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Universidade do Minho
2005/2006
CONTEÚDO
1 Indução e Recursão 2
2 Conjuntos Numeráveis 5
3 Alfabeto 8
4 Lógica Proposicional 9
4.1 Estrutura Proposicional de uma Proposição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
4.2 Deducção Natural . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
5 Lógica de 1a Ordem 24
5.1 Dedução Natural para Lógica de 1a Ordem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
Universidade do Minho 1
CAPÍTULO 1
Indução e Recursão
(i) Q(0)
então ∀n ∈ N0 Q(n)
(i) Q(n0 )
1) f (0) = a
2) ∀n ∈ N0 , f (n + 1) = h f (n)
Definição 1.1
P é o conjunto de N0 definido por:
1) 0 ∈ P;
2) Se n ∈ P, então n + 2 ∈ P;
Universidade do Minho 2
Lógica e Fundamentos 2005/2006 1. Indução e Recursão
Definição 1.2
P é o conjunto de N0 definido recursivamente por:
1) 0 ∈ P;
2) ∀n ∈ P, n + 2 ∈ P;
Definição 1.3
P é o menor conjunto X ⊆ N0 tal que:
I) 0 ∈ X;
II) ∀n ∈ N0 , se n ∈ X, então n + 2 ∈ X;
Nota:
1) As três definições anteriores definem o mesmo conjunto;
2) Cada uma das definições anteriores é uma definição indutiva;
3) P é um conjunto definido indutivamente;
4) P é o menor conjunto X ⊆ N0 que verifica φ(X)
Lema 1.1
Existe o menor X ⊆ N0 , tal que (I) e (II), ou seja, tal que φ(X).
Definição 1.4
Define-se o conjunto x − cardinal como sendo o conjunto:
X = X ⊆ N0 | φ(X) = X ⊆ N0 | X é indutivo
Propriedades 1.1
P1 . X é não vazio, por exemplo N0 ∈ X;
(i) Q(0);
então ∀n ∈ P, Q(n)
Universidade do Minho 3
Lógica e Fundamentos 2005/2006 1. Indução e Recursão
Definição 1.5
Seja f : P −→ N0 uma função definida recursivamente por
(i) f (0);
(ii) ∀n ∈ P, f (n + 2) = f (n) + 1
Definição 1.6
Seja f : P −→ N0 uma função, g : P −→ N0 satisfazendo:
(i) g(0);
(i) g(0) = a;
(ii) ∀n ∈ P, g(n + 2) = h g(n)
Definição 1.7
Seja f : P −→ N0 a função definida reciprocamente por:
(i) f (0) = 0;
Nota:
ou seja, f : R −→ N0 é a única função g : P −→ N tal que:
I) g(0) = 0
II) para todo n ∈ P g(n + 2) = g(n) + 1
Universidade do Minho 4
CAPÍTULO 2
Conjuntos Numeráveis
Definição 2.1
Sejam A e B conjuntos.
1) Uma função injectiva f : A −→ B diz-se uma injeccão de A em B.
2) Uma função sobrejectiva f : A −→ B diz-se uma sobrejeccão de A em B.
3) Uma função bijectiva f : A −→ B diz-se uma bijeccão de A em B.
Observação:
Se A ⊆ B então A 4 B.
Lema 2.1
Sejam A, B e C conjuntos.
i) A 4 A
ii) Se A 4 B e B 4 C, então A 4 C
Universidade do Minho 5
Lógica e Fundamentos 2005/2006 2. Conjuntos Numeráveis
Observação:
Se A ∼ B então A 4 B e B 4 A.
Lema 2.2
Sejam A, B e C comjuntos.
i) A ∼ A (Ref lexiva)
ii) Se A ∼ B então B ∼ A (Simétrica)
iii) Se A ∼ B e B ∼ C, então A ∼ C (T ransitiva)
Proposição 2.1
O conjunto N × N é numerável.
Corolario 2.2.1
Sejam A e B conjuntos. Se A e B são numeráveis, então A × B é numerável.
