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COMO O FILME DE JOHN CARPENTER FALA SOBRE EGRÉGORA

Todas as pessoas pertencem a algum tipo de grupo. Quando nascemos, o primeiro grupo em
que entramos é nosso grupo familiar, nossos parentes. Quando crescemos e começamos a
frequentar a escola, há outro tipo de grupo, e um grupo de trabalho, um grupo na academia,
um grupo no xadrez, os amigos do bairro, os grupos de internet, a igreja...

A semelhança entre todos esses grupos, é que cada um deles possuem uma egrégora. E essa
mesma egrégora é que faz todos se diferenciarem entre si.

Esse vídeo contém spoilers de uma das maiores obras de terror dirigida por John Carpenter,
“In the mouth of madness”. Então aconselho que você vá ver esse filme primeiro, e depois
volte aqui pra eu te dar uma visão alternativa dos acontecimentos desse filme, ok?

Mas, afinal, o que é uma egrégora? Por que eu comecei falando sobre essa questão dos
grupos? Bom, por que esse termo e seu conceito tem tudo a ver com esse filme, e com o que a
gente vive durante toda nossa jornada terrestre.

Vale lembrar que, essa não é de forma alguma uma explicação sobre esse filme, eu não faço
isso aqui no canal, o máximo que fazemos aqui é refletir sobre alguns conceitos através de
filmes, ou refletir sobre os filmes a luz de alguns conceitos, sejam eles filosóficos, esótericos,
científicos, enfim. Então não, não necessariamente o diretor pensou nisso tudo que vou falar
agora pra estruturar o seu argumento, mesmo que esse termo seja bem antigo, e muitos
diretores tenham estudado em escolas iniciáticas.

Observação 2: Esse vídeo não tem nada a ver com religião. E ainda mais “religião” no sentido
popular. Mesmo que eu dê exemplos bíblicos, esse vídeo não tem a ver com religião.

Um dos conceitos de Egrégora é que ela é uma “forma-pensamento”, e é criada sempre que
algum grupo, qualquer tipo de grupo, mantém um objetivo fixo, muito bem definido e
específico sobre algo. É uma forma de entidade autônoma que se forma por essa persistência
e intensidade de correntes emocionais e mentais das pessoas.
Assim que começamos a fazer parte de um grupo, qualquer que seja, religioso, secreto,
político, escolar ou mesmo que seja um grupo informal, não entramos apenas fisicamente,
mas também energeticamente.

E um dos “efeitos colaterais” de uma Egrégora é que ela ajuda a manter a coesão dos
membros desse grupo, favorecendo tanto a continuidade do grupo quanto potencializando os
resultados das ações das pessoas que pertencem a este mesmo grupo.

Isso significa que se a Egrégora do grupo do qual você faz parte for forte, é bem provável que
seu envolvimento com este grupo não seja superficial, e que a intensidade deste envolvimento
pode favorecer várias áreas de sua vida, mesmo as que não estão diretamente ligadas com os
propósitos do grupo.

Um dos maiores exemplo, são locais sagrados, como Aparecida, famosa “Aparecida do Norte”,
que mantém egrégoras muito poderosas que são formadas pelas energias psíquicas da pessoas
que frequentam aquele lugar.

Um exemplo bíblico de egrégora é a frase de Jesus:


“Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles.”

Guarde essa frase, ela explica muita coisa.

Mas onde está a egrégora nesse filme?

“In the mouth of madness” é um filme dirigido por John Carpenter, um clássico, e um filme
obrigatório para quem ama o terror, ou mesmo a literatura de horror, já que esse filme tem
muitas passagens que lembram as histórias e criaturas fantásticas de Lovecraft, um dos
melhores escritores de contos de horror.

O filme vai narrar a buscar por respostas de um misterioso desaparecimento de um famoso


escritor de horror e sua relação com os acontecimentos estranhos que estão ocorrendo com
seus leitores depois que eles leem suas obras.

O que acontece é que depois de lida suas histórias, uma pessoa não consegue mais se
desvincular do universo que Sutter Cane, o autor famoso, criou, o que faz com que todos que
leem entrem numa espécie de transe em que já não é mais possível diferenciar a realidade da
fantasia.

Criada essa vinculação, tão intensa, os leitores acabaram formando uma egrégora, que, antes
de mais nada, origina-se da egrégora pessoal que o próprio Sutter Cane criou, com seus
objetivos, mesmo que horríveis, que é acabar com tudo, muito bem definidos.

