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Professor Autor
Amanda Aires Vieira
Catalogação e Normalização
Hugo Cavalcanti (Crb-4 2129)
Julho, 2017
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) de acordo com ISDB
V657e
Vieira, Amanda Aires.
Economia e Mercados: Curso Técnico em Administração: Educação a distância / Amanda
Aires Vieira. – 2.ed. – Recife: Escola Técnica Estadual Professor Antônio Carlos Gomes da Costa,
2019.
90 p.: il.
CDU – 330
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4.Competência 04| Entender a teoria e a prática em operações cambiais......................................... 80
Conclusão ............................................................................................................................................. 83
Referências ........................................................................................................................................... 84
4
Introdução
Queridos alunos,
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Competência 01
O que é Economia?
1.1Definições e leis da economia
A tarefa de administrar envolve escolhas, não somente nas casas, como também nas
empresas e órgãos públicos. As decisões estão relacionadas a objetivos que podem ser alcançados de
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Competência 01
maneiras diferentes, cada uma delas dependente de diferentes métodos e condições para a utilização
dos recursos disponíveis.
Assim, a economia é uma ciência social que estuda como os agentes econômicos decidem
empregar recursos na produção de bens e serviços, de modo a distribui-los entre as pessoas e grupos
da sociedade, a fim de satisfazer as necessidades humanas.
Essa noção mais fundamental de economia acabou sendo alterada ao longo dos anos.
Mais recentemente, a maior parte dos livros tem trazido a noção do conceito de economia de uma
forma diferente. Dentre as formas possíveis, eu gosto de uma particularmente utilizada no livro de
Introdução à Economia do A. Gremaud et all que diz o seguinte:
Assim, em cima desse conceito, eu gosto de reforçar a ideia da escolha! Na verdade, toda
vez que se falar em economia, vai se falar no processo de escolher algo. E por que eu preciso escolher?
Por uma razão simples: embora eu queira, eu não posso ter tudo! Se você pensar dessa forma, nunca
mais vai esquecer-se do conceito de economia!
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Competência 01
Por que esse vídeo fala sobre economia? Por uma razão simples: as crianças precisam
ESCOLHER se desejam consumir agora ou no futuro. A ideia de previdência não é nem a parte
principal do vídeo. O que eu quero que você compreenda é a necessidade de escolher, tópico
fundamental quando se fala em economia.
Logicamente, saber o que é economia não é o suficiente. Assim, na seção seguinte
conversaremos um pouco sobre alguns dos principais conceitos básicos de economia.
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Competência 01
taxa de juros, não são destacadas devidamente as diferenças entre os vários tipos de aplicações
financeiras.
O custo dessa abstração é que os pormenores omitidos são muitas vezes importantes. A
abstração, porém, tem a vantagem de permitir estabelecer relações entre grandes agregados e
proporcionar melhor compreensão de algumas das interações mais relevantes da economia, que se
estabelecem entre os mercados de bens e serviços, de trabalho e de ativos financeiros e não
financeiros, assim como as intervenções do governo.
Dessa forma, não existe conflito entre a teoria macro e a teoria microeconômica. A
diferença fundamental seria uma questão de foco. Ao analisar os preços em determinado mercado,
a microeconomia considera que os preços dos demais mercados não são alterados, seguindo a
hipótese do ceteris paribus. Na macroeconomia, analisa-se o nível geral de preços, ignorando-se as
mudanças de preços relativos de bens dos diferentes mercados.
Assim, a teoria macroeconômica preocupa-se tanto com questões conjunturais – ou de
curto prazo – quanto com questões estruturais – ou de longo prazo. Entre as questões conjunturais,
destacam-se a análise do desemprego e da inflação. As questões estruturais estão associadas a
problemas como o desenvolvimento econômico, distribuição de renda, crescimento econômico,
globalização ou progresso tecnológico.
Para definir economia, foram empregados alguns termos que podem não ser de
conhecimento comum, ou que possuem sentidos diferentes em outros ramos do conhecimento
como, por exemplo: necessidades, agentes econômicos e firmas. A fim de esclarecer o emprego
desses termos na ciência econômica, definiremos, também, alguns conceitos adicionais, que serão
amplamente utilizados no decorrer do nosso estudo.
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Competência 01
Bens de produção: destinados à produção de outros bens. Podem ser bens de capital ou
bens intermediários.
a) Bens de capital: bens de produção que podem ser utilizados várias vezes.
Exemplo: máquinas, computadores de alta tecnologia, fornos industriais.
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Competência 01
b) Bens intermediários: bens de produção que são utilizados uma única vez (são
transformados durante o processo produtivo).
Exemplo: alguns artigos agrícolas, como o trigo e a soja.
Bens livres
Bens e Bens de
consumo
Serviços
Bens
Bens de capital
Econômicos
Bens de
produção
Bens de capital
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Competência 01
Aqui vale uma ressalva: veja que no grupo fatores de produção não se incluem as
matérias-primas (bens intermediários)! A diferença entre o que é um fator de produção e o que é
uma matéria-prima é vista no quadro abaixo.
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Competência 01
Novamente, aqui, vale uma ressalva: existem indivíduos que não agem de forma racional,
a exemplo dos dependentes químicos ou dos compradores compulsivos. Embora esses agentes façam
parte da sociedade, eles não são ponto de estudo para a economia, dado que nem sempre eles
buscarão o que é melhor para si. Dessa forma, só consideraremos como fonte de análise em
economia, os agentes racionais.
• Mercado: local físico ou não onde é estabelecida a interação entre compradores
(demanda) e produtores (oferta) de um determinado bem ou serviço.
• Economia: eventualmente, esse termo pode ser utilizado como um substituto para
sistema econômico de uma determinada região. Então, quando se fala em economia
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Competência 01
Para que eu preciso do conceito de otimização, professora? Porque, dado que os agentes
são racionais e buscam o que é melhor para si, eles irão buscar, continuamente, maximizar satisfação
(para os consumidores) e lucros (para as empresas) ou minimizar despesas (para os consumidores) e
custos (para as empresas). Assim, no fundo, no fundo, os agentes econômicos estão otimizando suas
funções subjetivas!1
Agora que nós compreendemos o que é economia e alguns dos conceitos básicos,
precisamos compreender como a economia funciona. Para isso, vamos ter que compreender, antes,
algumas leis econômicas, nosso próximo tópico.
1
Nós não entraremos no detalhe da análise, dado que o nosso curso é de noções fundamentais, mas só para que você
compreenda, consumidores e empresas buscam sempre aperfeiçoar funções matemáticas sujeitas a restrições de mesma
ordem.
