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PROJECTO DE MINA DE GRAFITE DA GRAFEX, ANCUABE

ANCUABE, MOÇAMBIQUE

RASCUNHO

VOLUME 1A:
RASCUNHO DO ESTUDO DE PRÉ-VIABILIDADE AMBIENTAL
E DEFINIÇÃO DE ÂMBITO E TERMOS DE REFERÊNCIA

Preparado para:

GRAFEX, LIMITADA.
Avenida Dar Es Salaam nº.296,
Sommerchield, Maputo Moçambique
www.tritonminerals.com

Preparado por:

COASTAL & ENVIRONMENTAL SERVICES


MOZAMBIQUE LDA
Avenida da Mozal, Porta 2334 Beluluane Celula D.
Quarteirão 02, Matola Cidade, Maputo, Moçambique

Com escritórios em Cape Town, East London, Johanesburgo,


Grahamstown e Port Elizabeth (África do Sul))
www.cesnet.co.za

Julho de 2017
Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência– Julho 2017

PROJECTO DE MINA DE GRAFITE DA GRAFEX, ANCUABE

ANCUABE, MOÇAMBIQUE

RASCUNHO

VOLUME 1A:
RASCUNHO DO ESTUDO DE PRÉ-VIABILIDADE AMBIENTAL
E DEFINIÇÃO DE ÂMBITO E TERMOS DE REFERÊNCIA

Preparado para:

GRAFEX, LIMITADA.
Dar Es Salaam Avenue nº. 296,
Sommerchield, Maputo Moçambique
www.tritonminerals.com

Preparado por:

COASTAL & ENVIRONMENTAL SERVICES


MOZAMBIQUE LDA
Avenida da Mozal, Porta 2334 Beluluane Celula D.
Quarteirão 02, Matola Cidade, Maputo, Moçambique

Com escritórios em Cape Town, East London, Johanesburgo,


Grahamstown e Port Elizabeth (África do Sul)
www.cesnet.co.za

Julho de 2017

Coastal & Environmental Services ii Grafex Lda. Ancuabe


Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência– Julho 2017

RESUMO NÃO TÉCNICO


INTRODUÇÃO

A Grafex Limitada (Grafex), uma subsidiária Moçambicana da Triton Minerals Limited, pretende
desenvolver uma mina de grafite no Distrito de Ancuabe na Província de Cabo Delgado, no Norte
de Moçambique. A Área do Projecto que será avaliada como parte da presente Avaliação de
Impacto Ambiental e Social (AIAS) é referida como Projecto de Grafite de Ancuabe e está localizada
a aproximadamente 80 km a oeste de Pemba. A área de licença (Licença de Prospecção e Pesquisa
5380, 5305 e 5336) abrange aproximadamente 151.094 ha no entanto, as aplicações do DUAT da
área do projecto para este projecto cobrirão uma área muito menor, de aproximadamente 11.368ha
na qual existem quatro depósitos referidos como T12, T14, T15 e T16. As dimensões exactas dos
quatro depósitos ainda estão por determinar e dependerão do resultado da análise económica para
cada um dos depósitos que está a ser estudado actualmente.

A Grafex seleccionou a EOH Coastal and Environmental Services (CES) para realizar uma AIAS de
acordo com o processo de AIAS Moçambicano regulado pelo Decreto Nº. 54/2015. A CES é uma
empresa registada em Moçambique, no Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural
(MITADER) e tem sólidos conhecimentos e equipas multidisciplinares para realizar avaliações de
impacto ambiental e programas de gestão ambiental. O projecto aqui considerado é de categoria A
(Apêndice II) e está sujeito a uma AIAS completa conforme definido pelos regulamentos, devido à
natureza, escala e localização do projecto proposto. De acordo com a prática da indústria, este
relatório de definição de âmbito está a ser realizado no início do processo de tomada de decisão.
Isso irá garantir que possam ser considerados cenários alternativos de mineração económica
durante a fase de definição de âmbito, de modo a que possa ser desenvolvido um projecto mais
aceitável ambiental e socialmente, mantendo ao mesmo tempo um desenvolvimento de mina prático
e realista.

PROJECTO DE GRAFITE DE ANCUABE

A empresa começou com um estudo de escopo técnico e concluiu em Abril de 2017.


Adicionalmente, foram encomendados estudos de viabilidade em Abril de 2017 que incluem trabalho
de teste metalúrgico e espera-se que sejam concluídos em Novembro de 2017. Os resultados
iniciais indicam concentrado de grafite de elevada pureza. A grafite de Ancuabe é conhecida pelo
seu floco de tamanho grande e suas propriedades para produzir um concentrado de pureza alta. O
floco de grafite de alta pureza goza de uma posição premium (de qualidade superior) significante
no mercado de Bateria de Iões de Lítio (LIB) e o floco de grafite de tamanho grande beneficia de
preços ainda mais elevados para oferta no mercado de grafite em expansão. Prevê-se que o
desenvolvimento da mina de grafite irá beneficiar as comunidades locais que vivem nas imediações
da mina através da criação de empregos directos e indirectos. O desenvolvimento proposto também
aumentará os royalties de mineração pagos ao Governo Moçambicano e resultará na
implementação de vários projectos de Responsabilidade Social Corporativa para alavancar o
projecto das comunidades afectadas, os detalhes deste projecto serão determinados em consulta
com as comunidades.

DESCRIÇÃO GERAL DO PROCESSO DE MINERAÇÃO

Antes da mineração, a vegetação será removida através de meios mecânicos e o solo superficial
será removido e cuidadosamente armazenado para apoiar na subsequente reabilitação.

A grafite será extraída usando métodos convencionais de mineração a céu aberto que incluirão
perfuração e detonação, técnicas de carga e transporte para extrair o minério. Inicialmente o
material oxidado mais macio próximo da superfície (tipicamente a parte superior de 5-10m do
depósito,) será quebrado com uma bulldozer e assim que for encontrada a rocha dura, serão
utilizadas as técnicas de perfuração e detonação.

O minério extraído será processado no local através de uma série de etapas que incluem trituração

Coastal & Environmental Services iii Grafex Lda. Ancuabe


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do minério, seguido de moagem, que é um processo usado para reciclar o minério de grandes
dimensões de volta para o moinho primário e o minério de tamanho menor para o circuito de
flotação. Este passo é para assegurar que o minério atinja o tamanho óptimo de partícula para o
beneficiamento da grafite. O produto do circuito de moagem passa então por uma série de estágios
de flotação antes do concentrado ser engrossado para produzir concentrado de grafite em solução.
O concentrado é então filtrado, secado e rastreado para produzir vários produtos de grafite de
diferentes tamanhos no local da mina. Cada produto de grafite seco será armazenado em caixas
de armazenamento dedicadas antes de ser embalado em sacos para carga a granel de 1 tonelada
prontos para expedição por estrada para o porto para envio.

Os rejeitos produzidos pelo processo são alimentados pelo espessador de rejeitos onde é
adicionado o floculante para acelerar a sedimentação e separação de sólidos da água. Os rejeitos
espessados são depois bombeados para a Instalação de Armazenamento de Rejeitos (TSF) para
eliminação. A água de excesso do espessante gravita para a lagoa de água do processo e é
reciclada na planta de processamento.

A água de retorno da barragem de rejeitos também será recuperada através de um sistema de


decantação para ser bombeada directamente para a barragem de água de processo para
reutilização na planta de processo. Serão recolhidas a água de precipitação não processada, o
escoamento da planta e uma porção da água usada para aplicações de lavagem em geral em uma
represa de contenção de onde será bombeada para a represa de água de processo para
reciclagem.

Prevê-se que a quantidade total de minério a ser tratada pela planta de processo, anualmente, seja
em média 1 milhão de toneladas durante a vida útil da mina. Estima-se que a vida útil da mina seja
acima de 25 anos.

INFRAESTRUTURA

Será necessária a seguinte infraestrutura como parte do desenvolvimento e cada uma delas será
avaliada durante a AIASS e estudos económicos do projecto:
 Estradas no local que fornecem o acesso das estradas existentes de cascalho até ao
acampamento da mina proposto, planta, edifícios de escritórios, pátios de manutenção,
armazenamento de água, armazenamento de rejeitos e outras infraestruturas;
 Uma área de armazenamento temporário de materiais e equipamentos de construção de
aproximadamente 250 m x 250 m no total, em vários locais. Esta área continuará a ser
utilizada durante a fase de operação, embora a área real de terra necessária possa ser
reduzida para uma de aproximadamente 100m x 100m;
 Acampamento de acomodação durante o período de construção para aproximadamente 200
pessoas;
 Acampamento da Mina para acomodar cerca de 100 pessoas em unidades habitacionais
individuais para a fase de operação;
 Pequeno posto de saúde para funcionários e empreiteiros;
 Escritórios do local situados adjacentes a planta. As dimensões exactas e a localização
serão determinadas à medida em que o projecto avançar e forem conhecidos mais detalhes;
 Serviços do local incluindo áreas de armazenamento de combustível contidas de derrame e
estação de abastecimento, instalação de tratamento de água potável, instalação de
tratamento de esgotos, instalação de armazenamento de explosivos da mina e planta de
laboratório;
 Uma cerca perimétrica ao redor da central eléctrica, incluindo subestação de energia e
transformadores e será estabelecido o acampamento; e
 Uma planta de processo que inclui uma planta de oficina e armazém, armazenamento de
reagentes e consumíveis, sala de controle, vestiário, escritórios da planta, central eléctrica,
subestações e transformadores e planta móvel
 Um local de aterro será necessário, uma vez que as operações de mineração gerarão
resíduos sólidos gerais (alimentos, vidro, papel, madeira, metal, óleos e lubrificantes) que
precisarão ser descartados adequadamente em locais de lixo designados. O site do aterro
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será determinado com base na adequação ambiental para evitar lixiviados etc.

Além disso, o projecto de Grafite de Ancuabe incluirá:


 Instalação de armazenamento de rejeitos.
 Depósito de estéril abrangendo até 83 Mt nos primeiros 30 anos de operação.
 Barragem de água bruta com capacidade aproximada de 2 Mm3

A posição e dimensão exacta desta infraestrutura não está no momento definida e terão de ter em
conta sensibilidades ambiental e requisitos de engenharia económica que se tornarão mais claras
à medida que o processo de AIA prossegue.

AMBIENTE BIOFÍSICO EXISTENTE

A maioria do recurso da grafite de Ancuabe está situado na floresta uniforme não perturbada e na
Floresta de Miombo com árvores altas e estrutura complexa. Pesquisas iniciais sugerem que essa
área seria classificada como Habitat Natural de acordo com os padrões da IFC. Prevê-se também
que a diversidade de espécies faunísticas seja relativamente elevada para este local dado que o
habitat disponível está em grande parte intacto, embora se preveja que esta diversidade se limite à
herpetofauna, aves e pequenos mamíferos. A diversidade faunística é maior em áreas de habitat
natural e de acordo com entrevistas com as comunidades locais, ocorrem na área mamíferos de
grande porte, incluindo leão, leopardo, elefante, impala, macacos samango e babuínos estes são
susceptíveis de estar ausentes devido às pressões de caça na área, no entanto, é provável que
ocorram no Parque Nacional das Quirimbas, que ocorre imediatamente a norte do local do projecto
(~ 12 km) e ~ 3 km da zona tampão de 10 km colocado ao redor da reserva.

AMBIENTE SOCIAL EXISTENTE

A área do projecto é caracterizada por actividade humana limitada. As únicas machambas que
ocorrem dentro da área mesma estão ao longo do ponto mais a sudoeste da estrada de transporte
(onde a estrada de transporte se une à estrada principal), aproximadamente cinco machambas e
machambas associadas dentro do local proposto da represa (WSF). Não existem actualmente
comunidades a residir no resto da área do projecto. Prevê-se que ocorra algum reassentamento
económico (a perda de actividade económica e meios de subsistência, tal como a perda de campos
de cultivo) e o reassentamento físico. No geral, o uso da área do projecto para a agricultura parece
ser muito limitado, e a área é usada principalmente para uso dos recursos naturais (lenha, colheita
de plantas e caça). Também pareceu haver sinais limitados de colheita para a produção de carvão.

AVALIAÇÃO DE RISCOS E PASSOS SEGUINTES

Como parte deste relatório, foi realizada uma avaliação de risco ambiental para identificar impactos
e questões relevantes que terão de ser abordados na próxima AIAS. Foram avaliados os impactos
ambientais e sociais no nível mais amplo das questões e usou-se uma escala de avaliação de risco
para identificar os riscos significantes relacionados ao projecto.

É aplicada, aos impactos identificados do projecto, uma escala de significância ambiental, que avalia
a importância de um impacto específico. Foi de seguida avaliada a dificuldade de mitigar impactos
(potencial de mitigação) e foi usada a relação entre a significância do impacto e o potencial de
mitigação para avaliar o risco residual após a aplicação das medidas de mitigação, com base na
matriz do Capítulo 7 do relatório

Coastal & Environmental Services v Grafex Lda. Ancuabe


Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência– Julho 2017

As implicações das quatro categorias de risco são as seguintes:

Risco Descrição
Seriam necessárias acções de mitigação significativas para reduzir esses
riscos. Em alguns casos, pode não ser possível reduzir esses riscos
Extremo
extremos, o que significa que eles são susceptíveis de impedir que a opção
seja usada (levantada como bandeira vermelha nesta avaliação).
Estes riscos são de natureza grave, e sem medidas de mitigação efectivas
seriam os principais entraves do projecto. Estes teriam de ser monitorados e
Elevado
geridos, e em combinação com os grandes riscos podem exigir a utilização
de uma opção diferente para atingir os objectivos do projecto.
Estes riscos são de natureza menos grave, mas ainda são importantes e têm
de ser reduzidos para o Nível Mais Baixo Possível para benefício do ambiente
Médio
ou da rede social afectada. Isoladamente, estes riscos são geralmente
insuficientes para impedir que o projecto prossiga.
Estes riscos são geralmente aceitáveis para o projecto e para o ambiente, e
a mitigação é desejável, mas não essencial. As melhores práticas da
Baixo
indústria, no entanto, devem ser seguidas e os riscos mitigados para evitar
um efeito cumulativo desses impactos.

É importante notar que todos os riscos serão avaliados de forma mais abrangente como parte dos
estudos de especialidade e da AIAS. A avaliação preliminar de riscos permite simplesmente
identificar as falhas fatais e os principais obstáculos numa fase inicial do projecto e garantir que são
alocados recursos suficientes para mitigação destas questões. Da mesma forma, foram também
identificados e avaliados potenciais impactos positivos associados aos desenvolvimentos propostos
utilizando a mesma escala de classificação. A intenção é de serem desenvolvidas medidas para
potenciar estes impactos, tanto quanto possível, como parte dos estudos de especialidade.

São apresentados a seguir os riscos biofísicos (Tabela 1) e socioeconómicos (Tabela 2) para o


desenvolvimento proposto:

Tabela 1: Resumo dos riscos biofísicos associados ao projecto


Riscos Biofísicos associados ao projecto
Classificação de Potencial de
Questão Risco
Significância Mitigação
Resíduos perigosos Moderada Alcançável BAIXO
Facilmente
Resíduos sólidos Moderada BAIXO
Alcançável
Contaminação de águas superficiais
Moderada Alcançável BAIXO
e águas pluviais
Qualidade da água subterrânea Elevada Alcançável MÉDIO
Ruído Baixa Alcançável BAIXO
Qualidade do ar Moderada BAIXO
Facilmente
Uso de energia Moderada BAIXO
Alcançável
Emissão de Gases de Efeito Estufa Moderada Alcançável BAIXO
Perda de biodiversidade (fauna e
Elevada Difícil ELEVADO
flora)
Fragmentação de habitat & perda de
Elevada Difícil ELEVADO
spp de fauna & flora.
Perturbação das linhas de drenagem
Elevada Difícil ELEVADO
e das zonas húmidas
Alteração da dinâmica da bacia
Elevada Difícil ELEVADO
hidrográfica
Questões de Biodiversidade
Moderada Alcançável BAIXO
associadas à Gestão da TSF
Impactos da mineração na
Baixa Difícil BAIXO
produtividade do solo
Perda de Serviços do Ecossistema Baixa Difícil BAIXO

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Tabela 2: Resumo dos riscos socioeconómicos associados ao projecto

Riscos socioeconómicos associados ao projecto


Classificação da Potencial de
Questão Risco
significância Mitigação
Mudanças na paisagem e qualidade
Moderada Difícil MÉDIO
visual
Facilmente
Benefícios de emprego Elevada (+ va) SEM RISCO
alcançável
Condições de trabalho Baixa Alcançável BAIXO
Saúde e Segurança no Trabalho Moderada Difícil MÉDIO
Acesso Baixa Alcançável BAIXO
Segurança Baixa Alcançável BAIXO
Impactos no tráfego Elevada Alcançável MÉDIO
Saúde comunitária e doenças
Moderada Alcançável PEQUENO
transmissíveis
Facilmente
Benefícios nacionais e regionais Moderada (+va) SEM RISCO
alcançável
Facilmente
Desenvolvimento Social Elevada (+ va) SEM RISCO
alcançável
Imigração Moderada Muito Difícil ELEVADO

A área-alvo do Projecto de Grafite de Ancuabe ocorre em uma porção de terra que está em um
estado natural com vegetação intacta e bem estabelecida alimentada pela rede de rios da bacia.
Espera-se que a diversidade faunística seja relativamente elevada para Moçambique, dada a
situação da vegetação e do habitat disponível. A infraestrutura existente na área do projecto é
limitada às estradas terciárias e há um número mínimo de habitantes restrito ao início da estrada
de transporte/corredor da linha de energia e ao pequeno local da área da barragem. Diante disso,
o número de riscos biofísicos do projecto são maiores do que os riscos sociais do projecto.

Uma avaliação de potenciais riscos associados à mina de grafite de Ancuabe neste local encontrou
um total de:

 Onze riscos sócioeconómicos, sendo os únicos riscos elevados associados à imigração.


 Catorze riscos biofísicos estão associados à mineração desses depósitos. Quatro foram
considerados como riscos elevados, cinco foram considerados riscos médios e cinco, riscos
baixos.

A AIAS irá investigar mais esses riscos para determinar como eles podem ser geridos para que os
seus impactos possam ser reduzidos. Embora possa ser necessário algum reassentamento, devido
ao pequeno número de famílias e machambas na área, espera-se que este seja limitado.

Além desses riscos, foram também identificadas duas oportunidades (impactos positivos). A
geração de emprego na área será um benefício significativo, bem como o desenvolvimento
económico que pode ser estimulado por tais oportunidades. O emprego irá aumentar os níveis de
renda familiar e o poder de compra, o que, por sua vez, resultará num aumento nas bancas e lojas
comerciais informais, bem como em empresas emergentes e prestadores de serviços. Há também
a oportunidade para o desenvolvimento de competências na formação da população local para
melhorar suas competências em várias áreas que serviriam o sector de mineração e agrícola. Além
disso, os grandes projectos como este tem a vida útil do projecto e a capacidade económica para
estabelecer programas de desenvolvimento social de longa duração.

São propostos os seguintes estudos de especialidade para a fase de AIAS e os Termos de


Referência para cada estudo são apresentados no Capítulo 8.

1. Avaliação da Vegetação
2. Avaliação da Fauna Terrestre
3. Avaliação dos Peixes
4. Avaliação do Uso da Terra, Recursos Naturais e Agricultura
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5. Avaliação da Água Subterrânea e Geoquímica


6. Avaliação das Águas Superficiais e Aquáticas
7. Estudo dos Requisitos de Fluxo Ambiental do Rio Muaguide
8. Avaliação do Impacto Socioeconómico
9. Avaliação de Impacto na Saúde a Nível da Definição do Âmbito
10. Avaliação da Gestão de Resíduos
11. Avaliação do Tráfego, Transporte e Visual
12. Avaliação da Qualidade do Ar
13. Avaliação de Impacto de Detonação
14. Estudo de Encerramento e Reabilitação
15. Plano de Acção de Reassentamento

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Este Relatório deve ser citado da seguinte forma: Coastal & Environmental Services, Julho 2017,
Grafex Limitada. Projecto de Grafite de Ancuabe, Rascunho do Relatório de Pré-viabilidade
Ambiental e Definição de Âmbito, CES, Cidade do Cabo.

Direitos Autorais
Este documento contém informações de propriedade intelectual e propriedade que estão
protegidas por direitos autorais a favor da EOH Coastal & Environmental Services (CES) e
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distribuído a terceiros sem o consentimento prévio por escrito da CES. Este documento é
elaborado exclusivamente para apresentação à Grafex Limitada, e está sujeito a todos os
segredos de confidencialidade, direitos autorais e comerciais, regras de propriedade intelectual e
práticas de Moçambique e África do Sul.

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TABELA DE CONTEUDOS

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 15
1.1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 15
1.2. O Proponente ................................................................................................................ 15
1.3. Os Consultores .............................................................................................................. 16
1.4. EXPERIÊNCIA DA EQUIPA .......................................................................................... 16
1.4.1. Equipa da EOH Coastal & Environmental Services de Gestão do Processo de
AIASS 16
2. PROCESSO DE AIASS ........................................................................................................ 18
2.1. O Processo de Avaliação do Impacto Ambiental em Moçambique ................................ 18
2.1.1. Passo 1: Pré-avaliação (Instrução do Processo para Categorização) .................... 18
2.1.2. Passo 2: Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definicção de Âmbito e Termos de
Referência............................................................................................................................. 19
2.1.3. Passo 3: Revisão do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental Definição de Âmbito e
Termos de Referência pelas Autoridades.............................................................................. 19
2.1.4. Passo 4: O Processo de Participação Pública ....................................................... 19
2.1.5. Passo 5: Estudo de Impacto Ambiental e Plano de Gestão Ambiental (PrGA) ....... 20
2.1.6. Passo 6: Revisão do Relatório de Impacto Ambiental e Plano de Gestão Ambiental
Pela Autoridade..................................................................................................................... 20
2.2. Legislação MoçambiCANA aplicável ............................................................................. 21
2.3. Padrões internacionais aplicados a este projeCto ......................................................... 27
2.3.1. Padrões de Desempenho da Corporação Financeira Internacional ....................... 27
2.3.2. Directrizes Gerais de SSMA da IFC ....................................................................... 31
2.3.3. Directrizes da IFC para SSMA na Mineração ......................................................... 31
2.4. Convenções internacionais ............................................................................................ 31
3. DESCRIÇÃO DO PROJECTO .............................................................................................. 33
3.1. Introdução e Antecedentes do ProjeCto ........................................................................ 33
3.2. Fundamentação para este desenvolvimento ................................................................. 33
3.3. DESCRIÇÃO GERAL DO PROCESSO DE MINERAÇÃO PROPOSTO ........................ 34
3.3.1. Limpeza da vegetação ........................................................................................... 34
3.3.2. Método de Mineração ............................................................................................ 35
3.3.3. Infraestrutura ......................................................................................................... 39
3.3.4. Fontes de Água e Energia ..................................................................................... 42
3.3.5. Transporte ............................................................................................................. 42
3.4. Oportunidades de emprego ........................................................................................... 42
3.5. Alternativas do ProjeCto ................................................................................................ 43
3.5.1. Alternativas Fundamentais..................................................................................... 43
3.5.2. Alternativas Incrementais ....................................................................................... 44
4. DESCRIÇÃO DO AMBIENTE BIOFÍSICO............................................................................. 45
4.1. AMBIENTE FÍSICO ....................................................................................................... 45
4.1.1. Clima ..................................................................................................................... 45
4.1.2. Topografia ............................................................................................................. 46
4.1.3. Hidrologia .............................................................................................................. 48
4.1.4. Geologia e Solos ................................................................................................... 50
4.1.5. Uso da terra ........................................................................................................... 51
4.2. AMBIENTE BIOLÓGICO ............................................................................................... 53
4.2.1. Vegetação ............................................................................................................. 53
4.2.2. Fauna .................................................................................................................... 55
4.2.3. Eco-regiões do WWF ............................................................................................. 55
4.2.4. Áreas Protegidas ................................................................................................... 56

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5. DESCRIÇÃO DO AMBIENTE SOCIOECONÓMICO ............................................................. 58


5.1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 58
5.2. DEMOGRAFIA E INFRAESTRUTURA SOCIAL ............................................................ 58
5.2.1. Província de Cabo Delgado ................................................................................... 58
5.2.2. Distrito de Ancuabe................................................................................................ 58
5.2.3. Vila de Ancuabe..................................................................................................... 59
5.2.4. Comunidades......................................................................................................... 59
5.3. SECTORES DE EMPREGO .......................................................................................... 59
5.4. ESTRATÉGIAS DE AGRICULTURA E DE MEIOS DE SUBSISTÊNCIA ....................... 59
5.5. CONTEXTO SOCIOECONÔMICO ................................................................................ 60
6. PROCESSO DE ENGAJAMENTO DAS PARATES INTERESSADAS E COMUNITDADES . 61
6.1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 61
6.2. LEGISLAÇÃO DE MOÇAMBIQUE ................................................................................ 61
6.3. Regulamentos e requisitos da IFC para o enGAJAMENTO das partes interessadas E
AFECTADAS ............................................................................................................................ 62
6.4. ACTIVIDADES DE PARTICIPAÇÃO PÚBLICA ............................................................. 62
6.4.1. Processo de Engajamento das Partes Interessadas e Afectadas no EPDA ........... 62
7. AVALIAÇÃO PRELIMINAR DO RISCO AMBIENTAL E SOCIAL........................................... 64
7.1. Metodologia de Avaliação de Riscos ............................................................................. 64
7.2. PRINCIPAIS IMPACTOS BIOLÓGICOS E RISCOS ...................................................... 66
7.3. PRINCIPAIS IMPACTOS E RISCOS SOCIAIS E DE PLANEAMENTO ......................... 71
8. TERMOS DE REFERÊNCIA PARA ESTUDOS DE ESPECIALIDADE ................................. 77
8.1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 77
8.2. EQUIPA DE ESPECIALISTAS ...................................................................................... 78
8.3. TERMOS DE REFERÊNCIA DETALHADOS ................................................................ 83
8.3.1. Estudo 1 - Avaliação da Vegetação ....................................................................... 83
8.3.2. Estudo 2 - Avaliação da Fauna Terrestre ............................................................... 83
8.3.3. Estudo 3 - Avaliação dos Peixes ............................................................................ 84
8.3.4. Estudo 4: Avaliação da Terra, Uso de Recursos Naturais e Agricultura ................. 84
8.3.5. Estudo 5: Avaliação das Águas Subterrâneas e Geoquímica ................................ 85
8.3.6. Estudo 6 - Avaliação das Águas Superficiais e Aquáticas ...................................... 86
8.3.7. Estudo 7: Estudo de Requisitos de Fluxo Ambiental do Rio Muaguide .................. 86
8.3.8. Estudo 8: Avaliação de Impacto Socioeconómico .................................................. 86
8.3.9. Estudo 9: Avaliação de Impacto na Saúde (HIA) a Nível da Definição de Âmbito .. 87
8.3.10. Estudo 10: Avaliação da Gestão de Resíduos ....................................................... 88
8.3.11. Estudo 11: Avaliação do Tráfego, Transporte e Visual........................................... 88
8.3.12. Estudo 12: Avaliação da Qualidade do Ar .............................................................. 88
8.3.13. Estudo 13 - Avaliação de Impacto de Detonação................................................... 89
8.3.14. Estudo 14 - Plano Conceptual de Encerramento e Reabilitação ............................ 89
8.3.15. Estudo 15 - Plano de Acção de Reassentamento .................................................. 90
9. CONCLUSÕES E CAMINHOS A SEGUIR ............................................................................ 91
9.1. CONCLUSÕES ............................................................................................................. 91
9.1.1. Conclusões biofísicas ............................................................................................ 91
9.1.2. Conclusões socioeconómicas ................................................................................ 92
9.1.3. Resumo das Conclusões ....................................................................................... 92
9.2. CAMINHO A SEGUIR.................................................................................................... 94
9.2.1. Volume 1: Relatório de EPDA (Este Volume)......................................................... 94
9.2.2. Volume 2: Estudos de Especialidade ..................................................................... 94
9.2.3. Volume 3: Relatório de Impacto Ambiental, Social e de Saúde (REIA) .................. 94
9.2.4. Volume 4: Relatório do Processo de Participação Pública ..................................... 95
9.2.5. Volume 5: Programas de Gestão Social e Ambiental ............................................. 95
10. REFERÊNCIAS..................................................................................................................... 96

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Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência– Julho 2017

LISTA DE FIGURAS
Figura 3-1: Mapa de localização que indica a posição da área da Mina proposta ......................................... 34
Figura 3-2: Diagrama de fluxo ilustrando o processo de mineração. .............................................................. 37
Figura 3-3: Mapa que ilustra o limite do projecto (traçado vermelho) para a infraestrutura proposta e a estrada
de transporte ............................................................................................................................................ 40
Figura 3-4: Mapa que ilustra a infraestrutura proposta dentro do limite do projecto (traçado vermelho) ....... 41
Figura 4-1: Gráfico do Clima de Ancuabe, Moçambique. ............................................................................... 46
Legenda: .......................................................................................................................................................... 46
Low – Baixa; High – Alta; Precip - Precipitação .............................................................................................. 46
Figura 4-2: Gradiente da Área do Projecto da Mina de Grafite de Ancuabe do Oeste (esquerda) à Este (direita).
................................................................................................................................................................. 46
Figura 4-3: Hidrologia da Área do Projecto de Grafite de Ancuabe ................................................................ 49
Legenda: .......................................................................................................................................................... 49
Project boudary – Limites do Projecto; cities and villages – cidades e comunidades; River names – nomes
dos rios; rivers and drainage - rios e drenagem; Title – Título; Region hydrology – Hidrologia da região;
March – Março; Date – data; CES Project Code – Código do Projecto da CES; drawn by – desenhado
por. ........................................................................................................................................................... 49
Figura 4-4: Mapa geológico que indica os vários complexos.......................................................................... 50
Figura 4-5: Eco-regiões e Áreas Protegidas do WWF ao redor do local do projecto ..................................... 57
Legenda ........................................................................................................................................................... 57
Eastern Miombo Woodland – Floresta de Miombo Oriental; Southern Zanzibar-Inhambane coastal forest
mosaic – Mosaico Florestal Costeiro do Sul de Zanzibar-Inhambane; Project área – área do projecto;
Quirimba National Park – Parque Nacional das Quirimbas; Niassa Reserve – Reserva do Niassa; Study
área – área de estudo; Quirimbas 10km buffer zone – Zona tampão de 10km das Quirimbas ............. 57
Figura 5-1: Área do projecto (bloco verde) em relação às comunidades mais próximas ............................... 58
Figura 5.2: Machambas localizadas ao longo da entrada de transporte em direcção ao local do projecto ... 60
Figura 9-1: Mapa que ilustra a situação natural, social e de infraestrutura existente dentro da área do projecto.
................................................................................................................................................................. 93

