Sie sind auf Seite 1von 47

CURSO DE OPERADOR DE

TECNOLOGIA DA
INFORMAÇÃO E
COMUNICAÇÕES

(FBO-01)

DISCIPLINA
SISTEMAS DE TELEFONIA

UNIDADE DIDÁTICA: PRINCÍPIOS


DE TELECOMUNICAÇÕES

EAD

ESCOLA DE COMUNICAÇÕES
2018
SUMÁRIO
Início 3 APRESENTAÇÃO

Capítulo 01 4 UNIDADES DE MEDIDA


5 Notação científica
7 A unidade de medida decibel
13 As variantes de dB
15 Facilidades do dB

Capítulo 02 16 SINAIS E ESPECTRO


17 Sistema de comunicação
18 Sinais
24 Espectro
26 Digitalização de um sinal analógico

Capítulo 03 29 TRANSMISSÃO DE SINAIS


30 Elementos de um sistema
39 Ruído
40 Relação S/N
43 Capacidade de um canal

Considerações 46 CONCLUSÃO

47 BIBLIOGRAFIA
APRESENTAÇÃO

Olá, seja bem-vindo ao curso de Operador de


Tecnologia da Informação e Comunicações da Escola
de Comunicações. Sou o 2º Sgt Erlan, monitor da
escola e elaborei este material para complementar seus
estudos na modalidade de ensino a distância. A apostila
faz parte da Unidade Didática (UD) 1 da disciplina
Sistemas de telefonia. Esta possui 4 Unidades

MONITOR Didáticas, sendo a primeira UD aplicada na modalidade


a distância e as demais na modalidade presencial.
2º Sgt Erlan – Mnt Com
Função: tutor Vamos abordar nesta UD alguns conceitos utilizados
Contato:
nas Telecomunicações.
Fone: 34153523
Ritex: 8613523
Parabéns por ter sido selecionado e bons estudos!

ESCOLA DE COMUNICAÇÕES
2018
01

UNIDADES DE
MEDIDA

4
INTRODUÇÃO

No mundo científico, principalmente nas ciências exatas, é muito


comum expressar os números reais em notação científica ou
exponencial. Bom, mas o que seria notação científica? Podemos dizer
que é uma ferramenta matemática com o intuito de facilitar a escrita e a
comparação de números muito extensos, ou seja, seria uma forma
diferente de representar os números reais.

Na próxima página temos alguns exemplos de números representados


em sua forma real e como notação científica.

5
REPRESENTAÇÃO

Logo abaixo podemos ver a forma geral da representação de uma


notação científica:

𝑛 ∙ 10𝑝

Onde 𝟏 ≤ 𝒏 < 𝟏𝟎 e 𝒑 ∈ ℤ

É interessante observar que n é um número menor que 10 e maior


ou igual a 1, e que p é um número inteiro. Você pode se perguntar,
p poderia ser 0 (zero)? A resposta é sim, porém perde um pouco a
finalidade usarmos o zero nesta situação, uma vez que a potência
resultaria em 1, deixando a representação científica comprometida.

Exemplos:

256000 = 2,56 ∙ 105

0,00783 = 7,83 ∙ 10−3

6
A UNIDADE DE MEDIDA DECIBEL

Conhecemos algumas unidades de medida importantes como metro


(m), grama (g), litro (l) etc, todas fazem parte do Sistema Internacional
de Unidades (SI). No mundo das Telecomunicações existe uma unidade
muito importante, mesmo não fazendo parte do SI. Estamos falando do
Bel, relação matemática que recebeu esse nome em homenagem ao
Graham Bell, criador da unidade de medida, porém essa medida era
chamada inicialmente por unidade de transmissão (TU). Mas o que
seria o Bel? Curiosidade sobre a invenção do telefone
https://goo.gl/4cGC2Y
Para compreender o Bel, bem como o Decibel, é muito importante
revisar os logaritmos, para isso elaborei uma videoaula sobre o
assunto. O vídeo se encontra no ambiente virtual, dê uma pausa na
leitura e aproveite para relembrar o assunto.

