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Origem da Osteopatia

A Osteopatia deriva das palavras gregas (osteon) osso e (pathos) doença.


Andrew Taylor Still (1828-1917) que em 1874 estabelece a relação entre a
alteração estrutural (músculo-esquelético) e o resto do corpo como
elemento chave na saúde
A Osteopatia é uma ciência terapêutica baseada na biomecânica do
corpo.
A Osteopatia actua através do tratamento manual e natural, uma vez
que o corpo possui uma capacidade de cura e reequilíbrio. A função do
osteopata é tratar, através das mãos, as disfunções somáticas e estruturais
do corpo humano.
O campo de acção da Osteopatia é: coluna vertebral, articulações,
músculos, ligamentos, fasciais, sistema visceral, sacrocranuiano e certos
desequilíbrios funcionais
É um meio para reencontrar uma postura adequada e movimentos sem dor.
Ajustando o equilíbrio interno e eliminando tensões, visa uma harmonia
holística do corpo, proporcionando um bem-estar global
O tratamento osteopático inclui um exame completo com a
anamnese, observação de postura e avaliação dos tecidos e articulações.

PRINCÍPIOS DA OSTEOPATIA

1º - A Estrutura Determina a Função;


A estrutura representa todas as partes do corpo. O ser humano na osteopatia
é considerado como um todo
2º - A Unidade do Corpo;
O corpo humano ou animal tem a faculdade de reencontrar ou
encontrar o equilíbrio, (físico, bioquímico e psicológico). Este sistema
consegue guardar na memória os traumatismos sofridos.
3º -Principio- a Autocura;
O corpo autoregenera-se, “autocura-se” segundo Still. O corpo tem todos
os meios necessários para eliminar ou evitar as doenças
4º - Regra da Artéria Absoluta;
Para Still, o sangue é o meio de transporte de todos os elementos,
assegurando uma imunidade natural.
A artéria tem um papel primordial
Biomecânica da Coluna
A coluna deverá cumprir três funções:
- função estática, atribuída aos corpos vertebrais e aos discos;
- função cinética, atribuída ao arco posterior “articulações
interapofisárias, processos transversos e espinhosos”.
- função de protecção, desempenhada pelo canal vertebral.

a) – Função Estática da Coluna


Os corpos vertebrais aumentam progressivamente de volume de C3 a
L5
A função dos discos é servir de amortecedores de choque e pressão.
A altura dos discos varia em função ao nível vertebral, segundo o peso que
deve suportar.
- ao nível cervical, 3mm;
- ao nível torácico, 5mm;
- ao nível lombar, 9mm.
Os discos, devido à sua elasticidade, são suficientes para endireitar as
curvas da coluna nas mudanças de posição, por meio de um mecanismo
passivo. O disco suporta mais a compressão do que a tracção.

Características de Algumas Vértebras

a) – T12

É a vértebra dobradiça dorsolombar:


- A sua metade superior é anatómica e fisiologicamente torácica;
- A sua metade inferior é anatómica e fisiologicamente lombar;

Chama-se vértebra diafragmática, comparada à vértebra rótula do


eixo vertebral.

b) – L3

É a única vértebra cujos platôs são paralelos.


É a base que suporta a totalidade da coluna.
Tem o papel de ponto da ligação muscular entre o ilíaco e a coluna torácica.
É a primeira vértebra verdadeiramente móvel da coluna lombar. Isto
explica a frequência de lesões em L3 + + +.

II – Função Cinética da Coluna


L4-L5-S1, são níveis mais móveis em flexãoextensão. O espaço menos
móvel em lateroflexão é L5-S1, mas é mais móvel em rotação.
A medula termina ao nível de L2 continua pela cauda equina. A medula
espinhal está protegida do contacto do canal vertebral pelos envoltórios
meníngeos, dos quais o mais externo forma o saco dural que termina ao
nível da segunda peça sacra. Nos movimentos de flexão a medula alonga-se
e se encurta nos movimentos de extensão

I – As Linhas da Força

Existem três linhas de força principais:


a) – a linha ântero-posterior;
b) – a linha póstero-ânterior;
c) – a linha de gravidade.

a) – A Linha Antero-Posterior:
A linha ântero-posterior tem sua origem ao nível do forame magno
do occipital, passa através do corpo de T11-T12, atravessa o processo
articular posterior de L4-L5 e o corpo de S1. Termina sobre o cóccix.
Seu papel é o de dar uma unidade à mecânica espinhal.
A linha antero-posterior é a placa giratória do movimento vertebral.

b) – A Linha Póstero-Anterior
A linha póstero-anterior tem sua origem na borda posterior do forame
magno do occipital, passa pela borda anterior de L2-L3 e termina
dividindo-se nos acetábulos.

Seu papel é, completar a linha antero-posterior

C. A Linha da Gravidade
Tem sua origem no terço posterior do crânio, passa no processo odontróide,
nos processos transversos de C3, C4, C5, C6, e na frente do T4, através
dos corpos de L1, L2, L3, L4, do promontório sacro. Ela se divide em duas
medialmente, atravessando os quadris e os joelhos, para terminar na
articulação astragalonavicular.

A Mobilidade Articular e a Lesão Osteopata

A Coluna Lombar

A forma da coluna lombar permite:


Movimentos simples:
- extensão (45º) flexão (50º), lateroflexão (20º);
- rotação (5º).
Movimentos compostos:
- extensão, rotação, lateroflexão;
- flexão, lateroflexão, rotação;
- flexão extrema, rotação, lateroflexão.

A Coluna Torácica

A natureza da região torácica permite:


- movimentos simples:
- extensão (40º), flexão (30º);

- movimentos compridos:
- extensão, rotação (30º), lateroflexão (30º);
- flexão, lateroflexão, rotação

A Coluna Cervical

Existem quatro movimentos fisiológicos na região cervical:


- movimentos simples:
- extensão (80º), flexão (70º);

- movimentos compostos:
- extensão, lateroflexão (20º),
- flexão, rotação (70º), lateroflexão.

O Sacro

Fisiologicamente o sacro faz parte da coluna lombar:


- movimentos simples:
- extensão, flexão, rotação, lateroflexão;

- movimentos compostos:
- flexão, lateroflexão, rotação;
- extensão, rotação, lateroflexão.

Os movimentos são modificados pelos seguintes factores:


- peso e carga;
- a orientação das facetas articulares;
- a forma dos corpos vertebrais;
- as tensões dos músculos, das aponeuroses e dos ligamentos.

A partir de todos esses elementos, foram codificadas possibilidades


de lesões dos conjuntos articulares vertebrais.
1) – A lesão aguda apresenta:
- um aparecimento brusco;
- uma dor aguda;
- um aumento da temperatura local;
- um espasmo protector, um edema;
- uma dor transmitida pelos nervos;
- uma congestão da sinovial.

2) – A lesão crónica apresenta:


- uma vascularização diminuída;
- um espessamento da sinovial;
- uma degeneração fibrosa dos músculos e dos ligamentos;
- uma superposição das facetas articulares;
- uma acidificação do PH (menos que 7).

A lesão pode ser:


- primária
- ela é a lesão que aparece cronologicamente primeiro;
- ela é quase sempre traumática;
- ela não está forçosamente localizada na coluna vertebral;
- secundária
- ela é uma lesão de compensação;
- ela pode provocar uma patologia nos tecidos moles, nos órgãos, ou
nas estruturas articulares.
A lesão osteopática

“Uma lesão osteopática corresponde a um ajustamento defeituoso


da estrutura que actua como uma causa primária ou uma causa agravante
de uma desordem ou de uma doença”.
Uma lesão vertebral se caracteriza por:
- uma perda ou uma restrição de movimento em uma ou várias
articulações, geralmente no limite da flexão, da extensão ou da
rotação;
- uma sensibilidade, um espasmo ou uma hipertonia dos músculos
que estão em volta da zona afastada;
- um desequilíbrio fundamental dos vasos sanguíneos, dos órgãos e
glândulas enervadas a partir do segmento lesionado.
A lesão osteopática é um factor poderoso na modificação do equilíbrio
normal do sistema simpático e parassimpático
AS REPERCUSSÕES DAS DISFUNÇÕES SOMÁTICAS

I – As Repercussões Articulares e Ósseas


A lesão osteopatia provoca uma restrição da mobilidade local,
ocasionando uma perda da mobilidade local: é a perda do jogo articular
(movimentos menores de deslizamento), que actua sobre a mobilidade
global da articulação. É, portanto, imperativo, do ponto de vista mecânico,
restaurar esse jogo articular fisiológico

II – As Repercussões Capsuloligamentares
Ocasiona edema e fibrose, limitando de maneira crónica a
mobilidade articular.

III – As Repercussões Sobre a Dura-Máter


A restrição da mobilidade vertebral vai transtornar o movimento de
plissar e desplissar da dura-máter espinhal, favorecendo assim as agressões
físicas das raízes nervosas. Elas podem ser um factor causal importante dos
transtornos craniossacros: isto explica a importância da coluna sobre a
liberdade da pelve.

IV – As Repercussões Fasciais
A lesão vertebral pode ser geradora de transtornos periféricos ao
nível do crânio, dos membros, do mediastino ou do abdómen. Esse
processo ocorre por intermédio das fáscias segundo uma organização em
cadeias anterior, anterior, posterior ou lateral

V – As Repercussões Musculares
Trata-se da hiperactividade gama supra e subjacente, assim como da
facilitação medular, que pode ser o ponto de partida das cadeias lesionais
neuromusculares, podendo afectar os membros.

VI – As Repercussões Nervosas
Pode-se produzir uma irritação dos elementos nervosos próximos e
neuropatias responsáveis por nevralgias.
A lesão vertebral provoca uma facilitação dos influxos nervosos
sensitivos-motores e neurovegetativos responsáveis por um transtorno da
função visceral.
A disfunção somática vertebral pode transtornar, de uma parte a
medula espinhal e de outra os glânglios laterovertebrais simpáticos.

AS LESÕES NÃO-NEUTRAS E ADAPTAÇÕES


“AS LEIS DE MARTINDADE”
Estas leis regem os grupos vertebrais adaptativos de uma lesão não-neutra

Estes grupos são os seguintes:


- C1-C2-C3
- C4-C5-C6
- C7-T1-T2
- T3-T4-T5
- T6-T7-T8-T9
- T10-T11-T12-L1
- L2-L3-L4-L5

I – O Grupo C1-C2-C3
Este grupo é muitas vezes o resultado de uma adaptação a uma lesão
craniana, e sobretudo a uma lesão C0-C1.