Observação:
Sejam A e B conjuntos. Se A ∼ B e B é numerável, então A é numerável.
Lema 2.3
Seja A conjunto. Se A é infinito e a ∈ A, então A\{a} ∼ A.
A ∪ B = (0, a) | a ∈ A ∪ (1, b) | b ∈ B
Universidade do Minho 6
Lógica e Fundamentos 2005/2006 2. Conjuntos Numeráveis
Lema 2.4
Sejam A e B conjuntos. Então A ∪ B 4 A ∪ B
Proposição 2.2
Sejam A e B conjuntos. Se A e B são numeráveis, então A ∪ B é numerável.
Teorema 2.3
A união numerável de conjuntos numeráveis é numerável.
Universidade do Minho 7
CAPÍTULO 3
Alfabeto
Definição 3.1
Seja A um conjunto e seja n > 0.
An = a1 . . . an | qualquer 1 6 i 6 n ai ∈ A
Observação:
1) Para todo n > 0, An+1 ∼ An × A;
2) Em particular, A1 ∼ {ξ} × A
Lema 3.1
Se A é numerável então, para todo n > 0, An+1 é numerável.
Proposição 3.1
Se A é numerável então, A∗ é numerável.
Universidade do Minho 8
CAPÍTULO 4
Lógica Proposicional
Definição 4.1
Uma proposição é uma frase declarativa com valor lógico bem definido.
Definição 4.2
Os conectivos são operadores que ligam proposições por forma a construir proposições compostas.
CONECTIVOS
N egacão não, não é verdade ¬
Conjuncao
˜ e ∧
Disjuncao
˜ ou ∨
Implicacao
˜ se... então... ⇒
Equivalência se e só se ⇔
Definição 4.3
Proposições Atómicas são proposições sem conectivos.
As variáveis p0 , p1 , p2 , . . . são as variáveis proposicionais.
Universidade do Minho 9
Lógica e Fundamentos 2005/2006 4. Lógica Proposicional
Proposição 4.1
O conjunto de fórmulas proposicionais Fp é numerável.
Universidade do Minho 10
Lógica e Fundamentos 2005/2006 4. Lógica Proposicional
Definição 4.7
Considere-se a função var defenida recursivamente por:
(1) var(p) = p;
(2) var(⊥) = ∅;
(3) var(¬ϕ) = var(ϕ), qualquer ϕ ∈ Fp ;
(4) var(ϕ ψ) = var(ϕ) + var(ψ), qualquer ϕ, ψ ∈ Fp , qualquer ∈ {∧, ∨, →, ↔}.
ou seja,
var : Fp −→ P(Vp )
ϕ 7−→ var(ϕ) = p ∈ Vp | p ocorre em ϕ
[ψ/p] : Fp −→ Fp
ϕ 7−→ ϕ[ψ/p]
Definição 4.9
Sejam ψ ∈ Fp e p ∈ Vp . Define-se por recursão estrutural a função
[ψ/p] : Fp −→ Fp
ϕ −→ ϕ[ψ/p]
tal que
(1) ⊥ [ψ/p] =⊥;
(
6 p
pi se pi =
(2) pi [ψ/p] = , para pi ∈ Vp ;
ψ se pi = p
(3) ϕ1 ϕ2 [ψ/p] = ϕ1 [ψ/p] ϕ2 [ψ/p] , para quaisquer ϕ1 , ϕ2 ∈ Fp e ∈ {∧, ∨, →, ↔};
(4) ¬ϕ [ψ/p] = ¬(ϕ[ψ/p]) .
