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SOCIEDADE, ETHOS e CULTURA

SOCIEDADE:

Não há, até agora, uma definição de sociedade que seja única e aceita de modo
geral, pois cada uma das definições propostas, regra geral, refere-se a aspectos
específicos da vida social e sugerem expressões como: sociedade de consumo,
sociedade camponesa, sociedade urbana, sociedade de massa...

Em sentido mais amplo (lato), o termo sociedade refere-se à totalidade das


relações sociais entre as criaturas humanas.

Cada agregado de seres humanos de ambos os sexos e de todas as idades,


unidos num grupo que se autoperpetua e possui suas próprias instituições e
cultura distintas em maior ou menor grau, pode ser considerado uma sociedade.

Para se perpeturem as sociedades humanas recorrem a mecanismos de caráter


(1) biológico (sexo), (2) psicológico (amor) e (3) cultural
Portanto uma sociedade tem sido definida como as instituições e a cultura de um
grupo de pessoas de ambos os sexos e todas as idades, grupo esse inclusivo,
mais ou menos distinto e que se autoperpetua.

Uma sociedade deve apresentar, também, um nível mínimo de organização e


estrutura social que assegure as relações interpessoais.

Instituições são organizações ou mecanismos sociais que controlam o


funcionamento da sociedade e dos indivíduos.São produtos do interesse social
que refletem as experiências quantitativas e qualitativas dos processos
socioeconômicos. Organizadas sob a forma de regras e normas, visam à
ordenação das interações entre os indivíduos e suas respectivas formas
organizacionais. Tornando mais econômicas essas interações, as Instituições
(formais ou informais), são instrumentos indispensáveis à compreensão da
lógica evolutiva das partículas sociais, sendo o seu estudo primordial ao
entendimento dos complexos processos pelos quais o Capital se estrutura. Em
essência, as Instituições são responsáveis pela organização das interações
sociais, analisando sua evolução e desenvolvendo métodos que as associem a
um ambiente favorável à alocação racional de recursos que otimizem a
satisfação das necessidades sociais.

Exemplos de instituições:

* As instituições políticas incluem os órgãos e os partidos políticos.


* As instituições religiosas possuem nomes de acordo com a religião,
podendo ser chamadas de igrejas, templos, sinagogas, mesquitas, centros
espíritas ou outras denominações.
* As instituições educacionais são as escolas, universidades etc.
* Certos mecanismos sem uma base física são igualmente considerados
instituições, como o casamento, a pressão social, etc
ETHOS

Ethos é um termo genérico, que designa o caráter cultural e social de um grupo


ou sociedade. De uso bastante antigo, significa em grego hábito ou caráter, e
relaciona-se intimamente com o termo ética. Ethos passou a designar uma
espécie de síntese dos costumes de um povo. A natureza de tal síntese
depende dos objetivos e das categorias do observador.

Para W.G. Sumner, ethos designava "... a totalidade dos traços característicos
pelos quais um grupo se individualiza e se diferencia dos outros...". Assim
Sumner caracterizava o Ethos chinês como "industrioso e materialista",
contrastando com o ethos "belicoso" da cultura japonesa. Ambas as descrições
eram impressionistas e subjetivas.

No uso corrente, o termo ethos tornou-se mais sofisticado conceptualmente,


embora não se possa dizer que se tenha tornado menos subjetivo. O observador
tenta conceituar o ethos, postulando alguns estados subliminares de motivação,
alguns valores, premissas implícitas ou tendências adquiridas.

Ethos pode assim incluir temas culturais, padrões culturais e valores. O ethos de
um povo sofre influência de vários fatores (meio geográfico, outras culturas,
fatores econômicos, religião...)

É a partir do conceito de Ethos e suas relações com a Ética que se tenta


entender o significado do relativismo cultural – cortar a mão de um ladrão ou
estripar o clitóris de uma menina são atos culturais que compõem o ethos de um
povo ou são um grave desrespeito aos direitos humanos?

CULTURA: (do latim colere/cultivar): é difícil estabelecer uma única definição


deste termo complexo e extremamente importante. Cada uma das definições
que se seguem pode, todavia, ser de utilidade para finalidades diversas.

Kroeber e Kluckhohn apresentam uma síntese que representa os elementos


aceitos positivamente pela maior parte dos cientistas sociais contemporâneos:

"A cultura consiste em padrões explícitos e implícitos de comportamento,


adquiridos e transmitidos por meio de símbolos, e que constituem as realizações
características de grupos humanos, inclusive suas materializações em artefatos.
A essência mesma da cultura consiste em idéias tradicionais (isto é: derivadas e
selecionadas historicamente) e especialmente nos valores vinculados a elas.

