Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
RESUMO ABSTRACT
Palavras-chave: Geografia brasileira. Geografia humanista. Keywords: Brazilian geography. Humanist geography. Geographical
Fenomenologia geográfica. Pensamento geográfico. Epistemologia phenomenology. Geographical through. Epistemology of geography.
da geografia.
1 Professor da Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA) e do Programa de Pós-Graduação em Geografia do Instituto de Geociências (IG). Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
eduardo.marandola@fca.unicamp.br.
Faculdade de Ciências Aplicadas da Unicamp. R. Pedro Zaccaria, 1300. Caixa Postal 1068. Limeira, SP. 13484-350.
tornou o grande baluarte desta renovação, com destaque à tese de O rótulo “geografia humanista” assumiu ares de subcampo a partir
doutorado de Edward Relph, de 1973, que se tornou o clássico “Place das publicações de meados dos anos 1970, especialmente com o
and placesslessness” (RELPH, 1976; 2010), e dois dos primeiros livros artigo “Humanistic geography”, publicado por Yi-Fu Tuan no Annals of
de Yi-Fu Tuan, “Topofilia” (1974) e Espaço e lugar (1977)3. the Association of American Geographers, em 1976, e com a coletânea
Outra via que fortalecia essa tendência vinha dos estudos homônima publicada por David Ley e Marwyn Samuels, em 1978
perceptivos, da preocupação com a consciência e a percepção do (TUAN, 1976; LEY; SAMUELS, 1978). Ainda em 1976, outros geógrafos
espaço ou ambiente, numa aproximação com os estudos urbanos e do movimento, como Anne Buttimer (BUTTIMER, 1976), Edward
movimento humanista, embora não tenha sido citado sistematicamente. sobre lugar, paisagem e ontologia geográfica, especialmente a partir
Holzer (2010a) defende que isso teria acontecido em Toronto (local de de Heidegger (RELPH, 1977; 1979; 1985; 1989; MARANDOLA JR.,
trabalho de Relph e por onde também esteve Buttimer, por exemplo), 2013), continuando ainda nesta senda, mesmo após sua aposentadoria
no bilíngue Canadá, onde a bibliografia francesa circulava com maior na Universidade de Toronto.
facilidade naquela época de predominância de abordagens da Nova Os anos 1990 trouxeram a renovação ou reativação da Geografia
Geografia, de matriz anglo-saxã. Este encontro teria se dado durante a Cultural (JACKSON, 1989), e o contexto da globalização em
pesquisa para a tese de doutorado de Relph (defendida em 1973), pois construção, com as demandas sobre novos localismos, discussões
a epistemologia geográfica e como muitos autores não a tinham Projeções da geografia humanista na geografia brasileira:
em si como seu principal tema de investigação, ela aparece muito reajustes recentes
significativamente como abordagem, não se fechando sobre temas
específicos. Em vista disso, mesmo que a geografia humanista, como No Brasil, os tempos desses processos são um pouco distintos, pois
movimento, já não existisse claramente, suas preocupações estavam não houve especificamente um movimento humanista organizado e
sendo incorporadas em vários campos e temáticas da geografia, pois forte nos anos 1970 ou 1980. O que assistimos, no caso brasileiro, foram
foi carregada pelos geógrafos enquanto abordagem metodológica ou repercussões pontuais a partir daquele eixo original do movimento
subtítulo a menção à percepção e ao meio ambiente, foi e Um exemplo ilustrativo é o texto “Tendências atuais da geografia
continua sendo uma das portas de entrada para essa discussão, brasileira”, de Manuel Correia de Andrade, que produziu numerosas
tanto para geógrafos quanto para não-geógrafos (TUAN, avaliações desse tipo, especialmente nos anos 1980 (ANDRADE,
2012b); 1985). No único parágrafo dedicado a essa tendência, lemos:
2) A importância do grupo de Rio Claro, especialmente Lívia de
Uma terceira tendência, de origem Kantiana e influenciada pelas
Oliveira e Lucy Marion Machado, que se constituíram como ideais da Geografia Cultural de Sauer, começa a penetrar no
a mais significativa manifestação desses estudos no país até pensamento geográfico brasileiro, o da chamada geografia da
de Oswaldo Bueno Amorim Filho (AMORIM FILHO, 1987; 1999). Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Essa renovação, que
Em vista disso, prevalecia ainda, na historiografia e epistemologia epistemologicamente bebe da geografia humanista estadunidense
da geografia, uma leitura da geografia da percepção, e os traços (HOLZER, 1992; 1996; 2001; 2005; MELLO, 2001; 2005), dá visibilidade
humanistas ficam a ela ligados. a autores brasileiros que construíram suas dissertações de mestrado e
Somente ao longo dos anos 2000, com carona na renovação da teses de doutorado ao longo dos anos 1990 focadas de forma explícita
geografia cultural é que alguns desses autores tiveram projeção na fenomenologia : Werther Holzer e João B. F. de Mello, sobretudo.