Universidade do Minho 11
Lógica e Fundamentos 2005/2006 4. Lógica Proposicional
ϕ v¬ (ϕ)
1 0 v⊥ = 0
0 1
ϕ ψ v∨ (ϕ, ψ) ϕ ψ v∧ (ϕ, ψ)
1 1 1 1 1 1
1 0 1 1 0 0
0 1 1 0 1 0
0 0 0 0 0 0
ϕ ψ v→ (ϕ, ψ) ϕ ψ v↔ (ϕ, ψ)
1 1 1 1 1 1
1 0 0 1 0 0
0 1 1 0 1 0
0 0 1 0 0 1
Universidade do Minho 12
Lógica e Fundamentos 2005/2006 4. Lógica Proposicional
Nota:
Consequência do carácter vero-funcional dos conectivos:
(1) O valor lógico de uma proposição é determinado pelo valor lógico das proposições atómicas;
(
cada variável proposicional
(2) Dado ϕ ∈ Fp associamos a um valor lógico, então
cada variável proposicional que ocorre em ϕ
fica determinado um valor lógico em ϕ.
Nota:
Esta definição diz que, para calcular v basta saber o valor de p.
Dada a valoração v, existe pelo Teorema da Recursão, uma extenção v : Fp −→ {0, 1} que respeita
o significado dos conectivos. v diz-se uma extensão canónica de v.
Nota:
v diz-se uma extensão canónica de v.
O valor lógico de uma fórmula fica determinado quando se determina o valor lógico das variáveis
que ocorrem nessa frase.
Universidade do Minho 13
Lógica e Fundamentos 2005/2006 4. Lógica Proposicional
Nota:
O valor lógico de uma fórmula ϕ fica determinado pela escolha de um valor lógico para as variáveis que
ocorrem em ϕ.
Proposição 4.2
Para todo ϕ ∈ Fp , para qualquer v1 , v2 : Vp −→ {0, 1}, se para qualquer p ∈ var(ϕ), v1 (p) = v2 (p)
então v1 (ϕ) = v2 (ϕ).
A partir deste momento o interesse é investigar o valor lógico que uma fórmula pode tomar.
A aplicação prática deste resultado é substituir as variáveis que ocorrem na fórmula, não sendo
necessário ver todos os casos, para todas as variáveis em geral.
Por isso, vai haver 2n casos possiveis, onde n é o número de variáveis que ocorrem na fórmula.
Todo isto conduz ao conceito de tabela de verdade.
Nota:
Pode dar-se o caso de a valoração não se modificar ao se efectuar a substituição.
O presente Lema, garante que, a valoração de uma fórmula ϕ após a substituíção da variável p, pela fórmula
ψ é igual à valoração obtida pela substituição da valoração da variável p pela valoração da fórmula ψ.
Universidade do Minho 14
Lógica e Fundamentos 2005/2006 4. Lógica Proposicional
Exemplos:
1) p0 ∧ ¬p0 (lei do 3o excluido);
2) (p0 ∨ p1 ) ∧ ¬p1 → p0 ;
3) p0 → p0 ;
4) p0 ↔ ¬¬p0 ;
5) p0 ∧ ¬p0 é insatisf azivel;
6) p0 ↔ ¬p0 é insatisf azivel.
Proposição 4.3
Para todo ϕ ∈ Fp , para todo ψ ∈ Fp e p ∈ Vp , se |= ϕ então |= ϕ[ψ/p].
Observação:
ϕ ⇔ ψ ⇔ se e só se |= ϕ ↔ ψ
Nota:
1) pi < ¬p0 ;
2) pi < p1 ;
1) pi ⇔ p0 .
