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ANCUABE, MOÇAMBIQUE
RASCUNHO
VOLUME 1A:
RASCUNHO DO ESTUDO DE PRÉ-VIABILIDADE AMBIENTAL
E DEFINIÇÃO DE ÂMBITO E TERMOS DE REFERÊNCIA
Preparado para:
GRAFEX, LIMITADA.
Avenida Dar Es Salaam nº.296,
Sommerchield, Maputo Moçambique
www.tritonminerals.com
Preparado por:
Julho de 2017
Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência– Julho 2017
ANCUABE, MOÇAMBIQUE
RASCUNHO
VOLUME 1A:
RASCUNHO DO ESTUDO DE PRÉ-VIABILIDADE AMBIENTAL
E DEFINIÇÃO DE ÂMBITO E TERMOS DE REFERÊNCIA
Preparado para:
GRAFEX, LIMITADA.
Dar Es Salaam Avenue nº. 296,
Sommerchield, Maputo Moçambique
www.tritonminerals.com
Preparado por:
Julho de 2017
A Grafex Limitada (Grafex), uma subsidiária Moçambicana da Triton Minerals Limited, pretende
desenvolver uma mina de grafite no Distrito de Ancuabe na Província de Cabo Delgado, no Norte
de Moçambique. A Área do Projecto que será avaliada como parte da presente Avaliação de
Impacto Ambiental e Social (AIAS) é referida como Projecto de Grafite de Ancuabe e está localizada
a aproximadamente 80 km a oeste de Pemba. A área de licença (Licença de Prospecção e Pesquisa
5380, 5305 e 5336) abrange aproximadamente 151.094 ha no entanto, as aplicações do DUAT da
área do projecto para este projecto cobrirão uma área muito menor, de aproximadamente 11.368ha
na qual existem quatro depósitos referidos como T12, T14, T15 e T16. As dimensões exactas dos
quatro depósitos ainda estão por determinar e dependerão do resultado da análise económica para
cada um dos depósitos que está a ser estudado actualmente.
A Grafex seleccionou a EOH Coastal and Environmental Services (CES) para realizar uma AIAS de
acordo com o processo de AIAS Moçambicano regulado pelo Decreto Nº. 54/2015. A CES é uma
empresa registada em Moçambique, no Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural
(MITADER) e tem sólidos conhecimentos e equipas multidisciplinares para realizar avaliações de
impacto ambiental e programas de gestão ambiental. O projecto aqui considerado é de categoria A
(Apêndice II) e está sujeito a uma AIAS completa conforme definido pelos regulamentos, devido à
natureza, escala e localização do projecto proposto. De acordo com a prática da indústria, este
relatório de definição de âmbito está a ser realizado no início do processo de tomada de decisão.
Isso irá garantir que possam ser considerados cenários alternativos de mineração económica
durante a fase de definição de âmbito, de modo a que possa ser desenvolvido um projecto mais
aceitável ambiental e socialmente, mantendo ao mesmo tempo um desenvolvimento de mina prático
e realista.
Antes da mineração, a vegetação será removida através de meios mecânicos e o solo superficial
será removido e cuidadosamente armazenado para apoiar na subsequente reabilitação.
A grafite será extraída usando métodos convencionais de mineração a céu aberto que incluirão
perfuração e detonação, técnicas de carga e transporte para extrair o minério. Inicialmente o
material oxidado mais macio próximo da superfície (tipicamente a parte superior de 5-10m do
depósito,) será quebrado com uma bulldozer e assim que for encontrada a rocha dura, serão
utilizadas as técnicas de perfuração e detonação.
O minério extraído será processado no local através de uma série de etapas que incluem trituração
do minério, seguido de moagem, que é um processo usado para reciclar o minério de grandes
dimensões de volta para o moinho primário e o minério de tamanho menor para o circuito de
flotação. Este passo é para assegurar que o minério atinja o tamanho óptimo de partícula para o
beneficiamento da grafite. O produto do circuito de moagem passa então por uma série de estágios
de flotação antes do concentrado ser engrossado para produzir concentrado de grafite em solução.
O concentrado é então filtrado, secado e rastreado para produzir vários produtos de grafite de
diferentes tamanhos no local da mina. Cada produto de grafite seco será armazenado em caixas
de armazenamento dedicadas antes de ser embalado em sacos para carga a granel de 1 tonelada
prontos para expedição por estrada para o porto para envio.
Os rejeitos produzidos pelo processo são alimentados pelo espessador de rejeitos onde é
adicionado o floculante para acelerar a sedimentação e separação de sólidos da água. Os rejeitos
espessados são depois bombeados para a Instalação de Armazenamento de Rejeitos (TSF) para
eliminação. A água de excesso do espessante gravita para a lagoa de água do processo e é
reciclada na planta de processamento.
Prevê-se que a quantidade total de minério a ser tratada pela planta de processo, anualmente, seja
em média 1 milhão de toneladas durante a vida útil da mina. Estima-se que a vida útil da mina seja
acima de 25 anos.
INFRAESTRUTURA
Será necessária a seguinte infraestrutura como parte do desenvolvimento e cada uma delas será
avaliada durante a AIASS e estudos económicos do projecto:
Estradas no local que fornecem o acesso das estradas existentes de cascalho até ao
acampamento da mina proposto, planta, edifícios de escritórios, pátios de manutenção,
armazenamento de água, armazenamento de rejeitos e outras infraestruturas;
Uma área de armazenamento temporário de materiais e equipamentos de construção de
aproximadamente 250 m x 250 m no total, em vários locais. Esta área continuará a ser
utilizada durante a fase de operação, embora a área real de terra necessária possa ser
reduzida para uma de aproximadamente 100m x 100m;
Acampamento de acomodação durante o período de construção para aproximadamente 200
pessoas;
Acampamento da Mina para acomodar cerca de 100 pessoas em unidades habitacionais
individuais para a fase de operação;
Pequeno posto de saúde para funcionários e empreiteiros;
Escritórios do local situados adjacentes a planta. As dimensões exactas e a localização
serão determinadas à medida em que o projecto avançar e forem conhecidos mais detalhes;
Serviços do local incluindo áreas de armazenamento de combustível contidas de derrame e
estação de abastecimento, instalação de tratamento de água potável, instalação de
tratamento de esgotos, instalação de armazenamento de explosivos da mina e planta de
laboratório;
Uma cerca perimétrica ao redor da central eléctrica, incluindo subestação de energia e
transformadores e será estabelecido o acampamento; e
Uma planta de processo que inclui uma planta de oficina e armazém, armazenamento de
reagentes e consumíveis, sala de controle, vestiário, escritórios da planta, central eléctrica,
subestações e transformadores e planta móvel
Um local de aterro será necessário, uma vez que as operações de mineração gerarão
resíduos sólidos gerais (alimentos, vidro, papel, madeira, metal, óleos e lubrificantes) que
precisarão ser descartados adequadamente em locais de lixo designados. O site do aterro
Coastal & Environmental Services iv Grafex Lda. Ancuabe
Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência– Julho 2017
será determinado com base na adequação ambiental para evitar lixiviados etc.
A posição e dimensão exacta desta infraestrutura não está no momento definida e terão de ter em
conta sensibilidades ambiental e requisitos de engenharia económica que se tornarão mais claras
à medida que o processo de AIA prossegue.
A maioria do recurso da grafite de Ancuabe está situado na floresta uniforme não perturbada e na
Floresta de Miombo com árvores altas e estrutura complexa. Pesquisas iniciais sugerem que essa
área seria classificada como Habitat Natural de acordo com os padrões da IFC. Prevê-se também
que a diversidade de espécies faunísticas seja relativamente elevada para este local dado que o
habitat disponível está em grande parte intacto, embora se preveja que esta diversidade se limite à
herpetofauna, aves e pequenos mamíferos. A diversidade faunística é maior em áreas de habitat
natural e de acordo com entrevistas com as comunidades locais, ocorrem na área mamíferos de
grande porte, incluindo leão, leopardo, elefante, impala, macacos samango e babuínos estes são
susceptíveis de estar ausentes devido às pressões de caça na área, no entanto, é provável que
ocorram no Parque Nacional das Quirimbas, que ocorre imediatamente a norte do local do projecto
(~ 12 km) e ~ 3 km da zona tampão de 10 km colocado ao redor da reserva.
A área do projecto é caracterizada por actividade humana limitada. As únicas machambas que
ocorrem dentro da área mesma estão ao longo do ponto mais a sudoeste da estrada de transporte
(onde a estrada de transporte se une à estrada principal), aproximadamente cinco machambas e
machambas associadas dentro do local proposto da represa (WSF). Não existem actualmente
comunidades a residir no resto da área do projecto. Prevê-se que ocorra algum reassentamento
económico (a perda de actividade económica e meios de subsistência, tal como a perda de campos
de cultivo) e o reassentamento físico. No geral, o uso da área do projecto para a agricultura parece
ser muito limitado, e a área é usada principalmente para uso dos recursos naturais (lenha, colheita
de plantas e caça). Também pareceu haver sinais limitados de colheita para a produção de carvão.
Como parte deste relatório, foi realizada uma avaliação de risco ambiental para identificar impactos
e questões relevantes que terão de ser abordados na próxima AIAS. Foram avaliados os impactos
ambientais e sociais no nível mais amplo das questões e usou-se uma escala de avaliação de risco
para identificar os riscos significantes relacionados ao projecto.
É aplicada, aos impactos identificados do projecto, uma escala de significância ambiental, que avalia
a importância de um impacto específico. Foi de seguida avaliada a dificuldade de mitigar impactos
(potencial de mitigação) e foi usada a relação entre a significância do impacto e o potencial de
mitigação para avaliar o risco residual após a aplicação das medidas de mitigação, com base na
matriz do Capítulo 7 do relatório
Risco Descrição
Seriam necessárias acções de mitigação significativas para reduzir esses
riscos. Em alguns casos, pode não ser possível reduzir esses riscos
Extremo
extremos, o que significa que eles são susceptíveis de impedir que a opção
seja usada (levantada como bandeira vermelha nesta avaliação).
Estes riscos são de natureza grave, e sem medidas de mitigação efectivas
seriam os principais entraves do projecto. Estes teriam de ser monitorados e
Elevado
geridos, e em combinação com os grandes riscos podem exigir a utilização
de uma opção diferente para atingir os objectivos do projecto.
Estes riscos são de natureza menos grave, mas ainda são importantes e têm
de ser reduzidos para o Nível Mais Baixo Possível para benefício do ambiente
Médio
ou da rede social afectada. Isoladamente, estes riscos são geralmente
insuficientes para impedir que o projecto prossiga.
Estes riscos são geralmente aceitáveis para o projecto e para o ambiente, e
a mitigação é desejável, mas não essencial. As melhores práticas da
Baixo
indústria, no entanto, devem ser seguidas e os riscos mitigados para evitar
um efeito cumulativo desses impactos.
É importante notar que todos os riscos serão avaliados de forma mais abrangente como parte dos
estudos de especialidade e da AIAS. A avaliação preliminar de riscos permite simplesmente
identificar as falhas fatais e os principais obstáculos numa fase inicial do projecto e garantir que são
alocados recursos suficientes para mitigação destas questões. Da mesma forma, foram também
identificados e avaliados potenciais impactos positivos associados aos desenvolvimentos propostos
utilizando a mesma escala de classificação. A intenção é de serem desenvolvidas medidas para
potenciar estes impactos, tanto quanto possível, como parte dos estudos de especialidade.