LISTA DE TABELAS
Tabela 2.1: Lista da legislação aplicável. ........................................................................................................ 22
Tabela 2.2: Padrões de Desempenho da IFC. ................................................................................................ 27
Tabela 2.3: Convenções internacionais aplicáveis ao projecto. ..................................................................... 31
Tabela 3-1: Trabalhos qualificados, semi-qualificados e não qualificados, provavelmente empregados durante
as fases de construção e operação do projecto. Estes números representam o número máximo de
indivíduos que serão empregados. ......................................................................................................... 43
Tabela 4-1: Resumo dos dados climáticos de Ancuabe ................................................................................. 46
Tabela 4.2: Espécies listadas na Lista de Dados Vermelhos de Moçambique que podem ocorrer no local . 55
Tabela 7.1: Escala de classificação da significância ambiental ...................................................................... 64
Tabela 7.2: Grau de escala de classificação de dificuldade de mitigação ...................................................... 65
Tabela 7.3: Matriz de risco derivada do emparelhamento da significância do impacto e da dificuldade de
mitigação.................................................................................................................................................. 65
Tabela 7.4: Categorias de risco ....................................................................................................................... 65
A área em que a mina de Grafite de Ancuabe foi proposta é considerada um ecossistema natural e não
modificado com a comunidade mais próxima e a estrada principal a aproximadamente 10 km de
distância. Um total de catorze riscos biológicos foram identificados, quatro dos quais são considerados
risco Elevados no ambiente biológico. Estes são apresentados em maior detalhe abaixo na Tabela 7.5.
................................................................................................................................................................. 66
Tabela 7.5: Resumo dos riscos biológicos ...................................................................................................... 67
Tabela 7.6: Resumo dos impactos e riscos sociais e de planeamento .......................................................... 72
Tabela 9.1: Um resumo dos riscos biofísicos associados ao projecto ............................................................ 91
Tabela 9.2: Quadro 9.2: Um resumo dos riscos socioeconómicos associados ao projecto ........................... 92

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Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência– Julho 2017

LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Ilustração 4.1: Foto ilustrando a área plana no topo da linha do cume entre os Rios Muaguide e Mogido ... 47
Ilustração 4.2: Foto ilustrando a área plana no topo da linha do cume entre os Rios Muaguide e Mogido ... 47
Ilustração 4.3: Foto ilustrando a ligeira inclinação para o leste ...................................................................... 47
Ilustração 4.4: Foto ilustrando o gradiente íngreme em um dos tributários terciários no local ....................... 48
Ilustração 4-5: Grafite exposto a nível da superfície e amostras de testemunho de sondagem para testar a
grafite. ...................................................................................................................................................... 51
Ilustração 4-6: Desmatamento que ocorre na secção oeste do local de estudo para produção de carvão e
agricultura. ............................................................................................................................................... 52
Ilustração 4-7: Uso dos recursos naturais na área do projecto. Produção de carvão vegetal, recolha de bambu,
mineração de gold no leito do rio e recolha de madeira. ........................................................................ 52
Ilustração 4-8: Floresta de Miombo (A) e Floresta Ripariana (B) encontradas na área de estudo................. 54

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Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência– Julho 2017

LISTA DE ACRÔNIMOS E ABREVIATURAS


AfDB Banco Africano de Desenvolvimento
ARA Administração Regional de Aguas
BID Documento de Informação de Base
CES Coastal and Environmental Services
CLO Oficial de Relação com a Comunidade
EVD Estudo de Viabilidade Definitivo
DIPREME Direcção Provincial de Recursos Minerais e Energia
DNAIA Direcção Nacional de Avaliação de Impacto Ambiental
ASS Ambiente, Saúde e Segurança
AIASS Avaliação de Impacto Ambiental, Saúde e Segurança
REIA Relatório de Impacto Ambiental
PGA Programa de Gestão Ambiental
EPDA Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito
EPFI Instituição Financeira de Princípios de Equador
AIAS Análise de Impacto Ambiental e Social
PIB Producto Interno Bruto
ha Hectare
IDH Índice de Desenvolvimento Humano
HMC Concentrado de Minerais Pesados
I&APs Partes Interessadas e Afectadas
IFC Corporação Financeira Internacional
OIT Organização Internacional do Trabalho
INE Instituto Nacional de Estatística
IUCN União Internacional de Conservação da Natureza
KVa Kilo volt amperes
MICOA Ministério Para a Coordenação da Acção Ambiental
MIGA Agencia de Garantia de Investimento Multilateral
MIREME Ministério de Recursos Minerais e Energia
MITADER Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural
MSL Nível Medio do Mar
NGO Organização Não-Governamental
NPO Organização Não-Lucrativa
PGAO Plano de Gestão Ambiental de Operação
EPV Estudo de Pré-viabilidade
PD Padrões de Desempenho
PPP Processo de Participação Publica
PAR Plano de Acção de Reassentamento
QPR Quadro da Politica de Reassentamento
PGAS Plano de Gestão Ambiental e Social
SEP Plano de Engajamento das Partes Interessados e Afectadas
PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
WCP Planta de Concentrado Húmido
WHIMS Separador Magnético de Alta Intensidade Húmido
WWF Fundo Mundial para a Natureza

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Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência – Julho 2017

1. INTRODUÇÃO

1.1. INTRODUÇÃO

A GRAFEX Lda. propôs o desenvolvimento do Projecto de Grafite de Ancuabe localizado no


Distrito de Ancuabe, na Província de Cabo Delgado, no Norte de Moçambique. O Projecto de
Grafite de Ancuabe abrange três licenças de mineração adjacentes (EL 5380, EL 5305 e
EL5336) e todas estão incluídas neste relatório de EPDA.

A grafite é classificada pela forma, tamanho e pureza com a grafite em flocos considerada
mais desejável do que a grafite amorfa, e por isso existem dois mercados principais para a
grafite; 1) grafite amorfa (microcristalina) e 2) grafite em flocos (cristalina) (Leak, 2014). A
grafite em flocos é de uma qualidade superior à da grafite amorfa e pode ser utilizada em
aplicações tradicionais e de alta tecnologia. Pelo contrário, a grafite amorfa não pode e, por
conseguinte, não é adequada para refractários ou baterias que são os dois principais motores
do sector da grafite. A grafite deriva o seu valor através do tamanho do floco e a pureza do
concentrado. A grafite de Ancuabe é conhecida pelo seu grande tamanho dos flocos e suas
propriedades para produzir um concentrado de alta pureza. Flocos de grafite de alta pureza
levam a um prémio significativo no mercado de baterias de ferro lítio (BFL) e grafite de floco
de tamanho grande comanda os preços ainda mais elevados para a oferta no mercado de
grafite expansível. As regiões de mercado-alvo incluem a China e a Ásia, onde estão
localizadas as instalações de produção de grafite expansível e as de melhoramento de
baterias de íões de lítio.

De acordo com as melhores práticas, este relatório de definição de âmbito está a ser realizado
no início do processo de tomada de decisão. Isso garantirá que cenários alternativos de
mineração podem ser considerados durante a fase de definição de âmbito, que os impactos
ambientais potencialmente altos possam ser evitados através de mudanças de projecto e
traçado, e que mudanças de processo para mitigar os impactos possam ser consideradas no
início do projecto. Tudo isso leva a um projecto mais ambientalmente apropriado e
socialmente aceitável.

1.2. O PROPONENTE

A Grafex Limitada (Grafex), é uma empresa Moçambicana com um portfolio de cinco (5)
licenças de prospecção e pesquisa de grafite na Província de Cabo Delgado em Moçambique
e que posteriormente serão convertidas em Licenças de Mineração. A Grafex Limitada
(Grafex) é uma subsidiária da Triton, uma companhia de exploração de minerais
diversificados na Austrália, listada na Australian Securities Exchange (ASX). Em 2012, a
Triton assinou um contrato para adquirir uma participação nas áreas minerais da Grafex e,
até o momento, adquiriu 80% das acções da Grafex.

A Triton, através da Grafex, pretende tornar-se um fornecedor a longo prazo do mercado de


concentrado de grafite premium através dos seus projectos em Moçambique, proporcionando
um futuro sustentável para várias gerações.

O proponente deste projeto é a Grafex Limitada:

Sr. Peter Canterbury


CEO & Director Geral
Triton Minerals Ltd
Ground Floor, 10 Outram St
WEST PERTH WA 6005
Tel: +61 8 6489 2555
Fax: +61 8 9388 1252
Email: pcanterbury@tritonminerals.com
Website: www.tritonminerals.com

Coastal & Environmental Services 15 Grafex Lda. Ancuabe


Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência – Julho 2017

1.3. OS CONSULTORES

O documento foi elaborado pela Coastal & Environmental Services Mozambique Limitada
(CES) para cumprir as leis ambientais nacionais, bem como vários padrões internacionais. A
CES é uma empresa registada em Moçambique, no Ministério da Terra, Ambiente e
Desenvolvimento Rural (MITADER) (Apêndice 2) e tem sólidos conhecimentos e equipas
multidisciplinares para realizar avaliações de impacto ambiental e programas de gestão
ambiental.

O endereço de contacto da CES é:

Sra Sonne Odendaal


Avenida da Mozal,
Porta 2334 Beluluane Celula D. Quarteirão 02,
Maputo, Moçambique
Tel.: +258 (84) 890 0914
Email: sonneo2006@gmail.com
Website: www.cesnet.co.za

Em conjunto com:

dra. Amber Jackson


EOH Coastal and Environmental Services (CES)
Suite 408, The Point
76 Regent Road
Sea Point, 8005
África do Sul
Telephone: +27 21 045 0900
Fax: +27 46 622 6564
Website: www.cesnet.co.za
Email: a.jackson@cesnet.co.za

1.4. EXPERIÊNCIA DA EQUIPA

1.4.1. Equipa da EOH Coastal & Environmental Services de Gestão do Processo de


AIASS

Dr. Ted Avis - Líder / Revisor do Projeto


Ted Avis é um líder especialista no campo de Avaliações de Impacto Ambiental, tendo gerido
projectos de AIASS de grande escala para responder a padrões internacionais (por exemplo,
Corporação Financeira Internacional). Ted foi consultor principal do projecto Corridor Sands
Limitada para o desenvolvimento de todos os aspectos ambientais do projecto de US $1
bilhão da Corridor Sands. Ted também geriu estudos de AIASS de âmbito semelhante no
Quênia, Madagascar, Egipto, Malawi, Zâmbia e África do Sul. Ele trabalhou em AAE de
grande escala na África do Sul, e tem sido contratado pela Corporação Financeira
Internacional (IFC) em uma série de projectos.

Ted foi fundamental no estabelecimento do Departamento da Ciências Ambientais na


Universidade de Rhodes enquanto docento Sênior de Botânica, baseado na sua experiência
na administração de módulos da prática de AIASS. Ele é um Visitante Honorário no
Departamento de Ciências Ambientais em Rhodes. Ele foi um dos primeiros praticantes
certificados em Avaliação Ambiental na África do Sul, obtendo a certificação em Abril de 2004.
Ele publicou documentos na área de AIASS, Avaliação Ambiental Estratégica e Gestão
Integrada da Zona Costeira e é Director da CES desde a sua criação em 1990, e Director
Executivo desde 1998.

Ted é tem um Doutoramento em Botânica e recebeu uma medalha de bronze pela Associação
Sul-Africana de Botânicos pelo melhor doutoramento atribuído naquele ano, intitulado
"Ecologia e Gestão de Dunas Costeiras no Cabo Oriental".
Coastal & Environmental Services 16 Grafex Lda. Ancuabe
Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência – Julho 2017

Amber Jackson – Gestora do Projecto


Amber é consultora ambiental e está empregada na EOH CES nos últimos 3 anos. Tem um
mestrado em Gestão Ambiental e tem experiência em trabalho social e ecológico. Seus
cursos de graduação centraram-se em Ecologia, Conservação e Meio Ambiente, com
especial referência aos efeitos paisagísticos sobre a Herpetofauna, enquanto que o seu
mestrado se concentrou na gestão ambiental de sistemas sociais e ecológicos. Com uma
dissertação em segurança alimentar que investigou o complexo sistema alimentar dos
mercados de distribuição informais e formais. Durante o seu tempo na CES, Amber trabalhou
extensivamente em Moçambique a gerir uma série de Avaliações de Impacto Ambiental e
Social. Ela conduziu duas AIAS de grande escala (> US $ 100.000,00) para a Green
Resources (empresa de plantação floresta baseada em Moçambique) para ambos os padrões
do MITADER e de credores internacionais em conformidade com os requisitos do BAD, BEI
e IFC. Os seus interesses incluem: estudos ecológicos que tratam da fauna e flora indígenas,
bem como gestão de uso do solo e de recursos naturais.

Justin Green - Especialista de GIS & Elaboração de Relatórios


Justin está funcionário na EOH CES desde os últimos 3 anos e tem uma Licenciatura em
Zoologia e Entomologia, bem como um Diploma de Pós-Graduação em Gestão Empresarial
da Universidade de Rhodes. Justin tem estado envolvido em trabalho extensivo em Energias
Renováveis e Projectos de Mineração. Justin desempenhou um papel integral em Avaliações
de Impacto Ambiental, bem como avaliações básicas na África do Sul e numerosos projectos
baseados internacionalmente. Justin também faz parte da equipe de Sistemas de Informação
Geográfica (GIS) e está envolvido na produção de dados de mapeamento, bem como
equipamentos de rastreamento para trabalho de campo.

Coastal & Environmental Services 17 Grafex Lda. Ancuabe


Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência – Julho 2017

2. PROCESSO DE AIASS

2.1. O PROCESSO DE AVALIAÇÃO DO IMPACTO AMBIENTAL EM MOÇAMBIQUE

O Processo de AIASS, regulamentado pelo Decreto Nº 54/2015, é aplicável a todas as


actividades públicas e privadas. O Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural
(MITADER), através da Direcção Nacional de Ambiente (DINAB), é a autoridade responsável
pela avaliação ambiental. O primeiro passo no processo de AIASS em Moçambique é a
categorização ambiental para definir a extensão e o tipo de avaliação ambiental necessária
para um determinado projecto. Os factores que são considerados durante a categorização
incluem:
 A escala e tipo de projecto;
 Localização e sensibilidade do local do projecto;
 Natureza e magnitude dos impactos potenciais.

O Regulamento Moçambicano de AIASS (Artigo 3) define quatro categorias (A+, A, B & C) de


projectos e estes, por sua vez, definem o nível de avaliação ambiental exigido. O projecto que
está sendo considerado aqui é um projecto de categoria A (Anexo I) e está sujeito a uma
AIASS completa conforme definido pelos regulamentos, devido à natureza, escala e
localização do projecto proposto.

As directrizes do Processo de Participação Pública estão estabelecidas no Decreto Ministerial


Nº 130/2006 e são obrigatórias para todos os Projetos da Categoria A+, A and B. O Artigo 14
do Regulamento do Processo de Avaliação de Impacto Ambiental define o Processo de
Participação Pública como uma actividade que envolve audiências públicas e consultas. O
Processo de Participação do Público implica a entrega oportuna de informações sobre os
projectos a todas as partes directamente e indirectamente interessadas e afectadas,
respondendo aos pedidos públicos de explicações sobre o projecto e a formulação de
sugestões.

A participação pública proporciona uma oportunidade para as partes interessadas e afectadas


saberem mais sobre o projecto proposto e fornecerem as suas opiniões. Estas devem ser
incorporadas no processo de AIASS e devem ser utilizadas para orientar as outras fases da
avaliação e ajudar a mitigar potenciais situações de conflicto no início do processo de
planeamento.

Há efectivamente seis (6) principais passos no processo de AIASS:

2.1.1. Passo 1: Pré-avaliação (Instrução do Processo para Categorização)

Todas actividades devem ser categorizadas em conformidade com os Anexos I, II e III como
definido no Artigo 4 do regulamento ambiental, de modo a determinar a categoria do projecto
(A +, A, B ou C) em que a actividade proposta deve ser avaliada.

O Anexo VI do Regulamento de Avaliação do Impacto Ambiental (Formulário da AIA) exige o


preenchimento de um Formulário de Informação Ambiental Preliminar antes do início do
processo de AIASS. Este formulário está estruturado da seguinte forma e inclui os seguintes
detalhes:
 Nome da actividade
 Identidade do requerente
 Endereço, detalhes de contacto
 Localização - Rua; Cidade; Localidade; Distrito; Província
 Tipo de área
 Informações de Zoneamento

Coastal & Environmental Services 18 Grafex Lda. Ancuabe


Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência – Julho 2017

 Descrição da Actividade - Infraestrutura; actividades associadas; breve descrição da


tecnologia necessária para a construção e operação; tipo origem e quantidade de mão de
obra; tipo, origem e quantidade de matérias-primas; produtos químicos a serem utilizados;
tipo, quantidade e origem da água e da electricidade a utilizar; outros recursos
necessários; propriedade da terra (estatuto legal da área física requerida); Locais
alternativos (motivo para escolher o local proposto e identificação de pelo menos dois
locais alternativos); breve descrição ambiental da área e região; Informação suplementar
na forma de mapas e diagramas.
 Data e assinatura do requerente.

O formulário de AIA foi submetido ao MITADER a 28 de Outubro de 2015 e a cópia é fornecida


no Apêndice 1. O Documento de Informações Básicas (BID), que fornece uma descrição
preliminar mais detalhada do projecto proposto, é submetido como um documento separado.

2.1.2. Passo 2: Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definicção de Âmbito e Termos


de Referência

Um Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito (EPDA) é obrigatório para


todas as actividades dos Anexos I e II, conforme definido no Artigo 10 do regulamento de
AIASS.

Os principais objectivos da fase como definido pelos regulamentos de AIASS são:


 Determinar quaisquer falhas fatais ou riscos ambientais associados à implementação da
actividade.
 Determinar o escopo do processo AIASS e desenvolver Termos de Referência para esta
fase caso não sejam identificadas falhas fatais.

Um relatório de EPDA deve ser produzido e deve, no mínimo, incluir o seguinte:

i. Um resumo não técnico que destaque as principais questões e conclusões;


ii. Detalhes do proponente e da equipa de estudo da AIASS;
iii. Extensão espacial da actividade proposta em termos de influências directa e indirecta,
bem como o uso do solo nesta zona antes do projecto de desenvolvimento;
iv. A descrição da actividade e das diferentes acções a empreender, no que diz respeito
a possíveis alternativas nas fases de planeamento, construção, exploração e
descomissionamento;
v. Identificação de características biofísicas e socioeconômicas importantes do ambiente
afectado;
vi. Identificação de qualquer potencial falha fatal;
vii. Identificação de potenciais problemas ou impactos ambientais; e
viii. Identificação dos aspectos que devem ser abordados na fase de estudos da AIASS.

Os Termos de Referência (TdR) descrevem em detalhe as questões a serem investigadas


por cada estudo de especialidade durante a fase seguinte da AIASS (Relatório de Impacto
Ambiental e Plano de Gestão Ambiental).

2.1.3. Passo 3: Revisão do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental Definição de Âmbito


e Termos de Referência pelas Autoridades

O relatório de EPDA e TdR será apresentado em português ao MITADER para revisão. A


autoridade pode solicitar informações adicionais e deve fornecer comentários e
recomendações em termos do estudo de AIASS no prazo de 30 dias após a recepção do
relatório.

2.1.4. Passo 4: O Processo de Participação Pública

Coastal & Environmental Services 19 Grafex Lda. Ancuabe


Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência – Julho 2017

O Processo de Participação Pública (PPP) envolve a consulta com o público em geral. O


processo facilita a divulgação de informações sobre o projecto e a identificação das Partes
Interessadas e Afectadas (PI&As) indirecta e directamente.

O proponente é obrigado a realizar o PPP durante todo o processo de AIASS. Isso inclui
fornecer publicidade suficiente e oferecer oportunidade para as PI&As participem em reuniões
públicas. O PPP será realizado com base em quaisquer directrizes dadas pela autoridade
competente e os resultados do processo serão resumidos num relatório final de participação
pública, de acordo com as directrizes do Processo de Participação Pública, estabelecidas no
Decreto Ministerial Nº 130/2006.

Uma reunião pública deve ser anunciada pelo menos com 15 dias de antecedência, para a
qual todas as PI&As devem ser convidadas e os relatórios técnicos do REIA devem ser
disponibilizados para comentários do público.

2.1.5. Passo 5: Estudo de Impacto Ambiental e Plano de Gestão Ambiental (PrGA)

O processo de AIASS é da responsabilidade do proponente do projecto e da equipa da AIASS


e será realizado de acordo com os Termos de Referência estabelecidos na EPDA. O estudo
será resumido num Relatório de Impacto Ambiental (REIA).

Para responder às questões levantadas durante o processo de EPDA, o estudo de AIASS


incluirá estudos de especialidade para permitir um exame detalhado e aprofundado de
impactos ambientais chave. Uma vez concluídos, as descobertas serão sintetizadas no REIA
e serão fornecidas na íntegra como Volume de Estudos de Especialidade.

Todos os estudos de especialidade incluirão recomendações específicas destinadas a evitar


ou, quando tal não for possível, reduzir os impactos negativos e maximizar os impactos
positivos durante as fases de construção, operação e descomissionamento do projecto
proposto. Estas recomendações serão sintetizadas num Plano de Gestão Ambiental (PGA).

2.1.6. Passo 6: Revisão do Relatório de Impacto Ambiental e Plano de Gestão


Ambiental Pela Autoridade

O Relatório de Impacto Ambiental, o Volume de Estudos de Especialidade e o Plano de


Gestão Ambiental serão apresentados ao MITADER para revisão. A revisão deve ser
realizada no prazo de 45 dias após a recepção dos relatórios finais. Após a conclusão da
revisão, o MITADER fornecerá um registo final da decisão. Com base no Artigo 19 da AIASS,
esta pode ser uma das seguintes:

 Registo positivo da decisão;


 Rejeição total da actividade com base nos resultados dos relatórios e na declaração
final de impacto ambiental;
 Rejeição parcial da actividade com base nos resultados dos relatórios e na declaração
final de impacto ambiental.

Ao fornecer uma licença ambiental, a autoridade competente pode procurar estabelecer


condições de aprovação que sejam juridicamente vinculativas para o proponente. Além disso,
a autoridade pode solicitar alterações ao âmbito do projecto ou estudos adicionais da AIASS.

Coastal & Environmental Services 20 Grafex Lda. Ancuabe


Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência – Julho 2017

2.2. LEGISLAÇÃO MOÇAMBICANA APLICÁVEL

Um resumo da legislação aplicável ao projecto de mineração é apresentado abaixo na Tabela


7.1. Deve-se notar que a lista fornecida abaixo não é exaustiva e restringiu-se a documentos
que têm relevância directa para o meio ambiente e/ou comunidades.

Caixa 2.1: Resumo do processo de AIAS a ser seguido para um projecto de Categoria
A

Coastal & Environmental Services 21 Grafex Lda. Ancuabe


Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência – Julho 2017

Tabela 2.1: Lista da legislação aplicável.

LEGISLAÇÃO DATA DE PROMULGAÇÃO APLICABILIDADE AO PROJECTO


LEGISLAÇÃO NACIONAL
Constituição da República de Dita o direito ao ambiente para cada cidadão no Artigo 90 Nº 1: "Todos os cidadãos terão
2004
Moçambique o direito de viver num ambiente equilibrado e terão o dever de o defender".
LICENCIAMENTO INDUSTRIAL E LEI LABORAL
As empresas de Mineração são obrigadas a cumprir as leis comerciais do país em que
Lei Geral de Investimentos Lei 3/1993, de 24 de Junho
estão a operar
As empresas de Mineração são obrigadas a cumprir as regulamentações trabalhistas do
Lei do Trabalho Lei no. 23/2007 de 1 de Agosto
país onde operam.
QUADRO LEGAL AMBIENTAL, AIA, INSPECÇÕES E AUDITORIAS
Lei 20/1997, de 1 de Outubro
O projecto terá impacto ambiental e, como tal, exigirá uma Avaliação de Impacto
Lei do Ambiente (Conforme alterado pelo Decreto
Ambiental.
42/2008)
Regulamentos Sobre o Processo de Decreto 54/2015 de 31 de O processo e as regras a serem seguidas na realização de uma Avaliação de Impacto
avaliação do impacto ambiental Dezembro Ambiental.

Diploma Ministerial 129/2006 de 19 A autorização ambiental exigida antes do início deste projecto será regulamentada pela
Directiva Geral para AIA
de Julho Legislação de AIA

A participação pública constitui uma parte crucial do processo de AIASS e é obrigatória


para os projectos das categorias A+, A e B. Pelo menos duas sessões de consulta pública
Directiva Geral para o Processo de Diploma Ministerial 130/2006 de 19
devem ser realizadas e um relatório final do processo de participação pública que
Participação Pública no processo de AIA de Julho
responda a todas as perguntas, preocupações e comentários levantados pelas PI&As
deve ser submetido às autoridades com o REIA.

Esta regulamentaão aplica-se tanto a actividades públicas como privadas que


influenciam componentes ambientais, quer directa, quer indirectamente. Em particular,
o regulamento define os tipos e conteúdos das auditorias ambientais, as
Decreto Ministerial 11/2006 de 15 de correspondentes competências necessárias e os perfis dos auditores. Além disso,
Regulamento para Inspeções Ambientais
Junho regula os relatórios de auditoria ambiental e define sanções e penalidades para não
conformidades.
A auditoria e o monitoramento constituem partes cruciais do processo da AIASS, e
como tal, esse acto afecta directamente os requisitos regulatórios aos quais o
proponente deve aderir
Processo de Auditoria Ambiental Decreto Ministerial Decree 25/2011
Junho de 2015
Extractos do Código Penal

Coastal & Environmental Services 22 Grafex Lda. Ancuabe


Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência – Julho 2017

LEGISLAÇÃO DATA DE PROMULGAÇÃO APLICABILIDADE AO PROJECTO


Normas de aplicação de multas e outras Diploma Ministerial 1/2006 de 4 de
sanções previstas na legislação Janeiro
ambiental Essas regulamentações definem as consequências da não-conformidade ambiental e
Diploma Ministerial 7/2005 da violação do proponente
Lei dos Crimes contra o Ambiente

SOCIAL
O objectivo desta lei é proteger os activos tangíveis e intangíveis do património cultural
Moçambicano - por exemplo, Monumentos, edifícios de locais históricos, locais
artísticos e científicos e elementos naturais de interesse científico e estética particular.
Protecção do Património Cultural Esta lei abrange todos os bens culturais que possam ser descobertos no território
Decreto 10/1988 Moçambicano, em particular, no solo, no subsolo, nos leitos de águas interiores ou na
Moçambicano
plataforma continental.
Os recursos patrimoniais podem ser perturbados e afectados pelas actividades de
mineração e, como tal, enquadram-se no âmbito destes regulamentos.
Património Arqueológico Decreto 27/1994, de 20 de Julho
Os recursos patrimoniais podem ser perturbados e afectados pelas actividades de
Regulamento relativo à Protecção do mineração e, como tal, enquadram-se no âmbito destes regulamentos.
Decreto 27/97 de 20 de Julho.
Património Arqueológico,
Estes regulamentos estabelecem as regras e princípios básicos para orientar o processo
de reassentamento resultante das actividades econômicas para as iniciativas públicas e
privadas. Isto é feito para proporcionar uma oportunidade para melhorar a qualidade de
Regulamento do Processo de
vida das famílias afectadas pelo projecto. O Artigo 4 fornece uma lista de princípios que
Reassentamento Resultante de Decreto 31/2012 de 8 de Agosto
orientam o processo de reassentamento resultante. Estes incluem os princípios da
Actividades Econômicas
coesão social; igualdade social; benefícios directos; igualdade social; nenhuma mudança
no nível de geração de renda; participação pública; responsabilidade ambiental; e
responsabilidade social.
A apropriação de terras e os direitos de propriedade são fundamentais para a
implementação do projecto. Esta lei visa estabelecer os termos sob os quais funciona a
criação, extensão, modificação, transferência e cessação do direito de uso e
aproveitamento de terra. Ela regula a propriedade da terra e o domínio público, o direito
Lei de Terras Lei 19/97 de 1 de outubro
de uso e aproveitamento de terra e os poderes e responsabilidades dos órgãos públicos
envolvidos. Em particular, define as obrigações a cumprir pelas entidades estrangeiras
ou nacionais, bem como as taxas a pagar para obter uma licença para a exploração da
terra
A apropriação da terra e os direitos de propriedade são cruciais para a implementação
Decreto 66/1998 de 8 de Dezembro do projecto
Regulamentos da Lei da Terras (Alterado pelo Decreto 1/2003 de 18
de Fevereiro)
Os aspectos relevantes do regulamento incluem:

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a) Onde houver título conjunto, tal título pertence a todos os titulares igualmente.
Quando um dos titulares morre, os demais titulares continuam como titulares
legítimos;
b) As consultas entre os requerentes da terra e a comunidade local são obrigatórias
antes de uma decisão de concessão do título de uso e aproveitamento de terra ser
feita pelo governador provincial ou autoridade superior;
c) Os ocupantes de boa fé e as comunidades locais podem solicitar demarcação e
título; e
d) Os titulares são obrigados a pagar um imposto pela autorização do direito de uso da
terra, acrescido de um imposto anual. As empresas familiares e as comunidades
locais estão isentas desses impostos.

A Lei define os mecanismos de preparação, aprovação, implementação, monitoramento


Lei de Ordenamento Territorial Lei 19/2007 de 18 de Julho e supervisão dos planos de uso da terra, bem como as responsabilidades associadas a
isso.
Esta lei estabelece medidas e procedimentos reguladores para assegurar a ocupação e
Regulamento da Lei de Ordenamento do uso racional e sustentável dos recursos naturais, a valorização do potencial
Decreto No. 23/2008
Território diversificado de cada região, a infraestrutura, os sistemas urbanos e a promoção da
coesão nacional e segurança da população.
ÁGUA
Lei de Águas Lei 16/1991 de 3 de Agosto O quadro jurídico legal para a água e o saneamento
Regulamentos de Licenças e
Decreto 43/2007, de 30 de Outubro
Concessões de Água Será necessária uma licença ou concessão de uso de água para a construção e
Política de Águas Decreto 46/2007 de 21 de Agosto operação deste projecto.
RESÍDUOS, EFLUENTES E EMISSÕES
Este decreto define os padrões de qualidade do ar e de emissão, classificação da água
Decreto N.º 67/2010 que altera o
de acordo com o uso e os relacionados padrões de qualidade e requisitos de emissão,
Regulamento sobre Qualidade Ambiental Decreto 18/2004 de 2 de Junho com especial referência a água potável. Ele também fornece padrões para qualidade do
e Emissões de Efluentes (Conforme alterado pelo Decreto solo e emissões de ruído.
67/2010)
Os acampamantos de trabalho e de construção, bem como acomodação permanente
Regulamentos sobre a Gestão dos Decreto 94/2014 de 31 de
instalados durante a vigência deste projecto estarão sujeitos a estes regulamentos de
Resíduos Sólidos Urbanos Dezembro
resíduos.
Este decreto estabelece as regras gerais para a produção, gestão e eliminação de
Regulamento relativo à Gestão de Decreto N° 83/2014 de 31 de resíduos perigosos em Moçambique. Aplica-se a todas as entidades envolvidas na
Resíduos Perigosos Dezembro eliminação, gestão, importação ou distribuição de resíduos perigosos e estabelece as
taxas e penalidades por incumprimento.

