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E reforcei a fé de marinheiro.
O mar...
Esta vida
Que temos;
Procurar
O velho paraíso
Que perdemos).
Desmedida,
A revolta imensidão
Em qualquer aventura,
Miguel Torga
INTRODUÇÃO
“Içar as velas” é, segundo parece, uma expressão traduzida do francês “hisser le foc”. Mas esta mesma expressão
parece ter surgido de uma tradução, por via oral ou popular, do árabe “ézz al fog” que significaria “puxar para cima”. A
ordem náutica, em língua árabe, foi tomada, por assim dizer, à letra do ouvido, pelos nossos europeus, e deu “ al fog”,
isto é, «ao fogo» ou, em português, «à vela».
Esta ingénua associação fonética entre “as velas” de uma barca, que se içam, para que esta avance ao sopro do vento,
e “as velas” de cera, que acendemos, por exemplo, no fogo do círio pascal (na celebração do batismo, na profissão de
fé e na noite de páscoa), vem-nos mesmo a calhar, para o propósito espiritual que nos guia, da Quaresma à Páscoa,
neste Ano da Fé: “um tempo precioso, para reavivar a fé em Jesus Cristo” (Bento XVI, Mensagem para a Quaresma 2013, n.4)1.
No fundo, toda a Quaresma, que se inicia, a partir das «cinzas», quer levar-nos a «reacender» a chama da nossa fé, que
simbolicamente exprimimos, na Liturgia, com o acender e reacender das velas, a partir da grande coluna de fogo, que
é o círio pascal. Com esse gesto, queremos firmar e afirmar, avivar e renovar a nossa profissão da nossa fé e as nossas
promessas batismais.
Portanto, falamos aqui de “içar as velas”, tendo em vista esse gesto litúrgico, que marca precisamente a liturgia da luz
e a liturgia batismal na noite de Páscoa, para a qual tende, aliás, todo o caminho quaresmal. E falamos de “içar as
velas”, pensando nas «velas» da grande “barca” da Igreja, que, avança, pelo mar da história, graças ao sopro e ao fogo
do Espírito Santo, que a impele. Isso mesmo nos é sugerido no logotipo do ano da fé, cuja riqueza simbólica importa
explorar.
Para que esta barca da Igreja possa, continuamente, largar a vela, e retomar a sua rota, cortando as ondas sem
desanimar, é preciso que nos disponhamos corajosamente a desfraldar as velas, para permitir ao Espírito Santo, agir
com toda a Sua força impulsionadora. E esse é o propósito, que nos guiará da Páscoa ao Pentecostes, colocando, ao
longo do círio (mastro), uma vela (pano / papel) de sete faixas (ou sete faixas formando um conjunto de sete velas),
onde serão sinalizados, semana a semana do tempo pascal, em cores diferentes, os sete dons do Espírito Santo. Deste
modo, compreenderemos a Igreja como uma «barca que navega, bem neste mundo, ao sopro do Espírito Santo, com as
velas da Cruz do Senhor plenamente desfraldadas” (Santo Ambrósio, cit. Catecismo da Igreja Católica, 845).
I. O LEMA E O TEMA
1
Daqui em diante referimo-nos à Mensagem de Bento XVI para a Quaresma de 2013 com a sigla «MQ2013».
O lema e o tema, de cada semana, são inspirados na liturgia da palavra de cada domingo e apresentados em
linguagem “de marinheiro”…
Estamos, na prática, a apontar para dois grandes símbolos, a trabalhar nestes três meses, mais intensos do Ano da Fé:
a barca e o círio pascal.
- Da Quaresma à Páscoa, queremos construir a barca e introduzir o círio pascal familiar, que dentro dela, funciona
como uma espécie de mastro. Este círio deverá ser decorado, semana a semana, gravando (pintando) nele os diversos
componentes do logotipo do ano da fé: o quadrado que serve de moldura, a barca, o mastro, o trigrama, o círculo
solar que sugere a eucaristia. Estará pronto, para ser aceso, como vela içada, na Vigília pascal, e/ou colocado em casa,
como grande luzeiro, na receção à Visita Pascal.