De maneira simplista poderíamos aceitar que a classe de todos os


comportamentos exibidos pelo grupo é chamada a cultura do grupo
Uma cultura é um conjunto de padrões de comportamentos que prevalecem em
um grupo de seres humanos em um período de tempo especificado e que, do
ponto de vista da pesquisa atual e da escala em que esta está sendo realizada,
apresenta descontinuidades nítidas e passíveis de observação em relação a
outros conjuntos semelhantes.

Cultura da em seu sentido etnográfico amplo é o todo complexo que inclui


conhecimento, crença, arte, moral, lei, costume e quaisquer outras capacidades
e hábitos adqui ridos pelo homem como membro da sociedade

A cultura abrange todas as manifestações de hábitos sociais de uma


comunidade, as reações do indivíduo quando afetado pelos hábitos do grupo no
qual vive e os produtos de atividades humanas quando determinadas por esses
hábitos.

Em seu caráter histórico, a cultura pode ser considerada a herança social ou a


tradição social de um grupo humano. "... a hereditariedade social é chamada
cultura. Como termo geral, cultura significa a hereditariedade social total da
humanidade, ao passo que, como termo específico, uma cultura significa um
traço particular de hereditariedade social"

Do ponto de vista "psicológico", cultura pode ser considerada como o


ajustamento, o aprendizado e o hábito do indíviduo desenvolvidos no grupo. A
cultura é vista basicamente como um conjunto de técnicas para a satisfação de
necessidades, solução de problemas e para o ajustamento ao meio exterior e
aos outros homens.

Para C. S. Ford, por exemplo: "A cultura consiste em modos tradicionais de


solucionar problemas . . . A cultura . . . compõe-se de respostas que foram
aceitas porque tiveram sucesso; em resumo, a cultura consiste em soluções de
problemas aprendidas" (Culture and human behavior. In: Scientific monthly.
1942. v. 55, p. 555-7).

Se se considera a sociedade um agregado de relações sociais, então cultura é o


conteúdo dessas relações. A sociedade enfatiza o componente humano, o
agregado de pessoas e as relações entre elas. A cultura enfatiza o componente
de recursos acumulados, imateriais e materiais, que as pessoas herdam,
empregam, transmutam, a que acrescentam alguma coisa e que transmitem.

Portanto, sob o aspecto do comportamento, cultura é todo comportamento


aprendido, adquirido socialmente. Inclui os efeitos residuais da ação social. É
também, forçosamente, um incentivo à ação

AMPLITUDE DO TERMO CULTURA

O termo cultura pode compor várias expressões:.


(1) A expressão cultura de massa denota, em sentido amplo, correlação cultural
com a sociedade de massa, característica especialmente da moderna civilização
urbana e industrial, mas encontrada também em vários graus nas sociedades
em via de industrialização

(2) Cibercultura estuda as relações sociais e a formação de comunidades em


ambientes de rede, que estão sendo ampliadas frente a popularização da
Internet e de outras tecnologias que possibilitam a interação entre pessoas.

(3) Sociedade globalizada e invasão cultural: A globalização é uma revolução


política, social e cultural capitaneada pelas grandes corporações econômicas
mundiais e pela integração e desenvolvimento da tecnologia. É um processo
profundo e que se encontra em pleno andamento, ocorrendo em todos os
lugares e interferindo nos aspectos culturais, políticos e econômicos do mundo
atual

Esta globalização cultural é a que vem levantando questões como "identidade


cultural" e "identidade nacional", que nada mais são do que uma reação à
invasão da "terceira cultura", esta alienígena.

Cultura de Massa (Mass Culture)

Cultura de massa é um movimento no qual grande quantidade de indivíduos


distintos vai perdendo a identidade, a capacidade de ação espontânea, de se
expressar de modo peculiar para comunicar entre si, e passa a comportar-se
sem discutir, passivamente, de tal forma que o conjunto resulta numa massa
homogeneizada.

O indivíduo que integra uma massa não age mais, apenas reage de forma
padronizada a estímulos externos. Estas reações são comparáveis a um
comportamento condicionado. A rigor, este homem condicionado tornou-se mera
matéria de massa.

Para alguns a cultura de massa passou a existir por quando a democracia


política e a educação popular quebraram o velho monopólio cultural da classe
mais alta .. . Durante cerca de um século, a cultura ocidental foi na realidade
duas culturas: a espécie tradicional — a chamada alta cultura — que vem
relatada nos livros de texto, e a cultura de massa, fabricada por atacado para o
mercado.

