público. Mas atenção: no caso dessas entidades, só haverá obrigatoriedade de
fornecer informações quanto aos recursos públicos e sua destinação. Não há obrigação
de prestar informações sobre a atividade exclusivamente privada da entidade que não
venha a representar interesse aos cidadãos comuns.

Art. 2°  Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, às entidades privadas sem fins lucrativos que
recebam, para realização de ações de interesse público, recursos públicos diretamente do orçamento ou
mediante subvenções sociais, contrato de gestão, termo de parceria, convênios, acordo, ajustes ou outros
instrumentos congêneres. 

Parágrafo único.  A publicidade a que estão submetidas as entidades citadas no caput refere-se à parcela
dos recursos públicos recebidos e à sua destinação, sem prejuízo das prestações de contas a que estejam
legalmente obrigadas. 

RESUMINDO: o dever de viabilizar o acesso da informação ao cidadão é de:


1. Todos os órgãos públicos (administração pública), e
2. Entidades privadas que recebam recursos públicos para destinação pública,
somente no tocante a esses recursos.

Princípios e Diretrizes da LAI


O art. 3º da LAI determina que ela seguirá os princípios que regem a administração
pública, os quais conhecemos como LIMPE:

•  LEGALIDADE: o administrador público só pode fazer o que a lei autoriza. Aquilo que não
é permitido pela lei, é proibido;
•  IMPESSOALIDADE: toda e qualquer atividade da administração pública deve ter finali-
dade pública – nunca pessoal. O administrador público não pode agir visando a beneficiar,
prejudicar ou atingir de qualquer modo uma pessoa específica. Tampouco pode o adminis-
trador público agir em nome próprio ou visando a seu interesse pessoal ou de terceiros que
ele queira favorecer;
•  MORALIDADE: o administrador público deve agir com boa-fé e probidade. Deve tra-
balhar visando ao bem comum e sempre baseado na lei e normas pertinentes;
•  PUBLICIDADE: os atos da administração pública devem ser publicizados oficialmente,
devem ficar disponíveis ao conhecimento do público em geral;
•  EFICIÊNCIA: a Administração Pública deve sempre buscar agir com eficiência, engloban-
do agilidade e satisfação dos fins pretendidos, sempre respeitados os demais princípios.

Além disso, tal artigo determina as diretrizes que devem guiar a aplicação da LAI:

•  Observância da publicidade como preceito geral e do sigilo como exceção (conforme


art. 5º, XXXIII);

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ATENÇÃO: essa diretriz é de especial importância, uma vez que afirma uma
cultura de acesso em detrimento de uma cultura de segredo dentro da gestão
pública.

A cultura de segredo é a concepção de que a gestão pública deve encarar a circulação


de informações como um constante risco, de modo que o acesso à informação pelo
cidadão deva ser uma exceção, além de dificultoso.

Já a cultura de acesso é a concepção de que a gestão pública deve encarar a circulação


da informação como um direito do cidadão e um dever do Estado, que deve viabilizar
esse direito de forma eficiente.

•  Divulgação de informações de interesse público, independentemente de solicitações


(informações relevantes para a sociedade devem ser sempre divulgadas); 
•  Utilização de meios de comunicação viabilizados pela tecnologia da informação (tele-
fone, sites, aplicativos, etc.);
•  Fomento ao desenvolvimento da cultura de transparência na administração pública; 
•  Desenvolvimento do controle social da administração pública.

Conceitos
O artigo 4º da LAI estabelece alguns conceitos que devem nortear a leitura de seu texto.

•  INFORMAÇÃO: são dados, processados ou não, que podem ser utilizados para pro-
dução e transmissão de conhecimento, contidos em qualquer meio, suporte ou formato; 
•  DOCUMENTO: é a unidade de registro de informações, qualquer que seja o suporte ou
formato;
•  INFORMAÇÃO SIGILOSA: aquela submetida temporariamente à restrição de acesso
público em razão de sua imprescindibilidade para a segurança da sociedade e do Estado.

Note que nenhuma informação é, por si só, sigilosa para sempre. Qualquer informação
pode se tornar sigilosa a depender da existência de situação fática  em que há um risco
para a sociedade e para o Estado na sua revelação. Se a situação fática se alterar, a
informação deixa de ser sigilosa.

INFORMAÇÃO PESSOAL: é aquela relacionada à pessoa natural identificada (que já se


sabe quem é e das quais se conhecem os dados pessoais) ou identificável (que ainda
não se sabe quem é mas que é possível e viável identificar por meio lícito).

TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO: é o conjunto de ações referentes à produção,


recepção, classificação, utilização, acesso, reprodução, transporte, transmissão,
distribuição, arquivamento, armazenamento, eliminação, avaliação, destinação ou controle

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da informação; ou seja, qualquer coisa que se fizer com a informação, é tratamento da
informação.

•  DISPONIBILIDADE: é a qualidade daquela informação que pode ser conhecida e utiliza-


da por indivíduos, equipamentos ou sistemas autorizados; 
•  AUTENTICIDADE: é a qualidade da informação que tenha sido produzida, expedida,
recebida ou modificada por determinado indivíduo, equipamento ou sistema;

Preste atenção: informação autêntica é diferente de informação íntegra ou original.


A informação autêntica é aquela que tenha passado por funcionário ou sistema da
administração, independente de ter sido modificada ou não.

•  INTEGRIDADE: é a qualidade da informação que não tenha sido modificada, inclusive


quanto à sua origem, trânsito e destino; 
•  PRIMARIEDADE: é a qualidade da informação que tenha sido coletada na fonte, com o
máximo de detalhamento possível, sem modificações.

Dever de acesso facilitado


O art. 5º da LAI chama atenção ao fato de que o acesso a informações não é apenas uma
gentileza da administração pública, mas um dever.

Art. 5°  É dever do Estado garantir o direito de acesso à informação, que será franqueada, mediante
procedimentos objetivos e ágeis, de forma transparente, clara e em linguagem de fácil compreensão.

Note que, neste dever, está incluso o acesso de forma facilitada, ou seja, transparente,
clara e em linguagem fácil e acessível.

