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Universidade de São Paulo  

FAU USP - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo  


Departamento de História e Estética do Projeto 
AUH0156 - História e Teorias da Arquitetura IV 
Profs. Hugo Segawa Mônica Junqueira  
 
Caroline Afonso Manolio - Nº USP 10313936 
2º Semestre de 2019 
 
 
FICHAMENTO  
 
Tema:​ Tadao Ando 
 
Texto selecionado 1​: FRAMPTON, Kenneth.​ ​Ando at the Millennium.​ In: ANDO, 
Tadao. Tadao Ando: light and water. Nova Iorque: Birkhauser Basel, 2003. p. 6-17.  
 
Texto selecionado 2​: TAKI, KOJI. ​Minimalism or Monotonality?​. In: FRAMPTON, K. 
(Org.). Tadao Ando: Buildings Projects Writings. Nova Iorque: Rizzoli, 1984. p. 11-23.  
 
 
1. Texto 1:​ Ando at the millennium 
 
O  texto  em  questão  é  a  introdução  feita  por  Kenneth  Frampton  ao  livro  “Tadao 
Ando:  light  and  water”,  escrito  pelo  próprio  arquiteto,  e  conduz  o  leitor,  como 
prenuncia  o  seu  título,  nas  simbologias  e  na linguagem determinada pelo uso de 
materiais na obra de Ando: concreto, água, vidro e madeira. 
O  texto  se  estrutura  da  seguinte  maneira:  inicialmente  Frampton  dá  um 
panorama  geral  sobre  a  obra  de  Ando  e  o  seu  material  principal  -  o  concreto  - e 
depois,  faz  um  percurso  através  da  produção  do  arquiteto,  focando-se,  vez  ou 
outra, na expressão de um ou outro material em especial. 
O  concreto,  sendo  o  principal  material  da  obra  de  Ando,  é  o assunto sobre o qual 
Frampton  discorre  mais.  Apesar  de  uma  parede  de  concreto  reforçada  ser  uma 
das  coisas  mais  materialistas  que  possa  haver  na  construção  de  um  edifício, 
Frampton,  na  obra  de  Ando  vê-o  como  um  elemento  que  em  certas  condições é 
suscetível à desmaterialização através do impacto da luz.  
É  dessa  desmaterialização  do  concreto  que  Ando  se  aproveita  para  criar  uma 
linguagem  que  se  perpetua  ao  longo  da  sua  produção:  ora  o  concreto  é 
transformado  em  uma  superfície  ilusória  através  da  ação  da  luz  do  sol,  ora  a 
irregularidade  do  concreto  moldado  faz  com que a parede pareça um tecido leve 
contra  um  plano  invisível.  Na  maioria  das  obras,  vê-se  que  Ando  provoca,  a partir 
do  uso  do  concreto,  a  passagem  da  materialidade  para  a  imaterialidade  de 
acordo  com  o  movimento  do  sol,  aproveitando-se  também  da responsividade do 
concreto ao ar e à água. 
Quanto  à  análise  da  água  na  obra  de  Ando,  Frampton  vê-a  como  um  elemento 
autoconsciente,  que,  assim  como  o  concreto,  dependendo  do  horário  do  dia, 
mostra-se  com  qualidades  totalmente  diferentes: por vezes reluz como um plano 
uniforme,  em  outros  casos,  como  aço  polido.  Além  da  água,  Frampton  analisa 
também  a  relação  da  água  com  outros  elementos  relacionados  à  natureza  e  às 
condições climáticas: a brisa, chuva, geada, neve, cujos efeitos são desprezados na 
maior parte do que se produz na arquitetura. 
Em  suma,  a  obra  de  Ando  tem  como  aspecto  principal  a  transformação:  o 
paradoxo  essencial  da  sua  arquitetura  é a desmaterialização da forma através da 
passagem do tempo.  
A  preocupação  com  enfatizar  o  sentido  da  passagem  do  tempo  e  criar 
composições  em  que  a  sensação  de  transitoriedade  e  passagem  do  tempo  é 
parte  da  experiência  espacial  mostra  a  sua  crença  de  que  a  convicção  da 
contingência  da  existência  é  revelada  através  da  presença  da  natureza; ou seja: a 
preocupação  com  a  relação  entre  arquitetura  e  natureza  leva  inevitavelmente 
para a preocupação com o contexto temporal da arquitetura.  
 
 
2. Texto 2: Minimalism or monotonality? 
 
O  texto  de  Koji  Taki  procura,  num  exercício  de  síntese,  discorrer  sobre  as 
principais características de linguagem da obra de Tadao Ando. 
Para ele, os aspectos que são constantes na produção do arquiteto são: 
 