7
O BEL

O Bel (B) é uma razão entre

P1 duas grandezas. Para explicar


de uma maneira fácil, vamos

SISTEMA usar como exemplo um sistema


de transmissão, onde na entrada
do mesmo tem uma potência
(P1) e na saída uma potência
P2
(P2) – Figura 1. Essa razão
ficaria expressa assim:
𝑆𝑒 𝑇 > 1: 𝑔𝑎𝑛ℎ𝑜 𝑛𝑜 𝑠𝑖𝑛𝑎𝑙
𝑆𝑒 𝑇 = 1: 𝑠𝑒𝑚 𝑝𝑒𝑟𝑑𝑎 𝑒 𝑠𝑒𝑚 𝑔𝑎𝑛ℎ𝑜 𝑃2
𝑇=
𝑆𝑒 𝑇 < 1: 𝑎𝑡𝑒𝑛𝑢𝑎çã𝑜 𝑛𝑜 𝑠𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑃1

Imagem 1
No ramo da eletrônica e de

𝑷𝟐 telecom é comum aferir grandes


𝑻=
𝑷𝟏 valores de potências. Para
resolver esse problema usa-se o
Usando o logaritmo na base 10 ficaria
assim: logaritmo para representar tais
relações. Exemplo: uma relação
𝑷𝟐
𝑻 𝑩 = 𝐥𝐨𝐠 (P2 / P1) de potência de 100 kW
𝑷𝟏
(100.000 W) pode ser expressa
por 5 Bels, valor bem menor.
Imagem 2
8
A RAZÃO DECIBEL

Sabemos o que significa a medida bel, e conseguimos entender o


objetivo dos logaritmos, porém para ficar mais adequado no mundo
das telecomunicações vamos utilizar o Decibel (dB) – um décimo do
Bel.
1𝐵
= 𝑑𝐵 → 10𝑑𝐵 = 1𝐵
10

Observe como podemos escrever a razão decibel:


𝑃2
𝑇(𝑑𝐵) = 10 log
𝑃1

Ou seja, no exemplo da página anterior, a relação de potência de 100


,
kW seria equivalente a 50 dB.

P1

P2
SISTEMA
𝑆𝑒 𝑇 > 1: 𝑔𝑎𝑛ℎ𝑜 𝑛𝑜 𝑠𝑖𝑛𝑎𝑙 É interessante observar que tanto o
𝑆𝑒 𝑇 = 1: 𝑠𝑒𝑚 𝑝𝑒𝑟𝑑𝑎 𝑒 𝑔𝑎𝑛ℎ𝑜 bel quanto o decibel são relações
𝑆𝑒 𝑇 < 1: 𝑎𝑡𝑒𝑛𝑢𝑎çã𝑜 𝑛𝑜 𝑠𝑖𝑛𝑎𝑙 adimensionais, ou seja, estamos
dividindo números com a mesma
Imagem 3 grandeza.
EXEMPLO

No exemplo acima temos um amplificador que libera uma potência de


10.000 W na saída, quando aplicados 10 mW na entrada. Qual o valor
(ganho) em dB?

10 mW 10.000 W
SISTEMA
Imagem 4

Solução: P1 = 10 mW e P2 = 10.000 W = 10.000.000 mW


Assim:
10.000.000
dB = 10log = 10 log 1.000.000 = 10 ∙ 6 𝑑𝐵
10

Resultado: 60 dB

Ou seja, a razão entre P2 é 1.000.000 vezes maior que P1, porém essa
relação em dB pode ser expressa por 60 dB, visualizamos o papel dos
logaritmos. Obs: uma forma de enxergar essa relação entre a entrada
e a saída quando temos apenas o valor em dB é usar a expressão
𝑮(𝒅𝑩) 𝑮(𝒅𝑩) 𝟔𝟎
𝟏𝟎 𝟏𝟎 . No exemplo acima 60 dB = 𝟏𝟎 𝟏𝟎 = 𝟏𝟎 𝟏𝟎 = 1.000.000, que
seria o quanto a saída é maior que a entrada no sistema. Aqui temos
o antilogaritmo, não será abordado em nosso curso.
10
DB E A RAZÃO P2/P1
P2/P1 T(dB)

1.000.000 60 Na tabela 1 podemos observar algumas


relações importantes. Na primeira linha

100 20 está o que ocorreu no exemplo anterior.


Uma relação interessante que fica fácil

10 10 entender seria em P2/P1 igual 1, pois


não existe nem ganho nem perda de
4 6 sinal, escrevemos 0 dB. Quando a
relação (razão) entre P2 e P1 é menor
2 3 que 1, o sistema está atenuando o sinal,
fator que pode ser sinalizado com o
1 0 sinal negativo. Exemplo P2/P1 = 0,5,
então podemos representar por – 3 dB.
0,5 -3

0,000001 - 60

Tabela 1

11
DB E A RAZÃO P2/P1

Como vimos na tabela anterior, quando o sinal é atenuado em 2x (metade


do valor original) podemos representar essa atenuação como - 3 dB. Um
dos motivos no uso desta unidade de medida está na sensibilidade do
nosso sistema auditivo que por incrível que pareça está bem próximo da
escala logarítmica. No link disponibilizado logo abaixo você poderá
escutar através de três demonstrações essa relação sonora.