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Regulamento de Gestão e Controle de Sacos Plásticos aplica-se a todas as entidades
Regulamento relativo à Gestão e ao Decreto 16/2015 de 5 de Agosto públicas e privadas, pessoas singulares e colectivas envolvidas na produção, importação,
Controle de Sacos Plásticos.
venda e utilização de sacos de plástico no país.
BIODIVERSIDADE E FAUNA BRAVIA, TERRA
O presente regulamento aplica-se às actividades de protecção, armazenagem,
utilização, exploração e produção de recursos florestais e florestais e abrange a
Lei de Floresta e Fauna Bravia Lei 10/1999 de 7 de Julho
comercialização, o transporte, a armazenagem e o processamento primário, o comércio
ou as aplicações industriais destes recursos.
A gestão da biodiversidade e da fauna bravia fará parte das medidas de mitigação do
projeCto.
Regulamentos de Floresta e Fauna A lei é dividida em nove capítulos. De relevância para esta AIASS são os seguintes
Decreto 10/1999 de 6 de Julho capítulos:
Bravia
 Capítulo 2 sobre a Protecção dos Recursos Florestais e Faunísticos; e
 Capítulo 3 sobre Recursos Florestais Sustentáveis, Regimes de Exploração e
Regimes de Conservação Sustentável da Fauna Bravia.
Regulamento da Lei d Floresta e Fauna O Regulamento de Lei sobre Florestas e Fauna Bravia (Decreto No.12 / 2002) fornece
Decreto 12/2002
Bravia orientações adicionais para a Lei de Floresta e Fauna Braoa (1999).
O Plano Estratégico Nacional para a
Estratégia Nacional e Plano de Acção da O objectivo deste relatório é delinear uma estratégia para assegurar a conservação da
Biodiversidade de 2003 foi
Diversidade Biológica de Moçambique biodiversidade através da integração, treinamento, financiamento e o fortalecimento de
actualizado pelo MITADER em
(2015-2035) parcerias entre os diferentes sectores da sociedade.
2015.
Lei de Controle de Espécies Exóticas O controle de ervas daninhas necessario durante as fases de construção e operação
Lei 25/2008, de 01 de Julho
Invasoras será directamente regulado por esta lei.
Lei de Conservação Lei 16/2015
ACTIVIDADES MINEIRAS
O objectivo deste regulamento é definir medidas destinadas a garantir a segurança e a
Regulamento Técnico de Segurança e
Decreto N.º 61/2006, de 26 de saúde dos funcionários envolvidos em operações de mineração, incluindo a aplicação
Saúde em Actividades Geológicas de
Dezembro de medidas técnicas que evitem acidentes, reduzam riscos profissionais e melhorem a
Mineração
higiene no local de trabalho no sector de mineração.
Estabelece o quadro legal que inclui os mecanismos e procedimentos para o emprego
de estrangeiros nos termos da Lei do Petróleo e Minas, desde que essas actividades
Regulamentação de Contratação de tenham sido aprovadas pela autoridade competente. O Decreto Nº 63/2011 define que,
Decreto n.º 63/2011, de 7 de
cidadãos de nacionalidade estrangeira para as actividades de curto prazo não superiores a 180 dias, a contratação de
Dezembro
no sector de petróleo e mineração trabalhadores estrangeiros qualificados pode ser realizada sem autorização do Ministro
do Trabalho, desde que o Ministério do Trabalho seja notificado no prazo de 15 dias
antes do trabalhador entrar no país.
O objectivo desta lei é regulamentar o uso e a reutilização de recursos minerais para
Lei 20/2014 de 18 de Agosto garantir que as melhores e mais seguras práticas mineiras e socioambientais sejam
A Lei de Minas
aderidas, permitam transparência, o desenvolvimento sustentável a longo prazo dos
recursos minerais dos país e aumento das receitas a favor de Moçambique.

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LEGISLAÇÃO DATA DE PROMULGAÇÃO APLICABILIDADE AO PROJECTO


O objectivo desta lei é regulamentar o uso e a reutilização de recursos minerais para
Decreto Ministerial 20/2014 de 18 de garantir que as melhores e mais seguras práticas mineiras e socioambientais sejam
Regulamentos da Lei de Minas
Agosto aderidas, permitam transparência, o desenvolvimento sustentável a longo prazo dos
recursos minerais dos país e aumento das receitas a favor de Moçambique.
Esta lei define as normas para a prevenção, controle, mitigação e compensação de
efeitos adversos que as actividades de mineração possam causar ao meio ambiente. Ela
Regulamentos Ambientais para Decreto Ministerial 26/2004 de 20 de
prevê igualmente medidas específicas de protecção do ambiente, define os instrumentos
Actividades de Mineração Agosto
de gestão ambiental exigidos (por exemplo, o processo de AIA) e define a utilização de
licenças.
O novo regulamento do trabalho mineiro aborda uma lacuna importante na legislação
sobre o trabalho profissional nesta área que tem gerado emprego para os cidadãos
Moçambicanos, embora também haja um número significativo de trabalhadores
estrangeiros no sector. Para preencher a lacuna da legislação, o Governo de
Regulamentos do Trabalho Mineiro Decreto 13/2015 de 03 de Julho Moçambique aprovou o Regulamento de Trabalho Mineiro através do Decreto 13/2015,
de 3 de Julho. O novo regulamento regula as relações de trabalho entre os empregadores
do sector mineiro e petrolífero, incluindo as empresas subcontratadas, e os seus
empregados, sejam Moçambicanos ou estrangeiros. Prevê também a supervisão das
condições de emprego.

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2.3. PADRÕES INTERNACIONAIS APLICADOS A ESTE PROJECTO

2.3.1. Padrões de Desempenho da Corporação Financeira Internacional

Grafex Limited optou por realizar esta AIASS de acordo com os Padrões de Desempenho
(PD) da Corporação Financeira Internacional (IFC). Estas normas são também as
salvaguardas ambientais e sociais aplicadas pela Agência Multilateral de Garantia de
Investimentos (MIGA). A IFC é membro do Grupo do Banco Mundial e uma das maiores
instituições de desenvolvimento que se concentra exclusivamente no sector privado dos
países em desenvolvimento (IFC, 2012). A IFC foi criada em 1956 e trabalha em países em
desenvolvimento para criar oportunidades de emprego, gerar receita tributária, melhorar a
governança corporativa e, talvez o mais importante de tudo, garantir que os projectos
contribuam para o melhoramento das comunidades locais de seus países. No que diz respeito
a este último, é também a visão da IFC que as pessoas tenham a oportunidade de escapar
da pobreza e melhorar o seu padrão de vida.

A IFC publicou seus Padrões de Desempenho (PD) sobre Sustentabilidade Ambiental e


Social em abril de 2006 e publicou Notas de Orientação abrangentes em Abril de 2007. Os
PDs foram revistos em 2012 (ver IFC, 2012).

Os PDs da IFC são exclusivamente adaptados para gestão de projectos e requisitos gerais
dos projectos para o apoio da IFC. Além dessas normas, a IFC também publicou Notas de
Orientação de apoio para cada padrão, que fornecem orientação aos clientes e ao pessoal
da IFC para que os projectos atendam eficazmente o PD. Estes padrões de desempenho (ver
Tabela 7.2) tornaram-se a referência internacional para as AIASS's e são utilizadas para
medir o desempenho ambiental e gestão de grandes projectos internacionais.

Tabela 2.2: Padrões de Desempenho da IFC.


Padrão de Desempenho 1: Avaliação e Gestão de Riscos e Impactos Socioambientais
Padrão de Desempenho 2: Condições de Emprego e Trabalho
Padrão de Desempenho 3: Eficiência de Recursos e Prevenção da Poluição
Padrão de Desempenho 4: Saúde e Segurança da Comunidade
Padrão de Desempenho 5: Aquisição de Terra e Reassentamento Involuntário
Padrão de Desempenho 6: Conservação da Biodiversidade e Gestão Sustentável de
Recursos Naturais Vivos
Padrão de Desempenho 7: Povos Indígenas
Padrão de Desempenho 8: Patrimônio Cultural

Esta AIASS foi estruturada para atender aos requisitos da IFC conforme descrito nas Notas
de Orientação da IFC sobre os Padrões de Desempenho em Sustentabilidade Social e
Ambiental (IFC, 2012), bem como nas Directrizes de Ambiente, Saúde e Segurança da IFC
para Mineração (2007). De acordo com isso, a AIASS será alargada para incluir aspectos
sociais e de saúde, de acordo com as directrizes da IFC relacionadas à avaliação da saúde
(IFC, 2009). Por conseguinte, esta avaliação foi referida como uma AIASS, não uma AIAS,
para reflectir a abordagem mais detalhada e ampla utilizada nesta avaliação.

O Padrão de Desempenho 1 (PD 1) aborda a Avaliação e Gestão de Riscos e Impactos


Socioambientais.

Os objectivos principais do PD 1 são:


 Identificar e avaliar os riscos e impactos socioambientais do projecto
 Adoptar uma hierarquia de mitigação para prever e evitar ou, quando não for possível
evitar, minimizar e, nos casos em que permaneçam impactos residuais,
compensar/neutralizar os riscos e impactos para os trabalhadores, as comunidades
afectadas e o meio ambiente.

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Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência – Julho 2017

 Promover um melhor desempenho socioambiental dos clientes mediante o uso eficaz


de sistemas de gestão.
 Garantir que as reclamações das comunidades afectadas e as comunicações
externas de outras partes interessadas sejam respondidas e geridas de forma
apropriada.
 Promover e proporcionar meios de engajamento apropriado com as comunidades
afectadas durante todo o ciclo de vida do projecto com relação a questões que teriam
o potencial de afectá-las e assegurar que informações socioambientais pertinentes
sejam divulgadas e disseminadas.

Os principais requisitos deste padrão são o desenvolvimento de programas de gestão


ambiental e social para a duração do projecto. Do ponto de vista social, os programas de
gestão devem abordar, no mínimo, a saúde e a segurança, os recursos humanos, o
engajamento comunitário, o trabalho e devem abordar questões de gestão social. Todos os
impactos ambientais, sociais e de saúde devem ser determinados e classificados em termos
dos riscos que representam para o projecto.

Todos os impactos adversos devem ser evitados e, se isso não for possível, devem ser
minimizados. Uma vez concluído o processo da AIASS, deve ser elaborado um programa de
gestão que descreve as medidas de mitigação a utilizar, a forma como devem ser aplicadas
e como serão monitoradas e avaliadas. O programa de gestão deve delinear os papéis e
responsabilidades associados aos requisitos de implementação e monitoramento. O
programa de gestão deve identificar estratégias de comunicação para garantir o envolvimento
da comunidade ao longo do ciclo de vida do projecto. Geralmente, um Plano de Engajamento
das Partes Interessadas e Afectadas é desenvolvido para atingir este requisito.

Os programas de monitoramento devem ser periodicamente revistos por partes internas e


externas para garantir o cumprimento e para fins de avaliação.

O Padrão de Desempenho 2 (PD 2) aborda as condições de emprego e de trabalho.

Os objectivos principais do PD 2 são:


 Estabelecer, manter e melhorar as relações entre o trabalhador e a gerência.
 Promover o tratamento justo, a não discriminação e a igualdade de oportunidades dos
trabalhadores.
 Proteger a força de trabalho endereçando trabalho infantil e o trabalho forçado.
 Promover condições de trabalho seguras e saudáveis
 Proteger e promover a saúde dos trabalhadores.

A maior parte destas questões é tratada nos planos de gestão exigidos no PD 1. No entanto,
o PD 2 delineia em pormenor quais condições de trabalho são aceitáveis e como as relações
de trabalho devem ser geridas e também trata da saúde e segurança no trabalho para o
projecto (abordado em vários planos de gestão). Certas actividades (por exemplo, radiação,
Planta de Separação de Minerais, procedimentos de saúde e segurança, etc.) precisarão ser
tratadas numa base de actividade por actividade.

O Padrão de Desempenho 3 (PD 3) aborda a prevenção e redução da poluição.

Os objectivos principais do PD 3 são:


 Evitar ou minimizar impactos adversos na saúde humana e no ambiente, evitando ou
minimizando a poluição resultante das actividades do projecto.
 Promover a redução de emissões que contribuem para as mudanças climáticas.

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Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência – Julho 2017

A principal exigência do PD 3 é que as tecnologias e práticas que evitem ou minimizem os


impactos prejudiciais da poluição sejam aplicadas durante todo o ciclo de vida do projecto.
Além das Diretrizes Gerais de Saúde e Segurança e Meio Ambiente, a IFC possui directrizes
específicas para o sector que lidam com questões de poluição e saúde humana associadas
à mineração (Directrizes de Saúde, Segurança e Ambiente para Mineração, da IFC 30 de
Abril de 2007) e incluídos nos planos de gestão.

O Padrão de Desempenho 4 (PD 4) aborda a Saúde, Segurança e Protecção da


Comunidade.

Os objectivos principais do PD 4 são:


 Prever e evitar riscos e impactos adversos na saúde e segurança da comunidade local
durante o ciclo de vida do projecto decorrentes de circunstâncias rotineiras ou não.
 Assegurar que a protecção de funcionários e bens seja realizada em conformidade com
os princípios legitimos evitando ou minimizando os riscos para a segurança e protecção
da comunidade.

A principal exigência em termos de PD 4 é que todos os riscos e impactos para a comunidade


circundante são avaliados e geridos adequadamente. Isso inclui questões como segurança
de infraestrutura e equipamentos, armazenamento e manuseio de materiais perigosos, riscos
associados ao ambiente natural (por exemplo, inundações, deslizamentos de terra, etc.),
exposição da comunidade a doenças e prontidão e resposta a emergências.

O Padrão de Desempenho 5 (PD 5) aborda a Aquisição de Terras e o Reassentamento


Involuntário.

Os objectivos principais do PD 5 são:


 Evitar ou, pelo menos, minimizar o reassentamento involuntário, sempre que possível,
explorando concepções e disposições alternativas do projecto.
 Mitigar os impactos sociais e económicos adversos decorrentes da requisição de terras
ou de restrições sobre o uso de terras pelas pessoas afectadas (i) fornecendo
compensação por perda de activos ao custo de reposição; e (ii) garantir que as actividades
de reassentamento sejam implementadas com a devida divulgação de informações,
consulta e a participação informada das pessoas afectadas.
 Melhorar ou, pelo menos, restaurar os meios de subsistência e os padrões de vida das
pessoas deslocadas.
 Melhorar as condições de vida das pessoas deslocadas através do fornecimento de
habitação adequada com segurança de posse da terra dos locais de reassentamento.

De acordo com os objectivos e requisitos do PD 5, um Plano de Reassentamento (de acordo


com os requisitos do Decreto 31/2012) será produzido como parte deste processo da AIASS.
Antes da elaboração do Plano de Reassentamento, será realizado um processo de captura e
análise de dados físicos e socioeconômicos. Isso irá suportar a elaboração do Plano de
Reassentamento, que incluirá os seguintes elementos:

a) Análise do perfil socioeconômico das famílias afectadas;


b) Avaliação e análise de bens tangíveis e intangíveis;
c) Definição do grau de afectação - quantitativo e qualitativo;
d) Definição dos critérios de compensação;
e) Apresentação de soluções e alternativas técnicas e viáveis economicamente que
permitam manter ou melhorar o padrão de vida actual das famílias afectadas.

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Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência – Julho 2017

O Plano de Reassentamento antevê a fase de pré-implementação do projecto e fornece as


bases detalhadas para a preparação de um Plano de Acção de Reassentamento (PAR), que
será desenvolvido para todas as comunidades afectadas. O PD5 só será abordado
plenamente realizando o PAR. O Plano de Reassentamento faz parte da actual AIASS,
enquanto o Plano de Acção para a Implementação do Plano de Reassentamento (PAR) irá
formar um estudo separado para a actual AIASS.

O Padrão de Desempenho 6 (PD 6) trata da Conservação da Biodiversidade e da Gestão


Sustentável dos Recursos Naturais.

Os objectivos principais do PD 6 são:


 Proteger e conservar a biodiversidade.
 Promover a gestão e utilização sustentáveis dos recursos naturais através da
adopção de práticas que integrem as necessidades de conservação e as prioridades
de desenvolvimento.

Para se adequar ao PD 6, o estudo deve considerar os bens e serviços do ecossistema


proporcionados pelo ambiente natural na área do projecto. Esta avaliação deve incluir uma
investigação sobre serviços de aprovisionamento, serviços de regulação e serviços culturais.
Um plano de monitoramento da biodiversidade será produzido numa fase posterior para
demonstrar como o projecto monitorará a biodiversidade vegetal e animal na área do projecto
para garantir que seja adequadamente gerida e conservada. Este plano descreverá o
monitoramento e a avaliação necessários para gerir os aspectos ecológicos.

Estudos de especialidade que incidem sobre o ambiente biológico (por exemplo, pesquisas
sobre a fauna, a flora e peixes) avaliarão o estado do ambiente e determinarão se este deve
ser classificado como habitat modificado, natural ou crítico com base nas orientações
apresentadas no PD 6. O tipo de Habitat irá então informar o tipo de medidas de mitigação
que são implementadas. Por exemplo, em áreas de habitat natural, as medidas de mitigação
serão projectadas para não atingir nenhuma perda líquida de biodiversidade.

O Padrão de Desempenho 7 (PD 7) trata dos Povos Indígenas e não se aplica a este
projecto. Isso ocorre porque os povos indígenas são definidos como:
"Um grupo social ou cultural distinto que possui as seguintes características em graus
variados:
 Auto-identificação como membros de um grupo cultural indígena distinto e
reconhecimento dessa identidade por outros
 Apego colectivo a habitats geograficamente distintos ou territórios ancestrais na área
do projecto e aos recursos naturais nesses habitats e territórios.
 Instituições culturais, econômicas, sociais ou políticas costumeiras que são separadas
daqueles da sociedade ou cultura dominante
 Uma língua indígena, muitas vezes diferente da língua oficial do país ou região. "

Esta definição não se aplica às pessoas na área do projecto.

O Padrão de Desempenho 8 (PD 8) aborda o Património Cultural.

Os objectivos principais do PD 8 são:


 Proteger o património cultural dos impactos adversos das actividades do projecto e apoiar
a sua preservação.
 Promover a partilha equitativa dos benefícios da utilização do património cultural nas
actividades empresariais.

Coastal & Environmental Services 30 Grafex Lda. Ancuabe


Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência – Julho 2017

O patrimônio cultural deve ser protegido durante o projecto, e tomado cuidado para garantir
que as práticas culturais que as comunidades participam não são impactadas negativamente
como resultado do projecto. Isto será mais investigado durante a fase de estudos de
especialidade.

2.3.2. Directrizes Gerais de SSMA da IFC

As directrizes gerais de SSMA da IFC (30 de abril de 2007) são aplicáveis a este projecto. As
directrizes detalham os impactos gerais e as formas de geri-los. Abrangem o ambiente, saúde
e segurança ocupacional, saúde e segurança da comunidade, indicadores de desempenho e
monitoramento.

2.3.3. Directrizes da IFC para SSMA na Mineração

As Directrizes da IFS para SSMA na Mineração (10 de Dezembro de 2007) são aplicáveis a
este projecto. As directrizes detalham os impactos específicos do sector e as formas de geri-
los. Abrangem o ambiente, saúde e segurança ocupacional, saúde e segurança da
comunidade, indicadores de desempenho e monitoramento.

2.4. CONVENÇÕES INTERNACIONAIS

Moçambique é signatário de várias convenções internacionais. As aplicáveis a este projecto


estão resumidas na Tabela 2.3 abaixo.

Tabela 2.3: Convenções internacionais aplicáveis ao projecto.


CONVENÇÕES INTERNACIONAIS
Convenção de Basileia sobre o Controle de Movimentos Transfronteiriços de
1989
Resíduos Perigosos e sua Eliminação
Convenção Africana sobre a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais 1968
(Alterada) - Convenção Africana Revista sobre a Conservação da Natureza e dos
Recursos Naturais (Versão alterada) Ainda não está em vigor. Moçambique é parte 2003
e ficaria vinculado à entrada em vigor
Acto Constitutivo da União Africana 2000
Convenção de Bamako sobre a Proibição da Importação para África e o Controle dos
1991
Movimentos Transfronteiriços e Gestão de Resíduos Perigosos em África
Convenção sobre a Diversidade Biológica 1992
Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies de Fauna e Flora Selvagens
1973
Ameaçadas de Extinção (Cites)
Convenção das Nações Unidas sobre a Protecção do Património Mundial e Herança
1972
Cultural
Protocolo de Quioto à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações
1998
Climáticas
Convenção sobre Preparação, Resposta e Cooperação sobre a Poluição por
1990
Hidrocarbonetos
Convenção sobre Zonas Húmidas de Importância Internacional Especialmente como
1971
Habitat de Aves Aquáticas (RAMSAR)
Convenção de Estocolmo sobre Poluentes Orgânicos Persistentes 2001
Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (leia-se com
1992
o Protocolo de Quioto)
Convenção de Viena para a Protecção da Camada de Ozono 1985
Convenção Internacional sobre Responsabilidade Civil por Danos causados pela
1992
Poluição por Hidrocarbonetos
Protocolo de Montreal sobre Substâncias que Empobrecem a Camada de Ozônio 1987
Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar 1982

Coastal & Environmental Services 31 Grafex Lda. Ancuabe


Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência – Julho 2017

Convenção Internacional de Combate à Desertificação em Países em Situação de


1994
Seca Grave e / ou Desertificação, particularmente em África
Tratado que institui a Comunidade Económica Africana 1991
Protocolo da SADC sobre Mineração 1997
Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos 1981
Convenção sobre a segurança da vida humana no mar (SOLAS) 1974
Marpol 73/78, Convenção Internacional para a Prevenção da Poluição por Navios,
1973, 1978
alterada pelo Protocolo de 1978
Convenção sobre a Prevenção da Poluição Marinha por Imersão de Resíduos e
1972, 1996
Outros Materiais e o Protocolo de 1996

Coastal & Environmental Services 32 Grafex Lda. Ancuabe


Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência – Julho 2017

3. DESCRIÇÃO DO PROJECTO
3.1. INTRODUÇÃO E ANTECEDENTES DO PROJECTO

A Triton Minerals Limited ("Triton") é uma empresa diversificada de exploração de minerais


com activos na Austrália e África, com sede na Austrália. Em 2012, a Triton celebrou um
acordo de Joint Venture com a Grafex Limitada (Grafex), uma empresa Moçambicana com
um portfolio de cinco (5) licenças de prospecção e pesquisa de grafite na Província de Cabo
Delgado, em Moçambique, que posteriormente foram convertidas em Licenças de Mineração.
Em Dezembro de 2012, a Triton Minerals celebrou contratos para adquirir participação nas
áreas de mineiras da Grafex. Actualmente, a Triton detém uma participação de 80% na Grafex
e nas áreas mineiras detidas pela Grafex.

A Grafex Lda. propôs-se a desenvolver uma mina de grafite e uma planta de processamento
para produzir concentrado de grafite de alta pureza. O projecto Grafex de Ancuabe está
localizado a oeste da Cidade de Pemba e a sudeste de Ancuabe, no Distrito de Ancuabe,
Cabo Delgado (Figura 3.1). Foi encomendado um estudo técnico de pré-viabilidade ambiental
e definição de âmbito pela Grafex Lda. concluído em Abril de 2017. Além disso, os estudos
de viabilidade que incluem trabalhos de ensaios metalúrgicos foram encomendados em Abril
de 2017 e devem ser concluídos em Novembro de 2017.

A área do projecto de Ancuabe da Grafex abrange três licenças adjacentes de exploração


(EL5305, EL5336, EL 5380) actualmente detidas pela Grafex. Em conjunto, as três áreas
abrangem aproximadamente 63 535 ha, no entanto, as áreas de pedido de DUAT para este
projecto cobrirão uma área muito menor de aproximadamente 10 159ha (Figura 3.4). O
tamanho exacto da cava que será minerada ainda está para ser determinado e dependerá do
resultado das pesquisas de recursos que estão sendo empreendidas actualmente.

A maioria da área do projecto é actualmente composta de vegetação natural com poucas


machambas localizadas ao longo das vias de acesso propostas e do corredor da linha de
energia. A perfuração inicial começou na área do projecto. Há muito poucas infraestrutura
que se limitam a escritórios móveis, instalações de armazenamento para equipamentos de
perfuração e abrigos temporários para sombra. No entanto, um número relativamente grande
de estradas e plataformas de perfuração foram estabelecidos na área localizada onde ocorreu
a perfuração. Apesar disso, o local do projecto é considerado um local virgem.

3.2. FUNDAMENTAÇÃO PARA ESTE DESENVOLVIMENTO

Após a guerra civil (1977-1992), Moçambique emergiu como um dos países mais pobres do
mundo. Desde então, Moçambique tornou-se uma das economias de mais rápido
crescimento em África, com taxas de crescimento médio anual superiores a 7%. Esta situação
tem sido impulsionada pela estabilidade política, estabilidade macroeconómica,
investimentos directos estrangeiros (IDE), reformas estruturais e reconstrução.

A economia de Moçambique baseia-se principalmente na agricultura, que representa 83% do


emprego e 23% do PIB. No entanto, a maior parte desta agricultura está num nível de
subsistência e, portanto, as pessoas são "trabalhadores por conta própria". A indústria de
mineração contribui modestamente para o PIB, mas cresceu ao longo dos anos (1,5% em
2012, 3,4% em 2012 e 4,3% em 2013). O crescimento entre 2012 e 2013 pode ser atribuído
a um aumento na produção e exportações de carvão, grandes projectos de infraestrutura e
expansão do crédito no sector privado. O PIB da mineração em Moçambique diminuiu de
6186 milhões de MT no terceiro trimestre de 2016 para 4272 milhões de MT no quarto
trimestre de 2016. O PIB da mineração em Moçambique atingiu uma média de 2448,08
milhões de MT entre 2008 e 2016, atingindo o máximo histórico de 6186 milhões de MT

Coastal & Environmental Services 33 Grafex Lda. Ancuabe


Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência – Julho 2017

Milhões no terceiro trimestre de 2016 e um mínimo histórico de 844 milhões de MZN no quarto
trimestre de 20081.

Este tipo de taxa de crescimento no sector de mineração destaca a importância da mineração


para o crescimento futuro em Moçambique. O governo moçambicano reconheceu isso e
comprometeu-se a encorajar o IDE a desenvolver a indústria mineira de Moçambique. O
projecto de Graphite de Ancuabe da Grafex Lda. enquadra-se neste sector e contribuirá assim
para o crescimento contínuo de Moçambique.

Figura 3-1: Mapa de localização que indica a posição da área da Mina proposta

3.3. DESCRIÇÃO GERAL DO PROCESSO DE MINERAÇÃO PROPOSTO

O objectivo desta secção é fornecer ao leitor uma breve descrição do processo de mineração
actualmente proposto para o projecto de Grafite de Ancuabe. A planta funcionará por 365
dias por ano, 24 horas por dia. Terá uma disponibilidade de projecto de 90% e tempo de
operação superior a 75% para atender a taxa de produção necessária de 1 milhão de
toneladas por ano (Mtpa). Um diagrama de fluxo ilustrando cada passo foi incluído abaixo
(Figura 3-2).

3.3.1. Limpeza da vegetação

Antes da mineração, a vegetação será removida por meios mecânicos, empilhada e


queimada ou colhida para produção de madeira e carvão vegetal. Com excepção da cava,
toda a vegetação do local será removida simultaneamente das áreas onde a infraestrutura
deve ser localizada. A remoção da vegetação na cava será progressiva com a vegetação a
ser limpa à medida que o poço se estende.

1
http://www.tradingeconomics.com/mozambique/gdp-from-mining

Coastal & Environmental Services 34 Grafex Lda. Ancuabe


Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência – Julho 2017

O solo superficial será removido e armazenado para auxiliar na reabilitação subsequente.


Alternativamente e de preferência, a camada superficial do solo pode ser depositada
imediatamente sobre a superfície de áreas impactadas que não são necessárias durante a
fase operacional, para minimizar perdas e ajudar na reabilitação de áreas que foram
impactadas.

3.3.2. Método de Mineração

Manuseamento do Minério Bruto (ROM)

Um ciclo de mineração convencional de perfuração e desmonte seguido da remoção do estéril


(a parte do material de cobertura que não contém grafite) e minério (a parte do material que
contém grafite) será usado numa base contínua. O estéril será removido da cava da mina
usando carregadoras e camiões e levado para um depósito de estéril dedicado adjacente a
cava da mina ou à instalação de armazenamento de rejeitos para continuar a construção da
parede de protecção ao longo da vida do projecto.

O minério será removido da cava da mina usando carregadoras e camiões e levado para o
depósito de Minério Bruto (ROM pad). À medida que a cava progride, rampas de saída
adicionais serão projectadas e usadas para permitir que os camiões saiam e reentrem na
poço para o transporte. Isso ajudará a reduzir a distância que os camiões de transporte
precisam percorrer para depositar o seu estéril ou minério. Espera-se que aproximadamente
20 camiões por hora sejam usados para transportar estéril ou minério para seus respectivos
pontos de descarga. Um aspersor industrial de água será usado para minimizar emissão de
poeira nas rampas.

A rocha estéril será utilizada inicialmente para construir as paredes iniciais necessárias na
instalação de armazenamento de rejeitos antes da deposição de resíduos, referida como
pasta2 sendo depositada. Uma vez que esse processo se torna autogerido, os futuros estéreis
serão armazenados numa pilha dedicada a estéril. Devido à mineralização do corpo de
minério o método de mineração irá produzir uma quantidade ligeiramente reduzida de estéril
quando comparada com outras operações de mineração.

A rocha residual também será usada para construir as paredes necessárias na barragem de
água bruta.

Britagem

A rocha de minério extraída da cava deve ser britada para um material fino para que a grafite
possa ser removida. Este processo envolve tirar as rochas grandes extraídas da cava (mais
de 600 mm de diâmetro) e passá-las através de três fases de britagem, a saber:
 Planta de britagem primária
 Uma planta de britagem secundária
 Uma planta de britagem terciária

A planta de britagem será uma planta de alimentação a seco, com humidade mínima de
aproximadamente 5%. A planta de britagem esmaga o minério de rochas num cascalho fino.
Para o conseguir isso, compreende três fases de britagem, com estágio final num circuito
fechado, sendo o material maior recirculado para o britador terciário de modo a produzir um
produto P8012,5 mm.

Coastal & Environmental Services 35 Grafex Lda. Ancuabe


Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência – Julho 2017

O minério ROM é primeiro alimentado ao britador primário através de um alimentador3 de


grelha vibratória. O tamanho máximo da rocha que o britador primário é capaz de manusear
é de 600 mm. As rochas de grandes dimensões serão britadas num quebrador móvel de
rocha, enquanto que fragmentos inferiores (<75 mm) serão transferidos para a correia do
britador primário através de uma calha. Tanto o tamanho inferior, como a malha como o
produto triturado no britador primário são transportados para a instalação de britagem
secundária através de uma correia transportadora.

