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PROCESSO Nº TST-RR-371300-05.2003.5.12.

0027

A C Ó R D Ã O
6ª Turma
ACV/li

RECURSO DE REVISTA. NULIDADE DO V.


ACÓRDÃO POR NEGATIVA DE PRESTAÇÃO
JURISDICIONAL. Entregue a completa
prestação jurisdicional pela Eg.
Corte a quo quando houve
fundamentação   acerca   de   todos   os
pontos   apontados   como   omissos   pela
reclamada.   Recurso   de   revista   não
conhecido.
ILEGITIMIDADE ATIVA DO SINDICATO.
SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL. DIREITOS
INDIVIDUAIS HETEROGÊNEOS. A
delimitação do v. acórdão regional é
no sentido de que o Sindicato é parte
legítima para atuar, por se tratar de
pedido   de  pagamento do adicional de
periculosidade e reflexos a todos os
integrantes da categoria que
trabalham, ou trabalharam, ou que
venham a trabalhar na demandada,
homogêneo, portanto, já que possui
origem comum e abrange os empregados
da ré individualizados na inicial,
pertencentes à categoria profissional
representada pelo sindicato-autor.O
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conceito que se extrai do art. 81,


inciso III, da Lei nº 8.078/90
(Código de Defesa do Consumidor),
segundo o qual constituem interesses
individuais homogêneos "os
decorrentes de origem comum". Por
conseguinte, a legitimação
extraordinária, da qual a
substituição processual pelo
sindicato é espécie, é válida para a
defesa dos interesses e direitos
individuais da categoria, hipótese de
defesa coletiva de direitos
individuais homogêneos. Recurso de
revista não conhecido.
SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL. LIMITAÇÃO. O
sindicato é parte legítima para
propor, na qualidade de substituto
processual, ação em favor de todos os
integrantes da categoria que
representa. Incidência da Súmula nº
333 do C. TST. Recurso de revista não
conhecido.
NULIDADE DA R. SENTENÇA POR
CERCEAMENTO DE DEFESA. AUSÊNCIA DE
INTIMAÇÃO PRÉVIA. INSPEÇÃO JUDICIAL.
O dispositivo da Constituição Federal
e a divergência jurisprudencial
apresentada não se mostram aptos ao
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conhecimento do recurso de revista.


Recurso de revista não conhecido.
NULIDADE DA R. SENTENÇA POR
CERCEAMENTO DE DEFESA. INDEFERIMENTO
DE PRODUÇÃO DE PROVA TESTEMUNHAL. O
dispositivo da Constituição Federal e
a divergência jurisprudencial
apresentada não se mostram aptos ao
conhecimento do recurso de revista.
Recurso de revista não conhecido.
DESISTÊNCIA DA AÇÃO FEITO PELOS
SUBSTITUÍDOS. LIMITES DA SUBSTITUIÇÃO
PROCESSUAL. Os dispositivos de lei e
da Constituição Federal apresentados
não se mostram aptos ao conhecimento
do recurso de revista. Recurso de
revista não conhecido.
ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. SETOR DE
IMPRESSÃO E SETOR DE EXTRUSÃO. O Eg.
Tribunal Regional confirmou a
existência de agentes perigosos com
base no exame do laudo pericial, que
concluiu haver contato dos
substituídos com esses agentes a
permitir o direito ao adicional de
periculosidade. Decisão em contrário
encontra impedimento nesta instância
recursal, nos exatos termos da Súmula

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nº 126 do C. TST. Recurso de revista


não conhecido.
MULTA PECUNIÁRIA. JULGAMENTO EXTRA
PETITA. O art. 461 do CPC, em seus
parágrafos 4º e 5º, confere ao
julgador a prerrogativa de fixar
medidas necessárias para a efetivação
da tutela específica ou a obtenção do
resultado prático da decisão
judicial, podendo inclusive impor
multa por tempo de atraso, caso dos
autos. Não há, portanto, que se falar
em julgamento extra petita. Recurso
de revista não conhecido.
SUBSTITUTO PROCESSUAL. HONORÁRIOS
ADVOCATÍCIOS. AUSÊNCIA DE DECLARAÇÃO
DE POBREZA DOS SUBSTITUÍDOS. A
substituição processual pelo
sindicato tem previsão
constitucional, decorrendo o
pagamento de honorários de advogado,
em favor do sindicato, da expressa
menção do artigo 16 da Lei 5.584/70.
Entretanto, não faz jus o Sindicato
aos honorários advocatícios apenas em
decorrência da substituição
processual, devendo demonstrar os
requisitos contidos no artigo 14 da
Lei nº 5584/70 c/c a Súmula nº 219 do
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c. TST, ou seja, a comprovação da


percepção de salário inferior ao
dobro do mínimo legal, ou encontrar-
se o empregado em situação econômica
que não lhe permita demandar sem
prejuízo do próprio sustento ou da
respectiva família. Ausente
declaração de miserabilidade dos
substituídos, não há que se falar em
concessão de honorários advocatícios,
ainda que atuando o Sindicato como
substituto processual. Recurso de
revista conhecido e provido.

Vistos,   relatados   e   discutidos   estes   autos   de


Recurso   de   Revista   n°  TST­RR­371300­05.2003.5.12.0027,   em   que   é
Recorrente  GANGURU   EMBALAGENS   S.A.  e   Recorrido  SINDICATO   DOS
TRABALHADORES   NAS   INDÚSTRIAS   PLÁSTICAS   DESCARTÁVEIS   E   FLEXÍVEIS,
QUÍMICAS E FARMACÊUTICAS DE CRICIÚMA E REGIÃO.

O Eg. Tribunal Regional da 12ª Região, mediante o


v. acórdão de fls. 2.223/2.254, complementado às fls. 2.273/2.235,
rejeitou as preliminares de ilegitimidade ativa do sindicato como
substituto processual, da restrição aos associados, cerceamento de
defesa quanto à inspeção judicial e ao indeferimento de prova
testemunhal e, no mérito, manteve a condenação ao pagamento de
adicional de periculosidade a trabalhadores que realizavam
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atividades em diversos setores; de honorários periciais e


assistenciais.
Inconformada, reclamada interpõe recurso de
revista às fls. 2.287/2.343. Insurge-se quanto aos seguintes temas:
“Nulidade do v. acórdão por negativa de prestação jurisdicional”;
“Ilegitimidade ativa”; “Nulidade da r. sentença por cerceamento de
defesa”; “Indeferimento de prova”; “Pedido de desistência da ação
feito pelos substituídos”; “Adicional de periculosidade”; e
“Honorários advocatícios”.
O recurso de revista foi admitido pelo r. despacho
de fls. 2.347/2.348, quanto ao tema “Honorários advocatícios”, por
possível divergência jurisprudencial. 
Contrarrazões apresentadas pelo reclamante às fls.
2.350/2.364.
Ausente parecer da D. Procuradoria-Geral do
Ministério Público do Trabalho, nos termos do artigo 83 do Regimento
Interno do C. TST.
É o relatório.