A área-alvo do Projecto de Grafite de Ancuabe ocorre em uma porção de terra que está em um
estado natural com vegetação intacta e bem estabelecida alimentada pela rede de rios da bacia.
Espera-se que a diversidade faunística seja relativamente elevada para Moçambique, dada a
situação da vegetação e do habitat disponível. A infraestrutura existente na área do projecto é
limitada às estradas terciárias e há um número mínimo de habitantes restrito ao início da estrada
de transporte/corredor da linha de energia e ao pequeno local da área da barragem. Diante disso,
o número de riscos biofísicos do projecto são maiores do que os riscos sociais do projecto.
Uma avaliação de potenciais riscos associados à mina de grafite de Ancuabe neste local encontrou
um total de:
A AIAS irá investigar mais esses riscos para determinar como eles podem ser geridos para que os
seus impactos possam ser reduzidos. Embora possa ser necessário algum reassentamento, devido
ao pequeno número de famílias e machambas na área, espera-se que este seja limitado.
Além desses riscos, foram também identificadas duas oportunidades (impactos positivos). A
geração de emprego na área será um benefício significativo, bem como o desenvolvimento
económico que pode ser estimulado por tais oportunidades. O emprego irá aumentar os níveis de
renda familiar e o poder de compra, o que, por sua vez, resultará num aumento nas bancas e lojas
comerciais informais, bem como em empresas emergentes e prestadores de serviços. Há também
a oportunidade para o desenvolvimento de competências na formação da população local para
melhorar suas competências em várias áreas que serviriam o sector de mineração e agrícola. Além
disso, os grandes projectos como este tem a vida útil do projecto e a capacidade económica para
estabelecer programas de desenvolvimento social de longa duração.
1. Avaliação da Vegetação
2. Avaliação da Fauna Terrestre
3. Avaliação dos Peixes
4. Avaliação do Uso da Terra, Recursos Naturais e Agricultura
Coastal & Environmental Services vii Grafex Lda. Ancuabe
Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência– Julho 2017
Este Relatório deve ser citado da seguinte forma: Coastal & Environmental Services, Julho 2017,
Grafex Limitada. Projecto de Grafite de Ancuabe, Rascunho do Relatório de Pré-viabilidade
Ambiental e Definição de Âmbito, CES, Cidade do Cabo.
Direitos Autorais
Este documento contém informações de propriedade intelectual e propriedade que estão
protegidas por direitos autorais a favor da EOH Coastal & Environmental Services (CES) e
consultores de especialidade. O documento não pode, portanto, ser reproduzido, utilizado ou
distribuído a terceiros sem o consentimento prévio por escrito da CES. Este documento é
elaborado exclusivamente para apresentação à Grafex Limitada, e está sujeito a todos os
segredos de confidencialidade, direitos autorais e comerciais, regras de propriedade intelectual e
práticas de Moçambique e África do Sul.
TABELA DE CONTEUDOS
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 15
1.1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 15
1.2. O Proponente ................................................................................................................ 15
1.3. Os Consultores .............................................................................................................. 16
1.4. EXPERIÊNCIA DA EQUIPA .......................................................................................... 16
1.4.1. Equipa da EOH Coastal & Environmental Services de Gestão do Processo de
AIASS 16
2. PROCESSO DE AIASS ........................................................................................................ 18
2.1. O Processo de Avaliação do Impacto Ambiental em Moçambique ................................ 18
2.1.1. Passo 1: Pré-avaliação (Instrução do Processo para Categorização) .................... 18
2.1.2. Passo 2: Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definicção de Âmbito e Termos de
Referência............................................................................................................................. 19
2.1.3. Passo 3: Revisão do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental Definição de Âmbito e
Termos de Referência pelas Autoridades.............................................................................. 19
2.1.4. Passo 4: O Processo de Participação Pública ....................................................... 19
2.1.5. Passo 5: Estudo de Impacto Ambiental e Plano de Gestão Ambiental (PrGA) ....... 20
2.1.6. Passo 6: Revisão do Relatório de Impacto Ambiental e Plano de Gestão Ambiental
Pela Autoridade..................................................................................................................... 20
2.2. Legislação MoçambiCANA aplicável ............................................................................. 21
2.3. Padrões internacionais aplicados a este projeCto ......................................................... 27
2.3.1. Padrões de Desempenho da Corporação Financeira Internacional ....................... 27
2.3.2. Directrizes Gerais de SSMA da IFC ....................................................................... 31
2.3.3. Directrizes da IFC para SSMA na Mineração ......................................................... 31
2.4. Convenções internacionais ............................................................................................ 31
3. DESCRIÇÃO DO PROJECTO .............................................................................................. 33
3.1. Introdução e Antecedentes do ProjeCto ........................................................................ 33
3.2. Fundamentação para este desenvolvimento ................................................................. 33
3.3. DESCRIÇÃO GERAL DO PROCESSO DE MINERAÇÃO PROPOSTO ........................ 34
3.3.1. Limpeza da vegetação ........................................................................................... 34
3.3.2. Método de Mineração ............................................................................................ 35
3.3.3. Infraestrutura ......................................................................................................... 39
3.3.4. Fontes de Água e Energia ..................................................................................... 42
3.3.5. Transporte ............................................................................................................. 42
3.4. Oportunidades de emprego ........................................................................................... 42
3.5. Alternativas do ProjeCto ................................................................................................ 43
3.5.1. Alternativas Fundamentais..................................................................................... 43
3.5.2. Alternativas Incrementais ....................................................................................... 44
4. DESCRIÇÃO DO AMBIENTE BIOFÍSICO............................................................................. 45
4.1. AMBIENTE FÍSICO ....................................................................................................... 45
4.1.1. Clima ..................................................................................................................... 45
4.1.2. Topografia ............................................................................................................. 46
4.1.3. Hidrologia .............................................................................................................. 48
4.1.4. Geologia e Solos ................................................................................................... 50
4.1.5. Uso da terra ........................................................................................................... 51
4.2. AMBIENTE BIOLÓGICO ............................................................................................... 53
4.2.1. Vegetação ............................................................................................................. 53
4.2.2. Fauna .................................................................................................................... 55
4.2.3. Eco-regiões do WWF ............................................................................................. 55
4.2.4. Áreas Protegidas ................................................................................................... 56
LISTA DE FIGURAS
Figura 3-1: Mapa de localização que indica a posição da área da Mina proposta ......................................... 34
Figura 3-2: Diagrama de fluxo ilustrando o processo de mineração. .............................................................. 37
Figura 3-3: Mapa que ilustra o limite do projecto (traçado vermelho) para a infraestrutura proposta e a estrada
de transporte ............................................................................................................................................ 40
Figura 3-4: Mapa que ilustra a infraestrutura proposta dentro do limite do projecto (traçado vermelho) ....... 41
Figura 4-1: Gráfico do Clima de Ancuabe, Moçambique. ............................................................................... 46
Legenda: .......................................................................................................................................................... 46
Low – Baixa; High – Alta; Precip - Precipitação .............................................................................................. 46
Figura 4-2: Gradiente da Área do Projecto da Mina de Grafite de Ancuabe do Oeste (esquerda) à Este (direita).
................................................................................................................................................................. 46
Figura 4-3: Hidrologia da Área do Projecto de Grafite de Ancuabe ................................................................ 49
Legenda: .......................................................................................................................................................... 49
Project boudary – Limites do Projecto; cities and villages – cidades e comunidades; River names – nomes
dos rios; rivers and drainage - rios e drenagem; Title – Título; Region hydrology – Hidrologia da região;
March – Março; Date – data; CES Project Code – Código do Projecto da CES; drawn by – desenhado
por. ........................................................................................................................................................... 49
Figura 4-4: Mapa geológico que indica os vários complexos.......................................................................... 50
Figura 4-5: Eco-regiões e Áreas Protegidas do WWF ao redor do local do projecto ..................................... 57
Legenda ........................................................................................................................................................... 57
Eastern Miombo Woodland – Floresta de Miombo Oriental; Southern Zanzibar-Inhambane coastal forest
mosaic – Mosaico Florestal Costeiro do Sul de Zanzibar-Inhambane; Project área – área do projecto;
Quirimba National Park – Parque Nacional das Quirimbas; Niassa Reserve – Reserva do Niassa; Study
área – área de estudo; Quirimbas 10km buffer zone – Zona tampão de 10km das Quirimbas ............. 57
Figura 5-1: Área do projecto (bloco verde) em relação às comunidades mais próximas ............................... 58
Figura 5.2: Machambas localizadas ao longo da entrada de transporte em direcção ao local do projecto ... 60
Figura 9-1: Mapa que ilustra a situação natural, social e de infraestrutura existente dentro da área do projecto.
................................................................................................................................................................. 93
LISTA DE TABELAS
Tabela 2.1: Lista da legislação aplicável. ........................................................................................................ 22
Tabela 2.2: Padrões de Desempenho da IFC. ................................................................................................ 27
Tabela 2.3: Convenções internacionais aplicáveis ao projecto. ..................................................................... 31
Tabela 3-1: Trabalhos qualificados, semi-qualificados e não qualificados, provavelmente empregados durante
as fases de construção e operação do projecto. Estes números representam o número máximo de
indivíduos que serão empregados. ......................................................................................................... 43
Tabela 4-1: Resumo dos dados climáticos de Ancuabe ................................................................................. 46
Tabela 4.2: Espécies listadas na Lista de Dados Vermelhos de Moçambique que podem ocorrer no local . 55
Tabela 7.1: Escala de classificação da significância ambiental ...................................................................... 64
Tabela 7.2: Grau de escala de classificação de dificuldade de mitigação ...................................................... 65
Tabela 7.3: Matriz de risco derivada do emparelhamento da significância do impacto e da dificuldade de
mitigação.................................................................................................................................................. 65
Tabela 7.4: Categorias de risco ....................................................................................................................... 65
A área em que a mina de Grafite de Ancuabe foi proposta é considerada um ecossistema natural e não
modificado com a comunidade mais próxima e a estrada principal a aproximadamente 10 km de
distância. Um total de catorze riscos biológicos foram identificados, quatro dos quais são considerados
risco Elevados no ambiente biológico. Estes são apresentados em maior detalhe abaixo na Tabela 7.5.
