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Cadernos PDE
I
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
A INTERPRETAÇÃO DA LINGUAGEM MATEMÁTICA E DA LÍNGUA MATERNA:
Uma arte na resolução de problemas
Resumo
Introdução
1
Professor de Matemática da Rede Estadual de Ensino desde 1996, lotado no Colégio Estadual
Professora Ângela Sandri Teixeira - Almirante Tamandaré – Paraná, mestrando em Educação
Matemática pelo PPGECM/UFPR. Contato: joaoluisprof@gmail.com ou stival@seed.pr.gov.br
2
Professor orientador. Doutor em Matemática Aplicada. Professor do Departamento Acadêmico de
Matemática – DAMAT/UTFPR (unidade Curitiba). Contato: steklain@utfpr.edu.br
*Agradecimento especial às colegas Marcia Murbach, Salete Pereira de Andrade e Simone Danielle
Tychanowicz do PPGECM/UFPR, pelas valiosas contribuições neste artigo.
Problemas3 para compreender como o aluno lê, interpreta e soluciona um problema
matemático, além de analisar a prática do professor nesta temática.
Considerando a leitura um instrumento de abertura a novos horizontes do
conhecimento e dada à dificuldade que a maioria dos alunos tem demonstrado com
a interpretação de textos lidos por eles, além da inquietude de muitos educadores
com tal problemática, justificou-se a implementação da produção didático-
pedagógica, aonde foram analisados como os conhecimentos da língua materna4 e
da linguagem matemática5 auxiliaram na resolução de problemas matemáticos por
meio de atividades contextualizadas aplicadas em três turmas dos nonos anos do
ensino fundamental do Colégio Estadual Professora Ângela Sandri Teixeira em
Almirante Tamandaré, região metropolitana de Curitiba.
O presente trabalho proporcionou aos alunos condições de enfrentar
situações diferentes e desafiadoras para alcançarem novos conhecimentos e
habilidades. Demo relatou que “o desafio do processo educativo é construir
condições do aprender a aprender e do saber pensar.” (1996, p. 30).
Ensinar matemática tem sido frequentemente uma tarefa árdua e não tem
contribuído de maneira satisfatória no processo ensino-aprendizagem, os conteúdos
não têm colaborado para que os alunos investiguem, discutam e se apropriem do
conhecimento. Para tal, buscou-se instrumentos para que a disciplina de matemática
fosse além do mero imediatismo com geração de ideias e significados no processo
evolutivo. Para uma maior abrangência, houve a necessidade de uma proposta que
envolvesse os alunos na resolução de problemas e que propiciasse discussões, com
estratégias de resolução, bom uso da comunicação e envolvimento de todos no
processo da transmissão do conhecimento para análise da questão norteadora
“como os conhecimentos da Linguagem Matemática e da Língua Portuguesa
auxiliam alunos dos nonos do Colégio Estadual Professora Ângela Sandri Teixeira,
na compreensão de resolução de problemas matemáticos?”.
Tal postura pedagógica exigiu empenho, dedicação, esforço, pesquisa e
mudança de postura metodológica na busca da qualidade de ensino “para que o
3
[...] uma metodologia pela qual o estudante tem oportunidade de aplicar conhecimentos
matemáticos adquiridos em novas situações, de modo a resolver a questão proposta (DANTE, 2003,
citado por PARANÁ, 2008, p. 63).
4
Expressão usada por Machado (1998, p. 91) para designar a primeira língua aprendida por um
indivíduo.
5
Para Lorensatti (2009, p. 90), a linguagem matemática é definida como um sistema simbólico, com
símbolos próprios que se relaciona segundo determinadas regras.
