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PAPA HIGHIRTE

ODUVALDO VIANNA FILHO


Yan Mich
Michal alski
ski nasceu na Polônia em 1932; está no Brasil desde 1948, e é
brasileiro naturalizado desde 1956 !ormado em "ire#$o %eatral &ela !unda#$o Brasileira
de %eatro, trabal'ou durante al(uns anos como ator e diretor, antes de assumir, em 1963, a
coluna teatral do Jornal do Brasil, )ue continuou assinando até 1982, )uando &assou a
colaborar com o mesmo *ornal como re&+rter es&ecializado "e 19- a 1982 .oi Pro.essor 
 /ssistente do 0entro de /rtes da niio, e atualmente é 0oordenador dos 0ursos da 0/
 — 0asa das /rtes de aran*eiras %em numerosos ensaios &ublicados em reistas nacionais
e estran(eiras, e é autor do liro O Palco Amordaçado (  /enir  /enir ditora, 199 ) , , trabal'o
com o )ual (an'ou, em 198, o 0oncurso 7acional de ono(ra.ias do eri#o 7acional de
%eatro
0oordenou o &ro*eto editorial de di#:es uro )ue &retendia &ublicar a obra
com&leta de dualdo <ianna !il'o, mas lan#ou a&enas o &rimeiro olume da cole#$o
 =nte(rou tr>s comiss:es *ul(adoras )ue atribu?ram o &rimeiro lu(ar a te@tos de dualdo
<ian
anna
na !il'o
!il'oAA Pr>m
Pr>mio io 0o
0oro
roaa de %eatro
atro,, &ara A Long
&ara Longaa No
Noit
itee de Cris
Crista
tal,
l, e 0oncurso
 7acional de "ramatur(ia do 7%, &ara Papa Highirte e &ara asga Coraç!o"
uando o ent$o *oem dramatur(o Cor(e /ndrade, &or ocasi$o de uma ia(em de
estudos D /mérica do 7orte, entreistouse com /rt'ur iller e &ediul'e consel'os &ara o
 .uturo da sua carreira, ouiu do consa(rado autor norteamericano mais ou menos a
 se(uinte res&ostaA E<olte
E<olte ao seu &a?s, obsere como o seu &oo ie, como (ostaria de
ier, e escrea sobre a di.eren#aF
 sta mesma receita &arece constituir um dos &oss?eis denominadores
denomi nadores comuns
entre as tr>s &e#as de dualdo <ianna <ianna !il'o reunidas
reunidas neste olume s &rota(onist
&rota(onistas as de
Papa Highirte, de asga Coraç!o e de M!o na L#$a, embora muito di.erentes entre si, s$o
todos altamente re&resentatios da &o&ula#$o brasileira, entre outras coisas &recisamente
na medida em )ue e@iste uma drástica discre&Gncia entre, &or um lado, o )ue eles
 (ostariam de sers er e como (ostariam
(ostar iam de ier e, &or outro, o )ue eles de .ato s$o e como eles
de .ato iem; e é *ustamente sobre esta di.eren#a, mais talez do )ue sobre )ual)uer outro
as&ecto
as&ecto das suas e@ist>ncias
e@ist>ncias e das circunstGncias
circunstGncias )ue as enolem,
enolem, )ue <ianin'a
<ianin'a escree,
escree,
com dolorida com&reens$o e com&ai@$o 'umana, )ue n$o e@clui uma lHcida e &or ezes
im&iedosa análise das suas contradi#:es
0ada um destes multi.acetados &ersona(ens tem na cabe#a um &ro*eto de ida
claramente de.inido, embora &ro.undamente sub*etio, &ois moido a %ish&#l thinking — 
ou se*a, dissociado da ca&acidade real de cada um de colocálo em &rática Cuan aria
Iuzam+n Ji('irte &retende .icar na 'ist+ria como uma es&écie de IetHlio <ar(as de
um pai'inho dos po(res &reocu&ado
 /l'ambra, um pai'inho po(res &reocu&ado com o bemestar do &oo, e res&onsáel
res&onsáel &or 
uma série de leis )ue ten'am contribu?do &ara mel'orar as suas condi#:es de ida eu
anta(
anta(oni
onista
sta,, aria
aria,, )ue ria ( ainda
)ueria ainda )ue com al(umas retic>ncias )   )  &artici&ar de uma
reolu#$o )ue derrubasse o (oerno tirGnico e introduzisse em /l'ambra a *usti#a social
 an(uari Pistol$o, o her)i an*nimo de asga Coraç!o, dedicou (rande &arte de sua ida D
 &ol?tica — uma 'umilde &ol?tica ao alcance dos 'er+is anônimos —,
 &ol?tica — anônimos —, no em&en'o de a*udar 
o Brasil atraés da sua modesta contribui#$o indiidual, a tornarse um Pa?s mel'or, mais
consciente dos seus &roblemas, mais a&to a resol>los eu .il'o e anta(onista, uca,
irmanase com ele em ob*etios semel'antes, mas atraés de camin'os com&letamente
di.erentes as trans.orma#:es )ue ele alme*a n$o se colocam no terreno da &ol?tica, e sim
no de uma re.orma de costumes, da ética, da is$o e@istencial, da erradica#$o da maneira
de er as coisas,
coisas, caracter?stica &rota(onista de M!o na
caracter?stica de (era#$o .alida dos seus &ais  &rota(onista
L#$a, ao lon(o da &e#a re.erido a&enas como +le ( mas mas no .inal identi.icado
identi.icado &elo seu nome
 &r+&rio, Hcio Paulo !reitas ) , , &retende .irmarse como intelectual contestador, atraés de


Yan Mich
Michal alski
ski nasceu na Polônia em 1932; está no Brasil desde 1948, e é
brasileiro naturalizado desde 1956 !ormado em "ire#$o %eatral &ela !unda#$o Brasileira
de %eatro, trabal'ou durante al(uns anos como ator e diretor, antes de assumir, em 1963, a
coluna teatral do Jornal do Brasil, )ue continuou assinando até 1982, )uando &assou a
colaborar com o mesmo *ornal como re&+rter es&ecializado "e 19- a 1982 .oi Pro.essor 
 /ssistente do 0entro de /rtes da niio, e atualmente é 0oordenador dos 0ursos da 0/
 — 0asa das /rtes de aran*eiras %em numerosos ensaios &ublicados em reistas nacionais
e estran(eiras, e é autor do liro O Palco Amordaçado (  /enir  /enir ditora, 199 ) , , trabal'o
com o )ual (an'ou, em 198, o 0oncurso 7acional de ono(ra.ias do eri#o 7acional de
%eatro
0oordenou o &ro*eto editorial de di#:es uro )ue &retendia &ublicar a obra
com&leta de dualdo <ianna !il'o, mas lan#ou a&enas o &rimeiro olume da cole#$o
 =nte(rou tr>s comiss:es *ul(adoras )ue atribu?ram o &rimeiro lu(ar a te@tos de dualdo
<ian
anna
na !il'o
!il'oAA Pr>m
Pr>mio io 0o
0oro
roaa de %eatro
atro,, &ara A Long
&ara Longaa No
Noit
itee de Cris
Crista
tal,
l, e 0oncurso
 7acional de "ramatur(ia do 7%, &ara Papa Highirte e &ara asga Coraç!o"
uando o ent$o *oem dramatur(o Cor(e /ndrade, &or ocasi$o de uma ia(em de
estudos D /mérica do 7orte, entreistouse com /rt'ur iller e &ediul'e consel'os &ara o
 .uturo da sua carreira, ouiu do consa(rado autor norteamericano mais ou menos a
 se(uinte res&ostaA E<olte
E<olte ao seu &a?s, obsere como o seu &oo ie, como (ostaria de
ier, e escrea sobre a di.eren#aF
 sta mesma receita &arece constituir um dos &oss?eis denominadores
denomi nadores comuns
entre as tr>s &e#as de dualdo <ianna <ianna !il'o reunidas
reunidas neste olume s &rota(onist
&rota(onistas as de
Papa Highirte, de asga Coraç!o e de M!o na L#$a, embora muito di.erentes entre si, s$o
todos altamente re&resentatios da &o&ula#$o brasileira, entre outras coisas &recisamente
na medida em )ue e@iste uma drástica discre&Gncia entre, &or um lado, o )ue eles
 (ostariam de sers er e como (ostariam
(ostar iam de ier e, &or outro, o )ue eles de .ato s$o e como eles
de .ato iem; e é *ustamente sobre esta di.eren#a, mais talez do )ue sobre )ual)uer outro
as&ecto
as&ecto das suas e@ist>ncias
e@ist>ncias e das circunstGncias
circunstGncias )ue as enolem,
enolem, )ue <ianin'a
<ianin'a escree,
escree,
com dolorida com&reens$o e com&ai@$o 'umana, )ue n$o e@clui uma lHcida e &or ezes
im&iedosa análise das suas contradi#:es
0ada um destes multi.acetados &ersona(ens tem na cabe#a um &ro*eto de ida
claramente de.inido, embora &ro.undamente sub*etio, &ois moido a %ish&#l thinking — 
ou se*a, dissociado da ca&acidade real de cada um de colocálo em &rática Cuan aria
Iuzam+n Ji('irte &retende .icar na 'ist+ria como uma es&écie de IetHlio <ar(as de
um pai'inho dos po(res &reocu&ado
 /l'ambra, um pai'inho po(res &reocu&ado com o bemestar do &oo, e res&onsáel
res&onsáel &or 
uma série de leis )ue ten'am contribu?do &ara mel'orar as suas condi#:es de ida eu
anta(
anta(oni
onista
sta,, aria
aria,, )ue ria ( ainda
)ueria ainda )ue com al(umas retic>ncias )   )  &artici&ar de uma
reolu#$o )ue derrubasse o (oerno tirGnico e introduzisse em /l'ambra a *usti#a social
 an(uari Pistol$o, o her)i an*nimo de asga Coraç!o, dedicou (rande &arte de sua ida D
 &ol?tica — uma 'umilde &ol?tica ao alcance dos 'er+is anônimos —,
 &ol?tica — anônimos —, no em&en'o de a*udar 
o Brasil atraés da sua modesta contribui#$o indiidual, a tornarse um Pa?s mel'or, mais
consciente dos seus &roblemas, mais a&to a resol>los eu .il'o e anta(onista, uca,
irmanase com ele em ob*etios semel'antes, mas atraés de camin'os com&letamente
di.erentes as trans.orma#:es )ue ele alme*a n$o se colocam no terreno da &ol?tica, e sim
no de uma re.orma de costumes, da ética, da is$o e@istencial, da erradica#$o da maneira
de er as coisas,
coisas, caracter?stica &rota(onista de M!o na
caracter?stica de (era#$o .alida dos seus &ais  &rota(onista
L#$a, ao lon(o da &e#a re.erido a&enas como +le ( mas mas no .inal identi.icado
identi.icado &elo seu nome
 &r+&rio, Hcio Paulo !reitas ) , , &retende .irmarse como intelectual contestador, atraés de


ades$o a uma &rodu#$o
&rodu#$o inde&endente
inde&endente —  — um *ornal alternatio, uma editora —
editora  — )ue re*eite
os canais institucionalizados de comunica#$o, desirtuados &elas contradi#:es do re(ime
ca&italista
 7ada disso dá certo uer deido a &ress:es )ue o conte@to social aderso da
eta&a
eta&a &+s64
&+s64 e@er
e@erce
ce sobre
sobre todos
todos este
estess a seu
seu mo
modo
do bembem inte
intenci
ncion
onado
adoss indi
indi?du
?duos,
os,
im&edindoos de trans.ormar os seus &ro&+sitos em realidades, )uer &or causa da .rá(il 
 .or#a de ontade de cada um, eles acabama cabam .azendo escol'as )ue entram em con.litocon .lito com os
cami
camin'
n'os
os )u)ue,
e, nanass suas
suas res&ec
s&ecti
tia
ass cabe
cabe#a
#as,
s, eles
eles se 'a 'ai
iam
am tra#
tra#ad
ado
o Ji('
Ji('irirte
te é
'umil'antement
'umil'antementee re&elido &elo seu &a?s, )ue > nele a&enas um tirano san(uinário san(uinário aria
n$o .az reolu#$o nen'uma, denuncia debai@o de tortura seus com&an'eiros de luta, e
acaba matando Ji('irte
Ji('irte num momento
momento em )ue tal (esto *á se tornou &oliticamente in+cuo
 an(uari continua .iel Ds suas conic#:es e aos seus rotineiros rotineiros rituais )ue ele considera
 &ol?ticos, sem &erceber )ue na erdade se tornou um &e)uenobur(u>s acomodado,
atemorizado,
atemorizado, omisso uca .o(e da luta a )ue em &rinc?&io &rinc?&io se &ro&usera,
&ro&usera, &ela esca&at+ria
da dro(a e da aliena#$o  o +le de M!o na L#$a rene(a &elas o&#:es de cada dia —  dia  — 
aceita#$o de um &resti(ioso car(o &Hblico, &erman>ncia na reda#$o da reista onde
 &recisa .azer concess:es a&+s concess:es  — tudo a)uilo )ue, de boca &ara .ora, ele
continua sustentando como sendo os ob*etios )ue ele se teria tra#ado
 7a erdade, &or mais sim&áticos e 'umanos ' umanos )ue al(uns deles se*am,
s e*am, &or mais )ue
 &ossamos identi.icarnos emocionalmente com as suas 'esita#:es e contradi#:es, o .ato é
)ue todos eles s$o, a seu modo, traidores
traidores  <ianin'a
<ianin'a dáse ao lu@o de atribuir a cada um
deles um momento ( ou ou al(uns momentos ) de  ) de clar?ssima &alha tnigica — e@&ress$o cun'ada
anos  —, a &artir da )ual n$o 'á mais olta atrás 7$o é
 &or /rist+teles 'á mais de 23-- anos —,
necessário )ue essa .al'a ten'a sido .ruto de deliberada má .éA o 'er+i trá(ico &or 
e@cel>ncia, Kdi&o, comete a sua sem ter a m?nima c'ance de darse conta de )ue a está
cometendo s 'er+is de <ianin'a, menos e@&ostos D .atalidade diina, dis&:em de uma
dose maior de lirearb
lirearb?trio,
?trio, e &ortanto teriam de al(um modo &odido esca&ar D maldi#$o maldi#$o
da trai#$o u&:ese )ue n$o eslaa .ora do alcance de Ji('irte dei@ar de instalar em
 /l'ambra o reinado de tortura e arb?trio em )ue seu &a?s trans.ormouse durante o seu
 (oerno ue n$o teria
teri a sido 'umanamente im&oss?el a ariz resistir Ds torturas tort uras a )ue .oi
 submetido, eitando assim a sua .al'a trá(ica de denunciar os com&an'eiros ue, da
mesma
mesma .orma
.orma,, an(u
an(uariari &o&oder
deria
ia ter
ter eita
eitado
do,, no &lano
&lano do &assad
&assado,o, aco
acoararda
dar
rse
se e
'umil'arse
'umil'arse diante dos seus torturadores,
torturadores, assim como no &lano do &resente&resente n$o &recisaa
&recisaa
acoardarse e 'umil'arse como o .ez diante das &ress:es do seu diaadia ue uca, no
cl?ma@ dramático
dramático da sua tra*et+ria, n$o &recisaa
&recisaa ter denunciado a sua namorada ilena
ao diretor do colé(io ue Hcio Paulo !reitas, o +le, &odia +le, &odia muito bem se ter mostrado
mais solidário com os seus cole(as, acom&an'andoos na &reiamente combinada sa?da da
reista endida a interesses escusos &ara um *ornal inde&endente e lim&o, em ez de
bene
bene.i
.ici
ciar
arse com
com os car car(os e .un#
.un#::es )u )uee se torn
tornar
aram
am a(o
a(oss com
com a sa?dsa?daa do
doss
com&an'eiros as se eles acabaram .azendo estas e n$o outras o&#:es, é )ue em al(um
canto das suas res&ectias &ersonalidades eles, contraditoriamente, n$o eram ca&azes de
a(ir de outra maneira a macuna?mica .alta de uma maior .irmeza de caráter, .la(rante
nestas suas escol'as decisias, e)Liale, nos seus uniersos contem&orGneos azios de
deuses, D .atalidade diina das .al'as trá(icas dos 'er+is (re(os, e .az deles, a seu modo,
aut>nticos 'er+is trá(icos da modernidade brasileira, em )ue (estos &e)uenos e med?ocres,
)uando n$o meras omiss:es, substituem a (randeza clássica de Kdi&o matando o &ai e
casando com a m$e
0uriosamente, todos estes 'uman?ssimos traidores s$o do se@o masculino /s

