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Hipertensão arterial no idoso:


peculiaridades na fisiopatologia,
no diagnóstico e no tratamento
Roberto Dischinger Miranda, Tatiana Caccese Perrotti,
Vera Regina Bellinazzi, Thaísa Maria Nóbrega, Maysa Seabra Cendoroglo, João Toniolo Neto

Resumo rando o indivíduo com suas co-morbidades e expectativas.


As modificações de estilo de vida podem ter ótima aderência,
A HAS em idosos está associada a um importante desde que bem orientadas, especialmente através de equipe
aumento nos eventos cardiovasculares com conseqüente multidisciplinar. O uso da terapia farmacológica combinada
diminuição da sobrevida e piora na qualidade de vida. (duas drogas no mesmo comprimido) é uma necessidade para
Inúmeros estudos demonstraram os benefícios do tratamento os idosos, melhorando a aderência e a eficácia anti-hiper-
da HAS na população desta faixa etária, com redução tensiva e diminuindo os efeitos colaterais. Existem vários
significativa dos eventos cardiovasculares e melhora na casos não contemplados nos grandes ensaios, por exemplo os
qualidade de vida. Tanto o tratamento medicamentoso como idosos frágeis ou os muito idosos, em que o tratamento deve
o não-farmacológico devem ser empregados, sempre conside- ser feito com bom senso e de forma individualizada.

Palavras-chave: Idoso; Hipertensão arterial; Tratamento anti-hipertensivo; Hipotensão ortostática.

Recebido: 16/04/02 – Aceito: 22/06/02 Rev Bras Hipertens 9: 293-300, 2002

Introdução A Organização Mundial da Saúde portadores de hipertensão sistólica


considera idoso, nos países em isolada (HSI).
Com o aumento da expectativa de desenvolvimento, os indivíduos com A HAS é o mais importante fator de
vida em todo o mundo observou-se 60 anos ou mais. As alterações risco cardiovascular modificável, es-
uma maior incidência e prevalência de próprias do envelhecimento tornam o tando associada a condições bastante
certas doenças, particularmente as indivíduo mais propenso ao desenvol- freqüentes em idosos, como doença
doenças cardiovasculares. No Brasil, vimento de HAS, sendo esta a principal arterial coronária (DAC), doença cere-
as doenças cardiovasculares são res- doença crônica nessa população. brovascular (DCV), insuficiência car-
ponsáveis por mais de 250.000 mortes Estudo epidemiológico com idosos díaca (IC), doença renal terminal, doen-
por ano, a hipertensão arterial sistêmica residentes na cidade de São Paulo ça vascular periférica, hipertrofia ven-
(HAS) participa de quase metade encontrou prevalência de HAS de tricular esquerda (HVE) e disfunção
delas. 62%, dos quais mais de 60% eram diastólica. Há aproximadamente uma

Correspondência:
Roberto Dischinger Miranda
R. Pedro de Toledo, 399
CEP 04039-031 – São Paulo, SP
E-mail: roberto.miranda@uol.com.br