O minério triturado nos britadores secundário e terciário é depois combinado e direccionado


para uma tela, com o tamanho inferior e levado directamente para a correia transportadora
do produto, já que ele já está na dimensão correcta para ser processado adiante. O material
de dimensão maior será retornado às plantas de britagem secundária ou terciária.

O britador secundário funciona como uma Configuração do Lado Fechado (CLF) para
produzir um tamanho de produto P95 75 mm, que são rochas pequenas do tamanho de um
punho fechado.

A planta do britador terciário produzirá tamanho do produto de aproximadamente P80 12,5


mm. Este material é do tamanho de um pequeno seixo, e menor do que o agregado típico
produzido para a construção de estradas. O produto terciário triturado é recirculado para a
planta de crivagem a seco através da correia de transporte de produto britado e o material
sobredimensionado é re-britado até que ele atinja requerida redução de tamanho.

Restos de metal serão removidos usando um íman magnético na alimentação do britador


primário. Um detector de metal será instalado na correia transportadora de descarga do
britador primário, de modo a proteger as correias transportadoras a jusante, telas e
equipamentos de britagem.

Aspersores de supressão de poeira estão localizados nas correias transportadoras e nas


calhas de transferência na planta de britagem para mitigar a poeira no ar.

Moagem

Moagem é o processo quando o minério britado, que é agora do tamanho de seixos


pequenos, é esmagado mais para um material quase tão fino como areia. O minério triturado
é transportado para o depósito de minério triturado. É recuperado da caixa usando um único
alimentador de correia de velocidade variável que descarrega no transportador de
alimentação do moinho. Além disso, o contentor de alimentação está equipado com uma
calha de transbordo para gerar uma reserva adicional de minério britado para manter a
alimentação para o moinho durante os períodos em que o britador está em manutenção.

O minério é recuperado do recipiente de minério britado usando uma de correia de


alimentação e descarrega na correia de transporte de alimentação. O minério é depois
alimentado no moinho de haste num circuito fechado com telas vibrantes onde o moinho
despeja sobre uma plataforma de telas duplas de vibração equipadas com aspersores de
água. A tela de tamanho inferior a P95 710 μm é bombeada para o circuito de flotação e o
maior que a tela é reciclado de volta ao moinho via correias (Figura 3.2).

Flotação
A flotação é o processo de extrair a areia moída e colocá-la num tanque cheio de líquido para
que a grafite, que é mais leve que a areia, possa ser separada. A alimentação da flotação (a
"areia" moída) é bombeada para o tanque de condicionamento da flotação e são adicionados
reagentes consistindo em Diesel ou um colector de especialidade, e o bicarbonato de metil-
isobutil-carbinol (MIBC). A alimentação então gravita para o circuito de flotação mais grosso,
que compreende células de flotação convencionais. O concentrado mais grosso é alimentado
3

Coastal & Environmental Services 36 Grafex Lda. Ancuabe


Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência – Julho 2017

na primeira das fases de limpeza através de uma etapa de desgaste.

Os rejeitos rougher gravitam para o espessador de rejeitos, e o concentrado rougher é


bombeado para o circuito de flotação mais limpo. Todos os circuitos de limpeza compreendem
células de flotação convencionais. O concentrado rougher e o limpador 2 rejeitos são
combinados no limpador 1. Os restos do limpador 1 são bombeados para o espessador de
rejeitos (Figura 3.2).

O concentrado do agente de limpeza 1 é bombeado para um segundo circuito de atrito e, a


partir daí, para o agente de limpeza 2, onde é combinado com os resíduos de limpeza 3, onde
é combinado com os resíduos de 4 purificadores. As duas fases finais de limpeza não
requerem atrito dos seus concentrados, e as restantes duas fases de limpeza funcionam em
circuito fechado como descrito para o agente de limpeza 2 e 3.

Figura 3-2: Diagrama de fluxo ilustrando o processo de mineração.

Manuseio de concentrado de grafite

O concentrado de grafite limpo é então seleccionado sobre um crivo vibratório para remover
material de lixo. O concentrado então gravita para o circuito de desidratação consistindo de
um espessante concentrado de alta velocidade, um filtro de pressão e um secador.

Coastal & Environmental Services 37 Grafex Lda. Ancuabe


Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência – Julho 2017

O concentrado de limpeza final é bombeado para um espessador concentrado. O transbordo


do espessador gravita para o tanque de água de processo para recirculação de água de
processo, enquanto que o concentrado de sub-fluxo do espessador (o produto de grafite) é
bombeado para um tanque de agitação de concentrado de grafite com uma capacidade
nominal de 12 horas. A partir do tanque de retenção, o concentrado é bombeado para o filtro
de pressão de concentrado de grafite, para produzir um bolo de filtração que é transportado
para um funil de secagem. O filtrado é recirculado para o espessador de concentrado de
grafite por uma bomba de filtrado para reprocessamento (Figura 3.2).

A partir do funil de secagem, o concentrado de grafite é alimentado num secador completo


com colectores de poeiras e ventilador de exaustão. O produto seco é então transferido para
um recipiente de retenção de grafite a granel. A grafite é alimentada a uma linha de telas
fechadas para separar a grafite em cinco produtos de tamanho:
1. Floco> 300 μm
2. 300 μm> Flocos> 180 μm
3. 180 μm> Flocos> 150 μm
4. 150 μm> Flocos> 106 μm
5. Finos <106 μm

Cada tamanho de produto será transportado para seus respectivos compartimentos de


armazenamento. Cada recipiente de armazenamento será descarregado para o sistema de
ensacamento. O sistema de ensacamento é projectado para 1 tonelada de capacidade de
sacos e incluirá um funil e alimentador com colecta de poeira, um manipulador de sacos,
células de carga e correias transportadoras de paletas. Sacos completos serão manuseados
usando uma empilhadora e paletas. Os produtos concentrados em sacos serão armazenados
em estoque e carregados em contentores para embarque.

Rejeitos

Rejeito é o material de areia que fica depois que a grafite foi separada da mesma. Grandes
quantidades de rejeitos são produzidas a partir dos circuitos de flotação mais grosseiro e mais
limpos, e são transferidos para um espessador de rejeitos onde o floculante é adicionado à
alimentação do espessador de rejeitos. O floculante é um polímero orgânico de cadeia longa
ou um sulfato metálico tal como sulfato de alumínio que cria a carga necessária para atrair e
recolher partículas finas que afectam a clareza da água utilizada no processamento. Estes
são comumente usados em piscinas e plantas de tratamento de água e são inofensivos. Eles
quebram naturalmente através da acção de bombeamento e luz solar.

Os rejeitos são então bombeados para a instalação de armazenamento de rejeitos (TSF), que
irá compreender duas células para uma vida de mina de 20 anos. Uma terceira célula e
extensão das células existentes serão usadas para a vida da mina além de 20 anos. Os
rejeitos são descarregados usando a deposição sub-aérea de múltiplas saliências localizadas
ao redor da crista do aterro, muito parecido com um sistema de irrigação e aspersão agrícola.

A água de transbordo do espessador irá gravitar à lagoa de água do processo para


reciclagem. A água adicional é recuperada da superfície da TSF através de um sistema de
água de retorno de rejeitos, que é então devolvida à planta para reutilização.

A intenção é maximizar a recuperação e reutilização da água durante todo o projecto.

Reagentes

Os reagentes utilizados no processo incluirão o seguinte:

 Metil isobutilcarbinol (MIBC) utilizado como espuma para grafite,


 O silicato de sódio usado como um depressante na limpeza da grafite,

Coastal & Environmental Services 38 Grafex Lda. Ancuabe


Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência – Julho 2017

 Floculante utilizado como auxiliar de sedimentação e filtração para concentrados e


rejeitos,
 Barras de aço forjadas de 50-100 mm para o moinho de haste primária e meios
cerâmicos de 5-10 mm para os moinhos de atrito, com opção de usar seixos ou
sílica.

3.3.3. Infraestrutura

A seguinte infraestrutura será necessária e será avaliada durante a AIASS:

 Estradas do local que fornecem o acesso das estradas de cascalho já existentes ao


acampamento, à planta, aos edifícios de escritório, aos pátios de manutenção, ao
armazenamento de água, ao armazenamento de rejeitos e a outra infraestrutura;
 Uma área de montagem de materiais e equipamentos de construção de
aproximadamente 250 m x 250 m no total, em vários locais. Esta área continuará a
ser utilizada durante a fase operacional, embora a área real de terra necessária possa
ser reduzida para uma área de aproximadamente 100 m x 100 m;
 Acampamento durante o período de construção para aproximadamente 200 pessoas;
 Acampamento de Mineração para acomodar cerca de 100 pessoas em instalações de
habitação única para a fase operacional;
 Pequena clínica para funcionários e contratadas;
 Escritórios situados ao lado da planta. As dimensões exactas e a localização serão
determinadas à medida que o projecto avança e mais detalhes forem conhecidos;
 Serviços locais, incluindo áreas de armazenagem de combustível e estação de
abastecimento de combustível, instalação de tratamento de água potável, instalação
de tratamento de águas residuais, instalação de armazenamento de explosivos e
laboratório da planta;
 Será construída uma cerca do perímetro à volta da estação eléctrica incluindo a
substação eléctrica, os transformadores e o acampamento; e
 Uma planta de processo que inclui uma oficina de planta e armazém, armazém de
reagentes e de consumíveis, sala de controle, vestiário, escritórios da planta, central
elétrica, subestação e transformadores e planta móvel.
 Um local de aterro será necessário, uma vez que as operações de mineração gerarão
resíduos sólidos gerais (alimentos, vidro, papel, madeira, metal, óleos e lubrificantes)
que precisarão ser descartados adequadamente em locais de lixo designados. O site
do aterro será determinado com base na adequação ambiental para evitar lixiviados
etc.

Além disso, o projecto de Grafite de Ancuabe incluirá:


 Instalação de armazenamento de rejeitos.
 Pilha de estéril compreendendo até 83 Mt nos primeiros 30 anos de operação.
 Barragem de água bruta com aproximadamente uma capacidade de 2 Mm3.

Coastal & Environmental Services 39 Grafex Lda. Ancuabe


Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência – Julho 2017

Figura 3-3: Mapa que ilustra o limite do projecto (traçado vermelho) para a infraestrutura proposta e a estrada de transporte

Coastal & Environmental Services 40 Grafex Lda. Ancuabe


Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência – Julho 2017

Figura 3-4: Mapa que ilustra a infraestrutura proposta dentro do limite do projecto (traçado vermelho).

Coastal & Environmental Services 41 Grafex Lda. Ancuabe


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3.3.4. Fontes de Água e Energia

Água

Estima-se que o projecto utilizará aproximadamente 1m3 (1000 litros) de água por tonelada
alimentada na planta (1 Mm3 anualmente). Esta água é necessária principalmente para o
processo de flotação e será obtida a partir de uma represa de água bruta em canal a ser
construída no Rio Mogido. Esta barragem será preenchida através do fluxo natural do rio, e
deve ser suficientemente grande para fornecer água suficiente durante a longa estação seca.
A água bruta será bombeada directamente para a planta de processamento, a planta de
tratamento de água potável e para os serviços da mina.

Um tanque de água bruta será construído no local da planta para fornecer o anel principal do
sistema de água de incêndio, que fornece às mangueiras e pontos de hidrantes de incêndio
da planta.

A estação de tratamento de água potável e a instalação de armazenamento irão suprir as


necessidades de água para o pessoal e água para chuveiros de segurança localizados em
todo local do projecto.

Fontes de água adicionais incluem a água da cava da mina (interna e externa), o


armazenamento da água pluviais e a água recuperada da instalação de armanezamento de
rejeitos (TSF). A(s) fonte(s) exacta(s) de água serão determinadas como resultado das
investigações dos estudos de viabilidade que estão actualmente em curso.

Energia

Estima-se que a demanda anual total de energia da planta para a mina será de até 50 000
MWh. A energia para o local será obtida a partir do Rede Nacional sujeito à disponibilidade e
aprovação pela Autoridade de Electricidade de Moçambique (EDM). A linha de transmissão
mais próxima fica a aproximadamente 15 km da área do projecto. A transmissão da
alimentação de energia na área do projecto será feita por linhas de transmissão e
subestações conforme necessário.

Os geradores a diesel serão, contudo, instalados como uma fonte de energia alternativa
durante os períodos em que a rede nacional não puder fornecer uma fonte confiável de
energia ou no caso de a energia da EDM não poder ser entregue a tempo. Sob este cenário
os geradores não servem como back-up de energia, mas funcionarão 24/7. Os impactos de
ruído e qualidade do ar deste pior cenário serão modelados e avaliados na AIASS.

3.3.5. Transporte

Estima-se que dez camiões de 25 toneladas serão usados para transportar o produto do local
da mina para Porto de Pemba ou Nacala a cada dia. Serão necessários mais cinco camiões
para peças sobressalentes e consumíveis (incluindo diesel). Assim, haverá 30 camiões que
partem, e 30 camião que chegam numa base diária. Além disso, dois autocacarros serão
usados para transportar mão-de-obra de e para o local num ciclo de oito horas. Veículos
ligeiros de entregas também serão usados para o funcionamento geral da mina.

3.4. OPORTUNIDADES DE EMPREGO

Durante a fase de construção, estima-se que haverá até 500 trabalhadores no local no pico
da fase de construção, que é estimada em cerca de 12 meses desde o início da construção
até o comissionamento.

Coastal & Environmental Services 42 Grafex Lda. Ancuabe


Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência – Julho 2017

A distribuição dos conjuntos de competências é a seguinte: 150 trabalhadores semi-


qualificados, todos provenientes de comunidades locais; 250 trabalhadores qualificados
provenientes principalmente de empresas Moçambicanas e Sul-Africanas; e 100 posições de
supervisão e gestão que virão de empresas contratadas da África do Sul. Todos os
trabalhadores vão trabalhar numa rotação de 6 semanas de trabalho e 2 semanas de
descanso, trabalhando 9 horas por dia, todos os dias, incluindo aos domingos.

A equipe local voltará para casa todas as noites usando o transporte fornecido pela empresa.
Adicionalmente à equipe de construção estará a equipe de apoio que irá dedicar-se a
segurança, ajudar com a confeccão da alimentação, gestão do acampamento, transporte e
lavandaria. Todo o pessoal não-local será alojado num acampamento de construção situado
no local e gerido por uma contratada de restauração.

Durante a fase operacional, cerca de 200 pessoas serão empregadas na mina. Isso inclui:
até 75 funcionários de mineração; 100 funcionários de processos e manutenção; e 25
funcionários de serviço/administração. Para os primeiros dois anos a quantidade de
expatriados será de 10%, mas será reduzida para 4-6% até ao ano quatro. A maioria dos
funcionários será transportada de volta aos pontos de colceta por meio de transporte
fornecido pela empresa e um pequeno grupo de trabalhadores expatriados e regionais será
alojado em um acampamento de alojamento de tamanho reduzido no local, trabalhando numa
rotação de 6 semanas/2 semanas, semelhante à fase de construção.

Tabela 3-1: Trabalhos qualificados, semi-qualificados e não qualificados,


provavelmente empregados durante as fases de construção e operação do projecto.
Estes números representam o número máximo de indivíduos que serão empregados.

Tipo Fase de Construção Fase de Operação


Qualificados 250 50
Semi-Qualificados 150 50
Não Qualificados 50 100
Total 500 200

3.5. ALTERNATIVAS DO PROJECTO

Um dos objectivos de uma AIASS é investigar alternativas ao projecto proposto. Existem dois
tipos de alternativas - Alternativas Fundamentais e Alternativas Incrementais. Alternativas são
definidas como: "diferentes meios de satisfazer o propósito geral e os requisitos da
actividade", que inclui alternativas para:

 Localização - onde será a actividade proposta;


 Tipo de actividade a realizar;
 Desenho ou disposição da actividade;
 Tecnologia utilizada na actividade; e
 Aspectos operacionais da actividade.

3.5.1. Alternativas Fundamentais

As alternativas fundamentais são desenvolvimentos que são totalmente diferentes do projecto


proposto e geralmente envolvem um tipo diferente de desenvolvimento no local proposto, ou
um local diferente para o desenvolvimento proposto.

Um tipo diferente de desenvolvimento


Não há alternativa para este tipo de desenvolvimento, pois a grafite encontrada na área do
projecto só pode ser utilizada se for extraída como descrito acima. Não há alternativa que
seja praticamente ou economicamente viável para Moçambique exportar a grafite. Além

Coastal & Environmental Services 43 Grafex Lda. Ancuabe


Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência – Julho 2017

disso, a Grafex Lda. deseja desenvolver uma mina de grafite, e, consequentemente, não
estão interessados em qualquer outro tipo de desenvolvimento.

Um local diferente
A Grafex Lda. identificou depósitos de grafite econômicos dentro da sua área de concessão
e só pode desenvolver uma operação de mineração em áreas com mineralização. Além disso,
a mina e a planta de processamento devem estar tão próximas uma da outra quanto possível,
de modo que a planta não pode ser localizada em um local diferente.

A Alternativa "Não-Avançar"
De acordo com os Regulamentos de AIASS, a opção de não fazer nada - não prosseguir com
o desenvolvimento proposto (ou seja, a Opção Não Avançar) deve ser avaliada durante a
AIASS.

3.5.2. Alternativas Incrementais

As alternativas incrementais são modificações ou variações na concepção de um projecto


que oferecem diferentes opções para reduzir ou minimizar os impactos ambientais e
maximizar os benefícios. Existem várias alternativas incrementais que podem ser
consideradas, incluindo:

 O desenho ou disposição da actividade;


 A tecnologia a ser utilizada na actividade; e
 Os aspectos operacionais da actividade.

Desenho
As alternativas de concepção podem incluir diferentes tipos de infraestrutura, que não foram
finalizadas pelo proponente nesta fase.

Disposição do Local da Planta


Como o projecto está ao nível de definição de âmbito, a disposição do projecto não é definitiva
ou totalmente exacta por enquanto. Foi incluída uma disposição preliminar indicando a
posição do recurso, do local da planta e dos corredores de energia e água (Figuras 3-4 e 3-
5). As alternativas de disposição potenciais serão investigadas durante a AIASS.

Tecnologia
Assim como com a disposição, devido ao estágio do projecto, a tecnologia não é fixa ou
totalmente exacta por enquanto. A tecnologia proposta baseia-se na compreensão actual e
nas exigências do mercado. Ela pode mudar, e quaisquer mudanças serão avaliadas como
alternativas nesta AIASS.

Coastal & Environmental Services 44 Grafex Lda. Ancuabe


Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência – Julho 2017

4. DESCRIÇÃO DO AMBIENTE BIOFÍSICO

Moçambique localiza-se ao longo da costa oriental da África Austral entre 10º27' e 26º52” Sul
e 30º12' e 40º51' Este. Está limitado pela África do Sul, Suazilândia, Zimbabwe, Zâmbia,
Malawi e Tanzânia, com uma área de 799 380 km2 (Ribeiro e Chaúque, 2010). A área
proposta do Projecto de Grafite de Ancuabe ocorre no Distrito de Ancuabe, na Província de
Cabo Delgado, no norte de Moçambique. A área do projecto é acessível por estrada, 75 km
a oeste de Pemba ao longo de uma estrada alcatroada.

Existe actualmente, mais grafite na Província de Cabo Delgado, em Moçambique, do que


recursos de grafite combinados do resto do mundo.

4.1. AMBIENTE FÍSICO

4.1.1. Clima

O clima no norte de Moçambique é tropical húmido e é caracterizado por estações chuvosa


e seca distintas, com uma temperatura média anual entre 24°C e 26°C. A região norte
também é influenciada pela Zona de Convergência Intertropical (ZCIT). Nela, convergem
diferentes massas de ar (cedendo a marítima tropical, fluxo de vento SE e NO e norte
Equatorial), originando assim nuvens de desenvolvimento vertical que causam elevadas
taxas de precipitação. Este fenômeno move-se periodicamente do hemisfério norte para o sul
(e vice-versa).

O clima na região é fortemente influenciado pela corrente quente de Moçambique. Tem um


clima tropical com duas estações distintas. A estação chuvosa ocorre de Novembro à Março
e a estação seca de Abril à Outubro. Ocorrem duas estações climáticas distintas com um
curto período de transição entre elas. A estação chuvosa geralmente começa abruptamente
em Novembro e estende-se até Abril, quando tem lugar cerca de 75% da precipitação anual
total, causando condições quentes e húmidas. A estação quente seca estende-se de Maio à
Novembro.

Pemba recebe uma precipitação média anual de 872 mm enquanto Ancuabe recebe
aproximadamente 912 mm de chuva (com base na estação meteorológica de Montepuez).
Em Ancuabe, o mês mais húmido é tipicamente Dezembro (média de precipitação de 213
mm) e o mês mais seco é Setembro (média de 4mm) (Climatedata.eu, 2015).

Há pouca variação nas temperaturas médias máximas e mínimas ao longo do ano em


Ancuabe. A temperatura média do ano é de 24,4°C, com o mês mais quente sendo Novembro
com temperatura média de 26,7°C. O mês mais frio é Julho, com uma temperatura média de
21,1°C. A temperatura mais elevada registada em Ancuabe foi de 50°C, que foi registada no
mês de Novembro, e a temperatura mais baixa registada no Distrito foi de 5°C, que foi
registada no mês de Maio.

A temperatura média anual em Pemba é de 26,3°C, com o mês mais quente sendo Março
(temperatura média de 31,4°C) e o mês mais frio, Julho (temperatura média de 19,5°C)
(Timberlake et al., 2010). Em Ancuabe, as temperaturas variam de uma média de 33°C em
Novembro para uma média de 19°C em Julho (Climatedata.eu, 2015).

A Tabela 4-1 abaixo apresenta um resumo de todos os dados climáticos.

Coastal & Environmental Services 45 Grafex Lda. Ancuabe


Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência – Julho 2017

Tabela 4-1: Resumo dos dados climáticos de Ancuabe

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Temperatura
32 32 32 32 32 31 31 31 32 32 33 32
Alta
Temperatura
21 21 21 21 21 19 19 19 20 20 21 21
Baixa
Média de
281 213 221 104 16 13 14 5 4 8 55 213
Precipitação
Fonte: www.climatedata.eu

Figura 4-1: Gráfico do Clima de Ancuabe, Moçambique.

Legenda:
Low – Baixa; High – Alta; Precip - Precipitação

4.1.2. Topografia

A grafite depositado encontra-se no cume entre o Rio Muaguide para o oeste e o Rio Mogido
para o Este. Como um todo, a área de estudo é suavemente inclinada para o leste com uma
altitude de 643 m acima do nível do mar (masl) para o oeste e a 350 masl para o leste.

Figura 4-2: Gradiente da Área do Projecto da Mina de Grafite de Ancuabe do Oeste


(esquerda) à Este (direita).

Coastal & Environmental Services 46 Grafex Lda. Ancuabe


Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência – Julho 2017

Ilustração 4.1: Foto ilustrando a área plana no topo da linha do cume entre os Rios
Muaguide e Mogido

Ilustração 4.2: Foto ilustrando a área plana no topo da linha do cume entre os Rios
Muaguide e Mogido

Ilustração 4.3: Foto ilustrando a ligeira inclinação para o leste

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Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência – Julho 2017

Ilustração 4.4: Foto ilustrando o gradiente íngreme em um dos tributários terciários


no local

4.1.3. Hidrologia

A hidrologia do Distrito é dominada por vários cursos de água, quase todos estes são rios
anuais. O escoamento médio anual na região foi calculado por Middleton (1992) como sendo
de aproximadamente 25 milhões de m3/ano, com a maioria do fluxo ocorrendo num período
de seis meses, de Novembro à Abril.

O recurso de grafite encontra-se entre o Rio Muaguide a Oeste e o Rio de Mogido a Este,
ambos os rios drenam para a Baía de Pemba a Este. O Rio Muaguide flui durante os meses
de Novembro à Abril e tem uma profundidade média de entre 1 e 2m. O leito do rio varia em
largura, mas tem em média 30m de largura com margens de 2m de altura. A Bacia de
Muaguide tem uma área de 1811 km² e um comprimento de rio de 85km. A área do Projecto
da Mina de Grafite de Ancuabe cobre 2% da Bacia de Muaguide e cerca de 9,4 km do Rio
Muaguide (Figura 4-3).

Coastal & Environmental Services 48 Grafex Lda. Ancuabe


Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência – Julho 2017

Figura 4-3: Hidrologia da Área do Projecto de Grafite de Ancuabe


Legenda:
Project boudary – Limites do Projecto; cities and villages – cidades e comunidades; River
names – nomes dos rios; rivers and drainage - rios e drenagem; Title – Título; Region
hydrology – Hidrologia da região; March – Março; Date – data; CES Project Code – Código
do Projecto da CES; drawn by – desenhado por.

Coastal & Environmental Services 49 Grafex Lda. Ancuabe


Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência – Julho 2017

4.1.4. Geologia e Solos

Geologia

O Nordeste de Moçambique é predominantemente subjacente às rochas Proterózoicas que


formam uma série de complexos de gnaisse que variam de Paleo a Neoproterozóico em idade
(Boyd et al., 2010). A região do projecto atravessa aproximadamente três complexos
diferentes: o Complexo de Montepuez, Nairoto e Lalamo, este último composto
principalmente por biotite gnaisse, quartzito, mármore, anfibolito, conglomerado e meta-
arenitos (Figura 4-2) (Boyd et al., 2010). O biotite gnaisse é o principal depósito que contém
grafite (Boyd et al., 2010), que este projecto pretende explorar.

A área de mineração de Ancuabe está subjacente a uma sequência de unidades gnáissicas


pertencentes a Formação Metoro que é uma subdivisão do Supergrupo de Lúrio. A
mineralização de grafite pode ser identificada em 6 faixas. A mineralização no local do
projecto recai na faixa 1 e é composta por grafite que contém gnaisse rico em quartzo.

Figura 4-4: Mapa geológico que indica os vários complexos

Solos

Os dois principais grupos de solos encontrados na região incluem solos arenosos, argilosos
e solos arenosos vermelhos. No geral, os solos são arenosos (até 80%) com baixo teor de
sedimentos e argila.

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Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência – Julho 2017

Ilustração 4-5: Grafite exposto a nível da superfície e amostras de testemunho de


sondagem para testar a grafite.

4.1.5. Uso da terra

Em comparação com outros países da região, Moçambique tem uma base de recursos
naturais rica, incluindo florestas indígenas não transformadas, savanas, florestas e habitats
costeiros. Cerca de 25% da terra tem potencial florestal com valor comercial, 12,5% é
constituído por áreas protegidas pelo Estado e mais de 22% constituem um habitat potencial
para a vida selvagem (GPZ, 2003).

Havia evidências de agricultura nas porções ocidentais da área de estudo, onde havia
ocorrido o desmatamento extensivo para o estabelecimento de machambas e para a
produção de carvão vegetal (Ilustrações 4-4 e 4-5). A vegetação nesta área é também
secundária na natureza, remanescendo apenas poucas árvores grandes, o que indica uma
longa história de perturbação. Há evidências de produção de carvão vegetal na maior parte
do local, e os recursos naturais da área do projecto são também usados para fins de
subsistência (Bicanic et al., 2014). Isso geralmente inclui a recolha de madeira, palha e bambu
para a construção, mas também a recolha de frutos silvestres, vegetais e bolbos, quer para
fins medicinais ou para a alimentação. A maioria das famílias também faz carvão a partir de
madeira cortada, que muitos vendem a beira da estrada.

A extracção mineira é o outro uso principal da terra na região, a qual foi responsável por
grande parte do desenvolvimento económico de Ancuabe dos últimos anos (Bicanic et al.,
2014). É explorado principalmente a grafite, mas em menor grau o ouroestão a ser cada vez
mais explorados, muitas vezes através de operações de mineração ilegais (Bicanic et al.,
2014). Os moradores locais foram vistos a praticarem a mineração nos leitos do rio seco
durante a última visita ao local.

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Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência – Julho 2017

Ilustração 4-6: Desmatamento que ocorre na secção oeste do local de estudo para
produção de carvão e agricultura.

Ilustração 4-7: Uso dos recursos naturais na área do projecto. Produção de carvão
vegetal, recolha de bambu, mineração de gold no leito do rio e recolha de madeira.

Coastal & Environmental Services 52 Grafex Lda. Ancuabe


Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência – Julho 2017

4.2. AMBIENTE BIOLÓGICO

4.2.1. Vegetação

Setenta e nove porcento de Moçambique está coberto de vegetação natural. Apesar de vários
projectos de investigação terem recentemente por objectivo documentar a diversidade de
Moçambique, o actual estado de conservação da flora do país permanece ainda relativamente
desconhecido (Dudley e Stolton, 2012). Não obstante a isso, análises de dados existentes
mostram que a biodiversidade no país é grande (USAID, 2008) e que de forma global,
Moçambique ostenta 7 zonas ecológicas de importância internacional. Estas incluem:

 Corrente das Agulhas,


 Costa Leste Africana,
 Lagos do Vale do Rift,
 Mangais da África Oriental,
 Florestas do Sul do Vale do Rift,
 Florestas Oriental e Meridional de Miombo, e
 Savanas das Planícies de Inundação do Zambeze.

Outros locais de grande importância para a biodiversidade incluem o Lago Niassa, a Serra
da Gorongosa, o Arquipélago das Quirimbas e o Maciço de Chimanimani (Dudley e Stolton,
2012; USAID, 2008).

Apesar de 16% do país ser declarado como protegido, estas áreas ainda enfrentam muitos
desafios, tais como de falta de pessoal, subfinanciamento e falta de pessoal qualificado
(USAID, 2008). Consequentemente, algumas destas áreas são apenas protegidas no papel.

White (1983) classificou a área geográfica de Moçambique em 8 tipos de vegetação. A área


do projecto recai na Floresta de Miombo. A floresta de Miombo é caracterizada por ter muitas
espécies do género Brachystegia, dezanove no total. A presença de três outras espécies
também caracteriza este tipo de vegetação: Isoberlinia angloensis, Julberbernadia globiflora
e Julbernadia paniculata. Estes são raramente encontrados fora da Floresta de Miombo (Frost
1996). A Floresta de Miombo é geralmente dividida em 2 tipos: Miombo mais húmido e mais
seco. A área do projecto enquadra-se no Miombo mais seco, que é definido pelas seguintes
características: (i) a precipitação é inferior a 1000mm, (ii) a altura da copa das árvores é
inferior a 15m, e (iii) as espécies dominantes são Julbernardia globiflora, Brachystegia
spiciformis e Brachystegia boehmii. A vegetação associada a Floresta de Miombo inclui
floresta decídua seca e densa, floresta decídua ripária e dambos secos.

As plantas lenhosas compreendem 95-98% da biomassa acima do solo de secções de


Floresta de Miombo Miombo não perturbada, com gramíneas e ervas que compõem o
restante. A camada herbácea varia muito na composição e biomassa e inclui gramíneas
(principalmente dos géneros Hyparrhenia, Andropogon, Loudetia, Digitaria e Eragrostis). Esta
também inclui mudas suprimidas de árvores de copa (Frost, 1996).

