Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
Cadernos PDE
Disciplina/Área Matemática
Relação Interdisciplinar
INTRODUÇÃO
Buscando ajudar na compreensão dos conteúdos matemáticos, conteúdos
estes que também servirão para que o aluno melhore a forma como enxerga as
coisas a sua volta o projeto “LABORATÓRIO DE ENSINO DE MATEMÁTICA (LEM):
Facilitando a Aprendizagem” deverá contribuir indicando possíveis caminhos para
despertar o interesse desse aluno em aprender matemática. Pretendemos
desenvolver o trabalho desta unidade didática voltado a um atendimento
diferenciado nas turmas do 6o ano do ensino fundamental, por acreditar que a
contribuição do LEM nessa turma é mais rica, podendo contar também, com um
momento onde os alunos estão mais receptivos as novidades e se adaptando a uma
nova forma de ensino, onde passam de um professor para várias matérias para um
professor por disciplina.
Manipulando materiais de apoio participando de maneira ativa na resolução
das atividades o conhecimento poderá ser compreendido com maior facilidade,
despertando assim o gosto em aprender, possibilitando melhorar o desempenho nas
aulas de matemática.
Ciência fundamental para a sobrevivência no mundo de hoje, a matemática
é rodeada por uma atmosfera que a coloca como disciplina de difícil
compreensão, o que se deve a seu caráter de ciência exata e à
predisposição de grande parte das pessoas em achar que se trata de um
assunto complicado. O que é necessário compreender, entretanto, é que,
assim como outras disciplinas, ela envolve em seu processo de
aprendizagem questões como relacionamento e comunicação entre atores
– alunos e professores -, o que pode contribuir para que essa mentalidade
mude. (NACARATO; MENGALI; PASSOS, 2009).
Por vezes falta o professor olhar para as dificuldades que o aluno apresenta e
dedicar mais atenção, despertar em si e no aluno o desejo pelo conhecimento e
domínio da matemática. Quero dizer que o sentido de dominar a matemática não
significa conhecer todos os conteúdos, mas conseguir dar sequencia aos estudos se
utilizando dos conhecimentos adquiridos resolvendo operações matemáticas
condizentes ao grau de escolaridade em que o aluno se encontra.
Se o modelo que estamos empregando não está produzindo o resultado
esperado, então vamos propor uma nova metodologia que aproxime o aluno do
conteúdo e do professor, o projeto “LABORATÓRIO DE ENSINO DE MATEMÁTICA
(LEM): Facilitando a Aprendizagem” propõe uma forma de construção do
conhecimento de maneira prática onde os alunos e o professor produzam material
alternativo de ensino, manipulem esse material e interajam entre si associando com
o conteúdo apresentado nos livros didáticos.
O ensino desejado da matemática se caracteriza pela união da teoria e
prática, desta forma, a visualização e manipulação do material de apoio por parte do
aluno poderá mudar a forma de aprender os conteúdos matemáticos, alterando o
modelo onde o professor traz o conteúdo pronto e os alunos memorizam esse
conteúdo, muitas vezes não ocorrendo o aprendizado significativo Integrar o aluno
como produtor o fará corresponsável no processo de construção do saber
sistematizado, já que todos contribuímos na edificação do conhecimento.
Segundo Ausubel, “a aprendizagem significativa no processo de ensino necessita
fazer algum sentido para o aluno e, nesse processo, a informação deverá interagir e
ancorar-se nos conceitos relevantes já existentes na estrutura do aluno”.1
A vida humana é um grande desafio e está em constante transformação,
portanto, a construção do conhecimento se torna decisiva para o sucesso das
escolhas que fazemos, é preciso ser, e nos sentirmos parte das construções
humanas para que com nossas ideias e atitudes sejamos relevantes para a
formação de um cidadão e uma sociedade melhor e mais humana. De acordo com
UNESCO (1998), a prática pedagógica deve preocupar-se em desenvolver quatro
aprendizagens fundamentais, aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a
conviver e aprender a ser.
