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Índice

1. Introdução ............................................................................................................................. 2
2. Objectivos ............................................................................................................................. 2
3. Breve histórico ...................................................................................................................... 3
3.1. Aborto x religião ........................................................................................................... 4
3.2. A doutrina espírita, por sua vez, só admite o aborto necessário.................................... 5
4. Formas de abortamento ......................................................................................................... 5
4.1. Abortamento Espontâneo .............................................................................................. 5
4.2. Abortamento Evitável ................................................................................................... 6
4.3. Abortamento Inevitável ................................................................................................. 6
4.4. Abortamento Séptico ..................................................................................................... 6
5. Aborto x lei ........................................................................................................................... 7
5.1. Aborto Permitido em Lei............................................................................................... 9
6. O que diz a Bíblia sobre o aborto .......................................................................................... 9
6.1. Compreensão à luz da Bíblia a respeito do aborto ...................................................... 10
6.2. Alguns textos bíblicos: ................................................................................................ 10
6.3. Não matarás (Ex 20,13)............................................................................................... 10
6.4. Não matarás no novo testamento (Mt 19,18; Mc 10,19; Lc 18,20; Rm 13,9; Tg 2,11).
10
6.5. Compreensão antropológica-teológica ........................................................................ 11
6.6. Compreensão à luz do Magistério Católico ................................................................ 11
7. Cinco principais mentiras que estão por trás da legalização do aborto ............................... 12
8. Aborto e perdão: Seis pontos para compreendê-los ............................................................ 14
8.1. Aborto, Igreja, Magistério e Direito Canónico............................................................ 14
8.2. Aborto e perdão, o que diz Papa Francisco ................................................................. 14
8.3. O que é o aborto voluntário ......................................................................................... 14
8.4. O que diz a lei da Igreja .............................................................................................. 14
8.5. O que diz o Magistério ................................................................................................ 14
8.6. Excomunhão e gravidade do pecado ........................................................................... 15
8.7. O que mudará com a decisão do Papa Francisco ........................................................ 15
9. Conclusão ............................................................................................................................ 16
10. Referências bibliográficas ............................................................................................... 17
1. Introdução

A actual polémica sobre o aborto e as dúvidas com relação ao meios abortivos, a


maneira como o mesmo e tratado pela lei, dentre outros questionamentos, fizeram surgir
a necessidade de um estudo mais aprofundado sobre tal assunto buscando responder a
todas as perguntas que emergiram ao se pensar em tal tema.

A pesquisa realizada foi puramente bibliográfica, sendo que as obras de diversos


autores, publicadas em livros, revistas…, foram analisados com o intuito de confrontar
pensamentos variados, elaborando um pensamento único e seguro sobre o aborto, que
consiste na interrupção do processo da gestação, resultando na morte do feto.

Como se vê, a gravidez é pressuposto do abortamento, podendo ser definida como o


estado fisiológico da mulher durante o desenvolvimento da concepção. Por outro lado,
não se deve confundir abortamento e aborto, pois este é, simplesmente, o feto expulso
do ventre materno. Para a caracterização do delito de abortamento é preciso haver
comprovação de gravidez preexistente. Na errada suposição da existência desta, haverá
crime impossível.

2. Objectivos

Gerais

 Fazer estudo geral do aborto

Específicos

 Descrever as causas do aborto;


 Identificar abortos permitidos por lei
 Saber descrever sobre o aborto com base nas escrituras sagradas

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3. Breve histórico

O aborto nada mais é do que a expulsão do produto conceptual. Consiste no


abortamento, o ato de interrupção da gravidez com a morte do produto da concepção.

O termo aborto provém do latim. Alguns autores dizem derivar do verbo aboriri, que
significa separar do lugar adequado. Já outros, dizem ser do latim, abortu, abortare, que
significa impedir o nascimento: ab: privação + ortus: nascimento.

Interessante é lembrar que o aborto também era denominado móvito e, na linguagem


vulgar, desmancho.