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Competência 01
Problemas Econômicos
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Competência 01
Como visto, a economia é definida como a ciência da escolha quando os recursos são
escassos, ou seja, insuficientes para satisfazer necessidades e desejos ilimitados dos indivíduos. O
conceituado economista Paul W. Samuelson divide esse conceito em duas questões importantes:
2
Os fatores de produção são necessários no processo de fabricar bens e serviços. Em economia, esses fatores são
distribuídos em três grupos: Terra – recursos naturais; Capital – máquinas e equipamentos; Trabalho – Mão de obra
qualificada e não qualificada.
3
A eficiência é uma propriedade que a sociedade tem de obter o máximo possível a partir de seus recursos escassos.
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Competência 01
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Competência 01
. Sistemas Planificados,
socialistas . Livre concorrência e
iniciativa
. Leis de mercado são
suprimidas ou mitigadas . Atendimento às leis
ao máximo mercado
.Tomada de decisões
econômicas pelo poder
público.
Mas vamos continuar com nossa aula e falar sobre Alocações eficientes no sentido de
Pareto.
Alocação eficiente de Pareto!
Eis aí um conceito extremamente importante em economia!
Pareto apresentou alguns conceitos importantes no sentido de bem-estar. Assim,
algumas noções, antes de responder são necessárias:
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Competência 01
Digamos ainda que o total de riquezas dessa economia soma R$ 1.000,00 que são
distribuídos da seguinte forma: R$ 999,00 para o Sr. Silva e R$ 1,00 para a Sra. Silva.
Nesse caso, nós observamos que a nossa economia está longe de ser justa, certo? Mas,
será que ela é eficiente no sentido de Pareto?
Veja, existe alguma forma de melhorar a situação da Sra. Silva sem piorar a situação do
Sr. Silva?
Por exemplo, se a Sra. Silva recebesse R$ 1,00, ela ficaria em uma situação melhor? Sim,
certamente, mas veja que, para que isso acontecesse o Sr. Silva teria que ficar em uma situação
“menos boa”, pois, para que a Sra. Silva recebesse R$ 1,00, ele teria que perder esse valor! Nesse
caso, não há como melhorar a situação de um agente econômico sem piorar a situação do outro.
Essa situação é o que Pareto chamou de eficiência.
Mas, existem situações ou alocações ineficientes no sentido de Pareto?
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Competência 01
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Competência 01
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Competência 01
simples não poderá mostrar tudo que acontece na complexidade de um sistema econômico4.
Contudo, assim como o mapa nos leva ao local onde desejamos chegar, o modelo simples
desenvolvido nessa parte permitirá ter uma compreensão melhor das relações econômicas.
Para saber o que acontece em um sistema econômico, é preciso, antes de qualquer coisa,
compreender quais são os agentes econômicos que atuam nesse sistema. Um agente econômico,
como já vimos, é uma pessoa ou entidade que toma decisões econômicas. Em uma economia
simplificada dizemos que existem quatro agentes econômicos: as famílias (que buscam maximizar o
nível de satisfação através de um processo de otimização), as firmas ou empresas (que buscam
maximizar os lucros também através de um processo de otimização), o governo (que busca maximizar
o bem-estar social) e o resto do mundo (uma representação dos três agentes citados que não estão
dentro do território em análise).
Esses quatro agentes interagem em espaços chamados mercados. Assim, apenas
reforçando, um mercado é um local, físico ou não, no qual agentes econômicos procedem à troca de
bens por uma unidade monetária ou por outros bens. Em uma economia, existirão três mercados-
chave: bens e serviços (onde são comercializados os bens destinados ao consumo final), fatores
Produtivos (onde são comercializados fatores necessários à produção, como trabalho, terra e capital)
e ativos financeiros.
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Sistemas Econômicos são arranjos historicamente constituídos, a partir dos quais os agentes econômicos são levados a
empregar recursos e a interagir via produção, distribuição e uso dos produtos gerados, dentro de mecanismos
institucionais de controle e de disciplina, que envolvem desde o emprego dos fatores produtivos até as formas de
atuação, as funções e os limites de cada um dos agentes.
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Competência 01
Antes de estudar a economia acima descrita, iniciaremos analisando uma economia mais
simplificada. Uma situação em que só existem dois agentes: famílias e empresas (economia fechada
– não há comunicação com o resto do mundo – e sem governo); e apenas dois mercados: bens e
serviços e fatores produtivos, conforme mostrado na figura abaixo, denominada de fluxo circular da
riqueza.
Figura 12 –Fluxo econômico para o caso de uma economia fechada e sem governo.
Fonte: Elaborado pela autora
Descrição: A figura representa o sistema circular de quatro elementos: “Famílias”, “Mercados de Bens e Serviços”,
“Empresas” e “Mercado de Fatores de Produção”, em que setas azuis mostram o fluxo de “Pagamento”, “Renda” ,
“Despesas” e “Receitas”; já as setas vermelhas, no sentido inverso, mostram “Oferta de Bens e Serviços”, “Demanda de
Bens e Serviços”, “Oferta de Fatores de Produção” e “Pagamento dos Fatores de Produção”.
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Competência 01
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Competência 01
da imposição de impostos sobre os bens (não sobre os rendimentos auferidos pelas empresas) ou
ainda impondo preços máximos ou mínimos, além de tarifas e subsídios. Um último ponto que se
pode considerar a respeito da existência do governo e de seu contato com as empresas diz respeito
às compras governamentais, pois o governo também compra! Ele adquire os bens e serviços providos
pelas empresas quando deseja realizar uma obra pública, por exemplo.
Tudo isso pode ser visto na figura abaixo:
Agora, a nossa economia começa a ficar um pouco mais alinhada com o que acontece nos
sistemas econômicos mais complexos.
Veja que, só com esses pontos iniciais, nós já começamos a compreender melhor o Estado
e suas funções econômicas governamentais (redução da desigualdade de renda), assim como a
atuação do governo na economia (através de impostos, transferências e compras governamentais).
Logicamente, como foi dito anteriormente, essa é uma versão bastante introdutória, nada muito
complexa. Na aula que vem, vamos entrar fundo nesses conceitos.
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Competência 01
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Competência 01
mercado vital no sistema econômico: o mercado financeiro ou de ativos financeiros5. Assim como
no mercado de bens e serviços, o mercado financeiro também conta com a presença simultânea dos
quatro agentes econômicos: as famílias atuam nesse mercado enviando a parte da renda não
consumida (a poupança privada), as empresas operam no mercado através da tomada de
empréstimos para investimentos e a posterior emissão de títulos da dívida e emissão de ações,
enquanto o GOVERNO e o resto do mundo podem tanto tomar quanto conceder empréstimos ao
sistema financeiro nacional. O fluxo circular da riqueza expandido é mostrado na figura 4.
5
O Mercado Financeiro é formado por quatro segmentos de mercado:
• Mercado de Crédito: destinado, prioritariamente, a fornecer recursos financeiros para as famílias;
• Mercado de Capitais: destinado, fundamentalmente, à emissão de crédito para capital de giro das
empresas;
• Mercado Monetário: utilizado pelo governo para emitir moeda e fazer política monetária;
• Mercado Cambial: utilizado para a conversão entre a moeda nacional e as demais moedas estrangeiras.
