Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
ISSN 2596-268X
Resumo
1
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo - IFSP. Email: lucineidepinheiro@yahoo.com.br
2
Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP.Email: susadalgo@gmail.com
Revista Brasileira da Pesquisa Sócio-Histórico-Cultural e da Atividade
Brazilian Journal of Socio-Historical-Cultural Theory and Activity Research
Abstract
Curricular adaptation within and for inclusive education are considered flexible
and different paths taken by educators in order to meet specific learning needs
of students so as to ensure that everyone in the classroom has a chance of
learning the school content proposed. This study is part of a doctorate
investigation that was concluded and aims at researching if and how curricular
adaptations have been implemented in regular school in which deaf students
have been enrolled. Supported by the Sociocultural-historical Theory (Vygotsky,
1924-1934), the study is also theoretically based on Brazilian National Policy for
the education of students with disabilities or with specific educational needs and
on works by authors such as Fidalgo (2006, 2013, 2018) and Lacerda (2006),
who have been discussing inclusion for some time. Methodologically speaking, it
is based on Critical Collaborative Research – PCCol (Magalhães, 2011), and its
data have been produced by means of lesson observation of three teachers
whose groups have deaf and hearing students. Besides this instrument of data
production, the teachers also participated in reflective sessions (Magalhães,
2006) and interviews. Data interpretation indicates that schools lack curricular
adaptation and teachers show difficulty to put such educational policies into
practice. It also indicates that it is vital to invest in qualitative teacher initial and
continuous education. In collaboration with the researcher and teacher educator,
the data signal to the implementation of initial curricular adaptation.
Keywords: Curricular Adaptations; Inclusion; Deaf Students; Critical
Collaborative Research; Sociocultural-historical Theory.
1. Introdução
A educação escolar de todos os alunos está atrelada ao currículo que,
em sua essência, é uma forma de organização do conteúdo e do percurso a ser
realizado pela comunidade, para a construção de um processo de ensino-
aprendizagem significativo. Ele se constitui como elemento potencializador na
formação dos educandos. Tem como ponto de referência o projeto político
pedagógico e deve ser perpassado por iniciativas, que conduzam ao
desenvolvimento de práticas inclusivas (BRASIL, 2003).
Tratando-se em particular da inclusão escolar dos alunos surdos, o que
se observa, é que as iniciativas por vezes implementadas e que não estão
necessariamente relacionadas ao currículo, dizem respeito à inserção do
Intérprete de Língua Brasileira de Sinais – Libras em sala de aula. Sem
desconsiderar a relevância da atuação desse profissional, Góes (2004) comenta
2
Volume.1 Número.1 2019
ISSN 2596-268X
Revista Brasileira da Pesquisa Sócio-Histórico-Cultural e da Atividade
Brazilian Journal of Socio-Historical-Cultural Theory and Activity Research
que, para a inclusão escolar ser bem sucedida, são necessários projetos
diferenciados e não apenas pequenos ajustes. Visão similar assumia Vygotsky
quando, em meados da década de 1920, dizia ser necessário trilhar um caminho
diferente do comumente percorrido pelas escolas comuns para que a educação
do aluno com Necessidades Educacionais Específicas - NEEs fosse exitosa.
Para Vygotsky ([1924] 1997, p.12), "a criança cujo desenvolvimento é
complicado pelo “defeito” [termo usado pelo autor para se referir à deficiência
que, na Rússia, é estudada pela área da Defectologia] não é simplesmente uma
criança menos desenvolvida do que seus pares “normais”, mas uma criança que
se desenvolveu de outra maneira". Segundo o autor, esse desenvolvimento se
dá por uma maneira indireta, ou seja, "quando aparece um obstáculo ao caminho
direto, quando a resposta pelo caminho direto está impedida; em outras palavras,
quando a situação apresenta exigências tais que a resposta inicial se revela
insatisfatória” (VYGOTSKY, [1924]1997, p. 182).
Nessa direção, é essencial que os pressupostos norteadores da
educação inclusiva sejam concretizados em todas as suas dimensões, por meio
de ações efetivas tais como: programas de formação de professores,
infraestrutura adequada, material didático de qualidade, práticas pedagógicas
que atendam a todos em suas peculiaridades e alterações no delineamento do
currículo (FIDALGO, 2018; LACERDA, 2006; GÓES, 2004). Caso contrário, a
escola continuará inserindo o aluno em sala de aula, como se a presença física
dele, materializasse a acepção do termo incluir.
Ao se falar em currículo na educação inclusiva, queremos destacar que
não significa recriá-lo, com supressão de conteúdos ou eliminação de disciplinas,
como se os alunos com NEEs, não pudessem aprender como os demais. Ao
contrário, trata-se de adequá-lo, considerando as especificidades desses alunos,
focalizando as suas capacidades (e não o que lhes falta) e a zona de
desenvolvimento proximal - zdp; que é definida em termos Vygotskyanos, como
a distância entre o nível de aprendizagem real e o nível de aprendizagem
potencial.