................................................................................................................................................................. 66
Tabela 7.5: Resumo dos riscos biológicos ...................................................................................................... 67
Tabela 7.6: Resumo dos impactos e riscos sociais e de planeamento .......................................................... 72
Tabela 9.1: Um resumo dos riscos biofísicos associados ao projecto ............................................................ 91
Tabela 9.2: Quadro 9.2: Um resumo dos riscos socioeconómicos associados ao projecto ........................... 92
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Ilustração 4.1: Foto ilustrando a área plana no topo da linha do cume entre os Rios Muaguide e Mogido ... 47
Ilustração 4.2: Foto ilustrando a área plana no topo da linha do cume entre os Rios Muaguide e Mogido ... 47
Ilustração 4.3: Foto ilustrando a ligeira inclinação para o leste ...................................................................... 47
Ilustração 4.4: Foto ilustrando o gradiente íngreme em um dos tributários terciários no local ....................... 48
Ilustração 4-5: Grafite exposto a nível da superfície e amostras de testemunho de sondagem para testar a
grafite. ...................................................................................................................................................... 51
Ilustração 4-6: Desmatamento que ocorre na secção oeste do local de estudo para produção de carvão e
agricultura. ............................................................................................................................................... 52
Ilustração 4-7: Uso dos recursos naturais na área do projecto. Produção de carvão vegetal, recolha de bambu,
mineração de gold no leito do rio e recolha de madeira. ........................................................................ 52
Ilustração 4-8: Floresta de Miombo (A) e Floresta Ripariana (B) encontradas na área de estudo................. 54
1. INTRODUÇÃO
1.1. INTRODUÇÃO
A grafite é classificada pela forma, tamanho e pureza com a grafite em flocos considerada
mais desejável do que a grafite amorfa, e por isso existem dois mercados principais para a
grafite; 1) grafite amorfa (microcristalina) e 2) grafite em flocos (cristalina) (Leak, 2014). A
grafite em flocos é de uma qualidade superior à da grafite amorfa e pode ser utilizada em
aplicações tradicionais e de alta tecnologia. Pelo contrário, a grafite amorfa não pode e, por
conseguinte, não é adequada para refractários ou baterias que são os dois principais motores
do sector da grafite. A grafite deriva o seu valor através do tamanho do floco e a pureza do
concentrado. A grafite de Ancuabe é conhecida pelo seu grande tamanho dos flocos e suas
propriedades para produzir um concentrado de alta pureza. Flocos de grafite de alta pureza
levam a um prémio significativo no mercado de baterias de ferro lítio (BFL) e grafite de floco
de tamanho grande comanda os preços ainda mais elevados para a oferta no mercado de
grafite expansível. As regiões de mercado-alvo incluem a China e a Ásia, onde estão
localizadas as instalações de produção de grafite expansível e as de melhoramento de
baterias de íões de lítio.
De acordo com as melhores práticas, este relatório de definição de âmbito está a ser realizado
no início do processo de tomada de decisão. Isso garantirá que cenários alternativos de
mineração podem ser considerados durante a fase de definição de âmbito, que os impactos
ambientais potencialmente altos possam ser evitados através de mudanças de projecto e
traçado, e que mudanças de processo para mitigar os impactos possam ser consideradas no
início do projecto. Tudo isso leva a um projecto mais ambientalmente apropriado e
socialmente aceitável.
1.2. O PROPONENTE
A Grafex Limitada (Grafex), é uma empresa Moçambicana com um portfolio de cinco (5)
licenças de prospecção e pesquisa de grafite na Província de Cabo Delgado em Moçambique
e que posteriormente serão convertidas em Licenças de Mineração. A Grafex Limitada
(Grafex) é uma subsidiária da Triton, uma companhia de exploração de minerais
diversificados na Austrália, listada na Australian Securities Exchange (ASX). Em 2012, a
Triton assinou um contrato para adquirir uma participação nas áreas minerais da Grafex e,
até o momento, adquiriu 80% das acções da Grafex.
1.3. OS CONSULTORES
O documento foi elaborado pela Coastal & Environmental Services Mozambique Limitada
(CES) para cumprir as leis ambientais nacionais, bem como vários padrões internacionais. A
CES é uma empresa registada em Moçambique, no Ministério da Terra, Ambiente e
Desenvolvimento Rural (MITADER) (Apêndice 2) e tem sólidos conhecimentos e equipas
multidisciplinares para realizar avaliações de impacto ambiental e programas de gestão
ambiental.
Em conjunto com:
Ted é tem um Doutoramento em Botânica e recebeu uma medalha de bronze pela Associação
Sul-Africana de Botânicos pelo melhor doutoramento atribuído naquele ano, intitulado
"Ecologia e Gestão de Dunas Costeiras no Cabo Oriental".
Coastal & Environmental Services 16 Grafex Lda. Ancuabe
Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência – Julho 2017
2. PROCESSO DE AIASS
Todas actividades devem ser categorizadas em conformidade com os Anexos I, II e III como
definido no Artigo 4 do regulamento ambiental, de modo a determinar a categoria do projecto
(A +, A, B ou C) em que a actividade proposta deve ser avaliada.
O proponente é obrigado a realizar o PPP durante todo o processo de AIASS. Isso inclui
fornecer publicidade suficiente e oferecer oportunidade para as PI&As participem em reuniões
públicas. O PPP será realizado com base em quaisquer directrizes dadas pela autoridade
competente e os resultados do processo serão resumidos num relatório final de participação
pública, de acordo com as directrizes do Processo de Participação Pública, estabelecidas no
Decreto Ministerial Nº 130/2006.
Uma reunião pública deve ser anunciada pelo menos com 15 dias de antecedência, para a
qual todas as PI&As devem ser convidadas e os relatórios técnicos do REIA devem ser
disponibilizados para comentários do público.
Caixa 2.1: Resumo do processo de AIAS a ser seguido para um projecto de Categoria
A
Diploma Ministerial 129/2006 de 19 A autorização ambiental exigida antes do início deste projecto será regulamentada pela
Directiva Geral para AIA
de Julho Legislação de AIA
SOCIAL
O objectivo desta lei é proteger os activos tangíveis e intangíveis do património cultural
Moçambicano - por exemplo, Monumentos, edifícios de locais históricos, locais
artísticos e científicos e elementos naturais de interesse científico e estética particular.
Protecção do Património Cultural Esta lei abrange todos os bens culturais que possam ser descobertos no território
Decreto 10/1988 Moçambicano, em particular, no solo, no subsolo, nos leitos de águas interiores ou na
Moçambicano
plataforma continental.
Os recursos patrimoniais podem ser perturbados e afectados pelas actividades de
mineração e, como tal, enquadram-se no âmbito destes regulamentos.
Património Arqueológico Decreto 27/1994, de 20 de Julho
Os recursos patrimoniais podem ser perturbados e afectados pelas actividades de
Regulamento relativo à Protecção do mineração e, como tal, enquadram-se no âmbito destes regulamentos.
Decreto 27/97 de 20 de Julho.
Património Arqueológico,
Estes regulamentos estabelecem as regras e princípios básicos para orientar o processo
de reassentamento resultante das actividades econômicas para as iniciativas públicas e
privadas. Isto é feito para proporcionar uma oportunidade para melhorar a qualidade de
Regulamento do Processo de
vida das famílias afectadas pelo projecto. O Artigo 4 fornece uma lista de princípios que
Reassentamento Resultante de Decreto 31/2012 de 8 de Agosto
orientam o processo de reassentamento resultante. Estes incluem os princípios da
Actividades Econômicas
coesão social; igualdade social; benefícios directos; igualdade social; nenhuma mudança
no nível de geração de renda; participação pública; responsabilidade ambiental; e
responsabilidade social.
A apropriação de terras e os direitos de propriedade são fundamentais para a
implementação do projecto. Esta lei visa estabelecer os termos sob os quais funciona a
criação, extensão, modificação, transferência e cessação do direito de uso e
aproveitamento de terra. Ela regula a propriedade da terra e o domínio público, o direito
Lei de Terras Lei 19/97 de 1 de outubro
de uso e aproveitamento de terra e os poderes e responsabilidades dos órgãos públicos
envolvidos. Em particular, define as obrigações a cumprir pelas entidades estrangeiras
ou nacionais, bem como as taxas a pagar para obter uma licença para a exploração da
terra
A apropriação da terra e os direitos de propriedade são cruciais para a implementação
Decreto 66/1998 de 8 de Dezembro do projecto
Regulamentos da Lei da Terras (Alterado pelo Decreto 1/2003 de 18
de Fevereiro)
Os aspectos relevantes do regulamento incluem:
Grafex Limited optou por realizar esta AIASS de acordo com os Padrões de Desempenho
(PD) da Corporação Financeira Internacional (IFC). Estas normas são também as
salvaguardas ambientais e sociais aplicadas pela Agência Multilateral de Garantia de
Investimentos (MIGA). A IFC é membro do Grupo do Banco Mundial e uma das maiores
instituições de desenvolvimento que se concentra exclusivamente no sector privado dos
países em desenvolvimento (IFC, 2012). A IFC foi criada em 1956 e trabalha em países em
desenvolvimento para criar oportunidades de emprego, gerar receita tributária, melhorar a
governança corporativa e, talvez o mais importante de tudo, garantir que os projectos
contribuam para o melhoramento das comunidades locais de seus países. No que diz respeito
a este último, é também a visão da IFC que as pessoas tenham a oportunidade de escapar
da pobreza e melhorar o seu padrão de vida.
Os PDs da IFC são exclusivamente adaptados para gestão de projectos e requisitos gerais
dos projectos para o apoio da IFC. Além dessas normas, a IFC também publicou Notas de
Orientação de apoio para cada padrão, que fornecem orientação aos clientes e ao pessoal
da IFC para que os projectos atendam eficazmente o PD. Estes padrões de desempenho (ver
Tabela 7.2) tornaram-se a referência internacional para as AIASS's e são utilizadas para
medir o desempenho ambiental e gestão de grandes projectos internacionais.
Esta AIASS foi estruturada para atender aos requisitos da IFC conforme descrito nas Notas
de Orientação da IFC sobre os Padrões de Desempenho em Sustentabilidade Social e
Ambiental (IFC, 2012), bem como nas Directrizes de Ambiente, Saúde e Segurança da IFC
para Mineração (2007). De acordo com isso, a AIASS será alargada para incluir aspectos
sociais e de saúde, de acordo com as directrizes da IFC relacionadas à avaliação da saúde
(IFC, 2009). Por conseguinte, esta avaliação foi referida como uma AIASS, não uma AIAS,
para reflectir a abordagem mais detalhada e ampla utilizada nesta avaliação.
Todos os impactos adversos devem ser evitados e, se isso não for possível, devem ser
minimizados. Uma vez concluído o processo da AIASS, deve ser elaborado um programa de
gestão que descreve as medidas de mitigação a utilizar, a forma como devem ser aplicadas
e como serão monitoradas e avaliadas. O programa de gestão deve delinear os papéis e
responsabilidades associados aos requisitos de implementação e monitoramento. O
programa de gestão deve identificar estratégias de comunicação para garantir o envolvimento
da comunidade ao longo do ciclo de vida do projecto. Geralmente, um Plano de Engajamento
das Partes Interessadas e Afectadas é desenvolvido para atingir este requisito.
A maior parte destas questões é tratada nos planos de gestão exigidos no PD 1. No entanto,
o PD 2 delineia em pormenor quais condições de trabalho são aceitáveis e como as relações
de trabalho devem ser geridas e também trata da saúde e segurança no trabalho para o
projecto (abordado em vários planos de gestão). Certas actividades (por exemplo, radiação,
Planta de Separação de Minerais, procedimentos de saúde e segurança, etc.) precisarão ser
tratadas numa base de actividade por actividade.
Estudos de especialidade que incidem sobre o ambiente biológico (por exemplo, pesquisas
sobre a fauna, a flora e peixes) avaliarão o estado do ambiente e determinarão se este deve
ser classificado como habitat modificado, natural ou crítico com base nas orientações
apresentadas no PD 6. O tipo de Habitat irá então informar o tipo de medidas de mitigação
que são implementadas. Por exemplo, em áreas de habitat natural, as medidas de mitigação
serão projectadas para não atingir nenhuma perda líquida de biodiversidade.
