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Recorrente   :ELETROPAULO   METROPOLITANA   ELETRICIDADE


DE SÃO PAULO S.A.
Advogado   :Dr. Lycurgo Leite Neto
Recorrido  :ANV ­ SERVIÇOS E GESTÃO DE NEGÓCIOS S/C
LTDA.
Advogada   :Dra. Vera Lúcia da Motta
Recorrido  :DIOGO RODRIGUES BEZERRA
Advogado   :Dr. Almir da Silva Góes

EMP/mc/ rfs
D E S P A C H O

Trata­se   de  recurso   extraordinário  interposto


contra   acórdão   da   SbDI­1   deste   Tribunal,   que   deu   provimento   ao
recurso de embargos do reclamante.
O   Recorrente   suscita  preliminar   de   repercussão
geral,   apontando   violação   aos   dispositivos   constitucionais   que
especifica nas razões de recurso.
É o relatório.
Decido.
Consta do acórdão recorrido:
“EMBARGOS REGIDOS PELA LEI Nº 11.496/2007.

REVELIA. CARACTERIZAÇÃO. ATRASO À AUDIÊNCIA


INICIAL DE 37 MINUTOS. ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL Nº 245
DA SBDI-1 DESTA CORTE. AUSÊNCIA DE PREMISSA FÁTICA OU
PECULIARIDADE QUE PERMITAM A UTILIZAÇÃO DO
DISTINGUISHING.
Discute-se se o atraso da reclamada à audiência inaugural – no caso,
de 37 minutos - seria suficiente para gerar-lhe confissão ficta quanto à
matéria de fato. Nos termos do artigo 844 da CLT, o não comparecimento
do reclamado importa revelia, além de confissão quanto à matéria de fato.
Por outro lado, a Orientação Jurisprudencial nº 245 da SBDI-1 desta Corte
assim dispõe: “REVELIA. ATRASO. AUDIÊNCIA. Inexiste previsão legal
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tolerando atraso no horário de comparecimento da parte na audiência”.


Verifica-se, por conseguinte, que, nos termos do referido dispositivo de lei e
do verbete jurisprudencial, inexiste possibilidade de se tolerar o atraso,
ainda que ínfimo. Não se olvida que esta Corte tem decidido que o atraso
ínfimo da parte à audiência, que acaba estando presente antes da prática de
qualquer ato processual, não causa prejuízo nem às partes e nem ao
andamento normal da audiência, não ensejando, assim, a aplicação da pena
de confissão, não havendo falar, por conseguinte, em contrariedade à
Orientação Jurisprudencial nº 245 da SBDI-1 do TST. Vale destacar, por
oportuno, que a Subseção 1 Especializada em Dissídios Individuais desta
Corte, em sua composição completa, na sessão do dia 24/5/2012, ao julgar o
processo E-RR-28400-60.2004.5.10.0008, Redatora Designada Ministra
Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, publicado em 8/6/2012, em que este
Relator ficou vencido, manteve a decisão em que se rejeitou o pedido do
reclamante de aplicação da pena de revelia e confissão por ter o preposto do
reclamado atrasado 7 (sete) minutos à audiência inaugural, mediante o
argumento de que a Orientação Jurisprudencial nº 245 da SBDI-1 desta
Corte deve ser conjugada com os princípios da informalidade e da
simplicidade que regem o processo do trabalho, bem como por não ter
ficado registrado que o comparecimento tardio do preposto tenha causado
prejuízo à audiência, visto que a parte se fez presente antes da prática de
qualquer ato processual instrutório, tendo sido essa a ratio decidendi do
referido julgado. Há, aqui, portanto, dois elementos fáticos que, se presentes
de forma simultânea e combinada, permitirão não aplicar ao caso a
Orientação Jurisprudencial nº 245 da SBDI-1 desta Corte, em clássico caso
de aplicação da técnica da distinção (distinguishing). No caso dos autos, o
exame apurado da ata de audiência revela que o Juízo de 1º grau, logo ao
início da audiência, às 15 horas, registrou a ausência da primeira reclamada
e declarou-a expressamente “revel e confessa quanto à matéria de fato”.
Logo a seguir, no entanto, ficou registrado o comparecimento à sala da
audiência, às 15h15, apenas da patrona da primeira reclamada ali nomeada,
que esclareceu que estava em outra audiência na 63ª Vara do Trabalho de
São Paulo, onde ainda se encontrava o preposto daquela mesma demandada.
Diante do ocorrido, por entender que aquela primeira reclamada teria
comparecido à audiência ainda na fase conciliatória, a MM. Juíza
reconsiderou a declaração de sua revelia, sob os protestos do reclamante,
após o que recebeu as defesas das reclamadas e colheu o depoimento
pessoal do autor. Somente após a oitiva do demandante, às 15h37, é que se
registrou o comparecimento do preposto da primeira reclamada, ou seja, 37
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minutos após o horário do seu início, encerrando-se a instrução processual


