Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
ISSN 2596-268X
Silvia R. A. Heshiki2
Denise I. B. G. Ortenzi3
Elaine F. Mateus4
Resumo
1
Optamos pelo uso do masculino genérico para evitar desviar constantemente a atenção do/a leitor/a, mas, fazemos
uma ressalva a este esvaziamento como mera estratégia contingente e momentânea.
2
Universidade Estadual de Londrina – UEL.Email: silviaheshiki@uel.br
3 Universidade Estadual de Londrina – UEL.Email: denise@uel.br
4 Universidade Estadual de Londrina – UEL.Email: mateus@uel.br
5
Este artigo está baseado em dados coletados para realização do Mestrado Profissional em Letras Estrangeiras
Modernas (MEPLEM), conduzido pela primeira autora, no Programa de Pós-Graduação em Letras Estrangeiras
Modernas, defendida na Universidade Estadual de Londrina (UEL), em 07/05/2018.
Revista Brasileira da Pesquisa Sócio-Histórico-Cultural e da Atividade
Brazilian Journal of Socio-Historical-Cultural Theory and Activity Research
Abstract
This study examines how learning of the use of technological tools by teachers
in a language institute specialized in the teaching of English as a Foreign
language took place. The research stems from the verification of a spontaneous
movement among 11 teachers of the institution who sought to learn from
colleagues about some tools that could be used for teaching L2. In addition,
besides outlining how teacher learning about the use of technology happened the
research seeks to identify what favored and / or delimited this learning. Data
collection was by online survey via Google Forms, and by the recording and
transcription of unstructured interviews of the research participants, which were
duly authorized. The analysis of the results was qualitative and quantitative,
bringing the mapping of how learning took place, which was name "The Pollinator
Effect". The study concludes that teacher learning was carried out by the diffusion
of knowledge by members holding technological domain, and by other members
who, by appropriating such knowledge, also contributed to its spreading.
Learning and its consequent diffusion were through the perception of affordances
and mediation (social, imitation and demonstration).
Keywords: EFL,Teacher Learning, Situated Learning,ICT, Affordances.
1. Introdução
2
Volume.1 Número.1 2019
ISSN 2596-268X
Revista Brasileira da Pesquisa Sócio-Histórico-Cultural e da Atividade
Brazilian Journal of Socio-Historical-Cultural Theory and Activity Research
3
Volume.1 Número.1 2019
ISSN 2596-268X
Revista Brasileira da Pesquisa Sócio-Histórico-Cultural e da Atividade
Brazilian Journal of Socio-Historical-Cultural Theory and Activity Research
2. Referencial Teórico
4
Volume.1 Número.1 2019
ISSN 2596-268X
Revista Brasileira da Pesquisa Sócio-Histórico-Cultural e da Atividade
Brazilian Journal of Socio-Historical-Cultural Theory and Activity Research
5
Volume.1 Número.1 2019
ISSN 2596-268X
Revista Brasileira da Pesquisa Sócio-Histórico-Cultural e da Atividade
Brazilian Journal of Socio-Historical-Cultural Theory and Activity Research
6
Volume.1 Número.1 2019
ISSN 2596-268X
Revista Brasileira da Pesquisa Sócio-Histórico-Cultural e da Atividade
Brazilian Journal of Socio-Historical-Cultural Theory and Activity Research
7
Volume.1 Número.1 2019
ISSN 2596-268X
Revista Brasileira da Pesquisa Sócio-Histórico-Cultural e da Atividade
Brazilian Journal of Socio-Historical-Cultural Theory and Activity Research
8
Volume.1 Número.1 2019
ISSN 2596-268X
Revista Brasileira da Pesquisa Sócio-Histórico-Cultural e da Atividade
Brazilian Journal of Socio-Historical-Cultural Theory and Activity Research
nada mais é do que o que Johnson (2009, p. 120) descreve como "relação de
influência"12, ou seja, não se trata somente do que é aprendido, mas dos modos
como os participantes se engajam na atividade de aprender.
Ertmer (1999) sugere que, ao desenvolverem atividades reproduzindo os
passos de colegas, mentores e outros que possam ilustrar efetivo uso da
tecnologia, os professores mudam sua visão quanto ao uso em sala de aula. Já
Shabani e outros (2010) argumentam que, pela imitação, se dá o
desenvolvimento das funções psicológicas que ainda são inadequadas para uma
performance individual, ressaltando que Vygotsky enfatizou a importância da
atividade mediada no desenvolvimento de funções psicológicas mais elevadas.