É necessário tornar prazeroso o ato de compreender, descobrir, construir e
reconstruir o conhecimento para que não seja efêmero, para que se
mantenha ao longo do tempo e para que valorize a curiosidade, a
autonomia e a atenção permanentemente. É preciso também pensar o
novo, reconstruir o velho e reinventar o pensar. (RODRIGUES, s.d.)
1
WIKIPEDIA. David Ausubel. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/David_Ausubel>.Acesso em:
20/10/2013
escola, temos a obrigação de mergulhar na busca desses caminhos planejando,
estudando e aprimorando técnicas e métodos, desenvolvendo também valores de
afetividade que venham contribuir no processo de evolução que a sociedade está
vivendo. O conhecimento como acúmulo de informações não satisfaz as
necessidades da sociedade, é preciso informações significativas que realmente
promovam a emancipação do individuo respeitando o tempo de aprendizagem que o
aluno possa ter. O professor deverá ser um facilitador na construção de estratégias
para a resolução de problemas que surgem no ensino-aprendizagem,
acompanhando os trabalhos terá a oportunidade de intervir, sugerir e aprofundar os
conteúdos, fazendo uma supervisão atenta das atividades que estão sendo
construídas, dará sustentação e embasamento teórico na condução do projeto para
que ele não perca o foco que é construir conhecimento matemático não de forma
inédita, mas sim de maneira agradável e fundamentada em conceitos sólidos. Desta
forma o LEM produzirá na escola as mudanças no ensino da matemática para
encaminhar nossos alunos à cidadania.
Quando buscamos uma melhora no sistema de ensino, atrelamos a ela a
formação do cidadão capaz de compreender situações que acontecem no dia a dia,
como exemplo uma compra a prazo, que benefício teria esperando para comprar a
vista. Quais direitos são fundamentais? Quais os deveres? Para ser mais que um
número nas estatísticas, precisamos ser comprometidos com o espaço que
vivemos, participar das pequenas mudanças deixando de ser conformados com
tudo. Parece que as atribuições ao professor sempre aumentam, mas para ser
professor é preciso sempre evoluir em conhecimento e como ser humano,
entendendo e estreitando laços das relações humanas, mesmo num tempo de
educação à distância.
PROBLEMATIZAÇÃO
A aprendizagem da matemática bem como as outras disciplinas requer que
criemos estratégias que possibilitem desenvolvermos habilidades para dar conta de
resolvermos os problemas que nos são apresentados, mas também fixar conceitos
consolidando o aprendizado, para isso é necessário adequar nossa prática
pedagógica visando melhorar a compreensão dos conteúdos aumentando o
interesse do aluno. “O grande desafio que nós, educadores matemáticos
encontramos, é tornar a matemática interessante, isto é, atrativa; relevante, isto é
útil, e atual, isto é, integrada ao mundo de hoje”. (D'AMBRÓSIO, 2001, p.14-17).
Para isso, devemos encontrar novos caminhos tornando nossas aulas mais
atraentes e significativas buscando desenvolver o gosto do aluno em aprender e o
prazer do professor em ensinar matemática.
Não é de hoje que o grande desafio da sala de aula é ter o comprometimento
do estudante com o aprendizado. O ensino com suas particularidades se depara,
com uma série de problemas de difícil solução, colocamos a culpa no sistema e com
isso justificamos o fracasso escolar, mas sempre é tempo de implementarmos
novas ações que melhorem a forma de transmitir o conteúdo.
O processo como um todo, extremamente dinâmico e jamais finalizado,
está obviamente sujeito a condições muito específicas de estímulo e de
subordinação ao contexto natural, cultural e social. Assim é o ciclo de
aquisição individual e social de conhecimento. (D'AMBRÓSIO, 1996, p.18).
ESTRATÉGIAS DE AÇÃO
Todos, em algum momento da vida já nos perguntamos se a matemática
poderia ser mais simples, a forma que nos é ensinada seguramente pode ser
simplificada, mas nada que conquistamos é sem nenhum esforço. Para o sucesso
do projeto, é importante despertar qualidades como responsabilidade, a
perseverança, a organização, a sistematização, a relação com outros conteúdos.