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Competência 01
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Competência 01
A pergunta que você pode estar se fazendo agora é: quanto, no máximo, uma economia
pode produzir? Para analisar isso, precisamos ter o conhecimento de uma fronteira muito importante
na economia: a curva de possibilidade de produção6.
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A Curva ou Fronteira de Possibilidade de Produção é um gráfico que mostra as combinações de produto que a economia
tem possibilidade de produzir dados os fatores de produção e de tecnologia de produção disponíveis.
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Competência 02
Durante muito tempo, os economistas buscaram descobrir o que determina o valor das
coisas. O que faz, por exemplo, o carro ter um valor tão alto e o sal um valor tão baixo. Dessa procura,
surgiram duas teorias: a teoria objetiva, que afirma que o valor de um bem depende do esforço e do
trabalho para sua obtenção e a teoria subjetiva, que associa que o valor do bem depende da sua
utilidade e do seu nível de escassez.
Posteriormente, essas suas teorias foram reunidas e o valor do bem, agora, é
determinado como o resultado do seu custo de produção (associado ao esforço e ao trabalho) e da
sua preferência (associada à necessidade ou ao desejo).
De fato, os bens oferecidos no mercado têm preços. O preço é definido como o valor do
bem expresso em moeda. Segundo a teoria econômica, os preços são resultado da interação entre
dois agentes: os consumidores (que se preocupam com a utilidade dos bens) e as empresas (que
representam o esforço ou os custos de produção).
Hoje, buscamos analisar, com detalhes, como acontece a formação de preços em uma
economia e alguns dos problemas econômicos mais importantes, além de estudar os fatores que
influenciam na escolha da quantidade que será demandada e que será ofertada de um determinado
bem, assim como definir o equilíbrio de mercado. Para começar, vamos compreender o conceito de
microeconomia?
Conceito de MICROECONOMIA
Diferentemente da macroeconomia, que estuda o agregado (como visto no fluxo circular da riqueza analisado
na competência anterior), a microeconomia é o ramo da economia que estuda o comportamento dos agentes
econômicos, ou seja, qualquer indivíduo ou entidade que desempenha um papel na economia. A
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Competência 02
microeconomia estuda como e por que consumidores, empresas, governo, trabalhadores, investidores, entre
outros, tomam decisões econômicas, ou fazem escolhas.
É de interesse de estudo da microeconomia, ainda, a forma pela qual os agentes econômicos interagem de
modo a formar unidades maiores, os mercados. Sendo assim, a microeconomia explica, entre outras questões,
a formação dos preços, a quantidade ofertada ou demandada e o quanto será investido. Assim, poderemos
inferir porque os mercados dos bens são diferentes, e como são influenciados por políticas econômicas e
mudanças no ambiente internacional. Para começar a compreender o mercado, analisaremos, inicialmente,
porque as famílias ou consumidores consomem. Toda a análise do consumo é vista, na microeconomia, através
da demanda.
Mas, antes disso, eu te pergunto: se o preço da gasolina aumentar (como temos visto nos
últimos tempos), você consumirá mais gasolina ou menos gasolina?
Antes de definir a lei da demanda, queria saber o que você respondeu na questão acima!
Você comprará mais, menos ou a mesma quantidade? Possivelmente, você respondeu que comprará
menos gasolina quando o preço aumentar, não foi isso?
Essa relação inversa entre o preço de um bem e a quantidade que um consumidor planeja
comprar (ou a quantidade demandada desse bem) é conhecida por Lei da Demanda. Ela estabelece
uma relação negativa entre a quantidade consumida e o preço do bem em questão.
Agora, eu te pergunto o seguinte: sob as condições dadas anteriormente, você comprará
menos SEMPRE? Olhe, pense bem, eu estou perguntando se você comprará SEMPRE uma quantidade
menor?
Do jeito que a questão foi posta, você não pode dizer que SEMPRE comprará menos. Por
quê? Por uma simples razão: imagine que você ganhe o prêmio do Big Brother Brasil. Você vai
comprar menos gasolina mesmo possuindo uma renda maior? Possivelmente não, né?!
Ou, ainda, imagine que o preço do álcool combustível chegue a R$ 100,00/l. Ainda assim
você comprará menos gasolina?
Dessa forma, do jeito que está posta a lei, ela acaba sendo aplicada em pouquíssimos
casos e termina sendo violada em muitos outros. Pensando nisso, os economistas adicionaram uma
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Competência 02
hipótese bastante importante e que tornará a lei válida para a maioria esmagadora dos casos. Essa
hipótese é denominada de Hipótese de Ceteris Paribus.
A expressão em latim ceteris paribus significa algo como “todos os demais fatores
relevantes permanecem inalterados”, ou seja, agora com a adição dessa hipótese, a lei da demanda
se torna válida e afirma que à medida que o preço de um bem aumenta, os consumidores estarão
dispostos a consumi-lo em menor quantidade, considerando que todas as demais variáveis que
podem influenciar o seu comportamento se mantêm constantes, ou seja, na hipótese de Ceteris
Paribus. A relação negativa entre quantidade e preço para o consumidor ocorre porque, em alguns
casos, a renda dos indivíduos se torna insuficiente para adquirir o produto e, em outros, os indivíduos
optam por algum substituto próximo mais barato.
Como exemplo desse fato, imagine que os preços dos rodízios de sushi aumentem. Com
essa elevação, você levará em conta a possibilidade de ir, por exemplo, a um rodízio de carnes ou
massas. Nesse caso, você reduzirá a quantidade demandada de sushi porque estará trocando esse
produto por carnes, um substituto que ficou, relativamente, mais barato (observe que o uso do
“relativamente” é importante porque o preço do rodízio de carnes, de fato, não diminuiu).
Outra possibilidade é que com o aumento do preço do rodízio do sushi, você não poderá
ir tantas vezes ao restaurante, pois, já que o seu salário não aumentou igualmente com o preço do
rodízio, o seu poder de compra ficou reduzido.
Em termos matemáticos, a Lei da demanda vira uma função, a função demanda, que
informa a quantidade de um bem que será procurada para cada nível de preço. Analiticamente:
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Competência 02
Função demanda:
A função demanda pode ser representada, graficamente, através da curva de demanda,
também conhecida unicamente como demanda. No gráfico cartesiano temos que o preço se
encontra no eixo vertical e a quantidade demandada no eixo horizontal.7
Para compreender como o gráfico funciona, vamos analisar a sua construção. Ainda
analisando a gasolina que ficou mais cara, vamos colocar no gráfico (próxima página) a situação inicial.
Nesse caso, você consumia a quantidade Q1 ao preço P1.
