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São Paulo
2011
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São Paulo
2011
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Agradecimentos
Aristóteles
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Resumo
Abstract
Sumário
1. INTRODUÇÃO.....................................................................................................8
2. REFERENCIAL TEÓRICO.................................................................................11
3. METODOLOGIA.................................................................................................20
4. RESULTADOS...................................................................................................23
4.1. Coleta de Dados...................................................................................23
4.1.1. O início de tudo: O mundo bruxo............................................23
4.1.2. O Status do Sangue................................................................24
4.1.3. Um padrinho presidiário e uma tia inconveniente..................27
4.1.4. Bruxos em todo o mundo e variedades mágicas....................29
4.1.5. A mui antiga e nobre casa dos Black......................................31
4.1.6. Os Mestiços: Gaunt e Snape..................................................33
4.1.7. Magia é Poder.........................................................................34
4.2. Heredogramas.......................................................................................37
4.3. Ações Propostas...................................................................................43
4.3.1. Levantando os conhecimentos prévios... com magia!............43
4.3.2. O Feitiço da Família no Papel: Construir Heredogramas.......44
4.3.3. Um caldeirão com dois ingredientes........................................44
4.3.4. Dois indivíduos iguais, sem Poção Polissuco..........................45
4.3.5. Ser bruxo é como não poder tomar leite.................................46
4.3.6. Ser bruxo e falar com as cobras é como ter seis
dedos.................................................................................................47
4.3.7. Fugindo de Azkaban: as exceções à regra.............................47
4.3.8. O Enigma do gene dominante e recessivo..............................48
5. ANÁLISE............................................................................................................51
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................58
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................60
8. APÊNDICE.........................................................................................................65
8.1 Glossário................................................................................................65
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1. Introdução
Diversos autores vêm escrevendo nos últimos anos sobre o sucesso que a
coleção de livros da autora britânica Joanne Kathleen Rowling tem tido ao redor
do mundo. Harry Potter passou de uma série juvenil para um dos maiores
fenômenos literários da História em aproximadamente uma década; seu destaque
transpôs as páginas dos sete livros e chegou às telas de cinema com a produção
de oito filmes, além de inúmeros outros produtos, sites e livros. O sucesso de
Harry Potter, segundo Blake (2002) se deve a uma série de fatores, dentre eles o
fato das histórias serem coerentes, bem montadas e atrativas; permitindo que
tanto os novos leitores se identifiquem na obra, quanto aos tradicionais leitores
retomarem velhos clássicos pelos pontos de intertextualidade resgatados por
Rowling.
São poucos os jovens e crianças hoje em dia que não tenham tido um
mínimo contato com a história do pequeno órfão com uma cicatriz em forma de
raio na testa, que ao descobrir que é bruxo, passa a conhecer um mundo
fantástico e mágico, ao qual pertence, um mundo onde as aventuras se mesclam
a uma realidade quase palpável. Toda uma geração cresceu acompanhando a
publicação das histórias, o desenvolvimento de personagens que enfrentavam os
desafios da adolescência e cursavam a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts.
Essa foi a referência de muitos jovens ao ler Harry Potter: valores de amizade,
esforço, justiça e igualdade são algumas das razões que mobilizam o
desenvolvimento desta pesquisa. Mas a maior Magia de Harry Potter – e porque
não dizer de Rowling? - na verdade foi abrir os olhos de toda uma geração de
crianças e jovens para o gosto pela leitura e o desejo de aprender cada vez mais
(BLAKE, 2002). E estas foram experiências pelas quais passaram os dois autores
que redigem este texto.
Ao longo de todo processo de formação básica foi marcante e notório para
ambos os autores o fato de que muitas aulas chegavam quase a ser uma prisão
nas masmorras, perseguição por balaços ou afronta a dragões maiores do que os
do fantástico mundo da Magia: pelos conteúdos não fazerem sentido, pela
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2. Referencial Teórico
Clássica, assim como os Fatores Sanguíneos, que por sua amplitude, permitem
entender as relações de polialelia, codominância e aplicação da Genética à saúde
humana (VALADARES, RESENDE, 2009; CAMARGO, INFANTE-MALAQUIAS,
2007).
Dessa maneira, um Ensino de Genética realmente significativo exige que o
professor provoque uma mudança conceitual em seus alunos e que trabalhe em
torno de seus conhecimentos prévios (ABRIL, ET. AL, 2002). Partindo-se desta
premissa, em concordância com Padilha et. al (2009), é possível popularizar
Ciência através do incentivo à leitura de livros e acesso a materiais que
transponham o conhecimento para a realidade e provoquem a curiosidade do
estudante, favorecendo sua formação crítica e sua postura autônoma na
compreensão do mundo e da sociedade.
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3. Metodologia
4. Resultados
Os dados coletados durante a leitura dos livros da Série Harry Potter foram
organizados em fichas de leitura e serão a seguir apresentados, de acordo com o
que foi encontrado em cada livro, em forma de resumos – para a história dos livros
– e em quadros – para os dados pertinentes a Genética e Hereditariedade. Numa
segunda parte são apresentadas sugestões de roteiros de atividades para serem
desenvolvidas em aula. E por último serão apresentados os heredogramas
produzidos com base nos dados.
sugerem seus tios, mas assassinados por um bruxo das trevas denominado Lord
Voldemort.