após a coleta de seu depoimento pessoal. Registre-se, desde logo, que
somente neste último momento processual, 37 minutos após o início da
audiência, é que a primeira reclamada se fez presente por meio do seu
preposto, sendo insuficiente, para tanto, a teor do artigo 843, caput e seu §
1º, da CLT, e ao contrário do que erroneamente entendeu aquele Juízo de 1º
grau, a presença isolada de sua patrona em momento processual anterior.
Reitere-se, por importante, que a reclamada somente se fez presente, por
meio do seu preposto, após a tomada do depoimento pessoal do reclamante,
ou seja, neste caso, de forma inteiramente diferente da situação fática
ocorrida no precedente da SBDI-1, que, pelo distinguishing, afastou a
incidência da referida Orientação Jurisprudencial nº 245 sobre aquele feito.
Além disso, na hipótese dos autos, o atraso não pode ser considerado
ínfimo. Com efeito, a audiência teve início às 15 horas, e o preposto da
primeira reclamada compareceu às 15h37. Assim, conclui-se que, no caso
dos autos, o atraso de 37 minutos destoa da premissa fática que ensejou o
referido precedente desta Subseção, que excepcionou a regra prevista na
Orientação Jurisprudencial nº 245 da SBDI-1 do TST por considerar ínfimo
o atraso de 7 minutos. Nesse contexto, o caso atrai o entendimento
preconizado pela Orientação Jurisprudencial nº 245 da SBDI-1 desta Corte,
ante a ausência de premissa fática ou peculiaridade que permitam a
utilização do distinguishing.
Embargos conhecidos e providos.”.

Quanto à indicada violação do art. 5º, LV, da CF, o
Supremo Tribunal Federal tem entendimento pacífico no sentido de que
não cabe recurso extraordinário, por ausência de repercussão geral,
em matéria de  “Violação dos princípios do contraditório e da ampla
defesa   quando   o   julgamento   da   causa   depender   de   prévia   análise   da
adequada   aplicação   das   normas   infraconstitucionais.   Extensão   do
entendimento ao princípio do devido processo legal e aos limites da
coisa julgada”.
Tal entendimento foi consagrado no ARE 748.371, da
relatoria  do Min.  Gilmar Mendes,  no qual  a Corte  Suprema firmou  a
tese   de   que   não   há  repercussão   geral  em   relação   ao  “Tema   660”   do
ementário temático de Repercussão Geral do STF, hipótese dos autos.
Logo,   versando   o   acórdão   recorrido   sobre   questão
atinente   a   tema   cuja   repercussão   geral   foi   negada   pelo   Supremo
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Tribunal   Federal,   a   interposição   de   recurso   extraordinário   para


reexame deste ponto da decisão é manifestamente inviável, a teor do
que dispõe o art. 1.030, I, “a”, do atual CPC.
Ante   o   exposto,  nego   seguimento  ao   recurso
extraordinário.
Publique­se.
Brasília, 18 de agosto de 2017.

Firmado por assinatura digital (Lei nº 11.419/2006)
EMMANOEL PEREIRA
Ministro Vice­Presidente do TST

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