- Da Páscoa ao Pentecostes, semana a semana, será desfraldada, uma chama da vela (ou uma sétima parte da vela), apoiada
no círio pascal, como seu mastro, sugerindo assim os sete dons do Espírito Santo. No Pentecostes, esta barca deverá
estar pronta e fazer-se ao mar e nós próprios, com a “fé de marinheiro reforçada” (M. Torga), poderemos então
avançar, cheios de confiança, “cortando as ondas, sem desanimar” (Ib.), obedecendo assim ao murmúrio das águas
batismais, como disse o poeta: “Chamam por mim as águas / Chamam por mim os mares. / Chamam por mim /
levantando uma voz corpórea, /os longes, / as épocas marítimas todas sentidas no passado/, a chamar” (Álvaro de Campos).
Obviamente, o objetivo da dinâmica aqui proposta não pode reduzir-se a um mero trabalho manual, feito em família
ou em ambiente paroquial. Importa que, na atividade proposta, na oração realizada e na assunção prática de uma
atitude concreta, a quaresma se viva, segundo o desiderato, de uma “renovada conversão ao Senhor” expresso pelo
Papa, na Carta Apostólica, para o Ano da Fé:
“O Ano da Fé é convite para uma autêntica e renovada conversão ao Senhor, único Salvador do mundo. No
mistério da sua morte e ressurreição, Deus revelou plenamente o Amor que salva e chama os homens à
conversão de vida, por meio da remissão dos pecados” (Bento XVI, PF 6).
Como nos diz ainda o Santo Padre, na sua Mensagem, “a Quaresma, com as indicações que dá tradicionalmente
para a vida cristã, convida-nos precisamente a alimentar a fé, com uma escuta mais atenta e prolongada da Palavra
de Deus e a participação nos Sacramento e, ao mesmo tempo, a crescer na caridade, no amor a Deus e ao próximo,
nomeadamente através do jejum, da penitência e da esmola” (MQ2013, 3).
Nesse sentido, para integrar as indicações quaresmais acima referidas, a nossa dinâmica desenvolver-se-á, em
três campos de ação: atividade, oração, atitude.
III. ORAÇÃO
Proporemos que se redescubram algumas fórmulas de orações comuns, que propiciem “aquele encontro com
Deus, em Cristo, que suscita em nós o seu amor e nos abre o íntimo aos outros” (cf. DCE 31; cit. MPQ2013, n.1).
Na verdade, a prioridade da fé e a primazia da caridade, encontram a sua fonte comum, numa renovada prática
da oração cristã, como nos lembra o Santo Padre: “a existência cristã consiste num contínuo subir ao monte do
encontro com Deus e depois voltar a descer, trazendo a força e o amor que daí derivam, para servir os nossos irmãos
e irmãs, com o próprio amor de Deus” (MPQ2013,3). Vai neste sentido, a concretização do exercício da Oração, que
propomos, semana a semana, destacando uma a uma, algumas das suas expressões:
- na 1ª semana, a oração diária do credo, como nos é sugerido, pela Carta Apostólica (Porta Fidei, n.9);
- na 2ª semana, “uma escuta mais atenta e prolongada da Palavra”, como nos lembra o Papa na sua Mensagem
para a Quaresma (MPQ2013,3) ;
- na 3ª semana, a prática tão esquecida e tão necessária do Exame de consciência (de que se deverá dar um
pequeno guia, na semana, para ser feito pessoalmente e em família);
- na 4ª semana, a oração do pai-nosso, que nos introduz na experiência do ser amado por Deus;
- na 5ª semana, a oração do “ato de contrição”, na sua forma mais breve ou mais longa;
- na 6ª semana, a oração penitencial feita pelo então Cardeal Ratzinger, na 9ª estação da Via Sacra de Sexta-Feira
Santa, no Coliseu, em Roma, poucos dias antes de ser eleito Papa, com o nome de Bento XVI. Segue-se aqui o
texto com algumas adaptações.
