Sie sind auf Seite 1von 38

UMA REFLEXÃO SOBRE AS PARÁBOLAS DE CRISTO

Fernando Francisco de Freitas

SÃO LOURENÇO - MG

2016
FERNANDO FRANCISCO DE FREITAS

UMA REFLEXÃO SOBRE AS PARÁBOLAS DE CRISTO

TCC apresentada ao Curso de Graduação em


Teologia Faculdade e Seminário Teológico
Nacional, como requisito parcial para a
obtenção do título de Mestre.

Orientador (a)
Prof.

SÃO LOURENÇO - MG
2016
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO….…..…………………………………....………………………………….……11

1 CAPÍTULO I – PARÁBOLAS SOBRE O REINO DE DEUS……………………….……….12

1.1 – PARÁBOLAS DO SEMEADOR……………………...…………………………………. 12

1.2 – PARÁBOLA DO JOIO E DO TRIGO……………………………………………………..13

1.3 – PARÁBOLA DO GRÃO DE MOSTARDA………………………………………………..14

1.4 – PARÁBOLA DO FERMENTO………………………….………………………………….15

1.5 – PARÁBOLA DO TESOURO ESCONDIDO NO CAMPO………………………………15

2 CAPÍTULO II – PARÁBOLAS SOBRE A MISERICÓRDIA INFINITA DE DEUS…………17

2.1 – PARÁBOLA DA OVELHA PERDIDA…...……………………..………………………… 17

2.2 – PARÁBOLA DO FILHO PRÓDIGO………………………………………..……………..17

2.3 – PARÁBOLA DO PUBLICANO E DO FARISEU…………………………..……………..19

3 CAPITULO III – PARÁBOLAS SOBRE AS BEM AVENTURANÇAS DE DEUS…………20

3.1 – PARÁBOLA DO CREDOR INCOMPASSIVO…..……………………………………….21

3.2 – PARÁBOLA DO BOM SAMARITANO…...…………………………………………..…..22

3.3 – PARÁBOLA DO MORDOMO INFIEL…………………………………………………….23

3.4 – PARÁBOLA DO RICO E DO LAZARO………………………………………..…………25

3.5 – PARÁBOLA DO RICO INSENSATO…………………………………..…………………26

3.6 – PARÁBOLA DOS TALENTOS………………………………………………………..….. 27

4 CAPITULO IV – PARÁBOLAS SOBRE AS RESPONSABILIDADES COM DEUS….…..28

4.1 – PARÁBOLAS DOS LAVRADORES MAUS……………………………………………...29

4.2 – PARÁBOLAS DA FIGUEIRA ESTÉRIL…………………………………………………..30

4.3 – PARÁBOLA DAS BODAS………………………………………………………….……. 31

4.4 – PARÁBOLAS DOS TRABALHADORES E DAS DIVERSAS HORAS DE


TRABALHO……………..…………………………………………………………………….…..32

4.5 – PARÁBOLAS DAS DEZ VIRGENS……………………………………..………………..34


4.6 – PARÁBOLAS DOS SERVOS AGUARDANDO O SENHOR……………..……………35

6 CONCLUSÃO………………………………………………………………………………….. 36

7 REFERÊNCIAS……………………………………………………..…....…………………….37
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a minha esposa Priscila pela


compreensão nos momentos de dedicação aos estudos
em que deixei de dar a atenção que ela merecia, dedico
aos meus filhos Pedro e Elena que são eternas fontes de
inspiração.
AGRADECIMENTO

Agradeço a Deus por ter me permitido conhecer a


teologia e posteriormente ter tido a possibilidade de
progredir os meus estudos bíblicos.
EPÍGRAFE

" As melhores e as mais lindas coisas do mundo não se


podem ver nem tocar. Elas devem ser sentidas com
coração". Helen Keller
RESUMO

FREITAS, Fernando. Uma Reflexão sobre as parábolas Cristo. 2016. 39. Monografia
( Mestrado em Teologia ) - Faculdades Integradas de Minas Gerais, São Lourenço, 2016.

Este trabalho tem o objetivo de explorar e conhecer os ensinamentos de Deus contidos


nas parábolas de Jesus Cristo. Jesus foi o maior evangelizador que pregou a palavra de
Deus sobre a Terra, com suas palavras conseguia fazer com que as pessoas refletissem
sobre seus atos, tornando possíveis mudanças significativas de comportamentos, sempre
mostrando que a salvação eterna está ao alcance de toda a humanidade. Cada capítulo
deste trabalho nós mostra as parábolas de Cristo, divididas por seus períodos específicos
de pregação. A inteligência de Deus contidas nas parábolas é de inigualável aprendizado
para a humanidade, esses ensinamentos possuem mais de dois mil anos e continuam
extremamente atuais e reflexivos. Esse trabalho de evangelização realizado por Jesus
Cristo, mudou o conceito de pregar a palavra de Deus, demonstrando a importância do
perdão e o poder do divino amor para com a humanidade. Refletir sobre as parábolas de
Cristo é olhar para dentro de si e encontrar o verdadeiro significado do amor de Deus.

Palavras – Chave: Parábolas. Jesus. Deus. Ensinamentos.


ABSTRACT

FREITAS, Fernando. A Reflection on the parables Christ.. 2016. 39. Monograph (Master
of Theology) - Integrated College of Minas Gerais, São Lourenço, 2016.

This work aims to explore and experience the teachings of God contained in the parables
of Jesus Christ. Jesus was the greatest evangelist who preached the word of God on
earth, with his words could make people reflect on their actions, making possible
significant changes in behavior, always showing that eternal salvation is to reach all
mankind. Each chapter of this work brings us the parables of Christ, divided by their
specific periods of preaching. The intelligence of God contained in the parables is
unparalleled learning for mankind, these teachings have more than two thousand years
and still very current and reflective. This work of evangelization carried out by Jesus
Christ, changed the concept of preaching the word of God, demonstrating the importance
of forgiveness and the power of God's love for humanity. Reflect on Christ's parables is to
look within yourself and find the true meaning of God's love.

Key - words: Parables. Jesus. God. Teachings.


INTRODUÇÃO

Durante dois mil anos, Jesus Cristo nos encanta com seus ensinamentos através
de lindas parábolas, que faz a humanidade refletir sobre a simplicidade, beleza e
perfeição do reino dos céus. Essas lições de enriquecimento espiritual trazem a tona
estudos de diversos teólogos ao longo da história, fascinando os que se dedicam a estuda
- las.

Em muitas passagens do evangelho, contidos no novo testamento das escrituras


sagradas, nosso senhor Jesus Cristo pregou seus ensinamentos em forma de contos,
parábolas, transformando em exemplos práticos de ensinamentos partindo de situações
cotidianas e fenômenos da natureza. Não podemos esquecer que as parábolas também
foram utilizadas por diversos profetas no decorrer do antigo testamento, mas foi através
do filho de Deus que elas adquiriram perfeições e belezas inexplicáveis.

