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UNIVERSIDADE DO CENTRO OESTE DO PARANÁ - UNICENTRO

GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

ENTREVISTA COM EMPREENDEDOR LOCAL:


ALBERTO FUCHS NETO
Betto’s Auto Peças

GUARAPUAVA
2014
JOAQUIM FELIPE CHALEGRE OLIVEIRA SANTOS
FRANCISCO JOSÉ DELLÊ

ENTREVISTA COM EMPREENDEDOR LOCAL:


ALBERTO FUCHS NETO
Betto’s Auto Peças

Trabalho apresentado à disciplina de


Empreendedorismo, do 2º Ano do curso de
Administração, período noturno. Para
obtenção de nota do primeiro semestre.

Guarapuava
2014
HISTÓRIA

Alberto Fuchs Neto é proprietário da empresa Betto's Auto Peças, localizada na


cidade de Pinhão. Trabalhou em oficina mecânica, livraria, supermercado e em loja
de autopeças. Foi militar e hoje Beto, como é conhecido, é dono de cinco empresas
do ramo de autopeças na região e se considera um empreendedor nato.

Natural de Ibema, no Paraná, Beto começou a trabalhar muito cedo. Aos 10


anos de idade pedalava 4,5 quilômetros para chegar até a oficina mecânica que
trabalhava. Sua função era basicamente controlar um pequeno estoque de peças
que ficava nos fundos da oficina e também a entrega e devolução das ferramentas
utilizadas pelos mecânicos. No tempo de folga continuava na oficina e lá aprendeu
muito com os mecânicos.

Em sua família não há histórico de pessoas empreendedoras, sendo que sua


mãe e irmãs foram professoras, seu pai foi motorista e posteriormente encanador.
Começou a estudar aos 11 anos de idade, mas sempre continuou trabalhando.

Aos 17 anos mudou-se para Guarapuava junto com o irmão, em busca de um


emprego. Foi contratado para trabalhar na Auto Pelças Batel, sendo este o único
emprego da vida de Alberto. Formou-se Técnico em Contabilidade, em 1980 pelo
Colégio Estadual Carneiro Martins e posteriormente, em 1988, em Administração, na
extinta FAFIG, hoje UNICENTRO.

No novo emprego começou a adquirir todo o conhecimento do ramo de


autopeças. Era conhecido como “Beto da Batel” e sempre foi muito entusiasta,
curioso, gostava de aprender e aplicar coisas novas. Essas características fizeram
com que Alberto crescesse dento da empresa, se destacou e virou referência no
mercado para clientes, fornecedores e concorrentes.

Com um bom tempo de experiência se tornou muito antenado as mudanças. A


empresa Batel cresceu muito durante os anos e na época, era maior revendedora de
peças da cidade, possuía 19 balconistas, 3 motoristas na rua e isso exigia de Beto
muito emprenho, pois auxiliava a gerenciar tudo isso.
Devido ao grande crescimento, os filhos, netos e genros dos proprietários
começaram a ingressar no ramo. No período ele era um dos gerentes e participou
da transição e inclusão dos familiares no negócio. Mas por conta do seu perfil, do
trabalho exercido com dedicação durante anos dentro da empresa, noticiaram que
Beto estaria no comando da empresa, depois dos proprietários. A partir de então se
tornou responsável pelo negócio, mesmo depois da entrada dos familiares no
negócio.

A decisão mudou o relacionamento de Beto com os herdeiros, pois viam nele


um empecilho dentro da empresa. A situação começou a incomodar e despertar o
desejo de mudança que posteriormente culminaria na saída de Alberto da Batel Auto
Peças.

No dia a dia de trabalho mostrava que fazia a diferença no conhecimento e no


atendimento. O que trouxe algumas propostas de emprego e inúmeras propostas de
negócios, cargos de administração. gerência e sociedades. Beto sempre teve o
sonho de ter seu próprio negócio. Tinha como meta nunca sair do emprego atual se
não fosse para realiza seu sonho. Era bem remunerado, por isso resistiu as
propostas por muito tempo.

Depois de tanto tempo de trabalhando, o respeito e carinho com os


proprietários não permitiam que deixasse-os na mão de qualquer maneira. Todas as
propostas que chegavam à Beto eram para trabalhar em Guarapuava, mas este não
queria sair pata ser concorrente na cidade.

Desde 1980 Alberto visitava Pinhão à trabalho, pois tinha bons clientes na
cidade. Os mecânicos de Pinhão eram seus clientes na Auto Peças Batel, em
Guarapuava e com isso começou a estabelecer bons relacionamentos em Pinhão.

