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MEDIÇÃO DA PERMEABILIDADE DAS ROCHAS

SINOPSE - Apresenta as bases teóricas de um novo método


destinado à obten!:ão da verdadeira permeabilidade das l'ochas,
utilizando-se sômente uma medida de permeabilidade para gás.
Cita-se o llistórico dos estudos da permeabilidade de meios poro-
sos aos gases e líquidos. O novo método é explicado e sua validade
demonstrada através de gráficos.

OSllw,r .Abib C*)

Introdução - Constantemente, o engenheiro de petróleo é chamado


a intervir em problemas, nos quais o movimento de fluidos, atràvés dos
poros das rochas assume importância fundamental.
Este movimento é regulado pela lei de Darcy, a qual estabelece que
a velocidade de escoamento aparente de um fluido (va) , possuindo vis-
cosidade «7]», sob um determinado gradiente de pressão (P), através de
uma rocha com permeabilidade «K», é dada por
K
v = - - - grad P (1)
a 1J

Das grandezas que aparecem na equação (1), uma, particularmen-


te, interessa aos engenheirós de petróleo. Tal grandeza é a permeabili-
dade do meio poroso, sem o conhecimento da qual nada se pode rea-
lizar no sentido de uma interpretação quantitativa de qualquer movi-
mento de fluido no interior dos reservatórios.
Em vista disto, sempre se procura medir a permeabilidade das ro-
chas, o que é geralmente feito por meio de determinações experimentais
de laboratório. O processo empregado consiste em fazer fluir, através
de uma amostra da rocha da qual se deseja a permeabilidade, um fluido
de propriedades conhecidas, sob certo diferencial de pressão. A partir
dos dados obtidos no ensaio, a permeabilidade pode ser fàcilmente
calculada.
Estas determinações, graças à facilidade de experimentação com
gás relativamente ao líquido, são quase sempre realizadas usando o gás
C*) Professor do Curso de Perfuração e Produção do CENAP - PETROBRÁS.

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como veículo, ficando sujeitas a erros os quais dependem não só da na-
tureza do fluido que está escoando, mas também das características da
própría rocha.
Histórico - Kundt e Warburg (1875), estudando o fluxo de gases
ao longo de uma parede sólida, verificaram que a camada de gás pró-
xima à superfície possuia movimento com respeito à superfície sólida.
Klinkenberg (1941) (1), aplicando esta teoría ao movimento de fluidos
no interior de um meio poroso, chegou às seguintes conclusões:
a) a permeabilidade de uma rocha, obtida no laboratório, usando
um líquido como veículo, é independente do líquido usado;
b) a permeabilidade a líquido é uma propriedade verdadeiramente
característica da rocha; ,
c) a permeabilidade de uma rocha, obtida no laboratório, usando
um gás como veículo, depende da natureza do gás empregado,
das características da rocha e da pressão média de escoamento.
Esta dependência pode ser expressa por: '
K = K (1 + 4Àc . _1_) (2)
g v r P
m
onde
Kg = permeabilidade a gás medida à pressão média de escoamen-
to (Pm);
K = permeabilidade verdadeira da rocha e equivalente àquela obti-
..
da usando líquido;
À = livre percurso médio das moléculas do gás usado na medida;
r • raio médio dos poros;
c = fator de proporcionalidade que depende de «À» e «r»;
P m = pressão média de escoamento.
Verificou-se, dêste modo, que o uso de gás para a medida experi-
mental da permeabilidade das' rochas ocasionava desvios sistemáticos,
sempre no sentido de dar valôres maiores que os reais.
No entanto, dada a facilidade e rapidez de operação com gás, quan-
do comparado com o líquido, tornou-se desejável o desenvolvimento de
um método que permitisse, a partir de medidas obtidas com O gás, a
determinação da permeabilidade a líquido.
O prôprio Klinkenberg, já em seu trabalho original, (1) sugere a
obtenção desta grandeza a partir da medida da permeabilidade a gás
em diversas pressões médias de escoamento. Os valôres assim obtidos
seriam colocados em um gráfico em função do inverso da pressão média,
determinando uma reta que, extJ;apolada para pressão média infinita, daria
a permeabilidade verdadeira da rocha (Fig. 1).
Êst~ processo, embora simples, tem o inconveniente de necessitar
várias medidas da permeabilidade a gás, para diversas pressões médias
de escoamento, além de não ser aplicável em um grande número de
permeabilimetros smndards, os quais só permitem a experimentação em
uma única pressão média de escoamento.
Êstes fatos induziram a investigação de um processo que removesse
os inconvenientes CJ,nteriores, permitindo dêste modo a obtenção da per-