Universidade do Minho 15
Lógica e Fundamentos 2005/2006 4. Lógica Proposicional
Proposição 4.4
Para todo ϕ, ψ, γ ∈ Fp :
(1 ) ϕ ∧ ψ ⇔ ψ ∧ ϕ (comutativa);
(1’) ϕ ∨ ψ ⇔ ψ ∨ ϕ (comutativa);
(2 ) ϕ ∧ (ψ ∧ γ) ⇔ (ϕ ∧ ψ) ∧ γ (associativa);
(2’) ϕ ∨ (ψ ∨ γ) ⇔ (ϕ ∨ ψ) ∨ γ (associativa);
(3 ) ϕ ∧ ϕ ⇔ ϕ (idempotência)
(3’) ϕ ∨ ϕ ⇔ ϕ (idempotência)
(4 ) ϕ ∧ ⊥ ⇔ ⊥ (elemento absorvente)
(5 ) ϕ ∧ (¬ ⊥) ⇔ ϕ (elemento neutro);
(6 ) ϕ ∧ (ψ ∨ γ) ⇔ (ϕ ∧ ψ) ∨ (ϕ ∧ γ) (distributividade);
(6’) ϕ ∨ (ψ ∧ γ) ⇔ (ϕ ∨ ψ) ∧ (ϕ ∨ γ) (distributividade);
(8 ) ϕ ⇔ ¬¬ϕ;
(9 ) ϕ → ψ ⇔ ¬ψ → ¬ϕ
(10) ϕ ↔ ψ ⇔ (ϕ → ψ) ∧ (ψ → ϕ);
(11) ϕ → ψ ⇔ ¬ϕ ∨ ψ;
(14) ¬ϕ ⇔ ϕ →⊥;
(15) ⊥⇔ ϕ ∧ ¬ϕ;
(15’) ¬ ⊥⇔ ¬ϕ ∨ ϕ;
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Lógica e Fundamentos 2005/2006 4. Lógica Proposicional
Proposição 4.5
A relação ⇔ é uma relação de equivalência em Fp , isto é:
(1) Para qualquer ϕ ∈ Fp , ϕ⇔ϕ (Ref lexiva)
(2) Para qualquer ϕ, ψ ∈ Fp , se ϕ ⇔ ψ então ψ ⇔ ϕ (Simétrica)
(3) Para qualquer ϕ, ψ, γ ∈ Fp , se ϕ ⇔ ψ e ψ ⇔ γ então ϕ ⇔ γ (T ransitiva)
Proposição 4.6
Para todo ϕ1 , ϕ2 , ψ ∈ Fp , se ϕ1 ⇔ ϕ2 então:
(1) ϕ1 ∨ ψ ⇔ ϕ2 ∨ ψ e ψ ∨ ϕ1 ⇔ ψ ∨ ϕ2 ;
(2) ϕ1 ∧ ψ ⇔ ϕ2 ∧ ψ e ψ ∧ ϕ1 ⇔ ψ ∧ ϕ2 ;
(3) ϕ1 → ψ ⇔ ϕ2 → ψ e ψ → ϕ1 ⇔ ψ → ϕ 2 ;
(4) ϕ1 ↔ ψ ⇔ ϕ2 ↔ ψ e ψ ↔ ϕ1 ⇔ ψ ↔ ϕ 2 ;
Definição 4.18
Seja Γ ⊂ Fp
(1) Seja v valoração. Diz-se que v satisf az Γ se, para qualquer ϕ ∈ Γ, v satisfaz ϕ.
(2) Γ diz-se satisf azivel, se existe uma valoração v, tal que, v satisfaz Γ.
(3) Γ diz-se insatisf azivel, ou lógicamente inconsistente, se Γ não é satisfazível.
Exemplo 4.18.1
(1) {p1 } é satisfazível;
(2) Se ϕ é satisfazível, então {ϕ} também é satisfazível;
(3) O conjunto ∅ é satisfazível;
(4) Fp é insatisfazível;
(5) Se ⊥∈ Γ então Γ é insatisfazível;
(6) {p1 , ¬p1 } é lógicamente inconsistente.
Observação:
|= ϕ se e só se {¬ϕ} é lógicamente inconsistente.