Senhor, muitas vezes,
a vossa Igreja parece-nos uma barca que está a afundar,
uma barca que mete água por todos os lados.
- No Tempo Pascal, a oração consistirá na invocação de cada um dos dons do Espírito Santo, inspirada num texto
bíblico de referência:
1ª semana: Dom da Sabedoria
Leitura bíblica: «Nesse mesmo instante, Jesus estremeceu de alegria sob a acção do Espírito Santo e disse: Eu Te
bendigo ao Pai, Senhor do Céu e da Terra, porque escondestes estas coisas aos sábios e aos inteligentes e as
revelastes aos pequeninos. Sim, Pai, porque tudo isto foi do teu agrado» (Lc.10,21) ...
Prece:
Vinde, Espírito Santo, Deus amável,
Dom inefável da SABEDORIA!
Dai-nos o gosto de saborearmos
Como sois bom e fonte de alegria.
Leitura bíblica: Jesus disse aos seus discípulos: «O Consolador, o Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome,
ensinar-vos-á todas as coisas» ( Jo. 14, 26).
Prece:
Vinde, Espírito Santo, Deus glorioso,
Dom luminoso do ENTENDIMENTO!
Enchei de vida todo o Universo:
A Criação é o vosso sacramento!
Leitura bíblica: Diz-nos o Apóstolo Paulo: «Não vos conformeis com este mundo. Pelo contrário deixai-vos
renovar, pela transformação espiritual da vossa inteligência, para que saibais discernir qual a vontade de Deus a
vosso respeito, o que é bom, o que lhe agrada, o que é perfeito» (Rom.12,2).
Prece:
Vinde, Espírito Santo, Deus amigo,
Divino abrigo, Dom do bom CONSELHO!
Dai-nos a graça do discernimento,
P'ra decidir à luz do Evangelho!
4ª semana: Dom da Fortaleza
Leitura bíblica: «Eis que Eu vos enviarei o que meu Pai prometeu. Por isso, permanecei na Cidade até serdes
revestidos da força do Alto», disse Jesus aos seus discípulos (Lc.24-49); «O Espírito Santo vem em auxílio da nossa
fraqueza», lemos na Carta aos Romanos (Rom.8,26);
Prece:
Vinde, Espírito Santo, Deus-Senhor:
dai-nos valor e Dom da FORTALEZA!
Quando tentados, a fidelidade;
Na hesitação, a graça da firmeza!
Leitura bíblica: «Quando vos entregarem, não vos preocupeis com o que haveis de falar nem com o que haveis
de dizer. Não sereis vós a falar. O Espírito Santo falará por vós» (Mt.10,20).
Prece:
Vinde, Espírito Santo, Omnisciente:
A nossa mente implora o Dom da CIÊNCIA,
P'ra conhecermos e para louvarmos
Vossos sinais e a vossa providência!
Leitura bíblica: «Todos aqueles que são movidos pelo Espírito de Deus, são filhos de Deus. Vós não recebestes
um Espírito de escravidão, para cair de novo no temor; pelo contrário, recebestes um Espírito de adopção, pelo
qual chamamos: 'Abba, Pai'» (Gal.4,6).
Prece:
Vinde, Espírito Santo, Deus-Ternura!
Vós sois doçura: dai-nos a PIEDADE!
Ao Pai queremos ter amor de filhos;
Com os irmãos, viver em amizade!
7ª semana (Ascensão): Dom do Temor de Deus
Leitura bíblica: «Dar-vos-ei um coração novo e infundirei em vós um espírito novo; arrancarei do vosso peito o
coração de pedra e vos darei um coração de carne. Dentro de vós porei o meu espírito, fazendo com que sigais as
minhas leis e obedeçais e pratiqueis os meus preceitos»... (Ez 36,25-27)
Prece:
Vinde, Espírito Santo, Deus-Amor:
Dai-nos TEMOR, o Dom da admiração!