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década existia dúvida se a elevação da e a função ventricular. Quando a maior da pressão sistólica. A impor-
pressão arterial sistólica (PAS) ou complacência está diminuída, ocorre tância da reflexão da onda de pulso
diastólica (PAD), ou ambas, no idoso, uma maior variação de pressão para um sobre a pressão sistólica aumenta com
deveria ser tratada. Porém foi demons- mesmo volume ejetado. É o que acon- o envelhecimento, chegando a ser
trado, por vários estudos, que o trata- tece com o enrijecimento aórtico que, responsável por mais de 20% da PAS
mento anti-hipertensivo reduz o risco para um mesmo volume ejetado pelo central5,6. A perda da onda reflexa na
dessas complicações catastróficas. ventrículo esquerdo, ocorre uma varia- protodiástole faz com que a pressão
Apesar disso, em outro estudo epide- ção maior da pressão arterial sistólica. diastólica permaneça igual ou diminua.
miológico na cidade de São Paulo, ape- A pressão de pulso, que é a dife-
nas 10% dos idosos hipertensos esta- Alterações associadas ao rença entre a pressão arterial sistólica e
vam com sua pressão controlada, e em envelhecimento a diastólica aumenta. O aumento da
cerca de 10% dos idosos o diagnóstico pressão de pulso já foi identificado como
de HAS somente é feito após um O diâmetro aórtico aumenta em 15% sendo um importante fator de risco cardio-
evento clínico decorrente da pressão a 35% dos 20 aos 80 anos de idade. vascular independente em idosos7,8.
elevada por vários anos, tais como Histologicamente ocorre uma distorção Dessa forma, o endurecimento da
acidente vascular cerebral (AVC) e da orientação laminar das fibras murais, aorta contribui muito para a ocorrência
infarto agudo do miocárdio (IAM). fragmentação da elastina e aumento do da hipertensão sistólica isolada nos
conteúdo de colágeno, ocasionando uma idosos9. Até mesmo em indivíduos
diminuição da elasticidade do tecido altamente selecionados, sem doença
Envelhecimento arterial conjuntivo, que somada à arteriosclerose cardiovascular, a pressão sistólica
As alterações das propriedades determina um aumento da resistência tende a subir durante toda a vida, ao
vasculares da aorta, que ocorrem com vascular periférica e da impedância da passo que a pressão diastólica aumenta
o envelhecimento, têm importante aorta2. Existe forte correlação entre o até os 55-60 anos e, então, seus níveis
papel na gênese e progressão da HAS. envelhecimento normal e a diminuição lentamente declinam. Assim, o aumen-
da complacência aórtica, através de to da prevalência de HAS no idoso
vários parâmetros de medição. Idosos ocorre principalmente devido ao aumen-
Função normal da aorta com maior nível de condicionamento to da freqüência de HSI. Na população
O fluxo de sangue na aorta, vindo do físico possuem menor intensidade de com 65 anos ou mais, quase 40% dos
ventrículo esquerdo, é pulsátil e intermi- enrijecimento aórtico. indivíduos têm HSI, e estes repre-
tente, porém a liberação de sangue para sentam praticamente dois terços de
a circulação periférica é contínua. A Conseqüências todos os idosos hipertensos.
aorta necessita ter complacência para fisiopatológicas Disfunção diastólica – O aumen-
expandir-se durante a sístole ventricular, to da pressão sistólica eleva o estresse
armazenando energia para se recolher Alterações do pulso e da pres- de parede do ventrículo esquerdo
durante a diástole e impulsionando o são arterial – O envelhecimento aórti- (VE), promovendo HVE. Acompa-
sangue para a periferia1. A relação co, com enrijecimento da sua parede nhando a diminuição da complacência
entre as variações de volume e de faz com que a velocidade da onda de aórtica, ocorre um enrijecimento ven-
pressão é que define a complacência. pulso (VOP) aumente. Em um estudo tricular esquerdo, mesmo na ausência
A distensão aórtica na sístole pro- a VOP aumentou 134% do nascimento de hipertrofia10. Uma redução significa-
voca uma onda que se propaga pela até os 90 anos3, aumento maior que a tiva do relaxamento ventricular é causa
aorta e seus ramos, que é chamada de variação de pressão no mesmo período. freqüente de IC em idosos, mesmo se
onda de pulso. O pulso gerado nos O aumento da VOP é acompanhado eles estiverem com a função sistólica
vasos periféricos é resultado desta onda também de um aumento da velocidade ventricular normal11.
de pulso e não um reflexo direto do fluxo da onda reflexa, que retorna da peri- Dissecção aórtica – É provável
sanguíneo. Ao chegar na periferia a feria para a circulação central4. Nos que a degeneração da camada média
onda bate e volta, formando a chamada indivíduos jovens a onda reflexa atinge esteja envolvida na dissecção da aorta.
onda reflexa, que retorna à circulação a aorta ascendente no início da diástole, A incidência de dissecção aórtica au-
central, interferindo na fisiologia aórtica. aumentando a pressão diastólica inicial. menta com a idade e com hipertensão.
Fatores que alterem a complacência Nos idosos, a onda reflexa retorna à A prevenção das alterações aórticas,
aórtica vão afetar estas propriedades e, aorta ascendente durante a sístole, diminuindo o estresse de parede (enri-
por conseguinte, a circulação periférica contribuindo para uma elevação ainda jecimento + hipertensão + dilatação),