-
mul'eres )ue com eles coniem, como sem&re na obra de <ianin'a .i(uras até certo &onto
monol?ticas — mas nem &or isso menos &atéticas —
de se(undo &lano e mais monol?ticas — &atéticas  — do )ue os
 seus maridos, amantes e ami(os,
a mi(os, &ercorre
& ercorrem
m tra*et+rias mais retas, mais .iéis aos ideais de
ida )ue adotaram ( ou
ou )ue l'es .oram im&ostos &ela sua &osi#$o mais &assia no con*unto
das .or#as em *o(o )
 ) / el'a Irissa &ermanece .iel D lembran#a do seu assassinado
 sobrin'o anito e D sua atáica lealdade ao seu &ais, /l'ambra; en)uanto Iraziela
conse(ue ser i(ualmente .iel a duas .i(uras anta(ônicas, ariz e Ji('irte 7ena, mul'er de
 an(uari e m$e de uca, n$o dei@a nunca de aceitar e res&eitar as .rá(eis raz:es e
motia#:es tanto do marido )uanto do .il'o, sendo sem&re uma emérita colocadora de
 &anos )uentes entre os dois  se é erdade )ue ?lia, a +la de M!o na L#$a, c'e(a a trair 
es&oradicamente o marido (  &elo menos o )ue ela l'e conta  — mas será )ue &odemos ter 
erdadeM ) , , ela o .az (  se é )ue de .ato o .az )
certeza de )ue os adultérios aconteceram de erdadeM ) .az )
moid
mo idaa &elo
&elo im&ul
im&ulso
so de uma .idelid
.idelidade maior  — a .idelidade a uma ima(em ética
ade maior
idealizada &ela )ual, anos antes, ela se 'aia ori(inalmente a&ai@onado , de )ual)uer 
maneira,
maneira, no des.ec'o ela acaba oltando ao seu com&romisso
com&romisso amoroso
amoroso mais .orte, mesmo
 sabendo, a(ora, )ue ele n$o corres&onde D)uela ima(em idealizada a(n?.icos
 &ersona(ens .emininos, mas talez sem a mesma irresist?el erdade nos meiostons e nas
contradi#:es )ue caracteriza os seus &arceiros
 "o &ontodeista da estrutura dramatHr(ica, as tr>s &e#as a&resentam o
denominador
denominador comum de uma bril'antement
bril'antementee trabal'ada
trabal'ada constru#$o
constru#$o em diersos
diersos &ianos de
tem&o —
tem&o — um recurso )ue <ianna, de&ois de su&erar a narratia linear das suas &rimeiras
obras, .oi dominando e burilando &acientemente, até alcan#ar o notáel irtuosismo e
com&le@idade com )ue esse recurso é mane*ado no seu canto de des&edida, asga Coraç!o,
em )ue a mani&ula#$o das técnicas de contra&onto cronol+(ico ad)uire as dimens:es de
uma &ersonal?ssima &oética m Papa Papa Highirt
Highirte,
e, a estrutura tem&oral assume uma .orma
conencional — mas nem &or isso menos e.iciente —
mais conencional — e.iciente  — de uma a#$o &resente Hnica,
intercalada &or &e)uenos mais incisios &lash.(acks )ue a e@&licam, *usti.icam e comentam
 Cá em M!o na L#$a os &lanos do &assado s$o mais do )ue meros &lash.(acks/ s$o
&lash.(acks/ s$o eles, na
erdade, )ue de.inem toda a no#$o de eolu#$o dos &ersona(ens, e as suas di.erentes
distGncias no tem&o, em rela#$o D a#$o &resente, s$o dados .undamentais &ara a correta
assimila#$o da 'ist+ria s so.isticados contra&ontos, muitas ezes sob .orma de uma
mesma .ala ou uma mesma ima(em re&etidas, ironicamente, em diersas é&ocas da tra*e
t+ria dos &ersona(ens,
&ersona(ens, ad)uire um sentido di.erente
di.erente de acordo
acordo com o conte@to da data em
)ue .oram .ormuladas, constituem um elemento essencial &ara a elabora#$o do enolente
unierso &oético da &e#a
Papa High
ighirte e asgasga Coraç!o  *á s$o erdadeiros
erdadeiros clássicos da moderna
dramatur(ia brasileira, desde a diul(a#$o )ue o &rimeiro destes te@tos tee ao encer, em
1968, o 0oncurso 7acional de "ramatur(ia
"ramatu r(ia do ent$o eri#o 7acional de %eatro, %eatro, causando
a sus&ens$o desse eento &or seis lon(os anos, e desde )ue asga Coraç!o re&etiu a it+ria
na retomada do mesmo concurso, em 194; sendo )ue em ambos os casos as &e#as .oram
 &roibidas &ela 0ensura, imediatamente a&+s terem sido &remiadas / )uase simultGnea
encena#$o de ambas, na eu.oria da abertura )ue caracterizou a tem&orada teatral carioca
de 199, &ermitiu )ue elas .ossem am&lamente istas e debatidas, embora n$o se &ossa
considerar )ue o debate a res&eito destas densas e com&le@as obras *á se ac'a es(otado
 7o .uturo, noas encena#:es &oder$o contribuir &ara enri)uecer a discuss$o "e )ual)uer 
modo, a &resente reedi#$o dos dois te@tos, reunindoos num mesmo olume, a.i(urase
muito o&ortuna, &ois as &ublica#:es antes &romoidas &elo 7%, em olumes aulsos e em
tira(ens muito in.eriores D &rocura, ac'amse 'á muito es(otadas (  sendo )ue a de Papa

0
Highirte, na erdade, nunca c'e(ou a circular  )
 as tudo indica )ue a (rande sensa#$o deste olume será M!o na L#$a  m
 &rimeiro lu(ar, &ela sur&resa )ue re&resentaA uma &e#a de dualdo <ianna !il'o escrita
em 1966 e mantida inédita e n$o encenada até a(ora constitui, a esta altura, &ara os
incontáeis admiradores e estudiosos do autor, um prato ines&erado as o seu interesse
n$o se limita D sua noidade %ratase de uma obra )ue &arece &redestinada a des&ertar 
emo#:es e controérsias, )ue &roaelmente receber$o um adicional im&ulso )uando a
 &e#o c'e(ar .inalmente ao &alco, o )ue, se(undo tudo indica, deerá acontecer neste ano
em )ue transcorre o 1-N aniersário da morte do autor O &roáeis controérsias n$o
dei@ar$o de a&ontar &ara o )ue a &e#a tem de substancialmente di.erente de todo o resto da
obra de <ianna 0omo nen'um outro dos seus te@tos, este é um a&ai@onad?ssimo &oema de
amor, recitado atraés de diálo(os de um lirismo desen.reado, Ds ezes sin(ularmente
 &ouco submisso Ds normas do racioc?nio, as&ecto sur&reendente em se tratando de um
dramatur(o )ue na é&oca )uestionaa, Ds ezes duramente, a e@alta#$o do irracionalismo
no teatro do .im dos anos 6- as a &e#a acaba construindo a sua l+(ica &r+&ria, )ue
 &assa &ela tril'a da &ai@$o e da &oesia 0om e.eito, n$o 'esito em &rometer )ue o leitor 
encontrará a)ui al(umas das mais &assionais, belas e comoentes declara#:es de amor até
'o*e escritas &ara o teatro no Brasil , &or outro lado, este &or ezes )uase delirante (rito
l?rico n$o e@clui a &resen#a de um &oderoso e ri(oroso conte@to 'ist+rico, social e &ol?tico
 Pelo contrárioA os camin'os e descamin'os da dolorida &ai@$o )ue une +le e +la s$o
 sem&re determinados, na dosa(em e@ata e com &er.eita clareza, &elas &ress:es do momento
'ist+rico )ue o casal e o &a?s atraessam /ssim, como sem&re, <ianin'a mostrase  — 
contrariamente, &oder?amos dizer, aos seus &ersona(ens — e@em&larmente coerente com o
 seu &ro*eto de ida, ao mesmo tem&o em )ue nos mostra )ue tal coer>ncia n$o im&ede
mer(ul'os &ro.undos em .ormas e@traordinariamente diersi.icadas de cria#$o art?stica
an ic'alsQi

PERSONAGENS:
JUAN MARIA GUZAMÓN HIGHIRTE
PABLO MARIZ
GRAZlELA
GENERAL PEREZ Y MEJIA
MANITO
GRISSA
MORALES
COBERTO 1 que t!"#! $%te&'&et E(t&%)e$&*
COBERTO + que t!"#! $%te&'&et Ge%e&l Me%%,&*

PAPA HIGHIRTE
(O CENÁRIO CONTERÁ, SIMULTANEAMENTE, OS DIVERSOS LOCAIS EM QUE SE 
 PASSAM AS CENAS, INCLUSIVE AS DE FLASH-BACK. ESTA SIMULTANEIDADE 
OBRIGARÁ UMA CENA REALISTA NOS SEUS ELEMENTOS, MAS EXPRESSIVA DA
TOTALIDADE NO SEU CONJUNTO. ABRE A CORTINA. MESA DE CAFÉ, PAPA
 HIGHIRTE, AO LADO DELA, FA GINÁSTICA, GRISSA, EMPREGADA, EM PÉ, ESPERA
 E OUVE.)

1
PAPA HIGHIRTE
 — 2m""" 3ois""" (  !le@$o de bra#os ) 2m""" 3ois""" Bra$os""" 2m""" 3ois""" 2m""" 3ois"",
 (ra$os, Papa Highirte""" (  Pára, um tem&o, .le@$o de &ernas ) 2m""" 3ois""" 2m""" (  /(ac'ado ) Ah, as
 pernas, 4rissa, as pernas s!o coisa dos com#nistas""" (  eanta ) 3ois" ( %em&o ) 5amos $er, d#$ida
6#e e# consiga mais #ma $e', n!o 78 5amos $er" 2m""" (  /bai@ase ) 9otal concentraç!o""" ( obe
com di.iculdade ) 3ois ( %em&o ) :o# #m Mar$el, 4rissa, #m importante Mar$el" Mais #ma8 Han8
2m""" (  /bai@ase ) 5amos, J#an Maria 4#'am)n Highirte, espera.o a doce satis&aç!o das miss;es
c#mpridas""" 9otal concentraç!o""" ( %em&o ) Me a<#de a6#i""" ( Irissa ai até ele /*udao a leantar
 se Pa&a .az .undos e@erc?cios res&irat+rios / luz muda de estalo Branca, .eroz + um .oco de luz
em Irissa / luz dos &lash.(acks bru@oleia um &ouco em&re )ue 'á um &lash.(ack 'á um .undo
musical, mHsica t?&ica latinoamericana, toca bai@o, )uente )
GRISSA
 — Mas ele 7 t!o menino, #ma coisa, t!o menino ria m#ito me lem(ro me# so(rinho ria
m#ito 7 me# so(rinho, Papa, me lem(ro 7 t!o menino Manito por 6#e &ico# Manito, Hermano
Manito"
(A LU REVERTE. PAPA ESTÁ SENTADO ! MESA. MASTIGA O P"O. COSPE-O.)
PAPA HIGHIRTE
 — O p!o deste pa=s 7 horr=$el ah o p!o dos latino.americanos, p!o de gente 6#e n!o 7
amada""" O p!o a6#i em Montal$a s) ser$e para lem(rar da minha Alham(ra, ao menos em
Alham(ra e# &i' #ma lei — o(rigat)rio sessenta por cento de &arinha de trigo no p!o, decreto oito
mil e tre'e, setem(ro, mil no$ecentos e sessenta e tr>s, re$ogadas as disposiç;es em contr?rio"""
A6#i em Montal$a s) me resta c#spir o p!o"""
(COSPE OS PEDA#OS METODICAMENTE, LONGA PAUSA) E VOC$ ME ODEIA N"O É 
GRISSA% (REVERS"O DE LU. AGORA S& EM PAPA. A MESMA M'SICA. PAPA ANDA
 DE UM LADO PARA O OUTRO).
PAPA HIGHIRTE
 — N!o &aria nada, nem 6#e &osse &ilho me#, &ilho @nico"
GRISSA
 — ia m#ito, 7 me# so(rinho, Manito"
PAPA HIGHIRTE
 — N!o posso &a'er nada, ele $ai ser <#lgado, 7 a lei, a lei"
GRISSA
 — Manito, Hermano, Manito, me# so(rinho"
PAPA HIGHIRTE
 — Assaltaram o 6#artel da 9erceira 3i$is!o de Alham(ra"  eers$o de luz Pa&a sentado
na mesma &osi#$o %oma &ul)ue
PAPA HIGHIRTE
 — N!o diga nada ao me# m7dico, $oc> sempre me den#ncia mas 7 testem#nha 6#e todos
os dias &aço #m es&orço de her)i grego para tomar este ca&7 merenc)rio" 9omo p#l6#e" A c#lpa 7 do
 p!o 6#er conhecer #m po$o8 Coma se# p!o""" 5oc> n!o di' nada, m#lher8
GRISSA
 — O senhor gosta de &alar, Papa"""
PAPA HIGHIRTE
 — 5oc> n!o t#ge nem m#ge, esto# a6#i nesta Montal$a esta terra arrastada, h? dois anos e
meio no e=lio, $i@$o, $ista &raca longe da minha Alham(ra e $oc> n!o t#ge nem m#ge" 9omo
 p#l6#e"
GRISSA
 — N!o 6#ero"
PAPA HIGHIRTE
 — """ H? 6#atro anos 6#e e# lhe digo 6#e a responsa(ilidade pela morte de se# so(rinho
n!o &oi minha, 4rissa
GRISSA

D
 — """ +# sei"
PAPA HIGHIRTE
 — +le &#gi# da cadeia, &oram os com#nistas
GRISSA
 — """ +# sei, Papa
PAPA HIGHIRTE
 — N!o, n!o acredita"
GRISSA
 — Acredito"
PAPA HIGHIRTE
 — N!o acredita"
GRISSA
 — Acredito, Papa, e#"""

PAPA HIGHIRTE
 — """ N!o acredita, n!o acredita, (asta ser #ma a#toridade para n!o ter cr7dito Ning#7m
mais tem coragem de ser a#toridade, este 7 o m#ndo de $oc>s, para $oc>s democracia 7 isso #m
$ento, papa.$entos no m#ndo cada #m &aça o 6#e 6#iser + o no<o da a#toridade por todo m#ndo,
democracia n!o 7 #ma a$ent#ra, n!o 7 pic.nic, n!o 7 o m#ndo dos adiamentos, das desc#lpas, n!o 7
#m (aile das regalias, democracia 7 tam(7m #ma prociss!o dos de$eres, entende#, 4rissa8 5oc>
6#ando $oc> $ai entender $oc>s todos8 (  ntra orales )
MORALES
 — Com licença, Papa8
(REVERS"O DE LU. PERE  MEJIA ESTÁ EM CENA. O FOCO CIRCUNSCREVE 
 PERE  MEJIA E PAPA HIGHIRTE. M'SICA BAIXA. PERSONAGENS DOS FLASH-
BAC.S QUE N"O PARTICIPAM DA A#"O ATUAL, USAM MAQUIAGENS QUE OS 
 AFASTAM UM POUCO NO TEMPO.)
PAPA HIGHIRTE
 — N!o admito tort#ras no me# go$erno, Coronel Pere' E Me<ia
PEREZ Y MEJIA
 — O <ornal Clar=n 7 6#em &a' ac#saç;es, n!o h? tort#ras, senhor Presidente"

PAPA HIGHIRTE
 — N!o preciso da tort#ra, me (asta a lei, a lei &orte, Coronel Pere' E Me<ia"
PEREZ Y MEJIA
 — +stranha m#ito 6#e o senhor d> o#$idos ao <ornal Clar=n, senhor Presidente"
PAPA HIGHIRTE
 — Me# go$erno 7 de a#toridade, n!o de $iol>ncia, Coronel Pere' E Me<ia"
PEREZ Y MEJIA
 — +stranha m#ito 6#e o senhor d> o#$idos ao <ornal, Clar=n, senhor Presidente" +le de$ia
estar &echado"
PAPA HIGHIRTE
 — Basta a $igilFncia, manter a s#($ers!o desorgani'ada, Coronel Pere' E Me<ia"
PEREZ Y MEJIA
 — +stranha m#ito 6#e o senhor"""
PAPA HIGHIRTE
 — +stranha m#ito 6#e o senhor se diri<a a mim nestes termos, Coronel Pere' E Me<ia"
(MUDA A LU. PERE Y MEJIA SOME. PAPA ABSORTO.)
MORALES
 — Papa""" Papa""" (  Pa&a ol'a lento ) a senhorita 4ra'iela est? a= e"""
PAPA HIGHIRTE
 — """ 3esista, Morales, $oc> n!o 7 o respons?$el pela minha seg#rança a6#i no e=lio de

G
Montal$a8 3esista, desista de proc#rar nos aeroportos, nas estaç;es, nos hot7is 6#em chega o#
deia de chegar, s) chegam democratas""" (  on(o sil>ncio ) Me desc#lpe 4rissa, mas cada $e' 6#e
e# penso 6#e $oc> $ota, decide""" 2m $oto pr? $oc>, #m $oto pr? mim, n!o 7 4rissa""" (  / orales )
Mande 4ra'iela entrar" ( %em&o lon(o )
MORALES
 — Papa"""  6#e h? #m pro(lema de seg#rança <#stamente"""
PAPA HIGHIRTE
 — Mas <? n!o disse 6#e pode desistir, n!o aca(ei de di'er o# o 6#>8 +# preciso de
seg#rança mas para o 6#>8 O 6#e &a'em em Alham(ra para 6#e e# possa $oltar8 O 6#e &a'em em
Alham(ra desde 6#e me tiraram do poder e s#(i# Camacho8 L? est? Camacho o poderoso Camacho
e e# perg#nto o 6#e &a'em agora na6#ela terra a n!o ser o#$ir o#tra $e' os gritos dos mineiros e os
 (erros dos est#dantes8 I:!o pro(lemas sociais, Papa, pro(lemas sociais, gra$es pro(lemas sociais
6#e a s#($ers!o in$enta, as gre$es tiradas de se#s chap7#s de m?gicos, Idemocracia, Papa, 7
necess?rio democracia, a nossa eperi>ncia n!o de# certo, Papa, democracia, todos podem &alar
mesmo 6#e se<am as trom(etas do in&erno, Itodos podem se organi'ar mesmo 6#e se<am as
&alanges do Apocalipse, Idemocracia democracia Papa l? est!o os pol=ticos o#tra $e' emendando
orçamento, e a s#($ers!o toca se# canto de sereia Isomos #m pa=s rico, por 6#e n!o podemos ser 
ig#ais aos o#tros8 :omos ricos + as pessoas se atropelam, se estal&am, se il#dem, se en$aidecem e
correm e se pisam ah me# po$o de Alham(ra ah po$o de minha imensa e morena Alham(ra est?
sendo $arrida pela incompet>ncia, pelo desc#ido h#mano + o 6#e &a'em $oc>s me#s generais sen.
tados nos 6#art7is esco$ando lom(o de ca$alo &oi para isso 6#e $oc>s <#raram a (andeira8
Alham(ra est? sendo des&ig#rada e assaltada K l#' do dia" 4eneral 4#ardia, o(ales, me# amigo
o(ales, me# irm!o de sang#e Losomena, Menandro, me# 6#erido, me# 6#erido 4eneral
Menandro""" (  eerte a luz Perez R e*ia noamente em cena Perez R e*ia é intenso Pa&a ol'a
um &onto .i@o 7$o res&onde diretamente a ele )
PEREZ Y MEJIA
 — 2m partido @nico, Papa Highirte, é preciso #m partido @nico" N!o 7 s) opini!o minha,
somos mais de 6#arenta o&iciais"
PAPA HIGHIRTE
 — Aca(ei com a s#($ers!o no pa=s, 4eneral Pere' E Me<ia"
PEREZ Y MEJIA
 — N!o 7 poss=$el admitir oposiç!o ao go$erno" Admitir eleiç;es 7 admitir 6#e podemos
estar errados, mesmo 6#e se<am eleiç;es s) para dep#tados, 7 admitir alternati$as"