" Parábola é uma narrativa imaginária ou verdadeira que se apresenta com


o fim de ensinar uma verdade. Difere do provérbio porque sua
apresentação não é tão concentrada como a daquele; contém mais
pormenores, exigindo menor esforço mental para ser compreendida. Difere
da alegoria, porque esta personifica atributos e as próprias qualidades, ao
passo que a parábola nos faz ver as pessoas na sua maneira de proceder
e viver, também difere da fábula, visto que a parábola se limita ao que é
humano e possível". ( Bucklan & Williams, 2007, p446.)

Alguns motivos levam diversos teólogos e estudiosos bíblicos a acreditar na real


razão que obteve o Salvador ao recorrer às parábolas. Inicialmente ele ensinava verdades
espirituais sobre o reino Deus, de difícil compreensão para o seu rebanho, que em sua
maioria tratava - se de pessoas simples privadas de qualquer tipo de instrução e poderiam
com o passar do tempo multiplicar de maneira deturpada as mensagens verdadeiras. Já o
conto simplificado utilizando - se de exemplos de fatos cotidianos, poderiam permanecer
na memória de seus ouvintes durante anos, sem correr este risco. As parábolas
conservavam a pureza desses ensinamentos tornando seu conteúdo acessível em forma
de uma narrativa concreta. Outro motivo seria que as parábolas possuem uma grande
abrangência moral, que possibilitavam o emprego das Leis Divinas, não somente na vida
privada, mas também na vida em sociedade, inclusive nos processos históricos.

As parábolas de Cristo são de extrema importância para a construção


evangelizadora contida no novo testamento, seus ensinamentos atravessaram séculos e
percorreram continentes e não perderam sua essência.
11
Nos Evangelhos encontramos mais de trinta parábolas. As mesmas podem ser
divididas relativamente a quatro períodos das pregações comunitárias do Salvador.

Ensinamentos que até hoje levam o povo de Deus a reflexões sinceras que podem
mudar significativamente a vida das pessoas e guia - los a única salvação existente a
caminho do Reino dos Céus.

11
CAPÍTULO I

PARÁBOLAS SOBRE O REINO DE DEUS

Neste grupo de parábolas, Jesus Cristo relata em seus ensinamentos princípios


sobre o Reino de Deus entre o povo Hebreu. A igreja de Cristo principiou com um
pequeno grupo de discípulos que aos poucos propagaram os ensinamentos do grande
Mestre Salvador.

O Evangelho foi o caminho para que as pessoas se tornassem membros da Igreja


de Cristo, e esses primeiros membros receberam historicamente a denominação de “filhos
do Reino”, que iam contrariamente aos incrédulos e os pecadores obstinados, estes
chamados de “filhos do astuto”. Com esse contexto histórico e social em que a população
se encontrava, podemos alavancar as condições da propagação e do fortalecimento do
Reino de Deus entre os homens nos quais podemos destacar as Parábolas do Semeador,
do Joio, da Semente, do Grão de Mostrada, do Fermento e do Tesouro Escondido no
Campo.

1.1 - Parábola do semeador

Esta parábola, por ordem cronológica, situa - se como a primeira parábola de


Jesus Cristo. Ela demonstra a visão individual e particular de aceitação da palavra de
Deus ( represetado pela semente ), e como Deus age interiormente sobre as pessoas.

"Eis que o semeador saiu a semear. E, quando semeava, uma parte da semente
caiu ao pé do caminho, e vieram as aves e comeram-na. E outra parte caiu em pedregais,
onde não havia terra bastante, e logo nasceu porque não tinha terra funda. Mas, vindo o
sol, queimou-se, e secou-se porque não tinha raiz. E outra caiu entre espinhos, e os
espinhos cresceram, e sufocaram-na. E outra caiu em terra boa, e deu fruto: um a cem,
outro a sessenta e outro a trinta. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça!" ( Mat. 13.1-23 ).

Com esta parábola, o caminho se iguala aos homens, imorais e arcaicos. os


ensinamentos de Deus não podem entrar em seus corações, pois estão endurecidos
como rochas. A palavra de Deus pode refletir no plano de sua consciência, porém apaga -
12
se subitamente de suas memórias, sem interessá-los nem tampouco despertar quaisquer
tipos de sentimentos espirituais superiores. Os pedregais assemelham-se às pessoas de
humor inconstante, nas quais os arroubos de bondade tem a mesma pouca profundidade
da fina camada de terra que recobre a superfície dos rochedos. Estas pessoas, mesmo
ao se interessarem, em algum momento de suas vidas, pela verdade de Deus, não se
mostram capazes de sacrificar os seus interesses, modificar seu modo de vida habitual,
iniciar uma luta constante com suas más inclinações em prol destas verdades. Diante das
primeiras provações, estas pessoas desanimam e são vencidas pela tentação. Ao
mencionar o solo espinhoso, Cristo refere-se às pessoas sobrecarregadas com as
questões cotidianas, que visam lucros e apreciam o prazer. As atribulações do dia a dia, a
corrida desenfreada atrás dos ilusórios bens materiais, analogamente à erva daninha,
reprimem tudo o que estas pessoas tem de bom e de sagrado. E, finalmente, as pessoas
com o coração solícito à bondade, prontas para modificar suas vidas de acordo com os
ensinamentos de Cristo são semelhantes a terra fértil. Estas pessoas, ao ouvirem a
palavra de Deus, tem o firme propósito de segui - la, trazendo o fruto das boas ações, um
a cem, outro a sessenta e outro a trinta vezes, cada uma dependendo das suas forças e
sua devoção.

" Quando desembrulhadas, as histórias de Jesus trazem inúmeras


aplicações poderosas. A mesma parábola pode afetar as pessoas de
várias maneiras. Por exemplo, a parábola do semeador (Mt 13.1 - 23 )
pode ser "ouvida" de maneira diferente por quatro pessoas, dependendo
do tipo de solo com que elas mais se identificam." (HOUVE, 2010, p.63)

O solo nesta parábola é um aspecto reflexivo de extrema importância, pois mantém


no contexto um sinônimo direto com o coração humano, que por mais endurecido, seco e
infértil, pode ser semeado com a palavra de Deus e render bons frutos, pois Jesus prega
ao longo de sua evangelização que a redenção divina está ao alcance de todos.

1.2 - Parábola do joio e do trigo

"O reino de Deus é semelhante ao homem que semeia boa semente no seu
campo. Mas, durante a noite, veio o seu inimigo, semeou o joio no meio do trigo, e
retirou-se. Quando a erva cresceu e frutificou, apareceu também o joio. E os servos
disseram-lhe : "Senhor, não semeaste tu no teu campo boa semente? Por que tem então
13
joio?" E ele lhes disse: "Um inimigo é quem fez isso." E os servos lhe disseram: "Quando
na ocasião da ceifa, direi aos ceifeiros: colhei primeiro o joio e atai-o em molhos para o
queimar; mas o trigo ajuntai-o no meu celeiro" ( Mat. 13.24-30 ).