Notação:
n
^
1) ϕi = ϕ1 ∧ (ϕ2 ∧ (. . . ∧ (ϕn−1 ∧ ϕn ) . . .)
i=1
_n
2) ϕi = ϕ1 ∨ (ϕ2 ∨ (. . . ∨ (ϕn−1 ∨ ϕn ) . . .)
i=1
Universidade do Minho 17
Lógica e Fundamentos 2005/2006 4. Lógica Proposicional
Lema 4.2
Sejam ϕ1 , . . . , ϕn ∈ Fp e v uma valoração. Então v satisfaz {ϕ1 , . . . , ϕn } se e só se v satisfaz
^n
ϕi .
i=1
Lema 4.3 n n
^ _
¬ ϕi ⇔ ¬ϕi
i=1 i=1
Proposição 4.7
Seja Γ = {ϕ1 , . . . , ϕn }. Então, as seguintes afirmações são equivalentes:
(1) Γ é logicamente inconsistente;
n
^
(2) |= ϕi ;
i=1
_n
(3) |= ¬ϕi .
i=1
Observação:
Para todo ϕ ∈ Fp , |= ϕ se e só se ∅ |= ϕ
Observação:
n
^
v satisfaz ϕi se e só se, para qualquer 1 6 i 6 n, v satisfaz ϕi .
i=1
Lema 4.4 n
^
ϕ1 , . . . , ϕn |= ψ se e só se ϕi |= ψ.
i=1
Lema 4.5
Para todo Γ ⊆ Fp , ϕ, ψ ∈ Fp , Γ, ϕ |= ψ se e só se Γ |= ϕ → ψ.
Universidade do Minho 18
Lógica e Fundamentos 2005/2006 4. Lógica Proposicional
Proposição 4.8
Sejam ϕ1 , . . . , ϕn , ψ ∈ Fp . Então as seguintes condições são equivalentes:
(1) ϕ1 , . . . , ϕn |= ψ;
n
^
(2) ϕi |= ψ;
i=1
n
^
(3) |= ϕi → ψ .
i=1
Proposição 4.9
Sejam Γ ⊆ Fp e ϕ ∈ Fp :
(1) Γ é insatisfazível se e só se Γ |=⊥;
Universidade do Minho 19
Lógica e Fundamentos 2005/2006 4. Lógica Proposicional
Nota:
Definição 4.21
Arv p é o conjunto das árvores de fórmulas em Fp com hipóteses possivelmente canceladas.
Definição 4.22
Derp é o subconjunto de Arv p definido indutivamente por:
(1) Para todo ϕ ∈ Fp , ϕ ∈ Derp
D D
ϕ ∧ ψ ∈ Derp e ϕ ∧ ψ ∈ Derp
ϕ ψ
Universidade do Minho 20
Lógica e Fundamentos 2005/2006 4. Lógica Proposicional
D D
ϕ→ψ ϕ ∈ Derp
ψ
D D0 D D0
ϕ↔ψ ϕ ∈ Derp ϕ↔ψ ψ ∈ Derp
ψ ϕ
Universidade do Minho 21
Lógica e Fundamentos 2005/2006 4. Lógica Proposicional
ϕ ψ
D D0 D00
∈ Derp
ϕ∨ψ σ σ
σ
Notação:
D
1) V D é uma derivação com conclusão ϕ
ϕ
ϕ
2) D V D é uma derivação com conclusão ψ e em que ϕ ocorre como hipótese não cancelada
ψ
n > 0 vezes.
Universidade do Minho 22
Lógica e Fundamentos 2005/2006 4. Lógica Proposicional
Definição 4.25
Seja Γ ∈ Fp .
(1) Γ diz-se sintáticamente inconsistente se Γ `⊥.
(2) Γ diz-se consistente se não é inconsistente.
Proposição 4.10
Seja Γ ∈ Fp . Γ `⊥ se e só se Γ, ¬ϕ `⊥.
Proposição 4.11
As seguintes condições são equivalentes:
(1) Para qualquer Γ, ϕ, se Γ ` ϕ então Γ ϕ.
(2) Para qualquer Γ, se Γ é satisfazível então Γ 0⊥ (ou seja, Γ é consistente).
Proposição 4.12
As seguintes condições são equivalentes:
(1) Para qualquer Γ, ϕ, se Γ ϕ então Γ ` ϕ.
(2) Para qualquer Γ, se Γ é consistente, então Γ é satisfazível.