V O T O

I  –  NULIDADE  DO  V.  ACÓRDÃO  REGIONAL  POR  NEGATIVA


DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL
RAZÕES DE NÃO-CONHECIMENTO
A reclamada argúi, preliminarmente, nas razões de
recurso de revista, a nulidade do v. acórdão regional, por negativa
de prestação jurisdicional, sob o argumento de que não foram
apreciadas as matérias suscitadas nos embargos de declaração,
principalmente quanto à ausência de intimação prévia para a inspeção
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judicial, indeferimento de prova oral e alegação da inexistência de


protestos gerando preclusão da matéria. Indica violação dos arts.
93, inc. IX, da Constituição Federal, 832 da CLT e 458 do CPC.
O Eg. Tribunal Regional da 12ª Região, em resposta
aos embargos de declaração opostos pela reclamada, manifestou-se no
sentido de não haver sido esclarecido em que ponto houve omissão e
contrariedade no v. acórdão embargado, e que a decisão encontra-se
devidamente fundamentada.
Quanto aos pontos indicados pela reclamada, quais
sejam ausência de intimação prévia para a inspeção judicial,
indeferimento de prova oral e alegação da inexistência de protestos
gerando preclusão da matéria, não se observa a ausência de prestação
jurisdicional.
Conforme delimitado no v. julgado regional, com
relação à inspeção judicial, na primeira oportunidade que a
reclamada se manifestou nos autos, após a realização da inspeção
judicial, nada alegou quanto a eventual nulidade do ato praticado,
chegando inclusive a afirmar que a inspeção judicial era pretensão
antiga da empresa; levando à conclusão daquela Corte que houve
conformação com a inspeção realizada.
Quanto   ao   indeferimento   de   prova   oral   e
inexistência   de   protestos   a   gerar   preclusão   da   matéria,   o   Eg.
Tribunal Regional fundamentou sua decisão no sentido de que precluso
o direito da reclamada de arguir nulidade por oitiva de testemunha,
uma vez que deveria tê­lo feito nas razões finais e não o fez, o que
foi mantido no v. acórdão, que julgou os embargos de declaração. 
Com efeito, não há que se falar em nulidade do v.
acórdão regional, uma vez que houve fundamentação acerca de todos os
pontos   dito   omissos   pela   reclamada,   ainda   que   não   lhe   sejam
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favoráveis as decisões. Intactos, portanto, os dispositivos de lei e
da Constituição Federal tidos por violados.
Não conheço.

II   –   ILEGITIMIDADE   ATIVA   DO   SINDICATO.


SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL. 
RAZÕES DE NÃO­CONHECIMENTO
A   reclamada,   nas   razões   de   recurso   de   revista,
alega ser o Sindicato parte ilegítima para atuar no caso dos autos,
sob o argumento de não restar caracterizada a existência de direitos
individuais homogêneos, mas sim heterogêneos, dada a existência de
mais   de   mil   substituídos   trabalhando   em   funções,   locais   e
responsabilidades   diferentes.   Pretende,   assim,   a   extinção   da
presente ação sem resolução de mérito. Aponta violação dos arts. 5º,
incs. II, XXI, LXX, e 8º da Constituição Federal. Colaciona arestos
a confronto.
Assim se pronunciou o Eg. Tribunal Regional quanto
à questão:

“(...).
Diversamente do alegado pela empresa, o pleito constante da exordial
– pagamento do adicional de periculosidade e reflexos a todos os
integrantes da categoria que trabalham, ou trabalharam, ou que venham a
trabalhar na demandada – é homogêneo, já que possui origem comum e
abrange os empregados da ré individualizados na inicial, pertencentes à
categoria profissional representada pelo sindicato-autor.” (fl. 2.225)

E, em resposta aos embargos de declaração opostos
pela reclamada, complementou:
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“(...) a existência de laudos periciais e/ou decisões contrárias não


desnaturam a condição de o sindicato-autor estar postulando, nesta ação,
direitos homogêneos. Tratam-se, apenas, de entendimentos diversos a que
se chegou nestes autos, não estando o julgador atrelado ao que restou
assentado em outros processos e/ou perícias.” (fl. 2.281v)

A delimitação do v. acórdão regional é no sentido
de   que   o   Sindicato   é   parte   legítima   para   atuar,   por   se   tratar   de
pedido   de  pagamento do adicional de periculosidade e reflexos a
todos os integrantes da categoria que trabalham, ou trabalharam, ou
que venham a trabalhar na demandada – é homogêneo, já que possui
origem comum e abrange os empregados da ré individualizados na
inicial, pertencentes à categoria profissional representada pelo
sindicato-autor.
O artigo 8º, III, da Constituição Federal
estabelece:

“Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o


seguinte:
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou
individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou
administrativas;”

Esta Colenda Corte editou a Súmula nº 310


limitando a substituição processual àquelas situações previstas em
leis de política salarial; entretanto, tal posicionamento, embora
sedimentado no âmbito trabalhista, contrariava o entendimento

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adotado pelo E. Supremo Tribunal Federal, guardião da Constituição


Federal.
A substituição processual conferida aos sindicatos
não é irrestrita, devendo se limitar às ações visando à proteção de
direitos e interesses coletivos ou individuais homogêneos da
categoria, conforme prevê o artigo 8º, III, da Constituição Federal.
A norma constitucional, ao assegurar ao sindicato
a defesa judicial dos direitos individuais da categoria, não
autoriza a defesa de quaisquer interesses individuais, mas sim a
defesa coletiva de direitos individuais homogêneos da categoria,
cuja titularidade diz respeito a uma coletividade de empregados
representados pelo sindicato, abrangendo ou não toda a categoria.
Este é o conceito que se extrai do art. 81, inciso
III, da Lei nº 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor), segundo o
qual constituem interesses individuais homogêneos "os decorrentes de
origem comum".
Por conseguinte, a legitimação extraordinária, da
qual a substituição processual pelo sindicato é espécie, é válida
para a defesa dos interesses e direitos individuais da categoria,
hipótese de defesa coletiva de direitos individuais homogêneos.
Nesse sentido, decisão da lavra do Exmo. Sr.
Ministro João Oreste Dalazen, no julgamento do processo TST-E-RR-
353.334/97, decisão publicada no DJ de 24/06/2005:

“Entendo, particularmente, que a substituição processual conferida


aos sindicatos não é irrestrita, devendo-se limitar às ações visando à
proteção de “direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria”,
conforme prevê o aludido dispositivo constitucional. Parto, pois, da
premissa de que há direitos coletivos da categoria, relativos a todos os seus
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integrantes, bem como direitos individuais da categoria, que não abrangem


todos os seus integrantes. Quando a norma constitucional assegura ao
sindicato a defesa judicial dos direitos individuais da categoria, é clara ao
não albergar quaisquer “interesses individuais”, o que já afasta uma
primeira interpretação no sentido da amplitude irrestrita da legitimidade
extraordinária dos sindicatos, que não ostentam legitimidade para pleitear,
judicialmente, direitos lesados dos indivíduos componentes da categoria.
Entendo que a norma alude aos direitos “supra-individuais”, cuja
titularidade toca a uma coletividade de empregados representados pelo
sindicato, em maior ou menor abrangência, conceito esse que se amolda ao
art. 81, inciso III, da Lei nº 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor),
segundo o qual constituem interesses individuais homogêneos "os
decorrentes de origem comum". Por conseguinte, o art. 8º, inciso III, da
Constituição Federal assegurou ao sindicato legitimação extraordinária para
ajuizar qualquer ação, em benefício de integrantes da categoria, desde que
presente um nexo entre o interesse tutelado pela entidade e o interesse em
disputa dos membros da categoria. Em outras palavras, são “interesses
individuais da categoria” aqueles oriundos da mesma lesão a um interesse
geral, que podem ser defendidos judicialmente tanto pelo lesado individual,
como também pelo sindicato, dado o seu caráter transindividual” (grifo
nosso)