A história deste primeiro livro é concluída com o confronto entre Harry e
Lord Voldemort – auxiliado por seu servo, professor de Defesa Contra as Artes
das Trevas, Quirrel – em que o bruxo das trevas busca obter um item alquímico
que lhe permita viver eternamente: a Pedra Filosofal, do qual extrairia o Elixir da
Vida.
Devido ao foco deste trabalho, buscaram-se informações que fossem
pertinentes a Genética e a Hereditariedade e estes são apresentados no Quadro
1.
dos Malfoy, que foram os responsáveis por implantar o diário de Voldemort entre
os bens de Gina.
Neste livro, embora o foco da leitura tenha sido Genética e Hereditariedade,
as questões de preconceito e concepções de transmissão de caracteres também
foram coletadas e encontram-se enumerados no Quadro 2.
culpado pela morte dos Potter não era Sirius Black, e sim Pedro Pettigrew – outro
amigo de Thiago Potter – que em realidade encontrava-se na forma do rato de
estimação de Rony e não morto. Acreditava-se que Pettigrew havia sido
assassinado por Sirius Black, motivo de sua condenação à Azkaban.
Como a noite deste encontro era de lua cheia, Remo Lupin se transforma
em lobisomem, uma condição que escondia de todos os alunos; o que garante
uma distração, permitindo que Pedro Pettigrew fuja e Sirius Black, que é o
padrinho de Harry, permaneça incriminado. Black consegue fugir antes de ser
preso voando em um hipogrifo, graças à ajuda de Harry e Hermione e o uso de um
vira-tempo.
Os dados obtidos a partir da leitura direcionada deste livro, encontram-se
enumerados no Quadro 3.
4.2. Heredogramas
Sra. Evans e sua filiação, pois filhas com fenótipos diferentes são resultantes de
um mesmo casal.
A diferença entre gametas deve ser abordada pelo professor, que pode
também sugerir que os alunos busquem nos heredogramas que montaram de
suas famílias casos semelhantes para características diferentes em filhos de um
mesmo casal, pedindo que os alunos registrem hipóteses explicando e elucidando
esta característica pela formação de gametas e pelo Quadro de Punnet.
Se o professor desejar, este seria um bom momento para discutir também
as duas Leis de Mendel, a Segregação dos Fatores, indicando que a característica
bruxo e trouxa segregam de forma independente uma da outra; e a Segregação
Independente dos Fatores, na compreensão de que os gametas podem ser
diferentes, quando duas ou mais características são envolvidas.
4.3.6. Ser bruxo e falar com as cobras é como ter seis dedos
É o caso, por exemplo, de Ninfadora Tonks na família Black (Figura 4), uma
bruxa metamorfomaga (com capacidade de alterar sua aparência segundo sua
vontade) que diz ter nascido com este dom – portanto é uma característica inata –
e que nunca antes surgiu na família. O professor pode se utilizar deste caso para
discutir “É possível que uma característica seja hereditária ou genética sem que
ela tenha ocorrido antes na família?”. O conceito de Mutação pode ser abordado a
partir desse caso.
A família Weasley (Figura 3) também pode fornecer material de discussão
para padrões não mendelianos de herança, como é o caso da característica ser
Ruivo e ser bruxo. Todos os filhos de Molly e Arthur Weasley são ruivos e bruxos,
seria possível, caso o professor julgue adequado discutir a possibilidade de
abordar o conceito de genes ligados (linkage).
Ainda dentro do heredograma da família Weasley, seria interessante
trabalhar a questão das heranças relacionadas à determinação sexual. Ao se
observar os indivíduos da família Delacour (Apolline, Fleur, Gabrielle e Victoria), a
característica Veela (beleza e atração a homens) mostra notoriamente um caso de
Herança Restrita ao Sexo, em que apenas mulheres apresentam esta
característica, dando margem e analogia para que o professor aborde a
Hipertricose auricular, uma herança ligada ao sexo real, mas que só se manifesta
em homens.
O momento também é propício para que o professor aborde outras
características de padrão de herança ligada ao sexo e herança holândrica, como a
Hemofilia e o Daltonismo. Que também são características hereditárias
transmitidas pelos cromossomos sexuais.
Uma atividade em grupo pode ser uma alternativa para promover uma
discussão crítica entre os alunos e valorizar a elaboração de hipóteses. O
professor pode levar todos os heredogramas das famílias da série Harry Potter
(Figuras 1, 2, 3, 4 e 5) para a sala e após mostrar que a característica bruxo se
comporta tanto como dominante quanto como recessiva em algumas famílias,
lançar a pergunta “Como é possível explicar que uma característica determinada
por um mesmo loci gênico se comporte de maneira diferentes?”; a discussão pode
ficar ainda mais interessante ao se acrescentar o caso dos Abortos (como o caso
de Arabella Figg e Argos Filch), indivíduos sem magia, filhos de pais bruxos e
extremamente raros.