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RESUMO
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HABEAS DATA:
PRÁTICO
ACESSO A
DIREITO REAL DE
INFORMAÇÕES (ARTS.
GARANTIA
6º E 7º)

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2.  Acesso a informações (arts. 6º e 7º)

Deveres dos órgãos e entidades do Poder Público


O art. 6º da LAI especifica três deveres da administração pública compreendidos no
dever geral de garantir o acesso do público a informação.
1. Gestão transparente da informação, proporcionando amplo acesso a ela e
sua divulgação; 
2. Proteção da informação, garantindo-se sua disponibilidade, autenticidade e
integridade, e 
3. Proteção da informação sigilosa e da informação pessoal, observada a sua
disponibilidade, autenticidade, integridade e eventual restrição de acesso.

Direitos
O art. 7º da LAI é dirigido ao cidadão em geral (aos usuários dos órgãos da administração
pública), listando direitos compreendidos no Direito geral de acesso a informação
garantido a esses sujeitos:
1. Orientação sobre os procedimentos para a consecução (obtenção) de aces-
so à informação desejada, bem como sobre o local onde poderá ser encontrada
ou obtida a informação almejada;
2. Informação:
•  contida em registros ou documentos, produzidos ou acumulados por seus
órgãos ou entidades, recolhidos ou não a arquivos públicos; 
•  produzida ou custodiada (guardada) por pessoa física ou entidade privada
decorrente de qualquer vínculo com órgãos ou entidades públicas, mesmo que
esse vínculo já se tenha cessado; 
•  primária, íntegra, autêntica e atualizada (vimos esses conceitos anteriormente,
não?);
•  sobre atividades exercidas pelos órgãos e entidades, inclusive as relativas à sua
política, organização e serviços; 
•  pertinente à administração do patrimônio público, utilização de recursos públi-
cos, licitação, contratos administrativos, e 
•  relativa à implementação, ao acompanhamento e aos resultados dos progra-
mas, projetos e ações dos órgãos e entidades públicas, bem como ao atingimento
de metas e indicadores propostos; 
•  relativa ao resultado de inspeções, auditorias, prestações e tomadas de contas
realizadas pelos órgãos de controle interno e externo, incluindo prestações de con-
tas relativas a exercícios anteriores.

Ou seja, o direito ao acesso à informação abrange qualquer informação controlada por


órgãos públicos ou entidades relacionadas, sejam as mantidas neles ou as relacionadas
às suas próprias atividades.

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EXCEÇÕES AO DIREITO DE ACESSO À INFORMAÇÃO
Os parágrafos do art. 7º da LAI trazem hipóteses em que o acesso à informação pode
não ser concretizado em função do sigilo (total ou parcial) da informação ou do extravio
desta.

INFORMAÇÃO SIGILOSA
Já vimos anteriormente em nosso curso que o art. 5º, inc. XXXIII da CF excepciona o
direito de acesso à informação, dispondo que a informação será sigilosa se tal condição
for essencial para manter a segurança da sociedade e do Estado.

A LAI, por sua vez, reafirma essa exceção e traz mais especificidade a ela, exigindo que a
informação a ser posta em sigilo seja relativa a projetos de pesquisa e desenvolvimento
científico ou tecnológico:

§ 1°  O acesso à informação previsto no caput não compreende as informações referentes a projetos


de pesquisa e desenvolvimento científicos ou tecnológicos cujo sigilo seja imprescindível à segurança da
sociedade e do Estado.

No entanto, veremos mais adiante que há outras hipóteses de sigilo da informação


relacionadas à segurança da sociedade e do Estado, ou, ainda, do direito constitucional
ao segredo de justiça para preservação da intimidade ou do interesse pessoal de algum
indivíduo a ser especialmente protegido caso a caso (art. 5º, LX, CF). São situações
particulares que merecem tratamento direcionado.

INFORMAÇÃO PARCIALMENTE SIGILOSA


Como vimos, uma informação nada mais é do que um conjunto de dados destinados à
produção ou transmissão de conhecimento. Ocorre que é possível que apenas uma parte
dos dados que compõem a informação seja considerada sigilosa, ou seja, a informação
pode ser parcialmente sigilosa. Nesse caso, a LAI dispõe que o cidadão tem direito de
acesso a todos os dados não sigilosos – os sigilosos ficam ocultados.

§ 2°  Quando não for autorizado acesso integral à informação por ser ela parcialmente sigilosa, é assegurado
o acesso à parte não sigilosa por meio de certidão, extrato ou cópia com ocultação da parte sob sigilo.

NEGATIVA DE ACESSO À INFORMAÇÃO


Naturalmente, embora o requerente não possa ter acesso à informação mantida sob
sigilo (total ou parcial), ele sempre deverá ter acesso à decisão que negou seu pedido.

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§ 3°  O direito de acesso aos documentos ou às informações neles contidas utilizados como fundamento
da tomada de decisão e do ato administrativo será assegurado com a edição do ato decisório respectivo.

A LAI claramente dispõe que essa decisão que nega o acesso à informação deve ser
motivada. A falta de motivação acarretará sanções disciplinares que veremos adiante
(art. 32 da LAI).

§ 4°  A negativa de acesso às informações objeto de pedido formulado aos órgãos e entidades referidas
no art. 1o, quando não fundamentada, sujeitará o responsável a medidas disciplinares, nos termos do art.
32 desta Lei.

INFORMAÇÃO EXTRAVIADA
Nos casos em que a impossibilidade de acesso à informação ocorra por causa do
extravio (desvio na entrega, perda) da informação desejada, o autor do pedido poderá
requerer à autoridade a imedata abertura de sindicância (procedimento administrativo)
para apuração do ocorrido.

§ 5°  Informado do extravio da informação solicitada, poderá o interessado requerer à autoridade competente
a imediata abertura de sindicância para apurar o desaparecimento da respectiva documentação.

Aberta a sindicância, o responsável pela guarda da informação (certo funcionário do


órgão ou entidade) terá o prazo de 10 dias para justificar o ocorrido, bem como para
indicar testemunhas que corroborem sua versão dos fatos.

§ 6°  Verificada a hipótese prevista no § 5o deste artigo, o responsável pela guarda da informação extraviada
deverá, no prazo de 10 (dez) dias, justificar o fato e indicar testemunhas que comprovem sua alegação. 

