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CRIMES: NOÇÕES INTRODUTÓRIAS

DOUTRINA: CLEBER MASSON


DOUTRINA: ROGÉRIO GRECO
DOUTRINA: GUILHERME NUCCI

1. CONCEITO DE CRIME
- O crime pode ser conceituado levando em conta três aspectos:
a) Material (substancial): é toda ação ou omissão humana que
lesa ou expõe a perigo de lesão bens jurídicos penalmente
tutelados.
b) Legal: é o fornecido pelo legislador no art. 1.º da Lei de
Introdução ao Código Penal: quando o preceito secundário cominar
pena de reclusão ou detenção, pouco importando a lei em que
estiver inserida a figura penal, teremos um crime.
- Direito Penal brasileiro acolheu um sistema dicotômico, ao
fracionar o gênero infração penal em duas espécies
 crime ou delito;
 contravenção penal.
A distinção entre crime e contravenção penal é de grau, quantitativa
(quantidade da pena), e também qualitativa (qualidade da pena),
mediante valores escolhidos pelo legislador. Tais valores,
decisivos para a distinção, não são absolutos e pacificamente
aceitos, e podem variar ao longo do tempo.

Há ainda outras distinções entre as espécies de infração penal:


- O art. 28 da Lei 11.343/2006 define o crime de posse de droga
para consumo pessoal, a ele cominando as penas de advertência
sobre os efeitos das drogas, prestação de serviços à comunidade e
medida educativa de comparecimento a programa ou curso
educativo.
Surgiu a discussão doutrinária acerca de ser um crime ou não:
 Ilícito penal sui generis: como não foram previstas penas de
reclusão ou de detenção, não se trata de crime, e, estando
ausentes as penas de prisão simples ou multa, também não
configura contravenção penal.
 Crime: é a corrente predominante. Além de outros
argumentos, a própria lei, ao tratar do tema, classificou a
conduta como crime. Adotado pelo STF.
Sendo assim, a Lei de Introdução ao Código Penal fornece um
conceito geral (genérico) de crime, aplicável sempre que não existir
disposição especial em sentido contrário. Além disso, a sua
finalidade precípua não é dizer sempre o que se entende por crime,
mas diferenciá-lo da contravenção penal.

c) Formal (analítico/dogmático): se funda nos elementos que


compõem a estrutura do crime.
- Surgem três teorias acerca dos elementos do crime:
 Teoria quadripartida: sustentava ser o crime composto por
quatro elementos: fato típico, ilicitude, culpabilidade e
punibilidade (Basileu Garcia).
Essa posição quadripartida é claramente minoritária e deve
ser afastada, pois a punibilidade não é elemento do crime,
mas consequência da sua prática.
 Teoria tripartida: seriam elementos do crime: fato típico,
ilicitude e culpabilidade.
Quem aceita um conceito tripartido de crime tanto pode ser
clássico como finalista.
 Teoria bipartida: entendem o crime como fato típico e
ilícito (Dotti, Damásio, Mirabete etc.).
A culpabilidade deve ser excluída da composição do crime,
uma vez que se trata de pressuposto de aplicação da pena. Ao
se adotar a teoria bipartida do crime, necessariamente será
aceito o conceito finalista de conduta.