A cultura de massa vem atuando sobre os agrupamentos humanos desde


milênios, mas ganhou força com o surgimento de outros movimentos como:

* o capitalismo industrial,
* a urbanização,
* as tecnologias das comunicações

Estes fatores combinados facilitaram a massificação do homem a partir da Idade


Moderna. É por essa razão que enfatizamos a moderna e a contemporânea
cultura de massa. Um interessante estudo sobre massas modernas pode ser
encontrado no livro Massa e poder (1960), de Elias Canetti.

A moderna cultura de massa contribuiu para o surgimento da sociedade de


massa. O próprio termo sociedade de massa refere-se a um tipo de
agrupamento humano adequado à ação da cultura de massa, pois ele provém
de agrupamentos humanos em que a vida pública é tratada como se fosse a
vida privada de uma grande família.

A expressão cultura de massa denota, em sentido amplo, correlação cultural


com a sociedade de massa, característica especialmente da moderna civilização
urbana e industrial, mas encontrada também em vários graus nas sociedades
em via de industrialização.

A descrição e a interpretação da cultura de massa apresentam várias formas,


mas implicam admitir que as massas consomem ou desfrutam uma cultura
substancialmente diferente da desfrutada, quer no presente, quer no passado,
pelos elementos da elite da estrutura social.

Tais diferenças entre a cultura de massa e a cultura das elites são tanto de
conteúdo como de qualidade; que os objetos de cultura de massa são
transmitidos e difundidos através dos meios de comunicação de massa
modernos; e que são, em aspectos importantes, afetados por esse fato, por sua
vendabilidade e pelo tamanho do mercado que os desfruta.

Mas a cultura popular [usada aqui como sinônimo de cultura de massa], quando
completamente desenvolvida, penetra em todos os estratos quase igualmente e
sem variações significativas de suas qualidades principais. À medida que a
sociedade se torna completamente urbanizada e industrializada, a cultura
popular passa a ser o tipo de cultura mais universalmente compartilhada e
atinge a maioria dos aspectos da vida social e individual.

As sociedades urbano-industriais geraram um código próprio determinado pela


incoporado à cultura de massa. Estes código são identificados como:

* PADRONIZAÇÃO
* ESPECIALIZAÇÃO
* SINCRONIZAÇÃO

Cientistas sociais levantam inúmeras questões sobre cultura de massa e o


debate tem sido bastante variado, mas concentra-se em certas questões-chave,
por exemplo:
* os fatores causais do surgimento da cultura de massa;
* as conseqüências de ordem social e moral;
* a validade das comparações interculturais e históricas em função das quais
a cultura de massa foi louvada ou atacada;
* as ambigüidades, tanto explícitas como latentes, de termos como massa e
cultura;
* a avaliação e o aprimoramento dos padrões exibidos pela cultura de massa,
* a comparação desses padrões com os obtidos por outras formas culturais,
* a qualidade da interação de massa e outros padrões,
* e a coexistência, dentro de um conjunto pluralístico, de diversos níveis e
padrões culturais que podem ser conflitantes e sobrepostos

A idéia de cultura de massa tem sido discutida sob diversas abordagens.

Essencialmente a cultura de massa se compõe de um conjunto de modelos de


pensamento e ação que são comuns às subculturas de uma sociedade
heterogênea. Esses modelos têm significados e valores comuns para todos ou
para a maioria dos membros da sociedade e servem como pontos de
identificação mútua e reconhecimento desses membros.

A cultura de massa pode ser vista, então, como uma espécie de mínimo
denominador comum, ou como a configuração global fabricada por atacado para
a um determinado mercado que pode ser inclusive um mercado global.

SOCIEDADE URBANA:

hábitos e costumes

Os hábitos e costumes das comunidades humanas podem sofrer influências


do meio.

As relações entre o indivíduo e seu ambiente são tratadas pela Psicologia


Ambiental, que analisa as diversas mudanças provocadas no comportamento
humano por influência de vários fatores.

Há três variáveis que se revestem de uma qualidade quase única neste


contexto, são os conceitos de privacidade, espaço pessoal e territorialidade,
abordados como variáveis situacionais intervenientes no comportamento
humano.

Cada um destes conceitos foi definido de diversas maneiras e usado em


diversas teorias na tentativa de o comportamento humano nas cidades.

PRIVACIDADE
Grande parte da confusão a respeito da privacidade seria eliminada se fosse
reconhecido que o próprio fenômeno pode ser estudado em vários níveis —
perceptual, cognitivo ou comportamental — sem mudar a sua natureza.