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meabilidade verdadeira, a partir de uma única medida da permeabilidade
a gás .
. Os resultados desta investigação são discutidos a seguir.
Desenvolvimento teórico - A mais simples representação que pode
ser assumida de um fluxo laminar de fluidos através de um meio poroso
é aquêle no qual todos os capilares da rocha são do mesmo diâmetro e
orientados ao acaso no seio da matéria sólida. Êste modêlo, embora
grandemente simplificado, tem-se mostrado adequado, pois permite que
se chegue a resultados que podem ser empregados com confiança nas
previsões quantitativas.

PERMEABILIDADE
VERDADEIRA

RECíPROCO DA PRESSÃO MÉDIA DE ESCOAMENTO (atm ri


Fig. 1 - Va1·iação da penneabiZidade a gás em t!tnção do recíprooo ia pressão
média de esooamento.

Nestas condições, consideremos amostra de uma rocha de compri-


mento «L», possuindo poros uniformes e" circulares com raio «r» e su-
jeita ao fluxo de um gás com livre percurso médio das moléculas igual
a «À» e viscQsidade «1]». Com um diferencial de pressão «PI - P 2 »,
esta rocha possui uma permeabilidade a gás «Ka» a qual está relacio-
nada à permeabilid(ade verdadeira da roch)a pela expressão: P I + P 2
K
g
= Kv 1 + 4 Àc _1_
r . P
(2), onde P
m
= 2
m
Se, por outro lado, fôr considerada a lei de Darcy," ter-se-ia, para a
mesma amostra, que a velocidade aparente de escoamento seria dada por
Kv PI - P2
Va = -'T]- • L (3)
Esta velocidade aparente pode ser relacionada à velocidade efetiva
de escoamento pela expressão :

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cpL
Va =. -L- . V fr (4)
e
onde
Ve = velocidade efetiva de escoamento
L·e = comprimento efetivo dos poros
cp = porosidade efetiva da rocha
A determinação da velocidade efetiva de escoamento, por sua vez,
pode ser feita pela equação de Poiseuille aplicada ao caso de meios po-
rosos, a qual fornece : . .
Ve = ;~ . 1 Z e
2 (5)

Combinando as equações (2), (3), (4) e (5) e chamando k = cons-


tante de Kozeny = 2,5 Co' ~
L ./
)2, encontra-se que
,j Kv
Kg = K," + 2 ÀC. 1/
"

,
,
-k-.
cp
P
m
(6)

Substituindo k, c e cp por seus valôres médios indicados na literatura,


obtém-se, finalmente, que
Kg = + 1189
Ky '
X 105 x p (7)

onde as permeabilidades são dadas em milidarcies, a pressão é dada em
atmosferas e o livre percurso médio das moléculas dos gases em centí-
metros. .
Para os gases mais comumente empregados, as seguintes expressões
podem ser obtidas:
yK,"
ar K g =K ,- + 110
, -P- - (8)
m

yKy
nitrogênio K g =Ky + 1,09
Pm
(9)

yK,_
hidrogênio K g = Kv + 2,03 Pm
(10)

yK,_
gás carbônico K g = K ,- + 0,72 P (11)
m
Validade das fórmulas - A fim de testar o método, foram usados
dados de medidas de permeabilidade encontrados na literatura (2, 3, 4),
pricipalmente aquêles fornecidos no trabalho original de Klinkenberg. (1)
Na Figura 2, são mostrados os valôres obtidos para a permeabilida-
de verdadeira da rocha a partir de permeabilidades a ar, a diversas pres-

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K
v
= 2,36 milidarcies
1,6

1,5

1,4

1,3

1,1

1,0

0,9
Kv = 23,7 milidarcies
1,2

1,1

1,0

0,9
K
v
= 170 milidarcies
1,2

1,1

1,0

0,9
0,0 0,5 1,0
Reciproco da Pressão Média de Escoamento (atm)-l

F'ig. 2 - Razão (la permeabilidade c01'rigida pela permeabilidrode ve1'dadeira e razão


da permeabilidade a ar pela permeabilidadeverdadei1'a em fmtção do recíproco (la
pressão média de escoarnento.

