Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
net/publication/318648848
CITATION READS
1 27
1 author:
José Domingues
Lusíada University
51 PUBLICATIONS 31 CITATIONS
SEE PROFILE
Some of the authors of this publication are also working on these related projects:
Dois séculos de constitucionalismo eleitoral em Portugal (1820-2020): Eleições constituintes e eleições nas constituições. View project
All content following this page was uploaded by José Domingues on 23 July 2017.
José Domingues
Professor da Universidade Lusíada do Porto
As origens do Studium de Bolonha, pp. 309-322
Resumo
Palavras-chave
Universidade de Bolonha; Irnério; Direito Romano; Direito Canónico; Ius
Commune.
Abstract
The origin of Ius Commune and the role of insigne jurists like Irnerio,
Graciano, Bulgarus, etc., have been highly debated in the last dozen years. Here
is a summary of this controversy that joined academic scholars from the various
quadrants of the planet, similarly to what happened in the twelfth century.
Key-words
University of Bologna; Irnério; Roman Law; Canon Law; Ius Commune.
1
José DOMINGUES, “Recepção do Ius commune medieval em Portugal, até às Ordenações
Afonsinas”, Initium: Revista Catalana d’Història del Dret, 17, 2012, pp. 121-168.
2
Não é minha pretensão fazer um estudo exaustivo do tema e da multitude das matérias conexas, que
obrigaria à consulta de uma bibliografia oceânica, arredada dos singelos propósitos deste trabalho e
dos caminhos de investigação que preferencialmente trilho. Propositadamente, terei que me alhear
de temas actuais de subida importância, que requerem tempo e preparação que, neste momento,
não possuo – v.g., a Redaktiongeschichte do Decretum Gratiani e os excelsos contributos científicos
de Carlos Larrainzar, (posteriormente aceites e confirmados por outros académicos, como José
Miguel Viejo-Ximénez) que infirmaram, por extenso, as arrojadas teorias de Anders Winroth. Para
aprofundar conhecimentos nesta temática, vide Carlos LARRAINZAR, “Métodos para el análises
de la formación literária del Decretum Gratiani. «Etapas» y «esquemas» de redacción”, Monumenta
Iuris Canonici, Series C vol. 14 – Proceedings of the Thirteenth International Congress of Medieval
Canon Law, Città del Vaticano, Biblioteca Apostolica Vaticana, 2010, pp. 85-115; Idem, “L’edizione
critica del Decreto de Graziano”, Folia Canonica, vol. 9, 2006, pp. 69-92; Idem, “La investigación
actual sobre el Decreto de Graciano”, Annaeus – Anales de la Tradición Romanística, vol. 2, Madrid,
2005, pp. 67-92. Nestes trabalhos o autor fornece bibliografia atinente e suficiente para iniciar e
aprofundar esta temática, nomeadamente, os trabalhos de José Miguel Viejo-Ximénez citados nas
notas 11 e 41 do “Métodos para el análises de la formación literária del Decretum Gratiani”.
ciência jurídica. Uma vez que foi o primeiro a fazer glosas ao livros de Justiniano
passou à posteridade como a candeia do Direito (lucerna iuris)3. A mítica escola
dos glosadores acabaria por ser consolidada pelos seus mais directos seguidores,
vulgo conhecidos como os quatro doutores – Bulgarus, Martinus, Hugo e Jacobus.
Em determinado momento, preconiza-se uma “ressureição” da figura de
Pepo. Partindo do cabouco documental fornecido pelo teólogo do século XII,
Radulfo Negro, no seu Moralia Regum (ca. 1180), e conjugando-a com referências
documentais da praxis jurídica de 1072 a 1079, que o identificam como legis doctor
et advocatus, uma corrente jurishistoriográfica evidencia a sua revalorização.
A identificação, na obra de Randulfus Niger, como aurora do Direito romano
(clarum Bononiensium lumen) e como bom conhecedor do Código e das Institutas
de Justiniano (Codicis Iustiniani et Institutionum baiulus), não deixam dúvida que
estamos perante um perfeito conhecedor do Direito romano. Foi nessa qualidade
de jurisperito romanista que, num julgamento na Lombardia, conseguiu impor a
sua opinião – adversa à dos juízes do reino, que se regiam pelo Direito lombardo
– de que a pena aplicável não poderia depender do extracto social da vítima
(servo ou homem livre). Expresso o conhecimento do Código e das Institutas,
o seu contacto com o Digesto ficaria atestado a partir do célebre julgamento de
Marturi (1076)4. O juiz delegado da condessa Beatriz, Nordilo, decide a causa
com base numa citação do Digesto – “Lege digestorum libris inserta considerata,
per quam copiam magistratus non habentibus, restitutionem in integrum pollicetur”5 –
estando presente Pepo legum doctor6.
