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“O Controlo de Gestão é o processo pelo qual os gestores influenciam os outros membros da organização

para implementarem as estratégias definidas” (Anthony e Govindarajan, 2007).

Realidades económica, financeira e de tesouraria

A gestão de uma empresa preocupa-se com três realidades distintas que uma vez separadas dão origem
a diferentes resultados para diferentes fins.

Realidade económica

A análise da realidade económica de uma empresa centra-se na análise de indicadores de desempenho


de curto e longo prazo presentes nos resultados económicos, como as margens bruta e de contribuição e
os limiares de rentabilidade e de encerramento. Estes indicadores económicos são obtidos a partir da
organização de fluxos económicos.

Fluxos económicos

Os fluxos económicos são classificados em gastos e rendimentos.


Assim, gastos e rendimentos associam-se à perspetiva económica da empresa: consumo versus criação
de riqueza.
 Gasto - Sacrifício total ou parcial de um recurso no decurso de uma atividade económica – uma
diminuição de riqueza ou consumo de recursos.

 Rendimento - “Benefício” ou aumento de riqueza, geralmente associada à produção de bens ou


prestação de serviços.
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Realidade financeira

A realidade financeira diz respeito à análise do ativo e do passivo no balanço de uma empresa. Por ativo
entende-se os valores (bens e direitos) que uma empresa possui ou que tem direito a receber, enquanto
passivo se refere aos valores que uma empresa deve pagar, como sejam dívidas, obrigações,
responsabilidades, etc. Alterações no ativo e no passivo de uma empresa são feitas através de fluxos
financeiros.

Fluxos financeiros

Os Fluxos financeiros são classificados em receitas e despesas.


 Despesa
Uma Despesa é uma obrigação de pagar associada a um período de tempo definido e a fluxos reais
de fatores de produção. Ocorre normalmente quando nos é passada uma fatura.

 Receitas

Uma Receita refere-se ao momento em que é criado o direito de receber. Corresponde à emissão de
uma fatura. É um direito que normalmente ocorre com o fluxo real de saída de produtos da
empresa para o cliente, mas não tem necessariamente que corresponder a um fluxo de numerário.

Realidade de tesouraria

A realidade de tesouraria diz respeito à análise do plano de tesouraria e do respetivo resultado, saldo de
tesouraria. Estes indicadores económicos são obtidos a partir da organização de fluxos monetários
conhecidos por fluxos de tesouraria.

Fluxos de tesouraria

Os Fluxos de tesouraria são classificados em pagamentos e recebimentos.

 Pagamento - é um fluxo monetário que corresponde a uma despesa já incorrida, eliminando a

obrigação criada por essa mesma despesa.


 Recebimento - é um fluxo monetário que corresponde a uma receita já incorrida, eliminando a

obrigação do cliente criada por essa mesma receita.

Em síntese:
Análise de
Análise económica Análise Financeira Tesouraria
(fluxos
1.º 2.º
monetários)
3.º
RENDIMENTOS Geram RECEITAS Que dão direito a RECEBIMENTOS
E GANHOS
GASTOS E Implicam DESPESAS Criam obrigações de PAGAMENTOS
PERDAS

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Considerações suplementares

A análise económica é a primeira a realizar por serem os fluxos económicos que provocam a necessidade
de existência dos restantes: por se ter necessidade em utilizar um fator de produção (gasto), há que
adquiri-lo (despesa). A contração da dívida obriga, por sua vez a um pagamento. Do mesmo modo ao
produzir (realizar um rendimento) há que escoar para o mercado (receita) o que por sua vez originará um
recebimento. A análise económica é ainda aquela que primeiro traduz a viabilidade da empresa,
permitindo conhecer se a empresa é capaz de produzir mais rendimentos e ganhos que gastos e perdas.

A importância da análise financeira prende-se também com a viabilidade da empresa. Uma empresa
poderá ter planos interessantes do ponto de vista económico, mas não ter capacidade financeira para os
realizar. O projeto que realize mais rendimentos que gastos poderá não ser viável se a empresa não tiver
capacidade financeira para fazer face aos custos iniciais. Qualquer banco, aquando de um pedido de
empréstimo, analisa não só a viabilidade do projeto, mas também a capacidade financeira da empresa
para honrar os compromissos que dele decorrem. Pessoas ou empresas com largas dívidas e rendimentos
escassos dificilmente obterão um empréstimo por mais prometedor que seja um projeto.