Quando um material didático é proposto, traz junto uma riqueza de possibilidades de
uso, e isso no projeto do LEM será explorado com o uso de alguns materiais
manipuláveis, dentre eles o material dourado que por sua vez pode ser utilizado
para trabalhar vários conceitos, como exemplo os conceitos de adição, subtração,
multiplicação e divisão, podendo ser ampliado para operações aritméticas, frações,
equações e outras. “Essa diversidade de aplicações permite que os alunos
estabeleçam conexões entre os diversos conceitos intrínsecos à manipulação do
material.” (LORENZATO 2010, p.87)
Dentro do LEM podemos ter vários materiais como jogos, livros, sólidos
geométricos, material sucata e outros. Porém, no primeiro momento, de
implementação do projeto que será efetivado no ano de 2014 pretendemos explorar
algumas das potencialidades de dois materiais: material dourado e o geoplano. O
material dourado e o geoplano, serão estudados e apresentados como material de
apoio, assim se pretende que os materiais manipuláveis auxiliem o aluno na
compreensão do conteúdo, porem deixando claro que o conteúdo é mais importante
que o material manipulável.
O Material Dourado destina-se a atividades que auxiliam o ensino e a
aprendizagem do sistema de numeração decimal-posicional e dos métodos para
efetuar as operações fundamentais (ou seja, os algoritmos). No ensino tradicional,
as crianças acabam "dominando" os algoritmos a partir de treinos cansativos, mas
sem conseguirem compreender o que fazem. Com o Material Dourado a situação é
outra: as relações numéricas abstratas passam a ter uma imagem facilitando a
compreensão. Obtém-se, então, além da compreensão dos algoritmos, um notável
desenvolvimento do raciocínio e um aprendizado bem mais agradável.
O Material Dourado faz parte de um conjunto de materiais idealizados pela
médica e educadora italiana Maria Montessori. O material Dourado é constituído por
cubinhos de 1 cm de lado, barras de 10 cm por 1 cm por 1 cm, placas de 10 cm por
10 cm por 1 cm e o cubo grande de 10 cm de lado, que representam:
Fonte: Fonte:
<mdmat.mat.ufrgs.br/anos_iniciais/materiais/ge <bethematica.blogspot.com>
oplano.htm>
Fonte:<www.ebah.com.br/contente/ABAAAfwHAE/trab Fonte:<Aulamatica.wikispaces.com/geopla
alho-sobre-geoplano> no>
a)
b)
c)
d)
e)
2
Disponível em: <http://www.educacaodinamica.com.br/games/jogo_educacional.asp?jogo=Nunca10>
Nesta variação ganha o jogador que tiver obtido maior número, somados as peças,
placas, barras e cubinhos.
Depois de um tempo jogando o jogo nunca dez, podemos fazer perguntas
investigativas e aproveitar as respostas para tirar as dúvidas aprofundando o
assunto. Como sugestão de perguntas temos:
Quantos grupos de 10 há no número 20? Por quê?
Quantos grupos de 100 há no número 500? Por quê?
Quantos grupos de 10 há no número 735? Por quê?
Qual é o número formado por 3 grupos de 100, 4 grupos de 10 e 5 grupos de 1?
Qual é o número formado por 80 grupos de 10?
Qual é o número formado por 20 grupos de 10 e 8 grupos de 1?
Posso afirmar que 32 dezenas é igual a 320? Justifique.
Posso dizer que 13 unidades de milhar representam 1300? Justifique.
Existem diferentes maneiras para compor o número 120. Descreva três e apresente
para a turma as suas composições.
Todas as atividades exigem do professor uma atenção redobrada, pois atua
investigando e avaliando ao mesmo tempo seus alunos e ele próprio, a maneira que
ele está apresentando o conteúdo, deve ser analisada com um posicionamento
critico capaz de julgar seu trabalho, sugerir adaptações, ou mudanças radicais,
posicionar-se como peça fundamental no processo ensino-aprendizagem, evitando
justificar o fracasso do aprendizado na falta de base ou falta de atenção do aluno.
