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DIARREIAS
- A evacuação de fezes consistentes de 1-3 vezes ao dia ou a cada 2-3 dias é considerada
normal. Quadro de diarreia consiste em diminuição da consistência das fezes e aumento da
freqüência e volume das evacuacoes, podendo conter produtos patológicos (muco, pus e
sangue de origem inflamatória) ou restos alimentares e esteatorreia (sindrome disabsortiva).
- A diarreia pode ser classificada de acordo com sua duraçao, origem ou mecanismo
fisiopatológico.
- DURAÇÃO: Aguda, se for até 14 dias (2 semanas); Persistente, protraída ou
subaguda, se dura de 14 a 28 dias (2 a 4 semanas); e Crônica, se a duração excede
4 semanas. A principal causa de diarreias agudas no mundo são doenças infecciosas,
enquanto que a deficiência de lactase é a principal causa de diarreia cronica no
mundo.
- LOCALIZAÇÃO ou ORIGEM: pode ser alta, se tiver origem no intestino delgado, ou
baixa, caso esteja relacionada ao cólon. A diarreia de origem no delgado tem padrão
mais relacionado a não inflamatória, enquanto que a de origem no cólon, inflamatória.
ALTA BAIXA
“A diarreia alta tem alto
volume com numero menor Volume Aumentado Menor
de evacuacoes”
"A diarreia baixa tem baixo Frequencia Baixa Alta
volume, com maior numero Muco/pus Ausente Podem ocorrer
de evacuações (ate 10 por
dia)." Pode se associar a Periumbilical
Hipogastrio
Dor Mesogastrio
tenesmo e urgência, em Hemiabdome esquerdo
Hemiabdome direito
lesões de reto.
Nauseas Mais frequente Mais rara
- INVASÃO: presença de muco, pus e/ou sangue diferencia entre diarreias invasivas ou
não invasivas. Normalmente são causadas por infecções, quando são chamadas
disenterias, mas também podem ser causadas por inflamacao.
Absorção Substancias
Pepsina gástrica
Proteina Disabsorcao de proteína cursa com hipoproteinemia e edema Tripsinogenio - tripsina
pancreática
Ligante R
B12 Anemia megaloblastica com alterações neurológicas
Fator intrínseco
- Abordagem clínica
• Anamnese e exame físico: etilismo crônico (pancreatite), artralgia (crohn), patologias
autoimunes (doenca celiaca).
DOENCA DE WHIPPLE
- É uma doença raríssima causada pela bactéria Tropheryma whipplei com presença de
macrofagos PAS positivos (corados por ácido periódico de Schiff). A bacteria é presente no
solo, fazendo com que 1/3 dos casos acometam habitantes masculinos de áreas rurais ou, em
2/3 dos casos, pessoas contactantes de outras pessoas ou de animais rurais.
- O Tropheryma se comporta justamente como o Mycobacterium da tuberculose, mas tem como
sitio de ação inicial o intestino delgado, seguido pela migração e acometimento das articulações
e, entao, do cerebro. A doença causa, portanto, disabsorcao, artralgia e mioarritmia
oculomastigatoria (durante a mastigação os olhos fazem movimentos estranhos).
- O diagnostico é realizado pela biopsia com presença de macrofagos corados pelo PAS no
delgado.
- O tratamento é realizado por meio de antibioticoterapia de ataque, preferencialmente
cefalosporina de 3 geração (ceftriaxona) por 2 semanas, e manutenção por 1 ano com bactrim
(sulfametoxazol com trimetropim).
DOENCA CELÍACA
- A doença por sensibilidade ao glúten pode ser definida como estado de resposta imunológica,
tanto humoral, quanto celular, em indivíduos geneticamente suscetíveis, sendo que a doença
celíaca é a forma de intolerância ao glúten que acomete a mucosa intestinal. A doença celíaca
@tentandosermedica Naiana Magalhães
é, portanto, portanto uma doença autoimune com predisposição genérica associada a gatilho
ambiental.
- Essa doença é autoimune e pode se associar a outras doenças autoimunes: diabetes tipo 1 e
tireoidite de hashimoto são as mais comuns.
- Quadros associados que podem ocorrer, são:
• A dermatite herpetiforme é uma manifestação dermatológica da doença por
sensibilidade ao glúten parecida com o quadro de herpes, com surgimento de placas
urticariformes e vesículas altamente pruriginosas de distribuição simétrica, acometendo,
principalmente, joelho, cotovelo, dorso e glúteo. Tratamento é feito com dapsona.
• Deficiência de IgA a antitransglutaminase IgA pode não ser positiva neste caso.
Repare, entao: se a antitransglutaminase IgA é negativa em um paciente que apresenta
quadro muito característico de celíaca, pode ser realizada investigação complementar
com dosagem total de IgA (para ver se tem deficiência) ou de anti-endomisio, anti-
gliadina IgG para investigar outros autoanticorpos.
- Diagnóstico definitivo depende de biópsia (duodeno, jejuno e íleo proximal) e exame
sorológico positivo. Todo paciente com suspeita de doença celíaca deve realizar pesquisa de
autoanticorpos característicos. Os testes sorológicos de escolha são para autoanticorpos IgA
anti transglutaminase, IgA e IgG anti-endomisio (boa correlação com a gravidade da lesao à
mucosa), IgA e IgG anti-gliadina.
• A demonstração de que a lesão está sendo causada pelo glúten é a retirada do glúten,
por período que pode variar de 4 a 12 semanas (variacao da literatura), quando há que
se verificar recuperação do quadro diarreico, melhoria da biopsia e negativacao da
imunidade.
- Tratamento: abolição do glúten da dieta, retirando o gatilho.
• Se não houver melhora mesmo com a retirada do glúten da dieta, pode ser realizada
corticoterapia (casos graves), após demonstração de que o paciente tem se abstido do
gluten, por meio da dosagem de antitransglutaminase IgA (que estava positiva, se o
paciente burlar a dieta).
- A complicação mais temida da doença celíaca é o linfoma intestinal, quando há degeneração
neoplásica das células imunológicas que ocupam o intestino para desenvolver resposta contra
o gluten.
Retocolite
Acomete apenas o reto e colon Normalmente poupa o ânus, acometendo reto e sigmoide, sendo que as
(intestino grosso) lesões podem chegar até a flexura esplênica.
É muito dificil, mas pode haver acometimento de todo o colon (pancolite), até
o descendente. Em poucos casos de pancolite, pode haver invasão
colocecal, com ileíte de refluxo e síndrome disabsortiva.
Não há síndrome disabsortiva O reto é a primeira área a ser acometida e última porção a ter melhora dos
sintomas, sendo, portanto, o local ideal para diagnosticar a doenca, por meio
de retossigmoidoscopia.
- Manifestações clinicas:
• Doença sistêmica inflamatoria: febre, leucocitose, diarreia cronica (mais de 4 semanas),
diarreia invasiva (muco, pus, sangue).
• DC: resseccao segmentar da área de estenose era usualmente realizada, com recidiva
frequente de estenose pela continuidade da infeccao, o que culminava com múltiplas
cirurgias e resseccões; síndrome do intestino curto. Hoje a estenoplastia (estrictoplastia,
estenosoplastia) é realizada: incisão ao longo da estenose associada a
imunossupressao.