1. Na primeira podemos escutar um sinal sendo atenuado pela metade


(3 dB) em cada faixa– É bem nítida essa atenuação.

2. Na segunda representação temos uma atenuação mais branda (1


dB), porém ainda fica fácil percebê-la.

3. Na terceira a atenuação é um fator menor que 1 dB, ou seja, mais


próxima de uma representação linear, ficando difícil perceber a
diferença entre as atenuações.

Link da demonstração do áudio:


http://www.animations.physics.unsw.edu.au/jw/dB.htm

12
AS VARIANTES DE dB

Utilizando um pouco da modelagem matemática e as grandezas elétricas


que os sinais eletromagnéticos possuem, podemos aferir através de
equipamentos eletrônicos alguns valores importantes usados nas
telecomunicações. Para ser possível essa medição usaremos a grandeza
elétrica que representa a intensidade desses sinais.

dBm
Em dBm temos como referência de entrada uma potência de 1 mW, por
isso o sufixo m depois dB.

Exemplo: calcule o ganho (em dBm) de um sistema que


apresenta uma potência elétrica de 10 w.

𝑃
Solução: 𝐺𝑑𝐵𝑚 = 10 log → 𝐺𝑑𝐵𝑚 = 10 log 10 ∙ 103 = 40
10−3 𝑤

Resultado: 40 dBm

13
AS VARIANTES DE dB

dBV
Aqui temos como referência a amplitude de tensão do sinal que será
medido, porém como o valor de referência é de 1 v (um volt), o modelo
matemático que utilizamos para calcular seria:
𝑃2
𝑇(𝑑𝐵𝑉) = 20 log P1 é o valor de
𝑃1
referência.

dBu
Também faz referência à amplitude de tensão do sinal a ser medido,
porém como este sinal é muito relativo, o valor de 0 dBu equivale a uma
tensão de 0,775 v. A fórmula é a mesma utilizada em dBV.

dBW
Aqui estamos comparando a potência em watts do sinal a ser medido
com o valor de tensão de referência igual a 1 watt.

Outras variantes do dB: http://www.qsl.net/py4zbz/teoria/odb.htm

14
FACILIDADES DO DB

Um detalhe muito importante sobre o decibel é a facilidade nas operações


envolvendo sistemas onde existem ganhos e perdas de potências.
Observe:

100 W SISTEMA1 10.000 W SISTEMA2

100.000 W

Levando em consideração o sistema completo do exemplo, pode-se


observar que a potência de entrada foi amplificada em 1000x. Se esses
valores tivessem representados em dB poderíamos apenas somar as
expressões em cada sistema. Veja:

10.000 100.000
= 100 = 10 100 𝑥 10 = 1000
100 10.000

SISTEMA1 SISTEMA2
20 𝑑𝐵 10 𝑑𝐵
20𝑑𝐵 + 10 𝑑𝐵 = 30 𝑑𝐵

Observe que transformamos o produto em soma quando estamos diante


de valores expressos em decibéis. Essa facilidade vem das propriedades
dos logaritmos.

15
VOCÊ SABIA? Tempo
máximo de
Situação Pressão (dB)
exposição
Nosso sistema auditivo diária
começa a sentir muita Avião a jato a Surdez
130
30 m instantânea
dor, além de causar
danos irreversíveis, Britadeira a 2
120 1 minuto
metros
quando a pressão sonora
Rebitadora a
chega na casa dos 120 100 1 hora
10 metros
dB. Observe a tabela, que
Trânsito de
tem algumas informações rua
80 8 horas
movimentada
sobre a intensidade a 2m
sonora em algumas Escritório
típico com ar 50 -
situações. condicionado
Tabela 2

16
02

SINAIS E
ESPECTRO

17
SISTEMA DE COMUNICAÇÕES

Antes de entrarmos no assunto do capítulo, é muito importante que


saibamos conceituar comunicação. Sabemos que comunicação é o
efeito de transportar uma informação (mensagem) de um ponto a outro.
Para que isso seja possível, é necessário produzir um fenômeno físico
que seja capaz de adotar configurações diferentes, às quais se associa
o conteúdo desta informação. A este fenômeno físico chamamos de
sinal. Observando a imagem 5, podemos verificar esses conceitos, bem
como um exemplo de sistema de comunicações, no qual é formado
pelo conjunto de equipamentos e materiais elétricos e eletrônicos
necessários para compor um sistema físico. O sistema de comunicações
estaria entre o transmissor e o receptor, seria o manipulador dos sinais
que vamos estudar mais à frente.