O Padrão de Desempenho 7 (PD 7) trata dos Povos Indígenas e não se aplica a este
projecto. Isso ocorre porque os povos indígenas são definidos como:
"Um grupo social ou cultural distinto que possui as seguintes características em graus
variados:
Auto-identificação como membros de um grupo cultural indígena distinto e
reconhecimento dessa identidade por outros
Apego colectivo a habitats geograficamente distintos ou territórios ancestrais na área
do projecto e aos recursos naturais nesses habitats e territórios.
Instituições culturais, econômicas, sociais ou políticas costumeiras que são separadas
daqueles da sociedade ou cultura dominante
Uma língua indígena, muitas vezes diferente da língua oficial do país ou região. "
O patrimônio cultural deve ser protegido durante o projecto, e tomado cuidado para garantir
que as práticas culturais que as comunidades participam não são impactadas negativamente
como resultado do projecto. Isto será mais investigado durante a fase de estudos de
especialidade.
As directrizes gerais de SSMA da IFC (30 de abril de 2007) são aplicáveis a este projecto. As
directrizes detalham os impactos gerais e as formas de geri-los. Abrangem o ambiente, saúde
e segurança ocupacional, saúde e segurança da comunidade, indicadores de desempenho e
monitoramento.
As Directrizes da IFS para SSMA na Mineração (10 de Dezembro de 2007) são aplicáveis a
este projecto. As directrizes detalham os impactos específicos do sector e as formas de geri-
los. Abrangem o ambiente, saúde e segurança ocupacional, saúde e segurança da
comunidade, indicadores de desempenho e monitoramento.
3. DESCRIÇÃO DO PROJECTO
3.1. INTRODUÇÃO E ANTECEDENTES DO PROJECTO
A Grafex Lda. propôs-se a desenvolver uma mina de grafite e uma planta de processamento
para produzir concentrado de grafite de alta pureza. O projecto Grafex de Ancuabe está
localizado a oeste da Cidade de Pemba e a sudeste de Ancuabe, no Distrito de Ancuabe,
Cabo Delgado (Figura 3.1). Foi encomendado um estudo técnico de pré-viabilidade ambiental
e definição de âmbito pela Grafex Lda. concluído em Abril de 2017. Além disso, os estudos
de viabilidade que incluem trabalhos de ensaios metalúrgicos foram encomendados em Abril
de 2017 e devem ser concluídos em Novembro de 2017.
Após a guerra civil (1977-1992), Moçambique emergiu como um dos países mais pobres do
mundo. Desde então, Moçambique tornou-se uma das economias de mais rápido
crescimento em África, com taxas de crescimento médio anual superiores a 7%. Esta situação
tem sido impulsionada pela estabilidade política, estabilidade macroeconómica,
investimentos directos estrangeiros (IDE), reformas estruturais e reconstrução.
Milhões no terceiro trimestre de 2016 e um mínimo histórico de 844 milhões de MZN no quarto
trimestre de 20081.
Figura 3-1: Mapa de localização que indica a posição da área da Mina proposta
O objectivo desta secção é fornecer ao leitor uma breve descrição do processo de mineração
actualmente proposto para o projecto de Grafite de Ancuabe. A planta funcionará por 365
dias por ano, 24 horas por dia. Terá uma disponibilidade de projecto de 90% e tempo de
operação superior a 75% para atender a taxa de produção necessária de 1 milhão de
toneladas por ano (Mtpa). Um diagrama de fluxo ilustrando cada passo foi incluído abaixo
(Figura 3-2).
1
http://www.tradingeconomics.com/mozambique/gdp-from-mining
O minério será removido da cava da mina usando carregadoras e camiões e levado para o
depósito de Minério Bruto (ROM pad). À medida que a cava progride, rampas de saída
adicionais serão projectadas e usadas para permitir que os camiões saiam e reentrem na
poço para o transporte. Isso ajudará a reduzir a distância que os camiões de transporte
precisam percorrer para depositar o seu estéril ou minério. Espera-se que aproximadamente
20 camiões por hora sejam usados para transportar estéril ou minério para seus respectivos
pontos de descarga. Um aspersor industrial de água será usado para minimizar emissão de
poeira nas rampas.
A rocha estéril será utilizada inicialmente para construir as paredes iniciais necessárias na
instalação de armazenamento de rejeitos antes da deposição de resíduos, referida como
pasta2 sendo depositada. Uma vez que esse processo se torna autogerido, os futuros estéreis
serão armazenados numa pilha dedicada a estéril. Devido à mineralização do corpo de
minério o método de mineração irá produzir uma quantidade ligeiramente reduzida de estéril
quando comparada com outras operações de mineração.
A rocha residual também será usada para construir as paredes necessárias na barragem de
água bruta.
Britagem
A rocha de minério extraída da cava deve ser britada para um material fino para que a grafite
possa ser removida. Este processo envolve tirar as rochas grandes extraídas da cava (mais
de 600 mm de diâmetro) e passá-las através de três fases de britagem, a saber:
Planta de britagem primária
Uma planta de britagem secundária
Uma planta de britagem terciária
A planta de britagem será uma planta de alimentação a seco, com humidade mínima de
aproximadamente 5%. A planta de britagem esmaga o minério de rochas num cascalho fino.
Para o conseguir isso, compreende três fases de britagem, com estágio final num circuito
fechado, sendo o material maior recirculado para o britador terciário de modo a produzir um
produto P8012,5 mm.
O britador secundário funciona como uma Configuração do Lado Fechado (CLF) para
produzir um tamanho de produto P95 75 mm, que são rochas pequenas do tamanho de um
punho fechado.
Moagem
Flotação
A flotação é o processo de extrair a areia moída e colocá-la num tanque cheio de líquido para
que a grafite, que é mais leve que a areia, possa ser separada. A alimentação da flotação (a
"areia" moída) é bombeada para o tanque de condicionamento da flotação e são adicionados
reagentes consistindo em Diesel ou um colector de especialidade, e o bicarbonato de metil-
isobutil-carbinol (MIBC). A alimentação então gravita para o circuito de flotação mais grosso,
que compreende células de flotação convencionais. O concentrado mais grosso é alimentado
3
O concentrado de grafite limpo é então seleccionado sobre um crivo vibratório para remover
material de lixo. O concentrado então gravita para o circuito de desidratação consistindo de
um espessante concentrado de alta velocidade, um filtro de pressão e um secador.
Rejeitos
Rejeito é o material de areia que fica depois que a grafite foi separada da mesma. Grandes
quantidades de rejeitos são produzidas a partir dos circuitos de flotação mais grosseiro e mais
limpos, e são transferidos para um espessador de rejeitos onde o floculante é adicionado à
alimentação do espessador de rejeitos. O floculante é um polímero orgânico de cadeia longa
ou um sulfato metálico tal como sulfato de alumínio que cria a carga necessária para atrair e
recolher partículas finas que afectam a clareza da água utilizada no processamento. Estes
são comumente usados em piscinas e plantas de tratamento de água e são inofensivos. Eles
quebram naturalmente através da acção de bombeamento e luz solar.
Os rejeitos são então bombeados para a instalação de armazenamento de rejeitos (TSF), que
irá compreender duas células para uma vida de mina de 20 anos. Uma terceira célula e
extensão das células existentes serão usadas para a vida da mina além de 20 anos. Os
rejeitos são descarregados usando a deposição sub-aérea de múltiplas saliências localizadas
ao redor da crista do aterro, muito parecido com um sistema de irrigação e aspersão agrícola.
Reagentes
3.3.3. Infraestrutura
Figura 3-3: Mapa que ilustra o limite do projecto (traçado vermelho) para a infraestrutura proposta e a estrada de transporte
Figura 3-4: Mapa que ilustra a infraestrutura proposta dentro do limite do projecto (traçado vermelho).
Água
Estima-se que o projecto utilizará aproximadamente 1m3 (1000 litros) de água por tonelada
alimentada na planta (1 Mm3 anualmente). Esta água é necessária principalmente para o
processo de flotação e será obtida a partir de uma represa de água bruta em canal a ser
construída no Rio Mogido. Esta barragem será preenchida através do fluxo natural do rio, e
deve ser suficientemente grande para fornecer água suficiente durante a longa estação seca.
A água bruta será bombeada directamente para a planta de processamento, a planta de
tratamento de água potável e para os serviços da mina.
Um tanque de água bruta será construído no local da planta para fornecer o anel principal do
sistema de água de incêndio, que fornece às mangueiras e pontos de hidrantes de incêndio
da planta.
Energia
Estima-se que a demanda anual total de energia da planta para a mina será de até 50 000
MWh. A energia para o local será obtida a partir do Rede Nacional sujeito à disponibilidade e
aprovação pela Autoridade de Electricidade de Moçambique (EDM). A linha de transmissão
mais próxima fica a aproximadamente 15 km da área do projecto. A transmissão da
alimentação de energia na área do projecto será feita por linhas de transmissão e
subestações conforme necessário.
Os geradores a diesel serão, contudo, instalados como uma fonte de energia alternativa
durante os períodos em que a rede nacional não puder fornecer uma fonte confiável de
energia ou no caso de a energia da EDM não poder ser entregue a tempo. Sob este cenário
os geradores não servem como back-up de energia, mas funcionarão 24/7. Os impactos de
ruído e qualidade do ar deste pior cenário serão modelados e avaliados na AIASS.
3.3.5. Transporte
Estima-se que dez camiões de 25 toneladas serão usados para transportar o produto do local
da mina para Porto de Pemba ou Nacala a cada dia. Serão necessários mais cinco camiões
para peças sobressalentes e consumíveis (incluindo diesel). Assim, haverá 30 camiões que
partem, e 30 camião que chegam numa base diária. Além disso, dois autocacarros serão
usados para transportar mão-de-obra de e para o local num ciclo de oito horas. Veículos
ligeiros de entregas também serão usados para o funcionamento geral da mina.
Durante a fase de construção, estima-se que haverá até 500 trabalhadores no local no pico
da fase de construção, que é estimada em cerca de 12 meses desde o início da construção
até o comissionamento.
A equipe local voltará para casa todas as noites usando o transporte fornecido pela empresa.
Adicionalmente à equipe de construção estará a equipe de apoio que irá dedicar-se a
segurança, ajudar com a confeccão da alimentação, gestão do acampamento, transporte e
lavandaria. Todo o pessoal não-local será alojado num acampamento de construção situado
no local e gerido por uma contratada de restauração.
Durante a fase operacional, cerca de 200 pessoas serão empregadas na mina. Isso inclui:
até 75 funcionários de mineração; 100 funcionários de processos e manutenção; e 25
funcionários de serviço/administração. Para os primeiros dois anos a quantidade de
expatriados será de 10%, mas será reduzida para 4-6% até ao ano quatro. A maioria dos
funcionários será transportada de volta aos pontos de colceta por meio de transporte
fornecido pela empresa e um pequeno grupo de trabalhadores expatriados e regionais será
alojado em um acampamento de alojamento de tamanho reduzido no local, trabalhando numa
rotação de 6 semanas/2 semanas, semelhante à fase de construção.
Um dos objectivos de uma AIASS é investigar alternativas ao projecto proposto. Existem dois
tipos de alternativas - Alternativas Fundamentais e Alternativas Incrementais. Alternativas são
definidas como: "diferentes meios de satisfazer o propósito geral e os requisitos da
actividade", que inclui alternativas para:
disso, a Grafex Lda. deseja desenvolver uma mina de grafite, e, consequentemente, não
estão interessados em qualquer outro tipo de desenvolvimento.