Vossa presença faça a nossa vida
Estremecer de assombro e de emoção.
A Mensagem do Santo Padre para a Quaresma de 2013, articula, sob muitíssimos aspetos, a relação entre fé e
caridade, na convicção expressa de que “crer no amor suscita caridade” (cf. I Jo.4,16). Por isso mesmo, esta
“caridade” não se esgota na prática da “esmola” ou da “partilha”. “De facto, por vezes, tende-se a circunscrever a
palavra caridade à solidariedade ou à mera ajuda humanitária” (MPQ2013.3). Neste sentido, as atitudes ou
compromissos, que sugerimos, ao longo da Quaresma, não são apenas «obras», “fruto do esforço humano” mas
«obras que nascem da própria fé” (MPQ2013).
Deste modo, procuramos amplificar o sentido da caridade, tendo em conta que esta também se manifesta, por
exemplo, no anúncio do evangelho, no serviço da Palavra (cf. Paulo VI, EN, 16), no cultivo e na vivência da amizade
com Cristo (cf. Jo.15,14-15), no esforço por caminhar na verdade (Ef.4,15), na prática do perdão acolhido na fé e
oferecido aos outros. Neste enquadramento propomos:
- na 1ª semana, dispor-se a renunciar, àquilo que mais pesa na “embarcação” da nossa vida. Esta renúncia tem um
duplo aspeto: renúncia ao pecado e renúncia a algum ou alguns dos “bens deste mundo”, que possam ser
obstáculo à prioridade da fé e à primazia da caridade (cf.MQ2013, 4).
- na 2ª semana, a par da leitura mais prolongada da Palavra de Deus, sugere-se a atenção concreta ao próximo, ao
mais próximo, aos que vivem debaixo do mesmo teto. “Subir ao monte da oração, trazendo o amor e a força que
daí derivam, para servir os nossos irmãos e irmãs com o próprio amor de Deus” (MQ2013,3).
- na 3ª semana, uma vez que ocorre, na rua e nas igrejas, o peditório anual para a Caritas, a proposta é colaborar
neste peditório, quer através do voluntariado, quer através da ajuda monetária;
- na 4ª semana, o quadro bíblico da parábola do pai misericordioso e dos dois filhos, sugere-nos a prática da
Reconciliação, não apenas como sacramento (que terá também o seu momento, de acordo com o calendário paroquial), mas
também como prática concreta de aproximação àquele (s) de quem andamos mais distantes. “Saber-se amado
por Deus” terá como consequência uma capacitação maior para a prática da reconciliação.
- na 5ª semana, é-nos sugerido que deitemos ao chão todas as pedras que temos na mão. Sugerimos, nesta
semana, um diálogo, em casal e/ou em família, que resulte na partilha daquilo que, afinal, ainda temos uns contra
os outros, e que escondemos, como pedras na mão.
- na 6ª semana (semana santa), propomos que os fiéis “remem contra a corrente” que os atira para a diversão,
para as férias, e participem mais assiduamente nas celebrações do tríduo pascal. Temos de remar contra a maré,
contra ventos e costumes que se instalam e que nos levam, por exemplo, a viver uma semana santa sem
exigência, sem combate, sem proximidade com o Senhor.
- no Tempo Pascal, pretende-se continuar esta dinâmica de vida nova, abrindo o coração ao «sopro» do espírito.
A distribuição, semana a semana, de uma chama / dom do Espírito Santo pretende fidelizar as famílias, na prática
dominical e na participação da vida comunitária.
Será o tempo das festas da catequese, das jornadas vicariais da fé… O objetivo é “ desfraldar as velas”, preparar-
se, para se fazer ao mar, assumindo, em comunhão, a missão da Igreja.
Nas celebrações do Pentecostes deverão ser apresentados os barcos, com o respetivo círio e as suas sete velas,
numa celebração, a cuidar, de modo que tenha expressividade litúrgica todo o caminho percorrido.