Dona Tereza era proprietária da Auto Peças Pinhão, que fechou as portas. Por
isso, Tereza sempre ligava para Alberto, propondo que viesse para Pinhão abrir seu
negócio com o estoque de sua loja fechada. Ela não tinha dinheiro e o preço do
estoque da Auto Peças Pinhão era caro, tendo em vista que a loja estava fechada a
mais de um ano. Mesmo encontrando algumas barreiras, a vontade de Beto era
maior, o desejo de realizar seu sonho ia além.
Em dezembro de 1996 informou à Auto Peças Batel que ira sair para abrir seu
negócio. A empresa não aceitou, pois achava que Beto estava fazendo uma loucura
indo para uma cidade pequena, pouco desenvolvida que não oferecia muitas
oportunidades. Recebeu contraproposta da empresa, iriam aumentar o salário para
que ele não saísse da empresa. Mesmo assim saiu por acreditar que era o memento
certo de realizar o sonho. Tinha 34 anos na época e a certeza de que o negócio
prosperaria.

No dia 01 de Abril de 1998 se instalou em Pinhão com a Betto's Auto Peças.


Mesmo sem recursos e contrariando a vontade e conselho de muitos. Iniciou sem
CNPJ e por isso não teria possibilidade de receber mercadoria de fornecedores.
Mas, por ser muito conhecido no ramo, recebeu todo o apoio dos fornecedores e
abriu a loja desta maneira.

Plinio Sotti, da FASA Auto Peças foi a pessoa mais importante no início do
negócio, pois autorizou seus gerentes de vendas a fornecer o que ele precisasse,
então mandavam mercadorias para Pinhão sem ao menos conhecer a cidade, sem
garantia de receber de volta, somente na confiança e amizade.

Recebeu total apoio da esposa para que fosse em busca de seu sonho. Beto
continuou morando em Guarapuava e viajava para trabalhar em Pinhão todos os
dias, durante 6 anos. No princípio, em 1998 comprou um Fusca 1300, ano 80, por
R$ 1.800,00, com dinheiro da esposa para poder viajar até Pinhão.

Abriu a empresa quase sem dinheiro, pois em 1994 vendeu um terreno, um


carro seminovo e utilizou todas as economias para comprar a casa própria, no
centro de Guarapuava. Para fechar o negócio teve que realizar um empréstimo de
R$ 10.000,00, na Caixa Econômica Federal.

A Betto's Auto Peças deu tão certo que dentro de 3 anos, Beto pagou todo o
estoque para Dona Tereza, a antiga proprietária. Quitou a casa e a divida com a
Caixa Econômica Federal, conseguiu adquirir uma Ranger zero quilômetro e
comprou o primeiro imóvel que hoje ainda é a sede principal da empresa.

No início do negócio trabalhava sozinho. Abria a loja pela manhã, fechava


quando necessitava entregar peças na cidade e retornava. Realizava o atendimento
e administrava tudo sozinho. Somente dois anos depois, em 2000, contratou o
primeiro funcionário.

Morar em Guarapuava durante os primeiros anos do negócio fez toda a


diferença, pois recebia pedidos durante o dia, os clientes ligavam a noite ou até de
madrugada e ele garantia a entrega. Ganhou confiança e credibilidade. Isto tornou-
se um diferencial. "Entrego amanhã cedo", dizia Alberto aos clientes. Levantava 5
horas da manhã para poder carregar suas peças na transportadora e às 8 horas
entregar aos clientes em Pinhão.

Alberto sempre trabalhou no limite. Nunca fez um capital de giro, pois conta
que sempre foi ousado. O dinheiro que entrava ele investia no negócio. Segundo
Beto, o que o ajudou foi a consciência de não perder o foco no negócio. Não retirava
dinheiro da empresa para comprar bens, simplesmente investia no negócio. Este é
um dos motivos que o fizeram crescer e pagar os investimentos rapidamente.

Com o andar da Betto's autopeças, Alberto sempre buscou oportunidades.


Trabalhava com peças automotivas para caminhões, caminhonetes e automóveis,
atendendo em menor escola com a linha agrícola. Verificou que os mesmos clientes
de peças automotivas possuíam maquinário agrícola e para atender esta demanda,
abriu uma nova loja na cidade oferecendo peças agrícolas.

Beto enxergou outra oportunidade de expandir, pois recebia muitos pedidos


para trazer tintas automotivas. Então realizou contrato com a Sherwin-Williams,
empresa de tintas que está presente no Brasil há mais de 60 anos. Comprou o
maquinário financiado por R$ 15.000,00 e deixou de trazer tintas de Guarapuava
passando a fornecer em sua loja.