Um local diferente
A Grafex Lda. identificou depósitos de grafite econômicos dentro da sua área de concessão
e só pode desenvolver uma operação de mineração em áreas com mineralização. Além disso,
a mina e a planta de processamento devem estar tão próximas uma da outra quanto possível,
de modo que a planta não pode ser localizada em um local diferente.
A Alternativa "Não-Avançar"
De acordo com os Regulamentos de AIASS, a opção de não fazer nada - não prosseguir com
o desenvolvimento proposto (ou seja, a Opção Não Avançar) deve ser avaliada durante a
AIASS.
Desenho
As alternativas de concepção podem incluir diferentes tipos de infraestrutura, que não foram
finalizadas pelo proponente nesta fase.
Tecnologia
Assim como com a disposição, devido ao estágio do projecto, a tecnologia não é fixa ou
totalmente exacta por enquanto. A tecnologia proposta baseia-se na compreensão actual e
nas exigências do mercado. Ela pode mudar, e quaisquer mudanças serão avaliadas como
alternativas nesta AIASS.
Moçambique localiza-se ao longo da costa oriental da África Austral entre 10º27' e 26º52” Sul
e 30º12' e 40º51' Este. Está limitado pela África do Sul, Suazilândia, Zimbabwe, Zâmbia,
Malawi e Tanzânia, com uma área de 799 380 km2 (Ribeiro e Chaúque, 2010). A área
proposta do Projecto de Grafite de Ancuabe ocorre no Distrito de Ancuabe, na Província de
Cabo Delgado, no norte de Moçambique. A área do projecto é acessível por estrada, 75 km
a oeste de Pemba ao longo de uma estrada alcatroada.
4.1.1. Clima
Pemba recebe uma precipitação média anual de 872 mm enquanto Ancuabe recebe
aproximadamente 912 mm de chuva (com base na estação meteorológica de Montepuez).
Em Ancuabe, o mês mais húmido é tipicamente Dezembro (média de precipitação de 213
mm) e o mês mais seco é Setembro (média de 4mm) (Climatedata.eu, 2015).
A temperatura média anual em Pemba é de 26,3°C, com o mês mais quente sendo Março
(temperatura média de 31,4°C) e o mês mais frio, Julho (temperatura média de 19,5°C)
(Timberlake et al., 2010). Em Ancuabe, as temperaturas variam de uma média de 33°C em
Novembro para uma média de 19°C em Julho (Climatedata.eu, 2015).
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Temperatura
32 32 32 32 32 31 31 31 32 32 33 32
Alta
Temperatura
21 21 21 21 21 19 19 19 20 20 21 21
Baixa
Média de
281 213 221 104 16 13 14 5 4 8 55 213
Precipitação
Fonte: www.climatedata.eu
Legenda:
Low – Baixa; High – Alta; Precip - Precipitação
4.1.2. Topografia
A grafite depositado encontra-se no cume entre o Rio Muaguide para o oeste e o Rio Mogido
para o Este. Como um todo, a área de estudo é suavemente inclinada para o leste com uma
altitude de 643 m acima do nível do mar (masl) para o oeste e a 350 masl para o leste.
Ilustração 4.1: Foto ilustrando a área plana no topo da linha do cume entre os Rios
Muaguide e Mogido
Ilustração 4.2: Foto ilustrando a área plana no topo da linha do cume entre os Rios
Muaguide e Mogido
4.1.3. Hidrologia
A hidrologia do Distrito é dominada por vários cursos de água, quase todos estes são rios
anuais. O escoamento médio anual na região foi calculado por Middleton (1992) como sendo
de aproximadamente 25 milhões de m3/ano, com a maioria do fluxo ocorrendo num período
de seis meses, de Novembro à Abril.
O recurso de grafite encontra-se entre o Rio Muaguide a Oeste e o Rio de Mogido a Este,
ambos os rios drenam para a Baía de Pemba a Este. O Rio Muaguide flui durante os meses
de Novembro à Abril e tem uma profundidade média de entre 1 e 2m. O leito do rio varia em
largura, mas tem em média 30m de largura com margens de 2m de altura. A Bacia de
Muaguide tem uma área de 1811 km² e um comprimento de rio de 85km. A área do Projecto
da Mina de Grafite de Ancuabe cobre 2% da Bacia de Muaguide e cerca de 9,4 km do Rio
Muaguide (Figura 4-3).
Geologia
Solos
Os dois principais grupos de solos encontrados na região incluem solos arenosos, argilosos
e solos arenosos vermelhos. No geral, os solos são arenosos (até 80%) com baixo teor de
sedimentos e argila.
Em comparação com outros países da região, Moçambique tem uma base de recursos
naturais rica, incluindo florestas indígenas não transformadas, savanas, florestas e habitats
costeiros. Cerca de 25% da terra tem potencial florestal com valor comercial, 12,5% é
constituído por áreas protegidas pelo Estado e mais de 22% constituem um habitat potencial
para a vida selvagem (GPZ, 2003).
Havia evidências de agricultura nas porções ocidentais da área de estudo, onde havia
ocorrido o desmatamento extensivo para o estabelecimento de machambas e para a
produção de carvão vegetal (Ilustrações 4-4 e 4-5). A vegetação nesta área é também
secundária na natureza, remanescendo apenas poucas árvores grandes, o que indica uma
longa história de perturbação. Há evidências de produção de carvão vegetal na maior parte
do local, e os recursos naturais da área do projecto são também usados para fins de
subsistência (Bicanic et al., 2014). Isso geralmente inclui a recolha de madeira, palha e bambu
para a construção, mas também a recolha de frutos silvestres, vegetais e bolbos, quer para
fins medicinais ou para a alimentação. A maioria das famílias também faz carvão a partir de
madeira cortada, que muitos vendem a beira da estrada.
A extracção mineira é o outro uso principal da terra na região, a qual foi responsável por
grande parte do desenvolvimento económico de Ancuabe dos últimos anos (Bicanic et al.,
2014). É explorado principalmente a grafite, mas em menor grau o ouroestão a ser cada vez
mais explorados, muitas vezes através de operações de mineração ilegais (Bicanic et al.,
2014). Os moradores locais foram vistos a praticarem a mineração nos leitos do rio seco
durante a última visita ao local.
Ilustração 4-6: Desmatamento que ocorre na secção oeste do local de estudo para
produção de carvão e agricultura.
Ilustração 4-7: Uso dos recursos naturais na área do projecto. Produção de carvão
vegetal, recolha de bambu, mineração de gold no leito do rio e recolha de madeira.
4.2.1. Vegetação
Setenta e nove porcento de Moçambique está coberto de vegetação natural. Apesar de vários
projectos de investigação terem recentemente por objectivo documentar a diversidade de
Moçambique, o actual estado de conservação da flora do país permanece ainda relativamente
desconhecido (Dudley e Stolton, 2012). Não obstante a isso, análises de dados existentes
mostram que a biodiversidade no país é grande (USAID, 2008) e que de forma global,
Moçambique ostenta 7 zonas ecológicas de importância internacional. Estas incluem:
Outros locais de grande importância para a biodiversidade incluem o Lago Niassa, a Serra
da Gorongosa, o Arquipélago das Quirimbas e o Maciço de Chimanimani (Dudley e Stolton,
2012; USAID, 2008).
Apesar de 16% do país ser declarado como protegido, estas áreas ainda enfrentam muitos
desafios, tais como de falta de pessoal, subfinanciamento e falta de pessoal qualificado
(USAID, 2008). Consequentemente, algumas destas áreas são apenas protegidas no papel.
Dois tipos de vegetação ocorrem dentro da área do projecto; Floresta de Miombo e Floresta
Ripariana. A Floresta de Miombo presente era alta, intacta e variava de secções de floresta
com copa fechada à Floresta Aberta de Miombo (Ilustração 4-5A). Grandes secções da
vegetação na porção sudoeste da área de estudo (ao longo da estrada de transporte) foram
desmatadas (Abril de 2017) para fins de agricultura, e, portanto, grande parte da vegetação
restante nesta área pareceu secundária na natureza. Em contraste, houve poucos sinais de
perturbação na porção oriental da área de estudo, provavelmente devido à maior distância
entre a área de estudo a Este e as comunidades, a maioria delas estão situadas a oeste do
local. O resultado disso é que a vegetação para o leste está intacta e ecologicamente mais
sensível do que a vegetação a oeste.
A Floresta Ripariana é limitada aos cursos de água e também está, no geral, intacta e em
condições surpreendentemente boas (Ilustração 4-5B).
Ilustração 4-8: Floresta de Miombo (A) e Floresta Ripariana (B) encontradas na área
de estudo.
Diversidade Florística
Tabela 4.2: Espécies listadas na Lista de Dados Vermelhos de Moçambique que podem
ocorrer no local
4.2.2. Fauna
Moçambique tem uma herpetofauna diversa devido à variedade de diferentes tipos de habitat
disponíveis e à grande área do país. No entanto, a falta de estudos científicos do norte de
Moçambique levou a resumos muito díspares e imprecisos da diversidade da herpetofauna
do país.
A avifauna nesta região é diversificada com um registo de mais de 680 espécies de aves.
Algumas dessas espécies são comensais, com adaptação rápida e bem-sucedida a
ambientes modificados, embora a maioria seja sensível a perturbações e ou migrem para
longe ou sofram maior índice de mortalidade nos habitats degradados. Contudo, as aves são
capazes de recolonizar rapidamente áreas reabilitadas como resultado da sua elevada
mobilidade.
A diversidade de mamíferos em Moçambique foi revista pela última vez por Smithers e Tello
em 1976 e relataram a ocorrência de aproximadamente 238 espécies em todo o país (MICOA
2009, IUCN 2012). Em muitas áreas do país, a pressão ambiental localizada e a subsequente
perda e fragmentação de habitats resultaram na redução de populações de mamíferos.
Mamíferos de grande porte como elefantes, hipopótamos e rinocerontes foram extirpados em
muitas áreas e nove das 21 espécies de antílopes do país estão listadas como ameaçadas e
uma tornou-se localmente extinta.
Contudo, dado que a vegetação nas áreas de estudo está em grande parte intacta e muito
próxima ao Parque Nacional das Quirimbas, espera-se que esta área tenha um índice elevado
de aves, mamíferos e herpetofauna (lagartos e rãs).
O Fundo Mundial para a Natureza (WWF) definiu eco-regiões globais com base em conjuntos
de espécies, comunidades naturais e condições ambientais geograficamente distintas. A
informação sobre cada região ecológica e seu estado de conservação são fornecidas para
auxiliar na manutenção da conservação dessas áreas.
A Floresta de Miombo é uma eco-região generalizada que cobre grande parte da África
Central e Austral. São caracterizadas por uma grande diversidade de espécies e dominadas
por uma componente lenhosa cuja dinâmica pode ser atribuída a três distúrbios de interacção:
pessoas, fogo e vida selvagem. As actividades antropogénicas, tais como o desmatamento
para a agricultura, colheita e queimada resultaram na modificação ou transformação deste
ecossistema em muitas áreas. O crescimento populacional, portanto, representa uma
ameaça para esta Eco-região e consequentemente foi listado como sendo vulnerável (Figura
4-3).