" Como um semeador no campo, assim vem ele, também para espalhar a semente
celestial da verdade. E seu ensino por parábolas era a semente, com a qual as mais
preciosas verdades de sua graça foram disseminadas." ( WHITE, 1964, p.13 ).

O semeio do campo se assemelha ao processo de evangelização, semeando a


palavra de Deus no coração dos homens, os frutos dessa plantação, somente o tempo irá
dizer, pois muitas vezes o mal plantio das suas sementes com a colheita será possível,
separar o joio do trigo da humanidade e saber realmente em qual campo a palavra de
Deus se frutificará.

" As parábolas de Jesus, ensinam verdades espirituais, usando


ilustrações práticas, como a semeadura. Antigamente em Israel, a terra
não era arada tão profundamente, por isso esse processo podia ser feito
antes ou depois de o semeador lançar as sementes sobre ela. As chuvas
não caiam sempre e geralmente eram insuficientes. O sucesso e um bom
plantio em determinado campo não podia ser predito, e, por essa razão,
uma boa colheita era extremamente bem vinda." ( HOUVE, 2010, p.44 )

1.3 - Parábola do grão de mostarda

" O Reino de Deus é como um grão de mostarda que, quando se semeia na terra,
é a mais pequena de todas as sementes que há na Terra. Mas tendo sido semeado
cresce, e faz-se a maior de todas as hortaliças e cria grandes ramos, de tal maneira que
as aves do céu podem aninhar-se debaixo de sua sombra " ( Mt. 13.31-32 ).

Considerando o tamanho minusculo da semente de mostarda, que com o passar


do tempo se torna uma árvore de enormes dimensões chegando a ter mais de 12 pés de
altura, com raízes fixas e sustentáveis. A igreja de Cristo iniciou - se pequena e hoje é
enorme com raízes em todos os continentes e sendo sólida em sua fé.

14
" A parábola do grão de mostarda afirma que, durante esse período, o
número de pessoas que herdarão o Reino será muito pequeno, a princípio.
" Todavia, embora o Reino tenha início como a menor de todas as
sementes, ele crescerá e superará em muito o seu tamanho inicial."
( HOUVE, 2010, p.44 )

Bem aventurados os homens que se transformam pela fé e que buscam abrigo e


conforto nas palavras de nosso senhor.

1.4 - Parábola do fermento

“O reino dos céus é semelhante ao fermento, que uma mulher toma e introduz em
três medidas de farinha, até que tudo esteja levedado.” ( MT13.33 )

A razão, vontade e os sentimentos são simbolizados pelas três medidas de farinha,


podemos criar uma analogia entre o fermento e as bem aventuranças, o fermento
enriquece o pão e nutre o corpo, e as bem aventuranças nutrem a alma humana imortal.

" Não há quem ignore o processo da panificação. Lança-se um tanto de


fermento na massa de farinha, mistura-se e espera-se que fique toda leve
dada, para o que muito concorre o calor. Aparentemente, quem vê a massa
não diz que tem fermento; entretanto, depois de algumas horas, a própria
massa leve dada acusa a presença do mesmo. Assim é o Reino dos Céus:
o homem não se pode transformar, de simples e ignorante, em elevado e
sábio de um momento para outro, como o leve não transforma a farinha na
mesma hora em que nela é posto. Aos poucos, à medida que ouve a voz
dos profetas, a palavra dos emissários do Alto, a inteligência do homem se
vai esclarecendo e o seu Espírito se transforma: ele assimila o Reino dos
Céus, que à prima face lhe pareceu um enigma, mas depois se lhe
apresentou positivo, racional, lógico. " (SCHUTEL, 1928, p.30)

O ser humano está sempre em transformação, seu espírito está em constante


evolução e a palavra de Deus age como o fermento, fazendo crescer o espírito e
aproximando cada pessoa de nosso Senhor.

1.5 - Parábola do tesouro escondido no campo


15
“O reino dos céus é semelhante a um tesouro escondido num campo que um
homem achou e escondeu; e, pelo gozo dele, vai, vende tudo quanto tem, e compra
aquele campo” ( Mt. 13.44 ).

Os tesouros do Céu não podem ser comparados as riquezas do mundo terreno,


quando o homem encontra o tesouro e o esconde, se torna egoísta pensando em
desfrutar das riquezas sozinho, o mesmo acontece com aquele individuo que descobre as
riquezas celestiais e o guarda para si.

"Para entrar no Reino é necessário decisão total. Apegar-se-a seguranças, mesmo


religiosas, que são falsas ou puras imitações, em trocada justiça do Reino, é preferir
bijuterias a uma pedra preciosa." (SCHUTEL, 1928, p.39)

Os tesouros divinos são inimagináveis e devem ser repartidos entre todos os


irmãos, que estão de coração aberto e prontos para ceiar em comunhão do grande
mestre Jesus.

16
CAPÍTULO II

PARÁBOLAS SOBRE A MISERICÓRDIA INFINITA DE DEUS

O pecado está presente na liturgia Bíblica desde os relatos do gêneses, em que na


maioria das ocasiões demonstrou Deus na figura de um pai rígido em relação aos seus
filhos pecadores, exemplos como Sodoma e Gomorra, o Diluvio e a expulsão do paraíso,
estas passagens relatam a rigidez e seriedade da postura de Deus. Tudo se transformou
com a chegada de nosso redentor que apresentou um lado humano e amoroso de Deus,
sendo capaz de perdoar até o mais impio.

Jesus nos conta três parábolas que relatam esse infinito amor, são elas: a parábola
da Ovelha Perdida, do Filho Prodigo e do Publicano e o Fariseu, nas quais é possível
detectar a personificação das bem aventuranças de Deus para com as pessoas realmente
arrependidas.

2.1 - Parábola da ovelha perdida

“Que homem dentre vós, tendo cem ovelhas e perdendo uma delas, não deixa no
deserto as noventa e nove e não vai após a perdida até que venha a achá-la? E achando-
a, a põe sobre seus ombros, gostoso; e chegando à casa, convoca os amigos e vizinhos,
dizendo-lhes: Alegrai-vos comigo, porque já achei a minha ovelha perdida. Digo-vos que
assim haverá alegria no céu por um pecador que se arrepende, mais do que por noventa
e nove justos que não necessitam de arrependimento” (Lc. 15:1-7).

A representação do pastor trazendo a ovelha perdida em seus ombros e


comunicado a todos, com felicidade por te-la encontrado nos remete a felicidade que
Deus possui ao ver que um de seus filhos se arrependeu verdadeiramente de seus
pecados, reencontrando os caminhos

2.2 – Parábola do filho pródigo

“Certo homem tinha dois filhos; o mais moço deles disse ao pai : Pai, dá-me a parte
dos bens que me cabe. E ele repartiu os haveres.