No caso concreto, o Sindicato ostenta legitimidade


extraordinária ativa para promover a ação, visando ao pagamento dos
adicional de periculosidade, em favor de parte de seus associados,
todos empregados da reclamada.
Este Tribunal tem decidido reiteradamente que o
sindicato é parte legítima para atuar como substituto processual na

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defesa dos direitos e interesses individuais de origem comum da


categoria que representa, conforme precedentes abaixo:

“SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL. SINDICATO. ART. 8º, INC. III,


DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. AMPLITUDE. A jurisprudência
da Corte, a partir do julgamento do E-RR-353.334/1997.9, firmou-se no
sentido de que a substituição processual, tal como prevista no art. 8º, inc.
III, da Constituição da República, abrange os direitos ou interesses
individuais homogêneos , reconhecidos pelo Supremo Tribunal Federal
como subespécie de interesses coletivos (RE-163231-3/SP, Ac. 2ª Turma,
Rel. Min. Maurício Corrêa, DJ 29-06-2001), de modo que o sindicato tem
legitimidade para atuar na qualidade de substituto processual, no caso, em
que se busca o pagamento de adicional de periculosidade . ADICIONAL
DE PERICULOSIDADE. Incidência da Súmula 126 do TST. Violação ao
art. 896 da CLT não demonstrada. Recurso de Embargos de que não se
conhece. (E-RR - 59/2005-099-03-00.7 , Relator Ministro: João Batista
Brito Pereira, Data de Julgamento: 13/10/2008, Subseção I Especializada
em Dissídios Individuais, Data de Publicação: 17/10/2008).”
“EMBARGOS - SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL -
LEGITIMIDADE ATIVA DO SINDICATO - ADICIONAL DE
PERICULOSIDADE. Segundo jurisprudência pacífica do Eg. Pleno do
TST (E-RR-175.894/1995, Rel. Min. Ronaldo Leal, DJ 10/10/2003), o
sindicato, em razão do disposto no artigo 8º, inciso III, da Constituição da
República, possui legitimação extraordinária para agir em prol dos direitos
dos membros de sua categoria . ADICIONAL DE PERICULOSIDADE -
SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA - RECURSO
DESFUNDAMENTADO. A teor da Súmula nº 221, I, desta Corte, -a
admissibilidade do recurso de revista e de embargos por violação tem como
pressuposto a indicação expressa do dispositivo de lei ou da Constituição
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tido como violado- Embargos não conhecidos. (E-RR - 666503/2000.5 ,


Relatora Ministra: Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, Data de Julgamento:
20/08/2007, Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, Data de
Publicação: 31/08/2007)”
“RECURSO DE REVISTA. LEGITIMIDADE ATIVA AD CAUSAM
. SINDICATOS. SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL.
REPRESENTATIVIDADE. Esta Corte Superior, ante o reiterado
entendimento do Supremo Tribunal Federal, cancelou a sua Súmula n.º 310,
por meio da Resolução n.º 119/2003. Dessarte, não mais subsistem as
restrições, de ordem subjetiva e objetiva, imposta pela referida súmula, à
atuação do sindicato como substituto processual nas ações em que pugna
pela implementação de direitos individuais homogêneos (art. 81, III, da Lei
n.º 8.078/90). ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. DECISÃO
REGIONAL EM CONFORMIDADE COM SÚMULA N.º 364, I, DO TST.
Não merece ser processado o Recurso de Revista, quando a decisão
guerreada apresenta-se em consonância com jurisprudência pacífica do
TST. Aplicação do disposto no art. 896, § 5.º, da CLT. (RR - 1697/2003-
099-03-00; Rel. Min. Maria de Assis Calsing; DEJT - 18/12/2009)”
“RECURSO DE REVISTA. PRELIMINAR CARÊNCIA DE AÇÃO.
ILEGITIMIDADE ATIVA DO SINDICATO. O conceito que se extrai do
art. 81, inciso III, da Lei nº 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor),
segundo o qual constituem interesses individuais homogêneos "os
decorrentes de origem comum". Por conseguinte, a legitimação
extraordinária, da qual a substituição processual pelo sindicato é espécie, é
válida para a defesa dos interesses e direitos individuais da categoria,
hipótese de defesa coletiva de direitos individuais homogêneos. Recurso de
revista não conhecido. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE.
INFLAMÁVEIS. LAUDO PERICIAL. Não se conhece do recurso de
revista, quando o Eg. Tribunal Regional, com base na prova pericial,
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conclui pela existência de risco no ambiente de trabalho do empregado que


manobra vagões cheios ou vazios, não decantados ou desgaseificados de
gasolina. Óbice da Súmula nº 126 do C. TST. Recurso de revista não
conhecido. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. EXPOSIÇÃO A
RUÍDOS. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO FORNECIMENTO DE
EPI. A decisão regional foi pautada na ausência da juntada de ficha de
fornecimento de EPI ao laudo pericial, não comprovando a reclamada as
informações prestadas ao Perito, gerando presunção favorável à tese
defendida pelos autores em relação a exposição a agentes insalubres em
decorrência de atividade desenvolvida em local com ruídos acima dos
limites de tolerância. Assim, nos termos em que proferida a v. decisão do
Eg. Tribunal Regional, verifica-se a consonância com a Súmula nº 289 do
TST. Recurso de revista não conhecido. ANOTAÇÃO NA CTPS. MULTA
ADMINISTRATIVA. APLICAÇÃO POR AUTORIDADE JUDICIÁRIA
TRABALHISTA. INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO.
VIOLAÇÃO DO ART. 114 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL
CARACTERIZADA. A competência da Justiça do Trabalho, em matéria de
multas administrativas, limita-se à discussão daquelas aplicadas pelos
órgãos de fiscalização do trabalho (CF, art. 114, VII). O que não se admite é
a aplicação da penalidade pelo magistrado, ao arrepio do art. 114 da
Constituição Federal, que restou, no presente caso, violado. Recurso de
revista conhecido e provido. (RR-1707/2003-059-03-00.1; Rel. Min.
Aloysio C. da Veiga, DEJT - 14/08/2009)”

Os arestos de fls. 2.302/2.303, colacionados com o


fim de demonstrar dissenso jurisprudencial, mostram-se superados,
como também intactos os dispositivos da Constituição Federal tidos
por violados.
Não conheço.
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III – SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL. LIMITAÇÃO


RAZÕES DE NÃO-CONHECIMENTO
Nas razões de recurso de revista, a reclamada
pretende a reforma do v. acórdão regional, caso caracterizada a
natureza homogênea, para que a substituição processual seja limitada
aos associados. Aponta violação dos arts. 6º do CPC, 195, § 2º, da
CLT e 8º, inc. III, da Constituição Federal.
Quanto à pretensão da reclamada de que a
substituição processual seja limitada aos associados, assim se
manifestou o Eg. Tribunal a quo:

“(...).
Não discrepa da doutrina o entendimento jurisprudencial do E. TST,
in verbis:
ILEGITIMIDADE ATIVA DO SINDICATO.
SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL DA CATEGORIA. I - Cabe
salientar ter sido cancelada a Súmula/TST nº 310 pelo Tribunal
Pleno, nos autos de Incidente de Uniformização de
Jurisprudência em Embargos apresentados à Subseção I
Especializada em Dissídios Individuais. A partir da nova
orientação jurisprudencial, é forçoso considerar que a
substituição processual não se acha mais restrita às hipóteses
contempladas na CLT, abrangendo doravante interesses
individuais homogêneos, interesses difusos e os coletivos em
sentido estrito. II - Os interesses individuais homogêneos, por
sua vez, se apresentam como subespécie dos interesses
transindividuais ou coletivos em sentido referentes a um grupo
de pessoas que transcendem o âmbito individual, embora não
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PROCESSO Nº TST-RR-371300-05.2003.5.12.0027

cheguem a constituir interesse público. III – Para a


admissibilidade da tutela desses direitos ou interesses
individuais, é imprescindível a caracterização da sua
homogeneidade, isto é, sua dimensão coletiva deve prevalecer
sobre a individual, caso contrário os direitos serão
heterogêneos, ainda que tenham origem comum. IV - Nessa
categoria acha-se enquadrado o interesse defendido pelo
sindicato-recorrido, de se proceder à averiguação dos índices de
reajuste salarial, tendo em vista a evidência de todos eles terem
compartilhado prejuízos divisíveis, de origem comum. V - Com
a superação da Súmula/TST nº 310 e da nova jurisprudência
consolidada nesta Corte, na esteira do posicionamento do STF,
de o inciso III do artigo 8º da Constituição ter contemplado
autêntica hipótese de substituição processual generalizada, em
relação à qual é dispensável a outorga de mandato pelos
substituídos, pois é o substituto que detém legitimação anômala
para a ação, o alcance subjetivo dela não se restringe mais aos
associados da entidade sindical, alcançando, ao revés, todos os
integrantes da categoria profissional. VI - Recurso provido. (RR
nº 1012/2005-059-03-00.1, Rel. Min. Antônio José de Barros
Levenhagen, publicado no DJ de 24.11.2006, grifei)
Isso posto, rejeito a prefacial.” (fls. 2.226v/2.227)

Conforme já explicitado anteriormente, a norma


constitucional, ao assegurar ao sindicato a defesa judicial dos
direitos individuais da categoria, não autoriza a defesa de
quaisquer interesses individuais, mas sim a defesa coletiva de
direitos individuais homogêneos da categoria, cuja titularidade diz

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PROCESSO Nº TST-RR-371300-05.2003.5.12.0027

respeito a uma coletividade de empregados representados pelo


sindicato, abrangendo ou não toda a categoria.
A v. decisão regional encontra-se em consonância
com a jurisprudência desta C. Corte, que mantém o posicionamento de
que o sindicato é parte legítima para propor, na qualidade de
substituto processual, ação em favor de todos os integrantes da
categoria que representa.
Eis alguns precedentes desta C. Corte:

“RECURSO DE EMBARGOS. NULIDADE POR NEGATIVA


DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. Houve pronunciamento explícito
sobre a matéria invocada pelo reclamante em sede de embargos de
declaração, não havendo que se falar em negativa de prestação
jurisdicional, razão pela qual afasta-se a apontada ofensa aos artigos 93,
inciso IX, da Constituição Federal e 832 da CLT. Embargos não
conhecidos.
AÇÃO DE CUMPRIMENTO. SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL.
LIMITAÇÃO AOS ASSOCIADOS. ALCANCE A TODA A
CATEGORIA. VIOLAÇÃO DO ARTIGO 8º, III, DA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL RECONHECIDA. Trata-se de ação em
que o Sindicato pretende ver o cumprimento de cláusula que concedeu
reajuste salarial em março e julho de 1994 mediante acordo firmado nos
autos de processo de revisão de dissídio coletivo da categoria. Não há como
limitar o cumprimento da ação aos associados, se há decisão proferida em
dissídio coletivo para toda a categoria. O sindicato substituirá todos os
empregados integrantes da categoria que representa. Este é o sentido do
artigo 8º, III, da Constituição Federal, conforme já assentado pelo E. STF.
Embargos conhecidos e providos.” (ERR-507.137/1998.1; SBDI-1; Rel.
Min. Aloysio C. da Veiga; DJ - 15/06/2007)
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PROCESSO Nº TST-RR-371300-05.2003.5.12.0027

“AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA.


SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL. SINDICATO DA CATEGORIA
PROFISSIONAL. AÇÃO DE CUMPRIMENTO. LEGITIMIDADE
ATIVA AD CAUSAM . Aparente violação do artigo 8º, III, da Constituição
da República, nos moldes da alínea c do artigo 896 da CLT, a ensejar o
provimento do agravo de instrumento. Agravo de instrumento provido , nos
termos do art. 3º da Resolução Administrativa 928/2003. RECURSO DE
REVISTA. SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL. SINDICATO DA
CATEGORIA PROFISSIONAL. AÇÃO DE CUMPRIMENTO.
LEGITIMIDADE ATIVA AD CAUSAM . Viola o artigo 8º, inciso III, da
Constituição da República decisão regional que não reconhece legitimidade
ativa ad causam, ao sindicato da categoria profissional para propor, na
qualidade de substituto processual, ação de cumprimento de sentença
normativa em favor de todos os integrantes da categoria que representa.
Recurso de revista conhecido e provido .” (RR - 1569/2001-099-03-00; Rel.
Min. Rosa Maria Weber; DEJT - 06/02/2009).

Por se encontrar o v. julgado em consonância com a


atual, iterativa e notória jurisprudência deste C. TST, aplica-se à
hipótese a Súmula nº 333 do C. TST.
Não conheço.

IV – NULIDADE DA R. SENTENÇA POR CERCEAMENTO DE


DEFESA. AUSÊNCIA DE INTIMAÇÃO PRÉVIA. INSPEÇÃO JUDICIAL
RAZÕES DE NÃO-CONHECIMENTO
Quanto à pretendida nulidade da r. sentença por
cerceamento de defesa em razão da ausência de intimação prévia à

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reclamada para inspeção judicial, assim fundamentou o Eg. Tribunal


Regional:

“(...).
A teor do disposto nos arts. 795 da CLT e 245 do CPC, vige no
processo do trabalho o princípio da convalidação, segundo o qual as
nulidades deverão ser argüidas no primeiro momento em que a parte tiver
de falar nos autos.
In casu, a inspeção judicial foi realizada no dia 30.08.2006 (fls.
1.570/1.572). Todavia, na primeira oportunidade em que a ré falou nos
autos, após a realização da inspeção judicial (fl. 1.601), ela nada alegou
acerca de eventual nulidade do ato praticado.
Do contrário, a demandada chegou a afirmar que a inspeção judicial
era “pretensão antiga da empresa” (fl. 1.601).
Assim, forçoso reconhecer que a empresa se conformou com a
realização da inspeção judicial, ainda que não tenha sido intimada
previamente da realização de tal ato, restando preclusa as arguições de
nulidade posteriores à petição de fl. 1.601.” (fl. 2.230)