Finalmente, a análise de tesouraria prende-se com a disponibilidade monetária para fazer face aos
pagamentos devidos. Também aqui uma empresa poderá ter uma excelente condição financeira –
muito mais valor em devedores que credores – mas, devido às datas de pagamento negociadas com os
credores e devedores, ver-se em dificuldades para fazer face aos pagamentos que é necessário efetuar.

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O controlo de gestão

A realidade empresarial atual, marcada pela globalização dos mercados, competição acrescida, reforma
dos Estados e rápido avanço tecnológico, levanta questões e coloca novos e complicados problemas à
gestão das organizações. Neste sentido, o controlo de gestão exerce um papel preponderante na
empresa, ao apoiar os gestores no planeamento, integração, coordenação e controle das atividades, cada
vez mais complexas e exigentes.
O gestor para desempenhar a sua função na empresa tem de dispor de um plano de ação, o qual tem de
assentar em pressupostos válidos. O processo de controlo de gestão engloba a fixação de objetivos,
planeamento e acompanhamento dos resultados.

Os sistemas de informação de apoio à gestão

O controlo de gestão deverá conjugar informação formal e informal, incluindo a obtida do sistema de
contabilidade da empresa (que reúne e dissemina informação relativa aos rendimentos e gastos, ativos,
passivos e capitais próprios), dos recursos humanos (informação sobre vencimentos, absentismo e
benefícios), e dos sistemas de controlo de qualidade (que providenciam informações sobre defeitos,
formas de melhorar a qualidade, etc.).
A contabilidade sendo um sistema de informação, é considerado o principal e o de maior credibilidade de
entre os sistemas de mensuração existentes numa empresa, pelo que, é fundamental para o controlo de
gestão. A contabilidade pode fornecer dados para: a formulação de estratégias globais e planeamento de
longo prazo; a tomada de decisões associadas à atribuição de recursos que permitam colocar a ênfase
nos clientes, nos produtos e nas políticas de preços; planeamento dos custos e controlo das atividades; e
avaliação do desempenho e das pessoas.
São também muito importantes os sistemas e tecnologias de informação como suporte ao controlo de
gestão, e esses sistemas de informação devem ser postos ao serviço dos gestores no que respeita ao
suporte às decisões.
A informação base ou relevante para o controlo de gestão deverá, para além de fiável, ser fornecida em
tempo oportuno, por forma a permitir à gestão a tomada de decisões em tempo útil.

O controlo de gestão e as teorias organizacionais

Alicerçado nos princípios da Administração Científica de Taylor e da Teoria Clássica da Administração de


Fayol, o tema do controlo das organizações começou a ganhar alguma relevância no início do século XX,
preocupando-se fundamentalmente com os aspetos de controlo de tarefas, tempos e supervisão direta
sobre os trabalhadores. Henry Fayol desenvolveu estudos sobre a função administrativa que estabeleceu

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os seguintes imperativos: prever, organizar, comandar, coordenar e controlar. A Gestão Orçamental


abrange as funções de planeamento e controlo. Até meados da década de cinquenta a preocupação
fundamental estava muito concentrada na descoberta das funções-chave universais da gestão (planear,
organizar, “staff”, dirigir e controlar) e o controlo de gestão estava muito orientado para a contabilidade
e o controlo financeiro. Os gestores exerciam o controlo dizendo às pessoas como deveriam executar as
tarefas e monitorizando-os constantemente.
Uma das contribuições mais importantes para o controlo de gestão nos últimos anos foi a de Kaplan e
Norton (Kaplan e Norton, 1992) com uma das ferramentas mais divulgadas de sempre: o “Balanced
Scorecard” (BSC) - o desempenho económico e financeiro das organizações deveria ser avaliado através
de outras dimensões de análise, dando mais ênfase ao fator humano e aos aspetos intangíveis.

As teorias organizacionais - principais abordagens ao controlo de gestão:

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Informação que os gestores utilizam nas atividades organizacionais:

O Controlo de Gestão é o conjunto de instrumentos que visam motivar os gestores a atingir os objetivos
estratégicos da empresa privilegiando a ação e tomando a decisão em tempo útil e favorecendo a
delegação de autoridade e responsabilização.

Em termos gerais, o controlo de gestão desenvolve-se em três etapas:


1. Estabelecimento de um padrão, meta ou alvo;
2. Comparação do desempenho real com o padrão estabelecido;
3. Implementação de eventuais ações corretivas.