Na mesma situação, uma pessoa pode ser estudada como um ser que
percebe, conhece, imagina, sente ou atua de modos que se poderia dizer
residirem em algum ponto ao longo de uma dimensão entre o extremo de
superprivacidade e o extremo de subprivacidade.

Alguns autores destacam os "direitos" à privacidade, outros o conjunto de


mecanismos de controle para mante-la e ainda outros o alívio das pressões
sociais estabelecidas por ela.

Por conseguinte, propomos que a definição mais útil de privacidade é como


"uma condição de acesso ótima por outros ao eu (ou grupo)". Esta definição não
julga antecipadamente o nível em que a "condição" poderá ser medida, mas se
coaduna perfeitamente com o conceito de esquema sócio-espacial.

Tal esquema será sentido como, por exemplo, satisfatório, agradável ou


confortável, a menos que se caracterize por excesso (ou escassez) da forma
apropriada de interações sociais. Ë importante destacar que o comportamento
indesejável de algumas pessoas pode ter a mesma qualidade importuna de um
comportamento menos ofensivo por parte de maior número de pessoas.

Finalmente, o que constitui um nível ótimo de privacidade e um conjunto


aceitável de mecanismos reguladores é fortemente determinado por normas
sociais. Adquirimos os nossos esquemas não só por relações funcionais diretas
com o meio ambiente, mas também por processos de conformidade dentro da
sociedade.

Por exemplo, as normas acerca da seminudez ou das roupas sumárias são


diferentes na praia e no escritório. Algumas pessoas falam frequentemente em
voz alta e de modo ostensivo em ônibus e trens, enquanto outras pessoas
preferem usualmente a privacidade, traduzida pela discrição..

ESPAÇO PESSOAL

Toda pessoa tem uma área espacial em torno de seu corpo, cujas fronteiras
só existem "na mente" e onde qualquer intrusão por outros é indesejável. Esse
espaço não é necessariamente circular.

De fato, há boas provas de que é mais extenso na frente e menor dos lados.
Edward Hall, um antropólogo que escreveu em 1966 um livro intitulado The
Hidden Dimension (A Dimensão Oculta), teve muita influência no
estabelecimento desse conceito.
Propôs uma nova ciência, "proxêmica" — o estudo dos modos como o espaço
é usado enquanto forma de comunicação. Entretanto, as observações de Hall,
que se relacionam principalmente com as diferenças culturais, eram quase
inteiramente qualitativas e, em certa medida, especulativas. Foi Robert Sommer
quem, numa série de experimentos e observações, demonstrou empiricamente a
importância do conceito para a psicologia ambiental.

Hall distinguiu quatro zonas espaciais usadas em interação social: íntima (0-
50cm), pessoal (50cm-l,50m), social (l,50m-3,50m) e pública (3,50m-7m). Essas
zonas, obviamente, são influenciadas não só pelas espécies de ações que
desejamos realizar, mas pelo alcance dos nossos sentidos, isto é, o
comprimento de nossos braços e a distância que nossas vozes atingirão sem
esforço.

Uma característica principal da aplicação do conceito de espaço pessoal está


no fato de que a maioria de suas manifestações são aprendidas e, portanto,
altamente variáveis entre diferentes grupos culturais.

Também acontece que a quantidade de espaços pessoais é quase tão


numerosa quanto os padrões de interação de uma pessoa. Um investigador
(Jourard, 1966) contou o número de contatos corporais por hora entre casais em
restaurantes e cafés de diferentes países. O número máximo foi de 180 (San
Juan de Puerto Rico) e o mínimo foi de "zero" (em Londres). Ele apurou também
a existência de diferenças dentro de cada cultura sobre quem toca quem e em
que partes do corpo.

TERRITORIEDADE

É necessário, preliminarmente, distinguir "espaço pessoal", tratado na seção


anterior, e territoriedade. O território é uma estruturação do espaço estático
(através do qual se movimenta o espaço pessoal) a cujo respeito uma pessoa
experimenta um certo sentimento de posse.

Muitos estudiosos do comportamento animal, sobretudo Hediger (1950),


assinalaram o papel muito poderoso da territorialidade na vida de aves, peixes,
primatas e outras espécies

Também é universalmente reconhecido que os seres humanos manifestam


possessividade a respeito de seu "refúgio", "gramado", "gabinete de trabalho" ou
quase todo e qualquer outro trecho demarcado de meio ambiente.