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Pressão média (p ) = 1 atmosfera absoluta
m
1000

......
10
Q)
-ri
O 100
~
'ti
-ri
ri
;!
Q)
'ti
aS
'ti
-ri
ri
·rI
.oaj
Q)
e 10
I.t
Q)
P.

)
1 10 100 1000
Permeabilidade Verdadeira (Milidarcies)

Fig. 3 - Permeabilidade corrigida e a gás em função da permeabilidade verdadeira


para a pressão médi{J; de escoamento igual a wna atmosfera absol'tta.

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..,.,
t!l

..
<11

'".,
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I.
10

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Fig. 4 Oorreção de permeabilidade em t1Lnção da permeabilidade a gás e da


pressão média de esooamento.

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sões. Para se poder avaliar a correção feita, os valôres originais medidos
a ar são, ao mesmo tempo, apresentados. Verifica-se, desde. logo, que os
resultados obtidos para as permeabilidades corrigidas representam com
acuracidade os valôres das permeabilidades verdadeiras.
Com o intuito de verificar a aplicabilidade do processo às mais va-
riadas condições de fluido e rocha, realizou-se, para a pressão média de
uma atmosfera, a correção da permeabilidade em um grande número de
rochas possuindo permeabilidades verdadeiras, variando entre 1 e 1000
milidarcies, e usando como veículo o ar, nitrogênio, gás carbônico ou
hidrogênio. Os resultados mais uma vez demonstram a boa precisão do
método, como pode ser verificado na Figura 3.
Aplicação das fórmulas - Do que foi visto nos itens anteriores, a
permeabilidade verdadeira de uma rocha pode ser acuradamente deter-
minada a partir de uma única medida da permeabilidade a gás. -Basta
para isto resolver a equação (7), levando em conta o gás usado, a pres-
são média de escoamento durante a medida e o valor encontrado para
a permeabilidade a gás.
Para maior facilidade de manuseio, a equação (7) foi resolvida para
o caso de nitrogênio e ar, e os resultados são apresentados na Figura 4.
Neste gráfico, para um dado valor da permeabilidade a gás e pressão
média de escoamento, obtém-se o valor de uma correção que deve ser
subtraída da permeabilidade a gás para a' determinação da permeabili-
dade verdadeira.
O mesmo gráfico pode ser constnúdo para qualquer outro gás,' va-
riando Unicamente o valor do livre percurso médio das moléculas na
fórmula (7).
Conclusões - Do que foi apresentado permite-se concluir que :
a) o processo proposto por Klinkenberg, embora bastante preciso,
exige permeábilimetros que possam realizar determinação da
permeabilidade a gás a diversas pressões médias de escoamen-
to. Isto acarreta maior custo e tempo de operação, além de
não ser aplicável na maioria dos permeabilimetros standards.
b) o novo processo apresentado remove os inconvenientes anterio-
res e permite a obtenção, com boa aproximação, da permeabi-
lidade verdadeira das rochas a partir de uma única medida da
permeabilidade a gás.
NOTAS
1 - KLINKENBERG, L. J. - The penneClibility of pOl'OUS media to liquid anil gases.
API, Drilling and Production Practice, 1941. New York, 1942. p. 200-213.
2 - CALHOUN Jr., J. C. e Yuster, S. T. - A study of tlte flow of hornogeneou,s
fZ1tids throllgh ideal pOl'OUS mediCl!. API, Drilling and Production Practice,
1946, New York. 1947 p. 335-355.
3 - ROSE, W. D. - Pel'meability and gas-slippage phenomena. API, Drilling and
Production Practice, 1948. New York, 1949. p. 209-217.
4 - MUSKAT, M. - The flow of homogeneo1ts flwids th1'ough pOl'OlI.S media. New
York, Mc Graw-Hill Book Co. Inc., 1946. p, 76-112.
SYNOPSIS
Phe papel' presents a tlzeoretical app'l'Ouclb to a new 1I1ethod for
obtaining tru.e rock per1l1eability by using only one '1neasure1l1ent
of pel'meability to gas. Historical development of the permeability
of P01'OU8 media to gases and Uquids is cited. Phe new method 18
developed and validity is demonstrated in graphical formo

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