ampliada para além de seus textos, potencializando a reunião Os contínuos eventos e a consolidação da geografia cultural
como o eixo principal, ou seja, como a imagem que esse horizonte o trabalho iniciado, e não acabado, pelos geógrafos humanistas de
está recebendo (paralelamente ao corpus da geografia cultural, que se constituir uma geografia eminentemente fenomenológica, razão
encontra estabelecida e difundida em vários centros pelo país). pela qual o termo fenomenologia, anteriormente não representativo
Isso acontece, de um lado, por essa renovação e retomada da deste coletivo no Brasil, hoje o é.
discussão da fenomenologia, a qual radicaliza e dá continuidade ao O segundo motivo é para marcar a diferença da forma como esse
esforço humanista dos anos 1970, e de outro, pela postura de pensar a processo aconteceu na geografia anglo-saxã, a qual abandonou (ou
fenomenologia na contemporaneidade, não hesitando em aplicá-la em aposentou) o termo geografia humanista há bastante tempo (nós
não encontramos geógrafos humanistas, ou sessões de geografia
fenomenologia e ao pós-estruturalismo. Examinemos primeiramente modernidade. Não há, portanto, clareza sobre potenciais conexões
o segundo deles. entre o projeto fenomenológico geográfico e estas tendências pós-
Muito ligado às leituras deleuzianas, especialmente no contexto estruturalistas, embora haja um nítido sentido de superação adotado
dos estudos culturais e das artes, a fenomenologia foi reintroduzida pelos segundos, especialmente numa negativa de qualquer sentido
na geografia por esta via, no contexto dos estudos sobre imagem de lugar enraizado num senso identitário que seja ancorado em uma
preocupados com as consequências das novas tecnologias e seu memória ou identidade permanente, enraizada (OLIVEIRA JR., 2012).
impacto no sujeito. É o esforço de entender as novas geografias num A pós-fenomenologia, ao invés de romper ou superar a
geografia no contexto pós-fenomenológico (que está em franco Essas questões estão sendo discutidas por filósofos franceses como
debate entre filósofos), e o fazem deliberadamente para marcar a Quentin Meillassoux (2008; 2012), Jean-Lucy Nancy (1996), Catherine
diferença em relação àquela fenomenologia do movimento humanista Malabou (2004; 2005), no questionamento do sujeito e as possibilidades
dos anos 1970, mas sobretudo para marcar a contemporaneidade de de existência, o papel da tecnologia e as transformações do corpo e
suas reflexões (LARSEN; JOHNSON, 2011). da própria ideia de ser humano, que reverberam na nossa experiência
Embora mantenham sua inspiração fundada no projeto de E. de ser-e-estar-no-mundo, ou na constituição do sujeito no mundo da
Husserl, M. Heidegger ou M. Merleau-Ponty, estão desdobrando ou vida.
deslizando as consequências do pensamento fenomenológico para
Isso é sintomático da contribuição ainda não avaliada, em sua contexto das transformações na experiência contemporânea. O espaço
inteireza, da fenomenologia do espaço heideggeriana, por exemplo, desse horizonte de pensamento foi plenamente conquistado, e é a
que passou ao longo das últimas décadas por sensíveis revelações e oportunidade de dialogarmos com maior intensidade e perseguimos
ampliação, especialmente no que tange ao sentido espacial de seu este projeto, sem deixar de acompanhar as transformações sociais e
pensamento (MALPAS, 1999; 2007; YOUNG, 2000). Outros filósofos espaciais atuais.
fenomenologistas e pós-fenomenologistas certamente serão objeto Nesse sentido, é necessário enfatizar o papel da geografia humanista
de estudo nos próximos anos, no esforço de pensar o papel da enquanto movimento de renovação de toda a geografia. Se temos hoje
Ambiental: contexto teórico e aplicações ao tema urbano. 1ed.Belo Elementos de epistemologia da geograifa contemporânea. Curitiba:
Horizonte: Instituto de Geociências da UFMG, 1987, v. 1, p. 9-20. Ed. UFPR, 2002. p.11-43.
______. A Evolução do Pensamento Geográfico e a Fenomenologia. DARDEL, Eric. O homem e a terra: natureza da realidade geográfica.
Sociedade & Natureza, Uberlândia, v. 11, n.21-22, p. 67-87, 1999. (trad. Werther Holzer) São Paulo: Perspectiva, 2011.