As adaptações curriculares propostas pela Secretaria de Educação
Especial do Ministério da Educação – MEC -, nesse sentido, configuram-se como
possibilidades de atuar diante das dificuldades dos alunos (BRASIL, 2003). O
que se almeja, “é a busca de soluções para as necessidades específicas do
aluno, e não o fracasso na viabilização do processo de ensino-aprendizagem”
(BRASIL, 2003, p. 38). O que se pretende com tal proposta, é que a escola se
adapte ao aluno, de modo a oferecer-lhe as condições fundamentais para o seu
acesso e permanência. Ou seja, em prol de uma educação de qualidade para
todos.
3
Volume.1 Número.1 2019
ISSN 2596-268X
Revista Brasileira da Pesquisa Sócio-Histórico-Cultural e da Atividade
Brazilian Journal of Socio-Historical-Cultural Theory and Activity Research
2. Metodologia
Apoiado da Teoria Sociohistórico-Cultural (TSHC) de Vygotsky (1924-
1934), esse trabalho conta com o aporte da política nacional de ensino-
aprendizagem e de autores como Fidalgo (2006, 2013, 2018) e Lacerda (2006),
que discutem a problemática da inclusão. Encontra-se também ancorado na
Metodologia Qualitativa da Pesquisa Crítica de Colaboração – PCCol
(MAGALHÃES, 2006), somado ao Interacionismo Sociodiscursivo (ISD;
BRONCKART, 2006), utilizado para organizar a discussão pela perspectiva da
materialização linguística dos ideais de inclusão ou de exclusão vivenciados nas
escolas.
A PCCol enfoca o trabalho com educadores, razão pela qual tem sido
aplicada por colaboradores e pesquisadores em instituições escolares. Está
alicerçada na Teoria Sociohistórico-Cultural de Vygotsky, bem como em estudos
que adotam essa vertente (MAGALHÃES, 2011). Nesse arcabouço teórico, a
linguagem é fundante. Ela é o instrumento central, a partir do qual o sujeito entra
em contato com a cultura e organiza suas experiências. É sob a mediação da
linguagem que ele constroi relações e se humaniza; organiza o pensamento e o
4
Volume.1 Número.1 2019
ISSN 2596-268X
Revista Brasileira da Pesquisa Sócio-Histórico-Cultural e da Atividade
Brazilian Journal of Socio-Historical-Cultural Theory and Activity Research
5
Volume.1 Número.1 2019
ISSN 2596-268X
Revista Brasileira da Pesquisa Sócio-Histórico-Cultural e da Atividade
Brazilian Journal of Socio-Historical-Cultural Theory and Activity Research
6
Volume.1 Número.1 2019
ISSN 2596-268X
Revista Brasileira da Pesquisa Sócio-Histórico-Cultural e da Atividade
Brazilian Journal of Socio-Historical-Cultural Theory and Activity Research
3. Discussão e Resultados
Quadro 02: Oferta de formação contínua insuficiente – dados da 1ª. Sessão Reflexiva
com a professora Suzana.
Tema Sentido Exemplo
7
Volume.1 Número.1 2019
ISSN 2596-268X
Revista Brasileira da Pesquisa Sócio-Histórico-Cultural e da Atividade
Brazilian Journal of Socio-Historical-Cultural Theory and Activity Research
8
Volume.1 Número.1 2019
ISSN 2596-268X
Revista Brasileira da Pesquisa Sócio-Histórico-Cultural e da Atividade
Brazilian Journal of Socio-Historical-Cultural Theory and Activity Research
9
Volume.1 Número.1 2019
ISSN 2596-268X
Revista Brasileira da Pesquisa Sócio-Histórico-Cultural e da Atividade
Brazilian Journal of Socio-Historical-Cultural Theory and Activity Research
10
Volume.1 Número.1 2019
ISSN 2596-268X
Revista Brasileira da Pesquisa Sócio-Histórico-Cultural e da Atividade
Brazilian Journal of Socio-Historical-Cultural Theory and Activity Research
Quadro 06: Implementação das adaptações curriculares por meio da colaboração entre
os participantes – dados da 2ª. Sessão Reflexiva com a professora Suzana
Tema Sentido Exemplo
11
Volume.1 Número.1 2019
ISSN 2596-268X
Revista Brasileira da Pesquisa Sócio-Histórico-Cultural e da Atividade
Brazilian Journal of Socio-Historical-Cultural Theory and Activity Research
12
Volume.1 Número.1 2019
ISSN 2596-268X
Revista Brasileira da Pesquisa Sócio-Histórico-Cultural e da Atividade
Brazilian Journal of Socio-Historical-Cultural Theory and Activity Research
4. Conclusão
13
Volume.1 Número.1 2019
ISSN 2596-268X
Revista Brasileira da Pesquisa Sócio-Histórico-Cultural e da Atividade
Brazilian Journal of Socio-Historical-Cultural Theory and Activity Research
seja utilizada por todos os agentes que compõem a educação, nas interações
sociais estabelecidas com os surdos.
Referências
14
Volume.1 Número.1 2019
ISSN 2596-268X
Revista Brasileira da Pesquisa Sócio-Histórico-Cultural e da Atividade
Brazilian Journal of Socio-Historical-Cultural Theory and Activity Research
15
Volume.1 Número.1 2019
ISSN 2596-268X