De acordo com Muller et al. (2005), das 13 reservas florestais existentes, cinco (Licuáti, Derre,
Moribane, Mecuburi e Matibane) são co-administradas como um sistema comum entre os
Serviços Florestais e as comunidades locais. Apenas duas das reservas florestais
(Inhamitanga e Nhampacue) não estão habitadas no presente. Todas as reservas florestais
(incluindo aquelas sob gestão e as desabitadas) mostram diferentes graus de perturbação
humana, particularmente de desmatamento para fins de agricultura, incêndio induzido pelo
homem, recolha de lenha e carvão e exploração madeireira. Entre as causas de degradação
das reservas florestais está o abandono das reservas florestais pelos Serviço Florestais
durante a guerra civil, o uso das reservas florestais como esconderijos por comunidades e
guerrilheiros, a promoção da agricultura dentro das comunidades que vivem nas reservas
florestais, exploração madeireira ilegal e caça furtiva entre outros.
A análise dessas áreas protegidas em relação ao local do projecto revelou que o Parque
Nacional das Quirimbas ocorre imediatamente a norte do local do projecto (~ 12 km) e ~3 km
da zona tampão de 10 km, colocada ao redor da reserva (Figura 4-4). Esta reserva foi criada
em 2002 para proteger os recursos naturais das regiões e abrange uma área de
aproximadamente 750,639 ha que inclui floresta de miombo, floresta ripariana, mangais e
recifes de coral (WWF, 2015).
Legenda
Eastern Miombo Woodland – Floresta de Miombo Oriental; Southern Zanzibar-Inhambane
coastal forest mosaic – Mosaico Florestal Costeiro do Sul de Zanzibar-Inhambane; Project
área – área do projecto; Quirimba National Park – Parque Nacional das Quirimbas; Niassa
Reserve – Reserva do Niassa; Study área – área de estudo; Quirimbas 10km buffer zone –
Zona tampão de 10km das Quirimbas
5.1. INTRODUÇÃO
A área do projecto está a aproximadamente 80 km por estrada, a Oeste de Pemba e está localizada
dentro do Distrito de Ancuabe, na Província de Cabo Delgado, em Moçambique. A principal vila
mais próxima à área do projecto é a Vila de Ancuabe que está ainda afastada 20km. Existem várias
comunidades localizadas fora da Área de Licença estando a mais próxima a 10 km de distância
(Figura 5.1). Este capítulo fornece uma visão geral do cenário socioeconômico na área dentro da
qual o projecto proposto está localizado.
Figura 5-1: Área do projecto (bloco verde) em relação às comunidades mais próximas
O projecto proposto está localizado na Província de Cabo Delgado, em Moçambique, e tem uma
superfície de 76 867 km2. Segundo a Estatística Regional de Moçambique (2015), a população total
de Cabo Delgado é de 1,6 milhões de habitantes (Estatísticas Regionais de Moçambique, 2015;
Clube de Moçambique, 2007). 52% da população é do sexo feminino e 48% do sexo masculino.
69% da população acima da idade de 5 anos é analfabeta. Dos 404 431 domicílios em Cabo
Delgado, apenas 5% têm água corrente na torneira, 3% têm electricidade e 0,6% têm sanitários em
suas casas.
O projecto proposto está localizado dentro do Distrito de Ancuabe, na porção Sul da Província de
Cabo Delgado. O Distrito de Ancuabe abrange uma área de aproximadamente 4918 km2 e tem uma
população estimada de 118 926 (24,6 pessoas/km2) (Estatísticas Regionais de Moçambique, 2015).
52% da população é do sexo feminino e 48% do sexo masculino. 98% da população acima da idade
de 5 anos é analfabeta. Para além do Português existem seis línguas tribais sendo Emakhuwa a
Coastal & Environmental Services 58 Grafex Lda. Ancuabe
Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência – Julho 2017
língua mais falada. Das 27 593 famílias do Distrito de Ancuabe, apenas 0,5% têm água corrente
nas torneiras, 0,3% têm electricidade e 0,1% têm sanitários em suas casas.
5.2.3. Vila de Ancuabe
Muitas das comunidades maiores como Nankhumi, Natocua, Maguide e Nacussa têm bombas
manuais para captar água subterrânea, embora sejam usados rios e córregos para água potável e
lavagem. A maioria das famílias rurais normalmente têm suas próprias latrinas com coberturas de
palha e bambu, pois não há sistemas de saneamento de água. Com energia limitada na área, a
maioria das famílias depende da lenha ou do carvão vegetal como sua principal fonte de energia.
Formas ocasionais de electricidade observadas incluem geradores e painéis solares. A maioria das
comunidades da área tem uma escola primária que ensina da 1ª a 7ª. No entanto, a taxa de
alfabetização da província é baixa e, com base em estudos anteriores, parece que muito poucos
membros de famílias com mais de 18 anos (geralmente menos de 10%) terminaram a escola
primária
A agricultura é um sector importante para a economia local, bem como para a economia do país em
geral. Aproximadamente 70% da população em Moçambique está localizada em áreas rurais, 75%
das quais dependem da agricultura para sua subsistência. Estima-se que 95% dos residentes em
Cabo Delgado dependem da agricultura (Bechtel, 2001).
As famílias que estão nas comunidades geralmente têm campos agrícolas, localmente chamados
por machambas e algumas famílias têm pequenas hortas de alimentos à volta das suas casas. A
forma de prática agrícola em Cabo Delgado é principalmente subsistência, e devido à falta de
acesso à terra para pequenos agricultores, bem como abastecimento de água, os rendimentos são
geralmente mínimos. A Província de Cabo Delgado não tem nenhuma instituição de pesquisa
agrícola, o que significa que os agricultores locais têm poucos conhecimentos quanto aos métodos
EOH Coastal & Environmental Services 59 Grafex Lda. Ancuabe
Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência – Julho 2017
agrícolas eficazes. Isto por sua vez coloca um obstáculo nas produções de alimentos pelos
agricultores e subsequentemente afectando o crescimento económico das famílias e da área
(Bechtel, 2001).
As estratégias que foram postas em prática que ajudam os agricultores com métodos agrícolas que
podem ser eficazes para os rendimentos foram implementadas por uma ONG nacional, o programa
de clube de agricultores da ADPP de Moçambique (Paradzai, 2014). Dentro de Cabo Delgado,
foram estabelecidos cerca de 56 clubes em 2013 dentre os quais o Distrito de Ancuabe é um
receptor (ADPP, 2007).
As comunidades em Cabo Delgado têm uma longa tradição de usar plantas medicinais. Em
Moçambique, as populações rurais em geral são altamente dependentes dos recursos naturais. Um
exemplo é o uso da vegetação circundante pelas pessoas de Cabo Delgado. Elas usam plantas
para alimentação, artesanato, construção, como fonte primária de energia e até mesmo para fins
medicinais (Matavele & Habib, 2000).
A área do projecto é caracterizada por actividade humana limitada. As únicas machambas que
ocorrem dentro da área do projecto estão ao longo do ponto mais a sudoeste da estrada de
transporte (onde a estrada de transporte une-se à estrada principal) e aproximadamente cinco
machambas e machambas associadas dentro do local da proposta barragem de armazenamento
de água (WSF). Actualmente, não existem comunidades residentes no restante da área do projecto.
Prevê-se que ocorram tanto o reassentamento econômico (a perda de actividade econômica e
meios de subsistência, como a perda de campos de cultivo) como o reassentamento físico. Em
geral, o uso da área do projecto para a agricultura parece ser muito limitado, e a área é usada
principalmente para uso de recursos naturais (lenha, colheita de plantas e caça). Também pareceu
haver sinais limitados de derrube de vegetação para a produção de carvão vegetal.
6.1. INTRODUÇÃO
O engajamento das partes interessadas envolve consultas com o público em geral, ONGs,
autoridades relevantes e comunidades locais. O processo facilita a divulgação de informações sobre
o projecto e um objectivo primário é a identificação de pessoas que possam ser indirectamente e
directamente afectadas pelo projecto. No processo de AIA elas são referidas como Partes
Interessadas e Afectadas (PI&As).
O engajamento das partes interessadas e afectadas é crucial para qualquer projecto da Categoria
A. É vital que todos as PI&As não estejam apenas cientes do projecto e suas possíveis implicações
negativas, mas também compreendam o projecto e seus potenciais benefícios para suas
comunidades e o ambiente ao redor. Falhas em assegurar isso pode causar disputas e desacordos
entre as comunidades, o proponente do projecto e as autoridades governamentais e levar à ruptura
de estruturas estabelecidas, como a administração da comunidade.
Como parte desse processo, são organizadas reuniões de consulta pública onde todas as PI&As
são convidadas e têm a oportunidade de expressar e registar suas preocupações, expectativas e
comentários relacionados ao projecto proposto e ao processo de autorização ambiental.
Tanto a Constituição como a Lei do Ambiente estabelecem os direitos dos cidadãos de disporem
de informações sobre, e a participarem na tomada de decisão relativa a actividades que podem
afectar o meio ambiente. O MITADER elaborou uma Directriz Geral para o Processo de Participação
Pública no Processo de AIA, publicada como Diploma Ministerial 130/2006, de 19 de Julho. A
necessidade de participação do público é ainda reforçada pelo novo Regulamento sobre o Processo
de Reassentamento Resultante de Actividades Económicas, de acordo com o Decreto 31/2012, de
8 de Agosto. O Artigo 13 deste regulamento sublinha a necessidade de assegurar a participação do
público ao longo de todo o processo de elaboração e execução do Plano de Acção de
Reassentamento para os projectos.
Espera-se que a fase de engajamento das partes interessadas e afectadas da AIASS possa:
A Grafex comprometeu-se a realizar esta AIA de acordo com os padrões internacionais. Os Padrões
de Desempenho 1 a 8 da Corporação Financeira Internacional (IFC) são usados como referência
para determinar as melhores práticas em AIA e para garantir o cumprimento dos Princípios do
Equador.
A primeira fase envolveu reuniões com as comunidades locais e autoridades locais, bem como
reuniões em Pemba e Maputo para reunir-se com as partes interessadas provinciais e nacionais,
de modo a apresentar o projecto. A segunda fase do engajamento das partes interessadas e
afectadas envolverá as mesmas PI&As como no engajamento inicial e será levado a cabo para
divulgar o rascunho do EPDA. A terceira fase envolverá a divulgação dos rascunhos da AIA.
A segunda fase consistirá em escutas públicas abertas com as comunidades locais e nas cidades
de Ancuabe e Pemba. Ela será realizada em cinco etapas distintas:
Classificação
de Descrição
significância
Estes impactos constituiriam uma mudança importante e geralmente
Muito Elevada permanente no ambiente (natural e/ou social), e normalmente resultariam em
efeitos graves ou muito graves, ou efeitos benéficos ou muito benéficos.
Estes impactos geralmente resultarão em efeitos a longo prazo no ambiente
social e/ou natural. Os impactos classificados como elevados deverão ser
Elevada considerados pelos tomadores de decisão do projecto como constituindo uma
mudança importante e geralmente de longo prazo para o ambiente (natural
e/ou social). Estes teriam que ser vistos à luz séria.
Estes impactos geralmente resultarão em efeitos de médio a longo prazo no
ambiente social e/ou natural. Os impactos classificados como moderados
terão de ser considerados pelos tomadores de decisão do projecto como
Moderada
constituindo uma alteração relativamente importante e geralmente a médio
prazo no ambiente (natural e/ou social). Estes impactos são reais, mas não
substanciais.