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RESUMO
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HABEAS DATA:
PRÁTICO
DIVULGANDO AS
DIREITO REAL DE
INFORMAÇÕES (ARTS.
GARANTIA
8º E 9º)

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3.  Divulgando as informações (arts. 8º e 9º)

Dever de divulgação de informações


Em conformidade com a diretriz já estabelecida no inciso II do art. 3º e outras normas
norteadoras, o art. 8º da LAI reafirma que é dever dos órgãos e entidades públicas
divulgar de forma facilitada as informações de interesse público, independentemente de
solicitações:

Art. 8° É dever dos órgãos e entidades públicas promover, independentemente de requerimentos, a


divulgação em local de fácil acesso, no âmbito de suas competências, de informações de interesse coletivo
ou geral por eles produzidas ou custodiadas.

CONTEÚDO MÍNIMO NA DIVULGAÇÃO DAS INFORMAÇÕES


O §1º do art. 8º estabelece, então, as informações mínimas que os órgãos e entidades
públicas terão o dever de publicizar:
1. Registro das competências e estrutura organizacional, endereços e telefones
das respectivas unidades e horários de atendimento ao público; 
2. Registros de quaisquer repasses ou transferências de recursos financeiros; 
3. Registros das despesas; 
4. Informações concernentes a procedimentos licitatórios, inclusive os respec-
tivos editais e resultados, bem como a todos os contratos celebrados; 
5. Dados gerais para o acompanhamento de programas, ações, projetos e
obras de órgãos e entidades; e 
6. Respostas a perguntas mais frequentes da sociedade.
Note que todo o conteúdo acima descrito diz respeito a atividades exercidas pelos
próprios órgãos e entidades, o que permite que a sociedade civil usufrua corretamente
dos serviços oferecidos e também exerça um controle externo do funcionamento da
administração pública.

DIVULGAÇÃO OBRIGATÓRIA NOS SÍTIOS OFICIAIS (SITES)


A LAI entende que todos os meios de comunicação disponíveis deverão ser utilizados na
concretização do dever de divulgação de informações pelos órgãos e entidades públicas.

Com a difusão da internet e a facilidade de contato que ela proporciona, nada mais
natural que exigir especialmente que as informações de divulgação obrigatória sejam
publicadas em sites oficiais.

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§ 2°  Para cumprimento do disposto no caput, os órgãos e entidades públicas deverão utilizar todos os
meios e instrumentos legítimos de que dispuserem, sendo obrigatória a divulgação em sítios oficiais da
rede mundial de computadores (internet).

Facilitando ainda mais o acesso à informação pelo usuário, a LAI prevê que esses sites
oficiais de órgãos e entidades públicas deverão tomar as seguintes medidas:
1. Conter ferramenta de pesquisa de conteúdo que permita o acesso à infor-
mação de forma simplificada e rápida, objetiva, transparente, clara e em lin-
guagem de fácil compreensão; 
2. Possibilitar a gravação de relatórios em diversos formatos eletrônicos, inclu-
sive abertos, tais como planilhas e outros tipos de textos, de modo a facilitar a
análise das informações; 
3. Possibilitar o acesso automatizado por sistemas externos em formatos aber-
tos, estruturados e legíveis por máquina; 
4. Divulgar, em detalhes, os formatos utilizados para estruturação da informação; 
5. Garantir a autenticidade e a integridade das informações disponíveis para acesso; 
6. Manter atualizadas as informações disponíveis para acesso; 
7. Indicar local e instruções que permitam ao interessado comunicar-se, por via
eletrônica ou telefônica, com o órgão ou entidade detentora do sítio, e 
8. Adotar as medidas necessárias para garantir a acessibilidade de conteúdo
para pessoas com deficiência, nos termos do art. 17 da Lei no 10.098, de 19 de
dezembro de 2000, e do art. 9o da Convenção sobre os Direitos das Pessoas
com Deficiência, aprovada pelo Decreto Legislativo no 186, de 9 de julho de 200 

ATENÇÃO: a obrigatoriedade de divulgação das informações nos sites oficiais é


dispensada para os municípios com até dez mil habitantes, exceto quanto às
informações sobre execução orçamentária e financeira (permitem o controle
externo dos gastos da administração pública).

§ 4°  Os Municípios com população de até 10.000 (dez mil) habitantes ficam dispensados da divulgação
obrigatória na internet a que se refere o § 2o, mantida a obrigatoriedade de divulgação, em tempo real, de
informações relativas à execução orçamentária e financeira, nos critérios e prazos previstos no art. 73-B da
Lei Complementar no 101, de 4 de maio de 2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal). 

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Mecanismos de acesso a informações públicas
O art. 9º da LAI prevê, ainda, instrumentos específicos que devem servir como meio de
comunicação das informações a serem divulgadas pelos órgãos e entidades públicas:
1. Criação do Serviço de Informações ao Cidadão (SIC), nos órgãos e enti-
dades do poder público, em local com condições apropriadas, para: 

•  Atender e orientar o público quanto ao acesso a informações; 


•  Informar sobre a tramitação de documentos nas suas respectivas unidades; 
•  Protocolizar documentos e requerimentos de acesso a informações. 

2. Realização de audiências ou consultas públicas, incentivo à participação


popular bem como a outras formas de divulgação.

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HABEAS DATA:
PROCEDIMENTO
RESUMO PRÁTICO
DIREITO
DE ACESSO
REALÀDE
INFORMAÇÃO
GARANTIA (ARTS.
10 A 13)

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4.  Procedimento de acesso à informação (arts. 10 a 13)

Pedido de acesso
A LAI claramente dispõe que, para pedir o acesso à alguma informação, não é necessária
nenhuma qualidade especial do interessado (pode ser qualquer pessoa) e nem a
apresentação de qualquer justificativa para tanto. Os únicos requisitos são:

•  Identificação do requerente em seu pedido, e


•  Apontamento, de forma específica, da informação que se deseja obter.

Art. 10°.  Qualquer interessado poderá apresentar pedido de acesso a informações aos órgãos e entidades
referidos no art. 1o desta Lei, por qualquer meio legítimo, devendo o pedido conter a identificação do
requerente e a especificação da informação requerida.