Ainda seguindo a análise anterior, imagine agora que o preço aumente. O que
acontecerá? Você reduzirá a quantidade demandada! Analiticamente:
7
Observe aqui que, diferentemente do que ocorre em um gráfico na matemática em que a variável dependente (no
nosso caso, quantidade) fica no eixo vertical e a variável independente (no caso, preço) fica no eixo horizontal, na
economia, ocorre o inverso. Isso é feito apenas para simplificar o raciocínio.
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Competência 02
Finalmente, para desenhar a curva de demanda, basta ligar os pontos no plano cartesiano.
E Voilà:
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Competência 02
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Competência 02
II. Embora a curva de demanda pareça muito mais uma reta, na verdade ela possuirá um formato
que nós economistas chamamos de convexo. Como, para fins mais simples, a curva e a reta
estabelecem a relação negativa entre quantidade de preço, vamos utilizar a reta por ser mais
simples de desenhar, ok?
III. Por fim, quando falamos em variação do preço, os efeitos dessa variação incidirão sobre a
quantidade demandada (por exemplo, Q1 e Q2), não sobre a demanda ou curva de demanda.
Ou seja, quando o preço varia, nós teremos um movimento ao longo da curva de demanda
(como mostrado pela setinha vermelha no gráfico acima) e não da curva de demanda. A
compreensão disso é fundamental e nós vamos voltar a esse ponto mais algumas vezes!
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Competência 02
1. Toda vez, eu disse TODA, que houver uma variação no preço do bem em análise, haverá um
deslocamento ao longo da curva de demanda! Sempre, sempre, sempre! Mais na frente, nós
vamos ver que outros fatores irão deslocar a demanda, mas ainda não chegamos neles.
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Competência 02
consumidores não se comportavam da forma esperada quando havia uma variação no preço desse
bem.
Assim, todas as vezes que os preços caíam, as pessoas passavam a demandar (ou
procurar) menos o bem e, quando o preço aumentava, os consumidores passavam a demandar mais
do bem.
Nesse caso, diferentemente do que acontece com um bem ordinário, a curva de demanda
de um bem de Giffen possui inclinação positiva! É isso mesmo, tudo o que vale para a maioria quase
absoluta dos bens não vale para o bem de Giffen!
Ainda bem, esses bens não são solicitados em termos gráficos, porque isso tornaria a
nossa análise bastante complicada, sendo solicitado apenas em questões mais teóricas.
Infelizmente, por outro lado, não existem muitos outros exemplos sobre tipos de bens de
Giffen para que eu possa explicar a você. A maioria esmagadora dos livros traz apenas a noção da
batata inglesa na Inglaterra na época da Revolução Industrial. Assim, hoje, por exemplo, as batatas
não são mais consideradas bens de Giffen.
Entendido?
Nós vamos voltar ainda algumas vezes a noção de bem de Giffen hoje. À medida que a
aula for progredindo, passaremos a analisar ainda mais esse bem, ok?
Mas vamos continuar o nosso trabalho. Nós vimos como a curva de demanda é construída
e vimos ainda como acontecem os movimentos ao longo da curva. A partir de agora, vamos
compreender quais fatores levam a variações da curva de demanda.
Vamos lá?
A curva de demanda relaciona a procura por um determinado bem a seu preço. De forma
mais específica, mostra que a demanda é menor para preços maiores. Assim, nós vimos que é possível
mostrar que a quantidade demandada de um produto depende do preço que será cobrado por ele.
Mas, o preço não é o único fator que determina a quantidade demandada de um bem. A única coisa
que faz você comer sushi é o preço? Será que o preço da carne não afetaria, em nenhuma hipótese,
o seu consumo?
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Competência 02
Pois é, fatores como a existência de substitutos próximos e o preço que é cobrado por
eles também influenciam a demanda de um bem. Por exemplo, a manteiga é uma substituta próxima
para a margarina, sendo assim, um aumento no preço da manteiga pode induzir a troca desse bem
por margarina, o que aumenta o consumo desse último bem.
Os fatores listados anteriormente modificam a quantidade consumida, sem que haja uma
mudança nos preços. Em outras palavras, a quantidade demandada é maior ou menor para um
mesmo preço anterior. Vamos analisar isso, intuitivamente?
Imagine que a curva de demanda abaixo represente a sua demanda por cinema:
Inicialmente, você está no ponto (A). Digamos, por hipótese, que você vai ao cinema duas
vezes por mês (Q1 = 2) e paga R$ 17,00 (P1 = 17). Imagine agora que você ganhou a última edição do
Big Brother Brasil. Com essa nova renda, você irá mais vezes ou menos vezes ao cinema?
Possivelmente, mais vezes, não é? Nesse caso, eu posso dizer que você irá mais vezes ao cinema
pagando o mesmo preço pelo ticket ou que, para a mesma quantidade de vezes que você vai ao
cinema, você poderia pagar mais por saída.
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Competência 02
Nos dois casos, é possível notar que haverá um movimento para fora da curva de
demanda original. Quando isso acontece, dizemos que há um deslocamento paralelo da curva. Esse
deslocamento é mostrado na figura abaixo (onde D1 é a demanda original e D2 é a demanda final):
40
Competência 02
Ora, eu não falei em variação de preço, mas de outra variável que não preço. No caso
acima, eu falei de uma variação na renda do consumidor! Logicamente, outras variáveis farão com
que ocorra o mesmo movimento, são elas:
• Gostos ou preferências;
• Expectativas;
• Preço de bens relacionados.
Grosso modo, a renda e essas três variáveis são as mais frequentes como determinantes
de alteração na curva de demanda. Lógico, podem existir outras, mas essas seriam os quatro maiores
grupos.
Para que fique simples a compreensão, como a demanda representa o consumidor, tudo
que alterar a vida desse agente econômico, alterará a curva de demanda dele! Simples assim!
Antes de seguirmos adiante, vamos esclarecer os três outros fatores e detalhar como a
renda afeta a vida do consumidor. Inicialmente, vamos analisar os gostos e as preferências.
Comecemos com uma pergunta bastante reflexiva: nós nos vestimos hoje da mesma forma que nos
vestíamos há 10 anos? Possivelmente, não. Não, porque não cabe, não porque a moda já passou, não
porque você se mudou para um lugar mais frio como o Canadá! Então, o nosso padrão de consumo é
alterado não apenas porque o preço mudou, mas também porque nossas necessidades e desejos
também mudaram! Assim, alterações nos gostos e nas preferências modificam por demais o nosso
padrão de consumo.
Um segundo fator que altera a demanda de um determinado consumidor é a expectativa
sobre o futuro. Por exemplo, imagine agora que você sabe que amanhã vai chover (no meu caso,
nevar), será que você não mudará o seu consumo de guarda-chuvas hoje? Possivelmente, sim. Nesse
caso, a sua demanda mudou (ela será deslocada) não porque está chovendo agora, mas porque a sua
crença é de que chova no dia seguinte. A nossa crença sobre o futuro é o que os economistas chamam
de expectativas.