Do ponto de vista clínico, o aborto pode ser ovular, embrionário e fetal, sendo que os
mesmos englobam os seis primeiros meses de gestação. Apartir daí até o nono mês, a
criança pode nascer com vida, capaz de viver no meio ambiente vital, chamando-se,
então, clinicamente, parto prematuro, ates de atingido o nono mês e parto a termo,
quando já decorrido os nove meses de gestação.

Em nossos dias, simplesmente consideram-se o aborto precoce e tardio. Os 1ºs até a 12ª
semana e os últimos da 13ª à 20ª ou 22ª semana.

Na antiguidade, admitia-se o aborto do feto inanimado. O problema estava em se


estabelecer o momento exacto em que a alma se infunde no corpo. Na dúvida quanto a
infusão da alma no corpo, com a completa formação de um verdadeiro ser, é que então
se propagou a prática do aborto.

Aristóteles dizia que o aborto devia ser praticado antes de se produzirem no embrião a
sensibilidade e a vida e estabeleceu que a humanização do feto só se daria 40 dias após
a fecundação para o homem e uns 80 ou 90 dias para a mulher.

Com as pesquisas mais recentes na área da genética e embriologia, revelou-se que


quando um óvulo é fecundado por um espermatozóide, surge um novo indivíduo. Com a
formação do zigoto inicia-se o processo de desenvolvimento pessoal que só terminará
com a morte.

Actualmente, não mais é feita a distinção entre feto animado e inanimado, seguindo-se
do princípio de que desde a concepção já existe vida, embora nosso Código Civil
atribua o início da personalidade após o nascimento com vida.

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Em tempos remotos o aborto não era punido por ser indiferente ao direito da época,
sendo considerado o feto um simples anexo ocasional do organismo materno, cujo
destino a mulher podia livremente decidir, mas, pela necessidade de descendência do
pai, começou-se a incriminar o aborto pelo direito de paternidade e mais tarde, com o
Cristianismo, introduziu-se no conceito de aborto a idéia da morte de um ser humano,
punindo-o como homicídio.

Mesmo com as atuais comprovações com respeito a origem da vida, existem países que
continuam admitindo o aborto pela simples vontade da gestante e outros, como o Brasil,
que o proíbem e o punem como crime doloso contra a vida, salvo os casos permitidos
em lei.

3.1.Aborto x religião

A polémica sobre o aborto é muito antiga, mas sua prática nem sempre foi incriminada.
A Bíblia a ele já se referia no Êxodo, capítulo 21, versículos 22 e 23, nos seguintes
termos: Se alguns homens renhirem, e um deles ferir uma mulher grávida, e for causa de
que aborte, mas ficando ela com vida, será obrigado a ressarcir o dano segundo o que
pedir o marido da mulher, e os árbitros julgarem. Mas, se se conseguiu a morte dela,
dará vida por vida.

No começo da Idade Média, os teólogos disputaram em torno da incriminação do


aborto. Santo Agostinho, com fundamento na doutrina de Aristóteles, dizia que o aborto
só era criminoso quando o feto já estivesse recebido alma, o que se julgava ocorrer 40
ou 80 dias após a concepção.

A Igreja Católica sempre se opôs ao aborto, chegando a dar mais valor à vida do
nascituro do que à da mãe. A sua preocupação era a falta de baptismo do nascituro, pois
segundo ensinamento católico todo aquele que morresse sem baptismo iria para o limbo.

A doutrina cristã condena severamente o aborto terapêutico, uma vez que o estado de
necessidade não legitima, em caso algum, o sacrifício do inocente, não sendo lícito fazer
o mal para conseguir um bem. Isto, no que tange ao aborto directo, porquanto seria
permitido, com as devidas cautelas, o aborto indirecto.

Assim, haveria autorização somente para o aborto indirecto, que seria aquele que a
salvação da mãe teria como consequência acessória a morte do feto.

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A legalização do aborto tem sido defendida por quase todos os portadores de
preocupações sociais, principalmente os que trabalham com os pobres.

3.2.A doutrina espírita, por sua vez, só admite o aborto necessário.