E note que, sempre visando a facilitar o acesso à informação, a LAI não permite que o
requisito da identificação seja cobrado de forma a impedir a feitura do pedido.

§ 1°  Para o acesso a informações de interesse público, a identificação do requerente não pode conter
exigências que inviabilizem a solicitação. 

DEVER DE FACILITAÇÃO PELA INTERNET


Mais uma vez, a LAI prevê que a internet seja utilizada como meio de disponibilização da
informação, dessa vez para permitir que os próprios interessados façam suas demandas,
seus pedidos de acesso, por meio dos sites oficiais. Note que essa facilitação é um dever
atribuído aos órgãos e entidades submetidas à lei.

§ 2°  Os órgãos e entidades do poder público devem viabilizar alternativa de encaminhamento de pedidos
de acesso por meio de seus sítios oficiais na internet.

VEDAÇÃO DE EXIGÊNCIAS
Já vimos que não é necessária qualquer justificativa para o pedido de acesso à informação.
O §3º do art. 10 da lei reafirma essa regra, declarando expressamente a proibição de
quaisquer exigências feitas nesse sentido ao requisitante da informação. 

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§ 3°  São vedadas quaisquer exigências relativas aos motivos determinantes da solicitação de informações
de interesse público.

Concessão da informação solicitada


PRAZOS
Em respeito ao princípio da eficiência da administração pública e do dever de facilitação
do acesso às informações imposto pela lei, sempre que for possível, a informação não
sigilosa deverá ser disponibilizada de imediato.

Art. 11°  O órgão ou entidade pública deverá autorizar ou conceder o acesso imediato à informação
disponível.

Os §§ 1º e 2º do art. 11 determinam que, na impossibilidade de acesso imediato, há prazo


de 20 dias, prorrogável por mais 10 dias (se justificadamente, de forma expressa e
comunicada ao requerente), para que o órgão ou entidade se manifeste de uma das
seguintes maneiras:
1. Comunicando a data, local e modo para se realizar a consulta, efetuar a re-
produção ou obter a certidão;
2. Indicando as razões (de fato ou de direito) da recusa, total ou parcial, do
acesso pretendido, ou
3. Comunicando que não possui a informação, e indicando, se souber, o órgão
ou a entidade que a detém ou já remetendo o requerimento a esse órgão ou
entidade, dando ciência de tal procedimento ao interessado.

PESQUISA PELO REQUERENTE


É possível, ainda, a depender da segurança que envolve a guarda da informação, que
os órgãos e entidades com dever de acesso disponibilizem meios para que o próprio
interessado obtenha a informação. Por exemplo: ferramenta de busca em site oficial.

§ 3°  Sem prejuízo da segurança e da proteção das informações e do cumprimento da legislação aplicável,
o órgão ou entidade poderá oferecer meios para que o próprio requerente possa pesquisar a informação
de que necessitar. 

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ACESSO NÃO AUTORIZADO
Note que, mesmo nos casos em que a informação for considerada sigilosa ou parcialmente
sigilosa, nos termos da LAI, os órgãos e entidades, ainda assim, possuem um dever de
orientar o cidadão quanto a possíveis medidas (recursos) para contestar a decisão que
negou o pedido de acesso à informação!

§ 4°  Quando não for autorizado o acesso por se tratar de informação total ou parcialmente sigilosa, o
requerente deverá ser informado sobre a possibilidade de recurso, prazos e condições para sua interposição,
devendo, ainda, ser-lhe indicada a autoridade competente para sua apreciação.

FORMATO DA INFORMAÇÃO
Note que as informações podem vir em diversos formatos: documento de texto digital
ou impresso, imagem digital ou impressa, vídeo, áudio, etc..

A LAI dispõe que a informação digital poderá ser sempre disponibilizada digitalmente, a
menos que haja oposição do requerente.

No caso de informação em outros formatos, os órgãos deverão informar ao requerente


por escrito como obter a informação, ficando tais procedimentos por conta do requerente,
a menos que este não possua meios para acessar a informação da forma orientada.

§ 5°  A informação armazenada em formato digital será fornecida nesse formato, caso haja anuência do
requerente. 

§ 6°  Caso a informação solicitada esteja disponível ao público em formato impresso, eletrônico ou em
qualquer outro meio de acesso universal, serão informados ao requerente, por escrito, o lugar e a forma pela
qual se poderá consultar, obter ou reproduzir a referida informação, procedimento esse que desonerará
o órgão ou entidade pública da obrigação de seu fornecimento direto, salvo se o requerente declarar não
dispor de meios para realizar por si mesmo tais procedimentos.

Serviço de Busca e Fornecimento da informação


Note que a busca e o fornecimento da informação devem ser oferecidos pelos órgãos e
entidades de maneira gratuita aos interessados.

A única cobrança permitida é aquela destinada a custear eventual reprodução de


documento (xerox, cópia digital em cd, etc.), que seja necessária para a disponibilização
da informação. Mas atenção: para pessoas que não possuam condições de pagar tais
custos (é necessária a apresentação de declaração de pobreza), nem mesmo essas
cobranças por reproduções é autorizada – tudo deve ser feito de forma gratuita.

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RESUMINDO: a regra é a facilitação ao interessado pela informação. Com isso, a regra da
gratuidade. A exceção é a cobrança pela necessidade de reproduções de documentos,
apenas para os que as possam pagar.

Art. 12°  O serviço de busca e fornecimento da informação é gratuito, salvo nas hipóteses de reprodução
de documentos pelo órgão ou entidade pública consultada, situação em que poderá ser cobrado
exclusivamente o valor necessário ao ressarcimento do custo dos serviços e dos materiais utilizados. 

Parágrafo único.  Estará isento de ressarcir os custos previstos no caput todo aquele cuja situação
econômica não lhe permita fazê-lo sem prejuízo do sustento próprio ou da família, declarada nos termos
da Lei no 7.115, de 29 de agosto de 1983. 

Consulta de cópia
O direito à informação implica um cuidado, uma necessidade de conservação dos
documentos.

Assim, sempre que o acesso à informação puser em risco a integridade de documento


(por exemplo, certidão original já puída, rasgada e delicada), devem ser utilizados os
seguintes meios apropriados de disponibilização das informações:

•  Cópia autenticada, ou
•  Subsidiariamente, reprodução por outro meio que não prejudique o documento original
(por exemplo, foto), sob a supervisão de funcionário do órgão ou entidade.