Imagem 5: Exemplo de sistema de comunicação


Fonte: http://www.feiradeciencias.com.br/sala15/15_33b.asp
18
10.000 W

SINAIS

Constantemente nos deparamos com


sinais em nosso cotidiano. Utilizando
o exemplo anterior, nossa voz que é
um sinal acústico é convertida em
sinais elétricos, através do microfone, Saída do
sinal
que por sua vez são transmitidos e
convertidos novamente em um sinal
de voz (caixas de som). Nosso
objetivo aqui não é saber manipular
esses sinais, porém é muito
importante conhecermos esses Imagem 6: Esquema de microfone
Fonte: https://goo.gl/uHQSxa
conceitos, pois será de grande valia
em nosso curso. Simplificando,
podemos dizer que sinal é uma
sequência de estados (qualitativa e
quantitativamente) em um sistema que
codifica uma mensagem.
19
SINAIS

Os sinais podem ser aperiódicos ou periódicos. Os sinais


aperiódicos são aqueles que não possuem um padrão de repetição
ao longo do tempo. Por sua vez, um sinal é chamado periódico se
seu comportamento se repete em intervalos de tempo regulares.

Sinais de três
instrumentos diferentes
soando a mesma nota. À
direita, temos as formas
de ondas geradas no visor
de um osciloscópio.

Imagem 7: Sinais periódicos


Fonte: https://goo.gl/uVn6Cz

t(s)

Imagem 8

20
SINAL ANALÓGICO

Sinal analógico é um sinal que pode assumir infinitos valores


dentro de um intervalo de tempo. Por esse motivo necessita de
uma faixa de frequência bem maior, tornando-o não tão confiável
e com qualidade inferior ao digital. O sinal analógico é
consequente das técnicas analógicas que se preocupam em
garantir que a transmissão do sinal de um ponto a outro se faça
sem que o mesmo sofra modificações sensíveis.

Imagem 9: Sinal analógico


Fonte:https://goo.gl/5uvPiM
SINAL DIGITAL

Caracterizado por assumir somente dois valores no decorrer do


tempo, ou seja, o conjunto de valores que pode assumir é finita.
Esse tipo de sinal torna as comunicações mais seguras e menos
vulneráveis. Outro benefício é facilitar eletronicamente à
criptografia, cifrando a informação. Observe o gráfico abaixo, o
sinal está assumindo o valor 0 (zero) ou 5 (cinco), diferente do
sistema analógico. Para isso usamos as técnicas digitais que
envolvem processamento dos sinais transmitidos de uma forma
a outra. O mais importante aqui é preservar o conteúdo da
informação.

Imagem 10: Sinal digital


Fonte:https://goo.gl/5uvPiM

22
SINAL CONTÍNUO X SINAL DISCRETO

10.000 W
No estudo de sinais, não podemos confundir sinal contínuo com
analógico, tampouco sinal discreto com digital. No sinal de tempo
contínuo (sinal contínuo) a variável dependente (tensão, corrente etc)
pode assumir qualquer valor real para cada instante na variável tempo.
O que caracteriza o sinal de tempo discreto é a variável tempo (para
fins didáticos vamos considerar a variável independente como tempo)
assumir valores inteiros. Os Sinais de tempo discretos muitas vezes
são obtidos da amostragem dos sinais contínuos.

x(t) x[n]

3 3
2 2
1 1
-2 -1 0 1 2 3 4 t -2 -1 0 1 2 3 4 n

Imagem 11: Sinal de tempo contínuo Imagem 12: Sinal de tempo discreto

Observe que no tempo contínuo e no tempo discreto os sinais são


analógicos e trazem a mesma informação. Eles são analógicos pois os
valores dos sinais (variável dependente) não são binários (assumem
apenas dois valores).

23
10.000 W

ESPECTRO

Conhecemos os sinais como


quantidades variáveis no tempo, como
tensão e corrente (utilizamos aqui o
osciloscópio para medição). Embora
esses sinais possam existir fisicamente,
os mesmos podem ser representados
no domínio da frequência. Para
Imagem 13: Osciloscópio
visualizarmos os sinais no domínio da Fonte: https://goo.gl/AN97FS
frequência utilizamos o analisador de
espectro, instrumento muito utilizado
para deter emissões clandestinas, onde
são utilizadas técnicas de modulação.
Como informado, em nosso curso não
vamos manipular os sinais, mas é Imagem 14: Analisador de espectro
Fonte: https://goo.gl/rGGr2j
interessante conhecermos esses
equipamentos, bem como essa
perspectiva dos sinais. 24
SINAL NO DOMÍNIO DO TEMPO X
DOMÍNIO DA FREQUÊNCIA

Vimos que representar um sinal no domínio do tempo nos traz


informações da amplitude do sinal no instante de tempo
escolhido. Porém, muitas vezes, é muito importante conhecer o
conteúdo da frequência de um sinal, para isso utilizamos a
transformada de Fourier que prova a representação de qualquer
forma de onda no domínio do tempo pela soma de senos e
cossenos (harmônicas). Um exemplo prático e útil deste conceito
é a remoção de sinais indesejados (ruídos). Representar um
sinal no domínio da frequência nos fornece muito mais detalhes
sobre o mesmo, bem como do sistema gerado.