Para Allan Kardec, o codificador do Espiritismo, “a união da alma com o corpo começa
na concepção”, e caso o corpo escolhido morra antes que o feto nasça, “ele escolhe um
outro corpo”. E no caso em que a vida da mãe estivesse em perigo com o nascimento da
criança, se haveria crime em sacrificar a criança para salvar a mãe ele responde: “É
preferível sacrificar o ser que não existe ao ser que existe”.

No campo religioso há um consenso contra o aborto. A Igreja Católica tem a posição


mais radical, mas muitas religiões e credos admitem o aborto terapêutico, que visa
salvar a mulher quando sua vida estiver em perigo.

4. Formas de abortamento
4.1.Abortamento Espontâneo

Há autores que dizem ocorrer este em 10% das gestantes, outros em 15%, e há os que
dizem ser 27%, sendo mais frequente nas primeiras três semanas de gestação.

Esta frequência se justifica pela ocorrência de microabortos, que acontecem antes


mesmo do atraso menstrual, ficando assim, oculto ou Ina percepto.

Inúmeros são os factores causais desta entidade hemorrágica.

Factores Gametogênicos: Masculinos ou femininos, concorrem para que um número


apreciável de interrupções se processem; ocasionam os abortamentos ocultos e,
precoces; a baixa capacidade de fertilização do sémen, divida a formas anómalas ou a
número insuficiente de espermatozóides, acrescidos de alterações bioquímicas (frutose,
DNA) provoca a eliminação do concepto.

Factores Ovulares: Estudando os produtos do abortamento, verificou-se a existência de


ovos sem embrião e ovos deformados. Todos do Instituto Carnegie, através dos anos,
deram testemunho desta assertiva inicial. Inequivocamente, o ovo abortivo é
determinismo da natureza que não poupou a raça humana.

Factores Maternos: Traumas físicos dificilmente podem ser responsabilizados, uma


vez que o útero, no início da gestação encontra, nas paredes pélvicas, sólida protecção.

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Já os traumas psíquicos são invocados, no abortamento habitual, como causa, não
obstante ter-se demonstrado presença de ovopatia na grande maioria dos casos.

Infecções agudas, indiscutivelmente, desempenham papel no abortamento espontâneo,


principalmente as viroses que atingem a placenta e o concepto.

Factores imunológicos, como a sensibilização ao sistema ABO, poderão acarretar


interrupção da gestação.

Os factores nutricionais, carências ou vícios alimentares, poderão influenciar


ocasionalmente nidação precária. As deficiências de proteínas e de certas vitaminas do
complexo B e C poderão motivar abortamentos.

Factores alérgicos, devido ao aumento progressivo da histamina, que apresenta acção


ocitócica; se esta não for acompanhada pela elevação da histaminose, a aborto poderá
ocorrer.

Factores tóxicos como o fumo, o uso de álcool, os entorpecentes, o monóxido de


carbono, assim como a ingestão ou aspiração de metais do grupo do mercúrio e
chumbo, podem desencadear aborto ou parto prematuro.

4.2.Abortamento Evitável

Caracteriza-se por perdas metrorrágicas discretas acompanhadas de manifestações


dolorosas abdominais, lombos sacrais e orifício cervical interno impérvio.

4.3.Abortamento Inevitável

Apresenta-se com perdas sanguíneas, cólicas mais intensas e dilatação do orifício


cervical interno.

4.4.Abortamento Séptico

Foi com o advento do cristianismo que o abortamento provocado passou a ser


considerado assassinato e, desde essa época, começou a configurar-se o que se chama
“aborto criminoso”.

A frequência exacta dos abortamentos provocados, no entanto, não pode ser avaliada
com rigor, em vista das constantes negativas da paciente, restando-nos apenas o dado da
infecção para considerarmos o abortamento como provocado.

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Inúmeros métodos têm sido empregados para provocar o abortamento, variando tanto a
sua eficácia como abortivos quanto os riscos a eles relacionados. São utilizados métodos
físicos, químicos e físico-químicos.