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poderia contribuir para a prevenção da Tabela 1 – Peculiaridades na medida da PA e diagnóstico da HAS no idoso
degeneração da camada média e da Peculiaridade Característica Como evitar erro
dissecção aórtica. Pseudo-hipertensão Medida falsamente elevada Manobra de Osler
devido à rigidez arterial Medida intra-arterial da PA
Hipertensão do Medida elevada basicamente Medidas repetidas no
Diagnóstico
avental branco em serviços de saúde consultório
A maneira correta de medir a PA Medida domiciliar
e a definição e classificação da hiper- MAPA, MRPA
tensão arterial no idoso são as mesmas Hiato auscultatório Período silencioso entre a Inflar manguito 20-30 mmHg
que as utilizadas para os adultos. primeira e a terceira fases de acima da PAS, palpando pulso
Porém, ao se medir a pressão arterial Korotkoff radial para garantir que está
de um idoso, deve-se atentar para ouvindo o primeiro som de
algumas peculiaridades observadas Korotkoff
com maior freqüência entre os idosos Hipotensão Redução ≥ 20mmHg na PAS Medir sempre a PA em duas
(Tabela 1). ortostática (HO) posições
Entre os novos métodos para a ava- HSI PAS ≥140 e PAD < 90 mmHg Apenas identificar através de
liação da pressão arterial, destacam-se Ocorre basicamente entre os medida correta e reconhecer
a MAPA (monitorização ambulatorial idosos seu risco
da pressão arterial) e a MRPA (moni- MAPA = monitorização ambulatorial da PA; MRPA = monitorização residencial da PA; Manobra
torização residencial da pressão arterial), de Osler = é positiva se a artéria radial permanece palpável mesmo após não estar mais pulsátil,
porque o manguito está insuflado com pressão superior a PAS.
que permitem o diagnóstico de hiper-
tensão do avental branco, as avaliações
da eficácia terapêutica, da hipertensão Tabela 2 – Principais estudos clínicos de tratamento de HAS no idoso
arterial resistente e da suspeita de episó- Estudo Pacientes Intervenção Resultados
dios sintomáticos de hipotensão arterial.
MRC-Elderly 4.396 pacientes, Placebo ou Redução no risco de
Para maiores detalhes sobre estes mé-
de 65-74 anos, com hidoclorotiazida e AVC (25%) nos grupos
todos recomendamos consultar as
PAS 160-209 e amilorida ou atenolol, de tratamento ativo
diretrizes específicas12.
PAD < 115mmHg com alvo de PAS Redução no risco de
Pesquisa de lesões em órgãos-
Seguimento de 150-160 mmHg AVC (31%), de eventos
alvo – Os idosos, seja pelo tempo
mais longo de HAS ou pela somação 5,8 anos cardiovasculares globais
de fatores de risco, possuem uma (35%) e coronarianos
maior prevalência destas lesões, como: (44%) no grupo tratado
alterações no fundo do olho, insufi- com diuréticos
ciência renal, doença cerebrovascu- STOP- 1.627 pacientes, Placebo ou Redução no risco de
lar, HVE e aterosclerose periférica. Hypertension de 70-84 anos, com hidoclorotiazida e AVC (47%), de eventos
Dessa forma, a pesquisa das lesões PA ≥ 180 x 90 ou amilorida ou atenolol cardiovasculares globais
em órgãos-alvo é fundamental para os PAD > 105 mmHg ou metoprolol ou (40%) e de mortalidade
hipertensos idosos. Seguimento de pindolol, com alvo de global (43%) nos grupos
2,1 anos PA < 160 x 95 mmHg de tratamento ativo
STOP- 6.614 pacientes, Tratamento convencional Não houve diferença
Tratamento Hypertension 2 de 70-84 anos, com (diuréticos e beta- na morbimortalidade
Com os ensaios clínicos de trata- PA ≥ 180 x 105 mmHg bloqueadores) ou IECA cardiovascular entre os 3
mento de HAS no idoso realizados na Seguimento de (enalapril ou lisinopril) grupos. Redução no risco
última década, tornou-se clara a neces- 2,2 anos ou antagonistas de cálcio de ICC (22%) e de IAM
sidade do controle pressórico nesta popu- (felodipina ou isradipina), (23%) no grupo tratado
com alvo de com IECA vs.
lação como forma de redução do risco
PA < 160 x 95 mmHg bloqueador de cálcio
cardiovascular, seja em casos de hiper-
MRC-Elderly: Medical Research Council Trial in the Elderly; STOP-Hypertension: Swedish Trial in
tensão sisto-diastólica ou hipertensão Old Patients with Hypertension; STOP-Hypertension 2: Swedish Trial in Old Patients with
sistólica isolada13-16 (Tabelas 2 e 3). Hypertension 2.