Vamos continuar analisando:
Existe outra variável que afeta o padrão de consumo de uma pessoa. Esse fator se chama
preço dos bens relacionados. Vamos compreender melhor. Vamos analisar a demanda de uma
pessoa por açúcar quando os preços de dois bens relacionados a ele são alterados separadamente.
41
Competência 02
Imagine, inicialmente, que o preço do café aumente. Imagine ainda que essa pessoa só
compre açúcar para tomar café e só toma café adoçado. Nesse caso, como o preço do café aumentou,
essa pessoa comprará menos café, certo? Assim, como ela só toma café com açúcar, comprará menos
açúcar também, não é isso? Logo, o aumento do preço do café levará a uma redução na demanda
pelo açúcar! Mais uma vez, veja que eu não falei em variação do preço do açúcar, hein?
Vamos mais: imagine agora que não foi o preço do café, mas o preço do adoçante que
aumentou. Agora, com o aumento do preço do adoçante, você passará a comprar mais açúcar, para
poder compensar a falta do adoçante.
Nesse ponto, vale uma consideração: veja que nós faremos movimentos
de forma separada, ou seja, um fator variando de cada vez. Nada de variar
tudo na mesma hora, porque vira uma coisa incompreensível! Em
economia, nós trabalhamos com o que se denomina de estática
comparativa. Nela, cada variável é alterada de forma isolada
No caso acima, você deve ter notado uma coisa bem interessante: quando o preço do
café aumentou, a demanda por açúcar diminuiu enquanto que quando o preço do adoçante
aumentou, a demanda por açúcar também aumentou! Alguma explicação para isso??
Sim, e ela é bem simples! O café e o açúcar, assim como o feijão com arroz ou o queijo e
a goiabada são consumidos de forma conjunta, é o que se chama de bens complementares. Já para
o caso do açúcar e do adoçante, nós vamos consumir aquele que for mais barato. Nesse caso, os bens
são denominados de bens substitutos! Essa classificação é absolutamente importante que você
compreenda.
Então, se falou em variação do preço dos bens relacionados, eu só sei para onde vai a
demanda se eu souber qual a relação que existe entre os bens em análise: se de substitutibilidade ou
de complementaridade!
Compreendido?
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Competência 02
Para finalizar a lista de itens que deslocam a demanda por alterar o comportamento do
consumidor, vamos falar com mais detalhe sobre uma variação da renda, iniciado no começo dessa
parte da aula.
Pergunta simples:
Se você tirasse na loteria, você consumiria mais de tudo?
Possivelmente, você pensou que sim, mas eu te direi que não! E a explicação para isso é
bem objetiva.
Se você tirasse na loteria, você certamente viajaria mais vezes pela Europa ou compraria
um carro melhor ou ainda iria a restaurantes mais caros. Contudo, com o aumento da sua renda, você
vai tomar menos ônibus ou comer menos carne de conserva! Logo, o aumento da renda induz ao
aumento no consumo de alguns bens e redução no consumo de outros.
Assim, quando consumo e renda variam no mesmo sentido, dizemos que o bem é
chamado de bem normal. São os bens que quando a renda aumenta, o consumo aumenta e quando
a renda diminui o consumo também diminui. Por outro lado, quando a renda e o consumo variam em
sentidos contrários, o bem é chamado de bem inferior.
Compreendido?
Graficamente, mudanças que promovem um crescimento da demanda para um mesmo
preço deslocam a curva de demanda para DIREITA. Dentre essas mudanças estão: aumento nos
preços de bens substitutos, redução do preço de bens complementares, crescimento da renda,
alterações das preferências que promovem o consumo. Por outro lado, fatores que reduzem a
demanda para um mesmo preço deslocam a curva para ESQUERDA, por exemplo: uma redução dos
preços de bens substitutos, redução da renda ou alterações nas preferências que reduzem o
consumo.
Logicamente é muita informação, eu sei, eu sei, mas eu não quero que você decore! Você
já tem muitas outras disciplinas em que é preciso decorar conceitos. No meu caso, eu quero que você
compreenda. A princípio parece complicado, mas à medida que nós formos fazendo os exercícios
juntos, prometo que a coisa vai ficar mais clara.
A figura abaixo mostra exemplos de deslocamento da curva de demanda. Considerando
a curva do meio (D2) como inicial, um aumento da demanda leva a curva para uma posição como a
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Competência 02
ocupada pela linha mais clara (D3) e uma redução da demanda leva a curva a ocupar uma posição
como a curva mais escura (D1).
Para compreender esse raciocínio é bastante simples: para um preço de R$ 1,00, se a
minha renda aumentar, eu consumirei mais, para qualquer nível de preços, ou seja, ao invés de
consumir Q2, vou passar a consumir Q3, dado que o bem é normal. Raciocínio inverso vale para a
linha mais escura e a quantidade de Q1.
44
Competência 02
consumidor. Assim, podemos dizer que o comportamento do consumidor com relação ao preço
decorre da atuação conjunta de dois efeitos: o efeito-renda e o efeito-substituição.
Vejamos como compreender esses efeitos: com o aumento do preço, uma parte da
redução da minha demanda por determinado bem quando o seu preço aumenta pode ser explicada
pelo fato de que haverá um estímulo para que eu busque alternativas para satisfazer minha
necessidade pelo bem que teve o aumento de preço, por exemplo. Assim, passarei a olhar de outra
maneira os bens substitutos. Basta lembrar-se do caso do Sushi, mostrado inicialmente na aula. Com
o aumento do preço dos rodízios de sushi, você procurará ir mais vezes ao rodízio de carnes ou de
massas, por exemplo. Nesse caso, para o consumidor, as carnes e massas são substitutos do sushi.
Dizemos que rodízios de sushi, carnes e massas são substitutos no consumo.
Uma forma bem simples de verificar o efeito-substituição é a seguinte: você está no
supermercado e observa que aquele bem que você costumava comprar mais barato está, agora, mais
caro. Você olha o produto e pensa: “Por esse preço aqui, esse bem está muito caro para o que ele me
traz. Prefiro comprar esse produto B, que é mais caro, mas pelos menos é melhor e a diferença nem
é tão grande assim, mesmo...”. Já aconteceu isso com você? Porque comigo, já.
O outro efeito que explica a redução do consumo de um bem é o efeito-renda. Esse efeito
decorre da perda de poder aquisitivo causado pelo aumento de preço de um bem que faz parte da
cesta de compras do consumidor.
Para compreender melhor o efeito-renda, vale aqui um exemplo matemático. Digamos
que eu gaste, semanalmente, R$ 63,00 em rodízios de sushi (eu vou três vezes durante a semana e
pago, em cada uma delas, R$ 21,00). Agora, considere que a minha renda semanal é de R$ 200,00.