IÇAR AS VELAS DA FÉ, NA BARCA DA IGREJA…
(DA QUARESMA À PÁSCOA)
SEMANA TEMÁTICA ATIVIDADE ORAÇÃO ATITUDE
1ª semana A primeira semana coloca-nos no ponto de CONSTRUIR Na 1ª leitura Quem vai para o
DIZER partida. Iniciámos uma viagem, “impelidos pelo O BARCO temos o credo mar, avia-se em
ADEUS sopro do Espírito Santo” (cf. Evº). A 1ª leitura histórico de Israel. terra.
AO CAIS lembra-nos que “o Senhor nos fez sair do Egipto”, São Paulo fala-nos Criar condições
que nos “fez atravessar o Mar”. E o próprio Jesus, em professar a fé para partir.
também “se retirou das margens” para mergulhar com o coração Que coisas tenho de
no oceano infinit0 do amor do Pai. O desafio e com a boca: largar?
desta semana é “dizer adeus ao cais”, para iniciar Rezar Renúncia ao pecado
a grande viagem da fé. diariamente Renúncia aos bens
o Credo
COLOCAR “Subir ao monte da
O CÍRIO
2ª semana A segunda semana coloca-nos perante a meta de “Este é o meu oração, trazendo o
NO BARCO
todo o caminho quaresmal: a transfiguração, Filho: escutai-O” amor e a força que
Início do
RUMO como experiência de transformação e (Evº). daí derivam, para
desenho do
AO CAIS antecipação da ressurreição. É preciso divisar a logotipo da servir os nossos
Barca no
DE meta. São Paulo exorta-nos a pôr olhos na Deixar-se guiar irmãos e irmãs com
círio
CHEGADA esperança da pátria futura. E Abraão, na 1ª pelo evangelho o próprio amor de
Desenhar
leitura, é desafiado a olhar o céu e as estrelas. do dia. Deus” (MQ2013,n.3).
retângulo,
Para conhecer o rumo e chegar à meta, letras e Maior atenção e
números
precisamos de percorrer o caminho certo. A Tomar a Palavra, serviço às pessoas
nossa Carta de marear é a palavra da Escritura como uma que vivem debaixo
que nos orienta, como bússola. Precisamos de ler bússola do mesmo teto.
e de escutar esta Palavra na voz do Filho:
«Escutai-O» (cf. Evangelho).
de rumo…
5ª semana O Senhor abre caminhos através do mar (1ª Desenhar “Vai e não voltes Deitar para fora da
leitura) e, com o seu perdão, dá-nos possibilidade no círio a pecar”. Rezar barca da nossa vida,
VIRAR de refazer e de recriar a vida: «vai e não voltes a o círculo todos os dias o todas as «pedras»
DE pecar” (evº). No caminho da perfeição, a meta eucaristia Ato de Contrição escondidas na mão,
BORDO nunca está alcançada. É preciso “cortar as ondas ou compor um contra os outros.
sem desanimar, pois em qualquer aventura, o que ato de contrição Diálogo em casal e/
importa é partir, não é chegar” (M. Torga). pessoal ou em família, em
ordem ao perdão.
6ª Estamos em plena semana santa. Jesus é o Servo, Colocar ou
semana que tem de tornar o seu rosto duro como pedra, desenhar Oração de Participar
– para afogar em abundância de bem, todas as debaixo do J. Ratzinger Nas celebrações
Semana forças do mal, que contra ela avançam. barco, as Via Sacra 2005 do Tríduo Pascal
santa “Desmedida, a revolta imensidão, transforma, dia a ondas 9ª Estação
dia, a embarcação numa errante e alada sepultura, mas
a chama da sempre de novo. Também hoje o Senhor das coisas vividas em Deus não
Colar ou Inscrever seguir? A vida é como uma viagem no a Palavra de Deus e alcançar o
mistério do amor proclamado, que é o dom
na vela mar da história, com frequência
a chama do enevoada e tempestuosa, uma viagem Jesus Cristo, e ainda o dom de o
do Entendimento
Entendimento na qual perscrutamos os astros que nos atualizar; Este dom permite o
luzes de esperança” (Bento XVI, Spe Salvi, 49) superioridade intelectual, mas dom
do Espírito àqueles que
humildemente procuram a Deus...