Nas razões de recurso de revista, a reclamada


pretende seja declarada a nulidade de todos os atos processuais
posteriores à inspeção realizada, sob o argumento de que não houve
prévia intimação à reclamada da realização da inspeção judicial.
Aponta violação do art. 5º, incs. LIV e LV, da Constituição Federal.
Colaciona aresto a confronto.
Os fundamentos contidos no v. acórdão recorrido
não indicam que houve cerceamento do direito de defesa da reclamada,
na medida em que o Eg. Tribunal Regional afastou a nulidade
pretendida, inclusive considerou precluso o direito da reclamada de
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PROCESSO Nº TST-RR-371300-05.2003.5.12.0027

argui-la, sob o entendimento de que a inspeção judicial foi


realizada no dia 30.08.2006 e, na primeira oportunidade que a
reclamada teve para se manifestar nos autos, após a realização da
inspeção judicial, nada alegou acerca de eventual nulidade do ato
praticado, e que afirmou inclusive que a inspeção judicial era
pretensão antiga da empresa.
Não há, assim, como se aferir afronta aos incisos
LIV e LV do artigo 5º da Constituição Federal, pois à reclamada está
sendo dado o direito à ampla defesa e ao contraditório com os meios
e recursos a ela inerentes.
A divergência jurisprudencial não se mostra
específica ao caso dos autos, pois, apesar de tratar sobre a
nulidade da inspeção judicial quando não intimadas previamente as
partes, não enfrenta a tese do Eg. Tribunal de que havia o momento
oportuno para se manifestar quanto à nulidade pretendida e a
reclamada não o fez. Aplicação das Súmulas nºs 23 e 296 do C. TST.
Não conheço.

V – NULIDADE DA R. SENTENÇA POR CERCEAMENTO DE


DEFESA. AUSÊNCIA DE RESPOSTA AOS QUESITOS FORMULADOS.
RAZÕES DE NÃO-CONHECIMENTO
Quanto à nulidade arguida pela reclamada por
considerar cerceado seu direito de defesa pela ausência de resposta
do perito aos quesitos formulados, assim se manifestou o Eg.
Tribunal a quo:

“(...).

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Diversamente do alegado pela empresa, quando da manifestação à


impugnação do laudo pericial, o expert respondeu os quesitos formulados
(...).
Tanto que a demandada nem sequer apontou, especificamente, quais
quesitos, efetivamente, deixaram de ser respondidos (ressalto que a
existência de respostas contrárias à tese defendida pela empresa, por si só,
não caracteriza o cerceio de defesa).
Observo, por derradeiro, que a empresa não requereu ao Juízo a quo
fosse o perito intimado para comparecer à audiência de fl. 1.896, a fim de
prestar esclarecimentos acerca do laudo, conforme lhe facultava o art. 435
do CPC.” (fl. 2.232)

Nas razões de recurso de revista, a reclamada


insiste em que o encerramento da prova pericial sem que fossem
respondidos os quesitos por ela propostos implicou cerceamento de
defesa, ante o impedimento de discutir questões técnicas
indispensáveis para o esclarecimento de fatos.
A delimitação contida no v. acórdão regional é de
que houve sim resposta aos quesitos formulados pela reclamada, e
ainda, que não houve pedido da empresa para que o perito fosse
intimado para comparecer à audiência a fim de prestar
esclarecimentos acerca do laudo.
Nesses termos, não há como se pretender violação
dos incisos LIV e LV do art. 5º da Constituição Federal, nem se
verifica dissenso jurisprudencial com o aresto de fl. 2.316/2.317,
uma vez que o Eg. Tribunal a quo afirma terem sido respondidos os
quesitos propostos e que não houve pedido de intimação de
comparecimento do perito para prestar as informações pretendidas.
Não conheço.
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VI – NULIDADE DA R. SENTENÇA POR CERCEAMENTO DE


DEFESA. INDEFERIMENTO DE PRODUÇÃO DE PROVA TESTEMUNHAL.
RAZÕES DE NÃO-CONHECIMENTO
O Eg. Tribunal Regional afastou a nulidade da r.
sentença quanto à alegação de indeferimento de prova testemunhal,
sob o seguinte fundamento:

“(...).
Está precluso o direito de a empresa arguir a nulidade da sentença por
esse fundamento, uma vez que, apesar de ter havido ‘protestos’ da
reclamada em audiência (fl. 1.978), as razões finais foram silentes acerca da
propalada nulidade decorrente do indeferimento da prova oral (fls.
1.991/1.999).
(...), o momento processual para que a recorrente arguisse a nulidade
do julgado era em razões finais. Todavia, dessa forma ela não procedeu,
restando preclusa a argüição em grau de recurso.” (fls. 2.231/2.231v)

Nas razões de recurso de revista, a reclamada


insiste em que cerceado o direito de defesa, porque foram arroladas
três testemunhas imprescindíveis para o deslinde da demanda, e o
juiz de primeira instância impediu essa produção de prova, sob o
argumento de a natureza da matéria da presente ação dispensa a
produção de prova oral. Aponta violação dos arts. 818 da CLT, 131,
132 e 333, II, do CPC, 5º, incs. LIV e LV, da Constituição Federal.
Colaciona arestos a confronto.
Não há como se aferir violação dos arts. 818 da
CLT, 131, 132 e 333, II, do CPC, que tratam da produção de prova,
questão não versada pela eg. Corte, que tão-somente trouxe tese no
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sentido de que não houve manifestação da reclamada nas razões finais


acerca da pretendida nulidade decorrente do indeferimento da prova
oral, momento próprio para se argui-la, entendendo estar precluso o
direito dessa pretensão em grau de recurso ordinário.
Da mesma forma quanto ao art. 5º, LIV e LV, da
Constituição Federal, pois à reclamada estão sendo oportunizados a
ampla defesa e o contraditório.
Também não há como se conhecer do recurso de
revista por divergência jurisprudencial, pois os arestos de fls.
2.313/2.314 não tratam de serem as razões finais o momento para a
parte protestar em relação a oitiva de testemunhas. Incidência das
Súmulas nºs 23 e 296 do C. TST.
Não conheço.

VII – DESISTÊNCIA DA AÇÃO FEITO PELOS


SUBSTITUÍDOS. LIMITES DA SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL.
RAZÕES DE NÃO CONHECIMENTO
O Eg. Tribunal Regional deu parcial provimento ao
recurso ordinário do Sindicato reclamante para declarar ineficazes
os pedidos de desistência da ação formulados pelos substituídos que
à época do pedido mantinham vínculo de emprego com a reclamada.
Assim fundamentou sua decisão:

“(...).
À luz dos ensinamentos doutrinários (...), extraio as seguintes
conclusões:
A primeira, de que o pedido de “desistência” formulado pelos
substituídos que, à época do requerimento, mantinham vínculo
empregatício com a empresa, é ineficaz, já que nesse caso estaria presente o
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vício de consentimento (coação). Porém, tal ilação, a meu ver, não se aplica
aos casos em que o pedido de desistência é ratificado judicialmente (e neste
ponto estou reformulando entendimento).
Nessa hipótese – pedido de desistência ratificado em juízo -, o temor
do empregado em relação ao empregador é afastado pela presença do Juiz.
O magistrado, diante dos questionamentos efetuados àqueles presentes em
juízo, acompanha as reações emocionais necessárias à formação do seu
convencimento, bem como transmite segurança necessária ao trabalhador
para que ele possa, sem a pressão do empregador, confirmar ou não o seu
pedido de “desistência”.
Resumindo, o pedido de desistência, quando ratificado em juízo, goza
da segurança jurídica necessária à sua homologação.
A segunda, é de que devem ser chancelados os requerimentos de
desistência feito por aqueles substituídos que, à época do requerimento, não
mais possuíam vínculo de emprego com a demandada. Nesse caso, a coação
não pode ser presumida, uma vez que o trabalhador, como bem pontuou o
ilustre professor Alcione Niederauer Corrêa, já estava fora dos limites da
autoridade de quem o dirigia e subordinava.
In casu, verifico da relação de fls. 2.001/2.023, que há pedido de
“desistência” da ação formulado por substituídos que, à época do
requerimento de “desistência”, não mais possuíam vínculo de emprego com
a demandada. São eles: Dilcei da Silva (fl. 2.007), Eloir de Souza (fl.
2.008), João Batista Fernandes (fl. 2.012), João Tachinski (fl. 2.013) e
Rodrigo Mendes Fernandes (fl. 2.019).
Assim, mantenho a decisão recorrida quanto à homologação do
pedido de “desistência da ação” formulado pelos substituídos Dilcei da
Silva, Eloir de Souza, João Batista Fernandes, João Tachinski e Rodrigo
Mendes Fernandes.

