Sie sind auf Seite 1von 40

REGIMES CONTRATUAIS

1) Regime Consumerista

Configuração

Sujeitos

Fornecedor (conceito + amplo que comerciante – art. 3º)

Consumidor – conceitos:

consumidor “stricto sensu” (art. 2º, caput)

consumidor indeterminado (art. 2º, § único)

coletividade que intervém em relações de consumo

interesse difuso

tutela coletiva (MP e Associações, entre outros – art. 82)

“bystander” (art. 17)

consumidor em potencial (art. 29)

Objeto

Produto (art. 3º, § 1º)

Serviço (art. 3º, § 2º)

Características

Vulnerabilidade do consumidor

Dirigismo contratual exacerbado

Lucro do fornecedor (oneroso – brindes como chamariz)

Responsabilidade objetiva (art. 12 CDC)

Solidariedade (art. 18 CDC)

Indisponibilidade dos direitos do consumidor

Legislação

CDC (Lei 8.078, de 11/09/1990)


2

Regime de Direito Civil (Comum)

Configuração

Particulares (consumidor x consumidor)

Empresários (fornecedor x fornecedor)

Características

igualdade formal das partes

disponibilidade dos direitos das partes

nem sempre oneroso (gratuito, às vezes)

não lucro

responsabilidade subjetiva

Legislação

Código Civil (e diplomas extravagantes)


3

FORMAÇÃO DOS CONTRATOS

• Fases (processo)

Tratativas ou negociações preliminares

Sondagens, puntualizações, estudos, troca de rascunhos, minutas etc.

Importância

Examinar a conveniência de contratar (Orlando Gomes)

As partes não querem se obrigar

boa-fé na formação – CC – art. 422

Buscar informações

Minuta

pontos incontroversos: puntualização

Oferta, proposta ou policitação (proponente ou policitante)

“Declaração de vontade pela qual alguém propõe a outrem a formação


de um contrato.”

REQUISITOS

completa ou definitiva

séria, com intenção inequívoca de contratar

Não é: com fins didáticos, jocosa

Convite a fazer oferta

receptícia

Oferta ao público:

reservas quanto:

estoque – tempo (Caio Mário da Silva Pereira)

b) TORNA-SE OBRIGATÓRIA (427 CC)

Exceções à obrigatoriedade
4

por força dos termos da oferta

“salvo confirmação” – “sem compromisso”

“limitada ao estoque”

natureza do contrato

Ex.: doação

circunstâncias do caso

Oferta no CDC

Disciplina mais rígida

Acepção mais ampla (Antonio Herman de V. e Benjamin)

métodos

técnicas

instrumentos

tudo para aproximar o consumidor

REGRAS – Art. 31:

(Fábio Ulhoa Coelho)

veracidade  oferta = produto

clareza  oferta inteligível (saúde)

precisão  oferta pormenorizada

ostentação  informações de fácil visualização

vernáculo  língua portuguesa

A OFERTA TORNA-SE OBRIGATÓRIA NO SENTIDO DE:

obrigar fornecedor a contratar (art. 35, I)

vender outro produto similar (art. 35, II)


5

perdas e danos (art. 35, III)

NÃO É OBRIGATÓRIA QUANDO SE ADOTAR O “PUFFING”

“melhor sabor”

“mais bonito”

maravilhoso”

Aceitação (aceitante ou oblato)

“Manifestação do destinatário da proposta que se iguala a esta quanto ao seu


conteúdo.”

bilateralidade  manifestações opostas mas convergentes

se dá a formação do contrato (consentimento)

deve aderir a todos os pontos da oferta

aceitação com modificações, tardia, adições, etc. (431 CC)

Forma da aceitação

princípio da liberdade declarativa (art. 107 CC)

expressa

“feita com palavras, escritas ou por qualquer outro meio direto e


frontal de expressão da vontade”

tácita

“comportamento destinado a outro fim, mas do qual se infere a


aceitação”

“FACTA CONCLUDENTIA”

Ofertas ao público

atos de execução

atos de apropriação ou utilização

Obs.: não há forma para rejeição da oferta

SILÊNCIO
6

Art. 111 do CC

por força de lei

Ex.: doação pura (art. 539 CC)

costumes ou práticas comerciais

convenção prévia das partes

Obs.: NÃO SÃO VÁLIDAS:

cláusulas de que o silêncio importará em aceitação

Art. 39, III – remessa de bens ao consumidor, sem pedido

Art. 39, § único – “amostra grátis”