O que não quer dizer que, no século XI italiano, o Direito romano já tivesse
adquirido preeminência sobre os ordenamentos jurídicos consuetudinários. No
chamado processo de Grafagnolo, perante os juizes da condessa Matilda de
3
“quidam dominus Pepo coepit auctoritate sua legere in legibus; tamen quidquid fuerit de scientia sua nullius
nominis fuit. Sed dominus Irnerius dum doceret in artibus in civitate ipsa, cum fuerunt deportati libri
legales, coepit per se studere in libris nostris, et studendo coepit docere in legibus et ipse fuit maximi nominis
et fuit primus illuminator scientiae nostrae; et quia primus fuit qui fecit glossas in libris vestris, vocamus
eum lucerna iuris” – apud Nuno J. Espinosa Gomes da SILVA, História do Direito Português – Fontes de
Direito, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 2011, Nota VII – “Sobre a fundação da Universidade
de Bolonha”.
4
O julgamento de Marturi, do ano 1076 (cf. nota 5), continua ser a mais vetusta referência documental
ao Digesto. Na chancelaria papal, a mais antiga referência ao Digesto surge na carta de Inocêncio II
Tunc pax et charitas (1133-1136). Uma carta do Papa Calisto II, de 1123, já refere uma constituição a
partir do Código (C 1.2.1).
5
“Sed et si magistratus copia non fuit, Labeo ait restitutionem faciendam” (D 4.6.26.4).
Textos do Corpus Iuris Civilis, v. 1. Institutiones, recognovit Paulus Krueger. - Digesta, recognovit
Theodorus Mommsen.- v. 2. Codex Iustinianus, recognovit Paulus Krueger.- v. 3. Novellae,
recognovit Rudolfus Schoell. (Opus Schoellii morte interceptum, absolvit Guilelmus Kroll), em
http://webu2.upmf-grenoble.fr/Haiti/Cours/Ak/ (consultado no dia 10 de Abril de 2012).
6
Sobre o processo de Marturi (1076): Antonio Padoa SCHIOPPA, “Il ruolo della cultura giuridica in
alcuni atti giudiziari italiani dei secoli XI e XII”, Nuova Rivista Storica, n.º 64, 1980, pp. 270-273. Que
acrescenta que a asserção, no dito processo de Marturi, “per quadrainta annorum curricula” teria sido
decalcada do Código: “quadraginta annorum utente curriculis” (C 7.40.1.1c). Francesca ROVERSI-
MONACO, “Il ‘circolo’ Giuridico di Matilde: Da Bonizone a Irnerio”, Bologna nel Medioevo, Storia
di Bologna 2, Bologna, 2007, pp. 387-409.
7
Sobre o processo de Garfagnolo (1098): SCHIOPPA, “Il ruolo della cultura giuridica in alcuni atti
giudiziari italiani dei secoli XI e XII”, pp. 273-275. ROVERSI-MONACO, “Il ‘circolo’ Giuridico di
Matilde: Da Bonizone a Irnerio”, p. 405, nota 28: “Le citazioni romanistiche non avevano però sempre
lo stesso successo, come dimostra l’altrettanto celebre placito di Garfagnolo del 1098, in cui la causa fra
il monastero reggiano di San Prospero e gli homines de vallibus venne risolta per ordine di Matilde ad
pugnam, malgrado l’allegazione di testi romanistici da parte dell’avvocato del monastero” (As citações
da romanistica não tinham sempre o mesmo êxito, como o demonstra a igualmente famosa lide de
Garfagnolo de 1098, onde a causa entre o mosteiro reggiano de San Prospero e homines de vallibus foi
resolvida por ordem de Matilda ad pugnam, apesar do facto de a alegação dos textos romanos pelo
advogado do mosteiro). E também Kenneth PENNINGTON, Roman Law at the Papal Curia in the
Early Twelfth Century, em http://faculty.cua.edu/pennington/PenningtonRomanLawLateranII.
htm (consultado dia 10 de Abril de 2012).