Seu transtorno provoca sintomas na esfera cefálica do tipo:


- cefaleias ou enxaquecas;
- vertigens;
- nevralgias de Arnold;
- problemas de visão;
Problemas de garganta (linfáticos da esfera cefálica

II – O Grupo C4-C5-C6
O transtorno deste grupo ocasiona problemas do tipo hipertensão
arterial essencial, algias dos membros superiores, problemas estomacais ou
respiratórios (diafragma + + +).

III – O grupo C7-T1-T2


Seu transtorno provoca perturbações ao nível do sistema simpático
ganglionar torácico, podendo traduzir-se por fenómenos do tipo hipertensão
arterial, asma ou bronquite.
Também pode provocar algias do membro superior (nevralgias
cervicobraquiais + +) e perturbações linfáticas do membro superior.

IV – O Grupo T3-T5
Seu transtorno provoca problemas cardíacos respiratórios, gastrites.

V – O Grupo T6-T7-T8-T9
Seu transtorno é responsável por sintomas digestivos: o grupo do
nervo grande esplénico (estômago, fígado, vesícula biliar, duodeno) e do
plexo solar.
VI – O Grupo T10-T11-T12-L1
Seu transtorno provoca problemas intestinais do tipo colite,
constipação intestinal, urinários (rins, ureteres). É igualmente as zonas das
hemorragias ginecológicas.

VII – O Grupo L2-L3-L4-L5


Seu transtorno provoca dores do membro inferior (cruralgia,
ciática), problemas do tipo colite (cólon sigmóide), problemas
ginecológicos (dismenorréias).
Está em relação com as disfunções dos ilíacos ou do sacro

I – A Dor Óssea
A dor óssea é precisa, centrada sobre a vértebra danificada: a dor é
surda; contínua, aumenta com todos os movimentos.

II – A Dor Discal
A dor é aguda, se manifesta quando o peso do corpo se coloca sobre
o disco intervertebral danificado (posição sentada ou de pé).
Aumenta com a antelexão que provoca a retropulsão do disco, e
coloca em tensão o ligamento longitudinal posterior ricamente enervado.
A dor aparece imediatamente, sem tempo de latência. Ao nível lombar, esta
dor é aumentada pela tosse ou pelos esforços de defecação que elevam a
pressão intrabdominal e intradiscal.

III – A Dor Ligamentar


Aparece quando se mantêm uma postura durante muito tempo
(leitura, escrita): não é imediata, aparece no final das amplitudes
articulares. É descrita quase sempre como uma sensação de queimação.

IV – A Dor Muscular
Manifesta-se com os movimentos e está relacionada à contracção
muscular. O movimento doloroso indica o músculo lesado. O movimento
oposto, que coloca em tensão o músculo, é responsável por um rebote
causado por um espasmo muscular.
Pode existir uma dor referida a um ponto gatilho no seio do músculo.

V – A Dor Nervosa
A dor radicular é descrita como do tipo filiforme: o paciente pode
indicar o trajecto com o dedo.
A dor aumenta com certos movimentos, e às vezes, pelo apoio sobre
o processo transverso da vértebra implicada

A RADIOLOGIA
A radiologia em osteopatia tem vários objectivos:
. buscar as contra-indicações formais às manipulações + + .
. buscar informações úteis ao tratamento osteopático, ou seja, os
sinais radiológicos que podem levar a uma suspeita de uma disfunção
somática. Guardando-se das interpretações fantasiosas, não se pode
querer ler em uma radiografia o que não se pode ler: é difícil obter
informação sobre a mobilidade articular de uma imagem estática.
Sem dúvida, alguns sinais radiológicos são confiáveis. A imagem
radiológica é muito importante em casos de hérnia discal, pois pode dar
informações relevantes para as manipulações.

Articulação Incidências Fundamentais Incidências Complementares


Ombros -Incidência antero-posterior em Perfil verdadeiro
rotação externa do número (filme curvo no cavo axiliar )
- Incidência póstero-anterior
- Incidência em rotação interna do úmero
Cotovelos -Incidência bilateral antero-posterior - Perfil interno
- Perfil externo - Incidência desfiladeiro do sulco do nervo
ulnar
Punhos Incidência bilateral póstero-anterior - Perfil externo
Mãos (filme bilateral) - Incidência antero-posterior
Perfil interno ou ulnar - Incidência do desfiladeiro do canal
carpiano
Escafóides - Frente
(4 radiografias) - Perfil externo
- oblíqua interna póstero-anterior
- oblíqua externa póstero-anterior

Articulações Incidências Fundamentais Incidências Complementares


Sínfese - Pelve de frente
Púbica - Radiografia centrada de incidência
Póstero-anterior
Sacroilíacas - Grande radiografia centrada lombopélvica,
incidência postero-anterior
- Radiografia lombopélvica de incidência
antero-posterior
- Radiografia de frente com compressão
abdominal por balão
Quadril - Pelve de frente, quadril rotação interna - Perfil bilateral
- Perfil externo em posição uretral - Incidência antero-posterior em
abdução
- Falso perfil
- Medida de anteversão do colo
femoral
Joelho - Incidência bilateral antero-posterior em - Incidência sobre o filme curvo
posição de pé (carga) (incisura condiliana)
- Perfil externo - Membros inferiores completos em
- Incidência axial da patela a 30%, 60%, posição erecta (gonometria)
90%
Tornozelos - Incidência bilateral antero-posterior
- Perfil externo
Pés - Incidência bilateral antero-posterior - Incidência bifocal
- Perfil interno em carga - Incidência oblíqua das metatarsianas
- Oblíqua externa - Incidências retrotibiais
Coluna 3 radiografias - ¾ direita e esquerda
Lombar - Grande radiografia póstero-anterior na - ¾ em dupla obliquidade
posição erecta (istmo de L5)
- Perfil de pé centrado sobre L4-L5
- lombassacra com raio obliquo ascendente
de 20%
Coluna - Radiografia de incidência antero-posterior
Torácica - Perfil de pé
Coluna - Incidência antero-posterior com raios Radiografia dinâmica em flexão
Cervical ligeiramente ascendente forçada, em hipertensão da coluna
- perfil estrito ¾ direita, ¾ esquerda em cervical
dupla obliquidade (raio obliquo de frente
para trás e de baixo para cima )
Dobradiça - Incidência boca aberta Tomografia de frente e perfil
Cervico- - Apreciação da impressão basilar sobre o
occipital crânio de perfil
- Perfil em hipertensão
Quadro 5: as incidências em radiologia osteoarticular

I) – As Contra-Indicações

É necessário primeiramente, eliminar um certo número de


afecções:
- as fracturas e os entorses;
- os transtornos degenerativos;
- as lesões infecciosas e inflamatórias;
- os transtornos metabólicos;
- as metástases ósseas, (ver quadro 7).

Encontra-se sobretudo depois dos quarenta anos:


- em 80% dos casos, o cancro primário é mamário, pulmonar ou
prostático.
- em 20% dos casos, a localização inicial é renal, tireoideana, vesical
ou digestiva.

Dados clínicos úteis Valor das radiografias Outros exames úteis


Infecciosas agudas Começo insidioso +++ (destruição, Velocidade
(de germes diversos) incapacidade moderna progressão muito rápida Sedimentação
Dores persistentes sobretudo a nível Numeração
discal) Hemocultura,
transtornos das
globulinas, biopsias
Infecciosas Lesões antigas +++ (destruição Testes cutâneos VS
Crónicas (tuberculose) Dores persistentes precoce dos discos, Diagnóstico confirmado
tomografias, pela intervenção
radiografias do tórax
Não infecciosas Dores lombares raras +++++ VS, factor reumático
Doenças reumáticas
Espondilite Sujeitos jovens, a ++++ VS, HLA B27
Anquilosante rigidez é mais (densidade sacroilíaca,
importante que a dor coluna de bambu)
Ampliação torácica
limitada
Quadro 6: lesões infecciosas e inflamatórias, segundo Julien

As metástases ósseas são quase sempre, localizadas:


- na mandíbula e na base de crânio;
. no grande costal;
. na coluna dorsolombar;
. na pelve.

Causas Dados Clínicos Valor das radiografias Outras provas úteis


Nutricionais Mulher de idade ++++ (com Biopsias das cristas
Osteoporose madura densitometria da coluna ilíacas
Dores tenazes com e dos outros ossos)
episódios agudos
Insuficiências dietéticas
de longa data
Osteomalácia Mesmos dados que +++ (pelve Biopsias das cristas
precedentemente, eventualmente ilíacas, prova
transtorno deprimida) terapêutica da vitamina
gastrointestinal D
eventual
Endócrinas Sinais Cushingóides +++ (osteoporose) Ionograma sanguíneo e
Tratamento prolongado urinário
por corticoesteróides Biopsias das cristas
ilíacas
Suprarenais Dor óssea e transtornos +++ (rarefacção) Calcemia, fosforemia,
Paratireóides neurológicos calciúria, fostatúria
Transtornos
gastrointestinais
Doença do Paget Sujeitos idosos, dores +++ ( diagnóstico) Fosfatase alcalina
persistentes, outros
riscos de doenças
Quadro 7: transtornos metabólicos, segundo Julien

Dados Clínicos Úteis Valores das Outros exames Úteis


radiografias
Benigno Longa história de dor +++ (com tomografias) Gamagrafia de
tenaz, pode comprimir radioisótopos
as raízes Histologia essencial
Maligno Rara (pode comprimir +++ Como os precedentes
Primitivo as raízes)
Dores tenazes
Contracturas
Maligno Primário conhecido, +++ (com exame do Idem, biopsia com
Metastásico Dores tenaz esqueleto, corpo agulha por aspiração
Contracturas vertebral lesado, disco
lesado
Canal Vertebral A dor aparece +++ (com mielografia) Punção lombar
Extradural geralmente antes dos
sinais radiculares
Intradural A dor aparece antes dos Sim (com miolografia) Punção lombar
sinais radiculares
Afecção esfincteriana
Quadro 8: lesões neoplásticas, segundo Julien

A BIOMECÂNICA DAS CERVICAIS

Para bem compreender a fisiologia cervical, é indispensável falar


dos pivôs osteopáticos C2 e C5.