Além da atividade mediada, é de suma importância a percepção de
affordances para o sucesso da difusão tecnológica. Gaver (1991) entende que
affordances refere-se tanto às potencialidades quanto aos impedimentos, ou
seja, "todas as possíveis ações latentes (grifo nosso) no ambiente,
objetivamente mensuráveis e independentes da habilidade de um indivíduo de
os reconhecer, mas sempre em relação ao autor e, desta forma, dependente de
suas capacidades" 13 (FARINA, 2010 p. 105).
Mais adiante, demostraremos como as diferentes formas de medição
(social, imitação e demonstração) e a percepção de affordances tiveram papel
importante no aprendizado docente quanto ao uso de ferramentas digitais – seja
na propagação do conhecimento entre os professores que procuraram ajuda ou
no próprio aprendizado de tais recursos.
3. O contexto da pesquisa
9
Volume.1 Número.1 2019
ISSN 2596-268X
Revista Brasileira da Pesquisa Sócio-Histórico-Cultural e da Atividade
Brazilian Journal of Socio-Historical-Cultural Theory and Activity Research
4. Metodologia
10
Volume.1 Número.1 2019
ISSN 2596-268X
Revista Brasileira da Pesquisa Sócio-Histórico-Cultural e da Atividade
Brazilian Journal of Socio-Historical-Cultural Theory and Activity Research
14
Plataforma online que permite a criação de quizes. É possível acessá-la tanto via
computadores (desktops e/ou laptops) quanto via dispositivos móveis (celulares ou tablets).
É muito popular por funcionar em forma de competições que podem ser efetuadas
individualmente ou em grupo.
11
Volume.1 Número.1 2019
ISSN 2596-268X
Revista Brasileira da Pesquisa Sócio-Histórico-Cultural e da Atividade
Brazilian Journal of Socio-Historical-Cultural Theory and Activity Research
12
Volume.1 Número.1 2019
ISSN 2596-268X
Revista Brasileira da Pesquisa Sócio-Histórico-Cultural e da Atividade
Brazilian Journal of Socio-Historical-Cultural Theory and Activity Research
PROF2: Porque a tecnologia, para mim, ela é uma coisa nova ainda. Eu tenho
21 anos mas, para mim, uma coisa nova e em sala de aula...
PROF2: Sim, eu tenho celular, mas ainda é uma coisa nova pra propósitos
educacionais. Então agora, tipo, eu não consigo, eu não consigo me imaginar
em sala sem usar algum tipo de ferramenta com os alunos. Já comecei os alunos
atividades de produção escrita pelo e-mail, então eles mandam diretamente dos
celulares deles para mim. Eles escrevem na hora, já vou recebendo, já vou
corrigindo para eles. Então acho que toda aula eu vou inserir alguma coisa de
tecnologia.
PROF7: Tecnologia eu sempre fui interessada, né, então eu já dava aula online,
por Skype, então em sempre tentei dar uma olhada como funcionam outras coisas,
e eu achei muito interessante quando você me mostrou, nos mostrou, esses
aplicativos porque é bem legal.
SILVIA: Você saberia lembrar qual que foi a ferramenta que você daí resolveu
começar?
13
Volume.1 Número.1 2019
ISSN 2596-268X
Revista Brasileira da Pesquisa Sócio-Histórico-Cultural e da Atividade
Brazilian Journal of Socio-Historical-Cultural Theory and Activity Research
PROF9: (...) Eu acho que foi quando eu ouvi as conversas na sala dos
professores (...).
PROF9: (...) Sempre que estou na sala dos professores, eles me pegam ali, ai,
como é que é, e eu vou mostrando, o que eu fiz também (...).
PROF1: (...) mas acredito que faria tudo novamente com ajuda de alguém. No
caso a Silvia ou de um professor que saiba mexer nessa parte de tecnologia
porque não é para mim. É uma experiência que eu tenho, assim: é bom quando
acontece o resultado, porém para eu fazer sozinha eu não tenho, assim, paciência,
não faria sozinha. Eu faria tudo novamente mas com ajuda de alguém. Essa é a
minha experiência.
14
Volume.1 Número.1 2019
ISSN 2596-268X
Revista Brasileira da Pesquisa Sócio-Histórico-Cultural e da Atividade
Brazilian Journal of Socio-Historical-Cultural Theory and Activity Research
SILVIA: Então foi mais... ah... outra pergunta. Quando você trabalhou com a
PROF7, ela demonstrou para você como funcionava? Como é que foi?