É interessante deixar que os alunos tentem chegar a conclusões próprias
pelo que já sabem ou mesmo consultando o livro didático que possuem; esta
atividade permite que os alunos desenvolvam uma postura diferenciada em
relação à Genética, não a enxergando como um campo de conhecimentos prontos
e preparados, mas um constructo resultante de discussão, pesquisa e
envolvimento de pesquisadores (neste caso, os alunos).
Durante a mediação, o professor pode lançar mão de questões como
Expressividade Variável de um gene, Herança Quantitativa, Interação Genótipo x
Ambiente para composição do Fenótipo, indagando e levando os alunos a
testarem suas hipóteses no papel. Caso os alunos consigam chegar a uma
resposta coerente, o professor deve considerá-la uma vez que não há um padrão
especificamente definido por J. K. Rowling para a Magia nos indivíduos da série
Harry Potter.
Para este trabalho, sugere-se a possibilidade de Polialelia, que o professor
pode discutir com a sala, a partir da existência de três possíveis alelos envolvidos
nesta herança: IM, IW e IO. IM sendo o gene que expressa o fenótipo trouxa (e,
portanto, sem magia), que é dominante em relação aos outros dois alelos. IW é o
gene responsável pelo fenótipo bruxo (com magia), que por sua vez é recessivo
para IM e dominante em relação ao último gene: IO, outro gene que codifica o
fenótipo sem magia, mas que é recessivo em relação aos outros dois.
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5. Análise
6. Considerações Finais
possibilidade de se trabalhar este tipo de literatura com uma faixa etária mais
jovem que a do Ensino Médio.
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7. Referências Bibliográficas
ABRIL, A. M.; et. al. Herencia y Genetica: Concepciones y conocimientos de
los alumnos (1ª Fase). XX Encuentros de Didáctica de las Ciencias
Experimentales Relación Secundária Universidad, Jaén: 2002. p. 776 Disponível
em: <http://webpages.ull.es/users/apice/pdf/146-050.pdf>, acesso em 17 de Set.
2011.
CRAIG, J. M.; et. al. Harry Potter and the Recessive allele. Nature, v. 436, n. 11,
Londres: 2005. p. 776 Disponível em:
<http://sourcebook.od.nih.gov/resethicscases/NatureLetterGrinnell.pdf>, acesso
em 10 de Ago. 2011.
DODD, A. N; et. al. Harry Potter and the Prisioner of Presumption. Nature, v.
437, n. 15, Londres: 2005. p. 318 Disponível em:
<http://www.willamette.edu/~csmith/Reprints/Smith2005.pdf>, acesso em 10 de
Ago. 2011.
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ROWLING, J. K. Harry Potter e a Pedra Filosofal. Tradução por Lia Wyler, ed. 1,
Rio de Janeiro: Rocco, 1997.
ROWLING, J. K. Harry Potter e a Câmara Secreta. Tradução por Lia Wyler, ed.
1, Rio de Janeiro: Rocco, 1998.
ROWLING, J. K. Harry Potter e o Cálice de Fogo. Tradução por Lia Wyler, ed. 1,
Rio de Janeiro: Rocco, 2000.
ROWLING, J. K. Harry Potter e a Ordem da Fênix. Tradução por Lia Wyler, ed.
1, Rio de Janeiro: Rocco, 2003.
XAVIER, M. C. F.; et. al. A Nova (Moderna) Biologia e a Genética nos livros
didáticos de Biologia no Ensino Médio. Ciência e Educação, v. 12, n. 3, Bauru:
2006. p. 275-289 Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ciedu/v12n3/03.pdf>,
acesso em 17 de Set. 2011.
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8. APÊNDICE
8.1 Glossário
Balaço: Um dos três tipos de bolas do jogo de Quadribol. Bola enfeitiçada, que
junto com seu par, voa pelo ar tentando atingir qualquer jogador visando derrubá-
lo de cima da vassoura.
Elfo Doméstico: Criatura Mágica, cuja espécie serve como empregado aos bruxos.
Um elfo é preso a uma família de bruxos até que receba uma peça de roupa de
presente de algum dos membros da família, sendo assim liberto.
Mestiço: Indivíduo que é filho de pais que são respectivamente trouxa e bruxo.
Nascido-trouxa: Indivíduo bruxo, e portanto com poderes mágicos, cujos pais são
trouxas.
Pedra Filosofal: Item alquímico e mágico raro, a partir do qual é possível se extrair
o Elixir da Vida e transformar metais em ouro.
Relíquias da Morte: Três itens mágicos que teriam sido supostamente dadas pela
própria Morte a três bruxos. O possessor dos três itens se torna o senhor da Morte
e não pode ser morto enquanto as possuir. São as relíquias a Pedra da
Ressurreição, a Varinha das Varinhas e a Capa da Invisibilidade.
Sangue-puro: Termo cunhado pelas famílias bruxas que não possuem ligação, elo
ou trouxas na família.
Trouxa: Ser humano que não possui capacidades mágicas, descrito como a maior
parte da população humana.
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Profª. Drª. Ana Paula Pimentel Costa
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Eymael Silva de Souza
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Juliana Almeida Menequini