O Pivô C2
A presença do processo odontoide, assim como a sua situação, impõe
a C2 um movimento máximo em rotação. O áxis é, portanto, a chave do
pescoço e a garantia da mobilidade do segmento cefálico. É o transmissor
número um do movimento autorizado pela dobradiça occipital C1-C2.
Se o pivô C2 suporta o segmento cefálico, é o atlas que faz a relação
entre eles, e que permite a adaptação aos movimentos antero-posteriores.
A lateroflexão existe para permitir o máximo de combinação dos
movimentos. É acima do pivô C2 que o mecanismo é mais importante.
Esse pivô de apoio C2 está em equilíbrio sobre sua vértebra subjacente C3.
disso resulta para o áxis as adaptações e as compensações mecânicas em
relação com C3.

O Pivõ C5
A posição do pivô C5 da coluna cervical lhe permite utilizar os eixos
horizontais do “tripé vertebral”. A flexibilidade cervical global lhe impõe,
sem dúvida, a máxima rotação possível, levando em conta as lateroflexões
impostas pela orientação das superfícies articulares. Nos movimentos
globais extremos da coluna cervical, é ao nível de C5 que as forças de
tensão e de contra-pressão são mais importantes. Essa é a razão maior pela
qual C5 apresenta sinais artrósicos frequentes.
Por outra parte C5 é o pivô inter-arco entre o pequeno arco superior
cervical (occipital - C4) e o arco médio (C6-C8) (ver capítulo a
biomecânica cervical).
As adaptações cervico-cefálicas necessitam a maior mobilidade
possível, em relação ao bloco torácico altamente rígido; elas passam pela
utilização correcta do pivô C5. a mobilidade de C5 é limitada por C4 e C6.
C4 pertence ao arco superior cervical e se apoia sobre C5 servindo-
lhe de pivô.
C6 é o início do arco cervicodorsal superior. E está suspensa à C5
servindo-lhe de apoio. C5 é então o local da mudança entre essas duas
curvaturas.
C5 sofre o máximo de forças e é importante obter uma boa
mobilidade assim como uma boa elasticidade das curvaturas supra e
subjacentes, antes de corrigir ou de ajustar C5.
É necessário não esquecer que as linhas antero-posteriores e póstero-
anteriores passam pelo corpo de C5. C5 é como C2 a vértebra cervical cujo
máximo de volume se situa na pirâmide superior.
A variação de altura dessa pirâmide vai pressionar C5 a suportar
maiores ou menores tensões anteriores, maiores ou menores compressões
posteriores.
É evidente que a sua função arrisca ser perturbada e que uma
fisiologia de compressão vai ser instalada.

AS PATOLOGIAS CERVICAIS

Distingue-se as algias limitadas ao segmento cervical e as


nevralgias de origem cervical

I – As Algias do Segmento Cervical

Compreende-se:
- as cervicalgias agudas;
- as cervicalgias subjacentes;
- as cervicalgias moderadas.

A – As Cervicalgias Agudas

Trata-se quase sempre de:


- torcicolo banal;
- traumatismo da coluna (fractura, compressão, subluxação);
- cervicalgia gostosa aguda;
- cervicalgia de Barre-Liéou.

B – As Cervicalgias Subagudas
Muitas vezes de origem inflamatória, maligna ou benigna:
- algias subaguda de origem artrósica;
- lesões inflamatórias;
- poliartrite crónica evolutiva;
- pelviespondilite reumática;
- espondilodiscite tuberculosa;
- reumatismo psoríasico;
- afecção maligna da coluna cervical;
- cancro vertebral;
- metástase;
- abcesso de Grisel.

TRATAMENTO OSTEOPÁTICO DO OMBRO

GENERALIDADES

O ombro constitui a zona de ligação entre o tronco e a mão. Ele


permite, pela sua complexidade:
- os gestos finos de preensão;
- os esforços importantes (carregar, puxar, elevar e lançar).

A unidade funcional do ombro é um complexo formado por muitas


articulações sucessivas. Esse encadeamento permite a qualidade do gesto.
A estrutura do ombro faz com que ele seja uma articulação suspensa
e não encaixada. Essa particularidade favorecerá numerosas síndromes
devido às lesões dos músculos periarticulares.
As diferentes articulações que formam o conjunto escapular estão
relacionadas a uma cadeia cinética, que é mobilizada por uma
“globalidade” muscular.

Essas articulações são:


- esternoclavicular;
- acromioclavicular;
- escapulotorácica;
- escapuloumeral.

O ombro é condicionado por:


- o peso do membro superior;
- a utilização das possibilidades da mão;
- a acção respiratória;
- a importância do cabo auxiliar;
- a vascularização do pescoço e do membro superior.
A ARTICULAÇÃO ESTERNOCLAVICULAR

I – Generalidades
É uma articulação que possui anatomicamente dois eixos e que é
mecanicamente simples.
A clavícula é articulada com o manúbrio esternal, tal como o pino de
suspensão, rígido no seu conjunto, articulado às suas duas extremidades. O
pivô esternoclavicular é a garantia da mobilidade da clavícula. É o ponto de
apoio de todos os movimentos.
A clavícula controla as possibilidades mecânicas do ombro e do
braço. Ela é uma ligação importante entre o pescoço e o tórax.

II – A Biomecânica Osteopata

A – A Adaptação
Os pivôs ligamentares esternoclaviculares são os apoios da cintura
escapular. A predominância de um braço sobre o outro, e seus movimentos,
vão provocar uma torção das clavículas comparável à torção da pelve com
uma rotação anterior de um lado e uma rotação posterior do outro.

B – As Compensações
Estas são, sobretudo, os pivôs C2, C5, T3, T4, e 4ª costela, que
compensarão a esse nível.
C7-T1 é a articulação mais frequente lesada, em consequência da
alavanca constituída pela 1ª costela.
A lesão da clavícula provocará uma lesão da 1ª costela, ou
reciprocamente.

A ARTICULAÇÃO ACROMIOCLAVICULAR

É uma articulação com superfície esférica, classificada com uma


articulação triaxial. Essa articulação é instável. Suas superficeis articulares
são ligeiramente convexas, o que explica a frequência das luxações
acromioclaviculares.
Sua estabilidade é assegurada por uma bainha formada pelo trapézio,
deltóide e os ligamentos coraclaviculares superiores, assim como os
ligamentos conóide e trapezóide, que se inserem desde o processo
caracóide até à face inferior da clavícula.
No plano sagital: a escápula é influenciada pelos movimentos da
articulação acromioclavicular. Se a acromioclavicular faz um movimento
de adução levará a cavidade glenóide a apontar para cima. O inverso é
verdadeiro.
No plano vertical: se a borda interna da escápula se afasta para trás, o
ângulo formado pelo plano da clavícula e da escápula aumenta e a cavidade
glenóide apontará para a frente. O inverso é verdadeiro.
No plano longitudinal: a escápula move-se deslizando sobre o tórax.
Na rotação externa, a cavidade glenóide se orienta para cima e para a
frente.
Inversamente, na rotação interna, a cavidade glenóide aponta para
trás e para baixo.

A ARTICULAÇÃO ESCAPULOTORÁCICA

Esta é uma articulação somente de um ponto de vista mecânico. Ela é


de facto um conjunto de contactos (sesamóide da escápula) e de planos de
deslizamento.

I – Os Movimentos da Escápula
Não são mais que deslizantes de músculos sobre músculos

Existem dois espaços de deslizamento:


- serrátil maior em relação à caixa torácica;
- o serrátil maior em relação ao subescapular.

II – Os Movimentos de Báscula da Escápula


As básculas da escápula ocorrem num plano paralelo à caixa
torácica. O eixo do movimento passa por baixo do ponto médio da espinha
da escápula.

Existem dois movimentos de báscula:


- interna, fazendo ângulo com a vertical de 20º,
- externa, fazendo um ângulo com a vertical de 45º.

III – A Fixação da Escápula


Elas são devidas ao par antagonista trapézio e serrátil maior.
O trapézio é responsável pelas fixações em adução.
O serrátil maior é responsável pelas fixações em abdução.

A ARTICULAÇÃO ESCÁPULOUMERAL

É uma articulação triaxial anatomicamente e mecanicamente simples.


Ela é constituída de:
- a cabeça umeral;
- a cavidade glenóide da escápula;
- o anel glenóideo;
- a cápsula.

A cápsula é um manguito fibroso com uma grande frouxidão


permitindo um afastamento articular. Ela é reforçada pelos ligamentos e os
músculos que têm uma acção vertical e que impedem a cabeça umeral de
descer e de luxar para a frente.

AS PATOLOGIAS DO OMBRO

A maior parte das dores do ombro são devidas à lesão das estruturas
periarticulares próximas (cápsulas, tendões e músculos), ou distantes
(cervicais, cotovelos, etc.).

I – As Patologias Articulares

A – As Afecções Mecânicas:
- luxação;
- fracturas.

B – As Afecções Degenerativas:
- condrocalcinose;
- osteocondromatose;
- artrose glenoumeral.

C – As Lesões Inflamatórias:
- as artrites reumáticas;
- pelviespondilite reumática;
- pseudo-poliartrite rizomélica;
- omartrite infecciosa;
- escapulalgia;
- omatrite infecciosa asséptica.

D – As Afecções Raras:
- necrose epifisária dos mergulhadores;
- tumores benignos;
- tumores malignos primitivos;
- doença da Paget.
II – As Periartrites Escapuloumerais

Elas representam 80º dos ombros doloridos.

Distingue-se dois tipos de ombros doloridos:


- ombro frouxo de origem tendinosa;
- o ombro bloqueado tem como origem uma capsulite.

A – O Ombro Frouxo:

1) Tendinite do supraespinhal;

2) Tendinite da porção longa do bíceps:


- tendinite subescapular;
- tendinite do coracobraquial.

3) Ombro pseudo-paralítico ou hiperálgico.

B – O Ombro Bloqueado:
- sua origem é capsular.

Ele é provocado por:


- um traumatismo: fractura ou luxação;
- uma lesão neurológica: hemiplegia, Parkinson;
- uma lesão coronariana: infarto;
- uma lesão mediastinal: cancro do ápice do pulmão;
- uma lesão tóxica: barbitúrico;
- uma lesão reflexa: artrose cervical;
- uma afecção idiopática: psicológica.

C – O Ombro Rígido:
É um ombro dolorido e bloqueado. É uma combinação de patologia
tendinosa e capsular.

A FISIOPATOLOGIA DO OMBRO

I – A Lesão de Anterioridade da Cabeça Umeral


A _ A Etiologia
É um traumatismo directo devido a uma queda para trás sobre as
nádegas com um amortecimento pelas mãos. Esses são também os
movimentos de antepulsão-retropulsão do ombro.