Dois tipos de vegetação ocorrem dentro da área do projecto; Floresta de Miombo e Floresta
Ripariana. A Floresta de Miombo presente era alta, intacta e variava de secções de floresta
com copa fechada à Floresta Aberta de Miombo (Ilustração 4-5A). Grandes secções da
vegetação na porção sudoeste da área de estudo (ao longo da estrada de transporte) foram
desmatadas (Abril de 2017) para fins de agricultura, e, portanto, grande parte da vegetação
restante nesta área pareceu secundária na natureza. Em contraste, houve poucos sinais de
perturbação na porção oriental da área de estudo, provavelmente devido à maior distância
entre a área de estudo a Este e as comunidades, a maioria delas estão situadas a oeste do
local. O resultado disso é que a vegetação para o leste está intacta e ecologicamente mais
sensível do que a vegetação a oeste.

Coastal & Environmental Services 53 Grafex Lda. Ancuabe


Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência – Julho 2017

A Floresta Ripariana é limitada aos cursos de água e também está, no geral, intacta e em
condições surpreendentemente boas (Ilustração 4-5B).

Ilustração 4-8: Floresta de Miombo (A) e Floresta Ripariana (B) encontradas na área
de estudo.

Diversidade Florística

Vários factores, incluindo um longo período de guerra e turbulência interna, resultaram na


ausência de estudos intensivos da diversidade florística de Moçambique, especialmente no
norte de Moçambique. Desde que a paz foi declarada em 1992, foram realizados estudos de
áreas específicas. No entanto, uma ampla descrição da diversidade florística de Moçambique
baseia-se em estudos realizados nos anos oitenta ou antes.

Coastal & Environmental Services 54 Grafex Lda. Ancuabe


Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência – Julho 2017

Os levantamentos revelaram a existência de uma estimativa de 5 500 espécies de plantas


em Moçambique, embora os números reais sejam provavelmente muito mais elevados
(MICOA, 1997 e 2009). Cento e dezassete (117) destas espécies são endémicas e 300
ocorrem na Lista de Dados Vermelhos de Moçambique (MICOA, 2002). É possível que as
espécies listadas nesta lista possam ocorrer no local do projecto (Tabela 4.2).

Tabela 4.2: Espécies listadas na Lista de Dados Vermelhos de Moçambique que podem
ocorrer no local

Espécies Estado Endemismo Encontrada no local


Adenia mossambicensis Vulnerável Endémica Não
Cassipourea obovata Vulnerável Endémica Não
Combretum stocksii Vulnerável Endémica Não
Dichapetalum zambesianum Vulnerável Endémica Não
Grevea eggelingii Vulnerável Quase Endémica Não
Possívelmente Não
Hexalobus mossambicensis Vulnerável Endémica
Homalium mossambicensis Vulnerável Endémica Não
Maerua andradae Vulnerável Endémica Não
Viscum littoreum Vulnerável Endémica Não

4.2.2. Fauna

Moçambique tem uma herpetofauna diversa devido à variedade de diferentes tipos de habitat
disponíveis e à grande área do país. No entanto, a falta de estudos científicos do norte de
Moçambique levou a resumos muito díspares e imprecisos da diversidade da herpetofauna
do país.
A avifauna nesta região é diversificada com um registo de mais de 680 espécies de aves.
Algumas dessas espécies são comensais, com adaptação rápida e bem-sucedida a
ambientes modificados, embora a maioria seja sensível a perturbações e ou migrem para
longe ou sofram maior índice de mortalidade nos habitats degradados. Contudo, as aves são
capazes de recolonizar rapidamente áreas reabilitadas como resultado da sua elevada
mobilidade.

A diversidade de mamíferos em Moçambique foi revista pela última vez por Smithers e Tello
em 1976 e relataram a ocorrência de aproximadamente 238 espécies em todo o país (MICOA
2009, IUCN 2012). Em muitas áreas do país, a pressão ambiental localizada e a subsequente
perda e fragmentação de habitats resultaram na redução de populações de mamíferos.
Mamíferos de grande porte como elefantes, hipopótamos e rinocerontes foram extirpados em
muitas áreas e nove das 21 espécies de antílopes do país estão listadas como ameaçadas e
uma tornou-se localmente extinta.

Contudo, dado que a vegetação nas áreas de estudo está em grande parte intacta e muito
próxima ao Parque Nacional das Quirimbas, espera-se que esta área tenha um índice elevado
de aves, mamíferos e herpetofauna (lagartos e rãs).

4.2.3. Eco-regiões do WWF

O Fundo Mundial para a Natureza (WWF) definiu eco-regiões globais com base em conjuntos
de espécies, comunidades naturais e condições ambientais geograficamente distintas. A
informação sobre cada região ecológica e seu estado de conservação são fornecidas para
auxiliar na manutenção da conservação dessas áreas.

A área do projecto atravessa a Eco-região da Floresta Oriental e Meridional de Miombo e o


Mosaico Florestal Costeiro do Sul de Zanzibar-Inhambane conforme definido pelo WWF
(Figura 4-3).
Coastal & Environmental Services 55 Grafex Lda. Ancuabe
Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência – Julho 2017

A Floresta de Miombo é uma eco-região generalizada que cobre grande parte da África
Central e Austral. São caracterizadas por uma grande diversidade de espécies e dominadas
por uma componente lenhosa cuja dinâmica pode ser atribuída a três distúrbios de interacção:
pessoas, fogo e vida selvagem. As actividades antropogénicas, tais como o desmatamento
para a agricultura, colheita e queimada resultaram na modificação ou transformação deste
ecossistema em muitas áreas. O crescimento populacional, portanto, representa uma
ameaça para esta Eco-região e consequentemente foi listado como sendo vulnerável (Figura
4-3).

O Mosaico Florestal Costeiro do Sul de Zanzibar-Inhambane estende-se por


aproximadamente 2200 km ao longo da costa oriental do continente Africano, do sul da
Tanzânia até Xai-Xai, em Moçambique (Schipper e Burgess, 2015). Esta eco-região ocorre
geralmente dentro dos 50 km da costa do Oceano Índico. Existem alguns habitats atípicos
que se assemelham a este no interior do Oeste de Moçambique, Malawi e Zimbabwe. Esta
eco-região também ocorre em pequenas ilhas costeiras em Moçambique, tais como o
Arquipélago de Bazaruto. Os limites usados pelo WWF para delinear a eco-região são
similares às modificações feitas à zona de transição Regional Swahili-Maputaland proposta
por Clarke (1998). No entanto, o mapa do WWF do limite sul segue a delineação proposta
por White (1983). O limite norte desta eco-região foi movido para o norte do limite de Clarke
(1998) no sul da Tanzânia, uma vez que esta área representa a possível transição entre biotas
(WWF, 1998).

Em Moçambique, esta eco-região está ameaçada por actividades como a exploração


madeireira para fins comerciais e o desmatamento da vegetação para a agricultura (Schipper
e Burgess, 2015). Contudo, a gravidade destes impactos é difícil de prever devido à falta de
informação sobre a biota e locais no tipo de vegetação. Com base nas actuais ameaças à
eco-região e ao seu elevado nível de endemismo (especificamente no norte de Moçambique
e na Tanzânia) esta foi classificada como Criticamente em Perigo pelo WWF. Contudo, é
importante notar que estas eco-regiões são mapeadas em uma escala grosseira e, como
consequência, podem ser pouco precisas. Portanto, é importante que o estado do ambiente
seja verificado com pesquisas de campo conduzidas por especialistas para determinar o
estado real da área de estudo com uma escala melhor.

4.2.4. Áreas Protegidas

Todas as áreas protegidas, incluindo os Parques Nacionais, Reservas Florestais e Áreas de


Conservação Transfronteiriças, são da responsabilidade do MITADER. As Reservas
Florestais foram criadas para salvaguardar as reservas madeireiras da agricultura avançada
para futura utilização sustentável. A possibilidade de que essas reservas podem contribuir
significativamente para a conservação da biodiversidade tem sido reconhecida e estão a ser
feitos estudos para se obter uma melhor percepção da vegetação e condição do ecossistema
nessas reservas.

De acordo com Muller et al. (2005), das 13 reservas florestais existentes, cinco (Licuáti, Derre,
Moribane, Mecuburi e Matibane) são co-administradas como um sistema comum entre os
Serviços Florestais e as comunidades locais. Apenas duas das reservas florestais
(Inhamitanga e Nhampacue) não estão habitadas no presente. Todas as reservas florestais
(incluindo aquelas sob gestão e as desabitadas) mostram diferentes graus de perturbação
humana, particularmente de desmatamento para fins de agricultura, incêndio induzido pelo
homem, recolha de lenha e carvão e exploração madeireira. Entre as causas de degradação
das reservas florestais está o abandono das reservas florestais pelos Serviço Florestais
durante a guerra civil, o uso das reservas florestais como esconderijos por comunidades e
guerrilheiros, a promoção da agricultura dentro das comunidades que vivem nas reservas
florestais, exploração madeireira ilegal e caça furtiva entre outros.

Coastal & Environmental Services 56 Grafex Lda. Ancuabe


Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência – Julho 2017

A análise dessas áreas protegidas em relação ao local do projecto revelou que o Parque
Nacional das Quirimbas ocorre imediatamente a norte do local do projecto (~ 12 km) e ~3 km
da zona tampão de 10 km, colocada ao redor da reserva (Figura 4-4). Esta reserva foi criada
em 2002 para proteger os recursos naturais das regiões e abrange uma área de
aproximadamente 750,639 ha que inclui floresta de miombo, floresta ripariana, mangais e
recifes de coral (WWF, 2015).

A Reserva de Caça do Niassa (RCN) fica a aproximadamente 175 km da área de mineração


proposta. A área central da RCN está localizada entre o Rio Rovuma e o Rio Lugenda e cobre
aproximadamente 23 040km2 com uma zona tampão circundante de blocos de caça que
compõem um adicional de 19 239km2 (Branch et al., 2005). A RNC é a maior área de
conservação em Moçambique.

Figura 4-5: Eco-regiões e Áreas Protegidas do WWF ao redor do local do projecto

Legenda
Eastern Miombo Woodland – Floresta de Miombo Oriental; Southern Zanzibar-Inhambane
coastal forest mosaic – Mosaico Florestal Costeiro do Sul de Zanzibar-Inhambane; Project
área – área do projecto; Quirimba National Park – Parque Nacional das Quirimbas; Niassa
Reserve – Reserva do Niassa; Study área – área de estudo; Quirimbas 10km buffer zone –
Zona tampão de 10km das Quirimbas

Coastal & Environmental Services 57 Grafex Lda. Ancuabe


Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência– Julho 2017

5. DESCRIÇÃO DO AMBIENTE SOCIOECONÓMICO

5.1. INTRODUÇÃO

A área do projecto está a aproximadamente 80 km por estrada, a Oeste de Pemba e está localizada
dentro do Distrito de Ancuabe, na Província de Cabo Delgado, em Moçambique. A principal vila
mais próxima à área do projecto é a Vila de Ancuabe que está ainda afastada 20km. Existem várias
comunidades localizadas fora da Área de Licença estando a mais próxima a 10 km de distância
(Figura 5.1). Este capítulo fornece uma visão geral do cenário socioeconômico na área dentro da
qual o projecto proposto está localizado.

Figura 5-1: Área do projecto (bloco verde) em relação às comunidades mais próximas

5.2. DEMOGRAFIA E INFRAESTRUTURA SOCIAL

5.2.1. Província de Cabo Delgado

O projecto proposto está localizado na Província de Cabo Delgado, em Moçambique, e tem uma
superfície de 76 867 km2. Segundo a Estatística Regional de Moçambique (2015), a população total
de Cabo Delgado é de 1,6 milhões de habitantes (Estatísticas Regionais de Moçambique, 2015;
Clube de Moçambique, 2007). 52% da população é do sexo feminino e 48% do sexo masculino.
69% da população acima da idade de 5 anos é analfabeta. Dos 404 431 domicílios em Cabo
Delgado, apenas 5% têm água corrente na torneira, 3% têm electricidade e 0,6% têm sanitários em
suas casas.

5.2.2. Distrito de Ancuabe

O projecto proposto está localizado dentro do Distrito de Ancuabe, na porção Sul da Província de
Cabo Delgado. O Distrito de Ancuabe abrange uma área de aproximadamente 4918 km2 e tem uma
população estimada de 118 926 (24,6 pessoas/km2) (Estatísticas Regionais de Moçambique, 2015).
52% da população é do sexo feminino e 48% do sexo masculino. 98% da população acima da idade
de 5 anos é analfabeta. Para além do Português existem seis línguas tribais sendo Emakhuwa a
Coastal & Environmental Services 58 Grafex Lda. Ancuabe
Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência – Julho 2017

língua mais falada. Das 27 593 famílias do Distrito de Ancuabe, apenas 0,5% têm água corrente
nas torneiras, 0,3% têm electricidade e 0,1% têm sanitários em suas casas.
5.2.3. Vila de Ancuabe

Ancuabe é a vila mais próxima à área do projecto, a aproximadamente 10 km de distância. A Vila


de Ancuabe tem uma população de 40 989 (Knoema, 2015). 70,5% da população acima da idade
de 5 anos é analfabeta. Das 10.363 casas na Vila de Ancuabe apenas 0,25% têm água corrente
nas torneiras, 0,36% têm electricidade e 0,14% têm sanitários em suas casas.
5.2.4. Comunidades

Muitas das comunidades maiores como Nankhumi, Natocua, Maguide e Nacussa têm bombas
manuais para captar água subterrânea, embora sejam usados rios e córregos para água potável e
lavagem. A maioria das famílias rurais normalmente têm suas próprias latrinas com coberturas de
palha e bambu, pois não há sistemas de saneamento de água. Com energia limitada na área, a
maioria das famílias depende da lenha ou do carvão vegetal como sua principal fonte de energia.
Formas ocasionais de electricidade observadas incluem geradores e painéis solares. A maioria das
comunidades da área tem uma escola primária que ensina da 1ª a 7ª. No entanto, a taxa de
alfabetização da província é baixa e, com base em estudos anteriores, parece que muito poucos
membros de famílias com mais de 18 anos (geralmente menos de 10%) terminaram a escola
primária

O estabelecimento de saúde mais próximo está situado em Ancuabe ou Pemba. As doenças


relacionadas com vectores, como a malária, as doenças relacionadas com o solo e água, bem como
o HIV/SIDA e a desnutrição, são prevalecentes nesta área.

5.3. SECTORES DE EMPREGO

A taxa de desemprego é calculada dividindo o número de desempregados pela força de trabalho;


Este último inclui todos os membros da faixa etária de trabalho que estão disponíveis ou são
capazes de trabalhar. Moçambique depende fortemente do sector agrícola para o emprego, com
cerca de 80,5% empregados no sector em 2013 (The World Bank, 2013). Em 2012, a taxa de
desemprego em Moçambique foi estimada em cerca de 27%, com a maioria dos ocupados vivendo
em áreas urbanas (Macauhub, 2012). As oportunidades de emprego são limitadas nas comunidades
rurais. A maioria das famílias em comunidades próximas ao local são de agricultores de subsistência
(alguns dos quais podem vender alguns produtos localmente) e alguns comerciantes locais.

Em alguns distritos, o emprego na mineração e exploração tem aumentado constantemente com


várias minas sendo desenvolvidas na província. O sector de mineração está se expandindo na
região e proporcionará uma gama de oportunidades de emprego no futuro. Cabo Delgado cobre
10,3% da superfície terrestre de Moçambique e 8,5% da sua população, mas produz 5,3% do PIB
do país (Bechtel, 2001). Além do sector agrícola, em 2003, os sectores de comércio, restaurantes
e hotéis empregavam a maior parte dos cidadãos do país, com cerca de 557 974 pessoas e cerca
de 398 935 pessoas empregadas pelos sectores financeiro, imobiliário e empresarial.

5.4. ESTRATÉGIAS DE AGRICULTURA E DE MEIOS DE SUBSISTÊNCIA

A agricultura é um sector importante para a economia local, bem como para a economia do país em
geral. Aproximadamente 70% da população em Moçambique está localizada em áreas rurais, 75%
das quais dependem da agricultura para sua subsistência. Estima-se que 95% dos residentes em
Cabo Delgado dependem da agricultura (Bechtel, 2001).

As famílias que estão nas comunidades geralmente têm campos agrícolas, localmente chamados
por machambas e algumas famílias têm pequenas hortas de alimentos à volta das suas casas. A
forma de prática agrícola em Cabo Delgado é principalmente subsistência, e devido à falta de
acesso à terra para pequenos agricultores, bem como abastecimento de água, os rendimentos são
geralmente mínimos. A Província de Cabo Delgado não tem nenhuma instituição de pesquisa
agrícola, o que significa que os agricultores locais têm poucos conhecimentos quanto aos métodos
EOH Coastal & Environmental Services 59 Grafex Lda. Ancuabe
Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência – Julho 2017

agrícolas eficazes. Isto por sua vez coloca um obstáculo nas produções de alimentos pelos
agricultores e subsequentemente afectando o crescimento económico das famílias e da área
(Bechtel, 2001).

As estratégias que foram postas em prática que ajudam os agricultores com métodos agrícolas que
podem ser eficazes para os rendimentos foram implementadas por uma ONG nacional, o programa
de clube de agricultores da ADPP de Moçambique (Paradzai, 2014). Dentro de Cabo Delgado,
foram estabelecidos cerca de 56 clubes em 2013 dentre os quais o Distrito de Ancuabe é um
receptor (ADPP, 2007).

As comunidades em Cabo Delgado têm uma longa tradição de usar plantas medicinais. Em
Moçambique, as populações rurais em geral são altamente dependentes dos recursos naturais. Um
exemplo é o uso da vegetação circundante pelas pessoas de Cabo Delgado. Elas usam plantas
para alimentação, artesanato, construção, como fonte primária de energia e até mesmo para fins
medicinais (Matavele & Habib, 2000).

5.5. CONTEXTO SOCIOECONÔMICO

A área do projecto é caracterizada por actividade humana limitada. As únicas machambas que
ocorrem dentro da área do projecto estão ao longo do ponto mais a sudoeste da estrada de
transporte (onde a estrada de transporte une-se à estrada principal) e aproximadamente cinco
machambas e machambas associadas dentro do local da proposta barragem de armazenamento
de água (WSF). Actualmente, não existem comunidades residentes no restante da área do projecto.
Prevê-se que ocorram tanto o reassentamento econômico (a perda de actividade econômica e
meios de subsistência, como a perda de campos de cultivo) como o reassentamento físico. Em
geral, o uso da área do projecto para a agricultura parece ser muito limitado, e a área é usada
principalmente para uso de recursos naturais (lenha, colheita de plantas e caça). Também pareceu
haver sinais limitados de derrube de vegetação para a produção de carvão vegetal.

Figura 5.2: Machambas localizadas ao longo da entrada de transporte em direcção ao local


do projecto

EOH Coastal & Environmental Services 60 Grafex Lda. Ancuabe


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6. PROCESSO DE ENGAJAMENTO DAS PARATES INTERESSADAS E


COMUNITDADES

6.1. INTRODUÇÃO

O engajamento das partes interessadas envolve consultas com o público em geral, ONGs,
autoridades relevantes e comunidades locais. O processo facilita a divulgação de informações sobre
o projecto e um objectivo primário é a identificação de pessoas que possam ser indirectamente e
directamente afectadas pelo projecto. No processo de AIA elas são referidas como Partes
Interessadas e Afectadas (PI&As).

O engajamento das partes interessadas será descrito em pormenor no Relatório de Engajamento


das Partes Interessadas (Volume 1B), que fornecerá detalhes sobre todas as reuniões que foram
realizadas durante a fase de EPDA do processo de AIASS. Ele será mais detalhado após a
documentação do REIA ter sido divulgado por um período de 30 dias. O documento final do PPP,
com todas as actas relevantes das reuniões, juntamente com a documentação final de AIA, será
submetido ao MITADER para a sua aprovação.

De acordo com o Regulamento Moçambicano de AIA (Decreto n.º 54/2015, de 31 de Dezembro), o


projecto proposto foi classificado pelo MITADER como Projecto de Categoria A, que inclui a
implementação de Engajamento das partes interessadas e afectadas.

O engajamento das partes interessadas e afectadas é crucial para qualquer projecto da Categoria
A. É vital que todos as PI&As não estejam apenas cientes do projecto e suas possíveis implicações
negativas, mas também compreendam o projecto e seus potenciais benefícios para suas
comunidades e o ambiente ao redor. Falhas em assegurar isso pode causar disputas e desacordos
entre as comunidades, o proponente do projecto e as autoridades governamentais e levar à ruptura
de estruturas estabelecidas, como a administração da comunidade.

O proponente é obrigado a desenvolver o engajamento das partes interessadas e afectadas ao


longo do processo de AIASS. Isso inclui fornecer informação suficiente e permitir que as PI&As
participem em reuniões públicas. O engajameto das partes interessadas e afectadas realizado para
esta AIA será compactível com as directrizes do MITADER e normas internacionais.

Como parte desse processo, são organizadas reuniões de consulta pública onde todas as PI&As
são convidadas e têm a oportunidade de expressar e registar suas preocupações, expectativas e
comentários relacionados ao projecto proposto e ao processo de autorização ambiental.

6.2. LEGISLAÇÃO DE MOÇAMBIQUE

Tanto a Constituição como a Lei do Ambiente estabelecem os direitos dos cidadãos de disporem
de informações sobre, e a participarem na tomada de decisão relativa a actividades que podem
afectar o meio ambiente. O MITADER elaborou uma Directriz Geral para o Processo de Participação
Pública no Processo de AIA, publicada como Diploma Ministerial 130/2006, de 19 de Julho. A
necessidade de participação do público é ainda reforçada pelo novo Regulamento sobre o Processo
de Reassentamento Resultante de Actividades Económicas, de acordo com o Decreto 31/2012, de
8 de Agosto. O Artigo 13 deste regulamento sublinha a necessidade de assegurar a participação do
público ao longo de todo o processo de elaboração e execução do Plano de Acção de
Reassentamento para os projectos.

Espera-se que a fase de engajamento das partes interessadas e afectadas da AIASS possa:

- Identificar as partes interessadas e afectadas,


- Divulgar informações às interessadas partes interessadas e afectadas
- Gerir o diálogo com o proponente da actividade,
- Assimilar e levar em consideração os comentários públicos recebidos e

Coastal & Environmental Services 61 Grafex Lda. Ancuabe


Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência – Julho 2017

- Fornecer retorno em resposta aos resultados do diálogo e contributos de modo a demonstrar


como estes foram tidos em conta na concepção da actividade.
-
O processo de engajamento das partes interessadas e afectadas é dividido em duas fases, a
primeira é para a apresentação do rascunho do EPDA e a segunda é para a apresentação do
rascunho da AIASS. O proponente deve divulgá-los ao público por um período de 30 dias, de modo
a cumprir as normas internacionais

6.3. REGULAMENTOS E REQUISITOS DA IFC PARA O ENGAJAMENTO DAS PARTES


INTERESSADAS E AFECTADAS

A Grafex comprometeu-se a realizar esta AIA de acordo com os padrões internacionais. Os Padrões
de Desempenho 1 a 8 da Corporação Financeira Internacional (IFC) são usados como referência
para determinar as melhores práticas em AIA e para garantir o cumprimento dos Princípios do
Equador.

O processo de engajamento realizado de acordo com a Directriz Geral para o Processo de


Participação Pública no processo de AIA é, em termos gerais, totalmente compactível com as
normas internacionais. O processo de engajamento deve incluir consultas com todas as partes que
possam ser afectadas por um projecto, incluindo comunidades locais, organizações (tais como
Organizações Não Governamentais (ONGs) e Organizações Sem Fins Lucrativos), autoridades
locais, provinciais e nacionais e outras partes interessadas. A consulta centra-se nos riscos e
impactos sociais e ambientais relevantes, bem como nas medidas e acções propostas para os
mitigar. Em essência, o engajamento das partes interessadas deve garantir consultas livres, prévias
e informadas com as partes interessadas (IFC, 2007).

A natureza e a frequência do engajamento da comunidade é um reflexo dos riscos do projecto e


impactos adversos sobre as comunidades afectadas. Para cumprir com os padrões internacionais,
o engajamento da comunidade deve ser livre de manipulação externa, interferência, coerção e
intimidação, e ser conduzido com base em informações em tempo útil, relevantes, compreensíveis
e acessíveis. A IFC afirma que o mínimo para o engajamento da comunidade durante uma AIASS
é de duas rondas, uma na fase de pré-viabilidade e uma para fornecer retorno sobre os resultados
da AIASS uma vez concluídos todos os estudos de especialidade.

6.4. ACTIVIDADES DE PARTICIPAÇÃO PÚBLICA

A primeira fase envolveu reuniões com as comunidades locais e autoridades locais, bem como
reuniões em Pemba e Maputo para reunir-se com as partes interessadas provinciais e nacionais,
de modo a apresentar o projecto. A segunda fase do engajamento das partes interessadas e
afectadas envolverá as mesmas PI&As como no engajamento inicial e será levado a cabo para
divulgar o rascunho do EPDA. A terceira fase envolverá a divulgação dos rascunhos da AIA.

6.4.1. Processo de Engajamento das Partes Interessadas e Afectadas no EPDA

A segunda fase consistirá em escutas públicas abertas com as comunidades locais e nas cidades
de Ancuabe e Pemba. Ela será realizada em cinco etapas distintas:

1. Elaboração da lista de partes interessadas e afectadas;


2. Consultas preliminares com comunidades e instituições governamentais e organizações
não-governamentais;
3. Submissão dos documentos do projecto (Estudos de Pré-Viabilidade Ambiental e Definição
de Âmbito - EPDA) às instituições relevantes. Estes documentos estarão disponíveis para
consulta antes das reuniões públicas;
4. Preparação e entrega de cartas convite às partes interessadas e afectadas relevantes;
5. Realização de reuniões de consulta pública nas comunidades afectadas em Ancuabe,
Pemba e Maputo.

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O principal objectivo da fase II do engajamento das partes interessadas e afectadas é apresentar


os resultados do EPDA, que apresentam os resultados da avaliação preliminar do projecto, a
avaliação inicial do risco, os resultados da fase I do engajamento das partes interessadas e detalhes
sobre os estudos de especialidade que serão necessários para lidar com questões e preocupações
que tenham sido levantadas.

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7. AVALIAÇÃO PRELIMINAR DO RISCO AMBIENTAL E SOCIAL


7.1. METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DE RISCOS

A abordagem da avaliação de pré-viabilidade baseia-se em recentes avaliações de sustentabilidade


e avaliações de risco que foram conduzidas pela CES. O primeiro passo é identificar e avaliar a
significância ecológica e social das questões-chave e, em seguida, considerar o potencial para
mitigar cada uma, com o grau de dificuldade interpretado em termos de eficácia, praticidade e custo-
benefício. Por este motivo, a CES utiliza tanto a escala de Avaliação de Impacto como de Avaliação
de Riscos para identificar impactos ambientais significativos e riscos relacionados com o projecto.
Posteriormente, é aplicada uma matriz de risco para se chegar a uma classificação de risco final. A
metodologia utilizada para a avaliação desses impactos e riscos é descrita abaixo.

A escala de significância ambiental avalia a importância de um impacto particular. Esta avaliação


deve ser realizada no contexto relevante, já que um impacto pode ser ecológico ou social, ou ambos.
A avaliação da significância de um impacto depende fortemente dos valores da pessoa que faz o
julgamento. Por esta razão, impactos de natureza especialmente social precisam reflectir os valores
da sociedade afectada. Foi aplicada uma escala de significância de impacto de quatro pontos
(Tabela 7.1).

Tabela 7.1: Escala de classificação da significância ambiental

Classificação
de Descrição
significância
Estes impactos constituiriam uma mudança importante e geralmente
Muito Elevada permanente no ambiente (natural e/ou social), e normalmente resultariam em
efeitos graves ou muito graves, ou efeitos benéficos ou muito benéficos.
Estes impactos geralmente resultarão em efeitos a longo prazo no ambiente
social e/ou natural. Os impactos classificados como elevados deverão ser
Elevada considerados pelos tomadores de decisão do projecto como constituindo uma
mudança importante e geralmente de longo prazo para o ambiente (natural
e/ou social). Estes teriam que ser vistos à luz séria.
Estes impactos geralmente resultarão em efeitos de médio a longo prazo no
ambiente social e/ou natural. Os impactos classificados como moderados
terão de ser considerados pelos tomadores de decisão do projecto como
Moderada
constituindo uma alteração relativamente importante e geralmente a médio
prazo no ambiente (natural e/ou social). Estes impactos são reais, mas não
substanciais.
Estes impactos geralmente resultarão em efeitos de médio a curto prazo no
ambiente social e/ou natural. Os impactos classificados como baixos
Baixa geralmente não são importantes e geralmente constituem uma mudança de
curto prazo para o ambiente (natural e/ou social). Estes impactos não são
substanciais e provavelmente terão pouco efeito real.

O grau de dificuldade de mitigar os vários impactos varia de muito difícil a facilmente alcançável.
As quatro categorias utilizadas são listadas e explicadas na Tabela 7.2 abaixo. A viabilidade prática
das medidas, a viabilidade financeira das medidas e a sua eficácia potencial foram tidas em
consideração na decisão sobre o grau de dificuldade apropriado.

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Tabela 7.2: Grau de escala de classificação de dificuldade de mitigação

Grau de Dificuldade Descrição


O impacto poderia ser mitigado, mas seria muito difícil garantir a eficácia
Muito difícil
e/ou alcançar tecnicamente/financeiramente
O impacto poderia ser mitigado, mas haverá alguma dificuldade em
Difícil
garantir a eficácia e/ou implementação
O impacto pode ser efectivamente mitigado sem muita dificuldade ou
Alcançável
custo
Facilmente alcançável O impacto pode ser facilmente e efectivamente mitigado

A matriz de risco que determina o nível geral de risco associado a um impacto, comparando a
significância do impacto com sua dificuldade de mitigação, é mostrada na Tabela 7.3 abaixo.

Tabela 7.3: Matriz de risco derivada do emparelhamento da significância do impacto e da


dificuldade de mitigação

Potencial de Significância do Impacto


Mitigação Baixa Moderada Elevada Muito Elevada
Muito difícil Risco Médio Risco Elevado Risco Extremo Risco Extremo
Difícil Risco Baixo Risco Médio Risco Elevado Risco Extremo
Alcançável Risco Baixo Risco Baixo Risco Médio Risco Elevado
Facilmente
Risco Baixo Risco Baixo Risco Baixo Risco Médio
alcançável

Impactos que são de significância elevada a muito elevada e difícil a muito difícil de mitigar são
considerados riscos “extremos” ambientais ou sociais para o projecto. Os impactos que são menos
significativos e mais fáceis de mitigar são classificados como “elevados” a “médios” a “baixos”, ou
seja, geralmente impactos de baixa a moderada significância para os quais a mitigação é alcançável
a facilmente alcançável. Os impactos podem potencialmente ter uma significância muito elevada,
mas se a mitigação for facilmente alcançável, eles são classificados como riscos “médios”, conforme
a Tabela 7.3. As implicações das categorias de risco são explicadas na Tabela 7.4.