Estes impactos geralmente resultarão em efeitos de médio a curto prazo no
ambiente social e/ou natural. Os impactos classificados como baixos
Baixa geralmente não são importantes e geralmente constituem uma mudança de
curto prazo para o ambiente (natural e/ou social). Estes impactos não são
substanciais e provavelmente terão pouco efeito real.
O grau de dificuldade de mitigar os vários impactos varia de muito difícil a facilmente alcançável.
As quatro categorias utilizadas são listadas e explicadas na Tabela 7.2 abaixo. A viabilidade prática
das medidas, a viabilidade financeira das medidas e a sua eficácia potencial foram tidas em
consideração na decisão sobre o grau de dificuldade apropriado.
A matriz de risco que determina o nível geral de risco associado a um impacto, comparando a
significância do impacto com sua dificuldade de mitigação, é mostrada na Tabela 7.3 abaixo.
Impactos que são de significância elevada a muito elevada e difícil a muito difícil de mitigar são
considerados riscos “extremos” ambientais ou sociais para o projecto. Os impactos que são menos
significativos e mais fáceis de mitigar são classificados como “elevados” a “médios” a “baixos”, ou
seja, geralmente impactos de baixa a moderada significância para os quais a mitigação é alcançável
a facilmente alcançável. Os impactos podem potencialmente ter uma significância muito elevada,
mas se a mitigação for facilmente alcançável, eles são classificados como riscos “médios”, conforme
a Tabela 7.3. As implicações das categorias de risco são explicadas na Tabela 7.4.
Risco Descrição
Seriam necessárias medidas mitigatórias significativas para reduzir esses
riscos. Em alguns casos, pode não ser possível reduzir esses riscos
Extremo
extremos, o que significa que eles são susceptíveis de impedir que a opção
seja usada (levantados como bandeira vermelha nesta avaliação).
Estes riscos são de natureza grave, e sem medidas de mitigação eficazes
seriam os principais obstáculos ao projecto. Estes teriam de ser monitorados
Elevado
e geridos, e em combinação os riscos Elevados podem exigir a utilização de
uma opção diferente para atingir os objectivos dos projectos.
Estes riscos são de natureza menos grave, mas ainda são importantes e
precisam ser reduzidos para um Nível Mais Baixo Possível em benefício do
Médio
ambiente ou da rede social afectada. Isoladamente, esses riscos são
geralmente insuficientes para impedir que o projecto prossiga.
Estes riscos são geralmente aceitáveis para o projecto e meio ambiente, e a
mitigação é desejável, mas não essencial. As melhores práticas, no entanto,
Baixo
devem ser seguidas e os riscos mitigados para evitar um efeito cumulativo
desses impactos.
Os riscos associados ao projecto são discutidos de acordo com os requisitos dos Padrões de
Desempenho 1 a 8 da IFC (excepto 7, que não é aplicável) abaixo.
É provável que a operação mineira necessite de energia significativa que possa ter um
impacto moderado no aprovisionamento energético nacional. Isso pode ser mitigado
usando sensores remotos e tecnologia terrestre para minimizar a escavação
Facilmente
Uso de energia Moderada exploratória e perfuração e dimensionando correctamente os motores e bombas BAIXO
Alcançável
usados no processo de movimentação de minério sempre que possível (IFC 2007).
Essas mitigações são consideradas facilmente alcançáveis, portanto, isso é
considerado um risco baixo.
De acordo com o Padrão de Desempenho 3 (2012) da IFC, a produção anual de mais
de 25 000 toneladas de equivalentes de CO2 por um empreendimento deve ser
considerada significativa. De acordo com o Padrão de Desempenho 3 da IFC (IFC
2012), as mudanças induzidas pelo projecto no conteúdo de carbono do solo ou na
biomassa acima do solo e a decomposição de matéria orgânica induzida pelo projecto
podem contribuir para as fontes directas de emissão e devem ser incluídas nesta
Emissão de gases de efeito
Moderada quantificação de emissões onde tais emissões devem ser significativas. Recomenda- Alcançável BAIXO
estufa
se que seja estabelecida uma pegada de carbono abrangente para a instalação no
primeiro ano de operação, que leve em consideração a perda de vegetação. Se isto
confirmar que as emissões anuais de CO2 são susceptíveis de exceder o limiar acima
mencionado, o proponente irá desenvolver um plano de gestão de gases com efeito de
estufa para a operação com a intenção específica de reduzir as emissões de GEE na
medida do possível. Isso é considerado um risco baixo.
O Padrão de Desempenho 7: Povos Indígenas não foi incluído, pois não existem indígenas na área,
conforme definido pelas Notas de Orientação da IFC para o PD 7.
A área em que foi proposta a mina de Grafite de Ancuabe tem aproximadamente cinco famílias e
machambas dentro do local da barragem proposta (Instalação de Armazenamento de Águas),
aproximadamente 10 machambas estão ao longo do ponto mais a sudoeste da estrada de
transporte (onde a estrada de transporte une a estrada principal) e não há comunidades que
residam no restante da área do projecto ou nos arredores próximos. O projecto está localizado a
cerca de 15 km do interior da estrada principal mais próxima e a comunidade mais próxima fica a
mais de 10 quilômetros de distância. Um total de onze riscos sociais foram identificados, um dos
quais é considerado de risco elevado no ambiente social. Estes são apresentados em maior detalhe
abaixo na Tabela 7.6.
Tal como acontece com a maioria dos impactos sociais, a imigração também
Imigração Moderada Muito difícil ELEVADO
pode ter um impacto positivo em termos de proporcionar as comunidades
pequenas oportunidades de negócios devido a uma maior procura de
produtos locais e outros bens, bem como oportunidades de intercâmbio
cultural. No entanto, essas oportunidades são limitadas no local, como a
comunidades mais próxima fica a 10 km de distância.
8.1. INTRODUÇÃO
1. Avaliação da Vegetação
2. Avaliação da Fauna Terrestre
3. Avaliação dos Peixes
4. Avaliação da Terra, Uso dos Recursos Naturais e da Agricultura
5. Avaliação da Água Subterrânea e Geoquímica
6. Avaliação das Águas Superficiais e Aquáticas
7. Estudo dos Requisitos de Fluxo Ambiental do Rio Muaguide
8. Avaliação de Impacto Socioeconómico
9. Avaliação de Impacto na Saúde a Nível da Delimitação do Âmbito
10. Avaliação da Gestão de Resíduos
11. Avaliação doTráfego, Transporte e Visual
12. Avaliação da Qualidade do Ar
13. Avaliação de Impacto de Detonação
14. Estudo de Encerramento e Reabilitação
15. Plano de Acção de Reassentamento
Os seguintes estudos incluem amostragem nos levantamentos tanto na estação chuvosa como na
estação seca:
Avaliação da Vegetação
Avaliação da Fauna Terrestre
Avaliação das Águas Superficiais e Aquáticas
Avaliação dos Peixes
As secções seguintes definem as tarefas específicas que serão realizadas para avaliar os potenciais
impactos que o projecto teria dentro do campo específico de especialidade. É da responsabilidade
do especialista determinar a melhor abordagem, metodologias e análises para assegurar que todas
as questões sejam adequadamente cobertas e avaliadas.
Tem 4 anos de experiência progressiva, abrangendo tanto os sectores público quanto privado,
Coastal & Environmental Services 80 Grafex Lda. Ancuabe
Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência – Julho 2017
Kevin realizou trabalhos ambientais em muitos dos portos da África do Sul, realizando avaliações
de risco ambiental, avaliação de risco de mudança climática, avaliações ambientais estratégicas e
um plano integrado de gestão de resíduos. Kevin também esteve envolvido na AIASS de vários
projectos industriais na África do Sul e internacionalmente, tanto como Gestor de Projecto e como
especialista em gestão de resíduos. Mais especificamente, realizou estudos de especialidade em
gestão de resíduos para o Porto de Mossel Bay (África do Sul), dois projectos de mineração de
minerais pesados (Egipto e Madagáscar), fundições de manganês (Kgalagadi e Exxaro, ambos na
África do Sul), projectos de biocombustíveis (Serra Leoa e Moçambique), projectos de cervejeiras
(Moçambique) e a Central Eléctrica de Rabai (Quénia). Actualmente, está a gerir a AIASS para um
grande desenvolvimento de biocombustíveis em Moçambique e a AIASS para inúmeros
desenvolvimentos de energia eólica.
Marc trabalha na indústria de consultoria privada há dois anos, antes de ingressar na CES
(anteriormente com a Royal Haskoning DHV, em Joanesburgo) e, entre outros, foi gestor de projecto
da Dinokeng EMF (Gauteng), da Refinaria Milnerton e da Central Eléctrica Ankerlig (Em nome da
Eskom Generation – Cidade do Cabo), de diversas AIASS de transmissão e distribuição da linha de
energia e subestação da Eskom em todo o país, auditorias de conformidade de mineração EMPR,
de auditorias de conformidade de retorno ao serviço das estações de energia de Camden, Grootvlei
e Komati (Província de Mpumalanga) e da nova instalação de gestão de resíduos de alto risco da
Coega Development Corporation (Coega IDZ).
Antes de entrar na área de consultoria, ele adquiriu larga experiência no campo de regulamentação
de AIASS, enquanto esteve a trabalhar no Departamento de Agricultura, Conservação e Meio
Ambiente de Gauteng era responsável pela revisão de projectos de infraestrutura como o Gautrain
Rapid Rail Link e representava o Departamento em vários comités de direcção de projectos de EMF,
SDF e IDP. Actualmente, ele gere os processos de AIASS para vários projectos de energia eólica.
Tarryn realizou uma série de avaliações de vegetação e de impacto em Moçambique (de acordo
com os padrões da IFC), estas incluíram o Projecto Florestal Lúrio em Nampula, a Mina de Grafite
da Syrah em Cabo Delgado e a Mina de Ferro da Baobab em Tete, Moçambique. Tarryn também
co-concebeu e implementou o Programa de Monitoramento Terrestre para Kenmare, MOMA, uma
mina de minerais pesados em Moçambique. Este programa de monitoramento inclui uma avaliação
da saúde da floresta. Ela também trabalhou no levantamento botânico de base da Lesotho
Highlands Development Authority para a fase 2 do Projecto Hídrico do Planalto do Lesotho.
A maior parte do trabalho de AIAS em que Ted esteve envolvido incluiu a preparação de vários
Planos de Gestão Ambiental e Social, Planos de Acção de Reassentamento e Planos de
Monitoramento. Estas AIASs abrangem uma série de sectores, incluindo infraestrutura, mineração
(minerais pesados, grafite, estanho, cobre, ferro), agro-indústria, floresta, resorts e desenvolvimento
habitacional, energia, portos e desenvolvimentos costeiros.
certificado em Avaliação Ambiental na África do Sul, tendo obtido a certificação em Abril de 2004.
Ele é um membro profissional do Conselho Sul-Africano de Profissionais de Ciências Naturais desde
1993.
d) Avaliar a preferência de habitat da fauna e usar essas preferências de habitat para avaliar a
presença e abundância de espécies faunísticas.
e) Identificar espécies de Interesse Especial usando como referência a Lista Vermelha de
Dados da UICN.
f) Definir e mapear os habitats faunísticos que são sensíveis e que requerem conservação.