B – Os Mecanismos
A cabeça está anterior em relação à glena da escápula e em rotação
interna, e está quase sempre associada a uma inferioridade da cabeça
umeral. Coloca em tensão os ligamentos coracoumeral e glenoumerais,
com irritação do tendão da porção longa do bíceps, criando uma tendinite.
Essa lesão é favorecida por uma hipotonoia do músculo
coracobraquial que não centra a cabeça umeral na glena.

II – A Lesão do Superioridade da Cabeça Umeral

A – A Etiologia
É quase sempre uma queda sobre a mão ou uma queda sobre o
cotovelo.

B – O Mecanismo
Produz-se uma sensação da cabeça umeral em relação à glena da
escápula, associada a uma lesão do anel glenóide, que é responsável por
uma dor invalidante, por ser uma lesão em imbricação.
Há sofrimento da bolsa serosa subdeltoidiana e tendinite do
supraespinhal.

Há igualmente as lesões mais raras de:


- posterioridade da cabeça umeral;
- inferioridade da cabeça umeral.

III – A Lesão de Rotação Anterior da Acromioclavicular

A – A Etiologia
É produzida por um movimento de retropulsão forçada, associada a
uma antepulsão resistida (saque do ténis, por exemplo). Pode ser também
induzida por carregar peso, ou uma queda frontal com o braço alongado
para a frente, ou ainda uma queda lateral sobre o ombro.

B – Os Mecanismos
A escápula desliza para a frente, para cima e para fora. O acrômio
eleva a extremidade externa da clavícula.
A lesão vem acompanhada por espasmos musculares do trapézio
superior, do deltóide anterior, do feixe clavicular do grande peitoral.
A primeira costela é tracional para trás pela tensão do ligamento
costoclavicular. Há uma limitação da rotação-lateroflexão cervical do lado
homolateral.

IV – A Lesão de Rotação Posterior da Acromioclavicular

A – A Etiologia
É produzida por uma queda sobre a parte anterior do ombro, ou uma
queda lateral sobre o combro, associada a uma retropulsão horizontal
forçada.

B – Os Mecanismos
É o inverso. A rotação posterior é acaompanhada por um espasmo de
trapézio superior e uma inibição do subclávio.
A primeira costela adota uma posição relativamente anterior em
razão da tensão sobre o ligamento costoclavicular.
Essa posição da costela limita a lateroflexão-rotação do pescoço do
lado oposto.

V – A Lesão em Superioridade da Esternoclavicular


É produzida por um traumatismo na parte supero-externa do ombro
(queda sobre o ombro), associada a uma tracção violenta sobre o braço. O
choque supero-inferior na extremidade externa da clavícula faz subir a
parte interna e produz a subluxação para cima. A tracção sobre o ligamento
costoclavicular causa a lesão póstero-superior da primeira costela.
Existe igualmente de forma mais rara as lesões de subluxação
anterior esternoclavicular.

VI – A Lesão de Báscula Lateral da Escápula

A – A Etiologia

É uma lesão de origem postural ou vertebral.

B – Os Mecanismos

A báscula lateral é fixada pelos espasmos musculares de:


- o elevador da escápula (C3 à C5);
- o redondo maior (C5 à C6);
- subescapular (C5 à C6);
- o serrátil anterior (C5 à C6).

A clavícula adapta-se em rotação posterior e em elevação.

VII – A Lesão de Báscula Medial da Escápula


Rara, ela é ocasionada por um espasmo do músculo trapézio inferior
em consequência de lesão vertebral situada entre os níveis C5 e C4, de uma
lesão occipito-atlas (do forame rasgado e do Xl-espinhoso) ou de uma
lesão torácica (inserções musculares).

A – Nas Lesões de Anterioridade da Cabeça Umeral


Nota-se uma dor na parte anterior do ombro, associada a uma dor
durante a antepulsão e a abdução-rotação externa.

B – Na Lesão de Superioridade da Cabeça Umeral

Distingue-se:
- uma crepitação na mobilização activa da cabeça umeral;
- uma dor na abdução e rotação externa;
- uma passagem dolorosa entre 60º a 80º de abdução.

As dores podem ocorrer em outros movimentos.

C – Na Lesão de Rotação Anterior da Acromioclavicular

Nota-se:
- uma dor na parte do ombro irradiando para o deltóide;
- movimentos dolorosos em abdução, antepulsão acima de 80º, e os
movimentos de abdução e rotação externa.

D – Na lesão de Rotação Posterior da Acromioclavicular


Nota-se dores durante a abdução acima de 80º, uma dor na
retropulsão e ao movimento mão-dorso. Observa-se igualmente uma dor
espontânea na parte externa do ombro.

E – Na Lesão em Superioridade da Esternoclavicular


Nota-se uma restrição quando o paciente levanta os ombros.
Ocorrem dores na abdução acima de 120º, associadas a uma
limitação da lateroflexão e à rotação cervical do lado homolateral.
F – Na Lesão da Báscula Lateral da Escápula
Nota-se uma dor isquêmica dos músculos afectados, associada a uma
limitação da abdução acima de 140º, e da retropulsão-rotaçaõ interna (mão-
dorso).

G – Na Lesão de Báscula Media da Escápula


Nota-se uma dor isquêmica, ao nível do trapézio superior, associada
a uma restrição da abdução acima de 140º, e do movimento mão-cabeça

II – A Palpação
A articulação acromioclavicular é uma articulação subcutânea. A
clavícula faz uma saliência acima do acrômio. A articulação
acromioclavicular é portanto fácil de apalpar. O movimento do ombro faz
mover essa articulação, tornando-a assim muito fácil de ser localizada.

A – Na Lesão Anterior da Cabeça Umeral


Obeserva-se uma dor no nível do sulco intertubercular (bicipital) e
do tubérculo maior.

B – Na Lesão de Superioridade da Cabeça Umeral


Palpa-se uma ascensão da cabeça umeral, associada a uma
diminuição do tamanho do espaço entre o acrômio e o úmero.

C – Na Lesão da Rotação Anterior da Acromioclavicular


Palpa-se uma curva da clavícula mais saliente. Uma zona plana na
parte externa da clavícula que báscula para a frente: um espaço posterior
sacromioclavicular dolorido e maior.

D – Na Lesão de Rotação Posterior da Acromioclavicular


Palpa-se uma curva apagada da clavícula: um espaço posterior
acromioclavicular dolorido e menor. Uma zona plana externa que báscula
para trás.

E – Na Lesão de Superioridade da Esternoclavicular


Palpa-se a parte interna da clavícula: ela está superior e em desnível
em relação ao lado são.

F – Na Lesão de Báscula Lateral da Escápula


Palpa-se uma tensão na articulação acromioclavicular e uma restrição
na articulação esternoclavicular, uma restrição da báscula medial da
escápula. Há dores ou uma restrição durante a retropulsão e a rotação
interna.
G – Na Lesão de Báscula Medial da Escápula
Palpa-se uma tensão medial associada a pontos gatilhos do trapézio.

O TRATAMENTO OSTEOPÁTICO DO COTOVELO

GENERALIDADES

O cotovelo é a articulação intermediária do membro superior. Ele


permite aumentar ou diminuir a distância da mão até ao corpo e permite
levar a mão à boca para se alimentar.
Ele é o ponto de balanço da grande “lemniscate” (curva universal)
do membro superior. É o ponto rítmico que muda a função do membro
superior. Representa então uma zona vibratória importante entre o ombro e
o punho.

A Anatomia

No cotovelo, três articulações são reunidas em uma única e mesma


cápsula.
- articulação umeroulnar:
É uma articulação biaxial com encaixe recíproco do tipo tróclea.
- articulação radioumeral:
Em torno da qual se organiza a flexão e extensão, assim como o
pronossupinação do antebraço. É uma articulação biaxial do tipo
enartrose.
- articulação radioulmenar superior:
Em torno da qual se organiza a pronossupinação (com a raidioulnar
inferior). É uma articulação biaxial em pivô do tipo trocóide.

AS PATOLOGIAS DO COTOVELO

I – As Lesões Articulares

A – As Afecções Agudas
Uma dor aguda do cotovelo revela quase sempre uma origem
traumática (entorse, luxação e fractura).

B – As Afecções Subagudas e Crónicas

Distingue-se três grupos:


1) A osteocondrite dissecante do cotovelo;
2) A artrose do cotovelo;
3) A osteocondromatose do cotovelo.

C – As Afecções Inflamatórias
Artrites reumatóides (artrite infecciosa, artrite séptica, tumor branco do
cotovelo).

D – As Artropatias Nervosas
Elas são muito raras.

II – As Lesões Periarticulares

Distingue-se três variedades:


- bursite olecraniana;
- epitrocleite (golfe);
- epicondilite (cotovelo de tenista).

Distingue-se duas classes:


- primitivas;
- secundárias.

A – As Epicondilalgias Primárias:
- periartrite do cotovelo;
- bloqueio agudo radioumeral;
- condrite da cartilagem;
- sinovite por inflamação;
- bloqueio de uma franja sinovial;
- subluxação posterior da cabeça radial.

B – As Epicondilalgias Secundárias

Elas são frequentemente associadas a uma lesão local, ou a


distúrbios reflexos:
- da coluna cervical (C5-C6);
- do punho;
- das tendinites isoladas;
- das epicondilalgias de origem muscular;
- das epicondilalgias metabólicas hiperuricêmicas.

A FISIOPATOLOGIA

I – As Causas das Lesões do Cotovelo


Pode-se distinguir duas classes de causas de lesão do cotovelo: as
causas directas e indirectas.

A – As Causas Directas
Pode tratar-se:
- de problemas posturais;
- das torções ou rotações forçadas do antebraço;
- de um gesto violento não controlado muscularmente.

B – As Causas Indirectas

Pode tratar-se:
- de um problema cervical C5-C6;
- de uma lesão do ombro repercutindo sobre o cotovelo;
- de uma lesão de punho repercutindo igualmente ao nível do cotovelo.

II – Os Mecanismos das Lesões


Os mecanismos lesionais podem atingir as
três articulações de cotovelo.

A – A Articulação Umeroulnar
Pela flexão ou extensão em torno de um eixo frontal.

B – A Articulação Radioumeral

O movimento principal é a pronossupinação,


associada a movimentos secundários:
- o deslizamento anterior ou posterior do rádio;
- o deslizamento interior ou externo do rádio.
Uma flexão umeroulnar pode também acompanhar-se de um
deslizamento externo do rádio.
Uma extensão umeroulnar pode acompanhar-se de um deslizamento
interno do rádio.