8
As afirmações de Odofredus e da literatura moderna que o seguiu, no que respeita às qualidade
extraordinárias de Irnerius como jurista erudito, não podem ser suportadas e são, na minha opinião,
exageradas (Les affirmations d’Odofredus et de la littérature moderne qui le suite en ce qui concerne les
qualités extraordinaires d’Irnerius en tant que juriste érudit ne peuvent être étayées et sont, à mon Avis,
exagérées) (p. 294).
9
Anders WINROTH, “Les Deux Gratien et le Droit Romain”, Revue de Droit Canonique, 48/2, 1998,
pp. 285-299. Conforme o próprio salienta, trata-se de um resumo do respectivo capítulo da sua
tese de doutoramento The Making of Gratian’s Decretum, Cambridge, 2000. Este entendimento será
manifestado noutros trabalhos de sua autoria.
10
Texto consultado em PDF, mas já não disponível on-line em http://law.usc.edu/academics/assets/
docs/winroth.pdf .
11
Vale a pena deixar aqui o conteúdo resumido dessa carta: “Un moine R. écrit, de Pavie, à son abbé B.,
qui vient d’être élu à l’issue d’une période de vacance du siége. Après une captatio benevolentiae, régigée
selon les canons de la rhétorique la plus classique, il explique que, envoyé à Rome par ses frères spirituels pou
une affaire pressante – mais non précisée – concernant l’abbaye, il a voyagé en compagnie de pèlerins. Mais
sa monture est tombée malade et a fini par mourir; il sést trouvé alors bloqué à Pavie. Aprés avoir hésité, il a
décidé, «rougissant de honte» à l’idée d’un retour de mission infructueux, de s’adonner sur place à l’étude des
lettres. Mais il voit sans cesse passer par lá des groupes d’étudiants, notamment provençaux, et parmi eux
des membres de son ordre, qui veulent se consacrer à l’étude des leges. Il propose donc à son abbé de pousuivre
«quelque temps» des études juridiques, ce qui, d’après lui, sera bien utile à un monastère aux prises avec
des voisins, ecclésiastiques comme laïques, attachés à s’emparer des biens de la communauté. Pour ce faire, il
supplie l’abbé de bien vouloir lui envoyer au plus vite quelque argent. Afin de pouvoir à son entretien futur,
il lui demande de s’adresser au prieu que les Victorins ont chargé de diriger leur annexe de Pise, où il compte
étudier” (O monge R. escreve de Pavia ao seu abade B., que tinha acabado de ser eleito na sequência
de uma vacatura na sé. Após uma conquista da benevolência, redigida de acordo com a retórica
mais clássica, ele explica que, tendo sido enviado a Roma pelos seus irmãos espirituais para um
assunto urgente – mas não especificado – respeitante à abadia, tinha viajado na companhia de
peregrinos. Mas tendo o seu cavalo ficado doente, acabando por morrer, ele tinha ficado retido
em Pavia. Após hesitação tinha decidido, «corando de vergonha» perante a ideia de um regresso
infrutuoso, entregar-se ao estudo das letras. Mas ele vê por lá, sem parar, a passagem de grupos
de estudantes, nomeadamente provençais, e de entre eles membros da sua ordem, que querem
dedicar-se ao estudo das leis. Ele propõe por isso ao seu abade prosseguir «durante algum tempo»
os estudos jurídicos, o que, na sua opinião, poderá ser de grande utilidade a um mosteiro às contas
com vizinhos, tanto eclesiásticos como laicos, que se têm apoderado dos bens da comunidade.
Para o fazer ele suplica ao abade que lhe envie o mais cedo possível algum dinheiro. E para a sua
manutenção futura ele pede-lhe que escreva ao prior que os Vitorianos encarregaram de dirigir o
seu anexo de Pisa, onde ele pretende estudar).
Gérar GIORDANENGO e André GOURON, “Sur un moine bénédictin en avance ou en retard sur
son temps”, Revue Historique de Droit Français et Étranger, 85 (2), Abril-Junho de 2007, pp. 315-316.
12
Idem, pp. 315-322.