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Tabela 3 – Principais estudos clínicos de tratamento de HSI no idoso A HAS é uma doença crônica, com
Estudo Pacientes Intervenção Resultados longo curso assintomático, sem con-
SHEP 4.736 pacientes, Placebo ou clortalidona, Redução no risco de AVC seqüência imediata da suspensão do
≥ 60 anos, com associando-se atenolol ou (36%), de eventos tratamento, que exige mudanças no
PAS 160-219 e reserpina s/n, com alvo de cardiovasculares globais estilo de vida e uso diário de medica-
PAD < 90 mmHg PAS < 160 mmHg ou (32%), de IAM (33%), mentos. Somam-se a isso a alta fre-
Seguimento de diminuição de 20 mmHg se de ICC (49%) e qüência de co-morbidades, a conse-
4,5 anos PAS inicial 160-179 mmHg da massa de VE (-13% vs. 6%) qüente polifarmácia e o maior risco de
Syst- 4.695 pacientes, Placebo ou nitrendipina, Redução no risco de AVC interações medicamentosas e efeitos
Eur ≥ 60 anos, com associando-se enalapril e/ou (42%) e de eventos adversos na população geriátrica.
PAS 160-219 e hidroclorotiazida s/n, com cardiovasculares Dessa forma, os pacientes devem
PAD < 95 mmHg alvo de PAS < 150 mmHg, globais (31%)
ser educados em relação à doença
Seguimento de com redução de pelo menos
2 anos 20 mmHg
durante as consultas médicas e, sem-
pre que possível, em grupos com assis-
Syst- 2.394 pacientes, Placebo ou nitrendipina, Redução no risco de AVC
tência multiprofissional. No início do
China ≥ 60 anos, com associando-se captopril e/ou (38%), de eventos
PAS 160-219 e hidroclorotiazida s/n, com cardiovasculares globais tratamento e nos ajustes de dose pode-se
PAD < 95 mmHg alvo de PAS < 150 mmHg, (37%) e de mortalidade conseguir melhor controle e aderên-
Seguimento de com redução de pelo menos total (39%) e cardiovascular cia com a realização de retornos am-
2 anos 20 mmHg (39%) bulatoriais freqüentes a cada 3 a 4
SHEP: Systolic Hypertension in the Elderly Program; Syst-Eur: Systolic Hypertension in Europe semanas19.
Trial; Syst-China: Systolic Hypertension in China Trial. A escolha do anti-hipertensivo deve
ser cuidadosa, atentando-se para o
número de tomadas diárias, interação
Todavia, restam ainda dúvidas em Aderência medicamentosa e especialmente para
alguns pacientes especiais pouco re- os outros problemas de saúde do idoso,
presentados nos ensaios clínicos, A aderência ao tratamento anti- como cardiopatias, incontinência uri-
como aqueles com mais de 80 anos. hipertensivo constitui um problema fre- nária e hipotensão ortostática (Tabela 4).
Alguns estudos demonstraram bene- qüente também nesta faixa etária e Em um estudo realizado com idosos
fícios com o tratamento desta popu- provavelmente é o maior desafio que da comunidade em São Paulo, 80%
lação17, porém devemos aguardar o enfrentamos hoje para o controle ade- deles apresentavam pelo menos uma
resultado de grandes ensaios como o quado, em larga escala, da hipertensão. doença crônica e 10% apresentavam
Hypertension in the Very Elderly
trial18. Nesses casos ainda prevalece Tabela 4 – Perfil de efeito dos anti-hipertensivos em outras
o bom senso. Uma vez que são neces- doenças comuns no idoso
sários praticamente 2 anos para surgi- Classe de droga Preferir em: Evitar em:
rem os benefícios do tratamento anti- Diuréticos tiazídicos ICC, osteoporose Incontinência urinária,
hipertensivo, deve-se instituí-lo apenas prostatismo, gota
nos indivíduos com prognóstico de Betabloqueadores ICC, insuficiência Bradiarritmias,
viver mais que este período. Em idosos coronariana, taquiarritmias, broncoespasmo, insuficiência
com lesões estabelecidas (por migrânea, tremor essencial, arterial periférica grave
hipertireoidismo
exemplo, AVC), ou seja, estão em
prevenção secundária, achamos que Antagonistas dos Insuficiência arterial ICC (exceto anlodipino
canais de cálcio periférica, insuficiência e felodipino)
a terapêutica deve ser instituída, inde-
coronariana sintomática
pendentemente da idade do paciente,
IECA ICC, IAM ou AVC prévios, IRC severa, estenose da artéria
desde que haja sobrevida esperada
DM com nefropatia renal bilateral
de 2 anos ou mais. Nos casos que o
tratamento anti-hipertensivo implicar Antagonistas ICC, DM com nefropatia IRC severa, estenose da artéria
da angiotensina II renal bilateral
melhora de sintomas, como na hiper-
tensão associada a ICC, deve ser Simpatolíticos
de ação central Hipotensão ortostática
iniciado independentemente de qual-
quer outro fator. Alfabloqueadores Prostatismo Hipotensão ortostática