Contrato entre presentes e ausentes

Critério para a distinção

Entre presentes

Por telefone (art. 428, I, CC)

ou “meio de comunicação semelhante”

Entre ausentes

Teoria da Expedição (art. 434 CC)

EXCEÇÕES:

Art. 434 CC, incisos:

retratação (4335 CC)

proponente se compromete esperar resposta

não chegar no prazo dado

PROPOSTA À AUSENTE SEM PRAZO (oferta ao público)

 Tempo razoável (art. 428, II, CC)

Senso jurídico do público


7

Observa-se:

distância e meios de comunicação

natureza e complexidade do contrato


8

PRINCÍPIOS CONTRATUAIS

Clássicos e Modernos

Clássicos

1) Autonomia da vontade

a) liberdade de celebração (contratar)

- Exceção: seguro obrigatório

b) liberdade de estipulação (contratual)

- Exceção: contrato de adesão

c) liberdade de escolher parceiro contratual

- Exceção: situações de monopólio (energia elétrica)

2) Força obrigatória dos contratos (pacta sunt servanda)

“lei entre as partes” – art. 1.134 CC francês

confiança na estabilidade do contrato – segurança jurídica

inalterabilidade e intangibilidade

Exceções

intervenção judiciária em nome de outro princípio

revisão de contrato (imprevisão e lesão)

3) Relatividade dos efeitos do contrato (res inter alios acta)

4) Consensualismo

Art. 107 do CC – liberdade declarativa na formação do contrato

Exceções

contratos formais
9

Modernos

1) Isonomia, igualdade ou justiça comutativa

manter equilíbrio contratual

inspira a lesão

2) Função social do contrato

interesse da sociedade: bons contratantes

CF/88 – art. 1º, IV – “valor social da livre iniciativa”

CC – “em função e nos limites da função social” (art. 421)

Tutela externa do crédito

3) “In dubio pro” aderente

art. 47 CDC – todo contrato de consumo

CC – interpretação contra “stipulatorem” (art. 423)

4) Boa-fé
distinção (subjetiva x objetiva)

funções da boa-fé objetiva

i) normativo-integrativa (art. 422 CC)

DEVERES ANEXOS:

Proteção

Esclarecimento (informação)

Lealdade

ii) Limitativa (art. 187 CC)

ABUSO DE DIREITO:

“venire contra factum proprium”


10

Ex.: garantia caduca – conserto – defesa contrária

“tu quoque”

Ex.: locador não arruma – locatário sai - cobrança

Ex.: o vendedor aceita consertar a coisa, embora

vencido o prazo de garantia, e, depois, na ação

proposta pelo comprador, alega a decadência

iii) interpretativa (art. 113 CC)


11

CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS

 Aplicação prática

 Bilaterais e Unilaterais

1) Distinção

2) “bilateral imperfeito”

3) Exemplos: compra e venda, locação etc.

a) Exceção do contrato não cumprido (476 CC)

b) resolução (474 CC)

 Onerosos e Gratuitos

1) Distinção

2) Exemplos:

- onerosos: compra e venda

- gratuitos: doação

3) Importância

a) não cabem nos gratuitos: vícios ocultos (441 CC), evicção (447 CC)

b) fraude contra credores (158 e 159 CC)

c) responsabilidade (392 CC)

• Comutativos e aleatórios

1) Distinção

2) Exemplos

a) comutativo: locação, compra e venda etc.

b) aleatório: seguro etc.


12

3) Importância

a) vícios ocultos (441 CC)

b) teoria da imprevisão/lesão

• Consensuais e formais/solenes

Distinção

Exemplos

consensuais: compra e venda de móvel

formais/solenes: compra e venda de imóvel (108 CC)

Importância

validade do contrato

• Paritários e de adesão

1) Conceito

2) De adesão:

a) condições gerais do contrato (escrito ou verbal)

b) características

- uniformidade (repetição)

- predeterminação (redação unilateral)

- rigidez (cláusulas invariáveis)

3) No CDC

Definição (art. 54)

Regras próprias:

- cláusulas que implicam limitação a direito em destaque (54, § 4º)

- inserção de cláusula manuscrita não desnatura o contrato (54, § 1º)