PAPA HIGHIRTE
 — Me# go$erno 7 #ma escola, n!o #m 6#artel, 4eneral Pere' E Me<ia"
PEREZ Y MEJIA
 — Permitir eleiç;es 7 n!o permitir a plani&icaç!o, 7 &icar ao sa(or dos acontecimentos, 7
 permitir a demagogia, as grandes pala$ras, as pessoas 6#e se eimem, m#ito som, Papa m#ito som,
7 preciso cens#ra pr7$ia aos <ornais, 7 preciso"""
PAPA HIGHIRTE
 —  preciso disting#ir oposiç!o e s#($ers!o, 4eneral Pere' E Me<ia"
PEREZ Y MEJIA
 — Com eleiç;es some o interesse nacional, s) eistem interesses pessoais e todos esperam
6#e as coisas m#dem e n!o se comprometem e todos precisam sa(er 6#e n!o $ai ha$er m#dança,
6#e $iemos para deiar nossa marca no lom(o da hist)ria deste pa=s, a &ogo se &or preciso"
PAPA HIGHIRTE
 — Alham(ra é #m pa=s, n!o 7 #ma m?6#ina, 4eneral Pere' E Me<ia"
PEREZ Y MEJIA
 — +stamos arriscando nossas $idas, n!o podemos di$idir o poder"
PAPA HIGHIRTE
 — O po$o de Alham(ra gosta de mim, Alham(ra gosta de mim, 4eneral Pere' E Me<ia"


PEREZ Y MEJIA
 — As pessoas n!o se mo$em, o po$o negaceia, 7 preciso criar tens!o, m#ita tens!o"
PAPA HIGHIRTE
 — Nosso po$o 7 org#lhoso, demora para reconhecer 6#e est? errado" Mas ele $ai $er 
nossas estat=sticas, nossos planos"
PEREZ Y MEJIA
 — Os planos &icam na s#a mesa, Papa Highirte as estat=sticas 6#e lhe mostram s!o &alsas,
Papa" O pa=s est? parado, negaceia, negaceia"
PAPA HIGHIRTE
 — ece(i mais de d#as mil cartas no dia de me# ani$ers?rio"
PEREZ Y MEJIA
 — +igimos 6#e o senhor &eche o <ornal Clar=n"
PAPA HIGHIRTE
 — O <ornal Clar=n n!o in&ringi# a lei de imprensa"
PEREZ Y MEJIA
 — Mas p#(lica com desta6#e t#do 6#e n!o interessa ao go$erno"
PAPA HIGHIRTE
 — N!o admito imposiç;es ao me# go$erno, 4eneral Pere' R Me<ia"
PEREZ Y MEJIA
 — N)s tam(7m somos o se# go$erno, Papa Highirte"
(MUDA A LU. PAPA SENTADO. ARRASADO. LONGO SIL$NCIO. BEBE PULQUE.)
PAPA HIGHIRTE
 — P#l6#e""" o (om p#l6#e""" &#i e# 6#em sal$o# o p#l6#e""" os alam(i6#eiros iam &alir, &i'
o decreto "-G de <aneiro de mil e no$ecentos e sessenta e #m, isentando os impostos, sal$ei o
 p#l6#e""" Pere' E Me<ia, o il#stre 4eneral Pere' E Me<ia promo$ido por mim 6#e eigia m!o de
&erro 7 o at#al ministro da 4#erra de Camacho""" Pere' E Me<ia agora 7 o campe!o da democracia"""
5ende#.se por manchetes na p?gina""" (  on(o sil>ncio ) C#ide de mim, Morales, 6#al é o pro(lema
de seg#rança, c#ide de mim""" (  eers$o de luz Pa&a sentado Irissa .az sua barba Penteial'e o
cabelo ) Morales""" Morales""" C#ide de mim a6#i, Morales Morales (  orales a&arece na luz )
Onde est? essa &lor che&e do cerimonial8
MORALES
 — J? mandei cham?.lo, Papa, ele est?"""
PAPA HIGHIRTE
 — #ero 6#e ele me epli6#e de no$o como 7 o protocolo da recepç!o ao rei da Nor#ega"
MORALES
 — :im, senhor"
PAPA HIGHIRTE
 — #ero sa(er como se di' (om.dia em nor#eg#>s"
MORALES
 — :im, senhor" ( <ai sair  )
PAPA HIGHIRTE
 — Morales (  ntre(a &a&éis ) le$e essa papelada" 5o# co(rar a d=$ida do Clar=n na
Pre$id>ncia :ocial"
MORALES
 — 3o Clar=n, senhor"""8
PAPA HIGHIRTE (  S Irissa )ue l'e .az a barba )
 — C#idado, 4rissa, c#idado"
MORALES
 — Papa, o senhor ontem declaro# 6#e n!o ha$ia nada contra o Clar=n"
PAPA HIGHIRTE
 — Al7m de c#idar da minha seg#rança $oc> agora tam(7m c#ida de pol=tica8
MORALES


 — Perd!o, Papa"
PAPA HIGHIRTE
 — 9enho 6#e manter a #nidade dos 6#e me apoiam, s!o mais de 6#arenta o&iciais, gente
eplosi$a, mas honesta, preciso deles""" :er$em para ass#star #m po#co, esto# gordo, rio m#ito, 7
 preciso 6#e eles &i6#em por perto do me# go$erno sen!o o po$o logo 6#er tomar intimidades""" 
 preciso ainda aparecer com #m (#ldog#e na corrente""" (  orales sai ) 5e<a 6#e a senhora do
Ministro da a'enda &i6#e sentada K minha direita""" #ero #ma loç!o, 4rissa""" :eca, discreta,
&ragrante" (  / luz muda, todos na &osi#$o anterior  ) C#ide de mim, Morales, 6#al 7 o pro(lema de
seg#rança, c#ide de mim"""
MORALES
 — A senhorita 4ra'iela sa(ia 6#e n)s despedimos o cho&er"""
PAPA HIGHIRTE
 — Claro, de dois em dois meses n)s despedimos todos os empregados, e da=8
MORALES
 — Bem, a senhorita 4ra'iela tro#e #m homem candidato ao emprego"

PAPA HIGHIRTE
 — #em8 O 6#>8 Onde ele est?8
MORALES
 — """ A= &ora com"""
PAPA HIGHIRTE
 — """  da6#i de Montal$a8
MORALES
 — """ N!o sei, senhor, e#"""
PAPA HIGHIRTE
 — """  de Alham(ra, ent!o8
MORALES
 — """ N!o sei, e#""""
PAPA HIGHIRTE
 — """ +sta s#a mania im(ecil de despedir gente cada dois meses"""
MORALES
 — """ Papa

PAPA HIGHIRTE
 — """ + por 6#e essa demora em arran<ar o#tro8
MORALES
 — """  preciso c#idado, Papa
PAPA HIGHIRTE
 — """ +le 7 da6#i de Montal$a8
MORALES
 — """ N!o sei, Papa
PAPA HIGHIRTE
 — """ +nt!o 7 de Alham(ra8 Hein, de Alham(ra8
MORALES
 — """ Papa, Papa
PAPA HIGHIRTE
 — Como 4ra'iela encontro# com ele8 ( il>ncio ) 5oc> tem mais dois homens K s#a
disposiç!o e n!o sa(e com 6#em 4ra'iela se encontra8
MORALES
 —""" 5o# di'er K senhorita 4ra'iela 6#e 7 imposs=$el, 6#e o senhor n!o est?, 6#e <?
arran<amos gente e"""
PAPA HIGHIRTE

Q
 — """ N!o, n!o, espere, #m momento, 6#e 7 isso8 Como assim8 2m momento, Morales,
ora """ Pode ser #ma pessoa de con&iança, 4ra'iela 7 minha amiga, tem amigos necessitados""" :e
 p#der e# a<#do, &#i sempre assim"""
MORALES
 — """ Papa
PAPA HIGHIRTE
 — """ Assinei o decreto de taa de insal#(ridade para a mineria, o 1"- de $inte e dois de
agosto de D""" N!o so# #m coelho, n!o posso mandar as pessoas em(ora assim""" 4ra'iela 7 #ma
menina 6#e 6#ero (em""" :o# Papa Highirte n!o so# #m coelho, calma Morales, 6#e 7 isso, calma
 por 6#e, &icar assim a&lito como #ma $elha de chinelos, ora""" (  Pausa ) :er? 6#e ele 7 de
Alham(ra8"""
MORALES
 — """ N!o sei, Papa
PAPA HIGHIRTE
 — """ 5o# &alar com ela so'inho, Morales, eamine o s#<eito" :aia, 4rissa" ( Irissa sai
 orales, tem&o, sai Pa&a tira uma &istola do bolso de seu robe @amina o tambor  ) 3e#s me#,
6#e destino""" 9rancado a6#i em Montal$a, sa(endo de me# pa=s pelo tele&one""" J#an Maria
4#'am)n Papa Highirte" seis anos che&e de Alham(ra, preoc#pado com #m miser?$el 6#e 6#er ser 
me# cho&er""" ( Iraziela entra &or trás dele, &é ante &é / luz abre intensa em Pablo ariz Hsica
alta Iraziela em indo &é ante &é )
MARIZ
 — """ 5o# comprar #ma pistola de oito tiros e $o# matar $oc> Papa Highirte, <#ro, de$agar,
$o# matar $oc> Highirte, minha $ida agora 7 s) pr? matar $oc>"""
(NO MOMENTO EM QUE GRAIELA POR TRÁS DE PAPA, BRINCANDO, VENDA-LHE 
OS OLHOS COM AS M"OS, A LU EM MARI SOME. PÁRA M'SICA. PAPA TOMA UM 
 SUSTO MORTAL COM A BRINCADEIRA DE GRAIELA).
PAPA HIGHIRTE
 — #e 7 isso8 #e 7 isso8 (  /.astase correndo /trás da mesa e+ler na m$o Pálido,
determinado Iraziela se assusta também )
GRAZIELA
 — Papa, 6#e &oi8""" +#""" ( m tem&o Pa&a &álido .e(ante, Iraziela come#a a rir  )
PAPA HIGHIRTE
 — +st? (em, 4ra'iela, chega""" +st? (em, 4ra'iela""" 4ra'iela, me# amor, est? (em, chega"
Chega, 4ra'iela" ( Iraziela ri le ai até ela, em .Hria, dál'e uma .orte bo.etada %em&o, Iraziela
 &arada, aturdida %em&o, Iraziela ai se sentar á mesa entamente &:e ca.é %em&o ) 9am(7m
n!o precisa &icar assim""" oi #m tapa de le$e, #m, &oi #m tapa n!o &oi soco, #m ora""" ( %em&o )
#em 7 esse homem8
GRAZIELA
 — """ o Pa(lo"
PAPA HIGHIRTE
 — Pa(lo, Pa(lo, Pa(lo"""
GRAZIELA
 — 9ra(alha l? na I(oite como garçom, 7 amigo me#, n!o tem dinheiro, ele sa(e g#iar, e#
 pensei"""
PAPA HIGHIRTE
 — 5oc> conhece ele h? m#ito tempo8
GRAZIELA
 — 9r>s meses, ele chego# h? #ns"""
PAPA HIGHIRTE
 — """ N!o 7 da6#i de Montal$a8"""
GRAZIELA
 — """ N!o 7 de


PAPA HIGHIRTE
 —  de Alham(ra, n!o 78  de Alham(ra, $oc> tro#e a6#i #m s#<eito de Alham(ra, n!o 7
menina8
GRAZIELA
 — Racapa — +le 7 de Racapa"
PAPA HIGHIRTE
 — :ei" ( %em&o ) Como 7 6#e $oc> tra' a6#i #ma pessoa assim 6#e conhece# assim e 6#e
sem mais nem menos se Morales n!o esti$esse a6#i entra$a assim na minha sala8
GRAZIELA
 — """ 3esc#lpe
PAPA HIGHIRTE
 — """ Por6#e e# so# $isado, todo estadista 7 $isado, n!o se lem(ra de Lincoln, de 4andhi,
de J@lio C7sar8 N!o posso rece(er ning#7m assim so# #m estadista e"""
GRAZIELA (  eanta e ai saindo )
 T 5o# di'er pr? ele ir em(ora Papa pronto $o# di'er pr? ele 6#e $oc> 7 estadista e""" (  Pa&a
corre atras dela )
PAPA HIGHIRTE
 — #e 7 isso8 Como se &ala assim8 #e deng#es, assim8 N!o admito" #em 7 $oc>8 O#
&#i e# o primeiro homem 6#e lhe de# #m tapa na cara hein prostit#ta'inha8 (  7oo lon(o sil>ncio )
+le 7 da6#i de Montal$a8
GRAZIELA
 — N!o, Papa, 7"""
PAPA HIGHIRTE
 — 3e Alham(ra8  de Alham(ra8
GRAZIELA
 — 3e Racapa"""
PAPA HIGHIRTE
 — Racapa" i' #m acordo comercial com Racapa em D0, ti$e #ma (ela recepç!o l?" O
c7# mais (onito da Am7rica Latina o de Racapa""" Como s!o as id7ias dele8 ala m#ito de pol=tica"""
GRAZIELA
 —  calado"
PAPA HIGHIRTE
 — 5i#8 N!o lhe disse, calado""" (  on(a &ausa ) M#ito calado8 ( Iraziela n$o res&onde )
5amos $er""" 5amos $er, minha menina, e# a<#do os emigrantes""" i' o decreto -"01""" Hein8
( 0'ama ) Morales (  ondes em ) 9raga o rapa'"
MORALES
 — """ :enhor 

PAPA HIGHIRTE
 — Morales, parece #ma $elha de chinelo" 9raga o rapa'" (  ondes sai ) Hein8""" 5i#8 +#
a<#do""" Hein8 ( Iraziela sorri Pa&a ai até ela ) Mach#co# se# rosto, minha menina8 (  Bei*a o rosto
de Iraziela Pablo ariz entra Pe)uena mala na m$o, ondes atrás dele, i(ilante Pa&a ainda
bei*a Iraziela <> ariz m tem&o <ai &ara trás de Iraziela P:e a m$o no bolso %em&o lon(o )
Me conhece8
MARIZ
 — 3e nome, senhor"
PAPA HIGHIRTE
 — Papa Highirte 7 #m nome conhecido" Lem(ra o 6#>8
MORALES
 — +le n!o conhece e"""
PAPA HIGHIRTE
 — +le responde, Morales"


(FOCO DE LU NO FUNDO DO PALCO. DOIS SUJEITOS, CAIXA DE PAPEL"O NA
CABE#A COM DOIS FUROS PARA OS OLHOS. BOTAS. CAMISETAS BRANCAS. OS DOIS 
TORTURAM UM RAPA DE COSTAS. TORCEM SEU BRA#O. FOR#AM SUA CABE#A
 PARA BAIXO. O FIGURANTE É PABLO MARI EM FLASH-BAC./ TEM A SUA ESTA-
TURA, SEU ASPECTO FSICO  0 A CENA NA FRENTE FICA ESTÁTICA.)
COBERTO 1
 — esponde
COBERTO +
 — esponde
COBERTO 1
 — esponde com#nista, responde com#nista
COBERTO +
 — esponde com#nista, responde
(A LU SAI OS TR$S DESAPARECEM.)
PAPA HIGHIRTE
 — +le responde, Morales"
MARIZ
 — N!o acompanho m#ito a pol=tica, senhor"""
PAPA HIGHIRTE
 — Como 7 o nome dele8
MORALES
 — Pa(lo Mari'"
PAPA HIGHIRTE
 — Mari'" Nome r?pido" Mari'" 3> o #ni&orme a ele, mostre.lhe o 6#arto, os carros"""
(  orales n$o se me@e ) N!o o#$i#8 (  orales, contra.eito m tem&o )
MORALES A ariz )
 T Por a6#i" (  ariz .az um cum&rimento de cabe#a ai /trás de orales )
PAPA HIGHIRTE
 — Mari'" (  Param ) Com c#idado" 4#ie com c#idado" ( aem )  — ( %em&o lon(o ) " 5oc>
tem (om gosto, menina"""
GRAZIELA
 — #e 7 isso, Papa, e# n!o"""
PAPA HIGHIRTE
 — 9enho $inte s7c#los, menina, completos em março, n!o pense 6#e me engana"""  <#sto"
+# preciso de a<#da mesmo para amar $oc>""" ( entase Bate nas &ernas Iraziela sentase no colo
dele ) Agora (ei<os" Bei<os" ( Iraziela sorri ncostase nele Bei*ao ) Por 6#e n!o $eio ontem8
GRAZIELA
 —" " " Assim """ N!o $im "" " &i6#ei assim"
PAPA HIGHIRTE
 — """ Boa eplicaç!o, menina, (oa eplicaç!o""" (  iem !icam abra#ados uda a luz
 Pa&a continua com Iraziela no colo en)uanto contracena Perez R e*ia em cena "ois 'omens
(  .eitos &elos )ue .azem também os cobertos ) em rou&as ciis  rosto coberto &or éu ne(ro s
dois mais atrás e Perez R e*ia .ormam uma comiss$o )
PEREZ Y MEJIA
 — O pa=s est? paralisado, 4eneral=ssimo Highirte"
PAPA HIGHIRTE
 — 5o# resistir" 5o# resistir"
PEREZ Y MEJIA
 — Os planos n!o se c#mprem" :!o m#dados a cada dia"
PAPA HIGHIRTE
 — esistir" esistir"
PEREZ Y MEJIA

-
 — 5amos promo$er eleiç;es gerais e diretas, 4eneral=ssimo Highirte"
PAPA HIGHIRTE
 — S (ala" :) saio da6#i K (ala"

PEREZ Y MEJIA
 — +igimos $ossa imediata ren@ncia, 4eneral=ssimo Highirte"
PAPA HIGHIRTE
 — S (ala" S (ala"
PEREZ Y MEJIA
 — 5amos resta(elecer a democracia em Alham(ra"
PAPA HIGHIRTE
 — #em 7 o senhor para &alar em democracia8
PEREZ Y MEJIA
 — Tmediata ren@ncia"
PAPA HIGHIRTE
 — As estat=sticas" 5e<am as estat=sticas"
PEREZ Y MEJIA
 — +leiç;es gerais e diretas"
PAPA HIGHIRTE
 — Nada se &a' da noite para o dia"