Imagem 15: Domínio do tempo x Domínio da frequência


Fonte:http://www.ni.com/tutorial/13042/en/

25
DIGITALIZAÇÃO DO SINAL ANALÓGICO

Algo muito comum nas telecomunicações é o processo de


conversão do sinal analógico em digital, onde existem algumas
técnicas para essa conversão. Agora vamos conhecer as
principais etapas no processo de digitalização do sinal analógico.

Etapas (não necessariamente nesta ordem):

Amostragem

Quantização

Codificação

Imagem 16: Digitalização do sinal analógico


Fonte: http://ensinare.digitro.com.br/cursos/telefoniadigital/topico2/html/t2l2.htm

26
10.000 W

AMOSTRAGEM
amostragem for, no mínimo, o dobro da

maior frequência contida no sinal.


Amostrar o sinal analógico traduz-se em
“Exemplo: no canal de voz, com B =
dividir o mesmo em intervalos de tempos
fm=4 kHz, fa = 2x4 kHz = 8 kHz, cada
iguais, obtendo assim amostras
uma das amostras será codificada com
analógicas discretas, pelo circuito
8 bits e a taxa de transmissão referente
modulador PAM (Modulação em
ao canal de voz é 8 kHz x 8 bits = 64
Amplitude de Pulso). De maneira bem
kbits/s.” (Medeiros, 2010,71)
resumida, esse circuito permite amostrar

o sinal utilizando uma chave que se

fecha na cadência da frequência de


amostragem. Exemplo: se uma

frequência de amostragem for de 4 kHz,

a chave irá se fechar 4000 vezes por

segundo, ou seja 250 microssegundos.


Imagem 17: Amostra de áudio
Nyquist, através do Teorema da
Fonte:http://wiki.inf.ufpr.br/maziero/do
Amostragem, demonstrou que um sinal ku.php?id=ofcomp:processamento_de_
audio
pode ser reproduzido integralmente sem

erro de aliasing, quando a frequência de


27
10.000 W

QUANTIZAÇÃO
Veja esse vídeo , onde mostra
parte deste processo.
No processo de amostragem obtemos
as amostras, porém as mesmas não
Exemplo: imagine que um
podem ser transmitidas nos sistemas
sinal contínuo assuma valores na
de comunicações, para isso é preciso
faixa de 0 a 4095 volts. Se
quantificar as mesmas. A esse
quantizarmos esse sinal com 12 bits,
processo chamamos de quantização.
teremos (212 ) 4096 valores possíveis
O responsável por esse processo é o
para as tensões. Assim, valores
quantizador, e ele mede as alturas dos
como 2,1 e 2,2 serão quantizados
pulsos recebidos na amostra, em n
como 2 volts e assim
níveis. Em cada amostra são obtidos
sucessivamente.
12 bits que pelo processo de
compressão são reduzidos a 8 bits.
Resumindo bastante esta etapa
podemos dizer que o processo de a) Sinal de áudio b) Amostragem c) Quantização

quantização nos fornece as medidas Imagem 18: Quantização


Fonte:http://penta3.ufrgs.br/RNP/cap3
dos pulsos amostrados. /3.2%20Audio/

28
10.000 W

CODIFICAÇÃO

Este é o último processo da conversão


Vídeo
de sinal analógico para digital. Aqui explicando um
pouco a
cada nível de quantização é quantização.
convertido em um código binário, ou
seja, o sinal resultante será uma
sequência de zeros e uns,
possibilitando a partir disto o tráfego
do sinal nos sistemas de
comunicações. Ao contrário do PAM
(amplitude variável) na amostragem,
agora temos a modulação de pulsos
por código (PCM) onde os pulsos são
os bits 0 e 1, e a combinação destes é Imagem 19: Codificação
Fonte: https://goo.gl/nR47Eb
modulada usando um código pré-
estabelecido.