Tabela 7.4: Categorias de risco

Risco Descrição
Seriam necessárias medidas mitigatórias significativas para reduzir esses
riscos. Em alguns casos, pode não ser possível reduzir esses riscos
Extremo
extremos, o que significa que eles são susceptíveis de impedir que a opção
seja usada (levantados como bandeira vermelha nesta avaliação).
Estes riscos são de natureza grave, e sem medidas de mitigação eficazes
seriam os principais obstáculos ao projecto. Estes teriam de ser monitorados
Elevado
e geridos, e em combinação os riscos Elevados podem exigir a utilização de
uma opção diferente para atingir os objectivos dos projectos.
Estes riscos são de natureza menos grave, mas ainda são importantes e
precisam ser reduzidos para um Nível Mais Baixo Possível em benefício do
Médio
ambiente ou da rede social afectada. Isoladamente, esses riscos são
geralmente insuficientes para impedir que o projecto prossiga.
Estes riscos são geralmente aceitáveis para o projecto e meio ambiente, e a
mitigação é desejável, mas não essencial. As melhores práticas, no entanto,
Baixo
devem ser seguidas e os riscos mitigados para evitar um efeito cumulativo
desses impactos.

Os riscos associados ao projecto são discutidos de acordo com os requisitos dos Padrões de
Desempenho 1 a 8 da IFC (excepto 7, que não é aplicável) abaixo.

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Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência – Julho 2017

7.2. PRINCIPAIS IMPACTOS BIOLÓGICOS E RISCOS

Os impactos e riscos apresentados abaixo foram avaliados de acordo com os Padrões de


Desempenho Ecológico e de Planeamento da Corporação Financeira Internacional.

 Padrão de Desempenho 6: Conservação da Biodiversidade e Gestão Sustentável dos


Recursos Naturais
 Padrão de Desempenho 3: Eficiência de Recursos e Prevenção da Poluição

A área em que a mina de Grafite de Ancuabe foi proposta é considerada um ecossistema


natural e não modificado com a comunidade mais próxima e a estrada principal a
aproximadamente 10 km de distância. Um total de catorze riscos biológicos foram
identificados, quatro dos quais são considerados risco Elevados no ambiente biológico.
Estes são apresentados em maior detalhe abaixo na Tabela 7.5.

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Tabela 7.5: Resumo dos riscos biológicos


PADRÃO DE DESEMPENHO 6: CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE E GESTÃO SUSTENTÁVEL DE RECURSOS NATURAIS
Temas: (i) Impactos sobre a biodiversidade (habitat, habitat modificado, habitat natural, habitat crítico, áreas legalmente protegidas, espécies exóticas invasivas); ii) Gestão e utilização
dos recursos naturais (florestas naturais e de plantação, sistemas de água doce e marinhos); (iii) gestão.
Classificação de Potencial de
Questão Comentário Risco
Significância Mitigação
O processo de mineração resulta na remoção da vegetação na área da cava da mina,
e áreas adjacentes são limpas para a infraestrutura. Isso resulta em perda de
vegetação, redução da biodiversidade (fauna e flora) e possível perda de algumas
espécies de interesse especial (EIE). A reabilitação da vegetação indígena em algumas
Perda de biodiversidade
Elevada áreas afectadas pela mineração é possível, tais como a TSF, mas geralmente a Difícil ELEVADO
(fauna e flora)
mitigação por meio da reabilitação das áreas directamente afectadas pela operação de
mineração seria difícil de alcançar. Por exemplo, a reabilitação de despejo de estéril e
poços não irão restaurar a biodiversidade. Este é um impacto significativo elevado e,
portanto, um risco elevado.
A fragmentação de habitats pode levar à perda de populações viáveis, especialmente
em animais que necessitam de grandes áreas de habitação. A fragmentação tem sérios
impactos nos especialistas em florestas e nas zonas húmidas. Esta área é considerada
em estado natural, com pouca ou nenhuma fragmentação de habitat, e é
maioritariamente coberta por florestas.
A área é considerada de difícil acesso e nenhuma agricultura é praticada no local do
Fragmentação de habitats e
projecto; a recolha de recursos naturais é mínima, permitindo que a floresta fique
perda de espécies de fauna Elevada Difícil ELEVADO
intacta. A mineração resultará na fragmentação de um ecossistema estabelecido
e flora
causando uma ruptura nas comunidades florais e nos habitats faunísticos. Isto é,
portanto, considerado como sendo de significância elevada. A mitigação através da
reabilitação da paisagem perturbada seria difícil de alcançar, e grandes estruturas, tais
como os poços da mina e TSF serão características permanentes na paisagem
alterada. Pelas razões acima mencionadas esta questão é considerada um risco
elevado.
Qualquer curso de água/linha de drenagem e terras húmidas impactados por
actividades de mineração são susceptíveis de ter um impacto permanente e irreversível
Perturbação das linhas de
sobre a função hidrológica pré-existente. A reabilitação da terra que reproduz a função
drenagem e das zonas Elevada Difícil ELEVADO
básica com êxito é difícil de alcançar, e a barragem de água bruta vai alterar
húmidas
permanentemente o rio. Por conseguinte, a questão é considerada de significância
elevada e, por conseguinte, um risco elevado.
A barragem de armazenamento de água em canal foi proposta para os cursos
superiores do Rio Muaguide. O Rio Muaguide é um rio primário e a introdução de uma
infraestrutura desta dimensão irá alterar permanentemente a dinâmica de fluxo do rio,
remover grandes áreas de terra e vegetação ripariana. Isto é considerado como sendo
Alteração da dinâmica da de elevada significância biológica. A mitigação seria difícil de conseguir, uma reserva
Elevada Difícil ELEVADO
bacia de captação ecológica terá de ser determinada, assim, é necessário um estudo de requisitos de
fluxo ambiental do Rio Muaguide. O Rio Muaguide é suspeito de transportar uma alta
carga de sedimentos a barragem é, portanto, susceptível de experimentar altos níveis
de sedimentação que são difíceis de mitigar. Pelas razões acima mencionadas esta
questão é considerada um risco elevado.

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Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência – Julho 2017

As actividades de mineração podem afectar a qualidade da água subterrânea local


devido ao efluente contaminado e contaminação através do contacto com os resíduos.
O minério pode conter sulfeto que, a menos que seja recuperado, pode acabar na
corrente de rejeitos e pode gerar drenagem ácida de minas, poluindo assim as águas
subterrâneas. Um levantamento geoquímico é recomendado para determinar se isso é
Questões de biodiversidade provável. Para além de projectar e localizar a instalação de armazenamento de rejeitos
associadas à gestão de Moderada de modo a minimizar a contaminação da água de percolação na água subterrânea, é Alcançável BAIXO
rejeitos proposto tentativamente que a instalação de armazenamento de rejeitos seja revestida.
É importante ressaltar que não foi realizada uma análise geoquímica, e esta avaliação
de risco é, portanto, baseada em um pior cenário. A contaminação das águas
subterrâneas, caso ocorra, causará impactos negativos concomitantes sobre a
biodiversidade na área afectada e, portanto, é um impacto de significância elevada. A
mitigação é, no entanto, alcançável, resultando em um risco médio.
O processo de mineração afecta as propriedades físicas e químicas do solo porque o
perfil do solo é perturbado durante a mineração. A produtividade do solo superficial
também é reduzida devido ao armazenamento, e a perturbação e manuseio do solo
Impactos da mineração na pode resultar em mudanças na capacidade de troca catiônica, na capacidade de
Baixa Difícil BAIXO
produtividade do solo retenção de água e na erodibilidade dos solos. Estas mudanças na fertilidade do solo
também têm impacto na produtividade das culturas e no potencial agrícola da terra.
Este impacto é de baixa significância, uma vez que actualmente não existe cultivo na
zona, mas é difícil de mitigar, tornando este um risco baixo.
A remoção da vegetação natural para o poço e a colocação da infraestrutura resultarão
na perda de serviços disponíveis do ecossistema, tais como materiais de construção,
lenha, plantas medicinais e plantas alimentares para as comunidades afectadas pelo
Perda de Serviços de
Baixa projecto. O impacto tem muitos impactos cumulativos e é considerado difícil de mitigar, Difícil BAIXO
Ecossistemas
mesmo com a gestão cuidadosa da instalação e fornecimento de alternativas aos
recursos que são impactados. No entanto, como o uso dos recursos naturais é muito
limitado na área de estudo, o impacto é considerado baixo, e esse risco é baixo.
PADRÃO DE DESEMPENHO III: EFICIÊNCIA DE RECURSOS E PREVENÇÃO DA POLUIÇÃO
Classificação de Potencial de
Questão Comentário Risco
Significância Mitigação
As actividades de mineração podem causar o derramamento de materiais perigosos,
que serão limitados se as melhores práticas forem aplicadas. As águas residuais terão
Resíduos perigosos Moderada de ser tratadas e eliminadas correctamente para evitar impactos nos recursos hídricos Alcançável BAIXO
terrestres e superficiais. O impacto dos resíduos perigosos é considerado elevado. Esta
questão é, portanto, considerada um risco baixo.

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Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência – Julho 2017

As operações de mineração gerarão resíduos gerais (alimentos, vidro, papel, madeira,


metal, óleos e lubrificantes) que precisarão ser descartados adequadamente em locais
de lixo designados. O impacto da eliminação inadequada de resíduos sólidos e líquidos
é considerado moderado. A implementação de um plano de gerenciamento de resíduos
sólidos como medida de mitigação é realizável. Esta questão é, portanto, considerada
Facilmente
Resíduos geral (sólidos) Moderada um risco menor para o lixo geral. Uma coleção e sistema de eliminação aprovado BAIXO
Alcançável
devem estar no lugar. A ESIA deve incluir a elaboração de um Plano Integrado de
Gerenciamento de Resíduos, em conformidade com a legislação de Moçambique. Um
local de aterro projetado e alinhado para disposição de resíduos sólidos deve ser
incluído no projeto de projetos. Os princípios de reutilização, reciclagem e redução
devem ser implementados.
As águas superfície e pluviais podem ficar contaminadas pelo contacto com poluentes
associados a actividades de mineração, como óleos e graxas de oficinas,
hidrocarbonetos de camiões e bombas com vazamentos e escoamento de áreas de
reabastecimento, por exemplo. As águas superficiais devem ser protegidas de entrar
em contacto com quaisquer poluentes e qualquer escoamento de águas pluviais que
Contaminação de águas
Moderada passe através de áreas potencialmente contaminadas deve ser capturado e tratado Alcançável BAIXO
superficiais e águas pluviais
apropriadamente antes da libertação. A erosão e a sedimentação devem ser evitadas.
Isto é considerado um impacto de significância moderada, uma vez que não há pessoas
locais dependentes de recursos hídricos de superfície na área imediata. No entanto, há
corpos de água de superfície perto das áreas de depósito. Isto é, portanto, considerado
como um risco baixo.
As actividades de mineração podem afectar a qualidade da água subterrânea local
devido ao efluente contaminado e contaminação através do contacto com os resíduos
(TSF etc.). A contaminação das águas subterrâneas é considerada provável devido à
Qualidade da água natureza do material a ser extraído e o potencial de geração de DAM é considerado
Elevada Alcançável MÉDIO
subterrânea relativamente elevado na ausência de dados reais, como uma abordagem de
precaução. Um trabalho posterior e uma gestão adequada dos fluxos de resíduos
poderiam reduzir este risco a níveis baixos. A mitigação é alcançável e nesta fase nós
consideramos isso como um risco médio.
A operação de mineração causará um aumento nos níveis de ruído ambiente nas áreas
circundantes. Não há moradores próximos ou próximos da área do projecto, e é
Ruído Baixa provável que o ruído seja um impacto de baixa significância que possa ser mitigado Alcançável BAIXO
usando a prática padrão da indústria para reduzir os níveis de ruído. Esta mitigação é
considerada alcançável e, portanto, este é um risco baixo.
A geração de poeira pode potencialmente impactar o ambiente natural e a saúde dos
trabalhadores devido a elevadas concentrações de poeira inalável (PM10), ao longo das
estradas, áreas limpas e correias transportadoras, trituradores e áreas de
Qualidade do ar Moderada transferência. O impacto de níveis elevados de poeira pode resultar em um impacto de Alcançável BAIXO
significância moderada. Além disso, a poeira poderia ser gerada assim que os rejeitos
secam, desde então eles ficam suscetíveis à dispersão pelo vento. A mitigação é
alcançável e, portanto, este é um risco baixo.

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Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência – Julho 2017

É provável que a operação mineira necessite de energia significativa que possa ter um
impacto moderado no aprovisionamento energético nacional. Isso pode ser mitigado
usando sensores remotos e tecnologia terrestre para minimizar a escavação
Facilmente
Uso de energia Moderada exploratória e perfuração e dimensionando correctamente os motores e bombas BAIXO
Alcançável
usados no processo de movimentação de minério sempre que possível (IFC 2007).
Essas mitigações são consideradas facilmente alcançáveis, portanto, isso é
considerado um risco baixo.
De acordo com o Padrão de Desempenho 3 (2012) da IFC, a produção anual de mais
de 25 000 toneladas de equivalentes de CO2 por um empreendimento deve ser
considerada significativa. De acordo com o Padrão de Desempenho 3 da IFC (IFC
2012), as mudanças induzidas pelo projecto no conteúdo de carbono do solo ou na
biomassa acima do solo e a decomposição de matéria orgânica induzida pelo projecto
podem contribuir para as fontes directas de emissão e devem ser incluídas nesta
Emissão de gases de efeito
Moderada quantificação de emissões onde tais emissões devem ser significativas. Recomenda- Alcançável BAIXO
estufa
se que seja estabelecida uma pegada de carbono abrangente para a instalação no
primeiro ano de operação, que leve em consideração a perda de vegetação. Se isto
confirmar que as emissões anuais de CO2 são susceptíveis de exceder o limiar acima
mencionado, o proponente irá desenvolver um plano de gestão de gases com efeito de
estufa para a operação com a intenção específica de reduzir as emissões de GEE na
medida do possível. Isso é considerado um risco baixo.

EOH Coastal & Environmental Services 70 Grafex Lda. Ancuabe


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7.3. PRINCIPAIS IMPACTOS E RISCOS SOCIAIS E DE PLANEAMENTO

Os impactos e riscos apresentados abaixo foram avaliados de acordo com os Padrões de


Desempenho Social e de Planeamento da Corporação Financeira Internacional.

 Padrão de Desempenho 1: Avaliação e Gestão de Riscos e Impactos Socioambientais


 Padrão de Desempenho 2: Condições de Emprego e Trabalho
 Padrão de Desempenho 4: Saúde e Segurança da Comunidade
 Padrão de Desempenho 5: Aquisição de Terra e Reassentamento Involuntário
 Padrão de Desempenho 8: Patrimônio Cultural

O Padrão de Desempenho 7: Povos Indígenas não foi incluído, pois não existem indígenas na área,
conforme definido pelas Notas de Orientação da IFC para o PD 7.

A área em que foi proposta a mina de Grafite de Ancuabe tem aproximadamente cinco famílias e
machambas dentro do local da barragem proposta (Instalação de Armazenamento de Águas),
aproximadamente 10 machambas estão ao longo do ponto mais a sudoeste da estrada de
transporte (onde a estrada de transporte une a estrada principal) e não há comunidades que
residam no restante da área do projecto ou nos arredores próximos. O projecto está localizado a
cerca de 15 km do interior da estrada principal mais próxima e a comunidade mais próxima fica a
mais de 10 quilômetros de distância. Um total de onze riscos sociais foram identificados, um dos
quais é considerado de risco elevado no ambiente social. Estes são apresentados em maior detalhe
abaixo na Tabela 7.6.

Coastal & Environmental Services 71 Grafex Lda. Ancuabe


Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência– Julho 2017

Tabela 7.6: Resumo dos impactos e riscos sociais e de planeamento


Classificação de Comentário Potencial de
Questão Risco
Significância Mitigação
PADRÃO DE DESEMPENHO 1: AVALIAÇÃO E GESTÃO DE RISCOS E IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS
Temas: (i) Avaliação Ambiental e Social, (ii) Gestão Ambiental e Social, (iii) Consulta Pública e Informação, (iv) Monitoramento e Relatórios
A paisagem natural da área circundante será significativamente perturbada
através do estabelecimento de uma mina. A vegetação será removida para a
construção de grandes estruturas industriais e veículos e equipamentos de
terraplanagem tornar-se-ão familiares à paisagem. Além disso, haverá
iluminação adicional que aumentará a visibilidade da instalação à noite.
Assim, a estética da área do projecto irá mudar devido à mina e infraestrutura
associada. A boa manutenção e a garantia de que a paisagem reabilitada se
aproxime tanto quanto possível da paisagem original contribuirá para mitigar
este impacto.
Mudanças na paisagem e
Moderada Difícil MÉDIO
qualidade visual A actividade de mineração é susceptível de resultar em um aumento no
tráfego de veículos na área, isso pode causar impactos visuais e de ruído para
as comunidades situadas ao longo das estradas para a área do projecto.

Actualmente, as mudanças na paisagem e qualidade visual da área do


projecto são consideradas de impacto moderado, pois não há comunidades
que residam na área do projecto que serão directamente afectadas pela
intrusão visual que a mina causará nesta área natural de outra forma não
desenvolvida. No entanto, a mitigação é considerada difícil e, portanto, é
considerado como um risco médio para o projecto.
PADRÃO DE DESEMPENHO II: CONDIÇÕES DE EMPREGO E TRABALHO
A construção e operação da mina na área do projecto aumentará as
oportunidades de emprego. A operação de mineração proposta tem a
capacidade de melhorar e aumentar a base de competências das
comunidades locais na área circundante, caso sejam implementadas
iniciativas de formação adequadas em benefício dos residentes da área do
projecto. O projecto é susceptível de contratar 150 trabalhadores semi-
qualificados provenientes de comunidades locais; 250 trabalhadores
qualificados provenientes principalmente de empresas moçambicanas e sul-
africanas durante a construção. Durante a fase operacional, cerca de 200 Facilmente
Benefícios de emprego Elevada (+ va) SEM RISCO
pessoas serão empregadas na mina. Para os primeiros dois anos o rácio de alcançável
expatriados será de 10%, mas será reduzido para 4-6% até o ano quatro. A
necessidade de emprego na área do projecto é grande e os níveis de
expectativa de oportunidades de emprego melhoradas são geralmente
elevados; As expectativas da comunidade em relação às oportunidades de
emprego terão de ser cuidadosamente geridas. Apesar dessas desvantagens,
a mitigação é considerada alcançável, o que provavelmente terá uma
significância positiva a nível local e é considerado uma grande oportunidade
associada ao projecto.

EOH Coastal & Environmental Services 72 Grafex Lda. Ancuabe


Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência – Julho 2017

Classificação de Comentário Potencial de


Questão Risco
Significância Mitigação
A força de trabalho é um activo valioso e, portanto, um relacionamento sólido
entre o trabalhador e a gerência é um ingrediente chave para a
sustentabilidade e o sucesso do projecto. A incapacidade de estabelecer e
promover uma boa relação trabalhador-gestor pode minar o comprometimento
e a retenção dos trabalhadores e pode comprometer o projecto. Por outro
lado, através de um relacionamento construtivo entre trabalhadores e
Condições de trabalho Baixa Alcançável BAIXO
gestores, tratando os trabalhadores de forma justa e proporcionando-lhes
condições de trabalho seguras e saudáveis, a Grafex criará benefícios
tangíveis, como o aumento da eficiência e produtividade de suas operações.
A Grafex irá preparar e implementar políticas de Recursos Humanos (RH) de
acordo com os requisitos da legislação Moçambicana e PD 2 da IFC. Isso é
considerado um risco baixo.
Existem áreas de risco elevado para a segurança pessoal, devido ao
equipamento dentro da planta, poeira, movimentos significativos de veículos,
uso de explosivos para detonação e outros perigos geralmente associados a
Saúde e Segurança uma planta industrial. Isso é considerado de significância moderada e pode
Moderada Difícil MÉDIO
Ocupacional ser mitigado, ainda que com alguma dificuldade, através do desenvolvimento
de um plano de gestão de Saúde e Segurança Ocupacional para os
trabalhadores. Isso é considerado um risco médio.

PADRÃO DE DESEMPENHO IV: SAÚDE, SEGURANÇA E SEGURANÇA DA COMUNIDADE


Temas: i) Aspectos gerais de Saúde e Segurança na Comunidade; ii) Emergência Comunitária Prontidão de Resposta; iii) Mecanismo de Reclamação; iv) Questões de Segurança
e Forças de Segurança; Engajamento e Desenvolvimento Comunitário
A operação de mineração pode limitar o acesso a áreas específicas devido à
presença de cercas e infraestrutura, bem como a infraestrutura da mina. Isso
pode afectar as rotas de acesso existentes nas quais as comunidades locais
dependem e tornar o acesso aos recursos naturais e o acesso entre as
comunidades difícil ou demorado. No entanto, muito poucas pessoas usam a
área, e não há comunidades próximas à operação proposta. Assim, os
Acesso comunitário Baixa caminhos não são usados diariamente e não actuam como rotas de acesso Alcançável BAIXO
vitais. A identificação de rotas alternativas e estradas de acesso à área mineira
também será explorada em maior detalhe durante a fase de AIASS. Assim
que a disposição detalhada das operações estiver disponível, a construção de
novas rotas de acesso (se necessário) poderiam ser facilmente alcançadas, o
que significa que a mitigação será prontamente alcançável. Como este
impacto é de baixa significância, este é considerado um risco baixo.
Questões de segurança geral da comunidade não são muito importantes
devido ao facto de que os assentamentos estão longe das operações de
mineração. No entanto, a operação de mineração pode representar um risco
Segurança da comunidade Baixa Alcançável BAIXO
grave de segurança para os indivíduos que entram no local sem autorização
(por exemplo, caçadores) e são necessárias informações de segurança
adequadas.

EOH Coastal & Environmental Services 73 Grafex Lda. Ancuabe


Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência – Julho 2017

Classificação de Comentário Potencial de


Questão Risco
Significância Mitigação
A mitigação, informando as comunidades locais sobre os riscos potenciais,
restringir o acesso a áreas inseguras dentro da área do projecto de Ancuabe
e publicar avisos de segurança ao redor do local é considerada alcançável.
Um Plano de Prontidão e Resposta a Emergências também será desenvolvido
para o local e abordará emergências relacionadas a mina que poderiam
envolver membros da comunidade. Por conseguinte, a segurança comunitária
é considerada um risco baixo.
O desenvolvimento e melhoramento de estradas para o serviço da mina, bem
como um aumento significativo no tráfego de veículos pesados aumentará os
riscos para a saúde e segurança dos moradores locais. No entanto, as
comunidades não estão situadas em ou nos arredores próximos da área do
projecto e serão minimamente afectadas. A maioria do tráfego será
experimentado na entrada do local. Se as comunidades locais começarem a
utilizar a via de acesso ao local do projecto e em caso de acidente, isso
Impacto do tráfego nas resultaria em impactos que variam de moderado a elevado, dependendo do
Elevada Alcançável MÉDIO
comunidades nível de lesão e do número de indivíduos envolvidos. Este risco pode ser
mitigado através da implementação de uma política de segurança rodoviária,
cujo sucesso poderia, esperamos, resultar na ausência de mortes
relacionadas com a comunidade, bem como a notificação de todos os
incidentes. Os terceiros que prestam serviço de entrega devem ser obrigados
a cumprir esta política. A percepção do risco de aumento do tráfego na forma
de um acidente envolvendo um membro da comunidade local ocorrer seria
um grave impacto, o que torna este um risco médio.
A migração interna e o aumento da mão-de-obra empregada na região podem
impactar negativamente o pessoal, mas não afectarão os padrões de saúde
das pessoas nas comunidades, pois estão muito longe do local. No entanto,
isto deve ser entendido no contexto de uma série de questões. As taxas de
malária são elevadas na área e é pouco provável que a migração aumente
Saúde comunitária e doenças
Moderada estes níveis. Um aumento nos níveis de HIV/ SIA e outras DTS é também uma Alcançável BAIXO
transmissíveis
preocupação. As taxas de infecção actuais para as comunidades na área do
projecto não são conhecidas, mas a migração pode aumentar as taxas de
infecção. Deverá ser efectuada uma avaliação do impacto na saúde e
concebida a mitigação adequada. Esta questão pode ter uma significância
moderada, mas pode ser mitigada e, portanto, é um risco baixo.
PADRÃO DE DESEMPENHO V: AQUISIÇÃO DE TERRA E REASSENTAMENTO INVOLUNTÁRIO
Temas: (i) terras recém-adquiridas; (Ii) novos direitos de passagem; (Ii) deslocamento econômico ou físico; (Iii) impactos no acesso à água, estradas, terras comunais, recursos
culturais etc. (iv) número de pessoas afectadas; (V) Plano/Avaliação de Reassentamento ou de Impacto Social, (vi) status na consulta, (vii) reassentamento nos últimos 10 anos,
legado pós-reassentamento.

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Classificação de Comentário Potencial de


Questão Risco
Significância Mitigação
O cliente deverá implementar uma operação que apoie a implementação de
um programa agrícola. Este programa implementará um programa de
desenvolvimento comunitário relacionado à agricultura e à mineração. O
programa implicará um programa de produção agrícola comercial para
garantir a segurança alimentar, ligando este ao acesso ao mercado agrícola. Facilmente
Desenvolvimento Social Elevada (+ va) SEM RISCO
Além disso, serão criados cursos de formação adequados para assegurar alcançável
que, na medida do possível, a mão-de-obra local possa ser formada para ser
qualificada em operações mineiras. Isto é susceptível de ter uma elevada
significância positiva a nível local e é considerado uma grande oportunidade
associada ao projecto, e, portanto, não é um risco.
Ambas oportunidades econômicas indirectas e directas serão criadas como
resultado da Mina de Grafite de Ancuabe. A presença da mina pode
indirectamente aumentar a entrada de dinheiro para as comunidades
afectadas e assentamentos menores dentro da área do projecto e pode ainda
criar oportunidades para a venda de bens e serviços para a mina e os
funcionários da mina. Haverá serviços melhorados e a expansão da
infraestrutura rodoviária em torno da área de mineração proposta,
potencialmente melhorando o acesso e a prestação de serviços básicos para
Benefícios nacionais e os moradores da área do projecto. O projecto resultará em benefícios
Moderada (+ve) acilmente alcançável SEM RISCO
regionais económicos directos a nível provincial e nacional e qualquer rendimento
gerado a partir da operação mineira irá aumentar significativamente a base
tributária de Moçambique. As medidas de optimização para aumentar estes
benefícios são consideradas facilmente alcançáveis a nível nacional e
alcançáveis a nível local. Considera-se que o impacto geral tem uma
significância positiva moderada. Considera-se que o impacto geral é de baixa
significância positiva a nível nacional, de significância positiva moderada a
nível regional e é considerado uma grande oportunidade associada ao
projecto, pelo que não é considerado um risco.
O projecto poderia levar à imigração de candidatos a emprego para a área do
projecto. Isto poderia levar a uma maior pressão sobre os serviços sociais
locais, tais como escolas e postos de saúde, bem como sobre as
necessidades locais de terras e recursos.

Tal como acontece com a maioria dos impactos sociais, a imigração também
Imigração Moderada Muito difícil ELEVADO
pode ter um impacto positivo em termos de proporcionar as comunidades
pequenas oportunidades de negócios devido a uma maior procura de
produtos locais e outros bens, bem como oportunidades de intercâmbio
cultural. No entanto, essas oportunidades são limitadas no local, como a
comunidades mais próxima fica a 10 km de distância.

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Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência – Julho 2017

Classificação de Comentário Potencial de


Questão Risco
Significância Mitigação
Embora o afluxo seja considerado fora do controle dos desenvolvedores de
projectos, as diretrizes da IFC sobre migração induzida pelo projecto sugerem
que o afluxo pode ameaçar a “segurança do projecto” e que deve ser gerido
como uma ameaça ao projecto. Os impactos directos e indirectos associados
a um afluxo de trabalhadores e de funcionários expatriados são susceptíveis
de ter impactos significativos nas comunidades mais próximas da área do
projecto (Nankhumi, Natocua, Maguide e Nacussa), pois geralmente resultam
em muitos factores sociais, culturais, econômicos e mudanças políticas.
Algumas das medidas de mitigação a serem discutidas na AIS incluem o
desenvolvimento de um plano de gestão de trabalho, recrutamento e afluxo.
Isso pode resultar em impactos negativos elevados, que são muito difíceis de
mitigar, resultando em um risco elevado.

EOH Coastal & Environmental Services 76 Grafex Lda. Ancuabe


Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência– Julho 2017

8. TERMOS DE REFERÊNCIA PARA ESTUDOS DE ESPECIALIDADE

8.1. INTRODUÇÃO

O presente capítulo define os termos de referência para todos os estudos de especialidade da


AIASS de Ancuabe em resposta aos riscos identificados no capítulo anterior.

Serão realizados os seguintes estudos de especialidade:

1. Avaliação da Vegetação
2. Avaliação da Fauna Terrestre
3. Avaliação dos Peixes
4. Avaliação da Terra, Uso dos Recursos Naturais e da Agricultura
5. Avaliação da Água Subterrânea e Geoquímica
6. Avaliação das Águas Superficiais e Aquáticas
7. Estudo dos Requisitos de Fluxo Ambiental do Rio Muaguide
8. Avaliação de Impacto Socioeconómico
9. Avaliação de Impacto na Saúde a Nível da Delimitação do Âmbito
10. Avaliação da Gestão de Resíduos
11. Avaliação doTráfego, Transporte e Visual
12. Avaliação da Qualidade do Ar
13. Avaliação de Impacto de Detonação
14. Estudo de Encerramento e Reabilitação
15. Plano de Acção de Reassentamento

Os seguintes estudos incluem amostragem nos levantamentos tanto na estação chuvosa como na
estação seca:
 Avaliação da Vegetação
 Avaliação da Fauna Terrestre
 Avaliação das Águas Superficiais e Aquáticas
 Avaliação dos Peixes

Os restantes estudos não necessitam de dois períodos de amostragem.

Os estudos de referência terão de satisfazer os requisitos rigorosos dos Padrões de Desempenho


da IFC. Além disso, todos os estudos incluem os seguintes Termos de Referência:

1. Abordar todas as questões e preocupações levantadas pelas PI&IAs durante a fase de


delimitação de âmbito.
2. Identificar e avaliar a significância dos impactos da construção, operação e encerramento
da mina.
3. Prover recomendações práticas e realísticas para mitigar os impactos.
4. Trabalhar em consulta com outros especialistas para assegurar que são compreendidas as
ligações entre os vários sistemas.

As secções seguintes definem as tarefas específicas que serão realizadas para avaliar os potenciais
impactos que o projecto teria dentro do campo específico de especialidade. É da responsabilidade
do especialista determinar a melhor abordagem, metodologias e análises para assegurar que todas
as questões sejam adequadamente cobertas e avaliadas.