À semelhança do que ocorre com certas espécies primatas, nem mesmo o


comportamento nômade está imune a esse efeito. Os territórios são
estabelecidos temporariamente e depois abandonados, como no caso dos
acampamentos ciganos ou da reserva de lugares em trens.
Fizeram-se tentativas para explicar o comportamento territorial humano e,
sobretudo, a agressividade, defendendo-se a tese de que é um instinto. O
argumento assim reza: como os seres humanos evoluíram a partir dos primatas,
eles conservam vestígios daqueles instintos que são de significado biológico
básico.

Como a agressão é funcionalmente parte do padrão inato de defesa territorial


dos animais, a agressividade humana também é instintiva e está vinculada à
territorialidade. Assim como os animais "marcam" seu território urinando,
depositando secreções glandulares ou emitindo sinais vocais reconhecíveis,
também os seres humanos usam marcadores como sebes, muros, sinais de
"proibida a entrada", ou depositam artigos como chapéus, bolsas ou exemplares
de jornais, para indicar a posse temporária.

Há, porém, diferenças substanciais. Os animais são frequentemente forçados


a subsistir totalmente num território, dentro do qual são satisfeitas todas as suas
necessidades materiais de alimentação e procriação. A área também tem que
atuar como reserva para relações maritais. O seu tamanho parece refletir um
equilíbrio entre uma disposição pré-programada e a plenitude de suprimentos no
meio ambiente determinado.

Os seres humanos deslocam-se e transitam livremente entre numerosos


territórios que se sobrepõem, utilizam uma quantidade ilimitada de marcadores
culturalmente aprendidos e parecem reconhecer as invasões por pistas de
grande sutileza e abstração, reagindo-lhes de um modo mais funcional do que
automático.

Por conseguinte, parece algo parcimonioso dizer que a territorialidade é


adquirida e extensamente ramificada partindo da base de que o espaço tem uma
utilidade enorme para os seres humanos. Um certo grau de espaço é um
essencial requisito prévio para toda a atividade humana e torna-se um artigo
precioso, com um valor monetário segundo a sua oferta.

Na maioria dos meios ambientes, algum espaço tem que ser compartilhado e
criam-se, portanto, completos sistemas sociais que permitam essa repartição. As
diferenças em relação aos animais são tão grandes que nos parece mais
proveitoso concentrarmo-nos no modo como a territorialidade nos seres
humanos é culturalmente aprendida.

Por fim cabe destacar que na preservação do indivíduo e da sua espécie o


instinto territorial tem intensidade equivalente (ou superior) ao institnto sexual.

Portanto as variáveis discutidas tem relações diretas com a constiuição dos


hábitos e costumes (ETHOS) dos grupos humanos.

CIDADES DIGITAIS
Michele Tancman Candido da Silva
Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO) – SG – Rio de Janeiro - Brasil

O Conceito de Cidade Digital na Sociedade em Rede

A Cidade Digital, conhecida também por Cibercidade, Cidade Virtual, Município


Digital ou Virtual, Cidade Eletrônica, Cidade Inteligente e outros nomes,
representa uma projeção de simulacros de diferentes cidades e emerge como
uma das forças que contribuem para organização do espaço

A primeira definição/noção de Cidade Digital foi dada por volta de 1985 com a
fundação da América Online. A companhia registrou como uso exclusivo o termo
Cidade Digital e ninguém nos EUA pode utilizar mais. A AOL é responsável pelo
site Digital CITY que apresenta as cidades americanas. No entanto foi Toffler
(1995), em 1980, um dos primeiros a apresentar o termo, definindo Cidade
Digital como o estágio evolutivo de capacitação de uma comunidade em um
sistema tecnológico de informação, cujo objetivo final é atingir a reestruturação
interativa da vida social.

Tecnicamente, a Cidade Digital, segundo conceito de Toru (2000), é a


plataforma de fomento à formação de redes comunitárias. A cidade integra
informações urbanas em tempo-real, criando espaços públicos para os
cidadãos. Desde 1994, mais de 100 organizações locais, européias começaram
discutir Cidades Digitais. Os tópicos incluem aplicações telemáticas e
tecnologias.

No Japão, o projeto de Kyoto da Cidade Digital foi lançado para criar uma infra-
estrutura social de nformação para o século XXI e se define na utilização de
Sistemas que integram informação urbana (recuperável em tempo real).

Uma concepção européia é o consenso de que a "Cidade Digital" constitui um


parâmetro de qualificação do desenvolvimento das cidades européias. Um
"Projeto da Cidade Digital", para eles, tem como principais objetivos à qualidade
de vida dos cidadãos, a competitividade econômica e a integração social.