17
Passados não muitos dias, o filho mais moço, ajuntando tudo o que era seu, partiu
para uma terra distante e lá dissipou todos os seus bens, vivendo dissolutamente. Depois
de ter consumido tudo, sobreveio àquele país uma grande fome, e ele começou a passar
necessidade, então, ele foi e se agregou a um dos cidadãos daquela terra, e este o
mandou para os seus campos a guardar porcos. Ali, desejava ele fartar-se das alfarrobas
que os porcos comiam; mas ninguém lhe dava nada, então, caindo em si, disse : Quantos
trabalhadores de meu pai têm pão com fartura, e eu aqui morro de fome !

Levantar-me-ei , e irei ter com o meu pai, e lhe direi : Pai, pequei contra o céu e
diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho ; trata-me como um dos teus
trabalhadores; e , levantando-se , foi para seu pai. Vinha ele ainda longe, quando seu pai
o avistou, e, compadecido dele, correndo, o abraçou, e beijou .

E o filho lhe disse:

- Pai, pequei contra o céu e diante de ti ; já não sou digno de ser chamado teu
filho.-

O pai, porém, disse aos seus servos :

- Trazei depressa a melhor roupa, vesti - o, ponde - lhe um anel no dedo e


sandálias nos pés;

- Trazei também e matai o novilho cevado. Comamos e regozijemos - nos;

-Porque este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado. E
começaram a regozijar-se

Ora, o filho mais velho estivera no campo; e, quando voltava, ao aproximar-se da


casa, ouviu a música e as danças. Chamou um dos criados e perguntou-lhe que era
aquilo.

E ele informou: veio teu irmão, e teu pai mandou matar o novilho cevado, porque o
recuperou com saúde.
18
Ele se indignou e não queria entrar, saindo, porém, o pai procurava conciliá-lo.

Mas ele respondeu a seu pai. Há tantos anos que te sirvo sem jamais transgredir
uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito sequer para alegrar-me com os meus
amigos;

- Vindo, porém, esse teu filho, que desperdiçou os teus bens com meretrizes, tu
mandaste matar para ele o novilho cevado, então, lhe respondeu o pai :

- Meu filho, tu sempre estás comigo; tudo o que é meu é teu.

- Entretanto, era preciso que nos regozijássemos e nos alegrássemos, porque esse
teu irmão estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado . “ ( Lc 15.11-32 ).

O filho pródigo retrata o caminho corriqueiro do pecador, que se distancia da


palavra de Deus e aproveita das falsas virtudes mundanas, com o tempo cai no
arrependimento e devido ao imenso amor de Deus volta a contemplar as divinas riquezas
de nosso Senhor.

Diferente dos rabinos contemporâneos a Jesus que apresentavam rigidez em seus


julgamentos contra os pecadores, Jesus Cristo demonstrou através de suas palavras que
para Deus, todos os seres humanos são merecedores do perdão gerado pelo
arrependimento sincero.

2.3 – Parábola do publicano e do fariseu

“ Disse Jesus também esta parábola a alguns que confiavam em si mesmos, por
se considerarem justos , e desprezavam os outros ; dois homens subiram ao templo com
o propósito de orar : um fariseu , e o outro publicano.

O fariseu, posto em pé , orava de si para si mesmo , desta forma : Ó Deus , graças


te dou porque não sou como os demais homens , roubadores , injustos e adúlteros, nem
ainda como este publicano ; jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto
ganho. O publicano , estando em pé , longe , não ousava nem ainda levantar os olhos ao
19
céu , mas batia no peito , dizendo : Ó Deus , sê propício a mim , pecador!

- Digo-vos que este desceu justificado para sua casa , e não aquele ; porque tudo o
se exalta será humilhado; mas o que se humilha será exaltado .” ( Lc 18.9-14 ).

O julgamento do fariseu sob recai diretamente nas intenções da palavra de Deus,


o homem que julga seu próximo não vê o erro que está cometendo perante aos olhos de
Deus.

O arrependimento sincero é capaz de salvar o humano pecador. Um dos maiores


ensinamentos de nosso senhor é amai o próximo como a si mesmo, sem julgar suas
ações atuais ou passadas, agindo apenas pelo bem maior e pela vontade de Deus.

" Não podemos julgar algumas coisas. Se uma outra pessoa é eleito ou
não, ou se a fé que ela professa é genuína ou não, é conhecido somente
por Deus, e não nos é revelado ( 1 Timótio 2:19 ). Alguns podem objetar
dizendo que podemos de fato determinar se a fé de outra pessoa é
genuína ou não, pois podemos julgar pelas obras ( Tiago 2:18,26 ), e boas
árvores não podem produzir mal frutos, nem árvores más produzir bom
fruto ( Mateus 7:18 ). Contudo, ao dizer isto, a pessoa deve estar certa que
está olhando para o fruto num grau que nem todo o filho de Deus sempre
produz. Pois embora todo o filho de Deus de fato produza bons frutos,
permanecem o fato que todo filho de Deus sempre dá evidência da
corrupção da sua natureza pecaminosa, a qual permanece nele até a
morte". (KUIPER, 199, p.20)

Que direito Deus nos deu para colocarmos como juízes da fé alheia, se todos
somos filhos de Deus o que faz uma pessoa ser melhor que seu semelhante em fé, não
nos cabe nem julgar os mais aparentes pecados dos mais ímpio humano, pois nada
escapa aos olhos de Deus, contudo nenhuma ação, boa ou ruim será deixada de lado.
Nesse processo não seremos juízes e sim réus de nossas próprias atitudes.

20
CAPÍTULO III

PARÁBOLAS SOBRE AS BEM AVENTURANÇAS DE DEUS

Deus criou o mundo devido a sua infinita bondade, forneceu o livre arbítrio aos
homens e doou seu único filho para morrer por toda a humanidade, e isso nos faz refletir
sobre as próximas parábolas que remetem a esse amor incondicional de Deus e a
benevolência ao próximo.

3.1 – Parábola do credor incompassivo

“ Por isso,o Reino dos céus pode comparar-se a um certo rei que quis fazer contas
com os seus servos : empregados, e, começando a fazer contas, foi-lhe apresentado um
que lhe devia dez mil talentos.

E, não tendo ele com que pagar o seu senhor mandou que ele , e sua mulher, e
seus filhos fossem vendidos, com tudo quanto tinha, para que a dívida se lhe pagasse.

Então, aquele servo , prostrando-se o reverenciava dizendo :

- Senhor, sê generoso para comigo e tudo te pagarei.

Então : o senhor daquele servo, movido de íntima compaixão, soltou-o e perdoou-


lhe a dívida.

Saindo, porém, aquele servo, encontrou um dos seus conservos que lhe devia cem
dinheiros e, lançando mão dele, sufocava - o, dizendo : Paga-me o que me deves.

Então, o seu companheiro, prostrando-se a seus pés, rogava-lhe dizendo :

- Sê generoso para comigo e tudo te pagarei .

Ele, porém, não quis : antes , foi encerrá-lo na prisão, até que pagasse a dívida.