5. Aborto x lei

O aborto pode ser definido como a interrupção dolosa de uma gestação com a
consequente morte do produto da concepção, sendo irrelevante que a morte do nascituro
tenha ocorrido no ventre materno ou depois da prematura expulsão provocada sendo
considerado crime, portanto, o aborto provocado e intencional, que traz o perecimento
do feto.

É de fundamental importância, para que haja a caracterização do aborto, a determinação


do início da vida intra-uterina, pois, é a partir desse momento que o nascituro para a ter
a protecção penal.

A maioria dos autores diz ter início a vida com o encontro do óvulo com o
espermatozóide, quando as duas células passam a constituir uma só, da qual se formará
o novo ser. Essa célula denomina-se ovo ou zigoto.

Considerando-se como início da vida o momento exacto da concepção onde o óvulo e o


espermatozóide se encontram muitas dúvidas nos surgem, como o uso do DIU e a
fecundação. O DIU não impede que ocorra a fecundação. O encontro das células ocorre
normalmente. Ele apenas impede que ocorra a nidação. Neste caso, o DIU seria um
método abortivo e não anticoncepcional. No caso da fecundação, ocorre fora do
organismo humano sob manipulações científicas. No caso de se perder por algum
motivo a célula ovo, estaria, então, caracterizado um crime de aborto.

É mais maduro e lógico considerar o início da vida, o momento da nidação, pois


somente a partir daí, obtém o zigoto, condições biológicas de sobrevivência, a vida
inicia-se com a fecundação, caracterizando-se crime todo e qualquer método
anticonceptivo, bem como, a eliminação proposital do zigoto na fecundação. O que
ocorre é que não há como se provar que o uso de métodos anticonceptivos provocou um
aborto.

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Para que ocorra o crime de aborto é necessária a existência de uma gravidez em curso e
que a mesma seja normal e os meios executivos postos em prática voltem-se contra ser
vivente.

O código penal distingue três espécies de aborto:

 Provocado pela própria gestante;


 Por terceiro sem consentimento desta;
 Por terceiro com este consentimento, apresentando todos um elemento nuclear
comum, o comportamento de provocar o aborto com ou sem consentimento .

O crime de auto-aborto ou aborto consentido é punido com pena de detenção de uma a


três anos.

Art. 124 do CP.: “Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lhe provoque:

Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos.

No aborto provocado por terceiro sem consentimento da gestante, a punição é de três a


dez anos de reclusão para o agente provocador.

Art. 125 do CP.: “Provocar aborto, sem o consentimento da gestante:

Pena – reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos.

O código penal prevê três espécies criminosas de aborto, apresentando todas um


elemento nuclear comum: o comportamento de provocar aborto com ou sem o
consentimento da gestante.

O elemento nuclear do crime de aborto ostenta índole comissiva, pressupondo, portanto,


na sua oralização, comportamento dotado que o agente aja com desprendimento de
energia, desenvolvendo um movimento físico, corpóreo ou muscular, ou seja, fazendo
alguma coisa positiva e dinâmica para a consecução do delito.

Os meios abortivos são muito variados podendo ser químicos, físico, ou ainda,
psíquicos, também chamados morais ou biodinâmicos.

Se o recurso utilizado pelo agente carece totalmente de potencialidade casual, faltando-


lhe qualquer eficácia para que pudesse ele atingir o fito criminoso há de se ter por
configurado o crime impossível, ou tentativa inidónea.

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No caso de a gestante ingerir substância química abortiva com o fim de expulsar o feto e
logo após, acidentalmente, antes de ter surgido o efeito do produto, cair da escada,
unicamente pode ser responsabilizada a gestante pela sua simples ação, pelo que houver
feito até o momento da interrupção causal, devendo, portanto, responder apenas por
tentativa de aborto.

Havendo esforços e condutas que se coordenam e cooperam para a realização de um


mesmo fato, definido na lei penal como crime, todos serão solidariamente responsáveis
pelo mesmo crime, que conserva a sua unidade.