Corolario 4.2.1
(1) Para todo o Γ, Se Γ é satisfazível, então Γ é consistente.
(2) Para qualquer ϕ, se ` ϕ então ϕ.
(3) 0⊥.
Corolario 4.3.1
(1) Para qualquer Γ, ϕ, Γ ` ϕ se e só se Γ ϕ.
(2) Para qualquer Γ, Γ é satisfazível se e só se Γ é consistente.
(3) Para qualquer ϕ, ` ϕ se e só se ϕ.
Universidade do Minho 23
CAPÍTULO 5
Lógica de 1a Ordem
Universidade do Minho 24
Lógica e Fundamentos 2005/2006 5. Lógica de 1a Ordem
Definição 5.4
Seja L linguagem:
var : TL −→ P(V)
t 7−→ var(t) = {x ∈ V | x ocorre em t}
Universidade do Minho 25
Lógica e Fundamentos 2005/2006 5. Lógica de 1a Ordem
(2) P (⊥);
(2) F (⊥) = g⊥
(3) Para qualquer ϕ ∈ FL , F (¬ϕ) = g¬ F (ϕ)
(4) Para quaisquer ϕ, ψ ∈ FL , para qualquer ∈ ∨, ∧, →, ↔ F (ϕψ) = g F (ϕ), F (ψ)
Universidade do Minho 26
Lógica e Fundamentos 2005/2006 5. Lógica de 1a Ordem
Definição 5.6
Seja L linguagem e ϕ ∈ FL
(2) liv(⊥) = ∅;
(2) lig(⊥) = ∅;
Universidade do Minho 27
Lógica e Fundamentos 2005/2006 5. Lógica de 1a Ordem
[t0 /x] : TL −→ TL
t 7−→ t[t0 /x]
A função que a cada termo t associa o termo t[t0 /x], resulta de substituir todas as ocorrências da
variável x pelo termo t0 , define-se por recursão estrutural associada a TL por:
[t0 /x] : FL −→ FL
ϕ 7−→ ϕ[t0 /x]
A função que a cada fórmula ϕ associa a fórmula ϕ[t0 /x], resulta de substituir todas as ocorrências
livres da variável x pelo termo t0 , define-se por recursão estrutural associada a FL por:
Universidade do Minho 28
Lógica e Fundamentos 2005/2006 5. Lógica de 1a Ordem
(1) Diz-se que x está livre para t0 em ϕ se x não ocorre livre em ϕ no alcance de um quan-
tificador sobre y, com y ∈ var(t0 ).
(2) Diz-se que x não está livre para t0 em ϕ se x ocorre livre em ϕ no alcance de um quan-
tificador sobre y, com y ∈ var(t0 ).
Nota:
Se ϕ não tem quantificadores, então qualquer variável x está livre para qualquer termo t em ϕ.
Nota:
A variável x é livre para t0 em ϕ se:
(1) ϕ é atómica;
Nota:
A variável x está livre para t0 em x se e só se as variáveis de t0 não estão no alcance de um quantificador.
(2) Uma interpretacão de L em U é uma função que associa a cada simbolo em L um "ob-
jecto"em U , que respeita o tipo e a aridade do simbolo, ou seja, uma interpretação de L em
U associa:
(2.1) a cada c ∈ C, c ∈ U
Universidade do Minho 29
Lógica e Fundamentos 2005/2006 5. Lógica de 1a Ordem
onde:
(1) U = N0 ;
(2) 0 = 0
(3)
s : N0 −→ N0 + : N20 −→ N0 × : N20 −→ N0
s(n) = n + 1 +(n, m) = n + m ×(n, m) = n × m
(4)
¯ : N0 −→
= ( {0, 1} < : N0 −→ ( {0, 1}
1 se n = m 1 se n < m
=(n,
¯ m) = <(n, m) =
0 caso contrário 0 caso contrário
Universidade do Minho 30
Lógica e Fundamentos 2005/2006 5. Lógica de 1a Ordem
Proposição 5.1
Seja L uma linguagem, U um conjunto, I ima interpretação em U de L e ϕ ∈ FL . Seja v = (U, I, a).