➔ Internalização  do  exterior​:  para  Taki,  a  obra  de  Ando  gira  ao  redor  de  uma 
variação  de  um  único  esquema  básico  de  articulação,  que  sempre  inclui 
um  espaço  aberto  e  um  método  característico  de  articular  o  território  do 
sítio,  em  todos  os  trabalhos,  independente  da  escala  ou  ambiente.  A 
concepção  de  "espaço  aberto"  de  Ando  é  tomada  como  um  resultado  da 
consideração da arquitetura como tudo o que está incluído no site.  
➔ Legendária  harmonia  entre  cultura  japonesa  e  natureza​:  para  o  autor, 
Ando  não  tenta  atingir  uma  tradução  iconográfica, mas interessa-se numa 
tradução  tipológica.  Muitas  vezes,  pode-se estabelecer paralelos entre seus 
edifícios  e  antigos  japoneses  artesãos  em  termos  de  técnicas  e  normas  de 
estilo.  O  processo  de  arquitetura  de  Ando  faz  uso  do  senso  cultural  de 
espaço  pelo  qual  os  japoneses  inconscientemente  identificam-se  como 
parte da sociedade e também do ambiente.  
➔ Articulação  do  território:  um  aspecto  que  mostra-se  constante  ao  longo 
das obras é a qualidade de articulação do espaço 
➔ Retórica  e  vocabulário  restrito:  ​para  Taki,  a  simplicidade  na  obra  de  Ando 
mostra  a  presença  da  complexidade  latente.  Para  ele,  o  fato  de  Ando  ser 
chamado  de  minimalista  é  não  é  corretamente  empregado.  O  título 
deveria  se  referir  sobretudo  ao  seu  vocabulário  arquitetural  restrito,  à 
pequena  variedade  de  formas  e  o  número  limitado  de  materiais  que  ele 
usa e à sua estrutura sintática única.  
➔ “Architecturalization  of  territory”​: segundo Taki, os papéis principais na sua 
“arquiteturalização”  do  lugar  é  estabelecido  pela  "moldura"/"armação" 
composta  por  colunas  e  vigas  de  espessura  uniforme  e  as  paredes  que 
preparam  o  sítio  inteiro/o  chão  para  a  geração  do  espaço  e  da arquitetura. 
Através  da  uniformidade  da  estrutura,  o  lugar  é  tirada  do aleatoriedade da 
ordem  de  sua  realidade  e  a  estrutura  prepara  o lugar a partir do momento 
que introduz a ele uma ordem.  Em  resumo,  é  o diálogo entre a armação e 
a parede que estabelece a presença de Ando na arquitetura. 
 
Taki  por  diversas  vezes  contrapõe  Tadao  Ando  aos  arquitetos  da  época  em 
questão  -  final  do  século XX. Para ele, Ando está mais próximo da arquitetura e da 
construção  em  si  do  que  os  outros  arquitetos;  principalmente  pelo  fato  de  que  o 
segundo  grupo  estaria  mais  ligado à decoração superfícial, enquanto Ando exibia 
um  status  de  ​master  carpenter,  builder  e  estaria,  sobretudo  preocupado  com  a 
correlação  viver  e  construir,  que  deveria  ser  uma  questão  que  deveria  ser 
fundamental, mas estaria perdida. 
A  arquitetura  e  a  cidade  contemporânea,  para  o  autor,  estariam  se  movimento 
em  direções  contraditórias,  e,  mesmo  que  os  arquitetos  se  mostrassem 
conscientes  com  essa  questão,  não  eram  capazes  de  evitar  a 
“sobreintelectualiazão”  dos  seus  projetos:  alguns  absurdos  atuais  resultaram 
justamente  pelo  fato  de  se  levar  uma  abordagem  complicada de solução para os 
problemas de projetos. 
Em  suma,  Ando  se  distanciava  do  status  quo  da  cidade  e  da  arquitetura  por  não 
seguir  a  linha  contraditória  da  civilização  que  se  tornou  alienada  dos  valores 
humanos em relação ao tempo e espaço. 
 
 
3. Relações entre os dois textos 
 
Enquanto o primeiro texto, de Frampton, foca-se em questões de caráter abstrato 
e  espiritual  a  partir  da  materialidade  dos  edifícios  da  obra  de  Ando,  o  segundo 
texto  procura  teorizar  a  sintaxe  da  obra  do  arquiteto  a  partir  das  relações  com  a 
cidade  contemporânea  (em  verdade,  a  cidade  do  final  do  século  XX)  e  as 
simbologias  referentes  ao  sítio  do  edifício  e  à  concepção  de  “casa”  do  arquiteto, 
focando-se,  evidentemente,  na  análise  de  casas,  ao  contrário  do  primeiro  texto, 
que centra-se na análise de edifícios religiosos e outras construções institucionais.  
O  segundo  texto,  ao  contrário  do  primeiro,  busca  situar  a  obra  de  Ando  num 
contexto  mais geral de arquitetura: compara-o com o pensamento dos arquitetos 
atuais  na  época  em  questão,  com  a  situação  da  cidade  contemporânea  e  com  a 
produção  acadêmica  também  da  época  em  questão,  fazendo  paralelos  com 
teóricos  de  arquitetura  e  urbanismo.  Fato  curioso  pois  é  o  contrário  do  que  os 
títulos  dão  a  entender:  “Ando  at  the  millenium”  parece  querer  situar  o  arquiteto 
no  milênio,  mas  mostra-se  um  texto  totalmente voltado para a obra do arquiteto, 
enquanto  “Minimalism or Monotonality” parece tratar-se de aspectos unicamente 
de  aspectos  estilo,  linguagem  e  identidade  do  arquiteto,  mas  volta-se  para  um 
contexto mais geral, o da cidade. 
 
 
 

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