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ANÁLISE DE CUSTOS
CONTEXTUALIZANDO
André é proprietário de uma empresa de pequeno porte na área industrial.
Apesar de a empresa apresentar bons faturamentos, ela não tem uma
estrutura hierárquica com setores bem definidos. Assim, falta nela um setor
específico de contabilidade e finanças que lhe deem todo o suporte necessário e
adequado para tomar decisões mais precisas no que diz respeito à gestão de
custos.
André tem informações superficiais sobre a correta classificação de custos
e despesas, e devido à falta de conhecimento dos conceitos que envolvem esses
assuntos tem dificuldades em realizar a alocação adequada desses
custos/despesas em suas contas contábeis corretas. Sendo assim, André faz a
gestão com as informações que tem de antemão.
Vamos tentar ajudá-lo a dar mais consistência na gestão de custos da sua
empresa, apresentando-lhe conceitos corretos e, com isso, aperfeiçoando suas
análises e auxiliando André na tomada de decisões mais precisas.
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TEMA 1 – INTRODUÇÃO A ANÁLISE DE CUSTOS
A Análise de Custos é uma ferramenta estratégica no processo decisório,
sendo indispensável na execução de diversas tarefas gerenciais, tais como
formação de preços, otimização da produção, valorização de estoques etc.
A qualidade da informação disponível é essencial para a qualidade da
tomada de decisão. Um sistema de informação eficiente é imprescindível para o
sucesso gerencial.
Ter conhecimento de custos é uma premissa básica para se gerir uma
empresa, seja ela uma empresa de pequeno, médio ou grande porte, seja ela do
segmento de serviços, uma indústria ou um comércio.
Em tempos de mercado extremamente competitivo, gestão é a palavra-
chave para determinar o sucesso de uma corporação. Levando isso em
consideração, não colocar a análise de custos em primeiro plano em um
planejamento estratégico e de gestão é um erro grave e que certamente impactará
o resultado da empresa analisada.
Simplesmente fazer cálculos envolvendo custos provenientes de compras
de produtos, despesas do dia a dia como luz, água, aluguel etc., não significa que
as análises estejam sendo feitas dentro de um sistema de custeio adequado para
a melhor tomada de decisão.
Com o ciclo de vida dos produtos cada vez mais encurtado, por conta da
competição acirrada no mercado atual, aproveitar ao máximo esse ciclo de vida e
extrair dele o melhor resultado financeiro possível é de extrema importância.
Somando-se a isso os produtos cada vez mais personalizados e diversificados,
sistemas produtivos igualmente diversificados tornam-se cada vez mais
necessários. Para que isso ocorra, a análise de custos é ponto fundamental.
A análise de custos não está voltada somente para sistemas produtivos.
Ela engloba todas as áreas da empresa, como custos de projetos de engenharia,
custos de marketing, pesquisa e desenvolvimento de novos produtos, logística,
atendimento a clientes, entre outros.
Antes de tudo, entenderemos a terminologia, os conceitos e as definições
básicas que darão embasamento para as análises que surgirão durante os temas
subsequentes.
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TEMA 2 – CONCEITOS E DEFINIÇÕES
É importante fazermos uma relação entre os custos e a contabilidade. O
benefício de se manter um sistema formal de controle de custos de produção se
origina da necessidade de atender aos seguintes objetivos:
• manter uma sistemática de análise de gastos criteriosa;
• classificar e contabilizar essas informações;
• gerar relatórios e informações de apoio às decisões sobre os custos de
produção.
2.1 Investimentos
Segundo o autor Evandir Megliorini (2007, p. 7),
[i]nvestimentos correspondem à parcela dos gastos registrada em
contas do ativo da empresa. Pode se referir à aquisição de matéria-
prima, mercadorias para revenda e materiais diversos (registrados em
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contas representativas de estoque), à aquisição de máquinas ou
veículos (registrados em contas de ativo imobilizado) ou ao menos à
aquisição de ações de outras empresas.