Art. 13°  Quando se tratar de acesso à informação contida em documento cuja manipulação possa
prejudicar sua integridade, deverá ser oferecida a consulta de cópia, com certificação de que esta confere
com o original. 

Parágrafo único.  Na impossibilidade de obtenção de cópias, o interessado poderá solicitar que, a suas
expensas e sob supervisão de servidor público, a reprodução seja feita por outro meio que não ponha em
risco a conservação do documento original. 

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5
1
HABEAS DATA:
PROCEDIMENTO
RESUMO PRÁTICO
DIREITO
DE ACESSO
REALÀDE
INFORMAÇÃO
GARANTIA (ARTS.
15 AO 19)

www.trilhante.com.br
5.  Procedimento de acesso à informação (arts. 15 ao 19)

Recursos em Geral
Já vimos anteriormente que pode haver recusa do fornecimento de acesso à informação,
com base no sigilo total ou parcial dos dados. Nesses casos, o interessado poderá recorrer
da decisão, caso:

•  Haja controvérsia acerca dessa negativa, ou


•  Seja negado o acesso do interessado aos motivos que justificaram a negativa (ou seja, à
decisão devidamente fundamentada).

O prazo para apresentação deste recurso será de 10 dias a partir da data em que se
tomou conhecimento da negativa.

Como é natural, o recurso deverá ser endereçado à autoridade hierarquicamente superior


àquela que negou o acesso, a qual deverá manifestar-se no prazo de 5 dias.

Art. 15°.  No caso de indeferimento de acesso a informações ou às razões da negativa do acesso, poderá
o interessado interpor recurso contra a decisão no prazo de 10 (dez) dias a contar da sua ciência. 

Parágrafo único.  O recurso será dirigido à autoridade hierarquicamente superior à que exarou a decisão
impugnada, que deverá se manifestar no prazo de 5 (cinco) dias.

Recurso para órgãos ou entidades do Poder Executivo Federal


O art. 16 da LAI, em conjunto com o art. 21 do Decreto 7.724/2012, determina que, nos
casos em que a informação requerida for de guarda de órgão ou entidade do Poder
Executivo Federal, há quatro recursos possíveis:

•  Primeiro recurso: é o que acabamos de ver, destinado à autoridade hierarquicamente


superior àquela que indeferiu o pedido inicial de acesso à informação.
•  Segundo recurso: destinado à autoridade máxima do órgão ou entidade, no prazo de
10 dias, a partir da ciência da decisão do primeiro recurso, e que deverá ser apreciado em 5
dias.
•  Terceiro recurso: destinado à Controladoria Geral da União (CGU), é cabível apenas se o
segundo recurso houver sido negado e se ocorrer umas das seguintes hipóteses:

1. For negado acesso a informação não classificada como sigilosa; 


2. A decisão de negativa de acesso a informação classificada como sigilosa
(total ou parcial) não indicar a autoridade classificadora ou a autoridade hierar-

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quicamente superior a quem possa ser dirigido recurso sobre o acesso ou des-
classificação; 
3. Os procedimentos de classificação de informação sigilosa estabelecidos na
LAI não tiverem sido observados; e 
4. Estiverem sendo descumpridos prazos ou outros procedimentos previstos na
LAI. 
Apresentado o recurso, a CGU deverá deliberar no prazo de 5 dias. Em caso de procedência
do recurso (favorável ao requerente da informação), a CGU deverá determinar que o
órgão ou entidade tome as providências necessárias.

•  Quarto recurso: destinado à Comissão Mista de Reavaliação de Informações (CMRI),


será cabível caso o terceiro recurso (apresentado à CGU) seja negado.

Recurso aos órgãos e entidades da administração pública federal


Já o art. 17 da LAI prevê que, no caso de pedido de desclassificação (não de acesso)
de informação tida como sigilosa e em guarda de órgão ou entidade da administração
pública federal (não só do Poder Executivo), há três recursos possíveis:

•  Primeiro recurso: destinado à autoridade hierarquicamente superior.


•  Segundo recurso: destinado ao Ministro de Estado da Área (ou Comando, no caso das
Forças Armadas). Para os órgãos do Poder Executivo Federal, há prazo de 10 dias para
apresentação do recurso e de 30 dias para a decisão, conforme o Decreto 7.724/2012.
•  Segundo recurso: destinado à CMRI (de que já falamos), no caso de negativa do recurso
que tinha como objeto a desclassificação de informação que seja secreta e ultrassecreta
(veremos mais sobre esses termos adiante).

Revisão

A revisão de toda e qualquer decisão que negue o acesso a informações ou que negue
a desclassificação de documento tido como sigiloso ainda carece de regulamentação.

Art. 18°  Os procedimentos de revisão de decisões denegatórias proferidas no recurso previsto no art. 15 e
de revisão de classificação de documentos sigilosos serão objeto de regulamentação própria dos Poderes
Legislativo e Judiciário e do Ministério Público, em seus respectivos âmbitos, assegurado ao solicitante, em
qualquer caso, o direito de ser informado sobre o andamento de seu pedido. 

Comunicação aos conselhos


Em evidente tentativa de controlar eventuais abusos, a LAI determina que as decisões
em grau de recurso que negarem acesso a informações de interesse público deverão ser
informadas ao:

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•  Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e
•  Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP)

Art. 19°.  (...)

§ 2o  Os órgãos do Poder Judiciário e do Ministério Público informarão ao Conselho Nacional de Justiça
e ao Conselho Nacional do Ministério Público, respectivamente, as decisões que, em grau de recurso,
negarem acesso a informações de interesse público. 

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6
1
HABEAS DATA:
RESTRIÇÕES
RESUMO PRÁTICO
DIREITO
DE ACESSO
REALÀDE
INFORMAÇÃO
GARANTIA
(ARTS. 21
AO 23)

www.trilhante.com.br
6.  Restrições de acesso à informação (arts. 21 ao 23)

Garantia de acesso a informação essencial


A LAI traz especial disposição quanto à impossibilidade de se negar o acesso a informação
que seja necessária à tutela judicial ou administrativa de direitos fundamentais, ou seja,
que seja relevante pra uso em processos e procedimentos judiciais e administrativos
sobre direitos garantidos no art. 5º da CF, dentre outros.