TRATAMENTO OSTEOPÁTICO DO PUNHO

GENERALIDADES SOBRE O PUNHO E A MÃO


I – Intrudução
É a articulação discal do membro superior que permite, graças aos
movimentos associados do ombro e do cotovelo, todos os gestos
necessários à expressão humana.

II – A Anotomia
O punho é composto de oito ossos do carpo dispostos em duas
fileiras, associados ao rádio e à ulna.
A primeira fileira compreende o escafòide, o lunato, o piramial, o
pisiforme.
A segunda fileira é composta do trapézio, do trapezóide, do capitato
e do hamato.
O punho compreende duas articulações principais.

A – A articulação Radiocárpica
É a mais importante articulação do punho. Ela é do tipo biaxial.
Sua face distal convexa compreende o escafóide, o lunato se articula
com o rádio e a ulna, o ligamento triangular e o piramidial associados aos
ligamentos interósseos.
A articulação é orientada para baixo, para a frente e para fora.

B – A Articulação Mediocárpica
È uma articulação atomicamente simples entre as duas fileiras do
carpo. A parte distal do escafóide se articula com o trapézio e o trapezóide.
A parte proximal de escafóide e o lunato se articulam com o capitato.

AS PATOLOGIAS DO PUNHO E DA MÃO

I – As Patologias Globais da Mão


Lesões mecânicas (entorses, luxações e fracturas), que são os
pontos de partida para as lesões degenerativas.
Existem seis classes de mão patológica.

A – A Mão Artrósica:
- artrose radiocárpica;
- artrose carpo-metacarpofalangeana;
- artrose discal.

B – A Mão com Gota:


- gota aguda;
- gota crónica.

C – A Mão Psoriática

D – A Mão Reumática

E – A Mão Neuromuscular
- doença de Raynaud;
- Artrose.

F – A Mão Neurotrófica
- síndrome ombro-mão + + + .

II – A Patologia Analítica

A – O Punho

Ele é o local electivo das:


- lesões mecânicas, entorses, luxações e fracturas.

É quase sempre o ponto inicial de problemas degenerativos:


- artrose radiocárpica;
- tendinite das inserções palmares;
- artrites infecciosas.

B – O Carpo

As lesões degenerativas:
- necrose do lunato.

As neurodistróficas:
- síndrome do canal carpiano;
- doença do Dupuytren;
- síndrome do canal Guyon.

C – Ao Nível dos dedos


- lesões mecânicas, entorses e fracturas;

Lesões infecciosas:
- o panarício;
- o flegmão ou inflamação das bainhas dos flexores;
- as articulações específicas.
Lesões degenerativas:
- nódulos de Heberden;
- reumatismo psoriático.

Artropatia gotosa:
- nódulos de Bouchard.

Lesões neurodistróficas:
- as acroparestesias;
- a esclerodermia.

O dedo em mola totalmente benigno

Tumores e osteopatias metabólicas:


- osteoartropatia hipertrofiante de origem pulmonar de Pierre marie;
- condroma múltiplo dos dedos;
- acro-osteólise.

D – O Polegar

Ele pode ser o local de quatro afecções:


- artrose metacarpofalângica;
- a rizartrose;
- a tenosinovite crónica estenosante (doença de Quervain);
- entorse.

A FISIOLOGIA DO PUNHO E DA MÃO

Os mecanismos das lesões osteopáticas do punho são duplas:


- um deslizamento do rádio em relação a ulna;
- ou uma restrição nas diferentes articulações dos ossos do carpo.

I – A Lesão Radioulnar

Ela se produz em consequência:


- de uma queda sobre a mão, enquanto o punho se encontra em
pronação, lançando um objecto, por exemplo.

II – As Lesões dos Ossos do Carpo

Elas aparecem:
- associadas a uma lesão radioulnar;
- ou isoladas.

Trata-se sobre tudo das lesões de deslizamento dos ossos entre si:
- anteriormente, devido ao movimento de extensão;
- ou posteriormente, devido a um movimento de flexão.

Os ossos do carpo quase sempre em lesão são o escafóide, o lunato e


o capitato.
É graças aos testes de mobilidade que se determina a fixação óssea. Elas
podem ser encontradas em todas as superfícies articulares

O punho:
- a extensão = C6
- a flexão = C7

(supinação e pronação, ver capítulo sobre o cotovelo)

Os dedos:
- a extensão = C7;
- a flexão = C8;
- a abdução = T1;
- adução = T1.

O polegar:
- a flexão = C6-C7-C8;
- a abdução = C7;
- a adução = C8;
- a oposição = C6-C7;
- a oposição do 5º dedo = C8.
D: 112 – Os nervos periféricos ao nível da mão

O Exame da Sensibilidade

A mão é enervada por três


nervos:
- o radial;
- o mediano;
- o ulnar.

A sensibilidade da mão deve


ser examinada por nível neurológico
metamérico.

D: 113 – Os níveis neurológicos ao nível da mão


TRATAMENTO OSTEOPÁTICO DO QUADRIL

GENERALIDADES

A articulação do quadril é uma articulação triaxial


anatomicamente e mecanicamente simples.
A parte posterior do
fundo do acetábulo é
preenchida por uma
camada de tecido
adiposo que as variações de pressão podem
fazer sair ou
aspirar o interior,
através do
forame.
O conjunto dos
potentes grupos
musculares que
ficção os
membros
inferiores à pelve,
faz com que o tônus mesmo em repouso seja
elevado, provocando uma pressão muscular
permanente sobre as superfícies articulares. Essa pressão aumenta durante a
marcha, em razão da pressão intermitente ligada aos apoios monopodais
que se sucedem. É necessário que a cada passo o contrapeso das forças
musculares antagonistas, que são constituídos principalmente pelo glúteo
médio, seja equilibrado. Essas forças de pressão podem aumentar
consideravelmente em certas circunstâncias (coxopatias, obesidade e
desequilíbrio da estrutura).

A FISIOPATOLOGIA DO QUADRIL
As afecções do quadril podem ser classificadas em duas categorias:
- as doenças da articulação;
- as algias referidas.
I – As Patologias da Coxofemoral
A – Na Criança:
- as anomalias congénitas: luxações, subluxações e displasias;
- a doença de Legg-Perthes-Calvé;
- as coxites infecciosas agudas.
B – No adolecente:
- a epifisiólise da cabeça femoral;
- a coxa vara.

C – No Adulto:
- a necrose isquêmica da cabeça femoral;
- as coxites reumáticas;
- a doença de Paget;
- a coxartrose ou coxite.
D – As Afecções Raras:
- as coxites infecciosas;
- as fracturas por fadiga;
- as osteodistrofias metabólicas, a osteomalacia;- os tumores do
quadril.

II – As Algias Referidas

A – Próximas:
- abcesso;
- adenopatias;
- bursites do psoas;
-burcites troncanterianas.

B – As Estruturas Distantes:
- mecânica;
- degenerativa;
- inflamatória;
- ciática alta;
- meralgia parestésica;
- nefropatia.

Tipo Causas
Coxartrose Malformações congénitas:
Secundária - Luxação
- Subluxação
- Displasia
Deformações adquiridas por doença:
- Osteocondrite
- Epifisiólise
- Coxite “apagada”
Traumatismos:
- Fractura do colo
- Luxação
- Fractura do acetábulo
Coxartrose primitiva - No decorrer de uma poliartrose
- De causa não esclarecida
Coxites “Coxartrites” - No decorrer dos reumatismos inflamatórios
*PCE, SA, Rh. Psoriático
- Isolados, de origem primária
Protrusão acetabular primitiva - Causa desconhecida
Osteonecrose cervico capital - Secundárias: Hemofilia, anemia, *LED, Doença de
Gaucher, etc.
- Primarias: Causas não esclarecidas
Periartrite - Calcificantes (+ associadas à *PSA)
- Calcificantes
*LED – Lúpus Eritematoso disseminado
*PCE – Poliartrite crónica evolutiva
*PSA – Pelvispondilite anquilosante
Quadro 22: Classificação etiológica das patologias da coxofemoral

AS PATOLOGIAS OSTEOPÁTICAS DO QUADRIL

Encontra-se dois tipos de lesões na patologia do quadril

I – As Lesões Musculares
Essas são as lesões devidas aos espasmos musculares
A – O Iliopsoas
É o mais importante músculo da coxofemoral
1) O psoas
A etiologia das perturbações desse músculo é múltipla

Elas são devidas:


- a uma lesão do diafragma;
- às lesões de L1-L2;
- às lesões do rim ou do uréter.

2) O ilíaco
Esse músculo é perturbado em caso de lesões sacroilíacas ou de
disfunções L2-L3, ou ainda em caso de lesão visceral (válvula
ileocecal, vesícula).

B – O Piriforme
O piriforme, assim como o psoas, possui um papel primordial no
movimento respiratório primário. O piriforme se insere sobre o sacro. O
psoas pressiona a sacroilíaca que ele controla antero-posteriormente.

As lesões do piriforme são devidas:


- às lesões neurovasculares;
- às posturas em rotação externa do quadril;
- aos esforços de torção do tronco;
- às lesões do útero.

C – O Glúteo Médio
O problema mais frequente é a hipotonia. Esse músculo possui um
papel importante sobre a estabilidade do quadril.

As causas de lesões são numerosas, pode tratar-se:


- de um ilíaco out-flare;
- de perturbações da enervação L4-L5-S1;
- de lesão do útero;
- de lesões em compressão da coxofemoral.
D – O Glúteo Mínimo
As causas de lesão são idênticas àquelas do glúteo médio.

E – Os Adutores

As lesões dos adutores podem ocasionar dores referidas e algias do


tipo tendinite em consequência de fenómenos lesionais relativos:
- às vértebras L2-L3-L4;
- à sínfise pubiana.

II – As Lesões Articulares

A – As Repercussões das Lesões Sacroilíacas Sobre a Articulação


do Quadril:
Um grande número de lesões do quadril resulta de uma lesão da
articulação sacroilíaca por intermédio do sistema muscular.

B – A Lesão Compressão da Coxofemoral:


É a lesão mais frequente. É associada a todas as lesões coxofemorais.

Ela é favorecida por vários factores:


- a pressão atmosférica;
- a posição de pé + + +;
- os ligamentos e os músculos.

Os espasmo dos músculos pelvitrocanterianos possui um papel


primordial na génese dessa patologia por sua acção coaptadora; os
músculos concernentes são os seguintes:
- piriforme;
- obturador externo;
- glúteo mínimo;
- glúteo médio.