13

4) Importância

interpretação

- princípio in dubio pro aderente (art. 47 CDC)

- interpretação contra stipulatorem (CC – art. 423)

• Instantâneos e duradouros

Distinção

Espécies

Execução imediata

Execução diferida

Execução continuada, sucessiva ou trato sucessivo

Importância

a) teoria da imprevisão

b) resolução e resilição

• Personalíssimos ou impessoais

Distinção

Exemplos

impessoais = compra e venda

personalíssimos = doação, fiança, mandato

Importância

transmissibilidade dos impessoais

erro essencial sobre pessoa (só personalíssimos)

extinção por morte

responsabilidade no CDC (art. 14)


14

CONTRATO PRELIMINAR

• Conceito/Sinônimos

“É o contrato pelo qual uma das partes ou ambas se obrigam a, futuramente,


celebrar um contrato”

Pré-contrato - Compromisso – Antecontrato - Promessa de contrato

Pacto de “contrahendo”

• Objeto (finalidade)

Obrigação de fazer (celebrar um novo contrato, chamado definitivo)

• Modalidades

bilateral

unilateral = opção (leasing)

• Requisitos e elementos

Todos do contrato definitivo

Obs.: forma (art. 462 CC)

• Execução

1) Execução específica (464 CC) – sem direito de arrependimento

2) Perdas e danos (465 CC) – considera-se desfeito o contrato

• Manifestações legais

1) DL 58/37: art. 11, 16 e 22

2) Lei 4.591/64 (incorporações): art. 35, § 4º

3) Lei 6.766/79 (loteamento): art. 27, caput, e § 1º

4) Lei 8.955/94 (franchising): art. 3º (circular com modelo de pré-contrato)


15

ARRAS

• Conceito (417 CC)

“Quantia em dinheiro ou qualquer outra coisa que possa ser objeto de posse dada
por um dos contratantes ao outro em reforço à obrigatoriedade do contrato”

• Momento

Durante

Antes (contrato preliminar)

• Tipos de arras

Arras confirmatórias – art. 418 CC

- Se quem pagou se arrepende, perde em proveito do outro

- Se quem recebeu se arrepende, devolve em dobro

- Mais indenização suplementar (419 CC)

Arras penitenciais – art. 420 CC

- Necessidade de cláusula de arrependimento

- Eficácia idêntica às arras confirmatórias, com exceção da exigência


de indenização suplementar
16

VÍCIOS REDIBITÓRIOS (CC)

 Conceito

“Vícios ocultos que tiram a utilidade ou diminuem o valor de coisa recebida por
efeito de contrato comutativo” (ART. 441 CC)

TIRAR UTILIDADE = TORNAR IMPRÓPRIA AO USO A QUE É DESTINADA

 Requisitos

1) Contrato comutativo
Doação modal (art. 441, § único, CC)

2) Defeito oculto

3) Preexistente à tradição (art. 444 CC)

 Ações conferidas

Ações Edilícias:

1) Ação Redibitória

a) Conceito

b) Efeitos:

- Alienante não sabia: preço + despesas contrato – 441, segunda parte, CC

- Alienante sabia: preço + despesas + perdas e danos – 441, primeira parte


CC

c) Exclusão da garantia:

- Apenas quando alienante não sabe do vício – boa-fé

2) Ação Estimatória (quanti minoris)

a) Conceito (442 CC)

b) Efeitos

3) Prazos (445 CC)

a) móveis – 30 dias
b) imóveis – 1 ano
17

Formas de contagem:

• a partir da compra (vício que pode ser notado já com o início do


uso) – 445, caput, primeira parte, CC
• pela metade, se o adquirente já tinha posse anterior da coisa – 445,
caput, segunda parte, CC
• do descobrimento do vício, para aqueles que só se revelam tempo
depois da aquisição – 445, § 1º, CC

c) Não se conta durante cláusula de garantia – 446

- Dever de comunicar em 30 dias, sob pena de decadência


18

VÍCIOS DE QUALIDADE NO PRODUTO (CDC)

 Conceito (art. 18 CDC)

“Vício oculto ou aparente que torna o produto impróprio ao consumo, que lhe
diminui o valor ou que se revela na disparidade entre a informação e a realidade do
produto”

1) Espécies de vícios

a) Impróprios ao consumo (§ 6º):

- prazo de validade vencido

- produto deteriorado (sem ação humana)

- produto alterado (não para pior, mas com ação humana)

Ex.: cartucho para impressoras

- produto adulterado ou corrompido (para pior, sem dissimulação)

Ex.: combustível “batizado”

- produto falsificado (para pior, com dissimulação)

Ex.: “rolex” na praça Rui Barbosa

- produto avariado (não atende destinação mercadológica)

Ex.: geladeira que não “esfria”, televisão sem imagem etc.

