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CURSO: MALHAS DE ATERRAMENTOS DE SUBESTAÇÕES


PROFESSOR ANTÔNIO CÉSAR BALEEIRO ALVES
EXERCÍCIOS PARA SALA DE AULA
CÁLCULO DA CORRENTE DE CURTO-CIRCUITO FASE-TERRA

Um grande consumidor (conectado à barra 2 da Figura 1, em 13,8kV) recebe energia elétrica em


69kV (barra 1). O sistema de transmissão possui dois cabos-guarda interligados à malha da
subestação. Considere que 1.500m é a distância máxima que uma corrente de defeito se propaga na
linha (isto é, nos cabos-guarda). Cada cabo-guarda possui impedância de 0,000+j0,600 Ω/km (foi
desprezada a resistência própria do cabo-guarda para simplificar os cálculos) e está ligado ao
aterramento do pé da torre por meio de 11 apoios, sendo que cada ‘apoio’ (aterramento ao pé da
estrutura) tem resistência de “terra” igual a 77Ω. Considere que, a partir da subestação, a corrente
de falta ‘enxerga’ na direção da linha de transmissão uma impedância equivalente dada pela
expressão Z shield,eq  Z s R pe,eq , onde Zs é a impedância própria longitudinal total do cabo-guarda e

Rpe,eq a resistência de ‘terra’ equivalente dos apoios (vide material da EDP para entender a utilização
dessa fórmula, que é uma aproximação da fórmula de Endrenyi para rede ladder). Despreze a
impedância da unidade consumidora quanto à propagação da corrente de falta. A resistividade
aparente do solo é igual a 207,240Ωm e a área da malha é 600m2 (vide planilha “método
ieee80.xlsx”); o fator de expansão do sistema, Cp, é igual a 1,0 e a impedância de falta é 0 Ω.
Figura 1: Diagrama unifilar do sistema de suprimento da unidade consumidora.

Sentido do
suprimento

Tabela 1: Dados para cálculo de curtos-circuitos na subestação.


Item Discriminação Dado numérico
1 Potência de curto-circuito trifásico na barra de 69kV (módulo e fase) 1.000MVA; 90o
2 Potência de curto-circuito monofásico na barra de 69kV (módulo e fase) 200MVA; 90o
3 Imp. de seq. positiva do transformador da SE (% na base de 10MVA, 69 / 13,8 kV) (0,0 + j10)%
4 Imp. de seq. negativa do transformador da SE (% na base de 10MVA, 69 / 13,8 kV) (0,0 + j10)%
5 Imp. de seq. zero do transformador da SE (% na base de 10MVA, 69 / 13,8 kV) (0,0 + j10)%
Calcule:
a) A corrente de curto-circuito fase-terra na barra 1;
b) A corrente de curto-circuito fase-terra na barra 2;
c) A estimativa inicial da resistência da malha de aterramento, RG;
d) O fator de divisão da corrente de malha (Sf);
e) A magnitude da corrente de defeito que efetivamente penetra a malha (IG), supondo tf = 0,4 s;
f) O valor da máxima elevação de potencial elétrico na malha de aterramento (conhecida como
GPR, cuja sigla significa ground potential rise);
g) A área mínima da seção transversal da cordoalha de cobre pelo critério térmico.
Gabarito:
2
A solução do exemplo é apresentada a seguir. Para todos os cálculos, será tomada potência de base
igual a 10MVA, SBASE = 10MVA.

a) Curto-circuito na barra 1:

É necessário representar apenas o sistema que se encontra à direita da barra 1, como mostra a Fig. 2
a seguir:
Figura 2: Diagrama unifilar referente ao curto-circuito na barra 1

Transmissão

Curto-circuito

A partir das potências de curto-circuito, obtêm-se as impedâncias como a seguir:

Da potência de curto-circuito trifásica:


1000 1
 100 p.u.  Z    j 0,01 p.u., consequente Z   Z   j 0,01 p.u.
10 10090 0 *
Será utilizada a relação (2.24) que consta da apostila “Uma Introdução às Componentes Simétricas”
para obter a impedância Zeq, uma vez que a impedância complexa de sequência zero equivalente à
direita da barra 1 não foi fornecida diretamente. Os cálculos são mostrados a seguir:

