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A escola e seus contextos são marcados por inúmeros conflitos, uma vez que
este espaço vem refletir tudo aquilo que que é produzido pela sociedade,
constitui-se numa amostragem da sociedade que está fora dos muros escolares,
entrelaçadas pela relações de poder e dominação que são refletidas através da
cultura e dos saberes que movimentam essa dinâmica. A escola enquanto uma
instituição, formadora de opinião e engendrada na sociedade abarca uma função
social que difere das demais instituições, por ter em sua essência, a contribuição
na formação social da grande sociedade humana. Nesse espaço, as relações de
poder metodizam valores, ensinamentos e regras, equilibrando o ensinamento
sistematizado através de formas que seus sujeitos tenham uma real apropriação
colaborando com a formação de novas gerações.
Para esses autores a escola assumia caráter social e político capaz de superar
o modo de produção capitalista, uma vez que sua subjetividade geraria acesso
a conhecimento acumulado, dando-lhe autonomia num momento histórico de
grandes mudanças ocasionadas pela Revolução Industrial e pela alteração dos
modos de subsistência familiar. Essa escola parte de uma sociedade capitalista
sofre ao se adaptar as forças e tensões que provocam nela padrões de ensino
que acompanhem novas exigências e demandas de alunos que começam a
ingressar em outras realidades.
Pode-se dizer que a escola como parte da sociedade capitalista sofre com os
efeitos de mudanças, constantes da própria vida, sendo pressionada pelas
forças sociais, produzindo mundanas nos seus padrões, no seu fazer, nos
objetivos, enquanto espaço educativo. Requer que essa possa acompanhar as
novas exigências de demandas de alunos que passam por diversas
aprendizagens.
Estamos supondo que a subjetividade é sempre produzida, ou seja, ela não está
na origem nem é imanente à natureza humana. Mesmo se considerarmos
determinados modos de a subjetividade se organizar em relação ao psíquico,
esses modos estão relacionados aos padrões identitários e normativos que se
constituem em cada época. Esses padrões identitários estão ativamente
presentes não só nas macrorrelações, mas também circulam nas microrrelações
entre os sujeitos. Ora, se não há uma subjetividade transcendental com valores
universais válidos para qualquer tempo e lugar, se não há uma constituição
psíquica que valha para qualquer época, uma vez que ela é sempre produzida
em determinado tempo, as regras transmitidas nas relações entre professores e
alunos na escola também se modificam. Mudam as regras, mudam as formas de
sujeição, mudam as formas de transgressão, mudam os processos de
subjetivação. Talvez o que esteja sendo sinalizado na crise da autoridade
docente (Aquino, 1996b; 1998), ainda que muitas vezes inconscientemente e de
diferentes modos, é justamente a falência de um modelo de instituição calcado
na ideia de disciplina. Podemos supor que é a própria configuração social que
está se modificando, e essa modificação está ligada à produção de outro sujeito,
que se fará presente também nas relações entre professores e alunos,
causando, muitas vezes, um estranhamento em ambas as partes. Mesmo se
considerarmos que os professores fazem parte dessa nova produção subjetiva,
podemos perguntar se algumas vezes seu discurso não se mantém amarrado
em valores construídos na época em que eles próprios foram educados. Em
outras palavras, o professor escolar muitas vezes insiste num diagnóstico da
rebeldia do aluno a partir do modelo do poder disciplinar em que ele, professor,
foi sujeitado. Porém, para os alunos, o professor pode aparecer como alguém
desatualizado, seja em função das informações tecnológicas que eles
rapidamente obtêm, ou mesmo em função da postura disciplinar creditada, em
princípio, aos docentes.
Referencial Bibliográfico
https://moodle.unicentro.br/pluginfile.php/197681/mod-
label/LOURENÇO%2C%20Alexandra%20-%Sociologia%20Geral.pdf Acesso
21 mar 2018
Subjetividade, educação e relações de poder
(...) ser formada através das crenças e valores do indivíduo, com suas
experiências e histórias de vida. O tema da subjetividade é bastante debatido e
estudado em psicologia, como ela se forma, de onde vêm, etc.(...) é algo que
muda de acordo com cada pessoa, como o gosto pessoal, por exemplo, cada
um possui o seu, portanto é algo subjetivo.
(https://www.significados.com.br/subjetividade/ acesso em 24/03/2018).
Desde o surgimento dos relatos dos primeiros filósofos como Platão, a educação
estabelece uma relação com a cidadania. Para Platão, a educação corresponde
ao desenvolvimento de faculdades e virtudes adequadas às funções que os
indivíduos exercem. E a governabilidade passaria a ser exercida pelos filósofos
que cultivavam a razão.
Kant não admite que a educação seja ofertada apenas para as pessoas da elite,
mas que seja para todos, pois só através da disciplina o homem educa sua
razão, domina seus instintos e adquire cultura. E só através da educação o
homem poderá ascender socialmente, através dela ele supera a minoridade e
os preconceitos.
Para Engels, a educação deve ser voltada para o serviço do Estado, é tarefa da
escola preparar indivíduos para serem membros desse Estado, onde quem
administrará esse Estado é uma classe política que está acima de outras
classes.
O Poder se expressa nas diversas relações sociais, assim, pode-se falar, que
onde existem Relações de Poder, existe política. Por sua vez, a política se
expressa nas diversas formas de poder e pode ser entendida como a política
relacionada ao Estado, como também, em um sentido mais amplo, e não menos
importante, em outras dimensões da vida social.
Uma relação de poder se forma no momento em que alguém deseja algo que
depende da vontade de outro. Esse desejo estabelece uma relação de
dependência de indivíduos ou grupos em relação a outros. Quanto maior a
dependência de A em relação a B, maior o poder de B em relação a A. Essa
dependência aumenta à medida que o controle de B sobre o que é desejado por
A aumenta.
(https://pt.wikipedia.org/wiki/Rela%C3%A7%C3%B5es_de_poder acesso em
24/03/2018)
"Poder é toda chance, seja ela qual for, de impor a própria vontade numa relação
social, mesmo contra a relutância dos outros."
O sistema de avaliação também torna-se vil, por fazer com que professores
exerçam sua relação de poder sobre os alunos sem ao menos questionar a
validade de tal ferramenta. Uma tarefa mais sensata seria indagar se o saber do
professor um dia se tornará o saber do aluno.
Se olhar para o magistério com uma visão religiosa, e que o trabalho dignifica, o
papel do professor é mais sadomasoquista do que nobre. Este cenário está longe
de representar uma relação democrática. Esperar uma sociedade democrática
advinda de uma escola que não exerce tal papel, é tão utópico quanto cruel. Uma
solução plausível está na horizontalização da escola e suas relações, abrir o
diálogo entre alunos, docentes, diretores, e desvincular o saber do poder.
A Educação está incluída na rede social, atravessada, o tempo todo, por forças,
relações de poder e saber que determinam modos de ser e agir. Os professores
sofrem os efeitos destas novas composições sociais, tanto nas diferentes
relações e laços sociais estabelecidos no cotidiano escolar quanto em seu
próprio modo de trabalhar. A escola entendida enquanto parte da sociedade
capitalista, sofre com os efeitos da mutação constante da própria vida, sendo
pressionada pelas forças sociais a produzir mudanças no seu fazer, nos seus
padrões de ensino, nos seus objetivos enquanto espaço educativo.