No contexto das redes comunicacionais, as especializações e a função social


das Cidades Digitais serão definidas pelos seus gestores, indutores e
freqüentadores. A guisa de exemplificação, algumas Cidades Digitais
caracterizam-se como culturais por apresentarem uma ênfase nas atividades e
divulgações no campo da cultura; outras históricas, por preservarem a história
de seus freqüentadores; e algumas outras apresentam características no campo
social, e assim por diante. Infinitamente seriam os exemplos e as possibilidades.

É possível, porém, identificar em todas uma grande agilidade se comparada a


uma cidade.
Os seus idealizadores são dotados e impulsionados pela criatividade, ainda que
esta criatividade se apresente em diferentes estágios. À medida que a cidade vai
se desenvolvendo a performance tende a melhorar.

As primeiras cidades surgem a partir do desenvolvimento das novas tecnologias


comunicacionais e obrigatoriamente dependem de uma concentração de infra-
estruturas locais com nódulos de tecnologia.

As Cidades Digitais emergem para atender a comunidade em rede, virtualmente


criada de acordo com as necessidades de uma comunidade real e são
difundidas a partir de algumas iniciativas que visam caracterizar estes espaços
virtuais. Dependendo dos promotores destas iniciativas, podemos caracterizar
algumas Cidades Digitais. Dentre tantos modelos, definiremos cinco tipologias
de Cidades Digitais.

Antes de definirmos os tipos de Cidades Digitais, cabe ressaltar que não a


entendemos apenas como um corredor de serviços a serem acessados. Isso
porque ela é também um espaço de socialidade, de manifestação do poder e um
dos campos de luta. E não poderia ser diferente, pois a consideramos uma
projeção da cidade real.

1 – As Cidades Digitais Governamentais de iniciativas do Governo local ou


regional.

Nestas cidades, o governo costuma ser o grande provedor de serviços. Utilizam


a tecnologia da informação na administração pública para prestação de serviços
online, beneficiando os cidadãos na desburocratização, transparência das
funções governamentais, tais como a compra e venda de serviços através dos
leilões digitais, certificações e outros. São consideradas, no atual cenário,
fundamentais para os processos de tomada de decisões em organizações
públicas e privadas. Os serviços podem ser diferenciados dependendo do
município, estado ou país.

2 – As Cidades Digitais não governamentais

As Cidades Digitais não governamentais são aquelas em que as comunidades


digitais só podem ingressar após preenchimento de um cadastro e obter uma
senha para freqüentar a cidade. O acesso poderá ser cobrado ou gratuito. Os
grupos organizadores despertam o interesse da comunidade ao promoverem
lazeres digitais, encontros virtuais em chats, permitir acesso a várias revistas de
grande circulação, enciclopédias, classificados digitais, informações turísticas,
informações locais etc.

3 – As Cidades Digitais de iniciativas do Terceiro Setor


Estas cidades são formadas por diferentes grupos sociais organizados da
sociedade civil, como as Organizações Não-Governamentais, Fundações e
Associações com apoio de empresariado e que não visam lucros. Normalmente
são temáticas e abordam a inclusão digital e social. Geram informações sobre
diferentes temas, apresentam projetos sociais, financiam projetos ou informam
fontes entre várias ações.

4 – Iniciativas espontâneas e individuais

Esta cidade é diferente das demais e talvez a mais comum. Ela se caracteriza
pelo ingresso espontâneo da comunidade digital local, ainda que
desordenadamente. Vários grupos e indivíduos são responsáveis pela sua
arquitetura e se organizam através de alguns vínculos como os sites locais,
pessoais ou não, as salas de bate-papo do mesmo nome da cidade real, da
freqüência em endereços eletrônicos que divulguem as notícias locais e eventos,
dos delivers, de outros agentes produtores de serviços, dos consumidores e dos
que praticam a socialidade da rede local. Tal dinâmica é fruto das relações
sociais (os fluxos) da cidade real.

5 - As Cidades Digitais de Iniciativas Mistas

As Cidades Digitais, neste caso, são projetos de inclusão digital e social, ou de


serviços através de parcerias entre o público, privado e terceiro setor. A
compreensão dos diferentes conceitos de uma Cidade Digital pode ser
comparada, a uma geografia das cidades, caracterizadas e denominadas por
sua função, conflitos, sua economia, etc.