______. Lívia de Oliveira: uma educadora explorando as fronteiras DELEUZE, Gilles. Lógica do sentido. São Paulo: Perspectiva, 1974.
mais avançadas da geografia. Geografia, v. 31, p. 411-426, 2006. ______. O que é a filosofia? Rio de Janeiro: Editora 34, 1992.
ANDRADE, Manuel C. Tendências atuais da geografia brasileira. DE PAULA, Fernanda. Constituições do habitar: reassentamento
ASH, James. Geography and post-phenomenology. Esotechinics: DEL RIO, Vicente; OLIVEIRA, Lívia. (orgs.) Percepção ambiental: a
technology, theory, space. Posted abr. 2012. Disponível em: <http:// experiência brasileira. São Paulo: Studio Nobel, 1996.
jamesash.co.uk/blog/?p=82>. DOWNS, Roger M. Geographic space perception: Past approaches
BUTTIMER, Anne. Values in geography. Washington: Association of and future prospects. Progress in Geography, v. 2, p. 66-108, 1970.
American Geographers, 1974. 58p. ENTRIKIN, J. Nicholas. Contemporary humanism in geography. Annals
______. Grasping the dynamism of lifeworl. Annals of the Association of the Association Americans Geographers, Washington, v. 66, n. 4,
of American Geographers, Washington, v. 66, n. 2, p. 277-292, jun. p. 615-632, dez. 1976.
1976. ______. O humanismo contemporâneo em Geografia. Boletim
______. Apreendendo o dinamismo do mundo vivido. In: Geografia Teorética, Rio Claro, v. 10, n. 19, p. 5-30, 1980.
CHRISTOFOLETTI, A. (org.) Perspectivas da geografia. São Paulo: GALLAIS, Jean. Alguns aspectos do Espaço vivido nas civilizações do
Difel, 1982. mundo tropical. Boletim Geográfico. Rio de Janeiro, v. 35, n. 254, 1977.
CAZETTA, Valéria; OLIVEIRA JR., Wenceslao M. (Orgs.) Grafias do GOMES, Paulo C. Geografia e modernidade. Rio de Janeiro: Bertrand,
espaço: imagens da educação geográfica contemporânea. Campinas: 1996.
Alínea, 2013.
GRATÃO, Lúcia H. B. A poética d’ “O Rio” – ARAGUAIA! De Cheias…
CHIAPETTI, Rita Jaqueline N. Na beleza do lugar, o rio das Contas &… Vazantes… (À) Luz da Imaginação!. 2002. 354p. Tese (Doutorado
indo… ao mar. 2009. Tese (Doutorado em Geografia) ― Instituto de em Ciências: Geografia Física) – Faculdade de Filosofia, Letras e
Geociências e Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista, Rio Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo.
Claro.
HOLZER, Werther. A geografia humanista: sua trajetória de 1950
CLAVAL, Paul. A revolução pós-funcionalista e as concepções atuais a 1990. 1992. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Instituto de
da geografia. In: MENDONÇA, Francisco; KOSEL, Salete (Org.) Geociências, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.
______. A Geografia Humanista: uma revisão. Espaço e Cultura, Rio ______. Experimental Phenomenology. Albany: State University of
de Janeiro, n. 3, p. 8-19, 1996. New York, 2012.
______. Um estudo fenomenológico da paisagem e do lugar: a JACKSON, Peter. Maps of meaning: an introduction to cultural
crônica dos viajantes no Brasil do século XVI. 1998. Tese (Doutorado geography. London: Routledge, 1989.
em Ciências: Geografia Humana) – Faculdade de Filosofia, Letras e
Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo. LARSEN, Soren C.; JOHNSON, Jay T. Toward an open sense of place:
phenomenology, affinity, and the queston of being. Annals of the
______. A Geografia fenomenológica de Eric Dardel. In: ROSENDAHL,
Association of American Geographers, v.102, n.3, p.632-646, 2012.
Zeny; CORRÊA, Roberto L. (orgs.) Matrizes da Geografia Cultural. Rio
LYNCH, Kevin. The image of the city. Cambridge: MIT Press, 1960. McDOWELL, Linda. A transformação da geografia cultural. In:
GREGORY, Derek. (Org.) Geografia humana: sociedade, espaço e
______. A imagem da cidade. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
ciência social. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1996. p.159-188.
MALABOU, Catherine. Le change Heidegger du fantastique en
philosophie. Paris: Leo Scheer, 2004. MEILLASSOUX, Quentin. After Finitude, An Essay on the Necessity
of Contingency. Paris: Seuil, 2008.
______. La plasticité au soir de l’écriture. Dialectique, destruction,
déconstruction. Paris: Leo Scheer, 2005. ______. Après la finitude, essai sur l’absolu. Paris: Seuil, 2012.