Digamos agora que o preço do rodízio de sushi dobre, passando a ser R$ 42,00. Ao novo preço do
rodízio de sushi, se eu, como consumidor, quisesse adquirir a mesma quantidade de sushi que eu
demandava antes do aumento, eu teria que gastar o dobro de antes, ou seja, R$ 126,00, restando
agora R$ 74,00 para os outros bens e não R$ 137,00 como anteriormente, o que, consequentemente,
me forçará a deixar de comprar vários itens. Dessa forma, o aumento do preço do sushi faz com que
haja um efeito de “empobrecimento” do consumidor. Ficou claro?
Um fato complicador ainda no que diz respeito ao efeito renda é que ele depende de cada
tipo de bem: normal, inferior ou de Giffen. O quadro abaixo apresenta uma explicação de como você
45
Competência 02
precisará compreender o efeito renda, e assim, o efeito preço, para cada tipo de bem. Vamos
analisar?
Antes de começar, algumas explicações básicas:
O efeito preço, como o próprio nome diz, fala sobre a variação de preços. No nosso caso,
vamos considerar sempre um aumento de preços para poder ver a diferença entre os bens, certo?
Fica como tarefa de casa ver as reduções!
Depois, vou colocar os sinais de (+) ou (-) nos efeitos renda e substituição para que você
compreenda se houve um aumento ou uma diminuição da quantidade demandada, certo?
1. Imagine, primeiramente, que o preço das laranjas aumente. Nesse caso, você vai trocar
laranja por um bem que ficou relativamente mais barato, digamos, a maçã (veja que o preço da maçã
aqui pouco importa). Assim, o efeito substituição será negativo, já que você reduzirá a quantidade
demanda de laranja. Isso é mostrado no quadro abaixo.
Imagine agora o seguinte: com um aumento do preço da laranja, você ficou mais rico ou
mais pobre? Veja, com um aumento de preço, seu poder de compra diminuiu já que você agora precisa
de mais dinheiro para comprar a mesma quantidade de bens. Logo, para simplificar, diremos que você
ficou mais pobre, ok?
Continuando, agora que você ficou mais pobre você vai comprar mais ou menos laranja?
Como a laranja é, para a maioria das pessoas, um bem normal, nesse caso, você comprará menos
laranja, correto? Assim colocaremos um (-) no efeito renda para a laranja, ok?
46
Competência 02
O que podemos dizer sobre os efeitos renda e substituição para o caso do bem normal?
Podemos dizer que esses efeitos se reforçam! Falou-se em bem normal, eu já sei que os dois efeitos
atuam na mesma direção, ou seja, quando o preço aumenta, por exemplo, haverá uma redução da
quantidade demandada do bem normal porque houve uma redução por parte do efeito substituição
e outra por parte do efeito renda!
Vamos continuar: imagine agora o que acontece com a sardinha enlatada.
2. Digamos que o preço da sardinha enlatada aumente. Assim como no caso anterior, você
demandará menos sardinha porque comprará, por exemplo, carne em conserva! Assim, podemos
dizer que também para esse bem o efeito substituição será negativo, já que um aumento do preço
induz as pessoas a demandarem menos de determinado bem, substituindo-o.
Agora vamos pensar no poder de compra do consumidor: assim como no caso da laranja,
com um aumento do preço, haverá uma redução do poder de compra do consumidor, certo?
Mas em que a sardinha enlatada é diferente da laranja? Em uma simples explicação: para
a maior parte das pessoas, a sardinha enlatada é um bem inferior! Ou seja, quando a renda diminui,
as pessoas usualmente consomem mais do bem!
47
Competência 02
Nesse caso, para os bens inferiores usuais, embora a demanda aumente por causa do
efeito renda, o efeito substituição se sobrepõe ao efeito renda, logo, quando o preço de determinado
bem aumenta, a demanda é reduzida! (Embora diminua menos que para o caso dos bens normais!).
RESUMINDO: para o caso dos bens inferiores, diremos que os efeitos renda e
substituição não se reforçam, eles caminham no sentido contrário, prevalecendo o efeito
substituição!
Por fim, vamos recordar o glorioso caso das Batatas inglesas na Inglaterra da Revolução
industrial: os bens de Giffen
3. Imagine agora que houve um aumento de preços para as nossas batatas inglesas. Nesse
caso, assim como nos dois casos anteriores, as pessoas trocarão o bem que ficou relativamente mais
caro por outros que ficaram relativamente mais baratos, correto? Dessa forma, assim como nos casos
anteriores, o efeito substituição das batatas inglesas possuirá um sinal contrário ao efeito preço.
Continuando. De forma exatamente igual ao que acontece com os bens inferiores, com o
aumento dos preços, haverá uma redução do poder de compra dos consumidores. Assim, como o bem
de Giffen é um tipo de bem inferior, haverá um aumento da quantidade demandada das batatas.
Dessa forma, o efeito renda dos bens de Giffen também será positivo.
Ora, então, em que os bens de Giffen se diferem dos bens inferiores?
A diferença está na intensidade dos efeitos renda e substituição. Para o caso dos bens
inferiores, prevalecerá o efeito substituição. Já no caso dos bens de Giffen, prevalece o efeito renda.
Assim, quando o preço aumenta, a quantidade demandada também aumentará! O quadro a seguir
mostra esse efeito.
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Competência 02
denominada de efeito renda e na linha abaixo o sinal de mais. E a última coluna denominada tipo de bem e na linha
inferior o nome bem de Giffen
Para que não restem dúvidas, vamos ver um exemplo numérico para diferenciar bem os
bens inferiores e de Giffen?
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Competência 02
positiva do preço do bem, haverá, também, uma variação positiva na quantidade demandada. Dessa
forma, o bem de Giffen será o único tipo de bem a não respeitar a lei da demanda, já que possui uma
inclinação positiva! Mais fácil agora?
Uma coisa que você deve observar sempre no que diz respeito ao efeito
preço e ao efeito substituição é que eles SEMPRE possuirão sinais
contrários, para quaisquer tipos de bens! O
sinal do efeito renda dependerá do tipo de bem. Para os bens normais, ele
será o mesmo do efeito substituição. Para os bens inferiores, ele será
contrário, mas menor. No caso dos bens de Giffen, ele também será
contrário e ainda maior que o efeito substituição.
• Função oferta:
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Competência 02
A curva de oferta representa essa relação positiva entre preço e quantidade ofertada.