Vendo, pois, os seus conservos o que acontecia, contristaram-se muito e foram


21
declarar ao seu senhor tudo o que se passara. Então, o seu senhor , chamando-o à sua
presença disse-lhe : Servo malvado , perdoei-te toda aquela dívida , porque me
suplicaste.

- Não devias tu, igualmente, ter compaixão do teu companheiro, como eu também
tive misericórdia de ti ?

E, indignado , o seu senhor o entregou aos atormentadores, até que pagasse tudo
o que devia.

Assim vos fará também meu Pai celestial, se do coração não perdoardes cada um
a seu irmão as suas ofensas.” ( Mt 18.23-35 )

Os seres humanos estão eternamente em dívida com Deus, pois tantos são os
pecados humanos, quanto são estrelas no céu, e Deus em sua infinita benevolência é
capaz de perdoar todos os nossos pecados, e como disse Jesus na oração que ele
mesmo nos ensinou “ Perdoai as nossas ofensas, assim como perdoamos quem nos tem
ofendido “

" O perdão não nasce da racionalidade, mas por uma profundidade do


amor que o homem não conhece. Vale para o perdão quando Paulo disse
em relação a fé ( Ef 2:8-9 )... por isso, não vem de vós, mas é dom de
Deus, não vem das obras, para que ninguém possa vangloriar – se.
Perdoar de fato pertence ao mundo do milagre, que o espírito
suscita no íntimo do crente, o que é então mais fácil de dizer: “ São
perdoados os teus pecados” ou “ Levanta – te e caminha”? (CROSTI,
2007, p.02)

3.2 – Parábola do bom samaritano

“Um homem descia de Jerusalém a Jericó, e caiu nas mãos de salteadores que,
depois de o despirem e espancarem, se retiraram, deixando-o meio morto. Por uma
coincidência descia por aquele caminho um sacerdote; quando o viu, passou de largo. Do
mesmo modo também um levita, chegando ao lugar e vendo-o, passou de largo. Um
22
samaritano, porém, que ia de viagem, aproximou-se do homem e, vendo-o, teve
compaixão dele. Chegando-se, atou-lhe as feridas, deitando nelas azeite e vinho e, pondo
sobre o seu animal, levou-o para uma hospedaria e tratou - o. No dia seguinte tirou dois
denários, deu - os ao hospedeiro e disse: Trata - o e quanto gastares de mais, na volta eu
te pagarei. Qual destes três te parece ter sido o próximo daquele que caiu nas mãos dos
salteadores? Respondeu o doutor da lei: Aquele que usou de misericórdia para com ele.
Disse - lhe Jesus: Vai - te, e faze tu o mesmo.” ( LC 10:30-37 )

Da mesma maneira que os ensinamentos de Jesus, o Samaritano ajudou o


necessitado sem preocupar – se se era uma pessoa conhecida ou não, a bondade
demonstrada reforça os ensinamentos do grande mestre “ amar o próximo, como a si
mesmo “, toda a humanidade pertence a uma única irmandade e deve receber um amor
igualitário da mesma maneira pertencente a vontade de Deus.

"Deus pode ser conhecido somente em e por meio de suas pessoas,


sendo cada uma delas revela plenamente a outra. O conhecimento das
pessoas sobre Deus não pode ser obtido mediante especulação, mas
somente pela fé, um dom divino que opera somente no contexto da
revelação." (LEWIS, 2007, p.43).

Deus se revela por cada atitude boa do ser humano, Jesus pregou um de seus
maiores ensinamentos “amar o próximo como a si mesmo”

Quem é esse próximo?

É todo aquele que precisa de ajuda, estando ao nosso alcance ajuda – lo em seu
momento de penúria, aflição, em um ato de compassividade.

3.3 – Parábola do mordomo infiel

“Havia um homem rico, que tinha um administrador; e este lhe foi denunciado como
esbanjador dos seus bens. Chamou-o e perguntou-lhe: Que é isto que ouço dizer de ti?
Dá conta da tua administração; pois já não podes mais ser meu administrador. Disse o
administrador consigo: Que hei de fazer, já que o meu amo me tira a administração? Não
tenho forças para cavar, de mendigar tenho vergonha. Eu sei o que hei de fazer para que,
quando for despedido do meu emprego, me recebam em suas casas. Tendo chamado
23
cada um dos devedores do seu amo, perguntou ao primeiro: Quanto deves ao meu amo?
Respondeu ele: Cem cados de azeite. Disse-lhe, então: Toma a tua conta, senta-te
depressa e escreve cinquenta. Depois perguntou a outro: E tu quanto deves? Respondeu
ele: Cem coros de trigo. Disse-lhe: Toma a tua conta e escreve oitenta. O amo louvou ao
administrador iníquo por haver procedido sabiamente; porque os filhos deste mundo são
mais sábios para com a sua geração do que os filhos da luz. Eu vos digo: Granjeai
amigos com as riquezas da iniquidade, para que, quando estas vos faltarem, vos recebam
eles nos tabernáculos eternos. Quem é fiel no pouco, também é fiel no muito; e quem é
injusto no pouco, também é injusto no muito. Se, pois, não fostes fiéis nas riquezas
injustas, quem vos confiará as verdadeiras? Se não fostes fiéis no alheio, quem vos dará
o que é nosso? Nenhum servo pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer a
um e amar ao outro, ou há de unir-se a um e desprezar ao outro. Não podeis servir a
Deus e as riquezas.” (Lucas 16:1-13)

Nesta parábola Jesus nos faz refletir sobre os valores e os desfrutes das riquezas
terrenas e as espirituais. Muitas pessoas colocam as riquezas iníquas acima de tudo na
vida, e muitas vezes deixa de lado a família, os amigos e os ensinamentos divinos;
fazendo o caminho inverso as vontades de Deus para com a humanidade.

Todos nós somos representados pelo mordomo que pensa em si próprio e esquece
de compartilhar as maravilhas do céu com o próximo.

"A abordagem hermenêutica de alguém determina, assim, a relação do


novo testamento com o antigo, a antiga aliança com a nova, a natureza
progressiva da revelação divina, a própria natureza da graça, da salvação
e da igreja; a natureza da experiência cristã, a relevância e a perpetuidade
ou revogação da lei moral como a norma de justiça e o cumprimento final
dos concertos da promessa na nova ou evangélica aliança na pessoa e na
obra redentora de nosso Senhor e a plenitude do evangelho, e, portanto, a
natureza e o cumprimento da profecia bíblica." (DOWNING, 2015, p.09).

A aceitação de Deus em nossas vidas se manifesta partindo de nossos atos, nosso


Senhor é misterioso e se manifesta de maneira grandiosa nos corações dos homens.
Muitas vezes o arrependimento não é o único caminho que leva ao reino dos céus, mas
também boas atitudes e compaixão demonstram claramente a vontade de Deus para com

24
seus filhos.

3.4 – Parábola do rico e o Lazaro

“Havia um homem rico, e vestia-se de púrpura e de linho finíssimo, e vivia todos os


dias regalada e esplendidamente.