- produtos perigosos e nocivos à saúde

Ex.: brinquedo com pontas perfurantes ou cortantes

Excluídos os naturalmente perigosos:

Ex.: remédios, agrotóxicos etc.

- produtos inadequados ao fim a que se destina

expectativa legítima do consumidor

b) Disparidade informativa

c) Diminuição do valor

 Direitos do Consumidor

1) Substituição das partes viciadas (18, parte final)


19

2) Não sendo sanado o vício em 30 dias (§ 1º):

a) substituição do produto

b) restituição da quantia paga, corrigida monetariamente

c) abatimento proporcional do preço

em qualquer caso – indenização (art. 6º, vi)

OPÇÃO DIRETA (§ 3º):

- substituição comprometer qualidade, características, valor

- se tratar de produto essencial

Ex.: marcapasso com defeito, chuveiro no inverso, medicamentos

 Solidariedade passiva

art. 18, caput, início

Exceção: produto in natura (se não for identificado claramente o fornecedor) – § 5º

 Ignorância do fornecedor

Não o exime de responsabilidade (art. 23)

 Vedada exclusão ou limitação de responsabilidade

Art. 23 e 24

nulidade da cláusula de exoneração – art. 51, I, CDC

 Prazos

1) bens não duráveis – 30 dias (art. 26, I)

2) bens duráveis – 90 dias (art. 26, II)

3) Vício oculto – contagem (§ 3º)

4) Reclamação obsta decadência (§ 2º, I)


20

EVICÇÃO

• Conceito

“Perda, em favor de terceiro, da propriedade, posse ou uso da coisa alienada em


contrato oneroso, porque o alienante não era legítimo titular do direito sobre ela.”

VÍCIO DE DIREITO

SUJEITOS ENVOLVIDOS (EVICTO – EVICTOR – ALIENANTE)

• Requisitos

1) Contrato oneroso

2) Perda total ou parcial

Parcial: formal (no direito) ou material (na coisa)

Evicção total ou parcial

3) Sentença

NÃO É NECESSÁRIO O DESAPOSSAMENTO

- apreensão pela autoridade policial

4) Anterioridade de direito de terceiro

 antes da tradição

• Garantia e dívida da evicção

Garantia  responsabilidade objetiva

Ação de evicção  ação de rescisão e indenização

DÍVIDA DA EVICÇÃO (art. 450 CC)

a) restituição do que foi pago

- valor atual da coisa (450, par. único)

b) indenização dos frutos pagos ao evictor

Ex.: alugueres
21

c) despesas do contrato

Ex.: taxas, emolumentos, impostos, despesas com tradição

d) prejuízos decorrentes da evicção

e) custas judiciais e honorários advocatícios

f) benfeitorias úteis e necessárias, se não foram pagas pelo evictor


(453 CC)

BOA-FÉ:

- direito indenização e retenção (art. 1219 CC)

MÁ-FÉ:

- direito indenização só das necessárias (art. 1220 CC)

• Aumento, diminuição ou exclusão da garantia

1) Aumento

- só por cláusula expressa (art. 448 CC)

Ex.: mais uma verba indenizatória – terceiro como responsável

2) Diminuição

- só por cláusula expressa (art. 448 CC)

Ex.: retirar uma das verbas

3) Exclusão

- só por cláusula expressa (art. 448 CC)

SITUAÇÕES (art. 449 cc):

a) adquirente não sabe do risco – direito à restituição do preço

b) adquirente sabe mas não assume – direito à restituição do preço

c) adquirente sabe e assume – nenhum direito

Ainda que não haja cláusula:


22

- se sabe que é de terceiro – não tem direito (art. 457 CC)

ESTIPULAÇÃO EM FAVOR DE 3º

• Conceito (art. 436 CC)

exceção à relatividade dos efeitos do contrato

• Sujeitos envolvidos

ESTIPULANTE – PROMITENTE – BENEFICIÁRIO

Com relação ao beneficiário:

- pode ser incapaz

- não se requer seu consentimento

- pode recusar

- identificado ou identificável

• Relações entre ESTIPULANTE – PROMITENTE

a) partes

b) promitente deve ao estipulante (436 CC)

c) estipulante pode substituir 3º, sem anuência do promitente (438 CC)

• Relações entre PROMITENTE – BENEFICIÁRIO (3º)

FASE DE EXECUÇÃO

- beneficiário pode exigir (436, par. único, CC)

• Relações entre ESTIPULANTE – BENEFICIÁRIO (3º)

a) beneficiário não pode exigir do estipulante

b) sujeita-se aos termos do contrato, se exigir o cumprimento (436, § ú.)

c) beneficiário pode ser substituído (reserva deste direito – 438, caput, CC)

d) estipulante não pode exonerar o promitente (437 CC)


23

• Figuras assemelhadas

1) Contrato em que se obriga a prestar fato de 3º (art. 439 CC)

2) Contrato com pessoa a declarar (467 CC)

- Indicação em 5 dias, salvo outro prazo no contrato (art. 467)

- Aceitação do 3º (mesma forma) – art. 467, § ú.

- Efeito ex tunc (art. 468)

- Eficaz apenas com relação às partes:

faltar indicação

recusar-se o indicado

nomeado insolvente e a outra parte não sabia


24

REVISÃO DO CONTRATO

• Introdução

JUSTIÇA CONTRATUAL

PERÍODOS PÓS-GUERRA

• Teoria da imprevisão (Resolução por onerosidade excessiva – 478 CC)

contrato comutativo  “rebus sic standibus”

1) Requisitos

a) contrato comutativo

b) execução diferida ou continuada

c) fato extraordinário e imprevisível

Obs.: inflação não é fato imprevisível

d) onerosidade excessiva

- Dá ensejo à resolução a pedido de devedor (art. 478)

- Evita a resolução  querendo o réu modificar (art. 479)

- Pode o prejudicado, alternativamente, pedir a revisão apenas


(317 CC)

REGIME CONSUMO

- Art. 6º, V, 2ª parte, CDC


- Não exige a imprevisibilidade do fato

• Lesão (157 CC)

1) Conceito

“É a exagerada desproporção de valor entre as prestações de um contrato


bilateral, concomitante à sua formação, resultado do aproveitamento, por
parte do contratante beneficiado, de uma situação de inferioridade em que
então se encontrava o prejudicado.”

ANELISE BECKER (Teoria Geral da Lesão nos Contratos)


25

2) Requisitos

a) contrato comutativo

Exceção: aleatorio  quando o risco é desequilibrado

b) desproporção exagerada das vantagens patrimoniais

c) desproporção contemporânea à formação do contrato

d) situação de inferioridade (vulnerabilidade)

- inexperiência

“falta de habilidade ou de conhecimentos hábeis a identificar


os efeitos do ato de contratar”

- leviandade

“falta de diligência e de atenção com relação às


conseqüências que o ato de contratar poderá trazer”

- necessidade

“impossibilidade de evitar a contratação”

e) aproveitamento da situação de inferioridade

- presunção “juris tantum” decorrente da situação de inferioridade

3) Efeitos

- Anulabilidade da cláusula que abriga a lesão, a pedido do interessado


(art. 171, II, CC)

- Redução (REVISÃO, por proposta do favorecido para evitar ação


anulatória – 157, § 2º)

• Estado de perigo (156 CC)

a) Contrair obrigação excessivamente onerosa


b) Para salvar a si ou qualquer pessoa da sua família
a. INCONSTITUCIONALIDADE (art. 3º, I, CF/88)
c) Grave dano à saúde (ainda que putativo)
d) Dolo de aproveitamento
26

• Anulabilidade (171, II, CC)


• Enriquecimento ilícito (884 CC): IMPÕE PAGAMENTO DO VALOR
JUSTO

EXCEÇÃO DO CONTRATO NÃO CUMPRIDO

• Modalidades

1) Exceção do contrato não cumprido

(exceptio non adimplenti contractus)

“Recusa de uma das partes em adimplir, se não era ela obrigada a


primeiramente fazê-lo, até que a outra parte efetue sua prestação.”