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Quanto aos substituídos relacionados às fls. 2.001/2.023 - que à época


do pedido “desistência da ação” mantinham vínculo de emprego com a ré -,
verifico que tais requerimentos não foram, até o presente momento,
ratificados em Juízo.
Logo, não há como, por ora, homologá-los.
Isso posto, dou provimento parcial ao recurso nesse aspecto para
declarar ineficazes os pedidos de “desistência da ação” formulados por
aqueles substituídos que mantinham vínculo de emprego com a demandada
à época em que realizaram tal pleito (desistência da ação).” (fls.
2.252/2.253)

E, em resposta aos embargos de declaração opostos


pela reclamada, o Eg. Tribunal a quo complementou seu
posicionamento:

“(...).
Embora não tenha constado expressamente do acórdão, resta claro
que era do sindicato-autor o ônus de provar a existência de vício de
consentimento relativamente aos pedidos de ‘desistência’ formulados pelos
substituídos.
Desse mister o sindicato-autor se desincumbiu parcialmente, já que a
tese defendida por esta C. Turma, amparada na doutrina, foi no sentido de
que o pedido de ‘desistência’ formulado pelos substituídos que, à época do
requerimento, mantinham vínculo empregatício com a empresa seria
ineficaz, já que, nesse caso, estaria presente o vício de consentimento
(coação), exceto quando o pedido de desistência fosse ratificado
judicialmente.” (fl. 2.279v)

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Inconformada, a reclamada pretende reforma do v.


julgado, sob o argumento de que não foram observados os limites da
substituição processual quanto aos direitos subjetivos dos
substituídos. Aponta violação dos arts. 8º, inc. III, 5º, inc. II,
da Constituição Federal; 138, 139, 145, 151, 153 e 167 do Código
Civil.
Conforme se observa dos vv. acórdãos recorridos,
os fundamentos expostos pelo Eg. Tribunal Regional foram no sentido
de que os pedidos de desistência formulados pelos substituídos que à
época do requerimento mantinham relação de emprego com a reclamada
seriam ineficazes, ante a ocorrência do vício de consentimento. E,
quanto aos demais requerimentos, formulados por substituídos que não
mais mantinham vínculo de emprego, esses forma ratificados
judicialmente, o que os torna eficazes.
Assim sendo, não se depreende ofensa literal
doart. 8º, inc. III, da Constituição Federal. Conforme explicitado
no v. acórdão regional, o Sindicato pode postular a nulidade do
pedido de desistência da ação formulado pelos substituídos por
caber-lhe o direito de defesa dos interesses coletivos ou
individuais da categoria e tendo em vista o papel assegurado
constitucional.
Também não se verifica violação dos demais
dispositivos de lei, pois esses não atacam diretamente a tese
emitida pelo Eg. Tribunal Regional, em que acatada a nulidade dos
pedidos de desistência dos empregados da reclamada ante a ausência
de ratificação em juízo, a se afastar a presença do vício de
consentimento. Da mesma forma, intacto o art. 5º, inc. II, da
Constituição Federal.
Não conheço.
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VIII – ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. SETOR DE


IMPRESSÃO E SETOR DE EXTRUSÃO
RAZÕES DE NÃO-CONHECIMENTO
O Eg. Tribunal Regional negou provimento ao
recurso ordinário interposto pela reclamada para, com base no laudo
pericial, considerar devido o adicional de periculosidade aos
empregados em diversos setores da empresa que trabalham em contato
com agentes inflamáveis.
Quanto aos setores de impressão e extrusão, assim
decidiu:

“SETOR DE IMPRESSÃO
(...).
Consignou o perito que o setor de impressão era constituído de 10
(dez) máquinas impressoras, sendo cada máquina alimentada por uma lata
de tinta inflamável com capacidade de 20 litros, bem como havia, ao lado
de cada uma das máquinas, uma bombona contendo 10 litros de solvente,
cabendo ao operador de impressora e aos seus auxiliares as atividades de
alimentação destes produtos, quer corrigindo a viscosidade com a mistura
de solventes ou mesmo trocando várias latas de tinta (fl. 1.704).
Registrou, também, que além dos volumes abertos em uso ou
aguardando a utilização, outros recipientes eram depositados junto às
paredes do setor de impressão.
Diante de tais fatos (não impugnados pela empresa – vide
manifestação de fls. 1.734/1.744), o perito reputou que os empregados da
ré, que laboravam no mencionado setor, fariam jus à percepção do adicional
de periculosidade por ingressarem em área de risco (depósito de

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inflamáveis em recinto fechado, sendo considerada área de risco toda a área


interna do recinto – NR nº 16, item 3, letra “s”).
A tese da empresa de que o volume de inflamáveis
manuseados/armazenados no setor de impressão estaria abaixo dos limites
estabelecidos na NR 16 e na NR 20 e que, portanto, não caracterizaria
periculosidade para efeito de percepção do referido adicional, não encontra
guarida.
A empresa não refutou oportunamente (vide manifestação de
fl.1.734/1.744) a afirmação do expert de que seria inaplicável a excludente
de periculosidade prevista no item 4.01 da NR 16, uma vez que as
embalagens utilizadas pela demandada não eram certificadas.
Todavia, para que haja a descaracterização da periculosidade, ainda
que observado os limites estabelecidos no “Quadro I” da NR nº 16, o
manuseio e/ou a armazenagem de líquidos inflamáveis deveria ser feito por
meio de embalagens certificadas, o que não ocorreu na hipótese dos autos.
Pondero, ainda, que o item 20.2.13, NR nº 20, apenas limita o
armazenamento de líquidos inflamáveis dentro do edifício em recipientes
cuja capacidade máxima seja de 250 (duzentos e cinqüenta) litros por
recipiente. Porém, em nenhum momento a NR nº 20 descaracteriza a
periculosidade pela obediência de tal disposição.
Ademais, ainda que, em tese, as instalações físicas da empresa
observassem as disposições estampadas nos itens 20.2.14 e 20.2.15 da NR
nº 20, tal fato, por si só, não deixaria de tornar área de risco aquela indicada
pelo expert, até porque não há qualquer disposição nesse sentido na NR nº
20.
Assim, tenho por caracterizado o labor em condições perigosas aos
trabalhadores do setor de impressão indicados no laudo de fls. 1.641/1.727,
já que eles estavam expostos ao longo da jornada de trabalho à situação de

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risco acentuado prevista na NR nº 16, item 3, letra “s”.” (fls.