Então:
u
(1) v(∀x ϕ) = min v (ϕ) | u ∈ U
x
u
(2) v(∃x ϕ) = max v (ϕ) | u ∈ U
x
Definição 5.15
Seja L uma linguagem, U um conjunto não vazio, v(U, I, a) valoração de L em U . Sejam x ∈ V e
u∈U
u
a : V −→ U
x
(
u a(x0 ) se x0 6= x
a (x0 ) =
x u se x0 = x
u u
v = U, I, a
x x
Universidade do Minho 31
Lógica e Fundamentos 2005/2006 5. Lógica de 1a Ordem
Nota:
Repare-se que o valor de um termo t, refere-se ao valor na interpretação da linguagem escolhida, e não a
um valor lógico, enquanto que, para uma fórmula ϕ, só faz sentido em falar em valor lógico, dado que, uma
relação ou se verifica, ou não se verifica.
(2) v(⊥) = 0
(3) Para qualquer ϕ ∈ FL , v (¬ϕ) = v¬ v(ϕ) ;
(4) Para todo ϕ, ψ ∈ FL ,para qualquer ∈ ∨, ∧, →, ↔ , v (ϕψ) = v v(ϕ), v(ψ)
Observação:
Universidade do Minho 32
Lógica e Fundamentos 2005/2006 5. Lógica de 1a Ordem
Exercício 5.18.1
Seja L uma linguagem e sejam R ∈ R n-ário, ϕ, ψ ∈ FL , t1 , . . . , tn ∈ TL , v = (U, I, a) valoração
de L num conjunto não vazio U e x ∈ V. Então:
(1) v satisfaz R(t1 , . . . , tn ) se e só se R v(t1 ), . . . , v(tn ) = 1;
Proposição 5.2
Sejam L linguagem, U conjunto não vazio e I interpretação em L.
Corolario 5.2.1
Sejam L linguagem, U conjunto não vazio, I interpretação de L em U , e ϕ uma sentença em
L, isto é, liv(ϕ) = ∅ .
Então, para qualquer a1 , a2 atribuições em U , e para vi = (I, U, ai ), i = 1, 2, tem-se que
v1 (ϕ) = v2 (ϕ)
Nota:
O valor lógico de uma sentença depende somente da interpretação, e não depende da atribuição escolhida.
Universidade do Minho 33
Lógica e Fundamentos 2005/2006 5. Lógica de 1a Ordem
Nota:
Repare-se que o resultado de tal substituição é uma fórmula em FL , que se diz, uma instância em L de ϕ.
Lema 5.2
Seja L uma linguagem. Seja v valoração de L.
Para todo ϕ ∈ Fp , se var(ϕ) = {qi , . . . , qn } então, para todo ψ1 , . . . , ψn ∈ FL
Definição 5.20
Sejam L uma linguagem, U conjunto não vazio, I interpretação de L em U , e ϕ ∈ FL .
(1) ϕ diz-se válida para I ( I ` ϕ ) se, para todaq a atribuição a em U , a valoração v = (U, I, a)
satisfaz ϕ.
Universidade do Minho 34
Lógica e Fundamentos 2005/2006 5. Lógica de 1a Ordem
Proposição 5.3
Seja L linguagem e ϕ, ψ ∈ FL . Então:
(1) ∀x ϕ → ϕ;
(2) ϕ → ∃x ϕ;
(5) ∀x ϕ → ∃x ϕ;
(6) ∃x ∀x ϕ → ∀x ∃x ϕ;
Proposição 5.4
Seja L linguagem e ϕ, ψ ∈ FL . Então:
(1) 2 ∃x ϕ → ∀x ϕ;
(2) 2 ∀x ∃y ϕ → ∃y ∀x ϕ;
(4) 2 (∃x ϕ ∧ ∃x ψ) → ∃x ϕ ∧ ψ.