2
alunado possa apropriar-se de linguagem adequada, constatar regularidades,
generalizar procedimentos, com o objetivo de interpretar e descrever fenômenos não
só do cotidiano matemático, mas o de outras disciplinas”. (MOTTA, 2013, p. 7)
Foi proposto aos alunos, atividades desafiadoras e práticas contempladas nas
Diretrizes Curriculares da Educação Básica: Matemática 6, com os eixos
estruturantes: Número e Álgebra, Grandezas e Medidas, Geometrias, Funções e
Tratamento da Informação, por meio do encaminhamento metodológico Resolução
de Problemas, instigando nos envolvidos um ato reflexivo, com estratégias de ação,
com disposição de agir e enfrentamento de desafios. O material foi organizado em
três etapas e contou com vinte e uma tarefas (sete questões em cada etapa),
relacionadas ao cotidiano e na mesma linha de avaliações externas,
especificamente Prova Brasil. Para melhor compreensão da proposta pedagógica foi
colocado o respectivo descritor7 em cada atividade, análise e passo a passo da
resolução e em algumas tarefas, o uso do software GeoGebra no laboratório de
informática, facilitando assim um melhor parâmetro para o professor.
As vinte e uma atividades disponibilizadas na produção didático-pedagógica
foram aproveitadas de avaliações externas (ENEM/2013, PROVA BRASIL/2011 e
PISA/2012), adaptada do TESTE SELETIVO DO COLÉGIO DA POLÍCIA MILITAR
DO PARANÁ/2012, adaptada do VESTIBULAR DA UFPR/2002, CADERNO DE
ATIVIDADES DA SEED (MATEMÁTICA/2009) e reestruturadas em três etapas:
PRIMEIRA ETAPA: Problemas Básicos;
SEGUNDA ETAPA: Problemas Intermediários;
TERCEIRA ETAPA: Problemas Avançados.
A implementação desenvolveu-se com a divisão das turmas em grupos de
três ou quatro alunos (com um dos membros com nível de conhecimento
considerável dos conteúdos matemáticos para auxílio e estímulo dos demais), que
após a apresentação e leitura das atividades, procuraram meios e estratégias
próprias para solução com possíveis intervenções de acordo com as etapas de
Polya (2006) e colaboração do professor, verificando em que momento os alunos
estavam apresentando dificuldades, fazendo mediação por meio de
6
Diretrizes que norteiam o trabalho pedagógico da educação pública estadual do Estado do Paraná.
7
O descritor é uma associação entre conteúdos curriculares e operações mentais desenvolvidas
pelo aluno, que traduzem certas competências e habilidades. Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/saeb_matriz2.pdf, acesso em 25/09/2014.
3
questionamentos, dicas e sugestões, procurando motivar os alunos na busca de
novas estratégias para o desenvolvimento das atividades e obtenção dos resultados
esperados. Foi exposto que o erro faz parte do processo e que o mais importante
não seria o resultado final e sim a leitura, interpretação e estratégias de resolução
das atividades.
Foi enfatizado que a Resolução de Problema é uma metodologia de ensino
na matemática, propiciando discussões, reflexões e habilidades para resolução dos
problemas, destacando a importância da leitura, interpretação e tradução do texto
escrito para a linguagem matemática, retirando os dados do problema, elaborando
as estratégias de ação no desenvolvimento dos algoritmos. Também foi explicado
aos alunos a diferença entre exercício e problema, explorando os conceitos na
descrição de Pozo (1998) e Dante (2003).
As atividades foram impressas e entregues aos grupos de acordo com as
etapas de implementação para resolução, iniciando com os problemas básicos. A
cada etapa concluída, foi disponibilizado um questionário impresso a cada grupo
(modelo em anexo) para análise e preenchimento. Esse questionário também foi
enviado por e-mail ao representante de cada grupo, a quem cabia responder online,
encaminhando as respostas do grupo de acordo com o preenchimento do
questionário impresso. O questionário serviu de parâmetro e análise de cada etapa
implementada.
8
Augusto Guilherme Frederico Froebel (1782 – 1852). O idealizador do jardim de infância. Teve uma
infância solitária. No campo da pedagogia seguiu muitas ideias de Pestalozzi. Em 1816, fundou sua
primeira escola onde pôs em pratica suas teorias pedagógicas. Em 1826 publicou seu livro mais
importante, A Educação do Homem. Na Suíça, treinou professores e dirigiu um orfanato. Disponível
em http://pt.slideshare.net/brunamadeline/froebel-5952684.