Da potência de curto-circuito monofásica:


200 3
S ccp.1u.   20 p.u.  Z   Z   Z 0  Z eq   j 0,15 p.u.
10 2090 0 *
Utilizando o resultado obtido antes cálculo efetuado anteriormente, que resultou Z   Z   j0,01 , a
impedância de sequência zero é então obtida por subtração:
Z   Z   Z 0  j 0,15  j 0,01  j 0,01  Z 0  j 0,15  Z 0  j 0,13 p.u.
De forma alternativa e mais direta, a impedância Z0 pode ser obtida usando-se a seguinte expressão:
*
 3  S BASE 2  S BASE   3  10 2  10 
*

Z0      Z0    0 
 Z 0  j 0,13 p.u.
 S MVA S MVA   200 90 0
1000  90 
 cc1 cc 3 

Os circuitos de sequência para cálculo do curto-circuito na barra 1 são combinados em série como
mostra a Fig. 3.

Na Fig. 3 constam também os dados: Zn = 0 e Rf = 0.


Obtém-se Iˆ0 no circuito da Fig. 3:
1,000 0 1,000 0
Iˆ0   = 6,667  90 0 p.u.
2  ( j 0,01)  j 0,13 j 0,15
Iˆccp.1u.  Iˆ  3 Iˆ  20 p.u.
A1 0
3
10.000.000
A corrente de base é: I BASE1   83,674 A.
3  69.000
Portanto, a corrente de curto-circuito fase-terra na barra 1 é: 1.673,48 amperes. Suporemos X/R =
40. Na verdade, o valor de X/R é infinito (isto porque estamos trabalhando apenas com parte
imaginária das impedâncias – aproximação). Esse dado e o tempo de eliminação da falta são
essenciais para correção da magnitude da corrente de curto-circuito obtida, levando-se em conta a
assimetria da onda de corrente em relação ao eixo dos tempos (ou ωt).

Figura 3: Circuitos de sequências interligados para cálculo do curto-circuito na barra 1 (p.u.)

barra 1
Z   j0,01
Eˆ   1,0000

Z   j0,01
3R f  0 Iˆ0

Z 0  j 0,13
3Z n  0  j0

Passaremos a seguir ao cálculo da corrente de curto-circuito monofásico na barra 2 do sistema da


Fig. 1.

b) Curto-circuito na barra 2:

É necessário representar apenas os equipamentos que se encontram à direita da barra 2, incluindo


nesta etapa dos cálculos o transformador, como mostra a Fig. 4.
Figura 4: Diagrama unifilar referente ao curto-circuito na barra 2

Curto-circuito

Os parâmetros dos circuitos de sequência do transformador foram fornecidos no enunciado. São:

Z T   j10% ; Z T   j 0,10 p.u.


Z T   j10% ; Z T   j 0,10 p.u.
Z T 0  j10% ; Z T 0  j 0,10 p.u.
XTn = 0 Ω; Z Tn  0  j 0 p.u.
Rf = 0 Ω; Rf = 0 p.u.
4
De posse dos dados, os circuitos de sequência para análise do curto-circuito na barra 2 são
combinados em série (por ser o cálculo do curto-circuito fase-terra), como ilustra a Fig. 5.

Figura 5: Circuitos de sequências referentes ao curto-circuito na barra 2

barra 2 Z T   j 0,10 Z G   j0,01

Eˆ   1,000 0

Z T   j 0,10 Z G   j0,01
3R f  0 Iˆ0

Z T 0  j0,10 Z G0  j0,13

A corrente de sequência zero é calculada em seguida:


1,000 0
Iˆ0  = 3,125  90 0 p.u.
2  ( j 0,01)  3( j 0,10)
Iˆccp.1u.  Iˆ A2  3 Iˆ0  9,375 p.u.
10.000.000
A corrente de base é: I BASE 2   418,37 A.
3  13.800
Portanto, a corrente de curto-circuito fase-terra na barra 2 é igual a: 3.922,22 amperes.