13
A propósito do contributo para o “renascimento” jurídico do Direito romano, prestado por outros
juristas, ROVERSI-MONACO, “Il ‘circolo’ Giuridico di Matilde: Da Bonizone a Irnerio”, salienta
que existem, no entanto, mais afinidade para o efeito de vincular Anselmo a Irnerio, Bonizone a
Pepone, Pepone a Irnerio (Non mancano, peraltro, ulteriori affinitá a legare Anselmo a Irnerio, Bonizone
a Pepone, Pepone a Irnerio). Sobre Lanfranco, cf. Nicolás Álvarez de las ASTURIAS, “Lanfranco de Bec
en los Orígenes del «Renascimiento» Cultural del Siglo XII”, Ius Canonicum, XLIII/86, 2003, pp. 581-
601, em http://dspace.unav.es/dspace/bitstream/10171/6826/1/86-03.Alvarez.pdf (consultado
dia 10 de Abril de 2012) http://didattica.pusc.it/file.php/103/Lanfranco.pdf (consultado dia 10
de Abril de 2012).
14
GIORDANENGO e GOURON, “Sur un moine bénédictin en avance ou en retard sur son temps”,
pp. 315-322.
15
Raras, mas também curtas e de uma inegável concisão (excepto no que respeita às continuationes
titulorum), estas glosas irnerianas testemunham, sem dúvida, uma atividade professoral que, às
vezes, seria, na melhor das hipóteses, exagerada na sua amplitude. Mas isso não é seguro: como
foi observado por Weimar, os glosadores subsequentes provavelmente apagaram as siglas das
mais antigas glosas (Rares, mais aussi courtes et d’une inégalable concision (sauf en ce qui concerne les
continuationes titulorum), ces gloses irnériennes témoignent sans nul doute d’une activité professorale dont
on a tout au plus exagéré parfois l’ampleur. Encore ceci n’est-il pas sûr: comme le remarque Weimar, les
glossateurs ultérieurs ont sans doute effacé les sigles des gloses les plus anciennes) (236).
16
Cf. a este propósito os avanços de Pennington, infra.
17
André GOURON, “Le droit romain a-t-il été la «servante» do droit canonique?”, Initium: Revista
Catalana d’Història del Dret, 12, Barcelona, 2007, pp. 231-243.
18
Andrea PADOVANI, Alle Origine dell “Universitat” di Bologna: L’Insegnamento di Irnerio, em
http://www.giuri.unibo.it/NR/rdonlyres/E8A63069-10E5-4796-A714-6D866694BE1D/183338/
ALLEORIGINI.pdf (consultado dia 10 de Abril de 2012).
19
Carlos LARRAINZAR, “Las Raíces Canónicas de la Cultura Jurídica Occidental”, Annaeus – Anales
de la Tradición Romanística, vol. 1, 2004, pp. 207-224.
Para uma exegese sobre as etapas de composição do Decreto de Graciano, desde a tese de Winroth
(Siracusa, 1996) até ao XIth International Congress of Medieval Canon Law (Catania, 2000), e as preciosas
contribuições de autores como Winroth, Weigand, Larrainzar, Viejo-Ximénez, Paxton, De León, etc.
vide José Miguel VIEJO-XIMÉNEZ, “«Gratianus Magister» y «Guarnerius Teutonicus». A propósito
del «XIth International Congress of Medieval Canon Law» de 2000 em Catania”, Ius Canonicum,
23
PENNINGTON, “The Birth of the Ius commune: King Roger II’s Legislation”.
24
As Constituições de Roger II, Bulgarus, Graciano e a legislação Pisana são inseparáveis do
contexto do recente debate sobre quando o direito romano começou a ser ensinado em Bolonha,
as Constituições de Roger, Bulgarus e Graciano fornecem evidências substanciais de que Bolonha
produziu juristas com um elevado desenvolvimento e profunda compreensão de todo o corpus do
direito romano pelos anos 1130. Esta prova constitui um forte argumento para a existência duma
escola que já não estava em período de infância (Roger II’s Constitutions, Bulgarus, Gratian, and Pisan
legislation are separatIn the context of the recent debate about when Roman law began to be taught in Bologna,
Roger’s Constitutions, Bulgarus, and Gratian provide substantial evidence that Bologna was producing
jurists who had a highly developed and deep understanding of the entire corpus of Roman law by the 1130’s.
