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A soberania queima junto com a

Amazônia e a venda da Petrobras,


por Dilma Rousseff
A devastação da floresta é uma face assustadora da destruição da soberania nacional. É

um crime de lesa-pátria cometido pelo governo Bolsonaro


Por

Jornal GGN

22/08/2019

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Arquivo/Agência Brasil
A soberania queima junto com a Amazônia e a venda da

Petrobras

por Dilma Rousseff

em seu site

A devastação da floresta amazônica é uma face assustadora da destruição da

soberania nacional. É um crime de lesa-pátria cometido pelo governo Bolsonaro. A

derrubada de árvores e as queimadas, sob a inoperância tolerante do

governo, representam uma agressão à soberania nacional tão grave como a venda

de empresas públicas estratégicas brasileiras como a Petrobrás, prevista para

ocorrer até 2022. A catástrofe ambiental e as privatizações são perigosas, porque

algumas decisões econômicas podem ser revistas e revogadas, mas a extinção da

maior floresta tropical do mundo e a venda da sétima empresa de Petróleo do

planeta são irreversíveis.

Não é coincidência que, num mesmo dia, o governo neofascista tenha acusado

organizações sociais que defendem a Amazônia de autoras dos incêndios florestais

e anunciado a privatização de 17 empresas públicas, acenando ainda com a venda

da Petrobras, a maior empresa brasileira. Trata-se de um projeto de destruição do

Brasil – tanto de suas empresas quanto de suas riquezas naturais.

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A defesa da Amazônia ganhou caráter de urgência, questão imediata a ser

enfrentada já, antes que seja tarde demais. Em um ano, foram registrados mais

de 72 mil focos de incêndio na região ambientalmente mais rica do Brasil. Só esta

semana, houve 68 grandes focos de incêndios em áreas indígenas e unidades de

preservação, verificados por imagens de satélite – um aumento de 70% desde o

ano passado.

Não é por acaso que grandes incêndios ocorram em áreas indígenas e de proteção

ambiental. Também não é sem motivo que os incêndios atinjam as áreas de maior

registro de desmatamento. Isto é efeito da política ambiental desastrosa do

governo que acabou com a fiscalização e das manifestações de Bolsonaro contra a

existência de reservas indígenas, de tolerância à grilagem e defesa da exploração

mineral das terras que deveriam ser protegidas. Bolsonaro é exemplo de

destruição e morte. Quando fala suas barbaridades sobre meio ambiente, autoriza

a sua destruição por grileiros, invasores, contrabandistas e toda espécie de

criminosos aproveitadores.

Leia também: O liberalismo Bolsonarista existe?, por Camilo de

Oliveira Aggio

As insanidades pronunciadas por Bolsonaro, dia sim, dia também, estão levando o

Brasil a perder mais do que os R$ 283 bilhões do Fundo Amazônia, que a Noruega

e a Alemanha suspenderam por não confiar no governo. O Brasil perde

credibilidade perante a comunidade internacional, perde riqueza ambiental para

sua população e o mundo, assim como perde empresas estatais para investidores

estrangeiros e perderá, sem dúvida, fatias relevantes de mercado para seus

produtos de exportação.
Bolsonaro mente quando diz que o governo dele está fazendo sua parte em defesa

do meio ambiente. Ele se apropria de dados antigos e de resultados que não são

seus. O desmatamento aumentou 278% do ano passado até julho deste ano. Já

havia crescido durante o governo que assumiu em 2016 por meio de um golpe de

estado que me tirou do cargo para o qual havia sido eleita, sem que tivesse

cometido qualquer crime. E se tornou praticamente incontrolável desde a posse de

Bolsonaro.

Não era assim quando o Brasil tinha governos progressistas e populares. O

governo Lula e o meu governo reduziram o desmatamento da Amazônia em 82%.

Nosso esforço foi reconhecido pela ONU, em 2014, como um exemplo a ser

seguido pelo mundo. “As mudanças na Amazônia brasileira na década passada e

sua contribuição para retardar o aquecimento global não têm precedentes”, dizia o

relatório das Nações Unidas.

A defesa da Amazônia é questão fundamental. Neste momento, o coração do

planeta queima e sangra, precisa ser protegido de seus inimigos, entre os quais

está, por mais espantoso que pareça, o atual governo brasileiro. Por isto, temos

de ir às ruas para as manifestações marcadas para amanhã à tarde em São Paulo,

Rio de Janeiro, Brasília e outras cidades do Brasil e do mundo.

Leia também: De quando o agronegócio passou a depender do meio

ambiente, por Rui Daher

Defender a Amazônia é defender a soberania nacional.

Lutar pela soberania é lutar pela Amazônia.

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