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Recorrente   :MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO DA 6ª
REGIÃO
Procurador  :Dr. Eduardo Antunes Parmeggiani
Procuradora :Dra. Eliane Araque dos Santos
Recorrido   :BANCO CENTRAL DO BRASIL
Procurador  :Dr. Milton Zanina Schelb
Procurador  :Dr. Flávio José Roman

EMP/bhd
D E S P A C H O

Trata­se   de   recurso   extraordinário   interposto


contra   a   decisão   da  SDI­1  do   Colendo   Tribunal   Superior   que  negou
provimento ao agravo de instrumento em recurso de revista. Aponta, a
parte   recorrente,   violação   ao   at.   5º,   X,   da   Constituição   da
República (seq. nº 01, fls. 1.291 e ss.).
O   recorrente   suscita  preliminar   de   repercussão
geral  e indica o art. 102, III, “a”, da Constituição da República,
como   fundamento   de   previsibilidade   do   apelo,   dirigido   ao   Excelso
Supremo Tribunal Federal. 
É o relatório.
Decido.
Os   pressupostos   extrínsecos   de   admissibilidade
estão   atendidos:   o   apelo   é   tempestivo,   estando   subscrito   por
procurador regularmente habilitado, com preparo inexigível.
Como já dito no relatório, o recorrente fundamenta
o   presente   recurso   extraordinário   na   violação   ao   art.   5º,   X,   da
Constituição da República.
O Parquet insiste na condenação do Banco Central do
Brasil em danos morais coletivos, em face de cláusula que previu a
impossibilidade   de   contratação,   pela   empresa   terceirizada,   de
vigilante que apresentar restrição creditícia.
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O   acórdão   recorrido,   por   sua   vez,   restou   assim


ementado,   quanto   ao   agravo   interposto   pelo   Ministério   Público   do
Trabalho:

AGRAVO REGIMENTAL INTERPOSTO PELO MINISTÉRIO


PÚBLICO DO TRABALHO. DANOS MORAIS COLETIVOS. ARESTOS
INESPECÍFICOS. Revelam-se inespecíficos os arestos que não
contemplam enfrentamento da mesma questão com distinta solução jurídica
e que não abordam a totalidade dos fundamentos adotados na decisão
embargada. Incidência das Súmulas 23 e 296 do TST. Agravo Regimental a
que se nega provimento.

Destarte,   o   Supremo   Tribunal   Federal   firmou


entendimento   que   o   exame   de   questão   alusiva   a   pressupostos   de
admissibilidade   de   recursos   de   competência   de   outro   Tribunal   se
restringe   ao   âmbito   infraconstitucional,   inexistindo   questão
constitucional   com   repercussão   geral   (“Tema   181”   do   ementário
temático de Repercussão Geral do STF).  
Tal entendimento foi consagrado no julgamento do RE
598.365,   da   relatoria   do   Min.   Ayres   Britto,   conforme   a   ementa   do
referido julgado:

PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE DE RECURSOS DA


COMPETÊNCIA DE OUTROS TRIBUNAIS. MATÉRIA
INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL.
A questão alusiva ao cabimento de recursos da competência de outros
Tribunais se restringe ao âmbito infraconstitucional. Precedentes. Não
havendo, em rigor, questão constitucional a ser apreciada por esta nossa
Corte, falta ao caso “elemento de configuração da própria repercussão
geral”, conforme salientou a ministra Ellen Gracie, no julgamento da
Repercussão Geral no RE 584.608. (RE 598365 RG, Relator: Min. Ayres
Britto, DJe-055 DIVULG 25-03-2010 PUBLIC 26-03-2010 EMENT VOL-
02395-06 PP-01480 RDECTRAB v. 17, n. 195, 2010, p. 213-218 )

Logo, não tendo havido na decisão recorrida exame
do mérito da controvérsia debatida no recurso extraordinário, dada a
imposição   de   óbice   de   natureza   exclusivamente   processual   ao
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processamento da revista, a única questão passível de discussão em
sede de recurso extraordinário seria a relativa aos pressupostos de
admissibilidade daquele recurso, sendo certo que o Supremo Tribunal
Federal   rejeita   a   possibilidade   desse   reexame,   por   ausência   de
repercussão geral da matéria.
Não  obstante  o  óbice  processual,  registre­se  que,
no mérito, melhor sorte não socorre ao Parquet. 
O acórdão turmário, exarado no âmbito do TST, por
um   lado   assentou   a   irregularidade   da   cláusula   restritiva,   pois
eventual problema creditício do trabalhador não se relaciona com a
sua   atividade   enquanto   vigilante.   Contudo,   entendeu   que   a
discriminação   efetuada   não   se   vislumbra   prejuízo   para   a
coletividade, a justificar a indenização pleiteada.
Tal   decisão,   em   descompasso   com   outras   decisões,
configurando   questão   polêmica,   não   enseja   violação   ‘direta’   e
literal   do   art.   5º,   inc.   X,   da   Carta   Magna,   que   versa   sobre   a
dignidade   e   a   intimidade.   Eventual   ofensa,   se   ocorrente,   seria
reflexa e jamais direta.
Ante   o   exposto,  denego   seguimento  ao   recurso
extraordinário.
Publique­se.
Brasília, 24 de outubro de 2016.

Firmado por assinatura digital (MP 2.200­2/2001)
EMMANOEL PEREIRA
Ministro Vice­Presidente do TST

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