SILVIA: Você acha que se a gente não tivesse demonstrado, você acha que teria
sido um pouco mais complicado você entender o processo?
PROF9: Eu acho que assim, eu acho que sim. Até uma coisa que eu faço com os
meus alunos que não conhecem, é: eu faço a primeira rodada na louca. A gente
só abre e eu vou explicando como é que funciona porque eu acho mais fácil
demonstrar na prática do que usar as palavras, nesse caso. Então eu faço isso
com eles também, como me ajudou, falei "ah eu vou fazer com eles". "Ai, teacher,
não tô entendendo nada!". Falei: "Só abre. A gente só vai fazer uma
demonstração". E dá super certo. Eu acho que funciona bem.
15
Volume.1 Número.1 2019
ISSN 2596-268X
Revista Brasileira da Pesquisa Sócio-Histórico-Cultural e da Atividade
Brazilian Journal of Socio-Historical-Cultural Theory and Activity Research
SILVIA: Ok. So just click on that. So, you're going to open ... you're going to
create a new...
PROF5: Okay here.
TODOS: New...
SILVIA: Alright! So the activity that we have been doing, it is quiz. So click on
quiz...
PROF5: Here I click new, okay?
SILVIA: Yes
PROF5: And then quiz.
PROF4: OK.
SILVIA:So now, you have to give it a title. So... for example.
Excerto 8: demonstração presencial da plataforma Kahoot em 26/08/2016
SILVIA: E com quem você conseguiu, assim, dividir essas atividades e que você
sabe que usaram?"
PROF7 : Com a PROF8, com a PROF9, com você, né? A gente divide. Até agora
com elas. Até por serem os mesmos grupos, o mesmo nível.
16
Volume.1 Número.1 2019
ISSN 2596-268X
Revista Brasileira da Pesquisa Sócio-Histórico-Cultural e da Atividade
Brazilian Journal of Socio-Historical-Cultural Theory and Activity Research
PROF 3: "(...) although she doesn't have her password, she uses mine when I
create something and stuff, so she does it till today. (...) I´ve spoken to PROF16,
as well, because we´ve got the same kind of level, students so... yeah.. I've
actually showed them. (...) then I started asking her a question and later mentioned
to me she actually started implementing it in her (group), which we ... we've got the
same groups".
PROF11: Porque todo mundo falando dele e aí eu tive que fazer,né? Eu falei:
"não é possivel que eu não vou conseguir fazer esse negócio”.
SILVIA: E quando que você começou a notar que a tecnologia poderia ser
interessante em sala de aula?
PROF9: Eu acho que foi quando eu ouvi as conversas na sala dos professores e
o pessoal dando um feedback super positivo, inclusive pessoas que diziam
não ter uma intimidade muito desenvolvida com a tecnologia. Eu pensei, "ai,
se eles estão fazendo, eu acho que talvez eu consiga", porque, quando a gente
ouve de você, a gente sabe que você sabe fazer várias coisas, então eu
pensava "a Silvia sabe, mas até parece que eu vou saber"; mas aí eu ouvi
alguns depoimentos na sala dos professores, eu achei que poderia ser possível.
E realmente foi muito possível, foi bem bacana.
17
Volume.1 Número.1 2019
ISSN 2596-268X
Revista Brasileira da Pesquisa Sócio-Histórico-Cultural e da Atividade
Brazilian Journal of Socio-Historical-Cultural Theory and Activity Research
6. O efeito polinizador
18
Volume.1 Número.1 2019
ISSN 2596-268X
Revista Brasileira da Pesquisa Sócio-Histórico-Cultural e da Atividade
Brazilian Journal of Socio-Historical-Cultural Theory and Activity Research
19
Volume.1 Número.1 2019
ISSN 2596-268X
Revista Brasileira da Pesquisa Sócio-Histórico-Cultural e da Atividade
Brazilian Journal of Socio-Historical-Cultural Theory and Activity Research
7. Considerações Finais
20
Volume.1 Número.1 2019
ISSN 2596-268X
Revista Brasileira da Pesquisa Sócio-Histórico-Cultural e da Atividade
Brazilian Journal of Socio-Historical-Cultural Theory and Activity Research
para sua prática, indicando maior uso das ferramentas tabletes que ficavam
disponíveis na sala dos professores.
Na segunda etapa da pesquisa, foram conduzidas entrevistas abertas a
fim de melhor compreender a movimentação observada na instituição, o
aprendizado docente que se deu e a consequente difusão do uso de tecnologia
em sala de aula. Foram entrevistados somente os professores que procuraram
uns aos outros, por observação da pesquisadora, primeira autora, e também por
nomeação de colegas durante as entrevistas.