5.1.Aborto Permitido em Lei

Para a concessão dessa legitimidade, louvou-se a lei penal em critérios estritos, que
inseridos no corpo da disposição permissiva, constituem numerus Clauso, inadmitido
outras hipóteses além das expressamente elencadas. Previu a legislação pátria, então,
como critérios exclusivos da legitimidade abortiva, o terapêutico ou necessário e o
sentimental ou ético, subordinando a licitude à efectivação por médico. Fora da
enumeração permissiva, o aborto será criminoso, ressalvada, é claro, a sua licitude ou
falta de culpabilidade por outras razões jurídico-penais

O aborto legal há-de ser provocado por médico. Se outra pessoa o fizer, inabilitada,
há-de ser igualmente proclamada a legitimidade do ato. Não inseriu a lei penal, no
elenco exaustivo e exaurimento dos critérios permissivos do aborto, o eugénico ou
eugenésico, destinado a evitar o nascimento de seres disformes, afectados pela
degenerescência, por sérios desvios da normalidade ou enfermidades psíquicas.

6. O que diz a Bíblia sobre o aborto

A vida é importante e, por isso, não se justifica o aborto. Cabe aos cristãos lutarem e
afirmarem a vida

Existe hoje em muitos países, inclusive em Moçambique, uma campanha entre


autoridades civis, médicos, algumas entidades sociais etc., que defendem o direito da
mulher de praticar abortos em vários estágios do desenvolvimento do bebé. O apoio de
tais pessoas ou entidades à autorização ou ao direito da mulher em abortar é a exaltação
à cultura da violência e da morte.

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O objectivo é fundamentar na Palavra de Deus e no Magistério Católico o valor
inviolável da pessoa humana, a dignidade da pessoa, desde a concepção até o fim da
vida e, com isso, manifestar o repúdio a qualquer lei, ideias, posições e cultura que
defendam o aborto. Todos têm direito à vida.

6.1.Compreensão à luz da Bíblia a respeito do aborto

A Sagrada Escritura não tem referências directas e explícitas em relação ao aborto, ou


seja, não existe na Bíblia o mandamento “não abortará”. A Bíblia, mesmo não
apresentando ensinamentos directos sobre o aborto, oferece uma cosmovisão e
ensinamentos decididamente a favor da vida e da sacralidade da mesma, como afirma
São João Paulo II na carta encíclica “Evangelium Vitae” no número 39.

6.2.Alguns textos bíblicos:

Todo aquele que derramar o sangue humano terá seu próprio sangue derramado pelo
homem, porque Deus fez o homem à sua imagem (Gn 9,6).

Tu modelaste as entranhas do meu ser e formaste-me no seio de minha mãe. Dou-te


graças por tão espantosas maravilhas; admiráveis são as tuas obras. Conhecias até o
fundo da minha alma. Eu não passava de um esboço, e os teus olhos me viram, e todas
elas foram escritas em vosso livro; cada dia de minha vida foi prefixado, desde antes
que um só deles existisse” (Sl 139 [138],13-14.16).

6.3.Não matarás (Ex 20,13).

Se homens brigarem, e acontecer que venham a ferir uma mulher grávida, e essa der à
luz sem nenhum dano, eles serão passíveis de uma indemnização imposta pelo marido
da mulher, e que pagarão diante dos juízes. Mas, se houver outros danos, urge dar vida
por vida (Ex 21,22-23).

 Todo aquele que ferir mortalmente um homem será morto” (Lv 24,17).
 Antes que no seio fosses formado, eu já te conhecia; antes de teu nascimento, eu
já te havia consagrado, e te havia designado profeta das nações” (Jr 1,5).
 Ouvistes o que foi dito aos antigos: Não matarás, mas quem matar será castigado
pelo juízo do tribunal (Mt 5,21).
6.4.Não matarás no novo testamento (Mt 19,18; Mc 10,19; Lc 18,20; Rm 13,9;
Tg 2,11).

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 Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância (Jo 10,10).
 Não se arrependeram de seus homicídios, seus malefícios, suas imundícies (Ap
9,21).
6.5.Compreensão antropológica-teológica

A pessoa humana é “imagem e semelhança de Deus” (Gn 1,26), tem por vocação o
chamado a participar da própria vida de Deus em Jesus Cristo. Desde o momento da
concepção, a vida de qualquer ser humano, deve ser respeitada de modo absoluto, pois a
pessoa é a única criatura que Deus quis por si mesma.