PEREZ Y MEJIA
 — 3esemprego, estagnaç!o" s#(emprego"
PAPA HIGHIRTE
 — Como se di' (om.dia em nor#eg#>s8
PEREZ Y MEJIA
 — 4erais e diretas, 4eneral=ssimo"
PAPA HIGHIRTE
 — A senhora do Ministro da a'enda K direita"
PEREZ Y MEJIA
 — Tmediata ren@ncia"
PAPA HIGHIRTE
 — S (ala" S (aia"
(MUDA A LU. GRAIELA CONTINUA ABRA#ADA CM PAPE PAPA FA C&CEGAS NELA.
 ELA RI. SE RETORCE. A LU VAI SUMINDO NELES. ABRE LENTA EM OUTRO
 AMBIENTE. EST"O MARI E MORALES. MORALES LHE ENTREGA COISAS.)
MORALES
 — +ste 7 o se# 6#arto" O hor?rio de Papa Highirte" 3iri<a sempre com as d#as m!os no
$olante, respeite todas as sinali'aç;es, mesmo as est@pidas, n!o #ltrapasse n#nca 6#arenta
6#il*metros hor?rios, $idros &echados" Os canos est!o no p?tio" Preencha este &orm#l?rio com todos
os dados so(re $oc>""" A empregada $em tra'er o #ni&orme" ( ai %em&o ariz senta na carne P:e
a mala sobre ela / luz em Pa&a e Iraziela abre um &ouco de noo Pa&a &assa a m$o nas co@as
de Iraziela ariz acende um ci(arro !uma 7$o ol'a &ara lu(ar nen'um %em&o lon(o Pa&a *á
desa&areceu s 'omens cobertos >m do .undo do &alco / mHsica toca alta Pe(am ariz /
mesma &osi#$o de tortura ista anteriormente ariz so.re a tortura 7$o (rita 7$o diz nada )
COBERTO 1
 — +ntrega" +ntrega"
COBERTO +
 — O nome deles todos"
COBERTO 1
 — O nome deles todos"
COBERTO +

0
 — +ntrega" +ntrega"
COBERTO 1
 — O nome" 2m por #m o nome"

COBERTO +
 — 2m por #m o nome #m por #m"
(GRISSA ENTRA  0 OS DOIS COBERTOS PARAM A TORTURA. FICAM AO LADO DE 
 MARI QUE FUMA, OLHO PERDIDO. GRISSA TRA DOIS OU TR$S UNIFORMES.
CHAPÉUS DE CHOFER, BOTAS. GRISSA FALA, MARI RESPONDE DE VE EM QUAN-
 DO. OS DOIS COBERTOS CONTINUAM AO LADO DELE.)
GRISSA
 — """ 5im tra'er o #ni&orme, o senhor 7 alto, acho 6#e este"""
COBERTO 1
 — """ 5o# &icar com $oc> at7 $oc> entregar, n!o adianta"
COBERTO +
 — """ :a(e8 :o# pago pr? &icar com $oc>, n!o adianta"
COBERTO 1
 — """ At7 $oc> entregar, n!o adianta"
(MARI LEVANTE GRISSA LHE ESTENDE UM UNIFORME)
COBERTO +
 — 9ira a ro#pa, com#nista"
COBERTO 1
 — 9ira a ro#pa, com#nista, (  ariz tira o &alet+ @&erimenta o )ue Irissa l'e estende s
dois cobertos o derrubam com socos )
COBERTO +
 — Bate em (aio 6#e n!o &ica marca"
COBERTO 1
 — Bate em (aio 6#e n!o &ica marca"
GRISSA
 — """ (  "urante a .ala, ariz se leanta ) O senhor est? entrando, esto# 6#erendo sair é s)
 <#ntar #m po#co mais de dinheiro, tenho #ns parentes longe l? em Alham(ra, minha irm! n!o, 6#e
essa morre# de desgosto 6#e o &ilho aparece# morto, o Manito, tanto 6#e e# pedi por Manito""" Olha
a (ota"
MARIZ
 — """ Manito"""8 ( %ira o sa&ata @&erimenta a bota sentado )
COBERTO 1
 — 9ira o sapato, com#nista"
COBERTO +
 — 9ira o sapato, com#nista" ( entamse com ele Bateml'e no estôma(o )
COBERTO 1
 — ala" ala"
COBERTO +
 — +m (aio 6#e n!o deia marca"
COBERTO 1
 — ala"
GRISSA
 — """ (  etoma sua .ala de&ois de arrumar coisas ) Manito, 7""" Aparece# n#m rio com a
m!o amarrada nas costas"
COBERTO 1
 — ala, &ala 6#e n!o deia marca"
COBERTO +
 — :o# pago pr? n!o deiar marca"

1
COBERTO 1
 — ala 6#e n!o deia marca"
GRISSA
 — """ A m!e do Manito so&re# de desgosto a minha irm!, $o# em(ora, 7 s) ter dinheiro,
Papa 7 m#ito (om mas tem m#ito capricho, o senhor $ai $er logo""" Papa n!o dorme, acorda a gente,
6#er 6#e a gente (e(a""" O #ni&orme 6#al6#er coisa e# aperto #m po#co o# alargo, o senhor """" "
:ai2"
(MARI SENTADO NA CAMA. OS DOIS COBERTOS NOVAMENTE DOBRAM SEU 
 BRA#O, FOR#AM SUA CABE#A.)
COBERTO 1
 — Onde eles est!o8 ala" ala"
COBERTO +
 — ala" ala"
COBERTO 1
 — ala" ala" ( m tem&o "ei@am ariz, somem no .undo ariz, tem&o !uma o ci(arro
)ue conserou, .uma lento / mHsica &ára ariz, lento, abre sua mala "e um .undo .also tira as
 &e#as de uma &istola /rma l'a <olta a desarmála Iuardai <olta a .icar &arado, ol'ando
nada / luz muda de estado Hsica .orte, alt?ssima anito e@&lode dentro de cena ua .i(ura é
terr?el, mac'ucado, mol'ado, os cabelos escorridos, as m$os amarradas atrás das costas )
MANITO
 — 9em de &a'er, 3iego, tem de &a'er, a gente 7 &eito archote
MARIZ
 — N!o &a', Manito, n!o &a', n!o con&#nde te# desespero nas coisas
MANITO
 — 9em de &a'er, 3iego, &eito archote, acender o rastilho
MARIZ
 — Tr so'inho 7 &?cil, di&=cil 7 tra'er os o#tros"
MANITO
 — Começa, começa 6#e os o#tros $>m" 3i' o primeiro n!o"
MARIZ
 — N!o con&#nde te# desespero nas coisas"
MANITO
 — O primeiro n!o, 3iego, o rastilho"
(GRAIELA ENTRA. COM A SUA FALA A LU MUDA. M'SICA PÁRA. MANITO SOME.)
GRAZIELA
 — Como 78 oi t#do (em"""8 ( m tem&o lon(o ariz n$o res&onde ) +i""" (  ariz )uieto
Iraziela em até ele P:e a m$o no seu cabelo ) Por 6#e 7 6#e $oc> n#nca o#$e""" Mari' calado2
#e 7 isso no se# rosto, essa marca8""" ( il>ncio ) 9!o com#nicati$o""" (  ariz sorri ) Por 6#e 7 6#e
$oc> sai# da s#a terra, &oi m#lher, 7"""8 7 (om a gente &alar, &ala""" O Morales te perg#nto# m#ita
coisa8 (  ariz .az )ue sim ) Papa di' 6#e ele desco(re t#do de todos""" O 6#e 7 6#e ele perg#nto#8
MARIZ
 — N!o 7 (om $oc> &icar a6#i"
GRAZIELA
 — :) #m po#co, Papa agora est? tele&onando, passa os dias pend#rado no tele&one, $o#
em(ora" O 6#e 7 6#e o Morales perg#nto#8 Onde $oc> tra(alho# em Racapa, endereços para
in&ormaç!o e t#do isso, n!o 78 +le tam(7m me perg#nto#, respondi t#do errado de prop)sito, Papa
&ico# &#lo""" Papa sa(e 6#e e# tenho alg#ma coisa com $oc>""" +le n!o se importa, antes de $oc> e#
tinha #m s#<eito" Papa arran<o# at7 pra ele ser sal$a.$ida a6#i em Montal$a, ele &ica$a con$ersando
com m#lher na praia, #m dia #m s#<eito se a&ogo#, Papa &ico# &#lo""" (  Pausa ) 5oc> n!o o#$e o 6#e
e# &alo pensa 6#e e# so# o 6#e, hein8 :) por 6#e e# preciso de companhia8 5oc> precisa mais
Longa pa#sa 2 Olha o #ni&orme""" 5oc> $ai me (#scar nesse #ni&orme, 6#ero at7 $er""" #e marca 7
essa na t#a cara, &ala" (  Pausa ) 5oc> 7 t!o desamparado, isso 7 r#im, me liga m#ito""" Me sinto

D
5irgem Maria" (  ariz &e(a Iraziela Bei*aa .one 7o .undo do &alco a luz bru@o leia s dois
cobertos com .ios nas m$os / mHsica distorce na 'ora dos (ritos )
COBERTO 1
 — #in'e dias com $oc>, com#nista, n!o d?"
COBERTO +
 — 9enho mais o 6#e &a'er, tem sol l? &ora"

COBERTO 1
 — ala, &ala 6#e n!o deia marca"
COBERTO +
 — ala, &ala 6#e tem sol l? &ora"
COBERTO 1
 — J? tomo# cho6#e el7trico, com#nista8 (  / mHsica distorce )
COBERTO +
 — 3? cho6#e nele" 3? cho6#e nele" (  / mHsica distorce )
(OUTRO FOCO DE LU EM PAPA. LEN#OL DE BARBEIRO EM VOLTA DO COMO.
GRISSA FA-LHE AS UNHAS. MARI E GRAIELA CONTINUAM SE BEIJANDO.)
PAPA HIGHIRTE
 — Morales Morales Onde est? essa &lor che&e do cerimonial8 #ero sa(er como se di'
 (om.dia em nor#eg#>s
COBERTO 1
 — ala 6#e tem sol l? &ora
COBERTO +
 — ala 6#e tem sol l? &ora
PAPA HIGHIRTE
 — A m#lher do ministro da a'enda K minha direita"
COBERTO 1
 — 3? cho6#e nele"
COBERTO +
 — 3? cho6#e nele" (  Pára tudo de estalo omem todos )
MARIZ
 — """ Melhor $oc> ir em(ora""" (  on(o tem&o )
GRAZIELA — (  on(o tem&o )
 T 5oc> 7 meio paran)ico"" Paran)ico parece $endedor de g#arda.ch#$as, n!o parece8
MARIZ
 — 5ai em(ora, $ai"
GRAZIELA
 — Olha, a gente se encontra no apartamento da 3olores, n!o pode dar m#ito na $ista 6#e
Papa Highirte n!o se importa mas n!o pode dar m#ito na $ista, $oc> me tele&ona 6#ando ti$er &olga
e e# te encontro no apartamento da 3olores""" (  Pausa ) +# so# (onita8 ( %em&o ) 5oc> precisa mais de
mim do 6#e e# de $oc> n!o se &a' assim de""" 5endedor de g#arda.ch#$a""" ( ai ariz .ica um
imenso tem&o &arado /bre de noo a mala onta as &e#as do re+ler !ica com ele nas m$os
 /&onta Hsica abre em Pa&a Ji('irte no tele.one orales ao seu lado ariz sentado )
PAPA HIGHIRTE
 — N!o consigo entender, Menandro""" +stas ligaç;es internacionais s!o p7ssimas""" +#
disse p7ssimas""" Como8""" Ah 6#e la p#ta (  ariz se leanta, mHsica tensa, bai@?ssima ) Camacho
conseg#i# mais #m empr7stimo no estrangeiro, Morales" (  7o tele.one ) Camacho ent!o est?
seg#ro8""" (  ariz, re+ler no bolso ai de cena ) Os sindicatos 6#>8 2ma central sindical para
ass#ntos pol=ticos8 Mas 7 preciso &a'er alg#ma coisa 4eneral Menandro, Menandro de 3e#s +les
$!o tomar o poder, $oc> tam(7m $ai $ir para o e=lio, todos $oc>s, os 6#e escaparem dos
&#'ilamentos (  ariz a&arece no .undo do &alco on(e %enso Pálido ) Tncl#si$e Pere' E Me<ia
Como $ai esse (astardo8 Ainda ap)ia Camacho, n!o 7, est? &icando rico, os ministros de Camacho

G
&icam sempre ricos""" (  ariz tira o re+ler 7$o c'e(a a a&ontar  ) 5o# tentar, $o# tentar,
conseg#ir mais dinheiro""" aça #ma campanha entre os o&iciais, mostre o 6#e est? acontecendo,
distri(#a (oletins nos 6#art7is"""  preciso &a'er t#do de no$o""" Os donos de <ornal, &ale com eles
em me# nome""" 5enha at7 a6#i con$ersar comigo" O 6#>8 ( ue um &ouco "esli(a ) IM#ito
di&=cil, Papa, a sit#aç!o 7 m#ito di&=cil"""
MORALES
 —  preciso con&iar em 3e#s, Papa (  on(a &ausa )
PAPA HIGHIRTE
 — """ + 6#em pode sa(er de 6#e lado 3e#s est?"""8 5amos (  !ica em &osi#$o ) 5amos,
Morales" (  ondes também .ica em &osi#$o 0ome#am a .azer (inástica !le@$o de &ernas )
MORALES
 — 2m""" 3ois""" Mais apoio no calcanhar, Papa""" 2m""" 3ois""" (  / mHsica sobe mais ariz
um tem&o <irase de costas &ara os dois !ica <oltase e+ler a&ontado m tem&o ai s
dois .azem (inástica ariz a&arece no seu )uarto 0ai na cama on(o tem&o / ima(em de Pa&a
e orales .azendo (inástica some )
MARIZ
 — Me# 3e#s""" +# preciso conseg#ir""" Preciso"""
(FICA ALI. A FIGURA DE MANITO NOVAMENTE INVADE O PALCO)
MARIZ
 — +sto# &ora, esto# &ora disso, Manito"
MANITO
 — """ Como &ora8 5oc> <? re#ni#, conhece os planos, como &ora8
MARIZ
 — " " " ora, esto# &ora"""
MANITO
 — " " " + a nossa seg#rança8 """
MARIZ
 —" " " ora, pelo amor de 3e#s, &ora"""
MANITO
 — """ Como &ora8 + a nossa seg#rança, 3iego8 Como"""
MARIZ
 —" " " N!o esto# de acordo, entende8 N!o concordo, n!o"""
MANITO
 — """ 5oc> <? re#ni#, companheiro, conhece os planos como &ora8
MARIZ
 — """ ico# com(inado 6#e a gente ia $er se era poss=$el"""
MANITO
 — """  poss=$el, 7 s) ter gana, o 6#e &alta nesse pa=s 7 a gana"
MARIZ
 —""" N!o d?, tem <ornal a(erto, tem oposiç!o no Congresso """
MANITO
 — "" " Jornal8 echaram o Clar=n, o Congresso di' o 6#>8 :al?rio congelado"""

MARIZ
 — """ A gente est? desorgani'ado, o m#ndo ainda é deles, n!o d? pr? ir pr? decis!o com
Papa Highirte"
MANITO
 — 3?" 3?" A gente começa, começam na cidade de A(olici)n, em Cr#' de los M#ertos,
Al$orado""
MARIZ
 — " " " Ning#7m $ai se le$antar, Manito, esto# &ora """
MANITO


 — " " " N!o pode sair &ora, nada disso
MARIZ
 — " " " 5oc> 6#er ser her)i e# 6#ero &a'er a re$ol#ç!o """
MANITO
 —" " " 5oc> conhece alg#ma re$ol#ç!o sem her)i8
MARIZ
 —" " " 9odas, ti$eram l=der, nenh#ma te$e her)i"""
MANITO
 — " " " Jogo de pala$ra, $oc> tam(7m agora <ogo de pala$ra8
(MUDA A LU. NA SALA DE PAPA. PAPA MAIS O ESTRANGEIRO E O GENERAL MENAN-
 DRO QUE SERVE DE INTÉRPRETE TAMBÉM. ESTES DOIS PERSONAGENS *+IO
 INTERPRETADOS PELOS ATORES QUE FAEM OS PAPÉIS DE COBERTOS 
 MORALES, SENTADO A UM CANTO, L$ UMA REVISTA DE MULHERES NUAS.)
PAPA HIGHIRTE
 — Perg#nte a ele por 6#e o empr7stimo8 UhE, UhE the"""
MENANDRO
 — UhE the loan to Camacho8
PAPA HIGHIRTE
 — 5oc>s n!o $>em 6#e Camacho $ai cair na m!o dos com#nistas8 Com#nistas, Uilhiam,
com#nistas
ESTRANGEIRO
 — Yes, Papa, Ees, itVs terri(le, the sit#ation in mE co#ntrE is $erE $erE con&#sing"
MENANDRO
 — A sit#aç!o no pa=s dele"""
PAPA HIGHIRTE
 — :ei, sei, diga a ele 6#e ele &oi em(aiador 6#ando e# era Presidente, ele conhece a
Am7rica Latina, Eo# kno% Latin America, Uilhiam, ele precisa l#tar por n)s
MENANDRO
 — Yo# m#st"""
PAPA HIGHIRTE
 — """ Com esse empr7stimo $oc>s sal$aram Camacho diga a ele 6#e n)s estamos tentando
artic#lar a minha $olta h? mais de ano e sempre aparece #m empr7stimo 6#e Camacho distri(#i"""
MENANDRO
 — He saEs"""
PAPA HIGHIRTE
 — Let me talk Camacho distri(#i# o dinheiro em leil!o no Banco Central como se d?
milho a galinha, cheek, cheek, like that Uihiam, like that 3iga a ele 6#antas empresas <?
apareceram desde 6#e Camacho s#(i# ao poder"""
MENANDRO
 — 9hree tho#sands o& corporations appeared since Cama.cho"""
PAPA HIGHIRTE
 — 9re'entos e $inte pro<etos apresentados no Minist7rio da Tnd@stria, tre'entos e oito
apro$ados 9re'entos e oito — nem ca(em em Alham(ra — &?(ricas com cinco m?6#inas antigas,
lo<as com dois (alc;es, e ag>ncias imo(ili?rias e ag>ncias de &inanciamento, sa(!o em p), &?(ricas
de sa(!o em p), diga a ele"""
MENANDRO
 — N!o sei di'er sa(!o em p)" Papa"""
PAPA HIGHIRTE
 — """ Uhe m#st do something, Uilliam, &or 4od L? est!o as &a(ri6#etas, &#ncionam dois
meses e in&lacionam t#do e 6#em 7 6#e 6#er &icar na agric#lt#ra8 #em 6#er &icar tra(alhando
enterrado no &#ndo de #ma mina8
MENANDRO