4
conhecimentos científicos, constitui-se a leitura a mais importante atividade de
aquisição de saberes. E um dos efeitos da leitura é o aprimoramento da linguagem
da expressão nos níveis individual e coletivo. Para Silva, “ler é um ato libertador.
Quanto maior vontade consciente de liberdade, maior índice de leitura. Um dos
efeitos da leitura é o aprimoramento da linguagem, da expressão, nos níveis
individual e coletivo. Uma sociedade “que sabe se expressar, sabe dizer o que quer
e é menos manobrável.” (1997, p. 94).
Segundo o psicólogo Gaston Mialaret 9, citado por Barbosa, “ler é ser capaz de
transformar uma mensagem escrita numa mensagem sonora segundo certas leis
precisas. É compreender o conteúdo da mensagem escrita, é ser capaz de julgá-lo e
de apreciar seu valor estético.” (1994, p. 110). Portanto, a leitura é a compreensão
de uma mensagem codificada em signos visuais (geralmente letras e cifras) e seu
ensino e incentivo representa um objetivo básico de todo o sistema educativo, “... é
uma atividade essencial a qualquer área do conhecimento e, mais essencial ainda, à
própria vida do ser humano.” (SILVA, 2000, p. 42) e entende-se que a falta de leitura
pode causar deficiência na formação do aluno e sua reintrodução na sala de aula
significa o resgate de sua função primordial, buscando despertar o estudante para a
plena leitura, exigindo-se mais do que simples decifração dos caracteres. Não
bastando apenas ler, mas criar o hábito da leitura. Desta forma pode-se entender
melhor o método do educador brasileiro Paulo Freire, relatando que:
5
problemas é um processo, uma receita que precisa ser trabalhada e cada um tem
dentro da sua realidade uma experiência de vida que pode ser utilizada. Cada ser
humano constrói seu conhecimento a partir de suas experiências e entende-se,
também, que há Leis Universais prontas que não são passíveis de transformação e
sim de compreensão. Então se dá ao homem o que se pode transformar e o que se
pode compreender.
A prática da leitura é de fundamental importância na disciplina de matemática,
principalmente na resolução de problemas e cabe ao professor em conjunto com a
equipe pedagógica, mostrar ao aluno a importância da leitura, ou seja, nas palavras
de Filipouski (1989, p. 131), “a escola que assume para si a condição de formar o
hábito de leitura do estudante, estará garantindo, com certeza, a existência de
adultos com rica imaginação, amplos recursos linguísticos e uma visão de mundo
que em muito ultrapassa ao imediato e próximo”.
Neste comprometimento da escola, há a necessidade de interação entre a
língua materna e a matemática para estímulo ao hábito de ler. Machado relata que:
10
A linguagem coloquial, informal ou popular é uma linguagem utilizada no cotidiano em que não
exige a atenção total da gramática, de modo que haja mais fluidez na comunicação oral. Usam-se
muitas gírias e palavras que na linguagem formal não estão registradas ou tem outro significado,
disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Linguagem_coloquial
11
Qualquer linguagem de uso geral, escrita ou falada por uma comunidade humana.
7
escrito e poder fazer uma leitura interpretativa dos conceitos e conteúdos
matemáticos. Neste sentido as disciplinas de matemática e língua portuguesa
precisam ter uma melhor interação e cooperação.
Para análise deste trabalho foi proposto o uso de ferramentas adequadas, tais
como: compreender o problema, levantar a hipótese, prever o possível resultado,
procurar um problema correlato, estabelecer um plano de resolução do problema e
execução deste plano e nas palavras de Mercedes Carvalho (2010, p. 18):
9
Foi oportunizado o uso do laboratório de informática e do software GeoGebra
como ferramentas de auxílio no desenvolvimento de algumas tarefas, o que
possibilitou aos grupos um novo olhar na compreensão dos problemas, causando
interesse e estímulo nos mesmos.