Esses podem precisar de ser definidos como áreas Proibidas ou de Desenvolvimento
Restrito.
g) Descrever os impactos do uso actual da terra nos grupos faunísticos.
h) Usando as directrizes da IFC, classificar os tipos de habitat como modificados, naturais ou
críticos com base nos estudos de base para determinar se o desenvolvimento pode
prosseguir e, em caso afirmativo, em que condições.
i) Identificar e avaliar o impacto que a mineração terá nos diferentes grupos faunísticos e
espécies específicas que seriam significativamente afectadas pela mina.
a) Fornecer um relatório sobre o status quo com referência ao uso da terra e a actividade
agrícola.
b) Determinar as localizações de GIS de áreas agrícolas importantes na infraestrutura da mina
proposta e nos locais de prospecção e exploração da mina.
c) Desenvolver um plano de gestão de uso da terra para o encerramento da mina, incorporando
os objectivos de conservação e agrícolas.
d) Encontrar formas e meios para ajudar as populações locais a melhorar a sua agricultura na
mitigação contra a perda dos recursos do solo.
e) Avaliar a capacidade da terra da área com base em análises mais amplas do solo e do clima
e tecer comentários sobre o potencial da área para a agricultura e outros usos da terra.
f) Determinar mecanismos de recuperação do potencial da área da superfície da mina.
g) Engajar-se com os cientistas sociais para garantir que as questões relacionadas com o uso
da terra sejam feitas durante a avaliação de impacto social, esclarecer as complexidades
associadas com o uso actual da terra e utilização dos recursos naturais.
h) Identificar os recursos naturais mais comumente usados na área do projecto e determinar
se algum deles está espacialmente limitado a certos locais onde as áreas de mineração
propostas estarão situadas.
i) Identificar as principais árvores lenhosas e avaliar a sua abundância e substituibilidade.
j) Identificar e avaliar significância dos impactos nos solos, uso da terra e dos recursos naturais
que possam resultar da operação de mineração.
a) Estabelecer o estado de base do estado ecológico e da saúde geral dos rios ao redor e no
local do projecto em termos de:
Espécies indicadoras de invertebrados;
Química de água e sedimentos (metais, nutrientes, parâmetros físicos e medidas de
campo);
b) Determinar a importância ecológica da barragem e de todos os sistemas fluviais e
estabelecer limites mínimos para monitoramento da qualidade da água.
c) Identificar usuários da água a montante e a jusante.
d) Identificar riscos de poluição de águas superficiais derivadas das actividades de mineração.
A avaliação química da água e dos sedimentos, além da amostragem de invertebrados, deve ser
realizada durante duas estações (Fevereiro e Julho), de modo a determinar as tendências sazonais.
Devido a uma escassez aguda de dados biológicos e hidrológicos sobre o Rio Muaguide e sistemas
de rios associados na área, só é possível efectuar, neste momento, uma avaliação da área de
trabalho, com um baixo nível de fiabilidade. Após a aprovação da AIA deverão ser delineadas
recomendações para aperfeiçoamento do estudo e como parte do desenho detalhado da barragem.
Os termos de referência específicos são os seguintes:
a) Determinar o estado ecológico actual (EEA) do rio, em vários locais será determinado com
base em todas as informações disponíveis, incluindo informações derivadas de estudos de
campo sobre biota aquática e ribeirinha e condições de habitat feitos por Anton Bok e Tarryn
Martin.
b) Derivar uma estimativa do EWR para o rio a jusante da barragem proposta usando uma
abordagem feita por peritos.
c) Certificar que o EWR está a um nível adequado ao nível e detalhe de dados e informação
hidrológicos e ecológicos disponíveis. Isto será a um alto nível, mas incluirá recomendações
para o refinamento pós AIA.
d) Adoptar uma abordagem que inclua dados hidrológicos (tabelas de consulta); uma análise
hidrológica/ecológica da área de trabalho; e uma análise funcional do ambiente de trabalho
para reparar nas ligações entre a hidrologia e a função ecológica). Como não existem dados
suficientes é pouco provável que se aplique a modelagem de habitats (espécies-alvo).
e) Apresentar os resultados de uma forma que facilite a operação em tempo real da barragem
para atingir as taxas de fluxo especificadas nas diferentes condições sazonais.
f) Engajar-se com os consultores de engenharia responsáveis pela concepção da barragem
para discutir os requisitos do projecto para atender o EWR.
A pesquisa sobre o ambiente social local deve centrar-se em questões relacionadas aos impactos
do projecto, tais como segurança alimentar, estruturas sociais e interacções. Esta pesquisa
envolverá residentes das comunidades locais nos limites da área do projecto e da pequena
comunidade dentro do local proposto para a barragem. Os termos de referência específicos são os
seguintes:
a) Descrever o ambiente social local, com particular referência às comunidades que podem ser
directamente afectadas pelo projecto.
Coastal & Environmental Services 86 Grafex Lda. Ancuabe
Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência – Julho 2017
a) Compilar um inventário (identificar, descrever e, sempre que possível, quantificar) dos vários
fluxos de resíduos a serem gerados por fontes. Isso não exigirá a análise de amostras de
resíduos sólidos.
b) Descrever de forma breve os processos que dão origem aos fluxos de resíduos e os volumes
e tonelagens previstos de fluxos de resíduos.
c) Identificar e descrever os possíveis impactos de todos os resíduos sólidos e líquidos na
qualidade das águas superficiais e subterrâneas.
d) Avaliar os riscos para a saúde e segurança dos trabalhadores da mina e das plantas de
processamento, bem como dos moradores da área de influência do projecto.
e) Fornecer recomendações sobre as opções mais viáveis para a eliminação de resíduos
sólidos e líquidos.
f) Descrever os níveis de resíduos perigosos no local e fazer recomendações para a
eliminação e/ou reciclagem destes materiais.
g) Relacionar os níveis de quaisquer resíduos potencialmente tóxicos aos padrões
internacionais reconhecidos e assegurar que toda a estratégia de gestão de resíduos esteja
em conformidade com estas normas.
processo (emissões de vapores). As emissões fugitivas referem-se a emissões que são distribuídas
espacialmente em uma área ampla e não confinadas a um ponto de descarga específico e são
frequentemente dependentes do vento. Serão concluídos os seguintes entregáveis:
Na ausência de dados no local, serão adquiridos dados modelados com referência MM5
para uma posição no local por um período de 3 anos.
Todos os dados meteorológicos medidos disponíveis na área.
1. Uma descrição dos objectivos de encerramento e como estes se relacionam com a operação
da mina e a sua configuração social e ambiental.
2. Um plano que mostre a terra ou a área considerada para o encerramento.
3. Um resumo dos requisitos regulamentares e condições de encerramento.
4. Um resumo dos resultados do relatório de risco ambiental e detalhes dos impactos residuais
e latentes identificados.
5. Um resumo dos resultados de reabilitação progressiva realizada.
Coastal & Environmental Services 89 Grafex Lda. Ancuabe
Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência – Julho 2017
4
A data-limite define a data após a qual não será paga nenhuma compensação. Ésta é apoiada pelos levantamentos detalhados socioeconómicos
e de machambas. Este processo de levantamento envolve trabalhar em conjunto com representantes locais e distritais que testemunham o
processo de levantamento da terra. É emitido um número de identidade para cada propriedade de terra, e uma folha de direito preenchida e
assinada pelo respectivo proprietário da terra. Isso serve como prova da data-limite para a compensação.
Coastal & Environmental Services 90 Grafex Lda. Ancuabe
Rascunho do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência– Julho 2017
9.1. CONCLUSÕES
A maioria do recurso de grafite de Ancuabe está localizado dentro da floresta uniforme intacta e da
floresta de Miombo com árvores altas e estrutura complexa. Pesquisas iniciais sugerem que essa
área seria classificada como Habitat Natural de acordo com as normas da IFC.
A diversidade faunística é maior em áreas de habitat natural e de acordo com entrevistas com
comunidades locais, grandes mamíferos ocorrem na área, incluindo leão, leopardo, elefante,
impala, macacos samango e babuínos. Há também uma grande diversidade de répteis, pássaros e
anfíbios
De uma perspectiva biofísica, é provável que haja impactos significativos na vegetação terrestre e
nos sistemas fluviais. Embora não tenham sido identificados riscos extremos, catorze riscos
biofísicos estão associados à extração destes depósitos. Quatro foram considerados riscos
elevados, cinco foram considerados riscos médios e cinco foram considerados riscos baixos (Tabela
9.1).
Dado o número de riscos biológicos ELEVADOS associados ao projecto, recomenda-se que, para
além dos termos de referência para os estudos de especialidade descritos no Capítulo 8, os estudos
de especialidade necessitem avaliar o Habitat Natural em termos do PD6 da IFC. A AIASS incluirá
uma avaliação integrada do PD6 da IFC para o local utilizando todas as avaliações de especialistas.
É esperado um deslocamento físico mínimo, a maioria do local do projecto não possui habitantes e
habitações. No entanto, uma das opções de barragem pode exigir o reassentamento de cerca de 5
famílias e machambas associadas. É pouco provável que haja deslocamento econômico, uma vez
que as comunidades ainda terão acesso direto a recursos naturais selvagens nas proximidades do
local do projecto, e até o momento nenhum cultivo ocorre nas áreas-alvo.
Tabela 9.2: Quadro 9.2: Um resumo dos riscos socioeconómicos associados ao projecto
Riscos socioeconômicos associados ao projecto
Classificação de Potencial de
Questão Risco
Significância Mitigação
Padrão de Desempenho 1: Avaliação e Gestão de Riscos e Impactos Socioambientais
Mudanças na paisagem e qualidade e visual Moderada Difícil MÉDIO
Padrão de Desempenho 2: Condições de Emprego e Trabalho
Facilmente SEM
Benefícios de emprego Elevada (+va)
alcançável RISCO
Condições de trabalho Baixa Alcançável BAIXO
Saúde e segurança ocupacional Moderada Difícil MÉDIO
Padrão de Desempenho 4: Saúde e Segurança da Comunidade
Acesso Baixa Alcançável BAIXO
Segurança Baixa Alcançável BAIXO
Impactos de tráfego Elevada Alcançável MÉDIO
Saúde comunitária e doenças transmissíveis Moderada Alcançável BAIXO
Padrão de Desempenho 5: Aquisição de Terra e Reassentamento Involuntário
Facilmente SEM
Benefícios nacionais e regionais Moderada(+va)
alcançável RISCO
Facilmente SEM
Desenvolvimento Social Elevada (+va)
alcançável RISCO
Imigração Moderada Muito difícil ELEVADO
Figura 9-1: Mapa que ilustra a situação natural, social e de infraestrutura existente dentro da área do projecto.
1. INTRODUÇÃO
1.1. Visão Geral do Projecto
1.2. Motivação do Projecto
1.3. Finalidade deste relatório
1.4. Estrutura deste relatório
1.5. Equipa de Avaliação de Impacto Ambiental
3. DESCRIÇÃO DO PROJECTO
3.1. Informações gerais
3.2. Concepção da Cava e Estabelecimento
3.3. Método de mineração a céu aberto
3.4. Instalação Integrada de Processamento
3.5. Eliminação de Resíduos de Processo
3.6. Infraestrutura associada
3.7. Infraestrutura auxiliar
3.8. Exportação de produtos
9. ALTERNATIVAS
9.1. Introdução
9.2. Alternativas de Concepção e Disposição
11. REFERÊNCIAS
10. REFERÊNCIAS
Branch, W.R.; Rodel, M.O. and Marais, J. 2005. Herpetological survey of the Niassa Game Reserve,
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