- Critério adotado pelo Código Penal: fica a impressão de tratar-se


o crime de fato típico e ilícito, pois subsiste mesmo com a isenção
da pena em relação ao autor do crime anterior. Porém há
posicionamentos doutrinários em que alegam que o CP adota a
posição tripartida.
2. ILÍCITO PENAL E OUTROS ILÍCITOS
- Ilicitude é a relação de contrariedade entre o fato praticado por
alguém e o ordenamento jurídico como um todo. Há, nesse
contexto, ilícitos de natureza penal, civil, tributária, administrativa,
ambiental etc., não existindo diferença entre eles quanto à origem.
O ilícito penal se separa dos demais, em relação à sua gravidade,
por força da relevância da conduta praticada e da importância do
bem jurídico tutelado. E o critério para essa distinção é meramente
político. As outras disciplinas jurídicas preveem sanções mais
brandas.
3. SUJEITOS DO CRIME
- Sujeitos do crime são as pessoas ou entes relacionados à prática e
aos efeitos da empreitada criminosa. Dividem-se em:
3.1. SUJEITO ATIVO
É a pessoa que realiza direta ou indiretamente a conduta criminosa,
seja isoladamente, seja em concurso.
 Autor e coautor: realizam o crime de forma direta
 Partícipe e o autor mediato: o fazem indiretamente.
- O sujeito ativo pode receber variadas denominações, dependendo
do momento processual e do critério posto em exame, tais como:
 agente (geral);
 indiciado (no inquérito policial);
 acusado (com o oferecimento da denúncia ou queixa);
 réu (após o recebimento da inicial acusatória);
 sentenciado (com a prolação da sentença);
 condenado (após o trânsito em julgado da condenação);
 reeducando (durante a execução penal);
 gresso (após o cumprimento da pena);
 criminoso e delinquente (objeto de estudo das ciências
penais, como na criminologia).
- A regra é a de que apenas o ser humano pode ser sujeito ativo de
infrações penais, mas também se discute a possibilidade de
responsabilidade penal da pessoa jurídica.
Os animais podem funcionar como instrumento do crime, mas
jamais serão sujeito ativo de uma infração penal.
3.1.1. A PESSOA JURÍDICA COMO SUJEITO ATIVO DE
CRIMES
É necessário, inicialmente, abordar a natureza jurídica de tais entes.
 Teoria da ficção jurídica: idealizada por Savigny, a pessoa
jurídica não tem existência real, não tem vontade própria.
Apenas o homem possui aptidão de ser sujeito de direitos.
Para os adeptos dessa corrente, é impossível a prática de
crimes por pessoas jurídicas. Não há como imaginar uma
infração penal cometida por um ente fictício.
 Teoria da realidade (orgânica/organicista/personalidade
real): de Otto Gierke, sustenta ser a pessoa jurídica um ente
autônomo e distinto de seus membros, dotado de vontade
própria. É, assim, sujeito de direitos e obrigações, tais como
uma pessoa física. É a teoria mais aceita no Direito.
Com a preferência pela teoria orgânica, passa-se ao debate acerca
da sujeição criminal ativa da pessoa jurídica. Surgem duas
correntes:
 Impossibilidade de a pessoa jurídica ser sujeito ativo de
infrações penais;
 Possibilidade de a pessoa jurídica figurar como sujeito ativo
de crimes.
- A CF admitiu a responsabilidade penal da pessoa jurídica nos
crimes contra a ordem econômica e financeira, contra a economia
popular e contra o meio ambiente, autorizando o legislador
ordinário a cominar penas compatíveis com sua natureza,
independentemente da responsabilidade individual dos seus
dirigentes (CF, arts. 173, § 5.º, e 225, § 3.º).
Somente podem ser praticados os crimes previstos na Constituição
Federal, desde que regulamentados por lei ordinária, a qual deverá
instituir expressamente sua responsabilidade penal.
Sendo este o atual entendimento do STF e do STJ.
- Ao aceitar a responsabilidade penal da pessoa jurídica, deve
destacar-se que esse reconhecimento não exclui a responsabilidade
da pessoa física coautora ou partícipe do delito. É o que se
denomina de sistema paralelo de imputação (teoria da dupla
imputação) (art. 3.º, parágrafo único, da Lei 9.605/1998; arts. 13,
caput, e 29, caput, CP).
3.1.1.1. RESPONSABILIDADE PENAL E PESSOA
JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO
- Existem duas posições:
 Sim: é possível, pois a Constituição Federal e a Lei
9.605/1998 – Crimes Ambientais – não fazem distinção entre
a pessoa jurídica de direito privado e a pessoa jurídica de
direito público;
 Não é possível: pois a sanção penal acabaria prejudicando a
própria coletividade, seja em face da lesão ao patrimônio
público (pena de multa), seja com a suspensão ou extinção de
serviço de interesse público (nas demais penas).
* pesquisar qual é a majoritária ou adotada na jurisprudência.
3.2. SUJEITO PASSIVO
- É o titular do bem jurídico protegido pela lei penal violada por
meio da conduta criminosa.
Pode ser denominado como:
 Vítima;
 Ofendido.
- Se divide em duas espécies:
 Sujeito passivo constante (mediato/formal/geral/genérico/
indireto): é o Estado, pois a ele pertence o direito público
subjetivo de exigir o cumprimento da legislação penal.
Figura como sujeito passivo de todos os crimes, pois qualquer
violação da lei penal transgride interesse a ele reservado pelo
ordenamento jurídico.
 Sujeito passivo eventual
(imediato/material/particular/acidental/direto): é o titular
do bem jurídico especificamente tutelado pela lei penal.
O Estado sempre figura como sujeito passivo constante, além
disso, pode ser sujeito passivo eventual.
- Podem ser sujeitos passivos (vítimas) de crime:
 Pessoa jurídica
 Incapazes, e inclusive o nascituro, como é o caso do aborto;
É possível a existência de sujeito passivo indeterminado. É o que
ocorre nos crimes vagos, aqueles que têm como vítima um ente
destituído de personalidade jurídica.
- Não podem ser sujeitos passivos (vítimas) de crimes:
 Mortos;
 Animais.
Ninguém pode praticar um crime contra si próprio. Em
consonância com o princípio da alteridade do Direito Penal,
inexiste delito na conduta maléfica somente a quem a praticou.
- Não se deve confundir o sujeito passivo com o prejudicado pelo
crime:
 Sujeito passivo: é o titular do bem jurídico protegido pela lei
penal violada;
 Prejudicado pelo crime: é qualquer pessoa a quem o crime
traga danos, patrimoniais ou não.
4. OBJETO DO CRIME
- É o bem ou objeto contra o qual se dirige a conduta criminosa.
Se subdivide em:
 Objeto jurídico: é o bem jurídico, isto é, o interesse ou valor
protegido pela norma penal;
 Objeto material: é a pessoa ou a coisa que suporta a conduta
criminosa.

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