Nota:
Esta última proposição, na prática, afirma que, se substituir as variáveis proposicionais de uma fórmula de
Fp , que seja uma tautologia, então obtém-se é uma fórmula ϕ ∈ FL Lógicamente Válida.
Proposição 5.6
Para todo ϕ ∈ FL , t ∈ TL , x ∈ V.
Se ϕ e x está livre para t em ϕ, então ϕ[t/x].
Universidade do Minho 35
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Definição 5.21
Sejam L linguagem e ϕ, ψ ∈ FL .
ϕ e ψ dizem-se logicamente equivalentes ( ϕ ⇔ ψ ), se, para qualquer valoração de L,
v(ϕ) = v(ψ)
Nota:
ϕ ⇔ ψ se e só se ` ϕ ↔ ψ.
Proposição 5.7
Sejam L linguagem e ϕ, ψ ∈ FL ,
(5) ∀x (ϕ ∧ ψ) ⇔ ∀x ϕ ∧ ∀x ψ;
(6) ∃x (ϕ ∨ ψ) ⇔ ∃x ϕ ∨ ∀x ψ;
(7) ∀x ∀y ϕ ⇔ ∀y ∀x ϕ;
(8) ∃x ∃y ϕ ⇔ ∃y ∃x ϕ;
(9) Se x ∈
/ liv(ϕ) então ∀x ϕ ⇔ ϕ;
(10) Se x ∈
/ liv(ϕ) então ∃x ϕ ⇔ ϕ;
(11) Se y ∈
/ liv(ϕ) e x está livre para y em ϕ então ∀x ϕ ⇔ ∀y ϕ[y/x];
(12) Se y ∈
/ liv(ϕ) e x está livre para y em ϕ então ∃x ϕ ⇔ ∃y ϕ[y/x];
(2) Γ é satisf azivel ou logicamente consistente, se existe uma valoração v, tal que,
v satisfaz Γ.
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A presente regra tem a seguinte explicação intuítiva: "Se um objecto arbitrário x tem uma
propriedade ϕ, então todos os objectos têm a propriedade ϕ".
No entanto, existe o problema de identificar um objecto arbitrário. Contudo, um critério
sintático para definir objecto arbitrário, no contexto da Derivação Natural, pode ser:
Em termos mais técnicos, o elemento x é arbitrário se, uma ocorrência particular de x numa
derivação, se as ramificações acima de x não contêm hipóteses em que x é livre. Na regra
I∀ , a variável x não pode ocorrer livre em nenhuma hipótese da qual ϕ depende, ou seja, nas
hipóteses não canceladas da derivação de ϕ.
[ϕ]
D
∃x ϕ σ
E∃
σ
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Observação:
A técnica por detrás das regras dos quantificadores é reduzir ∀x ϕ a ϕ e reintroduzir o quantifi-
cador ∀ mais tarde, caso seja necessário.
Intuitivamente é efectuado o seguinte passo: para mostrar "para todo x . . . x . . ."é suficiente
mostrar ". . . x ldots"para um elemento x arbitrário.
Corolario 5.2.2
Sejam L uma linguagem, ϕ ∈ FL e Γ ⊆ FL .
(2) Se ` ϕ, então ϕ.
Como corolário deste Lema 1, vem o Teorema da Completude, da responsabilidade de Gödel, (1930).
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Corolario 5.4.1
Sejam L linguagem, ϕ ∈ FL e Γ ⊆ FL .
(2) ` ϕ se e só se ϕ.
Definição 5.28
Seja L linguagem.
Observação:
Se L é numeável ⇒ AL é numeável
⇒ A∗L é numeável
⇒ FL é numeável
⇒ qualquer Γ ⊆ FL , Γ é f inito ou numeável
Lema 5.4
Sejam L linguagem numerável e Γ ⊆ FL .
Se Γ é consistente então, Γ é satisfazível por uma valoração finita ou numerável.
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