Havia também um certo mendigo, chamado Lazaro, que jazia cheio de chagas à
porta daquele;

E desejava alimentar-se com as migalhas que caíam da mesa do rico; e os


próprios cães vinham lamber-lhe as chagas.

E aconteceu que o mendigo morreu, e foi levado pelos anjos para o seio de
Abraão; e morreu também o rico, e foi sepultado.

E no inferno, ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe Abraão, e


Lázaro no seu seio.

E, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim, e manda a Lázaro, que
molhe na água a ponta do seu dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado
nesta chama.

Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida,
e Lazaro somente males; e agora este é consolado e tu atormentado.

E, além disso, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que
quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem tampouco os de lá passar para cá.

E disse ele: Rogo-te, pois, ó pai, que o mandes à casa de meu pai,

Pois tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de que não venham
também para este lugar de tormento.

25
Disse-lhe Abraão: Têm Moisés e os profetas; ouçam-nos.

E disse ele: Não, pai Abraão; mas, se algum dentre os mortos fosse ter com eles,
arrepender-se-iam.

Porém, Abraão lhe disse: Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tampouco
acreditarão, ainda que algum dos mortos ressuscite.” ( Lucas 16:19-31 )

Não são as riquezas terrenas que condenam a humanidade e sim suas atitudes, a
parábola deixa bem claro que o homem rico não foi condenado por ter uma vida
abastada, mas por não ter auxiliado o mendigo doente em seu sofrimento.

O personagem de Abraão nesta parábola vem demonstrar que o homem não é


julgado por sua vida abastada, pois Abraão era um homem rico entre o seu povo, da
mesma maneira que o rei Davi e seu filho Salomão, porém nenhum deles nunca deixaram
de servir ao Senhor.

"Mesmo não tencionado esclarece o estado do homem na morte, esta


parábola declara, em harmonia com o restante das escrituras, que os
mortos só podem voltar se comunicar com os vivos através da ressurreição
( Lc 16:31 ). e, se analisarmos mais detalhadamente o que Moisés e os
profetas tem a nos dizer sobre o estado na morte, percebemos que os
mortos permanecem inconscientes na sepultura até o dia da ressurreição
final." (TIMM, 1967, p.17)

3.5 – Rico insensato

“A herdade de um homem rico tinha produzido com abundância;

E arrazoava ele entre si, dizendo: Que farei? Não tenho onde recolher os meus
frutos.

E disse: Farei isto: Derrubarei os meus celeiros, e edificarei outros maiores, e ali
26
recolherei todas as minhas novidades e os meus bens;

E direi a minha alma: Alma, tens em depósito muitos bens para muitos anos;
descansa, come, bebe e folga.

Mas Deus lhe disse: Louco! Esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens
preparado, para quem será?

Assim é aquele que para si ajunta tesouros, e não é rico para com Deus.”
( Lucas 12:16-21 )

3.6 – Parábola dos talentos

“Um homem que, partindo para fora da terra, chamou os seus servos, e entregou-
lhes os seus bens.

E a um deu cinco talentos, e a outro dois, e a outro um, a cada um segundo a sua
capacidade, e ausentou-se logo para longe.

E, tendo ele partido, o que recebera cinco talentos negociou com eles, e granjeou
outros cinco talentos.

Da mesma sorte, o que recebera dois, granjeou também outros dois.

Mas o que recebera um, foi e cavou na terra e escondeu o dinheiro do seu senhor.

E muito tempo depois veio o senhor daqueles servos, e fez contas com eles.

Então aproximou-se o que recebera cinco talentos, e trouxe-lhe outros cinco


talentos, dizendo: Senhor, entregaste-me cinco talentos; eis aqui outros cinco talentos que
granjeei com eles.

E o seu senhor lhe disse: Bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel,
sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.
27
E, chegando também o que tinha recebido dois talentos, disse: Senhor, entregaste-
me dois talentos; eis que com eles granjeei outros dois talentos.

Disse-lhe o seu senhor: Bem está, bom e fiel servo. Sobre o pouco foste fiel, sobre
muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.

Mas, chegando também o que recebera um talento, disse: Senhor, eu conhecia-te,


que és um homem duro, que ceifas onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste;

E, atemorizado, escondi na terra o teu talento; aqui tens o que é teu.

Respondendo, porém, o seu senhor, disse-lhe: Mau e negligente servo; sabias que
ceifo onde não semeei e ajunto onde não espalhei?

Devias então ter dado o meu dinheiro aos banqueiros e, quando eu viesse,
receberia o meu com os juros.

Tirai-lhe pois o talento, e dai-o ao que tem os dez talentos.

Porque a qualquer que tiver será dado, e terá em abundância; mas ao que não
tiver até o que tem ser-lhe-á tirado.

Lançai, pois, o servo inútil nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de
dentes.” ( Mateus 25:14-30 )

28
CAPÍTULO IV

PARÁBOLAS SOBRE AS RESPONSABILIDADES COM DEUS

Cristo chegava em seu último período de caminhada sobre a Terra, sua


peregrinação e evangelização encontrava – se em um período crucial, suas últimas
parábolas, foram contadas em Jerusalém, essas parábolas nos trazem as verdades
divinas sobre a salvação e o arrependimento.

4.1 – Parábolas dos lavradores maus

“Houve um homem, pai de família, que plantou uma vinha, e circundou-a de um


valado, e construiu nela um lagar, e edificou uma torre, e arrendou-a a uns lavradores, e
ausentou-se para longe.

E, chegando o tempo dos frutos, enviou os seus servos aos lavradores, para
receber os seus frutos.

E os lavradores, apoderando-se dos servos, feriram um, mataram outro, e


apedrejaram outro.

Depois enviou outros servos, em maior número do que os primeiros; e eles


fizeram-lhes o mesmo.

E, por último, enviou-lhes seu filho, dizendo: Terão respeito a meu filho.

Mas os lavradores, vendo o filho, disseram entre si: Este é o herdeiro; vinde,
matemo-lo, e apoderemo-nos da sua herança.

E, lançando mão dele, o arrastaram para fora da vinha, e o mataram.

Quando, pois, vier o senhor da vinha, que fará àqueles lavradores?

Dizem-lhe eles: Dará afrontosa morte aos maus, e arrendará a vinha a outros
29
lavradores, que a seu tempo lhe deem os frutos.

Diz-lhes Jesus: Nunca lestes nas Escrituras: A pedra, que os edificadores


rejeitaram, essa foi posta por cabeça do ângulo, pelo Senhor foi feito isto, e é maravilhoso
aos nossos olhos?

Portanto, eu vos digo que o reino de Deus vos será tirado, e será dado a uma
nação que dê os seus frutos.

E, quem cair sobre esta pedra, despedaçar-se-á; e aquele sobre quem ela cair
ficará reduzido a pó.

E os príncipes dos sacerdotes e os fariseus, ouvindo estas palavras, entenderam


que falava deles;

E, pretendendo prendê-lo, recearam o povo, porquanto o tinham por profeta.”