Em todos os casos os especialistas devem:

 Avaliar a significância ambiental destes impactos utilizando a metodologia prescrita pela


CES, uma vez que esta metodologia está em conformidade com as melhores práticas
internacionais.
 Certificar que o estudo trata de todas as questões que foram levantadas conforme as PI&As
durante a fase de delimitação de âmbito.
Coastal & Environmental Services 77 Grafex Lda. Ancuabe
Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência – Julho 2017

8.2. EQUIPA DE ESPECIALISTAS

Dra. Alice Massingue - Especialista em Botânica


Alice é doutoranda em Botânica pela Escola de Ciências Ambientais da Universidade Metropolitana
Nelson Mandela, África do Sul. É Mestre em Desenvolvimento Agrícola com foco em Gestão de
Florestas e Fauna pela Universidade Eduardo Mondlane em Moçambique. É licenciada em Ciências
Biológicas igualmente pela Universidade Eduardo Mondlane em Moçambique.
Alice ganhou experiência considerável na implementação de planos de gestão ambiental em flora
e vegetação, tais como: Espécimes do tipo da base de dados JSTOR PLANTS. Colaborou em vários
estudos de biodiversidade, como o levantamento da Vegetação e Flora da Gorongosa no Centro de
Moçambique, 2006-2007, Levantamento da Vegetação e Flora da Floresta Costeira em Cabo
Delgado, 2009-2015, Norte de Moçambique. Pesquisas em plantas ameaçadas de extinção:
colaborou na avaliação de plantas ameaçadas de extinção em Moçambique, em coordenação com
SANBI, Pretória, África do Sul. Possui uma vasta formação académica, incluindo avaliações de
impacto, caracterização de vegetação e flora para obtenção de licença ambiental em Moçambique.

Dr Anton Bok – Especialista Líder em Peixes de Água Doce


O Dr. Anton Bok é PhD em ictiologia pela Universidade de Rhodes (Instituto de Ictiologia JLB Smith,
agora Instituto Sul Africano para a Biodiversidade Aquática ou SAIAB) na África do Sul e tem mais
de 35 anos de experiência na área de distribuição de peixes, conservação e ecologia aquática na
África Austral. Depois de 20 anos de trabalho como cientista de especialidade aquática no
departamento provincial de conservação da natureza da Província do Cabo e da Província do Cabo
Oriental, responsável pela conservação de peixes de água doce, o autor ingressou na área de
consultoria ambiental privada em 1997. Ele conduziu levantamentos ecológicos aquáticos e
avaliações de impacto como especialista em peixes contribuindo para avaliações de impacto
ambiental (AIA) de grandes projectos como empreendimentos de mineração e projectos de
construção de barragens no Cabo Oriental, bem como em toda a África do Sul, República
Democrática do Congo, Zâmbia, Madagáscar, Lesoto e Moçambique.

dra. Belinda Huddy - Social


A dra Belinda tem um Mestrado em Filosofia (MPhil) com enfoque Ambiental, Sociedade e
Sustentabilidade e Licenciatura em Ciências Empresariais, na área de Economia, ambos obtidos
pela Universidade da Cidade do Cabo. A sua dissertação de mestrado explorou valores alternativos
ligados à Troca de Talentos da Cidade do Cabo. Seu trabalho de fim de curso de licenciatura
estudou os determinantes de sucesso e fracassos da indústria de biodiesel, com foco em uma
plantação de jatrofa na Zâmbia. As disciplinas do seu mestrado incluem Teoria e Prática de Gestão
Ambiental, Gestão de Sistemas Humanos-Ecológicos Complexos, Direito do Ambiente e Geografia
Cultural. As disciplinas relevantes na sua licenciatura incluem Economia Ambiental e Economia de
Recursos Naturais.

dr. Bill Rowlston - Estudo de Requisito de Fluxo Ambiental


Bill tem uma licenciatura de Primeira classe em Engenharia Civil pela Universidade de Salford,
Inglaterra (1971), após a qual trabalhou por 11 anos para consultores de engenharia na Inglaterra.
Trabalhou depois durante 25 anos para o Departamento para os Assuntos Hídricos e Florestais da
África do Sul, onde contribuiu para o desenvolvimento da Política Nacional de Águas e da Lei
Nacional de Águas e compilou e editou a Estratégia Nacional de Recursos Hídricos, Primeira Edição
(2004), ele escreveu muitas destas.
Bill juntou-se a CES como Director em 2007. Trabalhou como director de projectos em uma série
de grandes AIASs e AIASSs na África do Sul e em outros países Africanos, e realizou estudos de
due diligence ambiental e social, avaliações de conformidade e auditorias de padrões internacionais
para uma série de projectos propostos e operacionais.
Ele preparou também relatórios de especialidade sobre recursos hídricos, e compilou avaliações de
impacto de tráfego para projectos industriais, agroindustriais e de mineração, incluindo uma
fundição de manganês e um desenvolvimento agroindustrial na Província do Cabo Oriental, África
do Sul, uma mina de minério de ferro em Moçambique, projectos Florestais e agro-industriais em
Moçambique, e uma rede de grande capacidade de água em Kwa-Zulu Natal, África do Sul.

Coastal & Environmental Services 78 Grafex Lda. Ancuabe


Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência – Julho 2017

dra. Carina Saranga - Consultora social local


A dra. Carina Saranga é Consultora Social da EOH CES desde 2013. Ela está baseada no escritório
da empresa em Moçambique e fala fluentemente inglês como sua segunda língua. Possui o grau
de Licenciatura em Direito com enfoque em Direito Público (2012), obtido pela Universidade São
Tomás em Moçambique. Ela fez a sua monografia em "Complexidade do Processo de
Reassentamento em Moçambique". Estando familiarizada com o reassentamento e contexto
socioeconómico em Moçambique através dos seus estudos, a Sra. Saranga tem estado envolvida
não apenas na preparação e coordenação de processos de participação pública como parte das
Avaliações de Impacto Ambiental (AIA), mas também na realização de levantamentos
socioeconómicos de base em comunidades. Neste quesito, ela adquiriu vasta experiência na
coordenação de grandes grupos de recenseadores, desde o fornecimento de capacitação até a
gestão de programas de levantamento social em áreas pobres e rurais com logística desafiadora.
A maioria dos levantamentos são produzidos como parte de relatórios de Estudos Socioeconómicos
de Base (SEBS) independentes ou fazem parte de um pacote de Avaliação de Impacto Social (AIS)
e/ou processo de reassentamento. Mais recentemente, ela tornou-se mais envolvida na gestão de
dados através do uso do Microsoft Access. Como consultora social, trabalhou em muitos projectos
de levantamento social grandes nas Províncias de Nampula, Sofala, Cabo Delgado e Tete. Seu
mais recente projecto de SEBS envolve a coordenação de dois grandes programas de pesquisa
para a Triton Minerals Ltd. na Província de Cabo Delgado.

Dra. Chantel Bezuidenhout - Recursos Naturais e Agricultura


Chantel tem o grau de Mestrado e Doutoramento em Botânica (ecologia estuarina) e Bacharelato
em Botânica e Geografia da NMMU. O foco principal da Chantel é a ecologia estuarina e tem feito
um trabalho extensivo em 13 sistemas na foz do Rio Orange no Cabo Norte até o Estuário Mngazi
em Transkei. Como resultado, ela tem estado envolvida em vários estudos de determinação de
reservas ecológicas, incluindo os sistemas Kromme, Seekoei e Olifants. Chantel é Consultora
Ambiental há aproximadamente 5 anos e, como tal, tem se concentrado na gestão ambiental e
avaliação de impacto. Chantel tem muito conhecimento da legislação ambiental e tem estado
envolvida em várias avaliações de impacto ambiental e planos de gestão na África do Sul, Zâmbia
e Madagáscar

Dr Eric E Igbinigie - Especialista em Resíduos


Eric é Doutorado em Biotecnologia Ambiental. O seu interesse profissional é em Gestão Ambiental
Integrada Sustentável com grande interesse em Gestão e Valorização de Resíduos, Mudanças
Climáticas (mitigação e adaptação), Estratégia de Gestão de Carbono e Biorremediação de
Hidrocarbonetos. Eric realizou vários estudos de monitoramento ambiental, avaliações de
implementações e de conformidade, conforme prescrito pelos credores internacionais, incluindo a
IFC (Padrões de Desempenho e Directrizes Específicas do Sector) e o BAD e realizou formações
de monitoramento pós-AIASS para empresas multinacionais incluindo as Minas de Moma da
Kenmare, Moçambique e Addax BioEnergy, Serra Leoa. Ele também trabalhou como consultor
especialista e geriu vários projectos locais e internacionais de estudos de avaliação ambiental,
incluindo due dilience ambiental, avaliação de risco de terra contaminada e avaliações de risco de
gestão de resíduos e águas residuais. Antes de ingressar na CES, trabalhou como Cientista Sénior
de Pesquisa no Instituto de Biotecnologia Ambiental da Universidade de Rhodes, onde estava
envolvido na docência no pós-graduação e liderou um grupo de pesquisa encarregado do
beneficiamento de despojos de carvão para facilitar a re-vegetação de locais de depósitos de minas
de carvão.

dr. George van Dyk - Hidrogeólogo


O dr. George van Dyk, é um Hidrogeólogo com 6 anos de experiência. Ele é Licenciado em Geo-
hidrologia pela Universidade do Freestate e é reconhecido como um cientista profissional de solos
pelo Conselho Sul-Africano para Profissões Científicas Naturais (SACNSP). Subsequente ao grau
de Licenciatura, ele completou também o grau de Bacharelato em Geologia na Universidade de
Pretória. Ele tem experiência em estudos e avaliações de águas subterrâneas na maioria das
indústrias, que incluem projectos de base de mineração, ambiental e geográficos. Ele tem ampla
experiência em todos os aspectos da componente de trabalho de campo (geofísica, testes de
aquíferos, testes packer (SWiPS), avaliações geológicas e amostragem) análise de dados de
Coastal & Environmental Services 79 Grafex Lda. Ancuabe
Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência – Julho 2017

trabalho de campo e processamento de operações GIS (funções e mapeamento Arc GIS),


interpretação de dados geofísicos, análise de teste de aquífero e análise de testes packer e
relatórios de todos os aspectos dos projectos (AIAs e águas subterrâneas relacionadas a projectos
de mineração). Além dos projectos na África do Sul, ele tem experiência em projectos internacionais
na Tanzânia, Serra Leoa, Zâmbia e República Democrática do Congo.

dr. Jan Anton Hough – Cientista Social e Especialista em Saúde


Anton é um experiente cientista social com oito anos de experiência na sua área. Actualmente, ele
é cientista social sénior na EOH CES nos últimos cinco anos. Suas qualificações académicas e
realizações incluem um Mestrado em Sociologia obtido na Universidade de Stellenbosch (África do
Sul) (2011), que foi uma grande Avaliação de Impacto Socioeconómico (AISE) em vários Distritos
da Província do Cabo Ocidental, África do Sul. Seus estudos de pós-graduação resultaram em três
publicações académicas listadas no ISI em Dinâmicas Sociais, no South African Geographical
Journal e no South African Journal of Science. Antes de trabalhar na EOH CES, ganhou experiência
como Cientista Social nos sectores de mineração e desenvolvimento comunitário, mas também na
arena sócioambiental; na qual publicou artigos na Internet sobre questões socioambientais em
África. Actualmente, Anton está envolvido principalmente em AISEs, Avaliações de Impacto Social
(AISs), Planos de Gestão Social, Planos de Acção de Reassentamento (PARs) e Avaliações de
Impacto na Saúde (HIAs). Na EOH CES, alguns dos projectos que ele tem estado envolvido até à
data incluem vários PARs de grande dimensão que estão em curso, principalmente em
Moçambique, bem como muitas AISs e AISEs (redacção e revisão de relatórios de ambos) em
países como Camarões, Libéria, RDC, Serra Leoa, Moçambique e África do Sul. Mais
especificamente, neste momento, Anton está a finalizar um projecto abrangente de reassentamento
onde é necessário que ocorra o reassentamento físico para o projecto de mineração da Capitol
Resources na Província de Tete, em Moçambique. Além da mineração, a sua experiência também
está relacionada ao sector agrícola, pois recentemente completou um PAR para uma plantação de
macadâmia na Província da Zambézia, em Moçambique. Tendo em conta as AISEs, um dos
maiores levantamentos sociais de base nos quais ele esteve envolvido foi para o Lesotho Highlands
Development Authority em 2013-2014, onde fez-se o levantamento de mais de 11.000 famílias. A
maior parte do seu trabalho é desempenhado em conformidade com os padrões de desempenho
da IFC (Corporação Financeira Internacional), enquanto trabalha de acordo com os padrões do
Banco Europeu de Investimento (BEI) e Norfund.

Sr. JD Zeeman – Avaliação de Detonação


É o director da Blast Management & Consulting, cujas principais áreas de enfoque são consultoria
e monitoramento pré-detonação, monitoramento Insitu, monitoramento e consultoria pós-
detonação, bem como projectos de especialidade. A Blast Management & Consulting está activa na
indústria de mineração desde 1997 e tem realizado trabalhos a vários níveis para empresas de
mineração na África do Sul, Botsuana, Namíbia, Moçambique, República Democrática do Congo,
Serra Leoa e Costa do Marfim. JD Zeeman obteve as seguintes qualificações:

1985 - 1987 Diploma: Tecnologia de Explosivos, Technikon Pretoria


1990 - 1992 Grau de Bacharelato, Universidade de Pretória
1994 Diploma Superior Nacional: Tecnologia de Explosivos, Technikon Pretória
1997 Certificado em Gestão de Projectos: Damelin College
2000 Certificado Avançado em Detonação, Technikon SA
Membro: Sociedade Internacional de Engenheiros de Explosivos

Sr. Justin Green - Especialista em Qualidade da Água, Especialista em GIS e Produção de


Relatórios
Justin tem um Bacharelato em Zoologia e Entomologia, bem como um Diploma de Pós-Graduação
em Gestão Empresarial pela Universidade de Rhodes. Justin trabalha como Consultor Ambiental
da CES ha 5 anos e tem estado envolvido em um trabalho extensivo em Projectos de Energia
Renováveis e projectos de mineração. Justin desempenhou um papel fundamental tanto na
Avaliação de Impacto Ambiental como nas Avaliações Básicas na África do Sul, bem como em
inúmeros projectos de base internacional.

Tem 4 anos de experiência progressiva, abrangendo tanto os sectores público quanto privado,
Coastal & Environmental Services 80 Grafex Lda. Ancuabe
Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência – Julho 2017

especializando-se em Gestão de Recursos Hídricos e Biomonitoramento e Avaliação Aquática


utilizando a metodologia South African Scoring System SASS5 (Sistema de Pontuação Sul-
africano). O SASS5 baseia-se na presença ou ausência de macroinvertebrados aquáticos sensíveis
recolhidos e analisados de acordo com os métodos definidos em Dickens e Graham (2002). A sua
experiência de trabalho foi concluída na África do Sul, República Democrática do Congo, bem como
em vários projectos em Moçambique.

Dr. Kevin Whittington-Jones - Avaliação de Conformidade da IFC e Especialista Líder em


Resíduos
Kevin é Doutorado em Biotecnologia Ambiental e tem um Mestrado em Zoologia (ecologia marinha)
e é um Executivo na CES. Seus interesses profissionais incluem risco no ambiente de negócios,
sistemas de gestão, gestão de resíduos e mudanças climáticas. Antes de ingressar na CES, ocupou
vários cargos académicos na Universidade de Rhodes, incluindo o de Professor Sénior na Rhodes
Investec Business School.

Kevin realizou trabalhos ambientais em muitos dos portos da África do Sul, realizando avaliações
de risco ambiental, avaliação de risco de mudança climática, avaliações ambientais estratégicas e
um plano integrado de gestão de resíduos. Kevin também esteve envolvido na AIASS de vários
projectos industriais na África do Sul e internacionalmente, tanto como Gestor de Projecto e como
especialista em gestão de resíduos. Mais especificamente, realizou estudos de especialidade em
gestão de resíduos para o Porto de Mossel Bay (África do Sul), dois projectos de mineração de
minerais pesados (Egipto e Madagáscar), fundições de manganês (Kgalagadi e Exxaro, ambos na
África do Sul), projectos de biocombustíveis (Serra Leoa e Moçambique), projectos de cervejeiras
(Moçambique) e a Central Eléctrica de Rabai (Quénia). Actualmente, está a gerir a AIASS para um
grande desenvolvimento de biocombustíveis em Moçambique e a AIASS para inúmeros
desenvolvimentos de energia eólica.

Dr Koos Vivier - Hidrogeólogo Líder


Dr Vivier é um hidrogeólogo ambiental com 19 anos de experiência. É Doutorado em gestão
ambiental e tem um Mestrado em hidrogeologia. Ele é especialista em tomada de decisões
ambientais, fluxos numéricos e estatísticos de águas subterrâneas e modelagem de transporte de
massa, quantificação de recursos, interacção de águas superficiais - água subterrânea,
desidratação de mina, gestão de água da mina e desenvolvimento de estratégias de gestão de
água. Tem experiência internacional em projectos e workshops na Europa, Botswana, Argélia, RDC,
Moçambique e EUA. Ele actua como um revisor para publicações científicas sobre água da
WaterSA.

dr. Marc Hardy - Cientista Social Líder


O dr. Marc possui um Mestrado em Filosofia (M. Phil) (com enfoque em Gestão Ambiental) pela
Escola de Administração Pública e Planeamento da Universidade de Stellenbosch. Seus interesses
profissionais incluem preparação de relatórios de impacto ambiental para projectos lineares, de
energia e de infraestruturas massivas, desenvolvimento estratégico de políticas ambientais e
preparação de relatórios – na sua maioria relacionados aos Quadros de Gestão Ambiental (QGAs)
- monitoramento de conformidade e auditoria ambiental.

Marc trabalha na indústria de consultoria privada há dois anos, antes de ingressar na CES
(anteriormente com a Royal Haskoning DHV, em Joanesburgo) e, entre outros, foi gestor de projecto
da Dinokeng EMF (Gauteng), da Refinaria Milnerton e da Central Eléctrica Ankerlig (Em nome da
Eskom Generation – Cidade do Cabo), de diversas AIASS de transmissão e distribuição da linha de
energia e subestação da Eskom em todo o país, auditorias de conformidade de mineração EMPR,
de auditorias de conformidade de retorno ao serviço das estações de energia de Camden, Grootvlei
e Komati (Província de Mpumalanga) e da nova instalação de gestão de resíduos de alto risco da
Coega Development Corporation (Coega IDZ).

Antes de entrar na área de consultoria, ele adquiriu larga experiência no campo de regulamentação
de AIASS, enquanto esteve a trabalhar no Departamento de Agricultura, Conservação e Meio
Ambiente de Gauteng era responsável pela revisão de projectos de infraestrutura como o Gautrain

Coastal & Environmental Services 81 Grafex Lda. Ancuabe


Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência – Julho 2017

Rapid Rail Link e representava o Departamento em vários comités de direcção de projectos de EMF,
SDF e IDP. Actualmente, ele gere os processos de AIASS para vários projectos de energia eólica.

dra. Tarryn Martin - Especialista em Botânica


Tarryn é Bacharel em Botânica e Zoologia, Licenciada em Biodiversidade de Vertebrados Africanos
e possui um Mestrado com distinção em Botânica pela Universidade de Rhodes. A dissertação de
Mestrado de Tarryn analisou o impacto do incêndio na recuperação de gramíneas Panicóide C3 e
C4 e não-Panicóide no contexto da mudança climática para o qual ela ganhou a Medalha Junior
Capitain Scott (Ciência Vegetal) por ter produzido a melhor dissertação de mestrado de 2010 da
Academia Sul-Africana de Ciências e Arte, bem como um Prémio de Desempenho Académico de
Destaque em Ciências de Pastagem e Forragem pela Grassland Society of Southern Africa
(Sociedade de Gramíneas da África Austral). Ela realiza avaliações de vegetação que incluem
vegetação e mapeamento de sensibilidade para orientar os desenvolvimentos e assim minimizar os
seus impactos sobre a vegetação sensível.

Tarryn realizou uma série de avaliações de vegetação e de impacto em Moçambique (de acordo
com os padrões da IFC), estas incluíram o Projecto Florestal Lúrio em Nampula, a Mina de Grafite
da Syrah em Cabo Delgado e a Mina de Ferro da Baobab em Tete, Moçambique. Tarryn também
co-concebeu e implementou o Programa de Monitoramento Terrestre para Kenmare, MOMA, uma
mina de minerais pesados em Moçambique. Este programa de monitoramento inclui uma avaliação
da saúde da floresta. Ela também trabalhou no levantamento botânico de base da Lesotho
Highlands Development Authority para a fase 2 do Projecto Hídrico do Planalto do Lesotho.

dr. Roy de Kock - Especialista Agrícola


Roy é consultor sénior com uma Licenciatura em Geologia e Mestrado em Botânica pela
Universidade Metropolitana Nelson Mandela em Porto Elizabeth. Sua dissertação de mestrado
focou-se em Ecologia de Reabilitação usando uma mina a céu aberto como um estudo de caso.
Trabalha para a CES desde 2010 e está baseado na sucursal de East London, onde se concentra
em Avaliações Ecológicas e Agrícolas, Análises Geológica e Geotécnica, Planos de Gestão
Ambiental, aplicações de mineração e vários estudos de impacto ambiental. Roy trabalhou em
muitos projectos na África do Sul, Moçambique e Malawi.

Dr A.M (Ted) Avis


Ted Avis é um especialista líder no campo de Avaliações de Impacto Ambiental e Gestão Ambiental,
tendo gerido AIASs e PGASs de inúmeros projectos de grande escala segundo os padrões de
desempenho Corporação Financeira Internacional. Ted foi líder de estudos de AIA em várias AIAS
e AIASS para projectos de grande escala com investimentos de capital que variam de US $ 200
milhões a acima de US $ 1 bilhão. Foi líder de estudos de AIAS e estudos ambientais relacionados
concluídos a nível internacional no Egipto, Quénia, Libéria, Moçambique, Madagáscar, Malawi,
Serra Leoa, África do Sul e Zâmbia. Ted também tem experiência em Avaliações Ambientais
Estratégicas de grande escala na África Austral e tem sido contratado pela Corporação Financeira
Internacional (IFC) para vários projectos.

A maior parte do trabalho de AIAS em que Ted esteve envolvido incluiu a preparação de vários
Planos de Gestão Ambiental e Social, Planos de Acção de Reassentamento e Planos de
Monitoramento. Estas AIASs abrangem uma série de sectores, incluindo infraestrutura, mineração
(minerais pesados, grafite, estanho, cobre, ferro), agro-indústria, floresta, resorts e desenvolvimento
habitacional, energia, portos e desenvolvimentos costeiros.

Ted é Doutorado em Botânica e recebeu uma medalha de bronze da Associação Sul-Africana de


Botânicos por ter sido considerado o melhor Doutorado naquele ano, intitulado "Ecologia e Gestão
de Dunas Costeiras no Cabo Oriental". Submeteu e publicou Artigos científicos no campo de AIA,
Avaliação Ambiental Estratégica e Gestão Integrada da Zona Costeira é um dos directores da CES
desde a sua criação em 1990, é Director Geral desde 1998.

Ted foi fundamental no estabelecimento do Departamento de Ciência Ambiental na Universidade


de Rhodes enquanto Professor Sénior em Botânica, com base na sua experiência em leccionar
módulos de licenciatura na prática de AIA e gestão ambiental. Ele foi um dos primeiros Profissionais
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Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência – Julho 2017

certificado em Avaliação Ambiental na África do Sul, tendo obtido a certificação em Abril de 2004.
Ele é um membro profissional do Conselho Sul-Africano de Profissionais de Ciências Naturais desde
1993.

Professor William R. Branch - Especialista Líder em Fauna


Bill é um Professor Honorário de Pesquisa reformado do Departamento de Ciências Animal, Vegetal
e Ambiental da Universidade de Witwatersrand, Associado de Pesquisa no Departamento de
Zoologia da Universidade Metropolitana Nelson Mandela e Curador Emérito de Herpetologia, Museu
de Porto Elizabeth (Bayworld). Participou em inúmeros comités internacionais, relacionados
particularmente à conservação de répteis e anfíbios. Ele editou o Livro Vermelho de Dados –
Repteis e Anfíbios revisto (1988), é co-editor do Atlas e Lista Vermelha de Dados dos Répteis da
África do Sul, Swazilândia e Lesotho (2013) e autor do Guia de Campo dos Répteis da África Austral
(1998). O Professor Branch tem estado envolvido em inúmeras AIASSs e tem uma larga experiência
em levantamentos faunísticos e na identificação de espécies de interesse para a conservação. Ele
já publicou mais de 100 artigos científicos em revistas científicas com revisão por pares, apresentou
em plenária em várias conferências internacionais e actuou como guia científico para expedições
da National Geographic. Ele também realizou levantamentos faunísticos em África em nome do
Instituto Smithsonian.

8.3. TERMOS DE REFERÊNCIA DETALHADOS

8.3.1. Estudo 1 - Avaliação da Vegetação

Os levantamentos devem ser realizados durante as estações chuvosa e seca e os termos de


referência específicos são os seguintes:

a) Descrever e mapear diferentes unidades de vegetação e ecossistemas (por exemplo,


florestas, savanas, ribeirinhos etc.) na área de mineração.
b) Descrever a biodiversidade florística e registar as espécies de plantas que ocorrem em cada
tipo de vegetação.
c) Determinar as unidades de habitat que desempenham funções críticas no ecossistema (ex.:
controle de erosão, serviço hidrológico, etc.).
d) Utilizar a abordagem aleatória estratificada para levantamentos botânicos com base no
terreno, de modo a descrever a biodiversidade e o estado ecológico de cada unidade de
vegetação.
e) Descrever e mapear ecossistemas raros, ameaçados de extinção ou ameaçados.
f) Estabelecer e mapear áreas de vegetação sensível e espécies de interesse especial (Lista
de Dados Vermelhos da IUCN).
g) Identificar espécies de plantas exóticas, avaliar o potencial invasivo e recomendar
procedimentos de gestão.
h) Identificar e avaliar os impactos da mineração e infraestrutura associada na vegetação
natural em termos de perda de habitat, fragmentação e degradação de ecossistemas-chave.
i) Utilizando as directrizes da IFC, classificar os tipos de habitat como modificados, naturais ou
críticos com base nos estudos de base para determinar se o desenvolvimento pode
prosseguir e, em caso afirmativo, em que condições.

8.3.2. Estudo 2 - Avaliação da Fauna Terrestre

Os levantamentos devem ser realizados durante as estações chuvosa e seca e os termos de


referência específicos são os seguintes:

a) Identificar e listar todas as espécies de vertebrados terrestres que ocorrem na área de


mineração, com base na literatura, espécimes publicados ou registos do local e ocorrências
prováveis.
b) Registar espécies de fauna identificadas na lista da área da mina por: busca activa,
localização oportunística e recolha de espécimes.
c) Descrever quaisquer novas espécies ou ocorrências.

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Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência – Julho 2017

d) Avaliar a preferência de habitat da fauna e usar essas preferências de habitat para avaliar a
presença e abundância de espécies faunísticas.
e) Identificar espécies de Interesse Especial usando como referência a Lista Vermelha de
Dados da UICN.
f) Definir e mapear os habitats faunísticos que são sensíveis e que requerem conservação.
Esses podem precisar de ser definidos como áreas Proibidas ou de Desenvolvimento
Restrito.
g) Descrever os impactos do uso actual da terra nos grupos faunísticos.
h) Usando as directrizes da IFC, classificar os tipos de habitat como modificados, naturais ou
críticos com base nos estudos de base para determinar se o desenvolvimento pode
prosseguir e, em caso afirmativo, em que condições.
i) Identificar e avaliar o impacto que a mineração terá nos diferentes grupos faunísticos e
espécies específicas que seriam significativamente afectadas pela mina.

8.3.3. Estudo 3 - Avaliação dos Peixes

Os levantamentos devem ser realizados durante as estações chuvosa e seca e os termos de


referência específicos são os seguintes:
a) Realizar um levantamento de amostragem de peixes de habitats aquáticos representativos
nos rios da Área de Estudo usando artes de pesca apropriadas.
b) Identificar os peixes capturados a nível de espécie e determinar o seu estado de
conservação com referências à Lista Vermelha de Dados da UICN.
c) Pesquisar e identificar a fauna de peixes importantes em termos de biodiversidade,
funcionamento do ecossistema ou conservação.
d) Descrever os habitats e as funções do ecossistema que são importantes para sustentar
populações viáveis de peixes.
e) Elaborar uma lista das espécies mais sensíveis e importantes a serem incluídas em
programas futuros de monitoramento.
f) Identificar e descrever os actuais impactos, a montante e na Área do Projecto, nos habitats
aquáticos e espécies de peixes associadas aos rios costeiros.

8.3.4. Estudo 4: Avaliação da Terra, Uso de Recursos Naturais e Agricultura

Os termos de referência específicos são os seguintes:

a) Fornecer um relatório sobre o status quo com referência ao uso da terra e a actividade
agrícola.
b) Determinar as localizações de GIS de áreas agrícolas importantes na infraestrutura da mina
proposta e nos locais de prospecção e exploração da mina.
c) Desenvolver um plano de gestão de uso da terra para o encerramento da mina, incorporando
os objectivos de conservação e agrícolas.
d) Encontrar formas e meios para ajudar as populações locais a melhorar a sua agricultura na
mitigação contra a perda dos recursos do solo.
e) Avaliar a capacidade da terra da área com base em análises mais amplas do solo e do clima
e tecer comentários sobre o potencial da área para a agricultura e outros usos da terra.
f) Determinar mecanismos de recuperação do potencial da área da superfície da mina.
g) Engajar-se com os cientistas sociais para garantir que as questões relacionadas com o uso
da terra sejam feitas durante a avaliação de impacto social, esclarecer as complexidades
associadas com o uso actual da terra e utilização dos recursos naturais.
h) Identificar os recursos naturais mais comumente usados na área do projecto e determinar
se algum deles está espacialmente limitado a certos locais onde as áreas de mineração
propostas estarão situadas.
i) Identificar as principais árvores lenhosas e avaliar a sua abundância e substituibilidade.
j) Identificar e avaliar significância dos impactos nos solos, uso da terra e dos recursos naturais
que possam resultar da operação de mineração.

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Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência – Julho 2017

8.3.5. Estudo 5: Avaliação das Águas Subterrâneas e Geoquímica

Os objectivos da avaliação das águas subterrâneas são determinar:

a) As características do aquífero e o potencial de rendimento sustentável.


b) Potenciais mudanças nos níveis e qualidade da água subterrânea na área circundante.
c) Potencial de interacção da água superficial-água subterrânea.
d) Volumes de entrada de água subterrânea para a área de mineração ao longo do tempo.
e) Previsão da migração de contaminantes através da área.