A vida humana é sagrada! Porque desde o início comporta a acção criadora de Deus, e é
chamada a permanecer para sempre em relação vital com o criador. Somente Deus é
Senhor da vida, desde seu início até o seu fim, por isso, ninguém em nenhuma
circunstância, pode reivindicar para si o direito de destruir directamente um ser humano
inocente. Todo ser humano, inclusive a criança no útero materno, possui o direito à vida
imediatamente de Deus, não dos pais nem de qualquer outra autoridade humana.

6.6.Compreensão à luz do Magistério Católico

O Catecismo da Igreja Católica, no número 2270, afirma que, “a vida humana deve ser
respeitada e protegida de maneira absoluta a partir do momento da concepção. Desde o
primeiro momento de sua existência, o ser humano deve ver reconhecidos os seus
direitos de pessoa, entre os quais o direito inviolável de todo ser inocente à vida”.

A constituição Pastoral “Gaudium et Spes”, número 27, diz que: “Tudo o que atenta
contra a própria vida, como qualquer espécie de homicídios, o genocídio, o aborto, é
efectivamente digna de censura”; e no número 51, “existem os que ousam trazer
soluções desonestas a esses problemas e não recuam até mesmo diante da destruição da
vida. Deus, com efeito, que é o Senhor da vida, confiou aos homens o nobre encargo de
preservar a vida, para ser exercido de maneira condigna do homem. Por isso, a vida
deve ser protegida com o máximo cuidado desde a concepção”.

A Congregação para a Doutrina da Fé na Instrução Donum Vitae sobre o respeito à vida


humana nascente, e a dignidade da procriação, (nº 17 e seguintes), afirma que: Desde o
momento da concepção, a vida de todo ser humano deve ser respeitada de modo
absoluto, porque o homem é, na terra, a única criatura que Deus “quis por si mesma. A

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vida é sagrada porque comporta a acção criadora de Deus e permanece para sempre em
uma relação especial com o criador, seu único fim.

7. Cinco principais mentiras que estão por trás da legalização do aborto

A legalização do aborto é incentivada com estratégias mentirosas

A primeira coisa a saber, segundo Isabella Mantovani, especialista em Bioética, é que o


aborto é uma prática de controle populacional. Esse controle é feito mediante um
panejamento e financiamento ao redor do mundo por parte de algumas fundações, entre
elas se encontram: ONU (Unicef, FNUAP e Unifem), o Programa de DST/AIDS do
Ministério da Saúde, SPM (Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres). Todas
essas instituições têm em comum a ideia de um mundo dominado por poucos. Para que
seus objectivos sejam alcançados, elas usam algumas estratégias: legalização do aborto,
esterilização, contracepção, cultura de poucos filhos, educação sexual hedonista etc.

Para os idealizadores do aborto, o principal instrumento utilizado por esses grupos é a


mentira.

Apresento-lhes, pelo menos, cinco mentiras pregadas pelas pessoas e instituições


favoráveis à prática do aborto:

 São realizados, no Brasil, cerca de um milhão e quinhentos mil abortos por ano

Esse número, segundo Isabella Mantovani, não tem nenhum fundamento científico. Os
dados são mensurados mediante as internações hospitalares. Vale ressaltar que, esses
percentuais de abortos são dados mensurados pelos institutos, ligados às fundações que
patrocinam o aborto; logo, os números estarão voltados para seus próprios interesses.

 Quando o aborto em um país é legalizado, o número de abortos diminui

Os fatos mostram exactamente o contrário, pois, em vez de diminuir, o número cresce


vertiginosamente.

Na Austrália, o aborto é legal desde a década de 1970. Hoje, cem mil crianças são
abortadas anualmente. Assim, como na Espanha e em outros países, o número de
abortos tem disparado desde que a prática foi legalizada. Em 1985, foram executados,
na Austrália, 66 mil abortos. Esse número saltou para 71 mil em 1987; 88 mil por ano

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até 2002. Em 2005, o Ministério da Saúde australiano registrou cerca de 100 mil abortos
executados legalmente.