 — " " " lhe in&lations $erE %here"""
PAPA HIGHIRTE
 — """ 5!o todos para a cidade, claro, e$erE(odE goes to cities, (errar, (errar, Menandro"""
MENANDRO
 — :cream :cream
PAPA HIGHIRTE
 — #eremos isso 6#eremos a6#ilo, %e %ant, %e %ant, %e %ant, os sindicatos tomados
 pelos com#nistas passei seis anos no go$erno de Alham(ra para aca(ar com isso """
MENANDRO
 — +le n!o 7 o respons?$el, Papa, ele $ia<o# s) para con$ersar conosco"""
PAPA HIGHIRTE
 — 2sted es #n mierda, #nderstand, #n mierda
ESTRANGEIRO
 — T donVt #nderstand"
PAPA HIGHIRTE
 — Mierdito" Mierdito"
MENANDRO
 — 5amos Papa"
PAPA HIGHIRTE
 — :aE something, mierdito, come on""
ESTRANGEIRO
 — 9he Congress, the people, e$erE(odE demands %e onlE lend moneE to democratic
go$ernments"
MENANDRO
 — O congresso e o po$o eigem 6#e o pa=s dele s) d> empr7stimos a go$ernos
democr?ticos"""
PAPA HIGHIRTE
 — Yo# are lEing, Uilliam, Eo# are"""
ESTRANGEIRO
 — Come on, Papa, come """""
PAPA HIGHIRTE
 — Mentira, $oc>s deram empr7stimos a ig#eres, and ig#eres &rom Casa(lanca8 Han8
And omaEo &rom 9ol#ca8 Han8 5oc>s 6#erem manter Camacho no poder para mostrar ao m#ndo
6#e tam(7m a<#dam go$ernos contra $oc>s por ca#sa da sit#aç!o na Wsia — (eca#se Asiatic
sit#ation"""
ESTRANGEIRO
 — T donVt kno% Papa mE co#ntrE is #pside do%n"""
MENANDRO
 — O pa=s dele est? de ca(eça pr? (aio"
PAPA HIGHIRTE
 —" " "3o something, do something
ESTRANGEIRO
 — TVm tiEng, %hat are Eo# doing in Alham(ra8
MENANDRO
 — +le est? tentando, 6#er sa(er o 6#e n)s temos &eito8
PAPA HIGHIRTE
 — Mierda de hom(re, %e are %orking, %e are"
ESTRANGEIRO
 — T onlE see Pere' E Me<ia, onlE Pere' E Me<ia and instant co&&ee ind#stries
MENANDRO
 — +le s) $> Pere' E Me<ia e ind@strias de ca&7 sol@$el"
ESTRANGEIRO

Q
 — Pere' E Me<ia has all the armE %ith him"
MENANDRO
 — Pere' E Me<ia tem todo o e7rcito na m!o"
PAPA HIGHIRTE
 — C#erno, #sted es #n c#erno O e7rcito &icar? comigo, %ill (e %hit me, %hit me and
Menandro""" +sto# $endendo t#do 6#e tenho para $oltar""" Alham(ra precisa de mim"" " Needs me """
needs me"""
ESTRANGEIRO
 — T ha$enVt managed Eet to get mE go$ernment to in$ite Eo# to make lect#res in mE
co#ntrE"""
MENANDRO (  "e&ois de &ausa )
 T At7 agora ele n!o conseg#i# 6#e o go$erno dele con$idasse $oc> para ir &a'er 
con&er>ncias nas #ni$ersidades do pa=s dele"""
PAPA HIGHIRTE
 —""" Tsso era m#ito importante"" " Me daria co(ert#ra""" Co$er me """ (  7oa lon(a &ausa )
 di&=cil a gente se con$encer 6#e n)s somos a retag#arda de $oc>s" " " 9emos sang#e grosso nas
$eias, $elhos org#lhosos""" Mas nos con$encemos""" Ai, $em $oc>s, a<#dam Camacho""" (  !ec'a os
ol'os .ica solto na cadeira %oca uma cam&ain'a m tem&o lon(o Mari' entra2 Me# cho&er le$a
$oc> at7 o hotel, Uihiam" (  Pa&a n$o .az um moimento ) 4ood (Ee"
ESTRANGEIRO
 — 4ood (Ee, Papa"
MENANDRO
 — Animo, Papa""" 5olto para Alham(ra, amanh! mesmo tele&ono" " " Conte comigo sempre,
Papa, sempre"""
PAPA HIGHIRTE
 — 5? tam(7m, Morales" +sse menino começo# a tra(alhar ho<e" ( aem Pa&a n$o se
me@eu ) Morales" Me d> o p#l6#e (  ordes olta %rás a (arra.a ) N!o diga nada ao me# m7dico"" "
 Na $olta passe no mercado e compre tamales""" ( aem Pa&a bebe lon(os (oles &elo (ar(alo )
#eima, p#l6#e""" #eima, incendeia""" +st!o todos assim, p#l6#e""" Tncendiados" " " (  Bebe on(a
 &ausa emicantarola )
A noite chego#, me# amor 
+ e# n!o tenho certe'as,
+ o dia $olto#, me# amor 
+ e# n!o tenho certe'as"
(PÁRA DE CANTAROLAR. BEBE. ATIRA A GARRAFA. LEVANTA-SE. PEGA UMA LONGA
 LAN#A QUE COMPLETA SEU BRAS"O PENDURADO NO CENÁRIO. COLOCA-A NO
CH"O. SOBRE ELA DAN#A A CHULA. A M'SICA É SEMPRE A MESMA PARA TODAS AS 
QUADRAS. CANTA BAIXO E DAN#A SEM DENODO.)
#ero $er s#a &ama
#ero $er s#a g#erra
:e $oc> 7 homem
Ponha o p7 na terra"
Para Maria #te
O&ereço #m laço
Mas para me# amor 
+# do# este passo"
(É EXMIO DAN#ARINO. CONTINUA DAN#ANDO E CANTANDO. CANSANDO-SE. A
 LU EXPLODE EM PERE  MEJIA QUE FALA. PAPA CONTINUA CANTANDO E DAN-
#ANDO. INVENTANDO SEMPRE NOVOS PASSOS.)
PEREZ Y MEJIA
 — 5oc> s#(i# ao poder com todos os instr#mentos para meer este pa=s inteiro, para
limpar o esterco das ca$alarias de Alham(ra, n)s lhe demos os raios de J@piter e $oc> se


trans&ormo# no 6#>8 +m Papa Highirte, 6#e mais al7m de Papa Highirte 6#e dança ch#la e (e(e
 p#l6#e e sa(e canç;es &olcl)ricas8 Mais 6#e, al7m de p#nir tr>s o# 6#atro s#($ersi$os not)rios8
Mais 6#e, al7m de inter$ir em tr>s o# 6#atro sindicatos8 Mais 6#e, al7m das col#nas sociais8 3os
 planos di?rios irreali'?$eis, dos decretos em &a$or dos animais8 Mais 6#e, al7m de <antar com o
Presidente da Nor#ega8 Mais 6#e8 Pre&iro Camacho, pre&iro de no$o a corr#pç!o no poder, pelo
menos a l#ta $oltar? a ser ao ar li$re Pelo menos eles n!o ser!o mais m?rtires #e &e' $oc> al7m
de criar m?rtires e resm#ngos e anedotas8 Mais 6#e J#an Maria 4#'am)n Highirte8 Mais 6#>8
(  Pa&a *o(a sua (arra.a de &ul)ue )ue e@&lode contra a &arede Perez R e*ia some de estalo
 ariz entra em cena )
(SE FOR NECESSÁRIO, PODERÁ SER FEITO UM INTERVALO AQUI. PARA O INCIO DE 
UMA SEGUNDA PARTE, A PE#A SERIA RETOMADA A PARTIR DA PARTE FINAL DO
 DISCURSO DE MEJIA.)
PAPA HIGHIRTE
 — Onde est? Morales8
MARIZ
 — 5em $indo, senhor"
PAPA HIGHIRTE
 — #em lhe de# a#tori'aç!o de entrar assim a6#i8
MARIZ
 — " " "+#"""
PAPA HIGHIRTE
 — """ #em lhe de# a#tori'aç!o8
MARIZ
 — """ Perd!o, senhor, n!o conheço (em a casa" Perd!o""" ( m tem&o s dois se ol'am
 ariz sai orales entra )
MORALES
 — Os tamales, Papa"
PAPA HIGHIRTE Pe(aos /tiraos lon(e )
 — Bolos de milho no<entos" " " eitos com a m!o, sem higiene, sem" "" Milho" " " Alham(ra
n!o come centeio, n!o come trigo"" " Milho" "" Comemos milho" "" No<ento" ( %oca a cam&ain'a )
MORALES
 — Papa"""
PAPA HIGHIRTE
 — 5o# sair""" #ero dar #ma $olta""
MORALES
 — """ :!o tr>s horas da manh!, Papa, o senhor (e(e# m#ito""" (  ariz entra )
PAPA HIGHIRTE
 — """ 4ra'iela <? $i# $oc> com esse #ni&orme, menino8""" Ainda n!o te$e tempo, ela $ai
gostar" " " 5oc> &ica elegante, com cara de pessoa"" " #er p#l6#e8
MARIZ
 — N!o (e(o, senhor"
PAPA HIGHIRTE
 — Be(e" 9odo latino.americano (e(e" (  "á a (arra.a a ariz ) Be(a" (  ariz bebe ) 9em
 (elas coas a 4ra'iela"""  a p#tinha mais (em conser$ada 6#e conheço, a p#tinha" "" 2m seio
 pe6#eno, a p#tinha tem #m seio pe6#eno de don'ela""" Hein8 5oc> n!o acha (onita a coa de
4ra'iela8" " " Hein, Mari'" " " H#m" "" o rapa' tem se#s org#lhos""" 5oc> est#do#, menino8
MARIZ
 — 3eiei os est#dos para tra(alhar, senhor"
PAPA HIGHIRTE
 — Mentira, menino, $oc>s mentem, $oc> &ico# sentado nos (ote6#ins, disc#tindo os
go$ernos, sentindo.se #m in<#stiçado, n!o &oi8
MARIZ


 — N!o, senhor"
PAPA HIGHIRTE
 — oi sim" Os homens em Alham(ra agora resol$eram se sentir in<#stiçados, todos se
acham capa'es agora, os pol=ticos $!o K tele$is!o di'er 6#e h? in<#stiça, os poetas escre$em 6#e h?
in<#stiça e todos sentaram nos (ote6#ins e resm#ngam, ning#7m tem coragem de l#tar e tra(alhar 
&eito macho, tra(alhar $iro# ser$ilismo, (ater rel)gio de ponto 7 ser$ilismo, e&ici>ncia 7 ser$ilismo,
os t7cnicos americanos me di'iam IPapa, a grande di&ic#ldade 7 &a'er os oper?rios latino.ameri.
canos se concentrarem, Papa, tra(alham em m7dia trinta seg#ndos, 6#arenta, depois con$ersam,
olham, di'em graças, sa(e por 6#e n)s somos po(res8 Por 6#e ning#7m se concentra d#rante mais
do 6#e 6#arenta seg#ndos na Am7rica Latina, e# de$ia ter #sado a $iol>ncia, sa(e8 erro e  .o(o,
com $oc>s s) &erro e &ogo"" " (  Pausa ) 5amos dar #ma $olta, menino, $er a a#rora""" 5oc> n!o $ai,
Morales"
MORALES
 — Papa"""
PAPA HIGHIRTE
 — 5o# s) com o menino""" 5oc> n!o gosta de mim, n!o 7 menino8""" N!o tenha medo,
Morales" +ssa gente 7 co$arde" :e ele ti$er de &a'er alg#ma coisa n!o $ai &a'er" " " +les s) sa(em se
meter no meio de m#ltid;es, n!o 7, menino8
MARIZ
 — N!o esto# entendendo, senhor"
PAPA HIGHIRTE ( aindo )
 T 5amos $er essa a#rora, menino" 5enha" ( <$o saindo anito e@&lode na .rente de ariz
 ariz .ica um &ouco ai / luz .ica s+ em anito )
MANITO
 — 5oc> conhece alg#ma re$ol#ç!o sem her)i8 O 6#e &alta nesse pa=s 7 gana, o 6#e eles
tiram de Alham(ra n!o 7 o min7rio, n!o 7 a terra, 7 a gana, gana companheiro, a gente tem de ser 
&eito archote, l? na &rente, mesmo 6#e se<a para &icar &eito cr#' na estrada, &eito ponto de re&er>ncia,
&eito Cr#'eiro do :#l para os o#tros se g#iarem, mesmo 6#e se<a para perder, &eito archote, 7 a gana,
companheiro"
(AS 'LTIMAS FALAS DE MANITO SE CONFUNDEM COM OS RISOS DE GRAIELA.
 DEITADA NUMA AMA. MARI SENTADO, CALADO. GRAIELA TEM UMA CARTA NA
 M"O. A LU EM MANITO QUASE SOME. ELE COME#A A CANTAR MUITO BAIXO.)
A (andeira da minha terra
5ermelha, &ornalha,
oi cost#rada com &#'il
 No campo da (atalha
A canç!o da minha terra
5ermelha, &ornalha,
oi composta na r#a
Com o som da metralha"
GRAZIELA (  endo )
 T Atestado de antecedentes de Pa(lo Mari'/ nenh#ma entrada na pol=cia, nenh#ma noti"" "
 Noti&icaç!o do 3epartamento de Pol=cia Pol=tica de Racapa" Bons antecedentes" (  stende o &a&el
 ariz &e(a ) 5i#8 Morales <? se in&ormo# so(re $oc>""" Chego# ontem de Racapa" Papa Highirte me
mostro#""" +le disse 6#e descon&io# de $oc>" " " P#a 7 di&=cil ter (ons antecedentes""" A gente $ai ter 
de sair logo 6#e a 3olores 6#er o apartamento 6#e ela arran<o# #m &iscal da Al&Fndega" " " (  / luz em
 anito abre um &ouco mais le canta, ariz, ol'a .i@amente a ima(em de anito ) Olha " Arran<ei
dinheiro para 4rissa, e# ro#(o do Papa""" +la 6#er $oltar para Alham(ra, <#nta todo o dinheiro 6#e
ganha coitada, ela te disse" "
MARIZ
 —" " "3isse"""
GRAZIELA

-
 — , ela s) &ala nisso, ela tinha #m so(rinho 6#e aparece# morto no rio" (  uz em Irissa )
GRISSA
 — Mas ele 7 t!o menino, #ma coisa, t!o menino me# so(rinho, Papa, me lem(ro, #m
menino, t!o menino"
(A IMAGEM EM GRISSA FICA AINDA UM POUCO.)
GRAZIELA
 — Papa n!o $ai 6#erer deiar ela ir em(ora, coitada"" " Papa me disse 6#e gosta de $oc>
 por6#e acha 6#e $oc> n!o gosta dele""" As pessoas s!o t!o assim, n!o 78 +le &alo# de mim pr? $oc>8
MARIZ
 — alo#"" " (  anito come#a a a&arecer 0ome#a a cantar de noo Bai@o ) alo# do se#
 peito, da s#a coa, no carro de madr#gada s) &ala$a no se# peito, na s#a coa"""
GRAZIELA
 —"" "  pr? te pro$ocar"""
GRISSA
 —  t!o menino, #ma coisa, t!o menino"
(A LU VAI DESAPARECENDO EM GRISSA. EM MANITO A LU DESCE).
GRAZIELA
 — 3eita a6#i comigo"
MARIZ
 — """ alo# do se# peito, da s#a coa, da s#a anca, anca de 7g#a de 4rande Pr>mio"" " Me
conto# como (ei<a se# peito, peito de menina de(#tante, 6#e ele (ei<a se# peito at7 &icar roo o (ico
do seio" " "
(GRAIELA RI. A LU EM MANITO VAI AUMENTANDO. ELE CANTA DE NOVO O SEU 
 HINO. BAIXO. MARIA OLHA FIXO MANITO. GRAIELA SE LEVANTA E COME#A A
FALAR. A LU EM MANITO VAI FICANDO MAIS FORTE. OUTRO FOCO DE LU ABRE 
 EM GRISSA, EM SIL$NCIO. M"OS NO ROSTO. OUTRO FOCO DE LU ABRE, LENTO,
 REVELANDO OS DOIS COBERTOS. MARI CADA VE MAIS PETRIFICADO, GRAIELA
 AINDA REPETE OS MOVIMENTOS QUE FA PARA PAPA HIGHIRTE. FALA MUITO. EM 
 DETERMINADO MOMENTO, A SUA VO DESAPARECERÁ COMPLETAMENTE 
COBERTA PELA VO DOS DOIS COBERTOS E PELA CAN#"O QUE MANITO CANTA
CADA VE MAIS FORTE)
GRAZIELA
 — """ :a(e8 + ele senta n#ma cadeira e pede pr? mim andar, primeiro $estida, assim toda
co(erta, e# &ico andando, a= ele pede pr? tirar o Iso#tien, &ico s) de $estido o seio (alançando, acho
6#e andei #m dia a tarde toda, parecia #ma ec#rs!o, ele &ica olhando, &#ma, (e(e p#l6#e, sa(e o
6#e ele mais gosta 6#e e# &aça8 5o# andando assim de costas, a (l#sa &echada, a= e# chego (em de
longe e assim de repente $iro assim com a (l#sa a(erta, &ico #m instante, 'apt, a= $iro de no$o, a=
ele pede pr? mim dançar como e# danço na I(oite""
(MANITO CANTA CADA VE MAIS ALTO.)
COBERTO 1
 — +ntrega" +ntrega"
COBERTO +
 — O nome deles todos"
COBERTO 1
 — O nome deles todos"
COBERTO +
 — +ntrega" +ntrega" ( <$o c'e(ando em ariz )
COBERTO 1
 — ala 6#e n!o deia marca"
COBERTO +
 — J? tomo# cho6#e el7trico, com#nista8
COBERTO 1