2.234v/2.235v).
SETOR DE EXTRUSÃO E DE MANUTENÇÃO
A existência de labor em condições perigosas nos setores acima
identificados decorreu do fato de eles estarem localizados em galpão
gêmeo, “colado” ao setor de impressão, sendo que entre as duas edificações
existam aberturas de grande porte que se mantinha abertas diuturnamente,
em face da passagem contínua de máquinas e trabalhadores.
De notar, ainda, que, para adentrar ou sair desses setores (extrusão e
manutenção) é necessário passar por dentro do galpão onde estava
localizado o setor de impressão (vide croqui das paredes de fls. 1.707 e
croqui de fl. 1.729), já que não há outra forma de passagem.
Esse fato, a meu ver, caracteriza uma única área interna, uma vez que,
em havendo um incêndio no setor de impressão, os trabalhadores dos
setores de extrusão e de manutenção ficariam “presos” em seus setores ou
teriam que atravessar o galpão onde está localizado o setor de impressão
para sair da empresa.
Na esteira desse pensamento, e considerando que a NR nº 16, em seu
item “3”, letra “s”, considera como área de risco “toda área interna do
recinto”, mantenho a decisão recorrida nesse aspecto.” (fls. 2.236/2.236v)

E ainda, com relação aos empregados que trabalham


em contato com agentes radioativos, manifestou-se o Eg. TRT:

“(...).
De fato, a NR 16 não prevê o pagamento do adicional de
periculosidade por atividade e operações perigosas com radiações
ionizantes. Tal hipótese está contemplada na Portaria nº 3.393, de 17 de
dezembro de 1987, sobre a qual já se manifestou o E. TST no sentido de
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que ela não viola o princípio da legalidade, revestindo-se de plena eficácia,


conforme demonstram o seguinte aresto e a Orientação Jurisprudencial nº
345 da SBDI-I:
(...).
Observo que os trabalhadores indicados no laudo, que laboram nos
setores ora em análise, fazem jus à percepção do adicional de
periculosidade em face da incidência do disposto no item 1 do anexo da
Portaria nº 3.393/87, que considera atividade perigosa a utilização de
materiais radioativos, selados ou não selados, em áreas sujeitas a risco
potencial devido às radiações ionizantes.” (fls. 2.239v/2.240v)

Nas razões de recurso de revista, a reclamada


alega que não se pode conceber a conclusão do laudo pericial em
declarar devido o adicional de periculosidade em setores que sequer
mantém contato com qualquer agente perigoso. Que no setor de
impressão, onde há armazenamento de tintas utilizadas no processo
produtivo, essas são armazenadas em recipientes de 20 litros, bem
abaixo do limite imposto pela norma regulamentadora. E no setor de
extrusão, onde no laudo pericial consta que os trabalhadores são
expostos a radiação, não há como prosperar, pois restou demonstrado
nos autos que os raios ionizantes estão devidamente blindados e
selados, com certificado da Comissão Nacional de Energia Nuclear.
Aponta violação dos arts. 193 da CLT, 5º, inc. II, da Constituição
Federal, NR 14 e NR 20 da Portaria MTb 3.311/89, e contrariedade com
a Súmula nº 364 do C. TST.
Conforme se extrai do v. acórdão de fls.
2.223/2.254v, o Eg. Tribunal Regional decidiu em manter a condenação
da reclamada ao pagamento de adicional de insalubridade aos
empregados considerados como exercentes de atividades em local de
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PROCESSO Nº TST-RR-371300-05.2003.5.12.0027

risco, baseado no laudo pericial, que afastou a alegação de que o


armazenamento dos líquidos inflamáveis do setor de impressão, mesmo
abaixo dos limites impostos pela norma regulamentadora, não era
feito em embalagens certificadas, o que tornou inaplicável a
excludente de periculosidade prevista na NR 16.
Quanto ao setor de exclusão, a delimitação contida
no v. acórdão é de que a confirmação de que o trabalho naquele setor
era exercido em condições perigosas pelo fato de que sua localização
é diretamente ligada ao setor de impressão, pois a entrada e saída
desse setor se dava por dentro do setor de impressão, caracterizando
uma única área interna. E ainda, que a norma regulamentar considera
atividade perigosa a utilização de materiais radioativos, selados ou
não selados, em áreas sujeitas a risco potencial devido às radiações
ionizantes. Não há que se falar, portanto, que o adicional por
contato com agentes ionizantes importa em adicional de
insalubridade, haja vista a decisão ter-se dado em consonância com a
jurisprudência desta C. Corte, que considera que a exposição do
empregado à radiação ionizante ou à substância radioativa enseja a
percepção do adicional de periculosidade (Orientação Jurisprudencial
nº 345 da SBDI-1).
Com efeito, não há como se aferir violação dos
dispositivos de lei e da Constituição Federal tidos por violados, e
a contrariedade com a Súmula nº 364 do C. TST, ante a confirmação do
Eg. Tribunal Regional da existência de agentes perigosos observados
no laudo pericial a incidir o direito ao adicional de
periculosidade.
Decidir de forma contrária implicaria o reexame de
todo o conjunto probatório dos autos, o que encontra impedimento

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nesta instância recursal, nos exatos termos da Súmula nº 126 do C.


TST.
Não conheço.

IX – MULTA PECUNIÁRIA. JULGAMENTO EXTRA PETITA


RAZÕES DE NÃO­CONHECIMENTO
Quanto   à   alegação   da   reclamada,   nas   razões   de
recurso ordinário, de que a multa pecuniária não foi postulada pelo
Sindicato,   a   incorrer   em   julgamento  extra   petita,  assim   se
pronunciou o Eg. Tribunal Regional:

“(...).
A cominação de multa diária imposta na decisão recorrida tem
natureza jurídica de astreintes, cujo escopo é compelir a ré a cumprir a
obrigação de fazer na qual restou condenada, podendo, inclusive, ser
aplicada de ofício pelo Juízo a quo, conforme disposição contida no §4º do
art. 461 do CPC, de aplicação subsidiária no processo do trabalho
(inteligência do disposto no art. 769 da CLT).
Logo, não há falar em julgamento extra petita.” (fl. 2.246v)

Nas   razões   de   recurso   de   revista,   a   reclamada


insiste   em   que   houve   julgamento  extra   petita,  por   não   existir   no
pedido   inicial   aplicabilidade   de   multa   por   não   cumprimento   da
condenação.   Aponta   violação   dos   arts.   5º,   incs.   II,   LIV   e   LV   da
Constituição   Federal,   128   e   460   do   CPC.   Colaciona   arestos   a
confronto.
O Eg. TRT afastou a alegação de que a multa
previdenciária trata-se de julgamento extra petita sob o fundamento

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de que essa pode ser aplicada de ofício pelo juízo conforme a


disposição contida no parágrafo 4º do art. 461 da CLT.
O art. 461 do CPC, em seus parágrafos 4º e 5º,
confere ao julgador a prerrogativa de fixar medidas necessárias para
a efetivação da tutela específica ou a obtenção do resultado prático
da decisão judicial, podendo inclusive impor multa por tempo de
atraso, caso dos autos.
Não há, assim, como se alegar julgamento extra
petita.
Não conheço.

X – HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
CONHECIMENTO
O Eg. Tribunal Regional manteve a condenação da
reclamada ao pagamento de honorários advocatícios, sob o seguinte
fundamento:

“(...).
É inegável que o sindicato presta assistência judiciária ao empregado,
mesmo quando age como substituto processual, o que implica no direito à
reversão dos honorários em favor da entidade de classe, a fim de serem
compensados os encargos decorrentes da assistência judiciária que a própria
lei impõe.
Em que pesem os entendimentos antagônicos, o Ministro Coqueijo
Costa, em voto proferido no processo TST/TRR 2404/81 (acórdão nº
852/82, da 1ª Turma), leciona:
O substituto processual é parte, tanto que o art. 6º do CPC dispõe:
ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio, salvo
quando autorizado por lei.
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É exatamente o substituto, quando a lei autoriza a assim agir, como a


CLT o faz.
Ora, não distinguindo a lei em que situações o sindicato tem jus, por
sucumbência do empregador reclamado, aos honorários, não é lícito
excluir-se a do sindicato substituto, que vem a juízo em nome próprio,
assistido por advogados, como ocorre no caso em tela.
Afinal, os honorários, em qualquer hipótese, não vão para o
patrimônio do advogado, mas para os cofres sindicais.
A mens legis, é esta: incrementar ao sindicato a tarefa de proporcionar
assistência judiciária na Justiça do Trabalho, tanto que a Lei nº 5.584 faz
reverter os honorários do advogado em favor do sindicato substituto
processual, quando acompanhado de advogado. (verbis)
Peço vênia ainda para transcrever trecho da seguinte ementa da lavra
do Exmo Juiz José Ernesto Manzi:
... SINDICATO. HONORÁRIOS. O E. TST revogou a Súmula n.
310, que excluía os honorários assistenciais no caso de assistência
judiciária. Não há como estabelecer-se uma política de coletivização das
ações quando se incentiva o ajuizamento de ações individuais, em
detrimento da preferência pelas ações coletivas. O bem comum só será
atingido quando a cidadania deixar de ser um privilégio de poucos e o
direito de petição estiver generalizado. O fim social da lei é atingido
quando, na coletivização, se impede ou se reduz o risco de o empregado,
por reclamar, verse perseguido ou dispensado. Os honorários assistenciais
são devidos mesmo na substituição, porque onde a lei não discrimina não
cabe ao intérprete discriminar. Punir o autor apenas porque ajuizou uma
ação, em vez de dezenas, é assoberbar o Poder Judiciário, em prejuízo da
sociedade.” (fls. 2.248/2.249)

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E, em resposta aos embargos de declaração, em que


a reclamada se insurgiu quanto aos requisitos exigidos para a
concessão dos honorários advocatícios, assim se pronunciou:

“(...).
Ainda que o sindicato-autor não tenha indicado quais os substituídos
que percebem/perceberiam salário igual ou inferior ao dobro do mínimo
legal, e que os substituídos que recebem/recebiam salário superior ao dobro
do mínimo legal não tenham declarado que a situação econômica não lhes
permitiria demandar sem prejuízo do sustento próprio ou de sua família,
inviável se mostra a reforma do julgado pela via estreita dos embargos de
declaração.
No mais, a tese desta C. Turma para indeferir a exclusão dos
honorários advocatícios da condenação, consistiu, em suma, no argumento
de que tal verba seria cabível nas hipótese de substituição processual, já que
não haveria como se estabelecer uma política de coletivização das ações
quando se incentiva o ajuizamento de ações individuais em detrimento da
preferência pelas ações coletivas.” (fl. 2.274)

Nas razões de recurso de revista, a reclamada


alega a ausência de indicação dos substituídos que
percebem/perceberiam salário igual ao inferior ao dobro do mínimo
legal. Indica violação dos arts. 14 e 16 da Lei nº 5.584/70 e
contrariedade com as Súmulas nºs 219 e 329 do C. TST. Colaciona
arestos a confronto de teses.
Observa-se que a v. decisão regional traz tese no
sentido de que não houve declaração de hipossuficiência, no presente
caso e mesmo assim determina a condenação no pagamento de honorários
advocatícios.
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Tal entendimento diverge do aresto de fls.


2.338/2.339, oriundo da SBDI-1 do C. TST, que se posiciona no
sentido de que o sindicato, por si só, atuando como substituto
processual não faz jus aos honorários advocatícios, quando não
constatada a ocorrência concomitante do benefício da justiça
gratuita e da assistência do sindicato.
Conheço, por divergência jurisprudencial.

MÉRITO
Dispõe o artigo 14 da Lei n° 5.584/70, verbis:

“Na Justiça do Trabalho, a assistência judiciária a que se refere a Lei


n. 1.060, de 5 de fevereiro de 1950, será prestada pelo Sindicato
Profissional a que pertencer o trabalhador.
§ 1o A assistência é devida a todo aquele que perceber salário igual
ou inferior ao dobro do mínimo legal, ficando assegurado igual benefício ao
trabalhador de maior salário, uma vez provado que sua situação econômica
não lhe permite demandar, sem prejuízo do sustento próprio ou da família”.

O legislador, ao legitimar a atuação do sindicato,


estabeleceu que é seu o dever de prestar a assistência jurídica aos
seus associados e também às categorias que representam. A lei
supracitada, no artigo 16, determina que os honorários sejam
revertidos ao Sindicato que atuou no processo como assistente.
Atuando como substituto processual, o sindicato
fará jus aos honorários advocatícios desde que comprovado que os
substituídos percebam menos do dobro do mínimo legal ou declarada a
impossibilidade de demandar em juízo sem prejuízo do seu sustento e
de sua família, na forma do artigo 14, § 1º, da Lei nº 5.584/70.
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Esta Corte Superior também já consolidou seu


entendimento acerca da matéria, nos termos das suas Súmulas de nºs
219 e 329, os quais dispõem, in verbis:

“219 HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. Hipótese de cabimento. Na


justiça do trabalho, a condenação em honorários advocatícios, nunca
superiores a 15%, não decorre pura e simplesmente da sucumbência,
devendo a parte estar assistida por sindicato da categoria profissional e
comprovar a percepção de salário inferior ao dobro do mínimo legal, ou
encontrar-se em situação econômica que não lhe permita demandar sem
prejuízo do próprio sustento ou da respectiva família.”
“329 HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS artigo 133 da constituição
da república de 1988. Mesmo após a promulgação da constituição da
república de 1988, permanece válido o entendimento consubstanciado no
enunciado 219 do tribunal superior do trabalho”.

Além do mais, pacificado na Seção de Dissídios


Individuais deste Tribunal Superior o entendimento de que, na
Justiça do Trabalho, o deferimento de honorários advocatícios
sujeita-se à constatação da ocorrência concomitante de dois
requisitos: o benefício da justiça gratuita e a assistência do
sindicato.
Neste sentido a Orientação Jurisprudencial nº 305
da SBDI-1.
No caso concreto, a tese trazida no v. acórdão
regional é no sentido de que os honorários advocatícios são devidos
apenas pelo fato de atuar como substituto processual,
independentemente da declaração da situação econômica dos
substituídos.
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Nesses termos, dou provimento ao recurso de


revista para excluir da condenação os honorários advocatícios.

ISTO POSTO

ACORDAM  os   Ministros   da   Sexta   Turma   do   Tribunal


Superior do Trabalho, conhecer do recurso de revista apenas quanto
aos honorários advocatícios, por divergência jurisprudencial, e, no
mérito, dar­lhe provimento para excluir da condenação os honorários
advocatícios.
Brasília, 05 de maio de 2010.

Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)

ALOYSIO CORRÊA DA VEIGA


Ministro Relator

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