c) Estimativa inicial da resistência preliminar da malha (RG):


O cálculo do valor preliminar da resistência da malha da SE pode ser efetuado utilizando a
expressão (ainda não estão disponíveis informações sobre os eletrodos e suas configuração):
a  207,240 
RG   RG   RG  3,749 .
4 A 4 600

d) Fator de divisão da corrente de malha (Sf):

Dois cabos-guarda em paralelo (na literatura técnica escrita em inglês, o cabo-guarda é muitas vezes
referido como shield e sua impedância é simbolizada por Zs):
Z s  0,600  1,5  Z s  j 0,900 .
Essa é a impedância própria de um cabo-guarda considerando o percurso da propagação da corrente
de defeito. Consideramos a seguir as resistências dos apoios.

 Resistência de onze apoios em paralelo:


resistênci a de cada apoio 77
R pe,eq   R pe,eq   R pe,eq  7  .
número total de apoios 11
5

Impedância equivalente vista a partir da SE pela corrente máxima no grid:


Z shield,eq  j 0,900  7  Z shield,eq  1,775  j1,775 .
Como são dois cabos-guardas semelhantes e interligados aos apoios, obtém-se a impedância
equivalente vista a partir da SE pela corrente máxima no grid:
1,775  j1,775
Z shield,eq 2   Z shield,eq 2  0,888  j 0,888 .
2

Resistência da malha (valor preliminar de RG):


RG  3,749 .

Fator de divisão da corrente para obtenção de IG (Sf = split factor):

1
Sf   S f  0,27
3, 749
1
3, 749  0,8881j 0,888

e) Magnitude da corrente de defeito que efetivamente penetra a malha (IG):


Isto depende da conexão do transformador. A corrente que produz elevação de potencial na malha
(GPR = ground potential rise) é a corrente do lado da conexão Δ do transformador. Portanto,
utiliza-se a corrente de curto-circuito fase-terra na barra 1, que é igual a 1.673,48 amperes.

Calcula-se o fator Df a partir de tf e de X/R. Para isso usamos a fórmula apropriada ou consultamos
a tabela da NBR: Df = 1,125. Por exemplo, consultamos a tabela mostrada a seguir:

Aplicam-se a seguir os fatores Sf e Df para obter IG:

I G  C p  D f  S f  3  I 0  I G  1 1,125  0,27  1.673,48  I G  508 A.

f) O valor da máxima elevação de potencial elétrico na malha de aterramento (conhecida como GPR
= ground potential rise):

GPR  RG I G  GPR  3,749  508  GPR  1.904,492 V.

f) A área mínima da seção transversal da cordoalha de cobre pelo critério térmico:

Para este cálculo precisamos saber qual é o material dos eletrodos da malha. Suporemos que seja o
cobre duro, 97% de condutividade. A temperatura ambiente considerada é 40oC (Ta).

Utilizamos a seguir a fórmula que fornece a área mínima da seção reta transversal dos eletrodos, em
mm2:
6
I
Amm2  .
TCAP  K T 
ln  0 m 
t f   r   r  10  K 0  Ta 
4

Os dados para o material são (vide planilha “max corrente no grid e bitola mínima eletrodos.xlsx”):
αr = 0,00381
ρr = 1,78 µΩc𝑚
TCAP = 3,42 joule/cm3×oC
Ko = 242 oC
Tm = 1.084 oC.
I = 3,92222kA

I 3,92222
Amm2   Amm2 
TCAP  K T  3,42  242  1.084 
ln  0 m  ln  
t f   r   r  10  K 0  Ta 
4
0,4  0,00381  1,78  10  242  40 
4

3,92222
Amm2 
3,42  242  1.084 
ln  
0,4  0,00381  1,78  10  242  40 
4

Amm2  8,878mm2  Amm2  9mm2 .

É importante ressaltar que essa não é a bitola definitiva dos eletrodos. É preciso considerar os
critérios mecânicos e de corrosão. Por isso, a literatura e as normas recomendam áreas de seções
dos eletrodos mais altas que o valor obtido pelo critério térmico.

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