29
03

TRANSMISSÃO
DE SINAIS

30
10.000 W

Imagem 20 - Fonte: wikibook

ELEMENTOS DE UM SISTEMA

Neste material foi mencionado um pouco a ideia do sistema de


telecomunicações. Não foi visto que um sistema possui alguns elementos
importantes, como a fonte de informação, o transdutor de entrada, o
transmissor, o canal de comunicação, o receptor, o transdutor de saída e
o destinatário. Alguns elementos já são conhecidos, contudo vamos
conhecer trazer mais alguns detalhes.

Transdutor
Transmissor Canal Receptor
Fonte de entrada

Transdutor
Destinatário de saída

Imagem 21

31
FONTE

A fonte de informação seria aquilo que queremos transmitir, onde a


informação é gerada. Podemos dizer também que é o ambiente onde
se encontra a informação que vai ser transmitida. Como exemplos
poderíamos citar a voz e uma cena de tv. Resumindo, podemos dizer
que a fonte é quem produz a informação, e essa ainda será
manipulada para poder ser transmitida.

Transdutor
Transmissor Canal Receptor
Fonte de entrada

Transdutor
Destinatário de saída

Imagem 22

32
TRANSDUTOR DE ENTRADA

O transdutor de entrada é um elemento muito importante neste


conjunto. Ele é quem transforma aquela informação ainda não
manipulada em sinais elétricos. O transdutor é quem recebe o sinal da
fonte. Como exemplos podemos citar o microfone, uma câmera de tv.
Seria interessante dizer que transdutor é todo dispositivo que
transforma uma forma de energia em outra.

Transdutor
Transmissor Canal Receptor
Fonte de entrada

Transdutor
Destinatário de saída

Imagem 23

33
TRANSMISSOR

O transmissor é um dispositivo que através do circuito eletrônico


processa o sinal para adaptá-lo ao canal de comunicação desejado.
Muitos desses transmissores possuem uma antena para ajudar na
propagação por sinal eletromagnético. Um dos processos envolvidos
na transmissão é a modulação, que serve para preparar o sinal de
informação a ser transmitido. Podemos citar como exemplo, uma torre
de transmissão.

Transdutor
Transmissor Canal Receptor
Fonte de entrada

Transdutor
Destinatário de saída

Imagem 24

34
CANAL DE COMUNICAÇÕES

O canal de comunicações é meio físico onde o sinal, depois de


manipulado, irá ser transmitido. Nesta etapa que costuma acontecer
as atenuações, perdas, contaminação por ruído entre outros
problemas que vamos abordar neste material. O canal de
comunicações é o caminho onde os sinais da informação transitam.
Como exemplos podemos citar a fibra ótica e a atmosfera.

Transdutor
Transmissor Canal Receptor
Fonte de entrada

Transdutor
Destinatário de saída

Imagem 25

35
RECEPTOR

É a parte que recebe os sinais da informação e os processa para


entregá-los ao transdutor de saída. Uma das suas principais funções é
a ampliação do sinal, bem como a demodulação. O receptor é o
responsável por tirar informações dos sinais que chegam do canal,
onde muitas vezes sofrem ruídos e distorções. Como exemplo,
podemos citar um receptor de tv digital.

Transdutor
Transmissor Canal Receptor
Fonte de entrada

Transdutor
Destinatário de saída

Imagem 26

36
TRANSDUTOR DE SAÍDA E
DESTINATÁRIO

O conceito é o mesmo visto anteriormente no transdutor de entrada.


Como o transdutor é um dispositivo responsável por transformar tipos
de energias em outras, nesta etapa o mesmo irá converter o sinal
elétrico de informação para a forma de onda original onde se encontra
a informação. Assim a linguagem elétrica é traduzida para nossa
linguagem (sons, imagens etc). O destinatário seria quem a
mensagem se destina. Poderíamos citar como exemplo de transdutor
de saída, um alto-falante e o destinatário poderia ser você assistindo,
em sua casa, Game of Thrones.

Transdutor
Transmissor Canal Receptor
Fonte de entrada

Transdutor
Destinatário de saída

Imagem 27

37
DISTORÇÃO

Os sinais de informação estão sujeitos à distúrbios como vimos


anteriormente, e essas deformações acontecem nos canais. Ou seja, a
distorção consiste em uma alteração da forma do sinal durante sua
transmissão. O sinal transmitido pode sofrer uma distorção sistemática
ou uma distorção fortuita. Aquela ocorre em um meio físico onde pode-
se prever o que vai acontecer com o sinal transmitido. A distorção
fortuita como o nome já diz, ocorre aleatoriamente, ou seja, apenas
usando métodos estatísticos para prevê-la. Esta distorção é mais
conhecida como ruído e muitas vezes danifica totalmente a informação
contida no sinal.

e(t) e(t)
volt volt

0 1 2 3 4 t(s) 0 1 2 3 4 t(s)

