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de Objetos Sociológicos
16 de Janeiro de 2019
Rutura Epistemológica e Construção de Objetos Sociológicos
Índice
Introdução .................................................................................................................................. 3
Sociologia................................................................................................................................... 4
Senso Comum ........................................................................................................................... 5
Rutura Epistemológica ........................................................................................................... 6
Construção do Objeto Sociológico ..................................................................................... 7
Obstáculos à construção do objeto sociológico ............................................................. 8
Obstáculos Naturalistas............................................................................................................. 9
Obstáculos Individualistas....................................................................................................... 10
Obstáculos Etnocentristas ...................................................................................................... 11
Classificações Sociais .......................................................................................................... 12
Analise do Documentário “Nados e Criados Desiguais” ............................................ 14
Conclusão ................................................................................................................................ 16
Bibliografia ............................................................................................................................... 17
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Matias Lúcio
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Introdução
Neste trabalho, que nos foi proposto no âmbito da unidade curricular de
Objeto e Método da Sociologia, tendo como objetivo a exposição e exploração
do tema a Rutura Epistemológica e Construção de Objetos Sociológicos, que é
um tema bastante discutido.
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Sociologia
A sociologia é uma ciência social que estuda o comportamento dos
humanos face à interação progressiva de uns com os outros, a relação com
grupos, organizações e até movimentos. Tem como objetivo a compreensão
destas relações e das modificações das nossas sociedades. No seu método de
estudo, a sociologia avalia grandes aspetos sociais, retratando tanto
acontecimentos individuais, como acontecimento de grande escala social.
Nos dias de hoje, a sociologia não é vista como uma ciência de “como
deve ser”, mas sim como “pode ser”. Assim, a sociologia como ciência social,
define o seu objeto de estudo e relaciona-o com os comportamentos sociais e
com as interações do individuo com o mundo social e vice-versa. Como diz
Norbert Elias: “A sociedade que é muitas vezes colocada em oposição ao
indivíduo, é inteiramente formada por indivíduos, sendo nós próprios um ser
entre os outros.” (Elias;2005; pp. 13), ou seja, para se fazer sociologia não
devemos por em oposição o individuo com a sociedade, visto que estão em
constante reciprocidade um com o outro. Mas, é preciso distanciar-se de nós
mesmos “Para compreendermos de que se trata a sociologia temos que nos
distanciar de nós mesmos” (Elias; 2005; pp13), o que levanta um enorme
problema na construção de um objeto de estudo.
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Senso Comum
Não faz sentido falar de sociologia sem falar de senso comum. O senso
comum são as ideias pré-concebidas, as pré-noções que todos os indivíduos
têm em relação ao mundo social. As personagens, quer coletivas, quer
individuais, conectam-se entre uns e outros pelo senso comum, porque é uma
maneira de compreenderem e de arranjarem respostas para os acontecimentos
e interações que ocorrem neste nosso mundo social, O individuo pratica, assim,
uma constante produção de “conhecimento”, tendo como base o senso comum,
pois é uma maneira fácil, que requer pouco esforço, para a explicação do que
acontece do mundo social, e parece “lógico”, acabando por ser aceite pela
sociedade.
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Rutura Epistemológica
Na sociologia, existe um grande obstáculo ao conhecimento que é
pensarmos que temos conhecimento da realidade social porque nós vivemos e
trocamos constantemente experiências de interação com esta. Os estudos das
ciências sociais devem afastar se das ideias pré-concebidas do mundo social,
ideias estas que todos nós como individuas participantes neste mundo, isto quer
dizer, tem que haver a rutura do senso comum.
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Obstáculos Naturalistas
De ordem natural são explicações proporcionadas por fatores físicos
como anomalias ou não do individuo, por fatores biológicos e da maneira como
os indivíduos interagem na sociedade por motivos de culturais como o facto do
género de um individuo, ser homem ou mulher, não ser determinado à nascença,
mas sim pelos ensinamentos que a nossa a sociedade nos transmite
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Obstáculos Individualistas
Ao nível das explicações individualistas dos factos sociais, estas
classificam-se por defenderem a existência singular dos indivíduos seja qual for
o contexto social em que se encontrem, havendo uma dita separação do
“individual” face ao grupo “social”, e que os indivíduos que constroem as
sociedades possuem um carácter único e singular e que as ações dos mesmos
são realizadas por vontade própria e individual, não dependem de terceiros.
Estas ações são explicadas através de razões, leis “naturais” e baseando nas
varias decisões e vontades individuais de cada individuo. Posto isto, há
regularidades observáveis à escala pra-individual, mas estas são semelhantes à
escala individual, então a sociologia deve ser obtida por sobre-exceder as
singularidades dos indivíduos. Essas regularidades que representam um vasto
grupo de personagens (uma coletividade) são resultado final das ações
individuais e pessoais de cada individuo, movido pelas suas próprias aspirações,
motivos e desejos. E de todas essas ações é de maior importância as dos líderes
[(aqueles sujeitos que “por natureza psicológica ou posição no grupo, conduzem
os movimentos coletivos” (Silva, 1986, pp.41)].