Art. 21°  Não poderá ser negado acesso à informação necessária à tutela judicial ou administrativa de
direitos fundamentais.

Do mesmo modo, as informações ou documentos sobre violações a direitos humanos


praticados por agentes públicos, como casos de tortura ou trabalhos forçados, não
poderão ser ocultados do acesso público.

Parágrafo único.  As informações ou documentos que versem sobre condutas que impliquem violação
dos direitos humanos praticada por agentes públicos ou a mando de autoridades públicas não poderão
ser objeto de restrição de acesso.

Objeto de Restrição de Acesso


A LAI no entanto ressalva que a impossibilidade de ocultação das informações
mencionadas no tópico anterior não exclui o possível reconhecimento de:

•  Sigilo, para manter a segurança da sociedade e do Estado.


•  Segredo de Justiça, para defesa da intimidade de indivíduo ou quando o interesse social
exigir;
•  Segredo Industrial, decorrente da exploração direta de atividade econômica pelo Estado,
ou por pessoa física ou entidade privada que tenham qualquer vínculo com o poder públi-
co.

Sigilo
Quanto à primeira hipótese restrição do acesso à informação – o sigilo -, o art. 23 da LAI
define que deverão ser consideradas como informações imprescindíveis à segurança da
sociedade ou do Estado aquelas cuja divulgação ou acesso irrestrito possam:
1. Pôr em risco a defesa e a soberania nacionais ou a integridade do território
nacional; 
2. Prejudicar ou pôr em risco a condução de negociações ou as relações in-

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ternacionais do País, ou as que tenham sido fornecidas em caráter sigiloso por
outros Estados e organismos internacionais; 
3. Pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da população; 
4. Oferecer elevado risco à estabilidade financeira, econômica ou monetária do
País; 
5. Prejudicar ou causar risco a planos ou operações estratégicos das Forças
Armadas; 
6. Prejudicar ou causar risco a projetos de pesquisa e desenvolvimento científ-
ico ou tecnológico, assim como a sistemas, bens, instalações ou áreas de inter-
esse estratégico nacional; 
7. Pôr em risco a segurança de instituições ou de altas autoridades nacionais ou
estrangeiras, ou a seus familiares;
8. Comprometer atividades de inteligência, bem como de investigação ou fis-
calização em andamento, relacionadas à prevenção ou repressão de infrações. 

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RESUMO
7
1
HABEAS DATA:
PRÁTICO
CLASSIFICAÇÃO DAS
DIREITO REAL DE
NORMAS (ARTS. 24 AO
GARANTIA
26)

www.trilhante.com.br
7. Classificação das normas (arts. 24 ao 26)

Classificação das informações


Conforme o art. 24 da LAI, a informação sigilosa (aquela que pode ser ocultada
excepcionando-se o direito de acesso à informação) pode ser classificada em:

•  Reservada
•  Secreta
•  Ultrassecreta

Os critérios que deverão ser levados em conta quando de sua classificação são:

(I) o seu teor,

(II) sua imprescindibilidade à segurança da sociedade ou do Estado,

(III) o grau de relevância do interesse público na informação e

(IV) o prazo máximo de restrição de acesso ou o evento que defina seu termo final –
devendo sempre ser considerada a opção viável menos restritiva.

Atenção: informações que puderem colocar em risco a segurança do


Presidente, Vice-Presidente da República e respectivos cônjuges e filhos
serão sempre classificadas como reservadas.

PRAZO
Conforme a classificação da informação, o §1º do art. 24 estabelece os seguintes prazos
para a manutenção do sigilo de uma mesma informação:

•  Informação ultrassecreta: 25 anos; 


•  Informação secreta: 15 anos; e 
•  Informação reservada: 5 anos.

EXCEÇÃO: informações reservadas que envolvam o risco à segurança do Presi-


dente, Vice, seus cônjuges e filhos ficarão sob sigilo até o término do mandato
em exercício ou do último mandato, em caso de reeleição.

www.trilhante.com.br 32
Alternativamente aos prazos que acabamos de ver, o §3º do art. 24 da LAI permite que
seja determinado termo final menor, condicionado à ocorrência de determinado evento,
para o sigilo.

Com o termo final (o fim do sigilo) as informações tornam-se automaticamente de


acesso público. 

Da Proteção e do Controle de Informações Sigilosas


Reconhecido o sigilo da informação, os art. 25 e 26 da LAI definem que é dever do
Estado a sua proteção e controle. Imediatamente são dadas orientações específicas aos
servidores e permissão de acesso só para pessoas essenciais e devidamente credenciadas.

E, como é natural, qualquer pessoa que legalmente tenha acesso a informação sigilosa
fica, também pessoalmente, com o dever de manter o sigilo. Isso aplica-se, inclusive, às
pessoas contratadas por empresa vinculada ao poder público:

Art. 26° (...)

Parágrafo único.  A pessoa física ou entidade privada que, em razão de qualquer vínculo com o poder
público, executar atividades de tratamento de informações sigilosas adotará as providências necessárias
para que seus empregados, prepostos ou representantes observem as medidas e procedimentos de
segurança das informações resultantes da aplicação desta Lei.

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RESUMO
8
1
HABEAS DATA:
PRÁTICO
CLASSIFICAÇÃO DAS
DIREITO REAL DE
INFORMAÇÕES (ARTS.
GARANTIA
27 AO 29)

www.trilhante.com.br
8.  Classificação das informações (arts. 27 ao 29)

Competência da classificação do sigilo das informações


O art. 27 da LAI estabelece quem serão as autoridades competentes para fazer a
classificação do sigilo da informação, no âmbito da administração pública federal:
1. No grau de ultrassecreto, pelas seguintes autoridades: 

•  Presidente da República; 
•  Vice-Presidente da República; 
•  Ministros de Estado e autoridades com as mesmas prerrogativas; 
•  Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica (e ratificada por Ministro
de Estado);
•  Chefes de Missões Diplomáticas e Consulares permanentes no exterior (e ratifica-
da por Ministro de Estado);

2. No grau de secreto:

•  As autoridades referidas no item 1;


•  Titulares de autarquias, fundações ou empresas públicas e sociedades de econo-
mia mista;

3. No grau de reservado:

•   As autoridades referidas nos incisos I e II;


•  As que exerçam funções de direção, comando ou chefia, nível DAS 101.5, ou supe-
rior, do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores, ou de hierarquia equivalente. 