Imagem 28: Distorção de pulsos


Fonte: Medeiros, 2010, 83

38
RUÍDO

Os ruídos, N (noise), em inglês, são sinais indesejados que interferem


num sistema de comunicações, como vimos anteriormente podemos
considerar como ruído uma distorção fortuita. Podemos considera-los
como principal inimigo das comunicações, pois degrada a fidelidade do
sinal analógico e pode introduzir erros na transmissão ou recepção dos
sinais digitais. Muitas vezes os ruídos são produzidos pelos próprios
equipamentos utilizados nos sistemas de comunicações, ou seja,
provocados pelo homem, não obstante são produzidos pela atmosfera.
“Os ruídos atmosféricos são chamados de estática por muitos
operadores de rádio (Medeiros, 2010, 90)”.

Imagem 29: Imagens com ruídos


Fonte: https://www.hindawi.com/journals/aaa/2013/850360/fig1/

39
RELAÇÃO
SINAL/RUÍDO (S/N)

Uma relação bastante usada para


saber o quão significativo é um
ruído em um determinado sinal é a
razão/ruído. A mesma é expressa
em dB. Podemos observar na
fórmula abaixo, que a relação Imagem 30: Relação SNR
Fonte: https://goo.gl/Fm1Hjw
compara o nível de um sinal
desejado com o nível do ruído.
𝑺 𝑃𝑠𝑖𝑛𝑎𝑙
= 𝟏𝟎 LOG Muitos circuitos eletrônicos
𝑵 𝑃𝑟𝑢Í𝑑𝑜
implementam funções de
Fica fácil analisar que quanto mais processamento de sinais, onde o

aumentar o nível do sinal melhor, principal objetivo é amplificar,

todavia o ideal seria não só atenuar ou remover componentes

melhorar esse sinal, mas também de um sinais elétricos. Como

diminuir o ruído presente no exemplos temos os filtros passa-


faixa, passa-baixas, passa-altas
sistema. Assim, o seu objetivo é
entre outros.
sempre tentar aumentar a razão
SNR (sinal/ruído).

40
RELAÇÃO SINAL/RUÍDO (S/N)

Vamos imaginar a seguinte situação:

Durante a análise de um canal de transmissão digital, sabendo que nas


comunicações digitais a relação sinal ruído mínima é S/N ≥ 15 dB, foi
verificado que a potência de ruído inerente a esse canal era de 3 W. A
medida do nível de potência de recepção do sinal mostrou o valor de 45 W.
O nível de sinal obtido na recepção era satisfatório de forma a garantir a
integridade da informação digital transmitida?

𝑺 𝑃𝑠𝑖𝑛𝑎𝑙
= 𝟏𝟎 log
𝑵 𝑃𝑟𝑢í𝑑𝑜

𝑺 𝑃𝑠𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑺 45𝑊
= 𝟏𝟎 LOG → = 𝟏𝟎 LOG = 10 ∙ 1,176 = 11,76 𝑑𝐵
𝑵 𝑃𝑟𝑢Í𝑑𝑜 𝑵 3𝑊

Levando-se em conta o valor da relação sinal ruído mínima (15 dB) na


recepção, podemos afirmar que o valor do nível de sinal não foi satisfatório,
comprometendo a informação.

41
CAPACIDADE DE UM CANAL

Chegamos a mostrar neste material o teorema da amostragem, conceito


descrito por Nyquist em 1924. Este teorema tem muito uso, por exemplo,
no desenvolvimento de codificadores analógicos-digitais (modem), onde
é de extrema importância o processo de restauração da informação.
Vimos que o teorema da amostragem define a quantidade mínima de
amostras que devem ser obtidas de um sinal contínuo amostrado deve
ser duas vezes a maior frequência deste sinal, para ser possível sua
recuperação. Assim dada uma largura de banda K Hz, a maior taxa de
sinal que poderá ser suportada por esta largura de banda será 2K bps.
Por exemplo, um canal de voz com largura de banda de 4000 Hz está
sendo utilizado via modem para transmitir dados digitais, qual seria a
capacidade do canal? De acordo com o teorema será 2x4000 = 8000
bps.

4 kHz 8000 bps

Imagem 31

42
CAPACIDADE DE UM CANAL

Sabemos que as paredes tem ouvidos, certo? Bom, mas sabemos


também que uma simples conversa entre duas pessoas não pode chegar
tão longe, pois a informação criada nesta conversa não tem propriedades
físicas para viajar tanto, porém existe uma grande aliada das
telecomunicações chamada portadora. A portadora tem papel
fundamental na elaboração dos modens, uma vez que a informação
(mensagem) é impressa na mesma. Conhecermos mais sobre esta
grande amiga é interessante nesta etapa do curso. Antes precisamos
saber o que significa Baud e relembrar a o significado de modulação.