11
Confecção da maquete
12
Os cartazes foram expostos no pátio coberto do colégio para visualização e
conhecimento de toda a comunidade escolar. A proposta gerou debates e
questionamentos no exercício de cidadania consciente.
A tarefa com o tema sobre o “Uso consciente da água” atingiu a expectativa,
mostrando aos alunos que a matemática vai além dos números e seus algoritmos,
está atrelada a todas as áreas do conhecimento, enfatizando assim a posição de
Paulo Freire, que “a leitura do mundo está além da leitura da palavra.” (1986, p. 11).
13
Uso do laboratório de informática, que demandou tempo para aprendizado e
utilização do software GeoGebra na elaboração das estratégias para resolução das
atividades;
Visita a nascente do Rio Barigui e ao Parque Aníbal Khury.
A análise foi pela observação direta, pela participação dos envolvidos nas
leituras, interpretações e resoluções dos problemas, pela apresentação dos
resultados encontrados pelos grupos, pelo envolvimento e interesse demonstrado
pelos alunos quanto aos problemas propostos e desenvolvidos no decorrer dos
encontros e por um questionário preenchido por cada grupo.
Apesar da boa receptividade dos alunos em relação à proposta pedagógica,
observou-se pelos gráficos abaixo que mais de 70% dos alunos descreveram as
vinte e uma atividades como moderada, isto é, com certo grau de dificuldade. A
análise desses dados traz uma reflexão sobre o hábito da leitura e também sobre a
abordagem de conceitos, ideias e métodos sob a perspectiva de resolução de
problemas que ainda é uma metodologia que precisa ser mais bem utilizada no
processo ensino aprendizagem.
14
Ainda se encontra alunos
desmotivados, desinteressados e com falta
de leitura. Malta (2004, p. 42 e 43) descreve
que muitos alunos chegam às universidades
sem preparo adequado pela falta de leitura e
interpretação. Lorensatti (2009) afirma que
para saber interpretar, deve-se conhecer a
língua portuguesa e para compreender a
simbologia matemática se faz necessário
Fonte: Formulários Problemas Avançados
entender a linguagem matemática. A autora
enfatiza que:
A língua portuguesa escrita ou oral tem seu papel na matemática como nas
outras áreas do conhecimento. É, no mínimo, o veículo das informações,
mas podem estar nela as dificuldades que os alunos encontram na
resolução de problemas [...] é necessário ler e escrever em linguagem
matemática, compreender os significados dos símbolos, dos sinais ou das
notações próprias dessa linguagem. (LORENSATTI, 2009, p. 92-93)
15
Fonte: Formulários Problemas Básicos Fonte: Formulários Problemas Intermediários
16
processo de resolução e a preocupação excessiva em apenas encontrar o resultado
final.
A dificuldade na leitura e interpretação demonstrada pelos alunos tem sentido
quando Lorensatti, descreve que:
12
Qualquer linguagem de uso geral, escrita ou falada por uma comunidade humana.
17
Fonte: Formulário Problemas Básicos
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Questões que encontraram dificuldade na Terceira Etapa
13
É uma proposta de formação continuada à distância para os professores da Rede e constitui
atividade do programa, conforme informação contida no Portal Dia a Dia da Educação, disponível em:
http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=503
21
O GTR iniciou com treze professores inscritos, mas até o término do curso
dez professores permaneceram com seus apontamentos, sugestões e contribuições.
Neste grupo alguns pontos se destacaram:
Quatro professores já participaram do Programa de Desenvolvimento
Educacional – PDE com o uso da Resolução de Problemas;
Todos os dez professores que participaram tem mais de sete anos de
experiência na Rede Estadual de Ensino;
Um, atua também como pedagogo na Rede Municipal de Ensino;
A maioria dos participantes leciona para turmas de nonos anos.