Art. 476 CC

2) Exceção do contrato cumprido insatisfatoriamente

(exceptio non adimplenti rite contractus)

“Recusa de uma das partes em adimplir, no caso da outra ter cumprido sua
prestação insatisfatoriamente.”

Insatisfação na quantidade ou na qualidade

Art. 476 CC (implicitamente)

OBJETIVO DILATÓRIO

Pressupostos para aplicação

a) Contratos bilaterais

b) Possibilidade de cumprimento da obrigação

c) Incumprimento substancial

d) Boa-fé

Não está de boa-fé o contratante quando:

- funda-se em prestação secundária

- se aquele que se beneficia deu ensejo ao inadimplemento do outro

3) Exceção por inseguridade (Pontes de Miranda)


27

“É a exceção invocada pela parte que, devendo prestar por primeiro, tem receio
de que a outra parte não efetue a prestação que lhe toca.”

Art. 477 CC

Exige-se da outra parte (à sua escolha):

a) cumprimento antecipado

b) prestação de caução
28

EXTINÇÃO DOS CONTRATOS

• Quitação (pagamento)

Adimplemento:

Satisfativos

- as partes recebem a prestação estipulada no contrato

- pagamento com sub-rogação

- pagamento em consignação

- dação em pagamento

- compensação

- confusão

Não satisfativos

Liberam o devedor sem que o credor receba a prestação

- novação

- remissão ou perdão da dívida

- prescrição

- impossibilidade superveniente (força maior ou caso fortuito)

• Revogação

Retirar a voz (manifestação de vontade) do suporte fático

Ex.: doação (ingratidão: 555 e 557 CC) – mandato (682, I, CC)

só por força de lei

• Distrato

Novo consenso para desfazer o contrato (mútuo acordo)

Forma (art. 472 CC) – princípio da simetria da forma (Pontes de Miranda)

Regula o modo da extinção


29

• Denúncia

“Declaração receptícia de vontade pela qual um dos contratantes põe fim (ponto
final) às relações contratuais por tempo indeterminado.”

resilição unilateral (art. 473):

- permissão expressa ou implícita da lei

- sem efeito em caso de investimentos consideráveis (§ ú.)

Denúncia “cheia” X Denúncia “vazia” (Lei do Inquilinato – 8.245/91)

VAZIA  art. 6º L.I.

CHEIA  art. 47, III, L.I., uso próprio

• Morte

Só nos personalíssimos

Herdeiros – força do quinhão (1.997 CC)

• Rescisão

“Modo de extinção do contrato pelo qual se efetua uma abertura neste, ante defeito
anterior à contratação.”

- desfazer

- cortar

- cindir

FATO ANTERIOR

Ex.: evicção – vício redibitório

Não se usa para inadimplemento

• Anulação e Decretação de Nulidade

Extinção por vício de invalidade

1) Nulidade

- vício que inibe qualquer efeito jurídico, desde a formação do contrato


30

- só efeitos práticos

- conhecido de ofício pelo juiz e MP (art. 168 CC)

- insanáveis (169, CC)

art. 170 – conservação dos atos jurídicos (contratos)

se, embora nulo, for válido quanto a outro tipo de contrato

Ex.: contrato de doação sem forma  mútuo/comodato

CAUSAS DE NULIDADE (166 CC):

2) Anulabilidade

- vício que inibe efeitos jurídicos a partir do decreto judicial

- só os interessados podem alegar (172 CC)

- suprimento expresso (173 CC) ou tácito (cumprimento – art. 174 CC)

CAUSAS DE ANULABILIDADE (171 CC)

• Arrependimento

“Direito de uma ou ambas as partes se arrepender da conclusão do contrato,


emitindo, para tanto, declaração neste sentido.”

só por força de lei ou da vontade das partes


1) Por força de lei:

a) art. 420 CC

b) arrependimento no CDC (art. 49):

- 7 dias: assinatura contrato ou recebimento do produto

2) Por força de cláusula contratual

O CDC veda este direito exclusivamente ao fornecedor (art. 51, XI)

• Resolução

“Modo de extinção do contrato que o dissolve por força do inadimplemento ou


impossibilidade das prestações.”
31

INADIMPLEMENTO  inexecução imputável ao devedor

IMPOSSIBILIDADE  inexecução não imputável

a) Por força de lei:

Impossibilidade

Ex.: perda da coisa sem culpa do devedor

Inadimplemento

- cláusula resolutiva tática: depende de interpelação (art. 474 CC)

b) Por força da vontade das partes:

Inadimplemento

- cláusula resolutiva expressa (474 CC)

- opera de pleno direito

DIFERENÇA: RESOLUÇÃO X RESILIÇÃO

Resolução por inadimplemento1

2) Teoria fundante – “EQÜIDADE”

“Visa evitar a situação iníqüa ou injusta que representaria o percebimento de


certa utilidade sem sua contrapartida, ou de manter vinculado o parceiro fiel
àquele que se revelou inadimplente.”

