Formação Comarcal de Iniciação à Vida Cristã Jaraguá do Sul, 19 de outubro de 2019
1. SER UMA IGREJA EM SAÍDA fizeram a experiência do encontro com o Senhor e se
37. A territorialidade e considerada, há séculos, o prin- tornaram discípulos missionários. Não são pessoas cipal critério para concretizar a experiência eclesial. Es- prontas ou perfeitas no discipulado, mas são membros sa concepção está ligada a uma realidade mais fixista e estável. Hoje, o território físico não é mais importante da comunidade que desejam que outros participem da que as relações sociais. A transformação do tempo pro- alegria de seguir o caminho. Todos os membros da co- voca uma nova noção de limites paroquiais, sem delimi- munidade são missionários, mas os "introdutores", es- tação geográfica. Habitar um determinado espaço físico pecialmente, devem cuidar do querigma. não significa, necessariamente, estabelecer vínculos com aquela realidade geográfica. A mobilidade, especi- almente urbana, possibilita muitos fluxos nas relações 160. Os "introdutores" fazem um acompanhamento personalizado, orientando os primeiros passos de quem (CNBB. Comunidade de comunidades: uma nova paróquia. Docu- mento n. 1000. São Paulo: Paulus, 2014) deseja aproximar-se da fé cristã. Por isso, é importante desenvolver a consciência sobre a necessidade deste 23. Fiel ao modelo do Mestre, é vital que hoje a Igreja saia para anunciar o Evento a todos, em todos os luga- ministério nas comunidades da Igreja no Brasil. Além da res e, em todas as ocasiões, sem demora, sem repug- formação doutrinal e bíblica, devem ter sensibilidade nâncias e sem medo. A alegria é para todo povo. Nin- para ser verdadeiros companheiros do iniciando que guém pode ficar excluído. estiverem orientando. (PAPA FRANCISCO. Evangelii Guadium. Exortação Apostólica. São Paulo: Paulinas, 2013) 161. Introdutores e catequistas precisam considerar a situação de cada um dos candidatos à Iniciação à Vida 2. VISITA ÀS FAMÍLIAS Cristã, tendo "as situações históricas e as aspirações A visitação é um ministério de evangelização. A visita às autenticamente humanas como primeiros sinais a que famílias é um gesto humano, sinal de amizade, de inte- se deve prestar atenção para descobrir o desígnio de resse, de acolhida, é ser igreja, mãe de coração aberto e Deus sobre os homens" (CELAM: Documento de Medellim. receptivo (Evangelii Gaudium n. 46). A Bíblia relata inú- Documento da Catequese, n. 8). Isso somente será possí- meras visitas que revelam o amor de Deus, anunciam vel em uma relação de proximidade, cordialidade e es- boas notícias e realizam o Plano de Salvação. Jesus cuta. Santo Agostinho orientava os evangelizadores e manda entrar nas casas para evangelizar: catequistas a procurarem conhecer, com antecedência, • Mateus 10,12; a vida de quem procura a fé, especialmente "seu estado • Marcos 6,10. de espírito e as causas que o induziram a vir a receber a Ao entrar na casa, digam primeiro: religião" (Santo Agostinho, De catechizandis rudibus, IX). A paz esteja nesta casa (Lc 10,5)! 162. O primeiro anúncio dirige-se a pessoas que dese- A pessoa que visita tem confiança, certeza que Deus jam acolher livremente a mensagem cristã. Portanto, o caminha com ela e tem consciência de ser instrumento Introdutor precisará considerar que tudo o que fizer de Deus e de salvação. Vai em nome do Senhor e é en- pressão ou manipulação não corresponderá ao estilo viada pela da Igreja. evangelizador de Jesus. (CNBB. Iniciação à Vida Cristã: itinerário para formar discípulos A visita é uma ação QUERIGMÁTICA! Vejamos o que o missionários - Documento da CNBB n. 107. Brasília: Edições da Documento n. 107 afirma: CNBB, 2017)
159. O Primeiro Anúncio é realizado por cristãos que