O Brasil tem maior número de aborto que os países que o legalizaram

Comparamos os dados com países onde o aborto é legalizado. Vejamos se essa


afirmação é verdadeira:

Brasil: 100.000 abortos por ano

População: 200.000.000

 O número de abortos tem aumentado no Brasil

Isso não é o que os dados têm mostrado. Como visto anteriormente, os dados são
obtidos mediante internações hospitalares e curetagens, e o que se tem visto é a
diminuição dessa prática. Em linhas gerais, pode-se dizer que o brasileiro não aceita a
legalização do aborto.

 Com a legalização do aborto acontece uma diminuição considerável da


mortalidade materna

Em países com leis extremamente restritas em relação ao aborto, como o Chile, a


mortalidade materna é baixa em consideração ao número de sua população. Diminuiu
de 275 mortes maternas, em 1960, para 22 óbitos em 2015, a maior redução observada
em países da América Latina.

Como bem sabemos, o pai da mentira é o diabo (Jo 8,44), que usará de todas as suas
artimanhas para enganar os Filhos de Deus. Observe que os cinco argumentos citados
acima não trazem nenhuma veracidade, todos são para confundir e enganar. Mas,
acreditamos piamente no triunfo, não da mentira, mas da Verdade.

Não podemos ficar parados diante de tanto sangue inocente derramado. Isso é cruel,
injusto e desumano. Se o primeiro e mais importante direito da pessoa, o de nascer, não
for respeitado, nenhum outro o será.

O aborto é algo absurdo, não somente mata a vida, como também quem o faz, se coloca
no lugar de Deus. Decide quem deve viver e quem deve morrer. Além do mais, o aborto
ensina a conquistar, a qualquer preço, o que a pessoa quer, inclusive pela violência. Por

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isso mesmo, como lembra Santa Teresa de Calcutá, “o maior destruidor do amor e da
paz é o aborto”. Um país que aceita o aborto, em vez de ensinar seus cidadãos a amar,
ensina-os a usar a violência para que possam obter o que querem.

8. Aborto e perdão: Seis pontos para compreendê-los


8.1.Aborto, Igreja, Magistério e Direito Canónico
8.2.Aborto e perdão, o que diz Papa Francisco

Na Carta Apostólica, n.12, afirma: «concedo, a partir de agora, a todos os sacerdotes,


em virtude do seu ministério, a faculdade de absolver a todas as pessoas que incorreram
no pecado do aborto. Quero reiterar, com todas as minhas forças, que o aborto é um
grave pecado, porque põe fim a uma vida inocente; mas, com igual força, posso e devo
afirmar que não existe nenhum pecado que a misericórdia de Deus não possa alcançar
nem destruir, quando encontra um coração arrependido, que pede para se reconciliar
com o Pai».

8.3.O que é o aborto voluntário

João Paulo II, na Evangelium Vitae, o define: «a morte deliberada e direta,


independentemente da forma como venha realizada, de um ser humano na fase inicial da
sua existência, que vai da concepção ao nascimento, uma enorme ameaça contra a vida,
não apenas dos simples indivíduos, mas também de toda a civilização». Trata-se, em
todo caso, de uma intervenção que coloca fim à gravidez suprindo o feto.

8.4.O que diz a lei da Igreja

O Código de Direito Canônico (1398) recita: “Quem procurar o aborto, seguindo-se o


efeito, incorre em excomunhão latae sententiae”. Trata-se, isto é, de uma pena extrema
que desencadeia de modo automático, sem que haja a necessidade de uma sentença
específica. A Igreja sempre admitiu a possibilidade do perdão a quem está sinceramente
arrependido, mas era necessária a autorização do bispo (cânon 969) ou de um sacerdote
por ele delegado. Papa Francisco, no início do Ano Jubilar, havia concedido a todos os
sacerdotes a possibilidade de absolver do pecado de aborto. Com a carta Misericordia et
misera, ele estende essa possibilidade de modo permanente.