0
 — 3? cho6#e nele" (  m cima de ariz )
COBERTO +
 — 3? cho6#e nele"
COBERTO 1
 — Cho6#e nele"
COBERTO +
 — Cho6#e"
MARIZ
 — P?ra com isso" P?ra com isso"
(GRAIELA QUE ATÉ ESSE MOMENTO DAN#AVA E FALAVA, CORRE PARA MARI QUE 
 SE RETORCE NA CADEIRA. TODOS SOMEM DE ESTALO, MENOS A LU EM MANITO
QUE SOMENTE DESCE. MANITO PÁRA DE CANTAR.)
GRAZIELA
 — #e &oi, Mari', 6#e &oi8 (  ariz se(ura .orte Iraziela )
MARIZ
 — No<o, no<o de $oc>, no<o"
GRAZIELA
 — P?ra" P?ra"
MARIZ
 — No<o, no<o, no<o"
GRAZIELA
 — N!o &aço mais, esta$a &a'endo pr? agradar $oc>, pr? $oc>"""
MARIZ
 — +les matam a gente, aca(am com a gente e $oc> se es&rega neles, n!o 7, se es&arela
neles""" ( acode Iraziela anito olta a ter sua luz intensi.icada 0ome#a a cantar de noo )
GRAZIELA
 — P?ra" P?ra"
MARIZ
 — 5o# matar ele, comprei #ma pistola 6#e d? oito tiros"""
GRAZIELA
 — +st? lo#co, est? lo#co"""
MARIZ
 — 5im de Racapa pr? dar oito tiros nele, dois anos em Racapa <#ntando dinheiro, e#
tam(7m <#ntei dinheiro"""
GRAZIELA
 — Me solta, me solta, $o# &a'er o 6#>8 9enho de &icar com Papa, so# t!o solta, ning#7m
me 6#er de $erdade, e#"""
MARIZ
 — Por ca#sa de Manito, m#lher, por ca#sa de Manito, n!o 7 por s#a ca#sa, nem sei 6#em 7
$oc>, por ca#sa de Manito, por"""
GRAZIELA
 — :ocorro" :ocorro"
MARIZ
 — +les 6#e mataram Manito, esses &ilhos da p#ta mataram Manito, mato# Manito n!o 7,
cachorro8 5ai $er comigo" Papa Highirte, $oc> n!o $ai a(rir a (oca pr? di'er ai entende#8
+ntende#8"""
GRAZIELA
 — J#ro, me# amor, <#ro, <#ro"""
MARIZ
 — (  anito canta o 'ino ) " " " Prenderam Manito e s#miram com ele e tort#raram,
tort#raram e de manh! Manito ia pr? cela todo arre(entado e canta$a o hino de Alham(ra a= $em o
m7dico pr? sa(er se as pessoas podem ser tort#radas de no$o e tort#ram, tort#ram, mas Manito n!o

1
&alo# nada, era o melhor torneiro mecFnico de Alham(ra, $inha gente $er ele &a'er a instalaç!o de
#ma &?(rica Começo# a n!o ter mais emprego, tinha #ma &?(rica de trator, começaram a comprar 
trator no estrangeiro, Papa Highirte dança$a ch#la e di'ia 6#e era assim 6#e a gente s) &a(rica$a
trator de roda e precisa$a trator de esteira"
MANITO
 — A gente $ai &a'er o 6#e, 3iego, mais da metade das m?6#inas da &?(rica $!o parar"
MARIZ
 — """ + Manito 6#eria p#ar (riga, p#ar (riga, mas n!o d? ainda, Manito, n!o d?, as
 pessoas t>m medo, acham 6#e se &icarem caladas 7 melhor, eles pensam 6#e melhora so'inho,
 pensam 6#e reclamar piora"""
MANITO
 — + e# &aço o 6#e at7 eles desco(rirem, con$erso com o (ar(eiro8
MARIZ
 — """ 9em de &icar com eles, disc#tindo, disc#tindo, <#ntando"""
MANITO
 —"" " N!o so# pastor de o$elha, companheiro, re$ol#cion?rio"""
MARIZ
 — """ As noites todas disc#tindo com Manito, ele começo# a <#ntar mais gente, gente
6#ente, &oram se <#ntando, e# esta$a no meio"
MANITO
 — 5em comigo, 3iego, $oc> tem ca(eça (oa"""
MARIZ
 — """ +# &#i indo, a gente tem rai$a"""
MANITO
 — 5!o &echar a &?(rica de ca&7 sol@$el, 3iego, o 4ome' n!o tem mais dinheiro e n!o sa(e
como $ai pedir pro &ilho dele sair da escola, o 4ome' O 4ome'
MARIZ
 — """ N!o 7 poss=$el, companheiros, isso tem de aca(ar O 6#e le$am da gente 7 gana #i
indo, mas n!o podia dar certo, <#ro, <#ro, <#ro, era s) $ontade, essa 6#e late na gente, rem)i no
&=gado, n!o da$a, <#ro pela alma de minha m!e, <#ro, esto# &ora, Manito, esto# &ora
MANITO
 — N!o admito isso N!o admito isso
MARIZ
 — #iseram at7 me prender por ca#sa da seg#rança, e# s#mi, s#mi, os lo#cos, eles
assaltaram #m 6#artel os lo#cos""" (  anito come#a a cantar o 'ino ) :e esconderam depois 6#e
ning#7m no pa=s inteiro se le$anto#"""
MANITO
 — A gente le$anta Cr#' de los M#ertos, A(olici)n, Al$orado"""
MARIZ
 — Prenderam Manito — Ieram mais o# menos cinco horas da tarde 6#ando os agric#ltores
Leci Bataglia e J#an dei :ol, a$istaram #m cad?$er (oiando nas ?g#as do io de las lores, entre
ta6#areiras" At7 sei de cor isso do <ornal" " " A pol=cia disse 6#e ele tinha &#gido e os com#nistas
mataram Manito pr? ele n!o ir contra o Partido n!o &oi, n!o, mataram Manito por6#e n!o 6#eriam
le$ar ele pr? <#lgamento""" Le$aram ele n#ma lancha, a= merg#lharam at7 n!o agXentar, a= tiram, a=
merg#lham""" At7 morrer""" Amarram #ma pedra nele, ele n#nca mais aparece""" Mas o p7 de Manito
escapo#, eles perderam Manito, era noite""" N!o conseg#iram achar o corpo"" " por isso ele aparece#
 (oiando""" +les chamam isso de acidente de tra(alho"""" Por isso o corpo aparece#""" oi acidente de
tra(alho""" (  anito ainda canta o 'ino um &ouco entamente a sua .i(ura some on(o sil>ncio
Iraziela raio sabe o )ue .azer on(u?ssimo tem&o )
GRAZIELA
 — #er &#mar"""8 (  ariz .az )ue sim Iraziela acende dois ci(arros %reme on(o
tem&o ) :a(e8 N!o 6#eria sa(er nada disso""" 3esc#lpe" N!o 6#eria sa(er""" (  on(o sil>ncio ) " N!o

D
&a' nada com Papa, ele n!o tem """"""" 5!o di'er 6#e e# esto# metida e"" " (  7oo lon(o sil>ncio )
MARIZ
 — :a(e8 #em den#ncio# Manito &#i e#"
GRAZIELA
 — Pelo amor de 3e#s, por &a$or"""
MARIZ
 — 2m m>s depois 6#e eles assaltaram o 6#artel me prenderam, e# tinha arran<ado #mas
armas para eles e o s#<eito 6#e tinha sido o contato era do :er$iço :ecreto do +7rcito""" Me
 pegaram, minha &am=lia mora$a longe, me#s amigos me proc#raram, n!o sa(iam onde e# esta$a" O
Clar=n esta$a &echado, o <ornal noticia, mas oper?rio logo some de <ornal, sa(e8 Me pegaram, <#ro
6#e n!o ia &alar, n!o sei onde ia ter &orças mas n!o ia &alar <#ro +les começam aos po#cos e $!o
a#mentando, $>m $indo, $>m $indo, $oc> &ica pedindo pr? morrer por6#e Mo pode reagir, a cela
tinha ?g#a, #m palmo de ?g#a, me p#nham descalço l? dentro, e# me encosta$a na parede, dormia
assim, de $e' em 6#ando a porta a(re, s!o eles, no começo me (atiam e grita$am, gritam no o#$ido,
todos mascarados, pr? $oc> nem sa(er onde est?, co(ertos com ca(eça de papel!o, me (atiam no
 pescoço, e# nem conseg#ia mais engolir comida, entrei l? com setenta e tr>s 6#ilos, sa= com
cin6Xenta ah Como e# n!o 6#eria sa(er nada me# 3e#s mas e# sa(ia, n!o esta$a de acordo com o
6#e eles tinham &eito mas tinha de agXentar, tinha de""" eles começam a a#mentar, #ma m#lher presa
ela esta$a gr?$ida de #m s#<eito de l?, <#ro 5iolentaram ela, ela me di'ia Iesto# gr?$ida, preciso
sair da6#i pr? &a'er #m a(orto, eplica pr? eles 6#e e# preciso &a'er #m a(orto, &i6#ei dois dias,
tr>s dias sem $er ?g#a, $em &erida no l?(io, a l=ng#a pesa na (oca, d)i respirar, &oram a#mentando,
 p#nham (arra de gelo no me# peito, e# $olta$a pr? cela e a m#lher Iesto# gr?$ida, esto# gr?$ida,
depois $em cho6#e el7trico, sa(e8 Na cara, est? $endo estas marcas8 A= e# comecei a chorar, pelo
amor de 3e#s, comecei a pedir pelo amor de 3e#s, a= eles sa(em 6#e $oc> est? &ra6#e<ando e $>m
em cima, e# pensa$a em Manito cada $e' menos, por6#e &oram se meter n#ma lo#c#ra dessas, hein"
Por 6#e e# tinha de pagar isso, e# perg#nto8 Hein8 + cho6#e el7trico e pancada de sa(re e no (aço e
me da$am in<eç!o de ?lcool na $eia, a gente &ica (>(ado e cho6#e no o#$ido, &ica '#m(indo,
'#m(ia t#do, a= a6#i em(aio, cho6#e a6#i, <#ro A6#i, a gente estala, $oc> n!o agXenta mais ter 
corpo, a $o' n!o chega para os gritos, grita, grita, chega, chega, e# &alei t#do, t#do 6#e sa(ia, o
nome de todos, todos""" ( s dois cobertos a&arecem de estalo ariz continua .alando )
COBERTO 1
 — ala 6#e tem sol l? &ora"
COBERTO +
 — ala 6#e tem sol l? &ora"
COBERTO 1
 — ala 6#e n!o deia marca"
COBERTO +
 — ala 6#e n!o deia marca"
MARIZ
 — 4ome', 4ome', icardo Amoedo, Lope 4#adal#pe, Oreg)n, :al#cio contei com rai$a
o nome de todos, #m por #m, rai$a, rai$a, rai$a de ter de &alar, rai$a de $irar trapo, rai$a de $oc>s
6#e &a'em lo#c#ra Hermano Arra(al, Manito, 7 o che&e, Hermano Arra(al, 7 o che&e, Manito,
Hermano, Hermano #m po#co antes de Papa Highirte cair eles me soltaram, e# &#gi para Racapa,
tinha #ns amigos l?, #m dia em Racapa te$e #ma homenagem em mem)ria de Manito, her)i de
Alham(ra, a= e# so#(e 6#e Manito tinha morrido e ti$e no<o de mim, me mordi, chorei, n!o me
matei de medo, de""", me mordi, atra$essa$a a r#a de repente, p#ei (riga, me cortei, me mordi no
 p#lso e" " " arran<ei o#tro nome e doc#mento e <#ntei dinheiro pr? comprar #ma pistola e #ma
 passagem pr? c? e s) penso em matar Papa Highirte e depois me mato""" (  on(u?ssimo e imenso
 sil>ncio Iraziela meio c'ora =m+eis /(ora Iraziela em até ele /*oel'ase, &:e a cabe#a nos
 *oel'os de ariz %em&o lon(o )
GRAZIELA
 — """ 3iego" " " (  7oo tem&o lon(o ) "" A gente tem de ir em(ora 6#e a 3olores 6#er o

G
apartamento""" ( il>ncio ) Olha, &ica comigo e""" N!o &a' isso""" ica comigo e""" (  on(o sil>ncio )
5!o pensar 6#e e# tam(7m esto# metida nisso e"""
MARIZ
 — """ Acho 6#e n!o tenho coragem""" +# tentei ontem e""" ( il>ncio )
GRAZIELA
 —"" " A c#lpa n!o 7 de Papa e"" " A gente &ica <#nto"" " (  on(o sil>ncio ) A 3olores 6#er o
apartamento""" +# saio na &rente" ( %em&o ) Olha" ( %em&o ai ariz, lento, ol'a coisa nen'uma /
luz e@&lode em Pa&a Ji('irte, robe de c'ambre, (arra.a de &ul)ue, co&os na m$o 0orre
desairado &elo &alco /tira co&os )
PAPA HIGHIRTE
 — Morales Morales Acorda homem Acorda Alham(ra" Acorda" Po$o da minha terra,
 po$o da minha terra, Morales Morales Po$o da minha 6#erida, c?lida e at#rdida Alham(ra" " "
(  orales a&arece )
MORALES
 — #e &oi, Papa, e#"" " (  Pa&a corre &ara ele /bra#ao, (rita )
PAPA HIGHIRTE
 — Morales" Morales, me# (om Morales""" ( 0'ora ) Me# (om, &iel Morales"
MORALES
 — #e 7 isso, Papa8 :!o tr>s horas da """""""
PAPA HIGHIRTE
 — """ :!o tr>s horas da manh! do dia, 6#e dia 7 ho<e8"""
MORALES
 —""" Q de maio"""
PAPA HIGHIRTE
 — """ :!o tr>s horas da manh! do dia Q de maio, J#an Maria 4#'am)n Highirte, no meio
da madr#gada tonta rece(e #m tele&onema de se# $elho amigo Uilliam +skell, se# $elho amigo
Uihiam +skell emocionado, di' 6#e &inalmente conseg#i# 6#e Papa Highirte &osse con$idado para
 pron#nciar con&er>ncias"""
MORALES
 — Papa
PAPA HIGHIRTE
 —  o me# sinal Morales, o nosso sinal" 5amos derr#(ar Camacho" O estrangeiro tam(7m
 <? n!o 6#er mais Camacho"  o sinal de Alham(ra, $i$a Alham(ra"
MORALES
 — 5i$a Highirte" 5i$a Highirte"
PAPA HIGHIRTE
 — O $elho est@pido im(ecil est@pido Camacho pensa$a 6#e podia go$ernar com a
s#($ers!o sem pagar nada8 +sses ind#striais im(ecis pensa$am 6#e podiam &lertar com a s#($ers!o
sem troco8 N!o sa(em nada de s#($ers!o" :a(e o 6#e os sindicatos 6#erem agora de Camacho8
Hein8 a(ricaç!o de calçados pop#lares" " 2ma gre$e n#ma &a(ri6#eta de sapatos, cresce#, de#
nisso""" Camacho n!o sa(e o 6#e &a'er, pedem a estati'aç!o dos sapatos, Morales Camacho est?
&echado no pal?cio, tonto, (on'o perde#.se pelos sapatos, Morales" Pere' E Me<ia, Pere' E Me<ia
aca(a de me tele&onar tam(7m"
MORALES
 — Papa
PAPA HIGHIRTE
 — O grande canalha manso cordeiro, 6#er &a'er #ma #ni!o comigo""" 5em a6#i con$ersar o
grande canalha"
MORALES
 — Highirte" Highirte"
PAPA HIGHIRTE
 — Morales, me# eterno Morales" ( e abra#am, emocionados )