2.2 Custos
Custos são “sacrifícios” providos pelas empresas para consumo de algo
visando à geração de um produto.
Megliorini (2007) define custos como correspondentes à parcela dos gastos
consumida no ambiente fabril para a fabricação do produto, ou seja, a aquisição
de mercadorias para renda e para a realização de serviços.
2.3 Despesas
Ainda segundo Megliorini (2007, p. 7), “despesas correspondem à parcela
de gastos consumidas para administrar empresas e realizar vendas, isto é, para
gerar a receita. São representadas pelas despesas administrativas e pelas
despesas de vendas”.
Há um outro conceito importante na análise de custos, que é o conceito de
gastos. Gastos são compromissos financeiros que a empresa assume para
adquirir:
• recursos que serão consumidos no processo de fabricação;
• produtos para serem revendidos;
• recursos que serão utilizados na prestação de serviços;
• compras realizadas para os setores administrativo e comercial.
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vendido. Ao se processar a venda desse produto acabado, teremos gastos que
incorrerão sobre o processo de venda. Esses gastos administrativos serão
contabilizados como despesas.
2.4 Stakeholders
É uma pessoa ou grupo que possui participação, investimento ou ações em
uma determinada empresa ou negócio. O termo tem origem no inglês, sendo a
tradução de stake “participação”, “interesse”. Holder, por sua vez, quer dizer
“aquele que possui”.
Os stakeholders podem ser internos, provenientes dos setores de níveis
estratégicos, táticos ou operacionais, ou podem ser stakeholders externos, como
bancos, fornecedores, acionistas, entre outros.
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Note que o custo variável unitário não começa do zero, e sim da primeira
unidade produzida, pois a primeira unidade recebe todo o custo, e só após a
produção da primeira unidade o custo é dividido entre as demais unidades
produzidas.
4.1 Desembolso
O desembolso se refere à saída de dinheiro do caixa ou da instituição
financeira, sendo efetivamente o pagamento feito por compras de bens ou
serviços independentemente da forma de pagamento — dinheiro, cheque, boleto
bancário, transferências etc. — utilizada para efetuar a aquisição, seja ela à vista
ou até mesmo assumida anteriormente.
São exemplos de desembolso: compra de matéria-prima (à vista),
pagamento de salários, compra e pagamento de material de escritório.
4.2 Perda
Uma perda é um gasto involuntário ou anormal que ocorre em um dado
momento do processo operacional. Esse gasto não tem relação com a operação
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da unidade produtiva da empresa, e na maioria das vezes decorre de fatos
imprevistos.
São exemplos de perdas: incêndios, vazamentos que atinjam produtos ou
matérias-primas, enchentes, problemas com equipamentos que tragam prejuízos,
greves de trabalhadores, entre outros.
4.3 Desperdícios
Os desperdícios são tipos de gastos que decorrem do processo produtivo.
Não provocam perda de qualidade ou quantidade e não afetam a receita de forma
significativa.
A classificação do desperdício pode ser feita como custo ou despesa. A
empresa deve combater o desperdício de forma intensa. Em um mercado
extremamente globalizado e competitivo, ter eficiência no processo produtivo ou
na entrega de serviços é de alta relevância para determinar o sucesso ou o
fracasso da companhia.
FINALIZANDO
O André, proprietário daquela empresa industrial mencionada no começo
da aula, tinha muita dificuldade em contabilizar os custos de forma mais
profissional no seu setor financeiro. Por isso, tinha informações superficiais sobre
o seu negócio.
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Com os conceitos apresentados nesta aula, André tem informações
teóricas suficientes para começar a profissionalizar a classificação de custos por
produtos e começar a aloca-las nos centros de custos corretos.
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REFERÊNCIAS
MEGLIORINI, E. Custos: análise e gestão. 2. ed. São Paulo: Person Prentice Hall,
2007.
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