C – A Disfunção em Rotação Externa da Coxofemoral da Cabeça


Femoral

1) Etiologias

Elas são numerosas:


- lesão em compressão da articulação coxofemoral;
- ilíaco posterior;
- lesão de L2 a S2.

2) Mecanismos
A rotação externa da cabeça do fémur é fixada pelo espasmo dos
músculos seguintes:
- piriforme;
- psoas;
- quadrado femoral;
- pectíneo e feixe superior do adutor magno.
Existe compressão da articulação coxofemoral.
D – A Disfunção em Rotação Interna da Coxofemoral, Anterioridade
da Cabeça Femoral
1) Etiologia
Elas são igualmente múltiplas:
- lesões em compressão da coxofemoral;
- lesões sacroilíacas (ilíaco anterior);
- disfunção L4-L5-S1.
2) Mecanismos
A rotação interna da cabeça do fémur é fixada por um espasmo do
glúteo mínimo principalmente, mas também pelo feixe do glúteo médio.
Há compressão da articulação coxofemoral.

TRATAMENTO OSTEOPÁTICO DO JOELHO

GENERALIDADES

O joelho deve conciliar duas funções opostas. De um lado a


flexibilidade e do outro estabilidade.
Graças a poderosos ligamentos cruzados e aos colaterais tibial e
fibular, pode realizar uma mecânica complexa.
A articulação do joelho é uma articulação biaxial. Os movimentos de
flexão e extensão são movimentos de rolamento e deslizamento entre o
fémur e os meniscos, em volta de um eixo móvel, passando através dos
côndilos do fémur. Os meniscos serão simultaneamente empurrados para
trás ou para a frente sobre a tíbia.
A rotação é um movimento de deslizamento em volta de um eixo
longitudinal que passa através dos tubérculos e se realiza entre os meniscos
e a tíbia. Essa rotação ocorre sobretudo quando o joelho está flexionado.
A patela desempenha o papel de um sesamóide, polia semi-móvel
inserida no tendão do quadríceps. Ela desliza para cima nos movimentos de
extensão do joelho e para baixo nos movimentos de flexão, sob o efeito da
contracção do quadríceps.

A BIOMECÂNICA

A perna é constituída pela tíbia e pela fíbula, reunidos entre eles


pela membrana interóssea.

A perna possui três articulações ósseas:


- a articulação tibiofibular superior, do tipo anfiartrose;
- a articulação fibular inferior, que é essencialmente uma sindesmose
ligeiramente elástica;
- a membrana interóssea tibiofibular, que é uma sindesmose que une
o corpo da tíbia ao corpo da fíbula.

Quando o tornozelo ou o pé se move, a fíbula move-se igualmente.


Durante a flexão dorsal do tornozelo, a fíbula efectua uma ligeira
elevação.
Durante a flexão plantar do tornozelo, a fíbula efectua um ligeiro
deslizamento para baixo.
Durante a supinação do pé, a cabeça da fíbula desliza para baixo e
para trás.
Durante a pronação do pé, a cabeça da fíbula desliza para cima e para
a frente.

AS PATOLOGIAS DO JOELHO

Distingue-se Gonalgias Locais e Gonalgias Proximidades

I – As Gonalgias Locais

As gonalgias são divididas em três grupos:


- as gonalgias agudas;
- as gonalgias subagudas;
- as gonalgias crónicas.

A – As Gonalgias Agudas

1) As Gonalgias Pós-Traumáticas:
- por um choque directo;
- por um entorse (entorse simples, entorse com distensão
ligamentar, lesão do menisco e rompimento dos ligamentos
cruzados).

2) As Gonalgias Inflamatórias:
- os reumatismos articulares;
- as artrites purulentas;
- a osteomielite aguda;
- injecção intraarticular (cortisona);
- artrite úrica (gota).
B – As Gonalgias Subagudas
1) Mecânicas:
- entorse benigno;
- algoneurodistrofia.

2) Infamatórias:
- reumatismo articular agudo;
- tumor branco do joelho;
- artrite lúpica;
- a pelviespondilite reumática;
- tumoral: condroma, fibroma.
C – As Gonalgias Crónicas
- a gonartrose + + +;
- a meniscose do joelho;
- a condromalácia;
- a osteocondromatose do joelho;
- a osteocondrite dissecante;
- a necrose isquêmica;
- a doença de Pllegrini-Stieda;
- a tendinite de inserção;
- a condrocalcinose;
- a doença de Paget.
II – As Gonalgias das Proximidades:
Elas estão próximas ao joelho, colocando em jogo as estruturas
distantes.

A – As Estruturas Próximas:
- a tuberosidade da tíbia;
- a osteocondrite ou doença de Osgood-Schlater.

B – As Estruturas Distantes:
- a articulação do quadril;
- a coluna lombar;
- o pé;
- certas afecções neurológicas: esclerose e tabes.

A FISIOPATOLOGIA DO JOELHO

I – As Lesões Femorotibiais em Abdução

A – O Mecanismo
É uma lesão de abdução-adução que se produz quando os
movimentos menores de deslizamento lateral são exagerados por um
traumatismo. Ela necessita previamente de uma hipotonia do tensor da
fáscia lata, que autoriza os movimentos de lateralidade.

B – Os Sintomas

Existem dores:
- na parte interna do joelho;
- na flexão ou extensão do joelho;
- ao nível da patela.

II – A Lesão de Gaveta Anterior da Tíbia

A – O Mecanismo
É um falso movimento em flexão-rotação interna do joelho (rotação
do tronco com a tíbia fixa ao solo), lesando o ligamento cruzado anterior.

B – Os sintomas
Observa-se uma dor na extensão do joelho.

III – A Lesão de Gaveta Posterior da Tíbia

A – O Mecanismo
É um choque directo (queda sobre o joelho), que provoca uma lesão
importante do ligamento cruzado posterior, associado a uma hipotonia do
quadríceps.

B – Os Sintomas
Dores na flexão do joelho, durante o agachamento por hiperpressão
da patela. Associa-se igualmente dores ao nível da fossa poplítea por tensão
sobre os córtices condilares femorais.

IV – A Lesão em Rotação Interna da Tíbia

A – O Mecanismo
É um traumatismo em torção transmitida para baixo a partir do
tronco ou do fémur pela tensão dos músculos rotatores do quadril. A tíbia
fica fixada ao solo pelo peso do corpo.
Essa lesão de rotação interna é quase sempre associada a uma lesão
em abdução.

B – Os Sintomas
Dores na parte externa do joelho e na parte interna da patela. O pé
gira para dentro em relação à patela, do lado lesado.

V – A Lesão em Rotação Externa da Tíbia


A – O Mecanismo
É o mecanismo inverso da rotação interna.
Essa lesão é possibilitada por uma hipotonia do músculo poplíteo.
Ela é fixada por um espasmo do Bíceps femoral e do tensor da fáscia lata.
Essa lesão é associada à adução ou à lesão posterior da cabeça da
fíbula.

B – Os Sintomas

Há dores ao nível:
- da parte interna do joelho;
- da parte externa da patela;
- na flexão do joelho.

O pé gira para fora em relação à patela do lado são

VI – A Lesão de Posterioridade da Cabeça da Fíbula

A – O Mecanismo
As lesões de posterioridade da articulação tibiofibular produzidas por
uma força de abdução do tornozelo que força a fíbula para cima, para
dentro e para trás.
Toda a lesão da fíbula repercutirá sobre o tornozelo e o joelho. Essa
lesão é responsável por um espasmo do bíceps e do fibular longo.
B – Os Sintomas
Observa-se:
- uma câimbra da panturrilha;
- uma dor externa do joelho;
- sensação de instabilidade do tornozelo.
VII – As Lesões dos Meniscos
A – Os Mecanismos das Lesões do Menisco Interno:
É uma lesão que ocorre quando o joelho não possui sua integridade
ligamentar.
O bloqueio do menisco não é uma lesão osteopática, é uma
verdadeira subluxação do menisco.
A causa mais frequente é uma torção do joelho em flexão que associa
uma adução e uma rotação externa. Durante o endireitamento do joelho a
partir dessa posição, o menisco interno é surpreendido e pinçado entre o
côndilo e a glena.
B – Os Sintomas
Observa-se um bloqueio do joelho em flexão:
- na lesão do corno anterior existe uma dor antero-interna, com
sensação de rompimento no lado interno;
- na lesão do corno posterior existe uma dor póstero-interna.

TRATAMENTO
OSTEOPÁTICO DO TORNOZELO E DO PÈ

GENERALIDADES

O pé compreende três partes distintas: o tornozelo, o tarso e o


metatarso.
I – O Tornozelo
Ele é constituído pela articulação tibiotársica, uniaxial e compreede a
sindemose tibiofebular na qual se encaixa o táblus. A tróclea do táblus,
sendo mais larga na frente do que atrás, provoca o afastamento da fíbula,
durante a flexão dorsal.
II – O Tarso
O tarso é composto de sete ossos, de trás para a frente: o tálus e o
calcâneo, em seguida o cubóide e o navicular, depois os três cuneiformes.
Distingue-se:
- a articulação de Choparte: é a articulação mediotárcica separando
o navicular e o cubóide de um lado, o tálus e o calcâneo do outro;
- a articulação de Lisfranc: é a articulação tarsometársica,
separando os três cuneiformes e o cubóide de um lado e os
metatarsos do outro.
A linha de gravidade do corpo passa pela articulação talonavicular.
O pé compreende:
- uma parte posterior: é a estrutura de superposição e da
estabilização talocalcânea;
- uma parte anterior: é a estrutura adaptativa e de extensão do pé;
- uma parte média: zona rítmica constituída pelo cubóide.

Distingue-se:
- o eixo externo: passa pelo calcâneo, o cubóide, e o 4º e 5º
metatarsos.
- o eixo de henké: ele é oblíquo de trás para a frente passando pelo
calcâneo, tálus e o navicular. Ele faz um ângulo de 42º com o eixo
horizontal.
- a linha de Schade: ela une a parte póstero-inferior da polia do tálus,
o centro do navicular, o primeiro cuneiforme e a cabeça do primeiro
metarso.
Quando o pé é plano, a linha está desviada para cima.
Quando o pé é calvo, a linha está desviada para baixo.

. o ângulo de Djian-Annonier: forma um ângulo normal de 120 a


128º. O pé é plano quando esse ângulo é inferior a 128º.