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cinco ou mais. Em nossa experiência Tratamento medicamentoso edema de membros inferiores e au-
são as co-morbidades que geralmente mento do volume urinário.
definem qual o melhor tratamento Nos grandes ensaios clínicos com Inibidores da ECA – Diminuem
medicamentoso20. idosos a terapia medicamentosa foi eventos cardiovasculares, principalmen-
instituída naqueles pacientes com PAS te em pacientes de alto risco28,29. Idosos
Tratamento não- > 160 mmHg e PAD > 105 mmHg, portadores de insuficiência cardíaca ou
com alvo de PAS < 150-160 mmHg ou disfunção ventricular esquerda assinto-
farmacológico – deve ser redução de pelo menos 20 mmHg e PAD mática têm indicação absoluta de receber
realizado? < 95 mmHg. Todavia, estudos realizados um inibidor da ECA em dose adequada.
em outras faixas etárias, prin- Eles mantêm sua eficácia nos idosos,
Mudanças no estilo de vida devem
cipalmente em indivíduos com outros apesar da diminuição fisiológica da reni-
ser estimuladas entre os idosos, com
fatores de risco cardiovascular ou com nemia com o envelhecimento. Atenção
aderência e benefícios satisfatórios,
lesão de órgão-alvo, têm demonstrado deve ser dada ao risco de hiperpotas-
como demonstrou o Trial of Non-
maiores benefícios com o controle semia, especialmente se associado a um
pharmacologic Interventions in the
mais rigoroso da PA22. Vale lembrar diurético poupador de potássio ou em
Elderly (TONE)21. Neste estudo, 875
novamente a alta prevalência de outros pacientes com IRC. Tosse e alteração
idosos hipertensos em monoterapia
fatores de risco nessa população, além do paladar são eventos adversos que
foram randomizados para restrição na
da própria idade avançada. Assim, mais podem limitar seu uso em idosos.
ingesta de sódio e/ou redução de peso
freqüentemente que os jovens, os idosos Betabloqueadores – Devem ser
em obesos, ou tratamento habitual. Após
necessitam de terapia medicamentosa usados em todos os idosos portadores
3 meses era tentada a retirada do anti-
associada à mudança no estilo de vida de insuficiência coronariana (princi-
hipertensivo. Em 29 meses de segui-
em casos de pressão normal alta e HAS palmente após infarto) ou insuficiência
mento, 44% dos pacientes do grupo de
estágio123(Tabela 5). cardíaca, exceto nos casos com real
redução de sódio e peso, 37% do grupo
Diuréticos – Os tiazídicos em contra-indicação (como no broncoes-
de redução de peso e 34% do grupo de
baixas doses são fármacos de primeira pasmo, insuficiência arterial periférica
redução de sódio não apresentaram