( Mateus 21:33-46 )

Nesta parábola Jesus faz uma analogia sobre os profetas que o antecederam.
Como o Dono da vinha “ Deus “ manda seus profetas para recolher os frutos divinos
plantados através de suas palavras, e na maioria das vezes os profetas foram mortos por
homens ignorantes na fé de Deus, que muitas vezes se preocupavam com si tal como em
acumular riquezas terrenas.

4.2 – Parábola da figueira estéril

“Um certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha, e foi procurar nela
fruto, não o achando;

E disse ao vinhateiro: Eis que há três anos venho procurar fruto nesta figueira, e
não o acho. Corta-a; por que ocupa ainda a terra inutilmente?

E, respondendo ele, disse-lhe: Senhor, deixa-a este ano, até que eu a escave e a
esterque;
30
E, se der fruto, ficará e, se não, depois a mandarás cortar.”
( Lucas 13:6-9 )

Da mesma maneira que o dono da figueira, Deus através de seu filho vem verificar
os frutos de sua plantação na esperança de encontrar bons frutos. Infelizmente Jesus
encontrou a figueira estéril ao longo do caminho de jerusalém, mas até o final de seu
suplício Jesus demonstrou sua compaixão para com o povo hebreu e a verdade de salvar
o seu povo demonstrando a vida eterna.

4.3 – Parábolas das bodas

“O reino dos céus é semelhante a um certo rei que celebrou as bodas de seu filho;

E enviou os seus servos a chamar os convidados para as bodas, e estes não


quiseram vir.

Depois, enviou outros servos, dizendo: Dizei aos convidados: Eis que tenho o meu
jantar preparado, os meus bois e cevados já mortos, e tudo já pronto; vinde às bodas.

Eles, porém, não fazendo caso, foram, um para o seu campo, outro para o seu
negócio;

E os outros, apoderando-se dos servos, os ultrajaram e mataram.

E o rei, tendo notícia disto, encolerizou-se e, enviando os seus exércitos, destruiu


aqueles homicidas, e incendiou a sua cidade.

Então diz aos servos: As bodas, na verdade, estão preparadas, mas os convidados
não eram dignos. Ide, pois, às saídas dos caminhos, e convidai para as bodas a todos os
que encontrardes.

E os servos, saindo pelos caminhos, ajuntaram todos quantos encontraram, tanto


maus como bons; e a festa nupcial foi cheia de convidados.

31
E o rei, entrando para ver os convidados, viu ali um homem que não estava trajado com
veste de núpcias.

E disse-lhe: Amigo, como entraste aqui, não tendo veste nupcial? E ele emudeceu.

Disse, então, o rei aos servos: Amarrai-o de pés e mãos, levai-o, e lançai-o nas
trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes.

Porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos.” ( Mateus 22:2-14 )

Esta parábola retrata Deus em sua infinita bondade convidando todos a


compreender a sua palavra, mas como retratado na parábola, muitos recusam ou ignoram
esse convite, só poucos conseguem aceitar e entender a palavra de Deus e terem o
direito a entrar nos reino dos Céus.

“ Não há muitos caminhos para o Céu. Não pode cada um escolher o


seu. Cristo diz: “Eu sou o caminho. Ninguém vem a Meu Pai, senão por
Mim.” João 14:6. Desde que foi pregado o primeiro sermão evangélico,
quando no Éden se declarou que a semente da mulher havia de esmagar a
cabeça da serpente, Cristo fora exaltado como o caminho, a verdade e a
vida. Ele era o caminho ao tempo em que Adão vivia, quando Abel
apresentava a Deus o sangue do cordeiro morto, representando o sangue
do Redentor. Cristo foi o caminho pelo qual se salvaram patriarcas e
profetas. Ele é o único caminho pelo qual podemos ter acesso a Deus.”
(WHITE, 2008, p.13)

Cristo traz uma nova visão sobre a evangelização, humanizando através de


palavras simples e exemplos cotidianos, ensinamentos que levam ao caminho divino,
porque somente por meio do arrependimento sincero e do entendimento da palavra é
possível mudanças de atitude e alinhar seus pensamentos a Deus.

4.4 – Parábola dos trabalhadores e das diversas horas de trabalho

32
“Porque o reino dos céus é semelhante a um homem, pai de família, que saiu de
madrugada a assalariar trabalhadores para a sua vinha.

E, ajustando com os trabalhadores a um dinheiro por dia, mandou-os para a sua


vinha.

E, saindo perto da hora terceira, viu outros que estavam ociosos na praça,

E disse-lhes: Ide vós também para a vinha, e dar-vos-ei o que for justo. E eles
foram.

Saindo outra vez, perto da hora sexta e nona, fez o mesmo.

E, saindo perto da hora undécima, encontrou outros que estavam ociosos, e


perguntou- lhes: Por que estais ociosos todo o dia?

Disseram-lhe eles: Porque ninguém nos assalariou. Diz-lhes ele: Ide vós também
para a vinha, e recebereis o que for justo.

E, aproximando-se a noite, diz o senhor da vinha ao seu mordomo: Chama os


trabalhadores, e paga-lhes o jornal, começando pelos derradeiros, até aos primeiros.

E, chegando os que tinham ido perto da hora undécima, receberam um dinheiro


cada um.

Vindo, porém, os primeiros, cuidaram que haviam de receber mais; mas do mesmo
modo receberam um dinheiro cada um.

E, recebendo-o, murmuravam contra o pai de família,

Dizendo: Estes derradeiros trabalharam só uma hora, e tu os igualaste conosco,


que suportamos a fadiga e a calma do dia.

Mas ele, respondendo, disse a um deles: Amigo, não te faço agravo; não ajustaste
33
tu comigo um dinheiro?

Toma o que é teu, e retira-te; eu quero dar a este derradeiro tanto como a ti.
Ou não me é lícito fazer o que quiser do que é meu? Ou é mau o teu olho porque
eu sou bom?

Assim os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos; porque


muitos são chamados, mas poucos escolhidos.” ( Mateus 20:1-16 )

Sempre acreditamos que nossos conceitos individuais são verdadeiros e devem


ser seguidos por todos, esquecemos de raciocinar sobre as necessidades de cada
indivíduo, a fé é extremamente pessoal, e não deve ser medida ou contabilizada de forma
alguma.

As alianças firmadas por Deus com a humanidade ao longo da história, não trazem
interesses individual de salvação ou bem feitorias, as liturgias demonstram que o
envolvimento e as ações humanas estabelecem laços duradouros com Deus. E essa
promessa é firmada a todos os seus filhos não importa se você foi uma pessoa que viveu
a palavra do Senhor durante toda a vida ou foi um pecador ímpio e de maneira efêmera,
se arrepende no último suspiro de vida, todos possuem o merecimento a salvação.

4.5 – Parábola das dez virgens

“Então o reino dos céus será semelhante a dez virgens que, tomando as suas
lâmpadas, saíram ao encontro do esposo.