A própria cidade fictícia “Hobbs end” vai lembrar uma espécie de “Sanctum”, um lugar onde
alunos de escolas iniciáticas usam para meditar, estudar, um local onde ninguém mais na casa
tenha acesso, que não seja usado para mais nada além daquela finalidade. Isso é para manter
sempre uma egrégora naquele lugar sintonizada com os estudos daquela determinada
doutrina.

E é na cidade de Hobb’s End que vemos toda a criação de Sutter Cane criar vida. Além, é claro,
de ser aquele lugar, a escolha para terminar seu último livro. É uma espécie de Sanctum que
Sutter Cane criou para si.

Lá encontramos todos seus personagens, lugares e situações pré definidas pelo próprio Sutter
Cane.

Fazendo uma analogia com a ideia de egrégora, é como se a egrégora iniciada por Sutter Cane
se materializasse, se colocasse fisicamente no mundo, fosse literalmente desenhada para que
o investigador Trent pudesse compreender o que se passava dentro da mente daquelas
pessoas e tentar resolver, salvar.

Mas é o que não acontece. Trent chega tarde, e quando menos esperava, já tinha sido
engolido pela egrégora. Talvez seja o final desse filme o que mais me agrada. Por que é muito
real, mesmo se tratando de um filme fantástico, que quando participamos de certos grupos,
convivemos com certas pessoas de forma que se torne uma rotina, somos engolidos pelo
egrégora do local, do grupo, e nem percebemos.

Talvez o personagem de Trent tivesse sim entrado na egrégora daquele local, mas diferente
das outras pessoas, ele era o único que ainda mantinha um certo ceticismo que o protegia de
não agir semelhante àquelas pessoas. Trent não acreditou naquilo tudo como se fosse uma
verdade absoluta, ele apenas levou em consideração de que aquilo poderia fazer parte da
realidade, e não ser uma realidade paralela ou coisa de outro mundo, mas que pertencesse, no
mesmo instante, a nossa realidade.

Tem ainda várias passagens no filme que me fazem lembrar ou, de certa forma, relacionar com
esse conceito.

Antes de chegar a Hobb’s End, por exemplo, na estrada com Trent, Linda, a editora, diz: “Uma
coisa que me assusta no trabalho de Cane, é o que vai acontecer se a realidade concordar com
ele.” Mais pra frente o próprio Sutter Cane vai dizer a Trent que existem “Bilhões de cópia,
traduzidas em 18 idiomas, as pessoas acreditam mais do que a bíblia” e ainda diz que “
“Quanto mais gente acreditar, mas rápida será a jornada.” Esses são diálogos retirados do
próprio filme.

Relacionando todas essas passagens com o conceito, se você pesquisar vai ver que a relação
de uma Egrégora com o grupo de pessoas que a mantêm é recíproca. Quanto maior o número
de pessoas que participam do grupo, e quanto maior for a carga emocional que depositam
sobre os ideais compartilhados, mais poderosa será a ação da Egrégora. Da mesma maneira,
quanto mais forte for esta energia, maiores poderão ser os benefícios, no caso do filme, os
malefícios, colhidos pelos membros do grupo. Já que uma egrégora também pode ser usada
para o mal. E de fato foi, muitas vezes, na história da humanidade. Um exemplo perfeito é o
que houve com vários estados totalitários e movimentos políticos.

Por último, tem mais duas frases que Sutter Cane diz ao longo do filme que são importantes
pra gente compreender mais sobre isso.

Na sua sala em Hobb’s End, no seu sanctum, ele diz “Há anos eu estava achando que estava
inventando isso, mas eles que estavam me dizendo o que escrever”. Há aí ideia que a obra é o
autor, e o autor é a obra, tudo é uma coisa só.

E por isso Sutter Cane é deus agora, ele mesmo diz ao final do filme para Trent: “Eu sou deus
agora”. E como um deus, onde estiver dois ou três em seu nome, no caso do filme, milhares
em seu nome, ele estará no meio deles.

Ao final do filme, Trent, sentado no cinema, assistindo à sua própria história. Há espaço para
indagações do tipo “Será que Trent é também um personagem de Sutter Cane?” E se for assim,
desde o início do filme, estamos, na verdade, assistindo à última obra de Sutter Cane. O que
me dizem? Quais seus sentimentos sobre esse filme? Me diz aqui nos comentários. Eu vou
ficando por aqui, espero que isso não tenha ficado longo ou chato demais, e que vocês tenham
aproveitado. E a gente se vê, até a próxima.

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