O § 1o determina ainda que a competência prevista para classificação de informações


como ultrassecretas e secretas poderá ser delegada pelo responsável a agente público,
vedada a subdelegação.

ATENÇÃO: conforme o §3º, a autoridade ou agente público que classificarem


informação como ultrassecreta deverão encaminhar sempre a sua decisão à
Comissão Mista de Reavaliação de Informações (CMRI).

Decisão de classificação
O art. 28 da LAI define que a decisão da autoridade que resolve classificar a informação
sigilosa, em qualquer grau, deverá conter:
1. Assunto sobre o qual versa a informação; 

www.trilhante.com.br 35
2. Fundamento da classificação, observados os critérios estabelecidos no art.
24; 
3. Indicação do prazo de sigilo, contado em anos, meses ou dias, ou do evento
que defina o seu termo final, conforme limites previstos no art. 24;
4. Identificação da autoridade que a classificou. 

ATENÇÃO: a decisão de classificação, justamente por conter informações rele-


vantes, deverá ser mantida no mesmo grau de sigilo da informação classificada. 

Reavaliação da Classificação
O art. 29 da LAI dispõe que poderá haver uma reavaliação da classificação pela própria
autoridade que avaliou ou ainda por hierárquica superiora, quando:

•  Houver provocação (reclamação de um interessado qualquer);


•  Decidir-se de ofício (própria autoridade com competência para reavaliar dá início à reav-
aliação).

A reavaliação, poderá visar:

•  À desclassificação (mudança de classificação para grau maior ou menor de sigilo)


•  À redução do prazo de sigilo – se houver a reclassificação, o novo prazo de restrição de
acesso manterá como termo inicial a data da sua produção.

Critérios para a decisão de reavaliação:

•  Permanência (ou não) dos motivos do sigilo;


•  Possibilidade de danos decorrentes do acesso ou da divulgação da informação.

A LAI ressalva que, nessa avaliação de critérios, devem-se considerar eventuais


peculiaridades de informações produzidas no exterior por autoridades ou agentes
públicos. 

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9
1
HABEAS DATA:
PUBLICIDADE
RESUMO E
PRÁTICO
DIREITO
INFORMAÇÕES
REAL DE
PESSOAIS
GARANTIA
(ARTS. 30
AO 31)

www.trilhante.com.br
9.  Publicidade e Informações Pessoais (arts. 30 ao 31)

Publicação
Vimos anteriormente sobre a classificação e reavaliação da classificação do sigilo de
informações de órgãos e entidades submetidos à LAI.

Nesse contexto, o art. 30 da lei determina que a autoridade máxima de cada órgão
ou entidade deva publicar, anualmente em site oficial apropriado à divulgação de
informações administrativas, o seguinte: 

•  Rol das informações que tenham sido desclassificadas nos últimos 12 meses; 
•  Rol de documentos classificados em cada grau de sigilo, com identificação para referên-
cia futura; 
•  Relatório estatístico contendo a quantidade de pedidos de informação recebidos, aten-
didos e indeferidos, bem como informações genéricas sobre os solicitantes. 

Adicionalmente, um exemplar da publicação de tais itens deverá estar sempre


disponível para consulta pública nas sedes. 

Também deverão manter extrato com a lista de informações classificadas, acompanhadas


da data, do grau de sigilo e dos fundamentos da classificação. 

Das Informações Pessoais


O art. 31 da LAI busca reafirmar a importância de se tratarem as informações pessoais
com respeito aos direitos fundamentais do cidadão brasileiro:

Art. 31°  O tratamento das informações pessoais deve ser feito de forma transparente e com respeito à
intimidade, vida privada, honra e imagem das pessoas, bem como às liberdades e garantias individuais.

Nesse sentido, a lei ainda prevê tratamento especial a informações pessoais


especificamente relativas à intimidade, vida privada, honra e imagem: 
1. Terão seu acesso restrito, independentemente de classificação de sigilo e
pelo prazo máximo de 100 anos a contar da sua data de produção, a agentes
públicos legalmente autorizados e à pessoa a que elas se referirem;  
2. Poderão ter autorizada sua divulgação ou acesso por terceiros diante de
previsão legal ou consentimento expresso da pessoa a que elas se referirem. Tal
consentimento poderá, no entanto, ser dispensado quando as informações
forem necessárias:

•  À prevenção e diagnóstico médico, quando a pessoa estiver física ou legalmente inca-

www.trilhante.com.br 38
paz, e para utilização única e exclusiva do tratamento médico; 
•  À realização de estatísticas e pesquisas científicas de evidente interesse público ou geral,
previstos em lei, sendo vedada a identificação da pessoa a que as informações se referirem; 
•  Ao cumprimento de ordem judicial; 
•  À defesa de direitos humanos; ou 
•  À proteção do interesse público e geral preponderante.

ATENÇÃO: a restrição de acesso à informação relativa à vida privada, honra e


imagem de pessoa não poderá ser invocada de forma a prejudicar processo de
apuração de irregularidades em que o titular das informações estiver envolvido
e tampouco ações voltadas para a recuperação de fatos históricos de maior
relevância. 

Em busca de ampla proteção, a lei confere a responsabilidade total pelo uso indevido de
informação pessoal a todo aquele que tiver acesso a ela. 