Zancheti (2001) explica que, o conceito de Cidade Digital não tem uma definição
precisa, apesar de que desde o meado dos anos 90, o número de Cidades
Digitais está crescendo. De fato, encontramos muitas definições que variam
conforme as características da comunidade que irá acessar a Cidade Digital.
Zancheti define Cidades Digitais como “um sistema de pessoas e instituições
conectadas por uma infra-estrutura de comunicação digital (a Internet) que tem
como referência uma cidade real cujos propósitos variam e podem incluir um ou
mais dos seguintes objetivos:

1 – Criar um espaço de manifestação política e cultural das pessoas e grupos;

2 – Criar um canal de comunicação entre as pessoas e grupos;

3 – Criar canais de comunicação e negociação entre a administração municipal


e os cidadãos;

4 – Favorecer uma maior identificação dos moradores e visitantes com a cidade


referência;
5 – Criar um acervo de informações das mais variadas espécies e de fácil
acesso sobre a cidade referência.”

A utilização de tecnologias digitais de informação e de telecomunicação para a


melhoria dos cuidados de saúde, a efetiva redução da burocracia administrativa,
a capacidade de geração de trabalho qualificado e de teletrabalho, simplificação
e transparência dos processos de decisão, a diversidade da informação recebida
ou tratada, a abertura e reconhecimento dos processos de educação e de
formação profissional, a generalização segura do comércio eletrônico, a oferta
de novos modos de lazer, o apoio a cidadãos com necessidades especiais, entre
muitas outras dimensões. Estes seriam os elementos constitutivos do modelo da
"Cidade Digital".

Revista: Scripta Nova REVISTA ELECTRÓNICA DE GEOGRAFÍA Y CIENCIAS


SOCIALES
Universidad de Barcelona. ISSN: 1138-9788. Depósito Legal: B. 21.741-98 Vol.
VIII, núm. 170 (36), 1 de agosto de 2004

VÍDEOS APRESENTADOS

A Comunidade Amish

A sociedade Amish foi criada por Jacob Amman há alguns séculos atrás
baseada nos princípios de uma outra sociedade chamada Mennonites. Seu
estilo de vida é baseado na cultura rural européia do século XVII.
Ainda hoje esse estilo rústico de vida é seguido por eles. Para vocês terem uma
idéia, eles não utilizam energia elétrica, o que significa que nenhum deles tem
acesso a rádio, televisão, computadores, geladeiras, internet etc.
Suas vidas simples são dedicadas as famílias e ao trabalho em suas fazendas.
As escolas para as crianças são da própria comunidade Amish. Todos vestem
roupas escuras e padronizadas. Os homens desde crianças utilizam chapéu, e
quando se casam deixam crescer cavanhaque e nunca mais o tiram. Já as
mulheres também desde crianças usam uma touca branca e um lenço escuro na
cabeça.
Todos os Amish são muito religiosos e cada casa tem um altar, onde são
realizadas as atividades religiosas aos domingos.
O contato com a civilização "normal" é amistoso, todos pagam impostos ao
governo americano e esse é um dos únicos contatos a civilização moderna, o
outro é feito apenas em casos urgentes de doenças ou mortes através de um
telefone público instalado dentro da comunidade.
Hoje a maior comunidade Amish está localizada nos EUA e é estimada em 85
mil pessoas. Uma outra pequena comunidade está localizada no Canadá.

KOYAANISQATSI - Uma vida fora de equilíbrio

No mínimo KOYAANISQATSI é um filme diferente e já começa pelo fato de não


ter diálogos, apenas música. Você poderia pensar que se trata de um destes
filmes mudos antigos que foram reeditados com uma trilha musical. Bom, mas o
filme também não tem própriamente uma história.

Sendo o primeiro filme de uma trilogia, KOYAANISQATSI é diferente porque ele


mostra apenas sequências de imagens e a música que as acompanha. Para
quem gosta de artes visuais/fotografia é imperdível.

A idéia dos autores foi mostrar como a vida moderna está fora do eixo natural,
cada vez mais acelerada e como a tecnologia tem influência sobre esta
aceleração. Porém, ao invés de utilizar a linguagem falada (que muitas vezes cai
no velho clichê), as imagens contam uma história muito mais densa e
comovente.

A ausência do diálogo também é um ponto importante pois, além do que foi


citado acima, segundo o compositor Philip Glass a ausência de diálogos cria um
vácuo entre a imagem e a música, vácuo este que permite ao espectador refletir
ao invés de simplesmente aceitar ou rejeitar uma idéia.Por vezes o envolvimento
com as imagens e a música pode ser tão grande que o espectador corre o risco
de ser “hipnotizado”! Claro que é uma brincadeira, mas realmente o
envolvimento pode ser muito forte, em especial nos momentos em que uma
espécie de mantra é cantado com a palavra “KOYAANISQATSI”.