escolha como monoterapia nos idosos grave ou ICC descompensada). Não
hipertensão ou necessidade de
sem co-morbidades. Nos pacientes são indicados como monoterapia inicial
reintrodução de medicamento, contra
com insuficiência renal e clearance em idosos sem co-morbidades, visto
26% do grupo-controle (p < 0,001).
menor que 30 ml/minuto deve-se optar que falharam em mostrar benefícios
Moderação na ingesta de sódio
pelos diuréticos de alça. cardioprotetores nesta população.
(2,4 g/dia) e álcool (30 ml de etanol/dia
Antagonistas do canal de cálcio Porém, em associação aos diuréticos
para homens e a metade para
– Os antagonistas de cálcio diidropi- os resultados estão bem demonstra-
mulheres), consumo de alimentos ricos
ridínicos são fármacos seguros, já tive- dos30. Os betabloqueadores menos
em potássio, magnésio, cálcio e fibras
ram seus benefícios documentados24-27, lipossolúveis, como atenolol, metoprolol
e pobre em gorduras saturadas, ativi-
porém seu perfil de efeitos colaterais e bisoprolol, devem ser preferidos pelo
dade física aeróbica regular, assim
pode limitar o uso em alguns idosos menor risco de efeito colateral no sis-
como perda de peso em obesos, são
por piorar sintomas relativamente tema nervoso central (depressão,
objetivos possíveis de serem alcan-
freqüentes, como obstipação intestinal, sonolência, confusão, distúrbio do sono).
çados nos idosos e podem não só
reduzir o uso de anti-hipertensivos
Tabela 5 – Estratificação de risco e tratamento inicial da HAS
como também melhorar o perfil dos
Estágio (mmHg) Grupo de risco A Grupo de risco B Grupo de risco C
outros fatores de risco cardiovascular
e a qualidade de vida dos pacientes. Normal-alta Modificações no Modificações no Terapia
130-139/85-89 estilo de vida estilo de vida medicamentosa
Apesar do conceito difundido de que
é muito difícil mudar hábitos de vida Estágio 1 Modificações no Modificações no Terapia
muito antigos, quando a abordagem é 140-159/90-99 estilo de vida estilo de vida medicamentosa
(até 12 meses) (até 6 meses)
feita com bom senso, criando alterna-
tivas saudáveis, sem radicalismos, com Estágios 2 e 3 Terapia Terapia Terapia
esclarecimentos dos objetivos e resul- 160-179/100-109 medicamentosa medicamentosa medicamentosa
≥ 180/≥ 110
tados esperados, é possível obter boa
Grupo de risco A – sem fatores de risco, lesão de órgão-alvo ou doença cardiovascular
aderência, assim como os resultados Grupo de risco B – com pelo menos um fator de risco, excluindo diabetes
esperados. Grupo de risco C – com diabetes, lesão de órgão-alvo ou doença cardiovascular