3) Conceito

“Consiste no desfazimento da relação contratual, por decorrência de evento


superveniente, ou seja, do inadimplemento imputável, e busca a volta ao
‘status quo’.”

4) Opção do contratante lesado

- resolução ou cumprimento (art. 475 CC)

5) Inadimplemento

a) absoluto

1
Resolução do contrato por inadimplemento – ARAKEN DE ASSIS – RT
32

- a prestação é irrecuperável e o descumprimento irreversível

Ex.: mágico para animar aniversário chega um dia depois

- confere direito à resolução ou cumprimento

- sendo tácita a cláusula não se requer interpelação (inutilidade)

b) relativo (mora)

- é possível ainda o cumprimento

- cabe resolução apenas se:

i) inútil a prestação ao credor (inadimplemento absoluto)

ii) cláusula resolutiva expressa neste sentido

iii) não atendendo, o devedor, à interpelação (cláusula tácita)

c) descumprimento de dever acessório

- quando está intimamente ligado ao dever principal

Ex.: dever de dar ciência da sublocação (art. 13, caput, Lei do


Inquilinato – L..I.)

sanção: resilição – art. 9º, II, L.I.

6) Efeitos da resolução

a) volta das partes ao “status quo”

- ou indenização do equivalente

b) liberação dos contratantes

- quebra-se a força obrigatória do contrato

c) restituição

- relação jurídica de liqüidação

- não se requer pedido próprio (é puro efeito)

- não se produz em caso de resilição

- tem que se operar de imediato


33

- tem que ser simultânea

Ambos os contratantes restituem ao mesmo tempo

- restituição no caso de:

i) perda ou deterioração da coisa

- restitui-se o equivalente (182 CC)

ii) restituição de dinheiro

- correção monetária

- vedada cláusula de dacaimento (art. 53 do CDC)


34

RESPONSABILIDADE PRÉ-CONTRATUAL

1) Introdução

visão geral da responsabilidade civil

tratativas  interrogações, exposição de necessidades etc.

dever de informar  obter informação

2) Conceito

“Responsabilidade daquele que, contra a boa-fé, rompe injustificadamente as


tratativas, gerando danos à outra parte.”

3) Requisitos

a) Consentimento às negociações

- anuência expressa ou tácita para as tratativas

b) Forte expectativa de contratação

- por ação ou omissão

c) Ruptura injustificada

abandono das negociações quando:

- estão em aberto

- haja acordo com relação a alguns pontos

rupturas justificadas:

- sobrevêm circunstâncias alheias

- buscar melhores condições (informar)

d) Contrária à boa-fé – art. 422

- falsear a realidade, mediante dissimulação da verdade

- silenciar a existência de causa de invalidade

- prolongar tratativas e depois contratar com terceiro

- revogar proposta durante seu prazo de obrigatoriedade


35

- iniciar tratativas sem espírito de seriedade

e) Dano

- pressuposto central da responsabilidade civil

- patrimonial  oportunidades perdidas

- moral  abalo na saúde (física, psíquica etc.)

Caso “paradigmático”

caso dos “tomates”

Ap. Cível 591.028.295 (TJRS – 5ª C.Cív.) – 6.6.91


36

RESPONSABILIDADE CONTRATUAL

1) Conceito (389 CC)

“Responsabilidade de pagar perdas e danos derivados da execução tardia,


defeituosa ou da inexecução de dever contratual por força de culpa do
devedor”

2) Requisitos

a) descumprimento de dever contratual (389 CC)

- inexecução (não cumprir – 389 CC)

- execução defeituosa (não cumprir no forma e lugar – 394 CC )

- execução tardia (não cumprir no tempo – 394 CC)

b) dano

- material (art. 402 CC):

danos emergentes  diminuição do patrimônio

Ex.: inquilino “destrói” imóvel locado

lucros cessantes  deixou de entrar ao patrimônio

OBS.: relação causal hipotética (LARENZ)

Ex.: dono de obra deixa de locá-la porque não foi ela acabada

- moral

Puro (direitos personalíssimos – intranqüilidade)

Ex.: pessoa tem bagagem extraviada no exterior

Estético

A perda da chance

c) fator de atribuição de responsabilidade

responsabilidade subjetiva

CULPA STRICTO SENSU

- imprudência
37

“ação que não observa dever de diligência e cuidado, indo de


encontro a situação que exigia abstenção.”