MODULAÇÃO

Sabemos que modulação é a variação das características de uma onda


(portadora) de acordo com outra onda ou sinal (sinal modulador). Assim,
podemos dizer que a modulação nada mais é que um processo para
imprimir uma informação em uma onda portadora para permitir sua
transmissão no meio de comunicação. A portadora pode ser analógica
(senóide) ou digital (trem de pulsos) e o sinal modulador pode ser
analógico (exemplo: voz) ou digital (dados). Vamos ver nesse material a
modulação ASK que consiste alterar a amplitude da onda portadora em
função do sinal digital a ser transmitido.
43
BAUD

Muitas vezes confundido com bit/s (Bit Rate), o Baud é o número de


possíveis variações da onda portadora, ou seja, o número de vezes que
se imprime a informação digital na onda portadora por segundo. Então
em uma taxa de sinal quando temos k bits/s, essa informação indica
efetivamente a o número de bits transmitido pelo canal de comunicação
a cada segundo. Quando a modulação é do tipo ASK monobit o número
de bauds é igual a bits/s, pois a cada baud (cada ciclo da portadora) traz
uma informação. Existem ainda a modulação multinível (dibit, tribit etc),
onde pode-se trazer mais informações cada ciclo da portadora.

EXEMPLO

Imagine um protocolo, onde o nível lógico 1 é representado pela


amplitude 12 v e para representar o nível lógico 0, utiliza-se a amplitude
5v. No protocolo ainda foi estabelecido que a portadora seria de 4100 Hz
e a cada ciclo da mesma, seria lançada uma informação, portanto, um bit
por ciclo da onda. Observe como ficaria a forma de onda resultante da
transmissão da sequência de bits 101101.

44
EXEMPLO

Informação: 10100.

A
12 v

5v

Imagem 32

Observe que a cada ciclo temos um bit (informação) conforme o


protocolo escolhido. Como estamos trabalhando com a modulação
monobit neste exemplo, cada ciclo traz uma informação, e como a
portadora está a 4100 Hz, tem-se uma transmissão à taxa de 4100 bits/s.
Se a modulação fosse dibit (2 bits por ciclo) a taxa seria de 8200 bits/s. É
importante sabermos que esse protocolos são criados por organismos
internacionais, como exemplo temos a União Internacional de
Telecomunicações (ITU), onde são sugeridas e determinadas as
doutrinas de telecomunicações.

45
CONCLUSÃO

Espero ter ajudado com este material, o mesmo foi fruto de pesquisas
bibliográficas de livros e artigos, estes encontrados na web. Caso encontre
algum erro conceitual, bem como gramatical, estamos abertos a sugestões e
correções. Esta unidade didática tem 06 horas, então muitos assuntos
relacionados aos temas não foram abordados neste material, porém na
modalidade presencial vamos abordar outros conceitos de telecomunicações,
bem como da telefonia. Muito obrigado!

Contato
Email: erlan.matias@eb.mil.br
Telefone: (61)34153523
Ritex: 861-3523

46
BIBLIOGRAFIA

DO ANALÓGICO AO DIGITAL: AMOSTRAGEM, QUANTIZAÇÃO E CODIFICAÇÃO . UFABC. Disponível

em: <http://ic.ufabc.edu.br/II_SIC_UFABC/resumos/paper_5_74.pdf>. Acesso em: 02 abr. 2018.

O DECIBEL, OU MELHOR: OS DECIBÉIS. UFRGS. Disponível em:

<http://www.mat.ufrgs.br/~portosil/passa1e.html>. Acesso em: 20 mar. 2018.

MEDEIROS, J. C. O. Princípios de telecomunicações: teoria e prática. 3. ed. São Paulo: Érica, 2010.

NOÇÕES DE ESPECTRO DE FREQUÊNCIA. IFSC. Disponível em:

<http://www.sj.ifsc.edu.br/~saul/principios%20de%20sistemas%20de%20telecomunicacoes/Nocoes%20d

e%20Espectro%20de%20Frequencias.pdf>. Acesso em: 28 mar. 2018.

TELEFONIA DIGITAL: VOZ DIGITAL. TELECO. Disponível em:

<http://www.sj.ifsc.edu.br/~saul/principios%20de%20sistemas%20de%20telecomunicacoes/Nocoes%20d

e%20Espectro%20de%20Frequencias.pdf>. Acesso em: 28 mar. 2018.

47

Das könnte Ihnen auch gefallen