MALPAS, Jeff. Place and Experience. Cambridge: Cambridge MEINING, Donald D.W. (ed.) The interpretation of ordinary landscape:
OLIVEIRA JUNIOR, Wenceslao M. Grafar o espaço, educar os olhos - ______. Reflexões sobre a emergência, aspectos e essência de lugar. In:
rumo a geografias menores. Pro-Posições, v. 20, p. 7-19, 2009. MARANDOLA JR., Eduardo; HOLZER, Werther; OLIVEIRA, Lívia (Orgs.)
______. Lugares geográficos e(m) locais narrativos: um modo de se Qual o espaço do lugar? Geografia, Epistemologia, Fenomenologia.
aproximar das geografias de cinema. In: MARANDOLA JR., Eduardo; São Paulo: Perspectiva, 2012. p.17-32.
HOLZER, Werther; OLIVEIRA, Lívia (Orgs.) Qual o espaço do lugar? ROSE, M. Dwelling as marking and claiming. Environment and
Geografia, Epistemologia, Fenomenologia. São Paulo: Perspectiva, Planning D: Society and Space, v. 30, n.5, p. 757-771, 2012.
2012. p.119-154.
ROWNTREE, Lester B. Cultural/humanistic geography, Progress in
REIS, Deyvid F. A cidade do morador de rua e o morador de rua na
RELPH, Edward C. Place and placelessness. Londres: Pion, 1976a. SANTOS, Milton. Por uma geografia nova. São Paulo: Hucitec, 1978.
______. The phenomenological foundations of geography. Toronto: SILVA, Armando C. Fenomenologia e Geografia. Orientação, São
Departament of Geography, University of Toronto, 1976b. [Discussion Paulo, n.7, p.53-56, 1986.
Paper Series n.21] SIMPSON, P. Ecologies of experience: Materiality, sociality, and
______. Humanism, phenomenology, and geography, Annals of the the embodied experience of (street) performing. Environment and
Association of American Geographers, Washington, v. 67, n. 1, p. 177- Planning A, v. 45, n.1, p. 180-196, 2013.
179, 1977. ______. Apprehending everyday rhythms: Rhythmanalysis, time-lapse
______. As bases fenomenológicas da geografia. Geografia, v.4, n.7, photography, and the space-times of street performance’. Cultural
p.1-25, abr. 1979. Geographies, v.19, n.4,p. 423-445, 2012.
______. Falling on Deaf Ears: a post-phenomenology of sonorous
______. Geographical experiences and being-in-the-world: the
presence. Environment and Planning A, v. 41, n.11, p. 2556-2575,
phenomenological origins of geography. In: SEAMON, David;
2009. DOI: 10.1068/a41247.
MUGERAUER, Robert (Eds.) Dwelling, place & environment: towards
a phenomenology of person and world. New York: Columbia University TUAN, Yi-Fu. Topophilia; or, sudden encounter with the landscape,
Press, 1985. p. 15-31. Landscape, v. 11, n. 1, p. 29-32, 1961.
______. Responsive methods, geographical imagination and the study ______. Geography, phenomenology and the study of human nature,
of landscapes. In: KOBAYASHI, A. L.; MACKENZIE, S. (eds.) Remaking The Canadian Geographer/Le géographe canadien, Montreal, v. 15,
human geography. Boston: Unwin Hyman, 1989. p. 149-163. n. 3, p. 181–192, set. 1971.
______. Topophilia: a study of environmental perception, attitudes,
______. Place and placelessness. (Reimpressão) Londres: Pion, 2010.
and values. Englewoods Cliffs: Prentice-Hall, 1974.
______. Place: an experiential perspective, Geographical Review, ______. Cultural Geography: Glances Backward and Forward. Annals
Nova York, v. 65, n. 2, p. 151-165, abr. 1975a. of the Association of American Geographers, v. 94, n. 4, 2004.
______. Ambiguidades nas atitudes para com o meio-ambiente, ______. Humanist geography: An Individual`s Search For Meaning.
Boletim Geográfico, Rio de Janeiro, v. 33, n. 245, p. 5-23, 1975b. Virginia: George F. Thompson Publishing, 2012a.
______. Topolifia: um estudo da percepção, atitudes e valores do meio
______. Humanistic geography, Annals of the Association of
ambiente. (trad. Lívia de Oliveira) Londrina: Eduel, 2012b.
American Geographers, Washington, v. 66, n. 2, p. 266-276, jun. 1976.
WHITE, Gilbert F. Choice of Adjustment to Floods. Chicago:
______. Space and place: the perspective of experience. Minneapolis: Department of Geography, University of Chicago, 1964. [Research