Ilha das Flores

A Ilha das Flores, que intitula o curta-metragem de Jorge Furtado, é um local na


cidade de Porto Alegre aproveitado como depósito para o lixo. Embora seja o
assunto central do filme, o lugar aparece somente quando os instantes finais se
aproximam e, antes disso, observa-se a trajetória de um tomate desde a colheita
ao descarte por uma dona-de-casa, até que chega ao lixão da ilha, numa
dinâmica que escancara, com várias retomadas e em detalhes, o processo de
geração de riquezas numa sociedade de consumo, com enfoque particular nas
desigualdades desse sistema.

Apesar do enfoque, convém ressaltar que são usados alguns (e bons) recursos
para manter um teor de impessoalidade do texto. Um desses recursos é o modo
de narrar do ator Paulo José, sem grandes variações no tom de voz, sem
exprimir qualquer emoção. O texto é trazido de forma meramente expositiva,
com um ar quase enciclopédico, sem argumentações explícitas por conjunções
ou outros elementos de co-texto, sem metáforas. Desta forma, trata-se com a
mesma naturalidade e gelidez a definição de "humano" e um acidente nuclear.
Em contraste com a aparente frieza, em vários momentos são exibidas imagens
chocantes, como a do porco abatido, dos judeus vítimas do holocausto nazista e
das crianças disputando alimentos entre o lixo que sequer servia de alimento
para os porcos.
Há, contudo, várias nuances de humor no decorrer das cenas. Ao mencionar a
proibição católica ao lucro na Idade Média, por exemplo, religiosos figuram com
expressões fechadas numa pintura; posteriormente, porém, as mesmas figuras
sofrem uma manipulação e aparecem sorrindo, imagem que coincide com a
explicação acerca do lucro livre. Outro momento, — senão cômico, ao menos
inusitado, — é a aparição de uma garrafa de Coca-Cola numa pintura egípcia
antiga, no momento em que se diz que "tudo sob e sobre a face da Terra tem
valor de troca por dinheiro". Com efeito, a própria cadência repetitiva e
dicionarística da narração confere um tom irônico à obra, de certa forma.

Com esses recortes, o filme não apenas aponta as calamidades que ocorrem na
Ilha das Flores, mas também as estendem ao Brasil, o que já é sugerido desde o
início com a execução da protofonia de "O Guarani", do maestro Carlos Gomes,
tema da Voz do Brasil, o programa de rádio governamental que contempla os
ocorridos da — diga-se de passagem, vergonhosa — política nacional. De fato,
a mesma música anteriormente mencionada, quando distorcida ao som da
guitarra, remete de certa forma a Jimmy Hendrix em Woodstock, e estende o
protesto ao mundo inteiro, como numa denúncia das misérias que assolam a
humanidade.

O curta termina então como uma manifestação velada contra as políticas que há
tempos conduzem populações aos lixões, que põem seres humanos abaixo de
porcos. Termina em desabafo, com um discurso sobre liberdade, "palavra que o
sonho humano alimenta, que não há ninguém que explique, e ninguém que não
entenda".

Mutilação Genital Feminina


Problemática sócio-cultural

A Mutilação Genital Feminina é considerado no mundo ocidental um dos


grandes horrores do continente africano. A sua prática está cercada de silêncios
e é vivida em segredo. Manifestar-se contra esse costume é difícil e, às vezes,
perigoso para mulheres ou homens que se opõem. Em muitos casos, são
acusados de ser contra as tradições ancestrais - dos valores familiares, tribais, e
mesmo de rejeitar seu próprio povo e sua identidade cultural.

Milhões de pessoas bem intencionadas são desinformadas o que as levam a


crer que a Mutilação Genital Feminina é benéfica. A educação e o diálogo são a
única maneira de realmente combater os conceitos errados e a superstição.
Para a cultura ocidental uma forma de mudar esta mentalidade é educar as
mulheres mais velhas que perpetuam esse costume, bem como dos homens
mostrando os danos físicos e psicológicos.

Normalmente, é o pai que paga para a realização da "cirurgia", para que possa
casar suas filhas com homens que não aceitam mulheres incircuncisas. Outro
motivo da continuação desse ritual é que é uma importante fonte de rendimento
para os que a realizam. Mesmo quando médicos a realizam em algumas
clínicas, na tentativa de evitar que as meninas sofram os riscos e traumas
resultantes de ablações anti-higiénicas e sem anestesia, todavia, ainda assim
para o ocidente considera-se que se trata de mutilação genital feminina.

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