Os termos de referência específicos são os seguintes:

i. Verificar o estado ecológico e o funcionamento da rede de drenagem.


ii. Fornecer uma caracterização básica dos recursos hídricos, incluindo variações sazonais,
com base em informação existente e num censo hídrico dentro de um raio de cinco
quilómetros da área-alvo;
iii. Identificar quaisquer impactos ambientais sobre os recursos hídricos que possam derivar do
processo de mineração.
iv. Desenvolver um modelo conceitual para descrever o ambiente das águas subterrâneas em
termos tanto do sistema de águas subterrâneas como do sistema de fluxo de águas
subterrâneas
v. Preparar um modelo numérico de águas subterrâneas usando pacotes de modelagem
numérica MODFLOW e/ou MT3DMS (ou similar).
vi. Calibrar os modelos com dados geo-hidrológicos disponíveis e outros dados da mina
recolhidos durante o curso da pesquisa.
vii. A partir do modelo numérico desenvolver um modelo conceptual e numérico à escala
regional que deve constituir a base da avaliação de impacto da água subterrânea.
viii. A partir do modelo numérico prever taxas de entrada/afluxo de águas subterrâneas para o
projecto proposto e estimar os impactos no ambiente e nos usuários da água subterrânea
devido à mineração proposta.
ix. Estimar a taxa de recuperação da água subterrânea pós-encerramento, potencial de
decantação superficial e destino/migração de contaminantes.
x. Realizar a modelagem da pluma de contaminação para determinar os riscos de poluição dos
recursos hídricos subterrâneos no local da mina.
xi. Abordar o impacto que o uso da água de processo pode ter no abastecimento de água.
xii. Recomendar planos de monitoramento e gestão de águas subterrâneas.
xiii. Identificar quaisquer outros impactos significativos que possam resultar, directa ou
indirectamente, através do processo de mineração sobre os recursos hídricos.
xiv. Caracterizar geoquimicamente o estéril, o minério, os rejeitos e o material exposto nas
paredes da cava proposta.
xv. Colher amostras representativas do minério (de testemunhos, exposições e minério bruto),
rejeitos (frescos e meteorizados) e submeter a testes geoquímicos estáticos padrão
incluindo, mas não limitados a testes de Procedimento de Lixiviação Sintética de
Precipitação (SPLP); Contagem Ácido-Base (ABA); e Mineralogia e composição elementar
total.
xvi. Caso se verifique que os materiais encontrados possuam um potencial significativo de
lixiviação de ácido e/ou metal, realizar ensaios geoquímicos cinéticos em amostras
seleccionadas.
xvii. Usar os resultados da amostragem e os resultados de ensaios laboratoriais como
parâmetros de entrada para o modelo numérico de transporte de contaminantes para
determinar a extensão da potencial contaminação que emana dos resíduos da mina.
xviii. Prever o risco potencial de precipitação de ácidos, metais e sal e da qualidade do lixiviado
de depósito(s) de estéril, pilha(s) de minério, instalação de armazenamento de rejeitos e
paredes do poço da mina ao longo do tempo.
xix. Aconselhar na optimização do desenho do projecto e apoiar no desenvolvimento de medidas
de mitigação e gestão para evitar ou reduzir a degradação da qualidade da água a jusante
do projecto durante a construção, operação e pós-encerramento.

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Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência – Julho 2017

xx. Avaliar a necessidade e adequação de materiais residuais a serem utilizados como um


recurso de neutralização de ácido; como materiais de construção, e como cobertura de
despejo de estéril (WRD) e um substrato para re-vegetação.

8.3.6. Estudo 6 - Avaliação das Águas Superficiais e Aquáticas

Os levantamentos devem ser realizados durante as estações chuvosa e seca e os termos de


referência específicos são os seguintes:

a) Estabelecer o estado de base do estado ecológico e da saúde geral dos rios ao redor e no
local do projecto em termos de:
 Espécies indicadoras de invertebrados;
 Química de água e sedimentos (metais, nutrientes, parâmetros físicos e medidas de
campo);
b) Determinar a importância ecológica da barragem e de todos os sistemas fluviais e
estabelecer limites mínimos para monitoramento da qualidade da água.
c) Identificar usuários da água a montante e a jusante.
d) Identificar riscos de poluição de águas superficiais derivadas das actividades de mineração.

A avaliação química da água e dos sedimentos, além da amostragem de invertebrados, deve ser
realizada durante duas estações (Fevereiro e Julho), de modo a determinar as tendências sazonais.

8.3.7. Estudo 7: Estudo de Requisitos de Fluxo Ambiental do Rio Muaguide

Devido a uma escassez aguda de dados biológicos e hidrológicos sobre o Rio Muaguide e sistemas
de rios associados na área, só é possível efectuar, neste momento, uma avaliação da área de
trabalho, com um baixo nível de fiabilidade. Após a aprovação da AIA deverão ser delineadas
recomendações para aperfeiçoamento do estudo e como parte do desenho detalhado da barragem.
Os termos de referência específicos são os seguintes:

a) Determinar o estado ecológico actual (EEA) do rio, em vários locais será determinado com
base em todas as informações disponíveis, incluindo informações derivadas de estudos de
campo sobre biota aquática e ribeirinha e condições de habitat feitos por Anton Bok e Tarryn
Martin.
b) Derivar uma estimativa do EWR para o rio a jusante da barragem proposta usando uma
abordagem feita por peritos.
c) Certificar que o EWR está a um nível adequado ao nível e detalhe de dados e informação
hidrológicos e ecológicos disponíveis. Isto será a um alto nível, mas incluirá recomendações
para o refinamento pós AIA.
d) Adoptar uma abordagem que inclua dados hidrológicos (tabelas de consulta); uma análise
hidrológica/ecológica da área de trabalho; e uma análise funcional do ambiente de trabalho
para reparar nas ligações entre a hidrologia e a função ecológica). Como não existem dados
suficientes é pouco provável que se aplique a modelagem de habitats (espécies-alvo).
e) Apresentar os resultados de uma forma que facilite a operação em tempo real da barragem
para atingir as taxas de fluxo especificadas nas diferentes condições sazonais.
f) Engajar-se com os consultores de engenharia responsáveis pela concepção da barragem
para discutir os requisitos do projecto para atender o EWR.

8.3.8. Estudo 8: Avaliação de Impacto Socioeconómico

A pesquisa sobre o ambiente social local deve centrar-se em questões relacionadas aos impactos
do projecto, tais como segurança alimentar, estruturas sociais e interacções. Esta pesquisa
envolverá residentes das comunidades locais nos limites da área do projecto e da pequena
comunidade dentro do local proposto para a barragem. Os termos de referência específicos são os
seguintes:

a) Descrever o ambiente social local, com particular referência às comunidades que podem ser
directamente afectadas pelo projecto.
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Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência – Julho 2017

b) Determinar se quaisquer famílias (e pessoas) precisarão de ser reassentadas como


resultado do projecto.
c) Determinar o uso actual da terra da área de desenvolvimento e das áreas fora dos limites
do desenvolvimento que são prováveis de ser afectadas.
d) Avaliar a significância dos potenciais impactos ambientais e sociais na população local e do
distrito.
e) Avaliar como o projecto pode contribuir para programas de desenvolvimento da comunidade.
f) Estabelecer um entendimento de base do estado actual dos meios de subsistência, fontes
de renda, níveis de educação e segurança alimentar.
g) Investigar possíveis efeitos nos meios de subsistência, níveis de renda, níveis de educação,
segurança alimentar e outros factores relevantes para as comunidades afectadas.
h) Descrever e investigar possíveis efeitos nas estruturas tradicionais e nos costumes culturais
e religiosos.
i) Desenvolver um programa de monitoramento para assegurar a implementação efectiva das
medidas de mitigação recomendadas.

8.3.9. Estudo 9: Avaliação de Impacto na Saúde (HIA) a Nível da Definição de Âmbito

A Avaliação de Impacto na Saúde (HIA) é um processo prático e multidisciplinar, que combina um


conjunto de evidências qualitativas e quantitativas numa estrutura de tomada de decisão. Uma HIA
visa identificar e estimar as mudanças duradouras ou significativas de diferentes acções no estado
de saúde de uma população definida. O objectivo é apresentar recomendações baseadas em
evidências para maximizar potenciais benefícios positivos para a saúde e prevenir ou mitigar
quaisquer impactos prejudiciais à saúde que um projecto possa ter. A HIA deve obter informação
sobre o estado de saúde de base das comunidades (sempre que possível) e também compreender
e priorizar os impactos à saúde relacionados ao futuro projecto. Os termos de referência específicos
são os seguintes:

a) Revisão da literatura da área de trabalho para:


 Delinear o perfil de saúde do país e da comunidade a partir de uma perspectiva de
área de trabalho, incluindo uma revisão da literatura.
b) Visita de campo para:
 Recolher dados participativos primários sob a forma de discussões semi-estruturadas de
grupos focais com homens e mulheres nas diferentes comunidades afectadas pelo
projecto.
 Reunir informação adicional que não esteve disponível no domínio público durante a
revisão da área de trabalho. Isso inclui recolha de informação de unidades sanitárias, do
sistema nacional de gestão de informações de saúde, bem como de relatórios e
documentos não publicados.
 Identificar os informantes-chave e realizar entrevistas usando um questionário semi-
estruturado;
 Observar os padrões das unidades sanitárias locais e a funcionalidade do sistema de
informação de gestão de saúde.
 Visualizar o projecto e a localização das comunidades em relação às actividades
planeadas do projecto.
c) Processo de avaliação de impacto que irá:
 Considerar os potenciais futuros impactos à saúde que o projecto proposto terá na saúde
dessas respectivas comunidades.
 Determinar as necessidades de saúde existentes da comunidade com base em
estratégias de saúde, infraestrutura, programas, prioridades de serviço, planos de entrega
e desafios.
 Com base nas evidências existentes, classificar a probabilidade e consequência de
diferentes impactos na saúde para definir a sua significância e priorização de mitigação.
Será aplicada uma classificação de confiança com base nas evidências disponíveis.
 Desenvolver recomendações baseadas em evidências para evitar/mitigar impactos
negativos e potencializar os impactos positivos resultantes do projecto.

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Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência – Julho 2017

8.3.10. Estudo 10: Avaliação da Gestão de Resíduos

É necessária uma Avaliação de Gestão de Resíduos para atender os requisitos do Padrão de


Desempenho 3 da IFC. Esta irá focar-se nos impactos ambientais que possam surgir do
manuseamento, armazenamento e eliminação de resíduos sólidos e líquidos das actividades de
mineração e de processamento de minerais e instalações auxiliares. Os termos de referência
específicos são os seguintes:

a) Compilar um inventário (identificar, descrever e, sempre que possível, quantificar) dos vários
fluxos de resíduos a serem gerados por fontes. Isso não exigirá a análise de amostras de
resíduos sólidos.
b) Descrever de forma breve os processos que dão origem aos fluxos de resíduos e os volumes
e tonelagens previstos de fluxos de resíduos.
c) Identificar e descrever os possíveis impactos de todos os resíduos sólidos e líquidos na
qualidade das águas superficiais e subterrâneas.
d) Avaliar os riscos para a saúde e segurança dos trabalhadores da mina e das plantas de
processamento, bem como dos moradores da área de influência do projecto.
e) Fornecer recomendações sobre as opções mais viáveis para a eliminação de resíduos
sólidos e líquidos.
f) Descrever os níveis de resíduos perigosos no local e fazer recomendações para a
eliminação e/ou reciclagem destes materiais.
g) Relacionar os níveis de quaisquer resíduos potencialmente tóxicos aos padrões
internacionais reconhecidos e assegurar que toda a estratégia de gestão de resíduos esteja
em conformidade com estas normas.

8.3.11. Estudo 11: Avaliação do Tráfego, Transporte e Visual

Os termos de referência específicos são os que se seguem:

a) Descrever o processo de mineração, com particular referência às questões de tráfego e


transporte, incluindo a quantificação do tráfego que se espera que venha a ser gerado.
b) Descrever a rota rodoviária do local da mina para Pemba e identificar áreas sensíveis como
pontes, intersecções, comunidades próximas à estrada e potenciais gargalos ou áreas
perigosas. A condição da estrada deve também ser descrita.
c) Fazer revisão da legislação Moçambicana pertinente para às questões de tráfego e
transporte.
d) Identificar áreas visualmente sensíveis (AVSs) num raio ou distância pré-seleccionados das
actividades de mineração e infraestrutura associada.
e) Efectuar uma visita de reconhecimento ao local e um levantamento fotográfico do projecto
proposto para pesquisar características naturais e culturais, áreas protegidas, campo visual
e paisagem, miradouros e rotas cênicas.
f) Realizar um exercício de mapeamento da área de trabalho e desenvolver um Modelo Digital
de Elevação para estabelecer a sensibilidade visual.
g) Produzir imagens de fotomontagem de áreas visualmente sensíveis (AVSs) para
proporcionar uma descrição do potencial impacto visual.
h) Determinar a partir das áreas visualmente sensíveis, a significância dos potenciais impactos
visuais.
i) Recomendar medidas de mitigação viáveis e razoáveis para reduzir os impactos visuais
recebidos das áreas visualmente sensíveis.

8.3.12. Estudo 12: Avaliação da Qualidade do Ar

O local da mina e a infraestrutura associada podem potencialmente ter impacto na qualidade do ar


ambiente em termos de emissões de poeiras e gases durante as fases de construção e operação.
O estabelecimento de um inventário abrangente de emissões que constituirá a base do estudo da
qualidade do ar e serão tomadas em consideração todas as operações de mineração,
processamento e auxiliares e todos os poluentes associados. As emissões associadas à mineração
e processamento incluem tipicamente emissões de partículas fugitivas, bem como emissões de
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Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência – Julho 2017

processo (emissões de vapores). As emissões fugitivas referem-se a emissões que são distribuídas
espacialmente em uma área ampla e não confinadas a um ponto de descarga específico e são
frequentemente dependentes do vento. Serão concluídos os seguintes entregáveis:

a) Compilação de uma avaliação de referência baseada em um estudo da área de trabalho de


dados climáticos disponíveis, dados modelados e relatórios publicados no local;
b) Inventário de Emissões com base nas actividades de mineração, processamento, transporte
e actividades auxiliares na mina;
c) Desenvolvimento de um modelo de dispersão baseado nas condições atmosféricas,
inventário de emissões e dados de base mensurados; e
d) Avaliação de impacto da linha de base e desenvolvimentos propostos na mina.

É necessária uma boa compreensão do potencial de dispersão atmosférica da área através de


modelagem de dispersão, determinada da seguinte forma:

 Na ausência de dados no local, serão adquiridos dados modelados com referência MM5
para uma posição no local por um período de 3 anos.
 Todos os dados meteorológicos medidos disponíveis na área.

Os potenciais receptores sensíveis e as fontes de emissão atmosférica existentes na área do


projecto serão identificados e determinado o estado actual da qualidade do ar ambiente como parte
de um estudo da área de trabalho. Isto incluirá a revisão e análise de estudos/relatórios de qualidade
do ar disponíveis e dados de monitoramento ambiental no local, se disponíveis. Antes de avaliar o
impacto do projecto no ambiente atmosférico, será feita referência aos regulamentos ambientais
que regem o impacto de tais operações, ou seja, padrões de emissão, padrões e directrizes de
qualidade do ar ambiente.

8.3.13. Estudo 13 - Avaliação de Impacto de Detonação

A avaliação do impacto de detonação é necessária para avaliar o impacto das operações de


detonação no ambiente social e natural circundante. Os termos de referência específicos são os
seguintes:

a) Identificar receptores sensíveis locais naturais, sociais existentes e ambiente de construção


(ex.:estruturas das comunidades adjacentes, estradas, furos
b) Determinar os seguintes efeitos das operações de detonação: Vibrações do solo; Jacto de
ar; dispersão da rocha; e vapores nocivos.
c) Analisar os efeitos acima para cada área de detonação, e em cada receptor sensível
identificado.
d) Avaliar os riscos associados às operações de detonação nos receptores sensíveis
identificados, infraestrutura relacionada ao projecto e actividades de construção e operação
(especificamente a integridade estrutural da barragem).
e) Identificar várias categorias de zona de detonação, tais como as áreas restritas.
f) Fornecer medidas de mitigação e recomendações para reduzir os riscos identificados.
g) Fornecer requisitos de conformidade da IFC para Gestão de Operações de Detonação.

8.3.14. Estudo 14 - Plano Conceptual de Encerramento e Reabilitação

Será preparado um plano conceptual de encerramento e incluirá o seguinte:

1. Uma descrição dos objectivos de encerramento e como estes se relacionam com a operação
da mina e a sua configuração social e ambiental.
2. Um plano que mostre a terra ou a área considerada para o encerramento.
3. Um resumo dos requisitos regulamentares e condições de encerramento.
4. Um resumo dos resultados do relatório de risco ambiental e detalhes dos impactos residuais
e latentes identificados.
5. Um resumo dos resultados de reabilitação progressiva realizada.
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Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência – Julho 2017

6. Uma descrição dos métodos de descomissionamento de cada componente de mineração e


de mitigação ou estratégia de gestão proposta para evitar, minimizar e gerir os impactos
residuais ou latentes.
7. Detalhes de toda a gestão e manutenção a longo prazo prevista.
8. Detalhes de custo de encerramento proposto e provisão financeira para monitoramento,
manutenção e gestão pós-encerramento.
9. Um plano desenhado em uma escala apropriada descrevendo a proposta final e futura do
uso da terra e os arranjos do local.
10. Apêndices técnicos

A componente de Reabilitação do plano de encerramento abordará os seguintes aspectos:

1. Acções específicas a serem empreendidas durante as fases de construção, operação,


descomissionamento e encerramento da operação da mina.
2. Manuseamento de solo e sobrecarga de materiais, para assegurar que materiais favoráveis
ao estabelecimento da planta, assim como materiais potencialmente problemáticos (tais
como nível alto de metal, solos salinos ou material potencialmente dispersivo) sejam
colocados na sequência correcta.
3. Procedimentos de manuseamento de solo e subsolo, especialmente aqueles projectados
para conservar a planta, nutrientes e biota do solo.
4. Técnicas de melhoramento do solo para criar condições favoráveis ao crescimento, como a
aplicação de cal ou gesso.
5. Quaisquer técnicas para conservação e reutilização da vegetação, incluindo cobertura do
solo com capim, esteira para protecção contra erosão e introdução de sementes e pilhas de
troncos para o habitat da fauna.
6. Procedimentos de paisagismo, incluindo a construção de estruturas de controlo de erosão e
gestão da água.
7. Técnicas de estabelecimento de vegetação.
8. Medidas de controle de ervas daninhas antes e após a reabilitação.
9. Aplicação de fertilizantes.
10. Monitoramento dos programas de plantio e de manutenção.

8.3.15. Estudo 15 - Plano de Acção de Reassentamento

Este envolverá os moradores da pequena comunidade do local da barragem proposta. Os termos


de referência específicos são os seguintes:

a) Inventário de bens/campos agrícolas;


b) Folhas de direito incluindo declarações de data-limite4 e números de machamba para
campos agrícolas elegíveis;
c) Pacotes de compensação;
d) Uma proposta de estratégia de restauração de meios de subsistência;
e) Criação de um Grupo de Trabalho Técnico (GTT);
f) Um banco de dados completo (Microsoft Access) das famílias afectadas pelo
deslocamento económico, que incluirá seus nomes completos, tamanho das machambas
afectadas, bens, culturas, comunidade de residência, números de machambas, etc.
g) Um Mecanismo de Reclamações; e
h) Cronograma de implementação.

4
A data-limite define a data após a qual não será paga nenhuma compensação. Ésta é apoiada pelos levantamentos detalhados socioeconómicos
e de machambas. Este processo de levantamento envolve trabalhar em conjunto com representantes locais e distritais que testemunham o
processo de levantamento da terra. É emitido um número de identidade para cada propriedade de terra, e uma folha de direito preenchida e
assinada pelo respectivo proprietário da terra. Isso serve como prova da data-limite para a compensação.
Coastal & Environmental Services 90 Grafex Lda. Ancuabe
Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência– Julho 2017

9. CONCLUSÕES E CAMINHOS A SEGUIR

9.1. CONCLUSÕES

9.1.1. Conclusões biofísicas

A maioria do recurso de grafite de Ancuabe está localizado dentro da floresta uniforme intacta e da
floresta de Miombo com árvores altas e estrutura complexa. Pesquisas iniciais sugerem que essa
área seria classificada como Habitat Natural de acordo com as normas da IFC.

A diversidade faunística é maior em áreas de habitat natural e de acordo com entrevistas com
comunidades locais, grandes mamíferos ocorrem na área, incluindo leão, leopardo, elefante,
impala, macacos samango e babuínos. Há também uma grande diversidade de répteis, pássaros e
anfíbios

De uma perspectiva biofísica, é provável que haja impactos significativos na vegetação terrestre e
nos sistemas fluviais. Embora não tenham sido identificados riscos extremos, catorze riscos
biofísicos estão associados à extração destes depósitos. Quatro foram considerados riscos
elevados, cinco foram considerados riscos médios e cinco foram considerados riscos baixos (Tabela
9.1).

Tabela 9.1: Um resumo dos riscos biofísicos associados ao projecto


Riscos Biofísicos associados ao projecto
Classificação
Potencial de
Questão de Risco
Mitigação
Significância
Padrão de Desempenho 3: Eficiência de Recursos e Prevenção da Poluição
Resíduos perigosos Moderada Alcançável BAIXO
Facilmente BAIXO
Resíduos sólidos Moderada
Alcançável
Contaminação de águas superficiais e águas pluviais Moderada Alcançável BAIXO
Qualidade da água subterrânea Alta Alcançável MÉDIO
Ruído Baixa Alcançável BAIXO
Qualidade do ar Moderada Alcançável BAIXO
Moderada Facilmente BAIXO
Uso de energia
Alcançável
Emissão de gases de efeito estufa Moderada Alcançável BAIXO
Padrão de Desempenho 6: Conservação da Biodiversidade e Gestão Sustentável dos Recursos Naturais
Perda de biodiversidade (fauna e flora) Elevada Difícil ELEVADO
Fragmentação de habitats e perda de espécies de fauna Difícil
Elevada ELEVADO
e flora
Perturbação das linhas de drenagem e das zonas Difícil
Elevada ELEVADO
húmidas
Alteração da dinâmica da bacia de captação Elevada Difícil ELEVADO
Questões de biodiversidade associadas à gestão de BAIXO
Moderada Alcançável
rejeitos
Impactos da mineração na produtividade do solo Baixa Difícil BAIXO
Perda dos Serviços de Ecossistemas Baixa Difícil BAIXO

Dado o número de riscos biológicos ELEVADOS associados ao projecto, recomenda-se que, para
além dos termos de referência para os estudos de especialidade descritos no Capítulo 8, os estudos
de especialidade necessitem avaliar o Habitat Natural em termos do PD6 da IFC. A AIASS incluirá
uma avaliação integrada do PD6 da IFC para o local utilizando todas as avaliações de especialistas.

Coastal & Environmental Services 91 Grafex Lda. Ancuabe


Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência – Julho 2017

9.1.2. Conclusões socioeconómicas

Um total de onze riscos socioeconômicos estão potencialmente associados à mina de grafite de


Ancuabe, com os únicos riscos elevados associados à imigração.

É esperado um deslocamento físico mínimo, a maioria do local do projecto não possui habitantes e
habitações. No entanto, uma das opções de barragem pode exigir o reassentamento de cerca de 5
famílias e machambas associadas. É pouco provável que haja deslocamento econômico, uma vez
que as comunidades ainda terão acesso direto a recursos naturais selvagens nas proximidades do
local do projecto, e até o momento nenhum cultivo ocorre nas áreas-alvo.

Tabela 9.2: Quadro 9.2: Um resumo dos riscos socioeconómicos associados ao projecto
Riscos socioeconômicos associados ao projecto
Classificação de Potencial de
Questão Risco
Significância Mitigação
Padrão de Desempenho 1: Avaliação e Gestão de Riscos e Impactos Socioambientais
Mudanças na paisagem e qualidade e visual Moderada Difícil MÉDIO
Padrão de Desempenho 2: Condições de Emprego e Trabalho
Facilmente SEM
Benefícios de emprego Elevada (+va)
alcançável RISCO
Condições de trabalho Baixa Alcançável BAIXO
Saúde e segurança ocupacional Moderada Difícil MÉDIO
Padrão de Desempenho 4: Saúde e Segurança da Comunidade
Acesso Baixa Alcançável BAIXO
Segurança Baixa Alcançável BAIXO
Impactos de tráfego Elevada Alcançável MÉDIO
Saúde comunitária e doenças transmissíveis Moderada Alcançável BAIXO
Padrão de Desempenho 5: Aquisição de Terra e Reassentamento Involuntário
Facilmente SEM
Benefícios nacionais e regionais Moderada(+va)
alcançável RISCO
Facilmente SEM
Desenvolvimento Social Elevada (+va)
alcançável RISCO
Imigração Moderada Muito difícil ELEVADO

9.1.3. Resumo das Conclusões

O projecto de Grafite de Ancuabe proposto, propõe o desenvolvimento de uma mina de grafite e


infraestrutura associada, nomeadamente a estrada de transporte e a barragem, para uma porção
de terra que está em estado natural e em grande parte desabitada. Diante disso, o número de riscos
biofísicos do projecto é maior do que os riscos sociais do projecto. A figura abaixo (Figura 9.1) ilustra
claramente a vegetação natural, intacta e abundante no local alimentada pela rede de rios dentro
da bacia. Também ilustra que a infraestrutura existente dentro da área do projecto é limitada a
estradas terciárias e os habitantes mínimos restritos ao corredor de estrada de transporte/linha de
transmissão e um pequeno local dentro da secção de barragem.

Coastal & Environmental Services 92 Grafex Lda. Ancuabe


Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência– Julho 2017

Figura 9-1: Mapa que ilustra a situação natural, social e de infraestrutura existente dentro da área do projecto.

Coastal & Environmental Services 93 Grafex Lda. Ancuabe


Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência– Julho 2017

9.2. CAMINHO A SEGUIR

Este estudo de pré-viabilidade ambiental e definição de âmbito e termos de referência descreveu


os riscos potenciais associados ao projecto e forneceu termos de referência detalhados para uma
série de estudos de especialidade que serão necessários durante a fase de AIASS. Estes estudos
serão realizados no decurso de 2017. O relatório elaborado para a AIASS será dividido em vários
volumes, de modo a cobrir as informações exigidas pelo MITADER. Os volumes serão os seguintes:

9.2.1. Volume 1: Relatório de EPDA (Este Volume)

9.2.2. Volume 2: Estudos de Especialidade


Este volume será uma compilação de todos os estudos de especialidade descritos no Capítulo 8.

9.2.3. Volume 3: Relatório de Impacto Ambiental, Social e de Saúde (REIA)


É provável que este volume inclua a Tabela de Conteúdos abaixo (mas note que isso é indicativo e
pode mudar)

1. INTRODUÇÃO
1.1. Visão Geral do Projecto
1.2. Motivação do Projecto
1.3. Finalidade deste relatório
1.4. Estrutura deste relatório
1.5. Equipa de Avaliação de Impacto Ambiental

2. O PROCESSO DE AIA LEGISLADO EM MOÇAMBIQUE


2.1. A Constituição de Moçambique
2.2. A Lei do Ambiente - Lei nº 20/97
2.3. Lei de Águas - Lei nº16 / 1991
2.4. A Lei de Terras (n.º 19/97 e o Decreto n.º 66/98)
2.5. Regulamento Relativo ao Processo de Reassentamento Resultante de
Actividades Económicas
2.6. A Lei de Pescas no 3 de 1990
2.7. Lei de Protecção do Património Nacional, lei n. ° 10/88 de 22 de 22 de Dezembro
de 1988
2.8. Lei nº 10 de 1999 sobre as florestas e fauna bravia
2.9. Convenções Ambientais Internacionais às quais Moçambique é signatário
2.10. Legislação Internacional e Princípios Orientadores (IFC)
2.11. Os Princípios de Equador

3. DESCRIÇÃO DO PROJECTO
3.1. Informações gerais
3.2. Concepção da Cava e Estabelecimento
3.3. Método de mineração a céu aberto
3.4. Instalação Integrada de Processamento
3.5. Eliminação de Resíduos de Processo
3.6. Infraestrutura associada
3.7. Infraestrutura auxiliar
3.8. Exportação de produtos

4. DESCRIÇÃO DO AMBIENTE BIOFÍSICO


4.1. Introdução
4.2. Ambiente físico
4.3. Vegetação
4.4. Fauna

5. DESCRIÇÃO DO AMBIENTE SOCIAL


5.1. Informação de Base
5.2. Uma visão demográfica das comunidades afectadas pelo projeto
Coastal & Environmental Services 94 Grafex Lda. Ancuabe
Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência – Julho 2017

5.3. Condições de vida socioeconómicas


5.4. Estratégias de subsistência
5.5. Uso de Recursos Naturais
5.6. Herança cultural

6. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS NO AMBIENTE BIOFÍSICO


6.1. Impacto da fase de planeamento e projecto
6.2. Impactos resultantes das opções existentes de uso de terra/áreas restritas
6.3. Fase de construção
6.4. Fase operacional
6.5. Fase de descomissionamento
6.6. Impactos cumulativos

7. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS NO AMBIENTE SOCIOECONÓMICO


7.1. Introdução
7.2. Impacto da fase de planeamento e projecto
7.3. Impactos resultantes das opções existentes de uso de terra/áreas restritas
7.4. Impactos resultantes da fase de construção
7.5. Impactos decorrentes da fase de operação
7.6. Impactos resultantes da fase de descomissionamento
7.7. Impactos cumulativos

8. EFEITOS DO PROJECTO SOBRE AS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS GLOBAIS


8.1. Introdução
8.2. Mudança Climática: Causa e Efeito
8.3. Moçambique e a Província de Cabo Delgado
8.4. Riscos Climáticos
8.5. Impactos das alterações climáticas do projecto proposto
8.6. Conclusões

9. ALTERNATIVAS
9.1. Introdução
9.2. Alternativas de Concepção e Disposição

10. PLANO DE DESCOMISSIONAMENTO E ENCERRAMENTO


10.1. Plano Conceptual de encerramento da mina
10.2. Descomissionamento, reabilitação e encerramento de componentes
específicos

11. CONCLUSÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES


11.1. Resumo das principais questões
11.2. Significância do impacto pré e pós-mitigação
11.3. Cumprimento da AIASS com os Padrões da IFC
11.4. Conclusão

11. REFERÊNCIAS

9.2.4. Volume 4: Relatório do Processo de Participação Pública


A consulta pública conclui-se com a elaboração de um relatório de consulta pública, que será
apresentado no âmbito da AIASS.

9.2.5. Volume 5: Programas de Gestão Social e Ambiental


Todas as recomendações citadas no relatório de AIASS (resultantes do processo AIASS) serão
descritas no Programa de Gestão Social e Ambiental (PrGAS), que fornecerá detalhes sobre os
Planos de Gestão Ambiental e Social (PGAS) que deverão ser implementados durante as fases de
construção e operação do projecto. O desenvolvimento de muitos destes PGAS só será levado a
cabo assim que todas as questões relacionadas com a concepção e a disposição do projecto
tiverem sido resolvidas e determinadas.
Coastal & Environmental Services 95 Grafex Lda. Ancuabe
Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência– Julho 2017

10. REFERÊNCIAS

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APÊNDICE 1 - CARTA DE CATEGORIZAÇÃO

Coastal & Environmental Services 99 Grafex Lda. Ancuabe


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EOH Coastal & Environmental Services 100 Grafex Lda. Ancuabe


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APÊNDICE 2: CERTIFICADO CES MITADER

Coastal & Environmental Services 101 Grafex Lda. Ancuabe

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