This evidence argues strongly for a school that was not in its infancy) – Kenneth PENNINGTON, “The
«Big Bang»: Roman Law in the early Tuelfth-Century”, Rivista Internazionale di Diritto Comune, n.º
18, 2007, pp. 43-70 em http://faculty.cua.edu/pennington/BigBangRomanLaw.htm (consultado
dia 10 de Abril de 2012).
25
Carlos LARRAINZAR, “Datos sobre la antigüedad del manuscrito Sg: su redacción de C.27 q.2”,
«Panta Rei» Studi dedicati a Manlio Bellomo, Tomo 3, Roma, 2004, pp. 205-237; Idem, “El Borrador de
la «Concordia» de Graciano: Sankt Gallen, Stiftsbibliothek MS 673 (= Sg)”, Ius Ecclesiae – Rivista
Internazionale di Diritto Canonico, Pontificia Università della Santa Croce, vol 11 n.º 3, 1999, pp.
593-666.
26
Graciano também teve ligação com Irnério, conforme aportou Enrico Spagnesi, apud VIEJO-
XIMÉNEZ, “«Gratianus Magister» y «Guarnerius Teutonicus»”, p. 53: “Graciano e Irnerio son
mencionados eisdem quoque temporibus, al tiempo uno junto al otro, en el Chronicon abbatis urspergensis
de Burcardo de Biberach, preboste del monasterio premonstratense de Ursberg en Suabia (c. 1177,
† post 1231)”. A incorporação no Decretum de Graciano de textos de Direito romano, retirados dos
libri legales e não das colectâneas pré-gracianas, são indiciários da sua estreita relação com os legistas
da escola de Bolonha.
27
As posições de Winroth e Pennington aparecem condensadas na tese de Doutoramento de Harris
Eichbauer: Winroth tem mantido que o ensino do Direito romano não era sério até ao tempo de
Bulgarus, possivelmente no final de 1130 ou início de 1140, e que o trabalho de Irnerius não deve
ser tão enfatizado. Pennington, por outro lado, descobriu que Graciano fornece uma discussão
mais sofisticada da diferença entre árbitros e juízes na Causa 2 de St. Gall do que aquela que consta
em Bulgarus, obra conhecida por Graciano em Bolonha. Tal como as conexões entre o tratado
processual de Bulgarus De arbitris, o chanceler papal Haimeric, e as duas cartas de Inocêncio II
revelam, Bulgarus trabalhou algum tempo antes de 1130 (Winroth has maintained that the teaching of
Roman law was not serious until the time of Bulgarus, possibly in the late 1130s or early 1140s, and that
the work of Irnerius should not be over emphasized. Pennington, on the other hand, has found that Gratian
provided a more sophisticated discussion of the difference between arbiters and judges in Causa 2 of St. Gall
than that offered by Bulgarus, whose work Gratian knew in Bologna. As the connections between Bulgarus’
procedural treaty De arbitris, the papal chancellor Haimeric, and two letters of Innocent II reveal, Bulgarus
worked sometime before 1130) – Melodie Harris EICHBAUER, From Gratian’s Concordia discordantium
canonum to Gratian’s Decretum: The Evolution from Teaching Text to Comprehensive Code of Canon Law,
a Dissertation Submitted to the Faculty of the Department of History School of Arts and Sciences
Of The Catholic University of America, In Partial Fulfillment of the Requirements for the Degree
Doctor of Philosophy, Washington D.C., 2010, p. 154 nota 180, em http://aladinrc.wrlc.org/
bitstream/1961/9187/1/Eichbauer_cua_0043A_10041display.pdf (consultado dia 10 de Abril de
2012).
28
“By 1125 advocates, assessors in the papal curia, and perhaps even papal judges had extensive training in
Roman law. The arguments of the advocates were subtle and demonstrated significant knowledge of Roman
law. They could have gotten that training only in a law school. One does not find one’s way around in the
Digest or the Codex with home schooling. The only place we know that Roman law was taught in the first
half of the twelfth century was Bologna. Consequently, the Studium at Bologna must have been flourishing
before 1125” – Kenneth PENNINGTON, Roman Law at the Papal Curia in the Early Twelfth Century,
em http://faculty.cua.edu/pennington/PenningtonRomanLawLateranII.htm (consultado dia 10
de Abril de 2012).
29
Carlos LARRAIZAR, “La firma boloñesa del Decreto de Graciano”, Initium: Revista Catalana
d’Història del Dret, 9, Barcelona, 2004, p. 18.