III – O Metatarso
Compreende-se os cinco metatarsos, que terminam nos dedos do pé.
Cada metartarso compõe-se de uma cabeça, um corpo, uma base. As
articulações metatarseanas são articulações do tipo antiartrose. Cada
metatarso se articula com seu cuneiforme correspondente, salvo o IV e o V
que se articulam com o cubóide.

A PATOLOGIA

I – A Patologia do Tornozelo
As afecções dolorosas do tornozelo
A – As Lesões Articulares
Distingue-se quatro grupos
1) As Afecções Mecânicas:
- os entorses;
- as fracturas.

2) As Afecções Degenerativas:
- a artrose;
- a condromatose.

3) As Afecções Inflamatórias
a) Agudas:
- a gota.
b) Subagudas e crónicas:
- a artrite reumática;
- o reumatismo articular;
- a lesão tuberculose;
- as artrites sépticas;
- a artrite gonocócia;
- a artrite micótica.
4) A Artropatias Nervosas:
- tabes;
- algoneurodistrofia.
B – As Lesões Periarticulares:
- tendinite de tendão de Aquiles;
- burcite pré ou subaquileana;
- ruptura parcial do tendão de Aquiles;
- tenosinovite dos músculos periarticulares;
- as inflamações das partes moles;
- as insuficiências circulatórias.
II – A Fisiopatologia do Pé
É necessário distinguir as dores do pé no seu conjunto e as dores nos
seus diferentes segmentos.
A – As Dores do Conjunto do Pé
As algias de origem estática:
- o pé plano;
- o pé cavo.
Distingue-se três grandes patologias principais
1) Doenças Reumáticas:
- poliartrite reumática;
- pelviespondilite reumática;
- síndrome de Fiessinger-Leroy-Reiter;
- reumatismo pós-anginoso;
- reumatismo articular agudo;
- artrite gonocócica.
2) Os Falsos Pés Inflamatórios:
- distrofia simpática de Sudek-Leriche;
- tabes;
- insuficiência venosa crónica.
3) Os Pés Vasculares:
- fístulas arteriovenosas congénitas;
- pés doloridos linfáticos;
- arterite obliterante crónica;
- doença de Raynaud + +;
- eritromelalgia paroxística de Weir-Mitchell;
- pé congelado.
B – As Algias Segmentares do Pé
1) As Talalgias:
- talalgias estáticas: posterior e palmar;
- tatalgias inflamatórias: poliartrite reumática, pelviespondilite
reumática;
- outras tatalgias: doença de Paget;
- osteocondrite do calcâneo.
2) As Patologias:
- as plantalgias estáticas: pé plano; cavo, em valgo, em varo,
aponeurite plantar;
- plantalgias inflamatórias: ver anteriormente.
3) As Metatarsalgias

a) Metatarsalgias estáticas:
- o hálux valgo;
- o antepé plano;
- hálux rígido;
- dedo em martelo;
- metatarsalgias de Thomas-Morton.
b) Metatarsalgias Inflamatórias:
- metatarsalgias agudas.
c) Metatarsalgias Subagudas
Distingue-se as grandes doenças reumáticas:
- a poliartrite reumática;
- a pelviespondilite reumática;
- a artrite infecciosa. Gonocológica ou bacilar;
- a osteoporose localizada;
- a escafoidite ou doença de Muller- Weiss;
- a pifisite da cabeça do 2º metatarso;
- a sesamoidite.
A FISIOLOPATOLOGIA
OSTEOPÁTICA DO TORNOZELO E DO PÉ

I – A Lesão Anterior da Tíbia

A – As Etiologias

Encontra-se várias etiologias possíveis:


- o pé está preso e a tíbia se desloca anteriormente;
- ao produzir-se uma flexão plantar extrema, o peso do corpo estando
em carga sobre o pé;
- ao produzir-se um choque chutando uma bola.

B – Os Mecanismos:
A tíbia desliza anteriormente sobre o tálus.
Essa lesão é fixada por uma hipertonia do tibial anterior.

II – A Lesão Anterior do Astrágalo

A – A Etiologia:
É uma supinação forçada com apoio na borda externa do pé.

B – Os Mecanismos
O tálus está em inversão forçada. Ele é antero-externo em relação ao
antepé e relativamente antero-interno em relação à tíbia. A fixação articular
localiza-se ao nível da articulação anterior entre o tálus e o calcâneo, e
entre a tíbia e o tálus.

III – A Lesão Antero-interna do calcâneo

A – A Etiologia:
A causa é uma flexão plantar-inversão forçada. É o mecanismo do
entorse do tornozelo.

B – Os Mecanismos:
O calcâneo é fixado em anterioridade e em inversão sobre a faceta
articular póstero-interna que se encontra em compressão.

Ela está associada:


- a um estiramento do ligamento colateral lateral;
- a um estiramento do ligamento talocalcâneo interósseo.
Existe uma rotação interna do retropé e uma rotação externa do
antepé. O pé se adapta em torção.
As fáscias plantares são estiradas. Existe a lesão associada do
cubóide que conduz o navicular na sua descida.

IV – A Lesão Infero-interna do Navicular

A – A Etiologia

As lesões do navicular podem ser secundárias a:


- um aumento brutal da carga sobre o arco médio do pé, que leva
simultaneamente em lesão o cúbóide e o navicular;
- uma lesão do cubóide. O navicular se apoia sobre o cubóide. Se
este desce, o navicular segue seu movimento.
- uma lesão do tálus que conduz o escafóide.

B – Os Mecanismos

O navicular báscula em rotação interna em volta de um eixo


antero-posterior:
- a borda interna está abaixada;
- o tubérculo interno fica alto e saliente.

V – A Lesão de Inferioridade do Cubóide


A – A Etiologia

As lesões são secundárias a:


- um aumento da carga sobre o arco médio do pé que conduz em
lesão a dupla navicular-cubóide;
- um pé plano;
- uma flexão plantar-inversão forçadas;
- uma lesão de inversão do calcâneo.

B Os Mecanismos:
A borda interna do cubóide desce e conduz com ela o navicular.
Existe hipotonia dos fibulares com enfraquecimento do arco externo do pé
e dos tecidos moles plantares.

As lesões superiores são muito raras.


O DIAGNÓSTICO OSTEOPÁTICO DO PÉ

I – A Anamnese
No tratamento das algias do pé, é necessário eliminar um certo
número de causas e dores:
- uma lesão do nervo sensitivo (citalgias L5, S1);
- uma síndrome do nervo ciático poplíteo externo;
- outras neuropatias periféricas (síndrome do canal arsiano);
- as dores referidas a partir do esclerótomo, após as lesões
neurovasculares metaméricas de origem vertebral;
- as dores referidas a partir dos músculos;
- as dores referidas de origem visceral;
- um edema nos tornozelos nas cardiopatias ou nas lesões renais.

II – A Inspecção
A – Na Lesão Postero-Externa do Calcâneo
Nota-se um equilíbrio inadequado do pé, o calcanhar se encontra em
varo.
Existe hiperelasticidade do tornozelo e instabilidade. Observa-se uma
restrição em inversão. A dor se situa na parte interna do tornozelo ao nível
do sinus do tarso.

B – Na Lesão Anterior da Tíbia

Encontra-se:
- um edema repetido quando o paciente está de pé;
- um deficit em flexão dorsal;
- uma dor ao subir as escadas;
- um desconforto local;
- uma sensação de instabilidade do tornozelo.

C – Na Lesão Anterior do Astrágalo


Nota-se uma restrição em flexão dorsal, associada a dores dos
ligamentos colaterais medial e lateral.
Os movimentos do calcâneo estão limitados, existe uma dor durante
a mobilização do calcâneo em relação ao tabus.

D – Na Lesão Infero-Interna do Navicular


Observa-se dores ao nível do arco do pé associadas a um incómodo
em posição erecta, a dor é aumentada durante o agachamento. Observa-se
dores ligamentares periarticulares, e as dores durante a marcha sobre a
borda interna do pé.
E – A Lesão de Inferioridade do Cubóide

Observa-se as dores:
- à inversão;
- ao nível da borda externa do pé, irradiando para o quarto e quinto
metatarsos;
- ao nível da cabeça dos metatarsos (associadas a colosidades e
metatarsalgias).

F – Nas Lesões do Cumeiformes

Nota-se:
- as metatarsalgias;
- as calosidades;
- a doença de Morton.

III – A Palpação

A – Na Lesão Anterior da Tíbia


- encontra-se uma tíbia anterior.

B – Na Lesão Anterior do Tábus


O colo do tálus está anterior, há dores ligamentares.

C – Na Lesão Infero-interna do Navicular


- o tubérculo é alto e saliente.

D – Na Lesão de Inferioridade do Cubóide


A borda interna do cubóide é saliente e dolorida na face plantar.

E – Na Lesão dos Cuneiformes:


- na lesão de superioridade, observa-se uma saliência na face dorsal
do pé;
- na lesão em inferioridade, o osso está saliente na face plantar.

IV – Os Testes de Mobilidade

A – Na Lesão Anterior da Tíbia


- observa-se uma restrição em deslizamento antero-posterior.

B – Na Lesão Postero-externa do Calcâneo


- observa-se uma restrição em inversão.
C – Na Lesão Antero do Tábus
Observa-se uma restrição em deslizamento posterior do tábus em
relação ao calcâneo.
Uma restrição da eversão ou da inversão do calcâneo.

D – Na Lesão Infero-interna do Navicular


- observa-se uma restrição do primeiro raio em rotação interna.

E – Na Lesão de Inferioridade do Cubóide


- observa-se uma restrição do quinto raio em rotação externa.

F – Na Lesão dos Cuneiformes


- observa-se uma restrição de mobilidade do metatarso
correspondente.