PAPA HIGHIRTE
 — Chame 4rissa, acorde o menino, 6#ero 6#e ele $? (#scar 4ra'iela agora" " " #ero #ma
&esta s) para mim, a &esta do Q de maio, amanh!, os r#mores correndo, $!o aparecer os
em(aiadores de todos os pa=ses, todos os 6#e nem me c#mprimenta$am, ho<e 7 s) para mim, 6#ero
#ma ceia de cardeais, #ma ceia de Na(#codonosor, dos B)rgias" (  Co(a co&os ) A(aio Camacho"
5i$a o 4eneral=ssimo J#an Maria 4#'am)n Highirte" (  orales sai correndo Pa&a continua dando
ias e abai@os Co(a co&os 0ansa <em &ara a .rente !ala como se .alasse com o &Hblico num
comido ma lon(a &ausa ol'ando, acenando / luz em ariz e anito bru@oleia s dois de
macac$o Pa&a está muito emocionado ) 5olto, me# po$o, sem rancor, tr>s anos de e=lio, $olto,
est!o con$encidos agora, n!o 78 5iram a s#($ers!o (em de perto o#tra $e', n!o $iram8 N#nca t!o
de perto, hein, me# po$o8
MARIZ
 — Hein, po$o8 O 6#e n)s somos, hein, po$o8
PAPA HIGHIRTE
 — 5iram a s#($ers!o solta na r#a com s#as goelas $ermelhas pedindo almas ig#ais,
homens ig#ais, prometendo (atatas em troca da s#a alma, $iram8 (  Pa&a &ara de .alar &ara &ensar  )
MARIZ
 — +les &alam 6#e l#tam pela li(erdade, 6#e 6#eremos &a'er todos $irar a#t*matos, mas o
6#e 7 6#e n)s somos8 A#t*matos" :omos todos ig#ais, companheiros, a mesma mis7ria, olhem, o
mesmo desinteresse, a mesma &alta de &#t#ro, o mesmo rel)gio de ponto, a mesma $iagem de
*ni(#s, a mesma dor nas costas, o mesmo @nico interesse de sal$ar pelo menos nossos &ilhos"""
PAPA HIGHIRTE
 — Os &ilhos8 Como $oc>s tratam dos &ilhos8 No$enta, no$enta casos por m>s de crianças
6#e morrem desidratadas por6#e as m!es le$am os &ilhos ao hospital <? tarde demais" No$enta"
 No$enta 5e<am, n!o esto# criticando me# po$o, $e<am, mas entendam gostamos mais das &lores
6#e dos &r#tos, gostamos mais do p*r do sol 6#e da a#rora, n!o sa(emos pre$er, n!o in$entamos a
m?6#ina de somar, in$entamos os $iol;es, as g#itarras &icamos para tr?s e reclamamos dos 6#e
est!o na &rente, mas eles tra(alham em regime de 6#atro t#rnos, n)s tra(alhamos dois t#rnos
sessenta por cento do 6#e poder=amos prod#'ir &ica perdido nas nossas eternas madr#gadas, nas
nossas eternas es6#inas""" (  /(ora é anito )uem .ala ariz, como se estiesse num com?cio, dei@a
l'e a .rente /nimao tocando seu ombro ai lento )
MANITO
 — " " " #arenta por cento, s) 6#arenta por cento do 6#e o po$o prod#' a6#i em Alham(ra
&ica com a gente, s) 6#arenta por cento dessa renda nacional 6#e <? 7 #ma triste'a &ica na minha
m!o, na s#a e ent!o n!o tem emprego e eles di'em 6#e n!o gostamos de tra(alhar, e n!o tem
dinheiro e eles di'em 6#e somos ladr;es, e n!o tem esperança e a gente canta e (e(e e eles di'em
6#e somos per$ersos, di'em isso sentados, &o&os, lisos, com o nosso tra(alho nas m!os, nas
almo&adas, na pele limpa e o nosso p!o 7 o desalento, a $ergonha de n)s mesmos, o po#co, o t!o
 po#co me# 3e#s do c7# 6#e acreditamos em n)s" :) temos 6#arenta por cento de n)s mesmos"
PAPA HIGHIRTE
 — :) $inte e oito por cento da pop#laç!o tra(alha" :) $inte e oito por cento"
MANITO
 — Cada #m de n)s de$e tre'entos d)lares ao estrangeiro"
PAPA HIGHIRTE
 — 5i$emos K c#sta do estrangeiro"
MANITO
 — O pa=s 7 deles e nos pedem sacri&=cios"
PAPA HIGHIRTE
 — O pa=s 7 de $oc>s, 7 preciso sacri&=cios"
MANITO
 — Chega" po$o de Alham(ra"


PAPA HIGHIRTE
 — Chega, po$o de Alham(ra"
MANITO
 — Ao poder, po$o de Alham(ra"
PAPA HIGHIRTE
 — Ao tra(alho, po$o de Alham(ra"
MANITO
 — Chega"
PAPA HIGHIRTE
 — Chega"
GRAZIELA
 — Chega" Chega" (  / luz abriu em Iraziela )ue dan#aa em cima da lan#a atraessada
0aiu / luz em anito sumiu Irissa, Pa&a, orales, .azem &arte desta cena a(ora, acom&an'am
Iraziela rindo muito, riem mais )uando Iraziela cai no c'$o ariz ri muito também ) N!o tem
graça"
PAPA HIGHIRTE
 — Perde#" Minha menina perde#"
GRAZIELA
 — Me a<#da a6#i"" " #e dança mais (o(a"" " N#nca $iram ning#7m dar de (#nda no
ch!o8""" (  isos ) Como esto# (>(ada, me# 3e#s"""
PAPA HIGHIRTE
 — Olha o 6#atro"" " +# &aço o 6#atro""" (  !az o )uatro dese)uilibrado ariz .az o )uatro )
Olha""" Olha o 6#atro do menino" " " M#ito (em, menino" " " ( Iraziela tenta .azer o )uatro e dese
)uilibra Irissa idem ) M#ito (em, 4rissa" " " (  orales .az o )uatro &er.eito ) 5oc> n!o (e(e
Morales, ora"
GRAZIELA
 — :!o cinco e meia da manh!, esto# a6#i desde as tr>s p#lando em cima dessa lança, 6#er 
eplicar 6#e &esta 7 essa8
PAPA HIGHIRTE
 — + #ma &esta precisa ter eplicaç!o8 2ma &esta 7 #ma &esta, trata.se de #ma &esta, o#
se<a, #ma &esta" " " (  ariz ainda .az o )uatro ) Chega de 6#atro, menino" " " A sa@de do 6#atro do
menino"""
MARIZ
 — :a@de"
PAPA HIGHIRTE
 — 4rissa, 6#em dança a ch#la agora 7 4rissa
GRISSA
 — +#, Papa, e#"""
MARIZ
 — Adelante, adelante"
GRAZIELA
 — Adelante, adelante" 4rissa (  i muito )
GRAZIELA
 — 4rissa, 4rissa, 4rissa"
PAPA HIGHIRTE
 — 5oc> tem 6#e &a'er como e# &aço, hein8 5em"" " ( 0anta e &ula ) Na primeira $e' d> #m
 p#lo assim"
GRISSA (  /trás )
 T N!o """" " ( %entando )    3? #m p#lo """""""
PAPA HIGHIRTE
 — Coragem, 4rissa"
GRISSA

-Q
 — N!o sei" " " N!o sei"""
MARIZ
 — Morales, Morales"
GRAZIELA
 — Morales, Morales"
PAPA HIGHIRTE
 — Morales" Morales"
MARIZ
 — Adelante, Morales"
PAPA HIGHIRTE (  Pula e canta )
3a seg#nda $e'
5enha atr?s de mim,
 Na terceira $e'
Me responda sim Morales
3a seg#nda $e'
5enha atr?s de mim
 Na terceira $e'
Me responda sim
PAPA HIGHIRTE
 — +rro# t#do, Morales" 9#do" ( Iraziela e ariz aiam )
MORALES
 — +# acertei, #m momento, e# acertei" ( <aiam )
PAPA HIGHIRTE
 — 2m desastre, Morales, desastre"
MARIZ
 — +rro# o primeiro passo, depois n!o &e' a trança como Papa, o $olteio $oc> &e' com a
mesma perna de apoio, cada perna n#nca toca d#as $e'es o mesmo lado, Morales"
PAPA HIGHIRTE
 — 3e#s me#, 3e#s me#, at7 6#e en&im #m homem da ch#la, 3e#s me#"
GRAZIELA
 — Mari'" Mari'" Mari'"
MORALES
 — #ero $er agora, menino" Adelante" Adelante"
GRAZIELA
 — Mari'" Mari'" Mari'"
PAPA HIGHIRTE
 — :il>ncio" (  Pe(a &ul)ue, dois cálices e tamales ) 2m (om torneio 7 assistido com
sil>ncio"  di&=cil #m (om torneio" ( il>ncio Pa&a inicia uma cerimônia )ue &recede o torneio <ai
até ariz s dois .icam &arados um diante do outro ) Permite.me (e(er ei p#l6#e com #sted,
hermano8
MARIZ
 — Con g#sto, hermano" ( s dois se acocoram Pa&a l'e estende o cálice )
PAPA HIGHIRTE
 — #e se#s padres m#eram (ien E 6#e s#s hi<os sean &elices"
MARIZ
 — Lo mismo, hermano" 3?me ei honor de partillar comigo de mi comida, hermano8
PAPA HIGHIRTE
 — Con g#sto" ( 0omem os tamales ) Hermano, permite.me disp#tar s# agilidad e s# le$e'a
de pensamiento en #n tomeo de ch#la8
MARIZ
 — Con g#sto, hermano" (  eantamse ) Adelante" (  Pa&a ai até o come#o da lan#a
0oncentrase 0ome#a a dis&utar  )

-
PAPA HIGHIRTE
 — #ero $er s#a &ama
#ero $er s#a g#erra
:e $oc> 7 homem
Ponha o p7 na terra (  orales a&laude )
MARIZ — ( m tem&o "an#a e@atamente os mesmos &assos )
#ero $er s#a &ama
#ero $er s#a g#erra, etc"
GRAZIELA (  /&laude )
 — Mari'" Mari'"
MORALES
 — Chi#" (  Pa&a noamente &ro&:e o &asso )
PAPA HIGHIRTE
 — Para Maria #te
O&ereço #m laço
Mas para me# amor 
+# do# este passo"
MARIZ (  m se(uida =mediato )
 — Para Maria #te
O&ereço #m laço, etc"
(MARI EMENDA COM O COMANDO. UM PASSO DIFICLIMO)
5amos $er agora
#ero $er s#a raça
Por6#e este passo
 N!o tem 6#em &aça"
PAPA HIGHIRTE
 — 5amos $er agora
#ero $er s#a raça
Por6#e este passo""" (  Pa&a se dese)uilibra )
GRAZIELA
 — Mari'" Mari' ganho#" Mari' ganho#" ( Irissa e Iraziela a&laudem )
PAPA HIGHIRTE
 — 5o# tentar de no$o, $o# tentar de no$o"
GRAZIELA
 — N!o pode, $oc> disse 6#e n!o pode"""
MORALES
 — O Presidente pode" O Presidente pode"
PAPA HIGHIRTE
 —5amos $er agora #ero $er s#a raça" " ( e dese)uilibra )
MARIZ
 — 4anhei" 4anhei" 4anhei"
GRAZIELA
 — Mari'" Mari'" Mari'" (  Pa&a ai se sentar ariz dan#a como um louco )
Mari' #ero $er agora
#ero $er s#a raça
Por6#e este passo
 N!o tem 6#em &aça"
#ero $er agora
#ero $er s#a raça"""
PAPA HIGHIRTE
 — Chega, chega est? (em ( %odos &aram il>ncio ) 9enho sessenta e dois anos, ora" "
#eriam o 6#>8" " " +sto# (>(edo"" " 4anho#, est? (em" " " 2m passo no$o, n!o conhecia" " " Aprendo

-
amanh!, ora" " A &esta, aca(o# (oa.noite"
GRAZIELA
 — Ah, Papa, 6#e 7 isso8
MORALES
 — Papa, n!o"""
PAPA HIGHIRTE
 — Boa.noite" ( il>ncio )
GRISSA
 — Boa.noite, Papa" ( ai )
MARIZ
 — Boa.noite" ( <ai saindo )
PAPA HIGHIRTE
 — 5oc> n!o $ai em(ora, n!o" 5ai le$ar 4ra'iela"
GRAZIELA
 — +# n!o $o# &icar a6#i8
PAPA HIGHIRTE
 — N!o" +le ganho#" Ho<e K noite $oc> 7 dele" Boa.noite"
GRAZIELA
 — Ora, Papa 6#e"""
PAPA HIGHIRTE
 — Boa.noite" ( %em&o Iraziela sai m tem&o ariz sai atrás !ica s+ orales l'a
 Pa&a )
MORALES
 — O senhor dança melhor, Papa" ( ai Pa&a .ica &arado um lon(o tem&o )
PAPA HIGHIRTE "
 — 9enho a impress!o 6#e $oc> n!o $aie mais nada J#an Maria 4#'am*n Highirte""" mais
nada"""
(CORTE DE LU. MARI DAN#A. GRAIELA DEITADA NA CAMA DA CASA DE 
 DOLORES RI. MARI CANTA AS LETRAS DA CHULA.)
GRAZIELA
 — +le 7 #ma criança, n!o 78 hem8 e# acho 6#e""" a gente nem acredita 6#e ele &oi
 presidente de #m pa=s" 2m pa=s" 5em, 3iego" 3iego" 3iego" (  ariz n$o res&onde 0anta e dan#a
de maneira obsessia )
MARIZ
 — Para Maria #te o&ereço #m laço mas para me# amor e# do# este passo
GRAZIELA
 — 5em comigo, 3iego"
MARIZ —  e&ete de noo )
GRAZIELA
 — 3iego, por &a$or"
MARIZ — (  e&ete de noo Iraziela ai até ele e(urao Bei*amse com (ana <$o &ara o c'$o
m tem&o / luz abre em Pa&a /inda está lá sentado / luz nos dois ai diminuindo até  (lack.o#t2"
PAPA HIGHIRTE
 — J#an Maria 4#'am*n Highirte""" No$amente Presidente de Alham(ra""" Acho 6#e este
n!o 7 mais o se# m#ndo J#an Maria 4#'arnon Highirte""" J#an Maria 4#'am;n Highirte""" ( emi
canta )
A noite chego# me# amor 
+ e# n!o tenho certe'as"
O dia $olto#, me# amor""""
+# e# n!o tenho"""
(A LU VAI ABRINDO NOS DOIS DEITADOS NA CAMA. SOLTOS. SEMINUS. PAPA
 AGORA ESTÁ DE PÉ. B$BADO. DE VE EM QUANDO PRONUNCIA UMA FRASE DA

--
CAN#"O. A LU NELE VAI SUMINDO AGORA ATÉ O DESAPARECIMENTO
COMPLETO.)
GRAZIELA — (  "e&ois de tem&o )
 —""" Olha o sol l? em cima <?" " " P#a" Hei"""
MARIZ
 — Hei"
GRAZIELA
 — Olha o sol"
MARIZ
 — Olha o sol"
GRAZIELA
 —+st? &icando com#nicati$o" " " J? responde 6#ando e# &alo" Hei"
MARIZ
 — Hei"
GRAZIELA
 — Hei"
MARIZ
 — Hei" (  on(a &ausa )
GRAZIELA
 — " " " 5o# comprar a passagem de 4rissa ho<e ela <#nto# todo o dinheiro"""
MARIZ
 — Bom"
GRAZIELA
 — " " " #e mais e# tenho de &a'er ho<e" " "8 :e e# so#(esse tra(alhos man#ais, ia &a'er 
tra(alhos man#ais"" " (  on(a &ausa ) 3iego"
MARIZ
 — Hein8
GRAZIELA
 — 5oc> m#do# de id7ia8 (  on(a &ausa ) " 5oc> sa(e tra(alhos man#ais, 6#eria tanto sa(er 
tra(alhos man#ais""" Por 6#e 7 6#e Papa de# a &esta, 7 6#e ele $ai $oltar8
MARIZ
 — 3e$e :er"
GRAZIELA
 — Papa 7 (om, $oc> n!o $i#8 +le n!o tem c#lpa, ele 7 #m homem (om, n!o 7 #m homem
 (om8 (  Pausa ) Para Maria #te" " " (  Pausa ) :er? 6#e ele me le$a se ele $oltar8
MARIZ
 —" " " capa'"""
GRAZIELA
 —""" Acho 6#e le$a $oc> tam(7m" " " (  Pausa ) 5oc> n!o m#do# de id7ia8
MARIZ
 —""" +# tentei pegar ele" " " (  Pausa lon(a ) Agora"" " Agora""" Nesses dias" " " +# &ico
 pensando 6#e podia começar de no$o, es6#ecer isso"
GRAZIELA
 — pode sim, 3iego, claro 6#e pode"
MARIZ (  on(a &ausa )
 T ico arran<ando desc#lpa""" 3e repente se ele 7 assassinado pode ha$er #ma reaç!o em
Alham(ra contra o me# pessoal""" (  on(a &ausa ) O me# pessoal est? a$ançando m#ito parece"""
GRAZIELA
 — Tsso n!o é desc#lpa, 7""" N!o 7"
MARIZ
 — :a(e o 6#e e# penso8""" (  on(a &ausa ) """ :e $oc> &icasse assim comigo, 6#em sa(e os
dois #m assim com o o#tro""" (  on(a &ausa ) Pra Alham(ra n!o posso $oltar 6#e eles $!o se lem(rar 

-0
sempre e"" " #em sa(e Racapa" " " #em sa(e a6#i e"" " (  on(a &ausa )
GRAZIELA
 — :e Papa $oltasse pr? Alham(ra a gente podia ir"
MARIZ (  on(a &ausa )
 T +# pensa$a s) a gente""" (  on(a &ausa ) 5oc> ia8" "" ( Iraziela n$o diz nada ) +#
&alei """"""  #ma id7ia (o(a""" ( %em&o eanta 0ome#a a se estir lento 7o .undo do &alco abre a
 .i(ura de anito l'a ariz /ssobia bai@o o 'ino )
GRAZIELA
 — """ ica comigo e com Papa e""" +ssas coisas s!o t!o complicadas e# acho 6#em tem
c#lpa8 N!o 7 essas coisas8" " " +# gosto de $oc> mas"" " sa(e8 +# preciso ter sempre #ma escora,
#m""" 2ma coisa 6#e me d> garantia assim" " " (  Pausa ) #e $oc> $ai &a'er8
MARIZ
 — " "" +# n!o posso mais $oltar para Alham(ra mas esse canalha tam(7m n!o p;e mais os
 p7s na minha terra, n!o p;e mais"""
GRAZIELA
 — N!o, 3iego, assim, n!o"
MARIZ
 — N!o matei ele por6#e tinha medo de ser preso e por6#e n!o 6#ero mais me matar, n!o
mereço me matar, mas agora e# aca(ei dentro da casa dele, 6#inta.&eira, toda 6#inta.&eira Morales
sai $ai at7 a +m(aiada ele &ica #ma hora so'inho, d? tempo de e# &#gir e chegar na &ronteira #ma
hora d? tempo, e# s#mo"
GRAZIELA
 — 5i#8 5i#8 Assim n!o, 3iego, n!o est? certo &a'er isso comigo, $oc> 7 #m lo#co, #m"""
MARIZ
 — O 6#e 7 $oc> pr? di'er o 6#e est? certo o 6#e n!o est? certo o 6#e 7 $oc> moça o 6#e 7
$oc> pr? di'er alg#ma coisa de certo e de n!o 7 certo o 6#e éM ( ai / luz .ec'a anito continua
assobiando /bre em Pa&a no tele.one )
PAPA HIGHIRTE
 — " " " Ho<e 7 6#inta.&eira, 3iana, minha &ilha n!o est?8" +st? no 6#arto8 ale mais alto,
3iana, dia(o Mas correndo +ssas ligaç;es s!o #ma &ort#na""" (  s&era ) 3ia(o de empregadas
6#e""" 3e$e ser #ma democrata""" (  7o tele.one ) Lia8 Como $ai" Lia, minha &ilha8 (  ariz entra
 7oamente tenso ) +s6#ece# de mim, ilha, tele&ono toda 6#inta.&eira""" :e# mando o 6#>8 4re$es,
n!o 78 :ei8 #em manda ser do go$erno de Camacho8 :e# marido contin#a n!o 6#erendo 6#e $oc>
&ale comigo, &ilha8 Mas ele n!o $> 6#e Camacho 7 #m"" " e# sei, e# sei, n!o adianta" 9enho m#ita
sa#dade, m#ita, m#ita, sa#dade de Ninita, como $ai minha neta8 Olhe, se# marido n!o deio# $oc>
$ir at7 a6#i em Montal$a, n!o diga nada a ning#7m, mas acho 6#e logo estarei a= em Alham(ra"""
9enho m#ita sa#dade"" " 2m (ei<o, minha &ilha, 6#ero &alar com Ninita" ( %em&o ) Ninita8  se# a$*"
 Ninita" :e# a$*" (  ariz está no meio da sala e+ler na m$o ) Como $ai, Ninita8 O 6#e8 O dente8
9iro# so'inha8 N!o choro#8 Tsso, Ninita, isso""" 5i s#a &otogra&ia, sa(e8 +st? &icando moça" A minha
&otogra&ia8 N!o, n!o $o# mandar, so# #m $elho Ninita, #m $elho &eioso, triste" (  ariz lento
Iuarda seu re+ler !ica ali &arado /bsorto, inálido ) adas a6#i8 A= n!o tem8 N!o tem
nenh#ma"""8 Acho 6#e é por ca#sa do in$erno, sa(e8 +las n!o gostam de in$erno" " " 5ai (rincar, $ai
 Ninita, #m (ei<o grande, #m (ei<o grande minha &ilhinha" "" (  Pe)ueno tem&o ) Ade#s" (  "esli(a m
tem&o lon(o <irase > ariz )
PAPA HIGHIRTE
 — " " " 5oc> tem #ma neta, Mari'8
MARIZ
 —" " " N!o, senhor"""
PAPA HIGHIRTE
 — 9enha" 9enha #ma neta" Mari'" A &am=lia Mari'" Casar" N!o com 4ra'iela" O 6#e 7 6#e
$oc> 6#er8
MARIZ