E cinco delas eram prudentes, e cinco loucas.

As loucas, tomando as suas lâmpadas, não levaram azeite consigo. Mas as


prudentes levaram azeite em suas vasilhas, com as suas lâmpadas. E, tardando o
esposo, tosquenejaram todas, e adormeceram.

Mas à meia-noite ouviu-se um clamor: Aí vem o esposo, saí-lhe ao encontro. Então


todas aquelas virgens se levantaram, e prepararam as suas lâmpadas. E as loucas
34
disseram às prudentes: Dai-nos do vosso azeite, porque as nossas lâmpadas se apagam.

Mas as prudentes responderam, dizendo: Não seja caso que nos falte a nós e a
vós, ide antes aos que o vendem, e comprai-o para vós. E, tendo elas ido comprá-lo,
chegou o esposo, e as que estavam preparadas entraram com ele para as bodas, e
fechou-se a porta.

E depois chegaram também as outras virgens, dizendo: Senhor, Senhor, abre-nos.

E ele, respondendo, disse: Em verdade vos digo que vos não conheço. Vigiai, pois,
porque não sabeis o dia nem a hora em que o Filho do homem há de vir.”
( Mateus 25:1-13 )

A prudência sobre nossos atos se torna a coisa mais sensata ao bom cristão, não
temos exatidão sobre o dia da volta de nosso senhor Jesus Cristo, e de que maneira se
dará o julgamento final pelos nossos atos aqui na Terra. Ao longo da Bíblia sagrada temos
diversas “dicas” de como seguir nossas vidas a contento de Deus, suas leis estabelecidas
através de Abraão e Moisés são claras organizações sociais, que fariam da humanidade
uma comunidade global, sem interesses pessoais e individuais.

4.6 – Parábolas dos servos aguardando o Senhor

“Estejam os rins cingidos e as lâmpadas acesas.

E sede vós semelhantes aos homens que esperam o seu senhor, quando houver
de voltar das bodas, para que, quando vier, e bater, logo possam abrir-lhe.

Bem-aventurados aqueles servos, os quais, quando o Senhor vier, achar vigiando!


Em verdade vos digo que se cingirá, e os fará assentar à mesa e, chegando-se, os
servirá.

E, se vier na segunda vigília, e se vier na terceira vigília, e os achar assim, bem-


aventurados são os tais servos.

35
Sabei, porém, isto: que, se o pai de família soubesse a que hora havia de vir o
ladrão, vigiaria, e não deixaria minar a sua casa.

Portanto, estai vós também apercebidos; porque virá o Filho do homem à hora que
não imaginais.” ( Lucas 12:35-40 )

O eterno aguardo do regresso de nosso Senhor, não temos o dia, a hora e nem o
lugar, a única certeza é que um dia acontecerá, nossas atitudes e ações até lá dirão se
seremos dignos ou não de acompanhar Cristo no reino dos céus. A humanidade recebeu
lições belíssimas através das escrituras sagradas, vários foram os escolhidos por Deus
para divulgar seus ensinamentos, mas foi por meio de Jesus Cristo que a palavra se
humanizou e se envolveu de sentimento, trazendo sentido a vida de milhões de pessoas.

36
CONCLUSÃO

A evangelização é o processo de levar a palavra de Deus as mais diversificadas


pessoas, nos mais inúmeros campos sociais. O processo de evangelização pode ocorrer
de diversas maneiras com o intuito de tocar o coração humano.

Jesus Cristo foi um dos maiores evangelizadores que o mundo já conheceu,


utilizava – se de linguagem literal simples, com intuito de atingir todos os níveis de fiéis.
Através de suas parábolas, Jesus Cristo conseguia passar suas mensagens fazendo com
quem as ouvisse pudessem refletir sobre os conceitos contidos nestas histórias.

A cada período de suas pregações Jesus deixava claro a real aliança que Deus
queria firmar com seu povo, partindo do reconhecimento sincero do erro ( pecado ) e a
importância sublime do perdão. `Por meio de suas histórias, Jesus Cristo conseguiu
conquistar diversos seguidores, transmitindo sua palavra para que muitos tivessem
mudanças significativas em suas vidas, deixando para trás as atitudes maléficas que
consistiam em beneficio próprio.

As parábolas de Jesus abriram precedentes para uma nova maneira de refletir


sobre os pensamentos de Deus. Recurso até hoje utilizado por pregadores ao redor do
globo terrestre, facilitando e simplificando o entendimento das pessoas em todos os níveis
sociais e intelectuais.

Nesse trabalho foi possível verificar as mensagens verdadeiras contidas nas


parábolas e as diferenciações de absorvição pela intensidade do público que as ouvia,
mesmo as mensagens próximas aos últimos dias de Jesus, é de extrema reflexão, agindo
sobre seus algozes fazendo com que refletissem sobre suas palavras e colocassem em
dúvidas suas convicções religiosas.

As parábolas serviam para instruir, refletir e basear – se para mudanças sinceras


de atitudes, elas só reafirmam as importâncias dos sermões realizados por Jesus e o
quanto era forte e sincera sua evangelização, Jesus Cristo além do filho de Deus, passou
os últimos anos de sua vida sendo um servo fiel a Deus, podendo ser considerado por
grande parte dos teólogos o maior evangelizador que já existiu.

37
REFERÊNCIAS

BACICH. Alexandre. Manual de teologia: Rio de Janeiro, M&M, 2000.

BRAY, Gerald, A Doutrina de Deus: São Paulo, Cultura cristã, 2007.

CHEUNG, Vicent, As parábolas de Jesus: Boston, Vida, 2001.

DOWNING, William, Teologia pactual e dispensacionalismo: São Paulo, 2ª edição,


Trinitariana do Brasil, 2015.

DUFOUR, Xavier, Vocabulário de teologia bíblica: Rio de Janeiro, Ática, 2004.

GUTHRIE, Donald, Hebreus, introdução e comentário: SãoPaulo, Vida nova, 1984.

HOUVE, Wayne, O novo comentário bíblico N.T.: Rio de Janeiro, Acadêmico, 2010.

LEGORRETA. José. As ciências sociais da teologia: México, Ribet, 2010.

MARASCHIN, Jaci. História do pensamento cristão: 2ª edição, São Paulo, Umesp


2000.

MOURA, Marta, Ensinos e parábolas de Jesus: Brasília, F.E.B. , 2013.

PESTANA, Álvaro, As parábolas de Jesus: Campo Grande, 3ª edição, E.T.C., 2010.

SCHUTEL, Cairbar, Parábolas e ensinos de Jesus: São Paulo, Oclarim, 1928.

SINCLAIR, Ferguson, Novo dicionário de teologia: São Paulo, Hagnos, 2009.

URBINA, César. Teologia fundamental: 2ª edição, Nova York, Alzate, 2002.

WHITE, Ellen, Parábolas de Jesus: New York, White Estate Inc, 1964.

Das könnte Ihnen auch gefallen