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RESUMO
10
1
HABEAS DATA:
PRÁTICO
RESPONSABILIDADES
DIREITO REAL DE
(ARTS. 32 AO 34 DA
GARANTIA
LEI)

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10.  Responsabilidades (Arts. 32 ao 34)

Responsabilidade do agente público ou militar


O art. 32 da LAI prevê as condutas dos agentes públicos ou militares que, no seu âmbito,
serão consideradas ilícitas:
1. Recusar-se a fornecer informação requerida nos termos da LAI, retardar
deliberadamente o seu fornecimento ou fornecê-la intencionalmente de forma
incorreta, incompleta ou imprecisa; 
2. Utilizar indevidamente, bem como subtrair, destruir, inutilizar, desfigurar, alter-
ar ou ocultar, total ou parcialmente, informação que se encontre sob sua guarda
ou a que tenha acesso ou conhecimento em razão do exercício das atribuições
de cargo, emprego ou função pública; 
3. Agir com dolo ou má-fé na análise das solicitações de acesso à informação; 
4. Divulgar ou permitir a divulgação, ou acessar ou permitir acesso indevido à
informação sigilosa ou informação pessoal; 
5. Impor sigilo à informação para obter proveito pessoal ou de terceiros, ou
para fins de ocultação de ato ilegal cometido por si ou por outrem; 
6. Ocultar informação sigilosa da revisão de autoridade superior competente
para beneficiar a si ou a outrem, ou em prejuízo de terceiros;
7. Destruir ou subtrair, por qualquer meio, documentos concernentes a pos-
síveis violações de direitos humanos por parte de agentes do Estado. 
Tais condutas são ainda divididas em transgressões e infrações disciplinares, nos seguintes
termos: 

•  Para fins dos regulamentos disciplinares das Forças Armadas, são consideradas trans-
gressões militares médias ou graves, segundo os critérios neles estabelecidos, desde que
não tipificadas em lei como crime ou contravenção penal;
•  Para fins do disposto na Lei 8.112/1990 (dispõe sobre o regime jurídico dos servidores
públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais), são consideradas
infrações administrativas, apenadas, no mínimo, com suspensão. 

ATENÇÃO: além das sanções previstas para o cometimento de ilícitos na


LAI, o militar ou agente público poderão também responder por impro-
bidade administrativa, nos termos das Leis 1.079/1950 e 8.429/1992.

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ATENÇÃO 2: a LAI reafirma e assegura o direito constitucional ao contraditório e
ampla defesa aos agentes acusados do cometimento de ilícito.

Sanções administrativas
O art. 33 da LAI prevê as sanções administrativas aplicáveis às pessoas físicas ou entidades
privadas que detiverem informações em virtude de vínculo com o poder público, no
caso de descumprimento da lei: 
1. Advertência; 
2. Multa; 
3. Rescisão do vínculo com o poder público; 
4. Suspensão temporária de participar em licitação e impedimento de contratar
com a administração pública por prazo não superior a 2 anos; e 
5. Declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a administração
pública, até que seja promovida a reabilitação perante a própria autoridade que
aplicou a penalidade. Tal reabilitação será autorizada somente quando o interes-
sado efetivar o ressarcimento ao órgão ou entidade dos prejuízos resultantes e
após decorrido o prazo da sanção de suspensão – 2 anos.
A aplicação desta sanção é de competência exclusiva da autoridade máxima do órgão
ou entidade pública, facultada a defesa do interessado no prazo de 10  dias da abertura
de vista.

ATENÇÃO: a pena de multa poderá ser aplicada cumulativamente com as penas


de advertência, rescisão e suspensão, assegurado o direito de defesa do inter-
essado no prazo de 10 dias. 

Responsabilidade objetiva
O art. 34 da LAI prevê o que chamamos de responsabilidade objetiva dos órgãos e
entidades públicas pelos danos causados em decorrência da divulgação não autorizada
ou utilização indevida de informações sigilosas ou pessoais. Isso quer dizer que, constatado
que tais condutas ilícitas tenham sido praticadas, a responsabilização independe da
comprovação de culpa – basta que fique configurado o nexo causal entre a atividade do
órgão ou entidade com o ocorrido.

No entanto, poderá haver apuração de responsabilidade funcional, nos casos de dolo ou


culpa, gerando direito de regresso. 

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RESUMO
11
1
HABEAS DATA:
PRÁTICO
DISPOSIÇÕES FINAIS
DIREITO REAL DE
(ARTS. 35 AO 37 DA
GARANTIA
LEI)

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11.  Disposições finais (arts. 35 ao 37)

Comissão Mista de Reavaliação de Informações


Já falamos anteriormente sobre a Comissão Mista de Reavaliação de Informações
(CMRI), mencionando que ela seria responsável pelo julgamento de certos recursos
contra decisões sobre acesso à informação ou desclassificação do sigilo.

O art. 35 da LAI institui devidamente a CMRI, colocando que ela será a responsável, no
âmbito da administração pública federal, pelo tratamento e a classificação de informações
sigilosas e terá competência para: 
1. Requisitar da autoridade que classificar informação como ultrassecreta e
secreta esclarecimento e conteúdo, parcial ou integral, da informação; 
2. Rever a classificação de informações ultrassecretas ou secretas, de ofício ou
mediante provocação de pessoa interessada;
- A revisão de ofício deverá ocorrer, no máximo, a cada 4 anos, após a reavaliação (prevista
no art. 39), quando se tratar de documentos ultrassecretos ou secretos. ATENÇÃO:
privilegiando o acesso à informação, a lei dispõe que a não deliberação sobre a revisão
nos prazos previstos implicará a desclassificação automática das informações.
3. Prorrogar o prazo de sigilo de informação classificada como ultrassecreta,
sempre por prazo determinado, enquanto o seu acesso ou divulgação puder
ocasionar ameaça externa à soberania nacional ou à integridade do território
nacional ou grave risco às relações internacionais do País. O prazo é limitado a
uma única renovação. 
A CMRI deverá funcionar com mandato de 2 anos para seus integrantes.

Núcleo de Segurança e credenciamento (NSC)


Além da CMRI, a LAI prevê também a criação do Núcleo de Segurança e Credenciamento
(NSC), no âmbito do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República,
o qual tem como objetivos:

•  Promover e propor a regulamentação do credenciamento de segurança de pessoas físi-


cas, empresas, órgãos e entidades para tratamento de informações sigilosas;
•  Garantir a segurança de informações sigilosas, inclusive aquelas provenientes de países
ou organizações internacionais com os quais a República Federativa do Brasil tenha firmado
tratado, acordo, contrato ou qualquer outro ato internacional, sem prejuízo das atribuições
do Ministério das Relações Exteriores e dos demais órgãos competentes.

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Lei de Acesso à
Informação

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