CONSELHO:
III SEMANA DA “Mantende viva a vossa fé em Cristo,
PÁSCOA amai a Igreja de que sois membros É o dom do discernimento da Invocar
V SEMANA “Ela é esse navio que navega bem neste se do conhecimento da verdade e
Invocar
DA PÁSCOA mundo ao sopro do Espírito Santo, com do erro. O Espírito de Deus dá-nos
Colar ou Inscrever as velas da Cruz do Senhor plenamente aquilo que a linguagem teológica se o dom
22-25), que Cristo dorme e deixa a sua confiança alegre com Deus e de
Colar ou o dom
barca à mercê das ondas impetuosas, é uma relação fraterna com os
Inscrever na vela da Piedade
pedido à Igreja da Europa que cultive a irmãos. O Espírito é Aquele que reza
a chama da
certeza de que o Senhor, através do dom em nós, Aquele que nos dá a
Piedade
do seu Espírito, está sempre presente e experiência da filiação divina. Ele
VIGÍLIA E DIA DE “O Espírito é como o vento que sopra a “Içar a própria vela e desfraldá-la
PENTECOSTES vela da grande barca da Igreja. Esta, com coragem” (J. Paulo II)! Rezar a
todavia, considerando bem, vale-se de Sequência do
outras inúmeras pequenas velas que são "Chamam por mim as águas, Pentecostes
TRAZER O BARCO os corações de cada um dos batizados. Chamam por mim os mares.
PRONTO, COM O Cada um, caríssimos, é convidado a içar a Chamam por mim,
CÍRIO (MASTRO) própria vela e a desfraldá-la com levantando uma voz corpórea,
E A (S) VELA (S) coragem, para permitir ao Espírito agir os longes,
= 7 DONS DO com toda a Sua força santificadora. as épocas marítimas
ESPÍRITO SANTO todas sentidas no passado,
Consentindo ao Espírito agir na própria a chamar”.
história pessoal, oferece-se também o
melhor contributo à missão da Igreja. Álvaro de Campos,
Não tenhais medo de desfraldar a vossa Ode Marítima
vela ao sopro do Espírito!
“Faz-te ao mar”!
Deixai que a Sua força da verdade e do (Lc.5,4)
amor anime cada dimensão da vossa
jovem existência” (João Paulo II, Discurso aos
seminaristas, 30-04.1998)
Às vezes não nos contentamos com o vento que temos, e queremos ir mais rápido. Então lançamos fora, partes importantes
nossas, para ficarmos mais leves, e colocarmos velas maiores, que mal podemos suportar.
O barco fica instável e vulnerável, qualquer onda mais forte pode virá-lo. Mais à frente, cansados de depender do vento,
resolvemos trocar por um barco a motor. Tiramos as velas, colocamos um motor e ficamos independentes do vento. Agora
podemos escolher tanto a direção como a velocidade. Parece bom no começo, mas a viagem é longa. No percurso, um dia o
combustível vai acabar ou o motor pode quebrar. Então não teremos força nenhuma, para chegarmos ao destino, pois
deixamos para trás as velas que nos conectavam ao vento.
O vento pode soprar mais forte, mais fraco ou nem soprar em alguns momentos. Ele pode soprar da terra para o mar ou do
mar para a terra. Pode ser quente ou gelado. Nunca vamos conseguir controlá-lo, mas ele nunca vai acabar. Estará sempre
soprando em algum lugar. A nossa viagem é tão longa que nenhum combustível pode durar o tempo suficiente. Nenhum
motor pode suportar tanto tempo funcionando. Só o vento nos pode levar até lá. Quando o nosso vento se chama Deus
podemos ficar tranquilos, pois Ele sabe como, quando e aonde nos levar.
http://pedropamplona.wordpress.com/2010/04/06/barco-a-vela/