Para compreender a formulação da curva de oferta, faremos um exercício similar ao
realizado para construir a curva de demanda. Comecemos por uma historinha:
No Brasil, Pernambuco (meu querido estado) é o maior produtor de mangas (inclusive as
sem caroço) do país. Essas mangas são diretamente enviadas para a Europa e lá concorrem com as
mangas de Israel. Imagine que, por alguma razão, Israel entre em guerra com a Palestina. Como nós
vimos pela curva de possibilidade de produção na aula demonstrativa, ele não poderá continuar
produzindo a mesma quantidade de mangas que usualmente fazia. Logo, haverá uma redução na
quantidade de mangas que vai para a Europa. Com essa quantidade menor no mercado europeu,
haverá um aumento de preços, correto? O que acontecerá em Pernambuco, os produtores
aumentarão a sua produção! Logo, quando o preço (por alguma razão) aumenta, a quantidade
ofertada também aumentará!
Graficamente, temos o seguinte:
O ponto A no gráfico mostra a quantidade inicialmente ofertada de mangas por
Pernambuco no mercado europeu:
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Competência 02
Agora, novamente, é tarefa simples! Basta apenas ligar os pontos, o que é mostrado no
último gráfico e Voilà! Eis que temos a curva de oferta dessa economia! Simples assim!
A curva de oferta representa a relação entre preço de um bem e a quantidade ofertada
desse bem.
A curva de oferta representa o comportamento das empresas. Assim, aumentos nos
preços levarão às empresas a oferecer mais produtos no mercado, mostrando, dessa forma, uma
relação direta entre preços e quantidades. Vale reforçar aqui que, assim como no caso da demanda,
aumentos nos preços do bem em questão vão levar a movimentos ao longo da curva de oferta.
Felizmente, para o caso da oferta das empresas, nós não teremos exceções como o caso dos bens de
Giffen para o consumidor.\o/ Isso torna a análise de oferta bem mais simples que a análise de
demanda inicialmente observada.
Assim como existem fatores que deslocam a curva de demanda, existirão fatores que
deslocarão a curva de oferta. Esses fatores serão apresentados agora.
Assim como para demanda, a quantidade ofertada de um determinado bem não depende
exclusivamente do seu preço. Mas, assim como no caso da demanda, não é apenas o preço que altera
a quantidade ofertada. Existirão outros fatores que alterarão a oferta das empresas. Por exemplo,
uma questão essencial para uma empresa decidir a quantidade que ofertará no mercado está
52
Competência 02
relacionada aos seus custos de produção. Assim, se uma empresa consegue reduzir seus custos de
produção, ela pode disponibilizar no mercado uma mesma quantidade com um menor preço.
Contudo, não são apenas os custos que alteram a oferta das empresas. Outros fatores
também gerarão o mesmo efeito. Abaixo, são mostrados os outros fatores que influenciam a oferta
das empresas:
• Tecnologia;
• Expectativas.
Assim, tecnologia, custos e expectativas são os três maiores grupos de fatores que
influenciam a oferta. Graficamente, representa-se essa situação através do deslocamento da curva
de oferta para baixo e para a direita, quando há um aumento da oferta (via redução de custos, ou
avanços tecnológicos, por exemplo). Caso os custos de produção aumentem ou exista uma retração
tecnológica, a curva de oferta se desloca para cima.
No que diz respeito aos custos de produção de uma empresa, esses podem crescer devido
a um aumento no preço de um determinado insumo ou fator de produção, ou a um aumento nas
taxas e impostos cobrados. Por outro lado, os custos podem se reduzir devido a uma diminuição no
preço dos insumos ou fatores de produção, redução dos impostos e criação ou aumento de subsídios.
É possível, ainda, que os custos se reduzam devido a uma alteração na forma de se produzir o bem,
em outras palavras, devido a uma evolução tecnológica.
Os deslocamentos da curva de oferta são apresentados na figura abaixo. Considerando a
curva S2 como a curva de oferta inicial, a curva S3 representará um aumento na oferta, enquanto a
curva S1 representará uma retração.
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Competência 02
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Competência 02
Como vimos na aula demonstrativa, o local físico ou não onde existe a interação de empresas e consumidores
se chama mercado. Considera-se que um mercado está em equilíbrio quando a quantidade demandada de
um produto se iguala à quantidade ofertada, ou seja, quando a economia encontra o seu ponto de equilíbrio.
Como foi visto acima, pelas equações da demanda e da oferta, a quantidade demandada e a ofertada de um
bem dependem de seu preço. Então, há um preço para o qual a quantidade de oferta se iguala a de demanda,
esse é chamado de preço de equilíbrio, e a quantidade associada é a quantidade de equilíbrio.
Graficamente, nós temos um equilíbrio de mercado (ou o ponto de equilíbrio) quando há o cruzamento entre
a curva de oferta e a curva de demanda de determinado bem.
O equilíbrio econômico de mercado é um resultado quando a quantidade ofertada é igual à quantidade
demandada, considerando o número de produtores como dado. O equilíbrio de mercado é uma situação
onde, dado um determinado nível de preços, a quantidade demandada é idêntica à quantidade ofertada.
Nessa situação, não existem sobras ou excessos de produtos. Além disso, o equilíbrio de mercado é estável,
ou seja, se não existir mudanças no comportamento do consumidor e/ou do produtor, esse equilíbrio não
será alterado.
O preço de equilíbrio é determinado igualando as funções demanda e oferta – ou seja, igualando as
quantidades. Resolvendo essa equação, encontra-se o preço de equilíbrio. No equilíbrio a quantidade
demandada é igual à quantidade ofertada:
55
Competência 02
Caso o preço que vigora no mercado fosse maior que o preço de equilíbrio, a quantidade
ofertada superaria a quantidade demandada, pois, com o aumento de preço, existiria uma redução
na quantidade demandada e um aumento da quantidade ofertada, assim, o mercado apresentaria
um excesso de oferta (ou escassez de demanda). Essa situação é mostrada na figura abaixo. Caso
contrário, se o preço de mercado for inferior ao preço de equilíbrio, então a quantidade demandada
será superior àquela ofertada pelas firmas, caracterizando um excesso de demanda (ou escassez de
oferta).
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Competência 02
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Competência 02
em sentido crescente, e a reta D(linha azul), em sentido decrescente. Abaixo do ponto de intersecção destas linhas é o
Excesso de Demanda.
Quando ocorre esse tipo de desequilíbrio, acredita-se que o próprio mercado tende a
corrigi-lo. No caso de um excesso de demanda, os produtores perceberão que podem aumentar um
pouco o preço e a quantidade produzida, e no caso de um excesso de oferta serão obrigados a fazer
o oposto. Essa confiança no livre ajustamento do mercado recebe o nome de Lei da Mão Invisível
(formulada inicialmente por Adam Smith).
Observe que, até aqui, consideramos que o ponto de equilíbrio não se altera. E isso é
verdade, se nenhuma variável que afeta a vida da empresa ou a vida do consumidor for alterada, esse
ponto tende a se perpetuar indefinidamente. A questão é que os fatores que afetam a vida do
consumidor e/ou do produtor não são imutáveis. Para compreender o que acontece nesses casos,
precisamos compreender a dinâmica do mercado, último item da aula de hoje.