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Antagonistas da angiotensina II tensivos, praticamente sem aumentar do diabetes e da dislipidemia e do uso


– Entre as classes de anti-hipertensivos o custo. Achamos que a terapia combi- de antiagregantes plaquetários, de-
são os que apresentam menor risco de nada com doses baixas de dois ou vem-se investigar fontes emboligê-
efeitos colaterais. Estudos clínicos re- mais medicamentos reduz a PA de nicas cardíacas e carotídeas.
centes, que incluíram grande número forma mais eficaz com menos eventos A reabilitação multiprofissional
de idosos, demonstraram alguns bene- adversos que a monoterapia em doses merece destaque, devendo ser iniciada
fícios desta nova classe, como retardo altas. Muitas vezes um fármaco reduz ainda na fase aguda do AVC. Estudo
na progressão da lesão renal em dia- a incidência de determinado evento recente mostrou redução da recorrên-
béticos e redução de eventos CV em adverso do outro. Como exemplo cia de isquemia cerebral em pacientes
hipertensos com HVE31,32. Como podemos citar que os inibidores da com AIT ou AVC prévios, hipertensos
regra prática, podemos dizer que ECA reduzem o edema periférico dos ou não, que utilizaram perindopril asso-
devem ser usados em todos os casos antagonistas do cálcio e os efeitos ciado a indapamida35.
em que há indicação de um inibidor da metabólicos dos diuréticos. Hoje já
ECA, porém houve intolerância. existem diversas associações em uma Hipotensão ortostática e
Outros – Os simpatolíticos têm mesma apresentação galênica, com pós-prandial
seu uso restrito em idosos pelo alto custo menor que estes fármacos em
risco de efeitos colaterais. Os agentes separado e com melhor aderência. Devido à menor resposta dos
de ação central podem causar sono- baroceptores à hipotensão em idosos,
lência, déficit de memória, depressão O idoso com AVC estes estão mais propensos à hipo-
e alucinações, enquanto os de ação tensão ortostática e pós-prandial. Em
periférica apresentam alto risco de Os idosos constituem importante torno de 20% dos idosos apresentam
hipotensão ortostática. Além disso, grupo de risco para complicações vas- HO e aproximadamente 30% dos ido-
em uma análise interina de um grande culares relacionadas a HAS, e 85% sos institucionalizados têm hipotensão
estudo, o alfabloqueador doxazosin dos AVCs ocorrem nesta população. após as refeições36.
apresentou um maior risco de insufi- O AVC ainda é uma das principais A HAS descompensada e deter-
ciência cardíaca que a hidroclorotia- causas de dependência funcional neste minados anti-hipertensivos podem pro-
zida33. Portanto, devem ser usados grupo, além de levar a complicações vocar ou piorar a HO. Medidas não-
em casos em que há contra-indicação relevantes, como incontinência urinária, farmacológicas devem ser orientadas
aos outros fármacos ou em hipertensos disfagia, depressão e dor crônica. A para HO (hidratação adequada, le-
severos, nos quais a associação das hipertensão arterial é o principal fator vantar-se lentamente, elevação da
outras classes não foi suficiente. Os de risco modificável para doença vas- cabeceira, uso de meias eláticas) e
medicamentos desta classe devem ser cular encefálica e seu tratamento reduz hipotensão pós-prandial (evitar
utilizados com cuidado, iniciando com marcadamente a incidência de eventos refeições copiosas, grande consumo
doses baixas e ajuste lento até a menor cerebrais, como foi demonstrado em de carboidratos e álcool e exercícios
dose eficaz ou maior dose tolerada. vários estudos com idosos (tabelas 2 e 3). após as refeições), e muitas vezes
Terapia combinada – Nos grandes O tratamento anti-hipertensivo também apenas o controle adequado da pressão
ensaios de tratamento da hipertensão já demonstrou benefício na prevenção arterial reverte a HO37. Deve-se ainda
em idosos aproximadamente 60% dos de demência34. ter cuidado com o uso de certos medi-
pacientes necessitaram de terapia Nos pacientes com AVC prévio, camentos, como diuréticos (pelo risco
combinada. Os diuréticos podem me- além das medidas como cessação do de depleção de volume), simpatolíticos,
lhorar a eficácia dos outros anti-hiper- tabagismo, controle da hipertensão, nitratos e antidepressivos tricíclicos.

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Abstract effective, and the best choice is based in the specific person
with his or her comorbidities and expectations. The
Arterial hypertension in the elderly: peculiarities nonpharmacologic therapy may have good adherence in the
of physiopathology, diagnostics, and treatment elderly, since the patient receive good explanations, specially
Hypertensive elderly patients have a high risk of from a multidisciplinary team. Combined pharmacologic
cardiovascular events and consequently worse quality of life therapy (two drugs in the same pill) is a very good alternative
or survival. After many randomized studies, we now know to elderly people, and is associated with a better adherence
that antihipertensive medication can reduce the risk of and efficacy and less adverse events. There are many cases
cardiovascular events and improve the quality of life. that were not addressed in the trials, like the frail or the very
Pharmacologic and nonpharmacologic treatment are old. This cases should be treated rationally and individualized.

Keywords: Elderly; Arterial hypertension; Anti-hipertensive treatment; Orthostatic hypotension.

Rev Bras Hipertens 9: 293-300, 2002

O’Leary DH, Bryan RN, Anderson M, Trial in Older Patients with


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