O estudo sinaliza que, assim como para Lave (1991), o aprendizado
vivenciado neste grupo pode ser caracterizado como situacional, uma vez que
ocorre sem aviso e sem intenção. Vale destacar que em investigação anterior,
Heshiki (2017) aponta a existência de barreira que prejudicavam a percepção de
de affordances pelos/as docentes, apesar de sessões específicas sobre o uso
de tecnologia em sala de aula oferecidas pela instituição em reuniões
pedagógicas.
O presente estudo demonstra ainda que o contexto social e a mediação
cultural – par mais experiente, imitação, demonstração e compartilhamento de
atividades – foram centrais na análise (Brown et al., 2015), já que, pela descrição
do meio no qual se deu o aprendizado dos docentes, percebe-se uma cultura de
utilização de tecnologia latente no ambiente de trabalho dos participantes da
pesquisa. Entende-se que este fator contribuiu para percepção das affordances.
A experiência e o resultado aqui relatados não sugerem que se apliquem
a todo e qualquer contexto, já que o estudo se deu em um contexto pequeno e
específico. Não foram considerados fatores como empatia entre colegas e
atmosfera positiva no ambiente de trabalho que talvez sejam determinantes e
que precisam ser também investigados em outros contextos.
Espera-se que os apontamentos aqui destacados auxiliem na
organização e planejamento de cursos de formação, formação continuada ou de
desenvolvimento profissional no campo do uso de TICs em sala de aula.
Este trabalho analisou o aprendizado docente sociocultural levando-se em
conta mediação, contexto e percepção de affordances. Restam necessárias,
conforme Phillips (2016), a prática e a identidade detalhada dos envolvidos.
Referências
21
Volume.1 Número.1 2019
ISSN 2596-268X
Revista Brasileira da Pesquisa Sócio-Histórico-Cultural e da Atividade
Brazilian Journal of Socio-Historical-Cultural Theory and Activity Research
22
Volume.1 Número.1 2019
ISSN 2596-268X
Revista Brasileira da Pesquisa Sócio-Histórico-Cultural e da Atividade
Brazilian Journal of Socio-Historical-Cultural Theory and Activity Research
23
Volume.1 Número.1 2019
ISSN 2596-268X
Revista Brasileira da Pesquisa Sócio-Histórico-Cultural e da Atividade
Brazilian Journal of Socio-Historical-Cultural Theory and Activity Research
24
Volume.1 Número.1 2019
ISSN 2596-268X
Revista Brasileira da Pesquisa Sócio-Histórico-Cultural e da Atividade
Brazilian Journal of Socio-Historical-Cultural Theory and Activity Research
SCRIBNER, Sylvia. Vygotsky’s uses of history. In: James Wertsch, (ed.). Culture,
Communication and Cognition: Vygotskyan perspectives. New York: Cambridge
University Press, p. 119-145. 1985.
SELWYN, N. Discourses of digital “disruption” in education: A critical
analysis. Paper presented to Fifth International Roundtable on Discourse
Analysis, City University, Hong Kong. 2013.
SHABANI, K., MOHAMED, K. e EBADI, S. Vygotsky's Zone of Proximal
Development: Instructional Implications and Teachers' Professional
Development. In: English Language Teaching. Vol. 3, No. 4. Dez, 2010.
Disponível em
<http://www.ccsenet.org/journal/index.php/elt/article/view/37034>acesso em 18
ago 2014.
SMAGORINSKY, P. A Vygotskian analysis of the construction of setting in
learning to teach. In: V. ELLIS, A. EDWARDS e P. SMAGORINSKY. Cultural-
Historical Perspectives on Teacher Education and Development. Nova York:
Routledge. 2010.
TREVISAN, A.C. C. et al. TV Pendrive: o que dizem os professores In: Revista
Conjectura, v. 15, n. 2, maio/ago. 2010.
WELLS, G.; CLAXTON, G. Introduction: sociocultural perspectives on the future
of education. In: Gordon Wells e Guy Claxton (eds.). Learning for the life in the
21st century: sociocultural perspectives on the future of education. Blackwell
Publishers Ltd, p. 1-18. 2002.
WENGER, E. Communities of practice: Learning, Meaning and Identities. E.U.A.:
Cambridge University Press, 2007
WERTSCH, J. Voices of the mind: a sociocultural approach to mediated action.
E.U.A.: Cambridge University Press, 1991.
25
Volume.1 Número.1 2019
ISSN 2596-268X