Beto percebeu que os agricultores, em épocas de colheita, tinham dificuldades


com mangueiras hidráulicas. Adquiriu o maquinário para fornecer mangueiras
hidráulicas em sua loja. Tendo em vista que a cidade de Pinhão tem uma grande
parcela da população formada por agricultores. "Isso agregou valor no meu
negócio", conta Beto.

Em pinhão, os mecânicos abriam os motores para reparar pequenos danos


causados pelo desgaste. Mas o processo de usinagem de todos os elementos
contidos no motor como virabrequim, bielas, bloco e cabeçote eram realizados em
Guarapuava.

Em 2006, Beto iniciou a negociação de compra de uma retífica de motores de


Guarapuava, a RETIPUAVA, que havia fechado. Comprou um prédio de 1000m²
onde pretendia instalar a retífica de motores em Pinhão. Em 2009 começou a montar
a própria retífica de motores em Pinhão. Beto tem a visão de não oferecer a mão de
obra na retífica de motores, apenas a usinagem, deixando a mão de obra por conta
das oficinas mecânicas da cidade. "Quero continuar dando uma força para os
mecânicos, para que continuem oferecendo sua mão de obra", afirma Beto.

Mas a usinagem que ia para as cidades da região poder agora ser realizadas
em Pinhão. Todos esses investimentos exigiram a contratação de mais funcionários,
bem como o treinamento e capacitação dos mesmos.

Também em 2009, abriu uma nova loja na cidade de Reserva do Iguaçu.


Depois de muito trabalho, em 2011 montou a quinta loja, em Bituruna.

Nunca teve sócio. As oportunidades de sociedade eram inúmeras no princípio.


Alberto diz que sua forma de pensar e agir é muito distinta da de muitas pessoas,
por isso considerava não ser viável entrar em uma sociedade.

Beto diz que além do talento e do conhecimento profundo do negócio, contou


muito com a sorte, pois muitos negócios se encaixaram de maneira inesperada.
Todo caminhou de tal maneira que Alberto conseguiu construir a empresa que tem
hoje, com 29 colaboradores e cinco lojas na região.

Para aqueles que pretendem empreender em qualquer ramo de negócio,


Alberto Fuchs Neto aconselha: Tenha conhecimento de causa. “Quando iniciei tinha
muito conhecimento do ramo de autopeças”. Manter-se atualizado e antenado com o
que acontece no mundo, principalmente no que se refere ao ramo do
empreendimento faz toda a diferença. “Se a pessoa não tiver o conhecimento do
negócio ele já começa morto”. Beto afirma que hoje, se não contar com um bom
plano gestor, não souber vírgula por vírgula do te custo, ou ter colaboradores que
sejam entusiastas, que possam fazer aquilo que o proprietário gostaria de fazer, não
adianta começar. “Quem não souber lidar com gente, não se meta em abrir
negócios”.

Considera o ramo de autopeças semelhante ao de farmácia. Se vender o


remédio errado prejudica o cliente. Se vender uma peça errada, o cliente pode ficar
na estrada. Por isso a informação e o conhecimento do colaborador é fundamental.
O cliente pode não saber exatamente o que precisa e é função de quem está
atendendo “diagnosticar” qual é a necessidade.

O empresário afirma que hoje o consumidor é diferente daquele que era


atendido no início da empresa, pois as pessoas tem muito mais conhecimento e
informações a sua disposição. O cliente que entra na loja hoje para fazer uma
pergunta já sabe da resposta.

Se tivesse a oportunidade de refazer sus história, Alberto diz que 90% de tudo
que fez, faria novamente. Os 10% seria modificados por conta das mudanças
inevitáveis que o mundo sofreu, tendo em vista as informações, a tecnologia e o
conhecimento que o mundo disponibiliza hoje e que não se tinha acesso no
passado. “Faria tudo de novo com certas mudanças que a época não permita e que
hoje são possíveis”. Beto afirma que para começar hoje, pensaria diferente em
relação à sociedade.

Com 50 anos de idade, dois filhos, sendo um formado em Engenharia


Mecatrônica e outro prestes a se formar em Odontologia e Agronomia. Irá se
aposentar em 2015, com 35 anos de contribuição, mas não pensa em parar de
trabalhar. Considera-se empreendedor nato e de sucesso, sendo que o próximo
passo, segundo ele, é retornar às origens, pois está planejando entrar no mercado
Guarapuavanos de autopeças.
REFERÊNCIAS

NETO, Alberto F. Entrevista com empreendedor local: Alberto Fuchs Neto –


Betto’s Auto Peças. [15 de maio, 2014]. Pinhão. Entrevista concedida a Joaquim
Felipe Chalegre Oliveira Santos e Francisco José Dellê.

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