Contabilidade Financeira Contabilidade de Gestão


Informação para o exterior Informação interna que não deve sair para o exterior da
empresa.
Limitada pelo sistema de contabilidade Feita à medida

Tem caráter de obrigatoriedade Facultativa

Os principais objetivos da informação Os objetivos desta informação são:


financeira são: balanço e  Dados para planeamento e controlo
Demonstração de Resultados por  Valor real sobre as atividades da empresa
Natureza  Realização de Demonstração de Resultados por
funções
 Avaliação de performance

A gestão orçamental caracteriza-se pelo planeamento sistemático das atividades da empresa traduzida
em programas e orçamentos.

Um programa traduz-se num documento, muitas vezes apenas um quadro, onde se fixam as atividades a
desenvolver no que diz respeito a quantidades e prazos a cumprir – programas de vendas e programas de
produção, por exemplo.

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Um orçamento é um documento que contém a quantificação numérica da atividade programada e dos


gastos e rendimentos daí decorrentes, ou seja, representa a expressão quantitativa de um plano de ação.
Os quadros elaborados fixam e quantificam, em forma de previsão, as atividades a desenvolver, os custos
associados, os rendimentos e fluxos financeiros decorrentes dessas atividades- orçamentos de vendas,
orçamentos de produção e orçamentos de tesouraria, por exemplo. O orçamento é um instrumento que
serve de base ao planeamento da distribuição de recursos humanos, materiais e financeiros de uma
empresa.

O controlo de gestão abrange o planeamento sistemático das atividades a desenvolver pela empresa.

Tipos de Planos
Plano estratégico1 Trata-se do plano global que indica
Longo prazo o rumo e a orientação geral a
Orçamento global
seguir através de uma estratégia
de atuação global
Plano tático Consiste na definição do modo
Médio prazo como cumprir os objetivos Orçamento
definidos no plano estratégico e operacional
dos recursos a utilizar.
Plano operacional Traduz-se no plano anual que
Curto prazo engloba as atividades a
Orçamento anual
desenvolver durante o ano,
abrangendo os planos anteriores.

A elaboração de orçamentos apresenta vantagens ao nível da responsabilização dos intervenientes,


nomeadamente gestores e colaboradores diretos, descentralizando a gestão e promovendo a delegação
de responsabilidades aos níveis operacionais, melhorando os processos e consequentemente a gestão.

Funções do orçamento na organização


 Instrumento de gestão
 Instrumento de implementação da estratégia da empresa
 Instrumento de descentralização – uma vez aprovado o orçamento, qualquer
pessoa está autorizada a tomar as decisões necessárias para atingir os objetivos da
empresa

 Instrumento de comunicação e motivação

 Instrumento de avaliação – as pessoas vão ser avaliadas por serem capazes ou não
de gerir os recursos disponíveis de forma a atingir os objetivos definidos.

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A estratégia refere-se à direção que uma organização planeia seguir em ordem a atingir as suas metas ou objetivos globais
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Fazer orçamentos implica a existência de um sistema de informação na empresa, que permita
posteriormente proceder ao controle da respetiva execução (o que exige recolha, armazenamento e
processamento de informação).

Requisitos dos orçamentos


 Ser fixados de acordo com o nível de decisão (estratégico, tático ou operacional)
 Ser apresentados por escrito
 Ser aprovados
 Integrar objetivos realistas e atingíveis
 Flexíveis para os diferentes níveis de atividade

A conceção dos orçamentos obedece a determinadas etapas que se enumeram a seguir:

Fases dos Orçamentos


Definição estratégica das
Definição das políticas orçamentais
políticas globais relativas a:
 Preços
 Inventários
 rendibilidade
Programas de:
Definição dos programas
 vendas
 compras
Elaboração
 produção
Orçamentos:
Elaboração dos orçamentos
 vendas
 produção
 compras
 investimentos
 tesouraria
 financeiro

Medição e Registo Avaliação da atividade real

Comparação da atividade real com os


Comparação
orçamentos
Análise das causas dos desvios
Análise dos desvios
verificados
Controlo orçamental Tomada de decisões corretivas
Tomada de decisões
com vista à eliminação de
futuros desvios do mesmo tipo
Desvios
Uma vez definidos os orçamentos há que aguardar o desenrolar da atividade da empresa no período
considerado. Ao comparar os valores reais apurados pelas Contabilidade Geral e Analítica com os valores
do respetivo orçamento surgem os desvios.
Desvios = Realizado (valores reais) – Previsto (valores orçamentados)
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