8.5.O que diz o Magistério

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Muitas são as pronúncias de condenação. Desde o primeiro século, a Igreja se expressou
contra o aborto provocado. O aborto directo permanece gravemente contrário à lei
moral: Tu não matarás, mediante o aborto, o fruto do seio; e não farás perecer a criança
já nascida (Didaché, 2,2). «Deus, Senhor da vida, confiou aos homens, para que estes
desempenhassem dum modo digno dos mesmos homens, o nobre encargo de conservar
a vida. Esta deve, pois, ser salvaguardada, com extrema solicitude, desde o primeiro
momento da concepção; o aborto e o infanticídio são crimes abomináveis» (Concílio
Vaticano II, Gaudium et spes, 51).

8.6.Excomunhão e gravidade do pecado

Não há nenhuma relação entre a excomunhão, que diz respeito à vida espiritual da
pessoa e a gravidade do pecado. O aborto é um pecado mortal como outros, mas o fato
de ser cometido pela própria mãe contra um filho inocente, induziu a Igreja a colocar o
agravante da excomunhão (que diz respeito à pessoa e não ao pecado). Um chamado,
portanto, para que a mulher e aqueles que com ela cometeram o aborto (médicos e
familiares), decidam iniciar um caminho de penitência e conversão.

8.7.O que mudará com a decisão do Papa Francisco

Será facilitado o caminho de conversão daqueles que se mancharam com essa


gravíssima culpa. O fato de que todos os sacerdotes tenham agora, em modo
permanente, a possibilidade de acolher e absolver essas pessoas, favorecerá também
uma tomada de consciência mais viva do problema e poderá levar a uma preparação e
uma formação mais adequada dos confessores, como é desejo do Papa («a fim de que a
ninguém falte jamais o sinal sacramental da reconciliação através do perdão da Igreja.

A consciência é principal causa no uso da razão na prática do aborto, neste caso em


Moçambique não é permitido ou seja não é um acto legal, e, na prática deste estará a
violar o artigo 40. da CRM

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9. Conclusão

Após concluídos os estudos, tomamos a posição de que o aborto, como crime contra a
vida deve ser punido, salvo as excepções legais, que são perfeitamente justificáveis do
ponto de vista jurídico, pois não se pode admitir que uma pessoa elimine uma vida por
simples vontade, em tempos onde todos tem acesso a meios de se evitar a fecundação,
como os anticoncepcionais.

A própria Igreja Católica que sempre foi totalmente contra o uso de anticoncepcionais,
admite o planeamento familiar desde que usados os meios naturais.

O aborto nada mas é do que matar um ser inocente e indefeso, que não pediu para estar
onde está e também não pede favores, simplesmente espera um pouco de amor para que
possa desenvolver-se e vir ao mundo como todos nós viemos.

Como matar é crime, concordo plenamente com a lei penal que pune o crime de aborto
com detenção, tanto para a mãe que consentiu como para quem o executou, neste caso,
independente de ter ou não o consentimento da gestante.

Ao encerrarmos o presente trabalho lançamos uma questão a todas as pessoas mas


especialmente às que têm ou chegaram a ter a intenção de provocar um aborto…
Imaginem-se rodeados de filhos, todos sorridentes, alegres, brincando, transmitindo
todo amor que só um filho é capaz de transmitir, e você no centro dos mesmos
escolhendo dentre o todo, um para sacrificar. Você teria coragem para fazer isso?

Vamos aplicar uma injecção de amor no coração das pessoas, tentando, quem sabe,
construir um mundo mais digno, onde todos tenham os mesmos direitos, indefesos ou
não.

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10. Referências bibliográficas

PAPALEO, Celso Cezar. Aborto e contracepção. Renovar, 1993.

PEDROSO, Fernando de Almeida. Homicídio, participação em Suicídio, Infanticídio e


Aborto. Rio de Janeiro, Aide, 1995.

SOARES, José António da Silva Soares. Aborto, problema moral. Braga, Franciscana,
1979.

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