Os professores participantes do GTR enfatizaram a importância da leitura e
interpretação para o desenvolvimento intelectual dos alunos, evidenciando a
importância de ações diferenciadas, indispensáveis para se trabalhar
satisfatoriamente a combinação das linguagens presentes na resolução de
problemas e na intermediação que o professor deve assumir para que o aluno por
seus meios possa compreender e solucionar os problemas propostos.
Outra questão descrita foi diferenciar problema de exercício, para que o aluno
compreenda que a metodologia aplicada vai além de um mero exercício de
algoritmos. Para Dante (1988, p.86), exercício “serve para exercitar, para praticar um
determinado algoritmo ou processo” e problema “é a descrição de uma situação
onde se procura algo desconhecido e não temos previamente nenhum algoritmo que
garanta a sua solução". Nesta descrição enfatizou-se que a solução não está no
mecanicismo e sim na leitura, na compreensão dos problemas apresentados para a
sua resolução, enfatizando a necessidade de preparar os alunos para enfrentar
situações do cotidiano que não tem uma solução pronta, sem doutrinamento, mas
com estimulo no pensar e no agir. Ficou evidenciado que culturalmente a
matemática é vista como reprodução de conhecimento, mas o desafio é mostrá-la
como conhecimento em construção.
Em suma, muitos obstáculos precisam ser superados na educação para se
alcançar resultados significativos, o que não depende apenas dos professores, mas
de políticas públicas coerentes para melhoria e mudança de postura de todos os
envolvidos no processo de construção do conhecimento.
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Considerações finais
A proposta foi significativa na medida em que o autor pode fazer seu relato de
experiência e repensar a sua prática nos vinte anos de trabalho docente. Também
serviu de parâmetro para compreender ao longo dos anos de docência como os
alunos tem “evoluído” ou não no processo ensino aprendizagem. Pela sondagem
realizada, observou-se a falta de sentido e significado que a proposta curricular de
ensino tem propiciado ao aluno. Ele, aluno tem outros atrativos e vê a escola como
algo que oprime e restringe seu conhecimento, sendo apenas um tarefeiro, sem
estímulo a leitura que tem que apresentar um resultado já esperado.
Quanto ao projeto, no seu início houve expectativa e receptividade, mas ao
longo de sua aplicação, alguns pontos foram observados e merecem destaque:
A não apropriação de conteúdos matemáticos trabalhados em séries
anteriores;
Falta de hábito de leitura;
Insegurança num estilo diferenciado de resolução das atividades;
Dependência no professor para resolução e obtenção das respostas;
Falta de revisão das estratégias utilizadas durante o processo de resolução;
Uma parcela dos alunos não conseguiu associar os resultados encontrados
com o contexto do problema, limitando-se a um processo mecânico e repetitivo;
Preocupação excessiva apenas com o resultado final.
Como pontos positivos, destacam-se o uso do laboratório de informática para
pesquisa e aplicação do software GeoGebra na resolução de algumas tarefas, o uso
da calculadora em questões que envolveram porcentagem, números decimais e
valores extensos, a participação maciça na aula de campo envolvendo a última
atividade da 3ª etapa, que tinha como tema gerador: “O uso consciente da água”,
aonde cada grupo procurou dentro das demais áreas do conhecimento realizar uma
pesquisa, produzindo e confeccionando cartazes e maquetes, aproveitando a
modelagem matemática.
Numa análise em construção está o fato na metodologia de ensino e na
prática docente que precisa ser repensada e também propiciar aos alunos outras
ferramentas de trabalho, oportunizando a eles suas maneiras de contemplar os
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conteúdos e encontrar suas soluções, não de uma forma mecanizada, mas com
debato, cooperativismo e interação.
Outra análise que deve ser repensada está no fato da falta de interatividade
entre as disciplinas da Base Nacional Comum, que pelo currículo vigente são
trabalhos isolados e solitários, não possibilitando ao aluno compreender a
associação que há entre as áreas do conhecimento.
E não menos importante está o fato do estimulo à leitura para compreensão
das linguagens trabalhadas com o aluno, seja escrita, oral e falada, sem esquecer a
linguagem matemática.
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