AS CONTRA-INDICAÇÕES
E INDICAÇÕES EM OSTEOPATIA VISCERAL

I – As Contra-Indicações

Trata-se das patologias que não podem ser tratadas pela osteopatia,
ou que não podem ser melhoradas de forma durável:
- cancro digestivo (estômago e cólon);
- apendicite, peritônite;
- pólipos;
- megacólon;
- oclusão intestinal;
- estenose do piloro ou do esófago;
- síndrome de má absorção;
- cancro ginecológico, infecção ginecológica, micose;
- cancro dos rins…

II – As Indicações
- gastrite, úlcera em seu primeiro estágio, discinesias gastroduodenal,
hérnia hiatal;
- hepatite viral ou alcoólica, discinesia vesicular;
- colites, doença de Crohn, constipação;
- sequencia de infecções;
- consequência cirúrgicas;
- pielonefrites;
- dismenorréia, amenorréias secundárias, síndromes e bronquites;
- hipertensão arterial essencial.
A metodologia não é diferente daquela utilizada para a coluna ou
para o crânio. Consiste em estudar o tônus muscular pelo teste.
Goodheart estudou as relações entre os músculos e as vísceras:
- fígado: peitoral maior esternal, coracobraquial;
- vesícula biliar: poplíteo;
- flexura do cólon: tensor da fáscia lata;
- cardia-piloro: peitoral maior clavicular;
- duodeno: quadriceps;
- flexura duodenojejunal: recto
do abdómen;
- cécum: quadrado lombar;
- válvula ileocecal: quadrado lombar;
- cólon sigmóide: isquiostibiais;
- rins: iliopsoas;
- útero: piriforme;
- pulmão: deltóide;
- coração: subescapular.

Quando o músculo está fraco no teste, é suficiente fazer uma terapia


de localização da víscera concernente para que o músculo fraco se reforça,
assinalando assim a correspondência patológica com a víscera. Uma vez
que a víscera patológica seja localizada, a prova indicará o tipo de
patologia (ptose, invaginação) e o tipo de técnica visceral que deverá ser
utilizada para a correcção.

Vísceras Gânglios Simpáticos Vértebra Centro Medular


(pontos gatilhos) laterovertebrais
Estômago (piloro) T5 T3
Fígado T8 T5
Vesícula Biliar ? ?
Duodeno T9 T6
Duodenojejunal T10 T7
Íleo (válvula íleo cecal) L1 T9-T10
Cécum (Mac Burney L2 T10
Cólon T11 T8
sigmóide L4 T11
Quadro 23: correspondências vertebrais das vísceras
OSTEOPATIA CRANIANA

O MOVIMENTO
RESPIRATÓRIO PRIMÁRIO DE SUTHERLAND

A osteopatia craniana vem dos U.S.A, mas incontestavelmente o pais


onde essa disciplina está em maior destaque é na França.
O mecanismo foi descoberto pelo doutor William Gardner
Sutherland em 1939.
O Movimento Respiratório Primário (MRP) é um mecanismo
involuntário funcional sobre um ritmo a dois tempos, a flexão-extensão, se
reproduz ciclicamente 8 a 12 vezes por minuto: o MRP é responsável pela
micromobilidade de cada uma das células do corpo humano, é o ciclo de
expanção-contracção celular.
O MRP compreende uma mobilidade inerente do sistema nervoso,
uma flutuação do líquido céfalo-raquidiano (LCR), uma mobilidade da
dura-máter craniana e espinhal, uma troca rítmica de tensão ao nível dos
diferentes ossos do crânio, e enfim uma mobilidade involuntária do sacro
entre os ilíacos.
Os ossos do crânio são flexíveis e aceitam uma certa deformação:
eles se articulam graças a suturas.
A dura-máter, aderente aos ossos, passando pelos forames da base do
crânio, acompanha os nervos cranianos e as aponeuroses extra-cranianas.
Há uma continuidade das aponeuroses desde as tremidades até ao interior
do crânio.

O sistema dura-máter compreende quatro partes essenciais em


osteopatia:
- a foice do cérebro, sagital e antero-posterior;
- a tenda do cérebro, transversal;
- o saco dural intravertebral: é um manguito fibroso que envolve a
medula espinhal e as raízes raquidianas do forame magno até ao
sacro.

Suas inserções são as seguintes:


- na parte superior: ao redor do forame magno occipital, atlas, áxis e
C3;
- na parte inferior: S1-S2, cóccix.

Durante a flexão craniossacra, o corpo inteiro se dilata, os membros


efectuam um movimento de rotação externa.
A flexão craniossacra é caracterizada por.
- uma contracção antero-posterior e uma expansão do cérebro;
- uma produção do LCR e um preenchimento dos ventrículos
cerebrais;
uma descida das membranas intracranianas, do diagrágma e do
períneo;
- um movimento sincrónico de flexão do occipital entre os temporais
e do sacro entre os ilíacos;
- a sincondrose esfenobasilar se eleva, a abóboda craniana se dilata e
efectua uma rotação externa.

Durante a extensão craniossacra o inverso se produz.


A alternância da felexão-extensão realiza uma pompage que facilita:
a drenagem arteriovenosa intracraniana, a irrigação dos elementos
nervosos, a secreção e a difusão do LCR e de suas propriedades, assim
como a função hipofisária.

A BIOMECÂNICA DA FLEXÃO CRANIANA

I – A Mobilidade das Membranas da Dura-Máter


A foice do cérebro desce e recua mobilizando em flexão o occipital e
o etmóide.
A tenda do cerebelo desce e avança provocando a rotação externa
dos temporais. A dura-máter espinhal se eleva e provoca a flexão da base
sacra.
Pode-se considerar a dura-máter espinhal como um “conjunto de
cabos” cujo papel é unir o occipital ao sacro.
Se existe uma torção sacra, o crânio se adaptará por uma torção
induzida pelo sistema membranoso: o occipital estará baixo e posterior do
mesmo lado que a base sacra.
Uma lesão da base do crânio repercutirá sobre os orifícios ósseos
osteofibrosos por onde passam os nervos cranianos, assim como o sistema
arteriovenoso.

II – A Mobilidade dos Ossos do Crânio


Durante a flexão o diâmetro antero-posterior do crânio diminui
enquanto que seu diâmetro lateral aumenta.
A amplitude dessa mudança de conformação dos ossos do crânio é da
ordem de 1/20 de mm a 1 mm. É permitida pela flexibilidade dos ossos, a
não soldadura da sincondrose esfenobasilar, a presença das suturas
ossificadas.
Os ossos com bisel externo se separam enquanto os ossos com bisel
interno se aproximam.
O centro deste mecanismo, que constitui a base do crânio,
compreende três ossos:
- o occipital;
- o esfenóide;
- o etmóide.

Esses três ossos funcionam como “rodas denteadas” e são


mobilizados pelas membranas intracranianas.
É necessário acrescentar a esse sistema os temporais.
Durante o movimento, o centro do crânio (sincondrose
esfenobasilar) se eleva, enquanto os ossos periféricos são levados em
rotação externa de forma passiva pelo sistema de engrenagem satural e os
temporais são mobilizados pela tenda do cérebro que se abaixa e recua.

III – A Mobilidade do Sacro


A flexão do occipital traciona a dura-máter espinhal para o alto e
mobiliza o sacro em flexão em torno de um eixo materializado pela
inserção da dura-máter sobre S2. durante a flexão, a base sacra recua
enquanto seu ápice avança. Esse movimento é sincrónico com a flexão do
occipital.

A PATOLOGIA OSTEOPÁTICA CRANIANA

A facilitação nervosa é igualmente um fenómeno existente ao nível


craniomandibular, onde a maioria das disfunções são fixadas pelos
espasmos musculares provocados por disfunções somáticas cervicais e de
facilitação ao nível dos gânglios do terceiro ramo do nervo trigémeo (nervo
mandibular).

A patologia craniana é dominada pelos fenómenos lesionais


neurovasculares relativos a irritações das vias simpáticas causadas por:
- uma irritação articular sutural realizando um circuito nociceptivo
responsável pela facilitação nervosa;
- uma estimulação das estruturas simpáticas periarterias por tensões
aponeuróticas ao nível dos condutos osteomembranosos.

Os fenómenos vasomotores, ou seja, a vasoconstrição no local da


lesão, e a vasodilatação subjacente provocam uma sequência lesional à
distância cujos sintomas vão variar com a topografia da artéria afectada.
A PATOLOGIA OSTEOPÁTICA DE
ORIGEM MEMBRANOSA AO NIVEL DO CRÃNIO

As causas são numerosas e variadas:


- choques directos no crânio;
- wiplashes (golpe de Chicote);
- restrição de mobilidade de suturas cranianas;
- disfunções somáticas cervicais ou sacras;
- disfunções da articulação temporomandibular + +;
- espasmos dos músculos dos ossos do crânio; do pescoço, sistema
hióide ou mastigador;
- lesões intra-ósseas.

As consequências podem ser duplas:


- as tensões anormais ao nível das membranas de tensões recíprocas
podem ser responsáveis pela restrição de mobilidade dos ossos do
crânio, pela insuficiente drenagem arteriovenosa, estases e
congestões, pelas neuropatias de compressão (nevralgia do V-
nervoso trigêmio) ou de distúrbios endócrinos (hipófise);
- as aderências das suturas às meninges podem perturbar os influxos
nervosos corticais cujas repercussões variam com as áreas cerebrais.
As repercussões das disfunções cranianas são múltiplas
I – As Repercussões Liquidas:
- vasculares (artérias carótidas e seus ramos);
- linfáticas;
- líquido céfalo-raquidiano.
II – As Repercussões Neurológicas:
- nervos cranianos;
- sistema endócrino;
- sistema parasimpático craniano:
- função digestiva (X- nervo vago);
- olho (I- nervo óptico, III- nervo oculomotor, IV- nervo
troclear, VI- nervo abducente);
- sistema neurovascular (músculos cervicais e mastigadores).
III – As Repercussões Miofasciais
Tensões cervicais, mastigadoras, hioidianas, pelvianas e escapulares.
IV – As Repercussões Viscerais:
- olho;
- língua;
- fossas nasais e garganta;
- véu de palato;
- aparelho digestivo;
- aparelho genital (hipófise).

A terapia craniana não deve representar mais do que 10 a 15% do


tempo consagrado a cada paciente, salvo nas crianças ou nos
espasmofilicos.
A terapia craniossacra é somente uma técnica entre tantas outras em
osteopatia, não é uma panaceia, ela deve ser considerada um bom
complemento.

Técnicas fluídicas (líquidas) Técnicas funcionais Técnicas estruturais


(Sutherland, Magoun De
Jarnette)
V Spread Técnicas Clássicas (Sutherland) Técnicas de Modelagem
- Suturas
- Membranas Técnicas a partir dos pontos Técnicas estruturais indirectas
- Infra-ósseas gatilhos suturais
- Neuropatias - suturas Técnicas miotencivas
- intra-ósseas
Técnicas circulatórias - membranas Técnicas a partir dos gatilhos
- Seios Venosos - neuropatias suturais
- Sistema Arterial - músculos - suturas
- L.C.R. - intra-ósseas
- membranas
- neuropatias
- músculos
Quadro 25: as diferentes técnicas cranianas

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