Sabemos que muitas vezes o aluno realmente não aprende porque deixa de fazer a
parte que lhe compete, mas nesse momento a tarefa do professor é buscar meios
para sanar esse problema.
Um bom referencial para explicar as operações de maneira detalhada, é o
livro Teoria e Prática de Matemática: Como Dois e Dois de Marília e Mauro Toledo.
A adição é a operação mais natural na vida da criança, porque está
presente nas experiências infantis desde muito cedo. Além disso, envolve
situações como a de “juntar” e “acrescentar”, que são efetivamente
prazerosas (quem não gosta de juntar, ganhar ou colecionar coisas?).
Essa familiaridade dos alunos com a adição facilita muito o trabalho
pedagógico, que consistirá basicamente em planejar situações adequadas
ao estágio em que eles se encontram. (TOLEDO; TOLEDO, 2009, p.102).
Distribuiremos as dezenas em três grupos e desta forma cada grupo fica com uma
dezena e resta uma dezena e oito unidades.
Agora trocamos uma dezena por 10 unidades e juntamos a estas 8 unidades,
totalizando 18 unidades. Agora, dividimos as 18 unidades por 3. Desta forma,
distribuímos todas as 18 unidades, em três grupos de seis, não restando nenhuma.
Ou seja a divisão 48:3 é 16, que podemos representar com uma barra e seis
unidades cada parte.
Exemplo 2: 412 : 4
Fazendo a divisão 412:4. Representamos a quantidade 412 com as peças do
material dourado:
Distribuindo as centenas em quatro grupos, cada grupo fica com 1 centena, não
restando nenhuma centena.
Distribuímos agora a dezena, porém não é possível dar nenhuma dezena inteira
para cada grupo. Devemos colocar zero no quociente, indicando que depois da
centena ele não terá dezenas inteiras, isso deve ser mais aprofundado, pois é uma
das maiores dificuldades para os alunos, eles sempre nos perguntam por que
colocar o zero na chave. Trocamos, então, a dezena por 10 unidades e a elas
juntamos as outras duas unidades, totalizando 12 unidades. Agora dividimos as 12
unidades por 4.
412 : 4 = 103
Conhecendo o Geoplano
Atividade 1: Os alunos irão manipular e construir figuras aleatórias, por exemplo:
casinhas, animais, plantas, barcos, entre outros.
Objetivo: conhecer o geoplano.
Depois de dar o tempo que julgar suficiente para que os alunos interajam com
o geoplano, podemos propor outras atividades.
CUNHA, Maria Isabel da. O BOM PROFESSOR E SUA PRÁTICA. 4. ed. Campinas, Sp: Papirus,
1994.
D`AMBROSIO, Ubiratan. EDUCAÇÃO MATEMÁTICA: DA TEORIA À PRÁTICA. Campinas, Sp:
Papirus, 1996.
NACARATO, Adair Mendes; MENGALI, Brenda Leme da Silva; PASSOS, Cármen Lúcia Brancaglion.
A matemática nos anos iniciais do ensino fundamental: Tecendo fios do ensinar e do aprender.
São Paulo: Autêntica, 2009.
RIBEIRO, Flávia Dias. Jogos e modelagem na educação matemática. São Paulo: Saraiva, 2009.
124 p.
SADOVSKY, Patricia. O ensino de matemática hoje: Enfoques, sentidos e desafios. São Paulo:
Ática, 2010. 112 p.
SITES
a a
CURSO PARA PROFESSORES DE 1 A 4 SÉRIE DO ENSIO FUNDAMENTAL.
<http://educar.sc.usp.br/matematica/m2l2.htm>. Acesso em: 20 de setembro 2013.
EDUCAÇÁO DINÂMICA.
<http://www.educacaodinamica.com.br/games/jogo_educacional.asp?jogo=Nunca10>. Acesso em:
20 de setembro 2013.
RODRIGUES, Zuleide Blanco . Os quatro pilares de uma educação para o século XXI e suas
implicações . Disponível em:
<http://www.educacional.com.br/articulistas/outrosEducacao_artigo.asp?artigo=artigo0056>. Acesso
em: 20 de outubro 2013.