-1
 —""" O carro""" A Mercedes" A caia de m#dança, n!o consigo consertar a6#i, senhor, $o#
le$ar n#ma o&icina"
PAPA HIGHIRTE
 — Claro, Mari' para 6#e &alar comigo8
MARIZ
 — " " " Pensei 6#e o senhor &osse precisar"
PAPA HIGHIRTE
 — Case Mari', case" (  ariz ai sair  ) Mari'" :e por acaso e# $oltasse para Alham(ra, $oc>
 poderia ir comigo8 Para tra(alhar l?8
MARIZ
 — N!o sei, senhor"
PAPA HIGHIRTE "
 — Pense nisso" (  ariz sai ) Case, Mari'" A &am=lia 7 importante""" i' o decreto "-- de
de'em(ro de D0, reg#lamentando o sal?rio.&am=lia" " " (  ariz entra no seu )uarto "eita na cama,
e@tenuado / oz de Pa&a ainda se oue / luz em Pa&a ai sumindo ) Case, Mari'" 5oc> precisa
casar, Mari'" O decreto "--, sal?rio.&am=lia, de'em(ro, Natal" " " (  / luz abre lentamente em
 anito stá estido com um temo Bonito orri &ara ariz )
MANITO
 —" " " 3iego"""8
MARIZ
 —" " " Hein8" " " ( entase na cama orri )
MANITO
 — Como 7 o nome da6#ela menina 6#e $oc> sai# com ela ontem8
MARIZ
 —" " " La$inia"""
MANITO
 —""" +la 7 (onita demais, 3iego"""
MARIZ
 —"" "+"""
MANITO
 —" " " 5oc> n!o tem d) de mim, 3iego8"""
MARIZ
 — N!o"""
MANITO
 — """ +la é  (onita demais, 3iego" ( s dois riem ) 9em mole'as demais, 3iego" Tsso 7
aristocracia oper?ria"
MARIZ
 — Pr? 6#em pode"
MANITO
 — P#a, 3iego" ( s dois riem ariz ai mudando anito rindo )
MARIZ
 — +sto# &ora, Manito"
MANITO
 — 9em mole'as demais"
MARIZ
 — ora, esto# &ora, Manito"
MANITO
 — Bonita demais"
MARIZ
 — ora, &ora"
MANITO
 — N!o tem d), 3iego8

-D
MARIZ
 — :e $oc> 6#er ir, $ai, ade#s, mas n!o p#a mais ning#7m, se te# peito aperta m#ito 6#e
$oc> se eno<o# de t#do, $ai, $ai mas n!o p#a, reconhece 6#e 7 s) contigo e $ai mas n!o mede o
m#ndo pela t#a rai$a, o# os o#tros n!o merecem ter rai$a (asta a t#a8 Paci>ncia, paci>ncia, at7 todo
m#ndo ter a rai$a 6#e todo m#ndo merece ter, o 6#e é mais (onito 6#e $er rai$a desa(rochar 
estalando, estalando, at7 $irar mar, at7 $irar mar"
MANITO
 — N!o $o# disc#tir mais, 3iego, mas $oc> $eio at7 a6#i, n!o pode $oltar, n!o pode $oltar
(CORTE. PAPA SE ADIANTA NA DIRE#"O DE PERE  MEJIA. O ESTRANGEIRO E O
GENERAL MENANDRO JUNTOS.)
PAPA HIGHIRTE
 — Pere' E Me<ia, o grande 4eneral Pere' E Me<ia 7 #ma honra rece(>.lo a6#i"
PEREZ Y MEJIA
 — A honra 7 minha, Papa Highirte, poder a(raç?.lo de no$o" 3e no$o aliados" +st? mais
cansado, Papa"
PAPA HIGHIRTE
 — 3#ros anos, 4eneral Me<ia, d#ros anos"
PEREZ Y MEJIA
 — Papa, perdoe.me, $amos logo ao nosso ass#nto, o preteto 6#e conseg#i para me
a#sentar de Alham(ra &oi in&antil, tenho de $oltar imediatamente"""
PAPA HIGHIRTE
 — Claro, 4eneral, claro, $e<a, e# pensei m#ito e acho 6#e me# go$erno agora tem de ser 
como e# sempre dese<ei &a'er, com complac>ncia, entende8 Com c#idado, nada de $iol>ncia e"""
PEREZ Y MEJIA
 — Claro, Papa, claro"
PAPA HIGHIRTE
 — Ali?s, 4eneral, 7 #ma condiç!o da 6#al n!o a(ro m!o"
PEREZ Y MEJIA
 — Claro, Papa, claro, mas h? #m pro(lema e""
PAPA HIGHIRTE
 — 2m grande plano de ed#caç!o c=$ica"""
PEREZ Y MEJIA
 — Papa, Camacho parece 6#e $ai tentar resistir, Papa, <#nto com os sindicatos, Camacho e
os sindicatos $!o se re#nir, Papa, m#itos ind#striais est!o com eles Papa"
PAPA HIGHIRTE
 — Como"""8
MENANDRO
 — A sit#aç!o 7 m#ito di&=cil, Papa"""
ESTRANGEIRO
 — 9erri(le, terri(le"
PAPA HIGHIRTE
 — Como8 O 6#>8
PEREZ Y MEJIA
 — 9enho mais da metade da o&icialidade comigo, Papa, com os comandos 6#e ainda est!o
com o 4eneral Menandro acho 6#e n)s poderemos ainda manter a sit#aç!o"""
PAPA HIGHIRTE
 — Claro, n!o h? d@$ida, ora"""
PEREZ Y MEJIA
 — Mas todos 6#e me apoiam, Papa, eigem 6#e se<am &eitas eleiç;es da6#i h? tr>s meses"
PAPA HIGHIRTE
 —" " Como"" "8 Como"""8
PEREZ Y MEJIA

-G
 — A condiç!o" 3err#(amos Camacho, eles concordam, destr#=mos as lideranças sindicais,
mas eleiç;es, Papa, e garantia para os in$estimentos nacionais do ca&7 sol@$el"
ESTRANGEIRO
 — 9erri(le, terri(le"""
PEREZ Y MEJIA
 — + nas eleiç;es n!o sei se poderemos ganhar, h? l=deres de es6#erda, Camacho est?
m#ito desgastado, 7 antigo, 7 rapace, mas h? no$os, h? no$os"""
PAPA HIGHIRTE
 — Como assim8 Como assim8
PEREZ Y MEJIA
 — Por isso, Papa, 6#em tem de ass#mir o go$erno so# e#"
PAPA HIGHIRTE
 —" " " Como8" " "como8"""
PEREZ Y MEJIA
 — :e# nome n!o seria aceito, Papa"""
PAPA HIGHIRTE
 — Me# nome n!o aceito8 Me# nome 7"""
PEREZ Y MEJIA
 — :e# nome est? ligado K #ma 7poca de ar(itrariedades, de $iol>ncia"""
PAPA HIGHIRTE
 — 2m momento, 4eneral Pere' E Me<ia, analisemos, ana"""
PEREZ Y MEJIA
 — A mem)ria do po$o 7 """
PAPA HIGHIRTE
 — 2m momento 4eneral, as $iol>ncias era se# gr#po 6#em pedia, as tort#ras ti$eram s#a
co(ert#ra""
PEREZ Y MEJIA
 — Mas 6#em o derr#(o# &#i e#, Papa"
PAPA HIGHIRTE
 — +# n!o apoiarei $oc> Pere' E Me<ia, n!o apoiarei" Menandro e e# n!o o apoiaremos"
PEREZ Y MEJIA
 — 4eneral Menandro est? comigo"
PAPA HIGHIRTE
 — Como8 #em8 O 6#>8
PEREZ Y MEJIA
 — 5ai &a'er parte do Minist7rio, o senhor ter? se# representante no Minist7rio e"""
PAPA HIGHIRTE
 — 3esminta isso, Menandro, desminta"""
PEREZ Y MEJIA
 — 5o# tentar e$itar essas eleiç;es, Papa, s) e# tenho condiç;es de tentar isso, pala$ra 6#e
detesto chegar ao poder nestas condiç;es" :) e# tenho o apoio da o&icialidade"""
PAPA HIGHIRTE
 — + e#8 9enho a simpatia do po$o, Papa Highirte me chamam, Papa, Papa"""
PEREZ Y MEJIA
 — """ Tn&eli'mente todos cospem 6#ando se# nome 7 pron#nciado em Alham(ra, Papa"""
PAPA HIGHIRTE
 — N!o admito 6#e &ale assim comigo, Pere' E Me<ia
PEREZ Y MEJIA
 — O senhor Uilliam tam(7m me ap)ia"""
PAPA HIGHIRTE
 — #m golpe (aio, canalha, s#<o, n!o ap)iem este homem, Uihiam, 7 #m carreirista, is a
 (astard, a (astard

-
PEREZ Y MEJIA
 — 5amos Papa"""
PAPA HIGHIRTE
 — 2m carreirista s#<o decomposto ministro de Camacho enri6#ece# K &rente do +7rcito
nas concorr>ncias para compra de material, nos pareceres so(re seg#rança nacional, he is thie&, a
 (astard"
ESTRANGEIRO
 — Come on, Papa, Eo# m#st #nderstand"""
PAPA HIGHIRTE
 — :on o& a (itch, Uilliam, #m &ilho da p#ta a son o& a (itch
PEREZ Y MEJIA
 — 5oc> n!o tem alternati$a, Highirte" Com Menandro no +7rcito dentro de mais #m
tempo $oc> poder? $oltar K Alham(ra, $i$er se#s @ltimos dias dançando s#a ch#la, 7 preciso p#lso
agora, n!o $im a6#i para pedir o se# apoio, $im para eigir o se# sil>ncio"  a(sol#tamente
necess?rio o se# sil>ncio" +stamos K (eira da g#erra ci$il" Nosso mo$imento em nenh#m momento
 pode ser identi&icado com $oc>" 5oc> n!o nasce# Presidente de Alham(ra, n!o 7 esse o se# destino,
$oc> era #m mero coronel'inho e coronel'inho de$ia ter &icado""" (  on(a &ausa )
PAPA HIGHIRTE
 — """ :aiam, por &a$or""" Por &a$or, 4eneral Me<ia saia""" :aiam""" Por &a$or""" ( %em&o
%odos saem enandro batel'e contin>ncia %em&o Pa&a sozin'o m lon(o tem&o /bre em
 ariz &arado 7a mesma &osi#$o e+ler na m$o m tem&o lon(o 0antam bai@o e
desencontrados a mesma can#$o da c'ula )
OS DOIS
 — #ero $er s#a &ama
#ero $er s#a g#erra
:e $oc> 7 homem
Ponha o p7 na terra""" ( Irissa entra ala na m$o, sem o uni.orme / luz em ariz
desce mas se mantém e+ler na m$o )
GRISSA
 — Papa""" Com licença, Papa, e#"""
PAPA HIGHIRTE
 — #ero p#l6#e"
GRISSA
 —" " " Papa, e#"" " +# $o# em(ora, Papa"""
PAPA HIGHIRTE
 —" " " Han8"""
GRISSA
 — " " " Arran<ei #m dinheiro assim, <? $i o passaporte e t#do, &#i l?, p#s o dedo, t#do, $o#
 para Alham(ra agora Ks tr>s e meia"""
PAPA HIGHIRTE
 —""" :ei"""
GRISSA
 — +ntende, Papa8 +#, 7 6#e e# &ico m#ito so'inha e l? ainda te nho #m po#co de &am=lia
e""" O senhor n!o &i6#e 'angado""" +# gosto do senhor, nem tenho rai$a do 6#e acontece# 7
&atalidade e" "" #ando o senhor $oltar a Alham(ra $o# $isitar o senhor" Posso ir $isitar o senhor8" " "
+nt!o" At7 mais $er, Papa (  Pa&a n$o res&onde m tem&o Irissa sai Pa&a m tem&o ai / luz
em ariz aumenta m tem&o Iraziela a&arece seminua, como estaa estida na Hltima cena dos
dois )
GRAZIELA
 — ica comigo e com Papa e" " " +ssas coisas s!o t!o complicadas e# acho 6#em tem
c#lpa8 N!o 7 essas coisas8""" +# gosto de $oc> mas"" " :a(e8 +# preciso ter sempre #ma escora,
#m" " " 2ma coisa 6#e me d> garantia, assim"" " ( %em&o ariz se leanta Pe(a sua mala, come#a a

-
arrumar suas coisas ) +# so# (onita8""" 5oc> 7 meio paran)ico""" 5endedor de g#arda.ch#$a""" ( 
re+ler está na cama ) 3iego, 3iego, 3iego" ( Iraziela desa&arece ariz arruma m tem&o
 Pa&a entra no )uarto ariz &ára de arrumar  re+ler ai &ara bai@o do traesseiro Pa&a n$o
está en@er(ando nada )
PAPA HIGHIRTE
 — Morales &oi $er como e# posso entrar em Alham(ra, &a'er #m piano para minha
$iagem""" Morales 7 #m im(ecil" ( %em&o entase arrasado ariz &arado on(o tem&o ) As
 pessoas #sam a gente como se &*ssemos o 6#>8 como se &*ssemos (agaço, Mari', re(ar(a" "" Como
se n!o ti$7ssemos sentimentos" " "  incr=$el como alg#7m pode destr#ir #ma pessoa, Mari', sem
#m rict#s na &ace, sem #m rict#s"" " 5oc> n!o gosta de mim mas e# so# (om, so# (om" Como
 (agaço, como ?g#a s#<a assim atirada"" " ( %em&o ) 5oc> tam(7m $ai em(ora8
MARIZ
 — 5o#, senhor"
PAPA HIGHIRTE
 — """ :ei $oc> tam(7m""" 5oc>s &are<am as coisas r#ins""" O &aro de $oc>s e# conheço o &aro
de empregados""" 5ai deiar 4ra'iela, esse emprego, 6#arto, comida8 5ai para onde8
MARIZ
 —""" N!o tenho l#gar, senhor"""
PAPA HIGHIRTE
 — """ Como n!o tem l#gar, Mari', $oc> ca(e em 6#al6#er l#gar e e#8 O pior 7 6#ando $oc>
n!o tem mais l#gar dentro de $oc>, sa(e8 +sse sim 7 #m homem deslocado, (atido, #m homem 6#e
&oi <#sto, 6#e amo# se# po$o, 6#e""" 5oc>8 Ora, Mari'""" :er? 6#e Camacho realmente &e' coisas
 (oas, Mari', ser? 6#e"""8 #em sa(e o po$o precisa ser mesmo mais o#$ido, 6#em sa(e""" Como
 pode ha$er democracia se ele s) pode escolher nomes se ele n!o &a' os planos, se ele n!o participa
assim, acho 6#e sempre pensei assim, Mari', no &#ndo so# #m socialista""" 9al$e', tal$e' &açam
eleiç;es em Alham(ra e# poderia me candidatar, #m programa socialista""" :er? 6#e e# errei m#ito,
Mari', hein, Mari'8
MARIZ
 —" " " n!o sei, senhor"""
PAPA HIGHIRTE
 — ale comigo, Mari'" 5oc> de$e ter o#$ido alg#ma coisa" 3e onde $oc> era8
MARIZ
 — 3e Racapa"
PAPA HIGHIRTE
 — Racapa" 9i$e #ma grande recepç!o em Racapa, tem o c7# mais a'#l de toda a Am7rica
Latina" ale, Mari'"
MARIZ
 —" " " N!o sei, senhor, o#$i po#co"""
PAPA HIGHIRTE
 — ale, Mari', &ale comigo"
MARIZ
 — O#$i po#co, senhor"
PAPA HIGHIRTE
 — Me a<#de, Mari', o 6#>8
MARIZ
 — """ 6#e""" 6#e ha$ia m#itos planos e ning#7m era cons#ltado"""
PAPA HIGHIRTE
 — A(s#rdo, a(s#rdo, ha$ia as opini;es dos t7cnicos, 6#e mais8"
MARIZ
 — """ a <#stiça, senhor, n!o c#mpriam as leis da <#stiça"""
PAPA HIGHIRTE
 — """ Como8 Como8

0Q

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