Ainda que isto tudo iria implicar explicações científicas das ciências
sociais, que deviam estar devidamente validas. Mas, por outro lado, Augusto
Santos Silva sublinha que existe uma grande inconsistência nas explicações
individualistas ao referir que, se assim fosse, “tudo isto implicarias que as
explicações cientifico-sociais, seguramente validas, teriam, contudo, um alcance
limitado: porque deveriam conformar-se às leis psicológicas; porque não seriam
deterministas; porque um certo número de características relevantes da
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Obstáculos Etnocentristas
Os obstáculos etnocentristas explica os pensamentos dos indivíduos que
estão integrados em sociedades e grupos sociais com culturas distintas (local,
regional, transnacional), refletindo as suas opiniões pessoais a cultura que
aprenderam. O etnocentristas caracteriza-se pela relação dos “nós (o individuo
responsável pela definição da identidade de certos grupos, etnias, religiões,
nações) com os “outros”, os outros indivíduos de identidades de certos grupos,
etnias, religiões e nações diferentes na universalização da cultura. O problema
que daqui decorre é o de que os indivíduos generalizam as suas opiniões e ideias
pessoais, mesmo quando pretendem explicar comportamentos ou fenómenos
que ocorrem em sociedades ou grupos com culturas diferentes. Uma
característica das explicações etnocentristas é a formalização de preconceitos
de outas culturas. Os indivíduos de contextos e/ou de grupos sociais diferentes
dos outros, leva-os a criar opiniões, na maioria reflexões negativas. Têm a
tendência para considerar cultura de um grupo ou sociedade a que o próprio
individuo pertence como sendo superior. As formas mais extremas que existem
do etnocentrismo são o genocídio colonial, o racismo e o fanatismo religioso. É
por este motivo que faz com que a analise científica do investigador seja invalida,
“até porque tem por si a ilusão de transparência do que nos é familiar, do que é
«nosso», constitutivo da nossa sociedade em grupo” (Silva; 1986; pp. 47)
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Classificações Sociais
No âmbito da sociologia e das ciências sociais em geral, a expressão
categorias sociais, de acordo com Fichter (1969), designa uma pluralidade de
pessoas que são consideradas como uma unidade social pelo facto de serem
efetivamente semelhantes em um ou mais aspetos, não havendo necessidade
de proximidade física ou contacto mútuo. Por exemplo, uma determinada
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categoria religiosa pode incluir membros espalhados por todo o mundo e sem
nunca terem tido contactos diretos entre si.
Dito isto, podemos observar que no nosso contexto social existem infinitas
categorias socias e, sempre que a história avança, vão sendo criadas as mais
variadas categorias e até a extinção de muitas delas.
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de fazer mais da sua vida, ficam satisfeitos por um emprego simples. Até a mãe
do Francisco concorda com a sua profissão, mas não tem qualquer ideia de que
queria que o seu filho seguisse respondendo “Não sei, não sei. Não sei
responder a essas perguntas” (15’50’’) as perguntas em relação ao futuro
profissional do filho.
Após de analisarmos este objeto de estudo, nós próprios criamos também juízos
de valor, averiguando a classe social em que estes pertencem. Tal como vimos
Carlos e Francisco por pertencerem a uma classe baixa, viverem na pobreza e
não terem as condições necessárias na sua escola, eles criam juízos de valores
de acordo a sua realidade social, tal como seus pais. O mesmo acontece com o
Luís Bernardo, que pertencendo a classe alta e terem as condições escolheres
bastante boas, assimilou com a profissão do pai e ter sucesso.
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social. As diferentes classes pensam de maneira idêntica, ambas acham que vão
ser semelhantes a outra geração, mas por outro lado, a classe “superior” acredita
que a classe “inferior” tem as mesmas oportunidades, já o mesmo não acontece
com as crenças da classe “inferior”.
Conclusão
Concluímos desta forma que, a sociologia é uma ciência social
caracterizada pela sua complexidade e pelo seu problema com o senso comum.
Exige o máximo de atenção para não cair no erro de seguir por juízos de valores.
É preciso, então, fazer uma rutura do senso comum para que o investigador
consiga contruir um objeto de estudo e adquirir conhecimento científico.
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Bibliografia
ALMEIDA, João Ferreira de (1995), Introdução à Sociologia, Lisboa,
Universidade Aberta, pp. 193-222
SILVA, Augusto Santos (1986), “A ruptura com o senso comum nas Ciências
Sociais”, in A. S. Silva e J. M. Pinto (orgs.), Metodologia das Ciências Sociais,
Porto, Afrontamento, pp. 29-53.
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