Ex.: transportador que causa acidente, lesando passageiro

- negligência

“omissão ao invés de ação que se impunha na situação por


força de dever de cuidado e diligência.”

Ex.: locador que deixa de consertar imóvel para inquilino

- imperícia

“ação ou omissão que violam os preceitos técnicos de


determinado ofício ou profissão.”

Ex.: médico que não toma cuidados de assepsia

OBS.: viola-se, aqui, a LEX ARTIS

DOLO

- vontade de produzir dano (equiparado à culpa grave)

Ex.: mecânico emprega peças usadas p/ lucrar

OBRIGAÇÕES DE RESULTADO

cirurgia plástica estética

transporte de pessoas (dever de garantia)

INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA DA CULPA

responsabilidade objetiva

CDC – VÍCIOS POR INSEGURANÇA (art. 12)

- causam danos à integridade psíco-física do consumidor

- defeitos decorrentes de:

projeto – fabricação – construção – montagem

fórmulas – manipulação – apresentação


38

acondicionamento – informações insuficientes

- responsáveis

real  fabricante, construtor, produtor, montador

presumido  importador (presunção absoluta)

aparente  comerciante.

NÃO RESPONDE QUANDO (art. 13):

- não identifica fabricante, construtor, montador etc.

- faltam indicações claras do fabricante

- má acondicionamento produtos perecíveis

- causas excludentes (art. 13, § 3º)

- não colocou produto no mercado

- defeito inexiste

- culpa exclusiva do consumidor ou terceiro


- melhor qualidade devido à avanço (art. 12, § 2º)

- não exoneram riscos do desenvolvimento

Ex.: hoje é possível constatar-se um vício por insegurança

d) nexo de causalidade

- causa adequada (art. 403 CC)

“efeito direto e imediato da inexecução”

Ex.: inundação por chuva de uma oficina (força maior)


39

RESPONSABILIDADE PÓS-CONTRATUAL

1) Contrato como relação complexa

- dever primário, secundários (acessórios), anexos

2) Deveres anexos (boa-fé)

3) Pós-eficácia das obrigações

a) Distinções:

i) pós-eficácia aparente

“Quando a lei associe, de modo expresso, certos deveres à


extinção do contrato ou da obrigação.”

Ex.1: art. 10, § 1º CDC  “recall”

Ex.2: art. 32  manter peças depois de cessada fabricação

ii) pós-eficácia virtual

“Quando a lei impõe deveres que, por natureza, só possam ser


cumpridos depois de extinto o contrato.”

Ex.: advogado devolver documentos ao cliente

iii) pós-eficácia continuada

“Quando continuam vigentes deveres secundários.”

Ex.1: venda de banco com reserva de não concorrer

Ex.2: dever de garantia

iv) pós-eficácia stricto sensu

“Eficácia ulterior dos deveres anexos derivados da boa-fé, depois


da extinção do contrato pelo adimplemento

4) Conceito (responsabilidade pós-contratual)

“Responsabilidade gerada pela violação de um dever anexo pós-eficaz (stricto


sensu)”

5) Requisitos

a) Extinção pelo adimplemento


40

b) Ação em si lícita, mas que viola dever anexo

c) Dano

d) Fator de atribuição de responsabilidade

- aquele a que se ligava o contrato extinto

- inversão do ônus da prova (íntima ligação com o contrato

e) Nexo de causalidade

- causa adequada

EXCLUDENTE: força maior

6) Caso “paradigmático”

Ap. Civ. 588.042.580 – 5ª C.Cível – Ruy Rosado de Aguiar Jr (16.8.88)

7) Exemplos

a) venda de propriedade com apelo à sua vista – construção posterior

b) venda de produtos com apelo à novidade – venda a concorrente

Das könnte Ihnen auch gefallen