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Competência 02
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Competência 02
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Competência 02
Fica como trabalho de casa verificar, graficamente, o que ocorre quando a demanda ou a oferta sofrem uma
redução, ok?
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Competência 03
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Competência 03
8
Fonte de consulta: Imposto de renda, 2019. Disponível em: https://impostoderenda2019.net.br/tabela-imposto-de-
renda-2019/. Acesso em: fevereiro, 2019.
63
Competência 03
da riqueza expandido, até aqui, diz respeito apenas ao contato entre governos e famílias. É dessa
forma que o governo afeta diretamente os consumidores.
Mas, analisando de uma forma mais ampla, nós sabemos que o governo não implanta
apenas impostos sobre as famílias, ele pode (e faz com certa frequência) aplicar impostos sobre os
bens também! Esses tipos de impostos não incidirão diretamente sobre o consumidor mais rico, mas
sobre toda a economia. É como se, olhando o fluxo circular da riqueza, analisássemos o governo
dentro do mercado de bens e serviços, gerando alterações nos preços.
A partir de agora, e daqui até o final das funções do governo, ele não irá mais afetar
diretamente os consumidores, mas atuará de forma indireta, via mercado de bens e serviços. Vamos
ver?
Além do Imposto de Renda, temos ainda, no Brasil, o ICMS, o ISS, o CIDE, todos os tributos
que não incidem diretamente sobre a renda das pessoas, mas sobre o preço dos bens e serviços
utilizados. Logo, seguindo esse preceito, não serão apenas as famílias ricas que pagarão os impostos,
mas as famílias mais pobres também.
E como esse tipo de imposto pode gerar uma redução na desigualdade de renda ou uma
melhor distribuição dos recursos? Simples, a ideia é que esses impostos sejam direcionados, via
transferências, para as famílias mais pobres, fazendo com que elas sejam mais que reembolsadas
pelos gastos com impostos, sendo beneficiadas pela implantação do tributo.
O funcionamento desse tipo de tributação foi visto de acordo com o último edital. De toda
forma, faço uma revisão para que não fique nenhuma ponta no edital. Vamos ver isso de forma mais
analítica?
Antes de falar de impostos, é preciso compreender o que existia antes dele para saber
qual o seu impacto. Assim, antes de qualquer coisa, falaremos sobre excedentes do consumidor e do
produtor. Veja que não são excessos, mas excedentes! Isso fará toda a diferença. Para entender o
que significa, comecemos por algo tipicamente brasileiro.
Seu time está na final do campeonato estadual e você não tem o ingresso. Aliás, os
ingressos estão esgotados! O que você faz? Vai para frente do estádio negociar com o cambista, claro!
Você leva no bolso R$ 100,00 e sabe que não poderá pagar mais do que isso (até porque
o cambista não aceita cartão de crédito). Os seus R$ 100,00 são o que os economistas chamam de
preço reserva.
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Competência 03
O preço reserva é quanto, no máximo, você está disposto a pagar para comprar
determinado bem. Nem um centavo a mais. Para verificar isso, é só você perguntar a você mesmo se
já se questionou até quanto pagaria para ter um bem, e sem nem R$ 1,00 a mais.
Observe no gráfico abaixo que os consumidores estariam dispostos a pagar mais do que
o preço de equilíbrio, a diferença entre esses valores corresponde a uma vantagem obtida pelo
consumidor.
Figura 34 – Excedentes
Fonte: Elaborada pela autora
Descrição: A figura representa o gráfico cartesiano em que a linha S, crescente, que corta o ponto Q 0 e P5, intersecta a
linha D, decrescente, no mesmo ponto, dividindo a parte interna em duas cores. A partir do ponto 5, abaixo está na cor
verde claro (excedente do produtor) e acima, amarelo (excedente do consumidor).
No caso do exemplo acima, se você comprar o ingresso por R$ 70,00, terá um ganho de
R$ 30,00.
Essa vantagem ocorre até a quantidade de equilíbrio. Então, a região do gráfico
delimitada pelo preço de mercado e a demanda é uma medida do benefício do consumo, sendo
denominada de excedente do consumidor (a área amarela no gráfico).
65
Competência 03
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Competência 03
Figura 35 – Excedentes
Fonte: Elaborada pela autora
Descrição: A figura representa o gráfico cartesiano em que a linha S, crescente, que corta o ponto Q 0 e P5, intersecta a
linha D, decrescente, no mesmo ponto, dividindo a parte interna em duas cores. A partir do ponto 5, abaixo está na cor
verde claro (Preço Recebido pelo Produtor) e acima, amarelo (Preço Pago pelo Consumidor).
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Competência 03
Figura 36 – Excedentes
Fonte: Elaborada pela autora
Descrição: A figura representa o gráfico cartesiano em que a linha S, crescente, que corta o ponto Q 0 e P5, intersecta a
linha D, decrescente, no mesmo ponto, dividindo a parte interna em duas cores. A partir do ponto 5, abaixo, está na cor
azul claro, representado pela letra B e acima, amarelo, representado pela letra A.
Para fazer a conta dos ganhos do governo não é difícil. É só multiplicar a alíquota pela
nova quantidade vendida, como acima. Então, governo colocou imposto sobre um bem, ele vai
ganhar uma boa grana com isso! Mas, e o resto da sociedade, estará feliz (em termos de bem-estar)
com essa política?
A primeira coisa que podemos observar é que haverá perdas de bem-estar (perdas de
excedentes) tanto para o consumidor quanto para o produtor. Isso pode ser mostrado ainda no
gráfico acima. Veja que quando o governo instaura um imposto, ele ganha, mas a sociedade perde.
Os consumidores perdem o trapézio vermelho em termos de bem-estar e os produtores perdem o
trapézio azul! A questão é que essas não são as únicas perdas para a sociedade! Vamos ver com calma
no gráfico.
68
Competência 03
Figura 37 – Excedentes
Fonte: Elaborada pela autora
Descrição: A figura representa o gráfico cartesiano em que a linha S, crescente, que corta o ponto Q 0 e P5, intersecta a
linha D, decrescente, no mesmo ponto, dividindo. A parte interna está em duas cores, a partir do ponto 5, abaixo, na cor
verde claro, representado pela letra B e D; acima, amarelo, representado pela letra A e C.
Veja o seguinte, antes, a nossa quantidade de equilíbrio era Q0, mas agora Q0 não está
mais disponível! Logo, também houve outra perda de bem-estar porque houve uma limitação da
quantidade de equilíbrio. Isso é mostrado pelos triângulos C e D.
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Competência 03
Figura 38 – Excedentes
Fonte: Elaborada pela autora
Descrição: A figura representa o gráfico cartesiano em que a linha S, crescente, que corta o ponto Q 0 e P5, intersecta a
linha D, decrescente, no mesmo ponto, dividindo a parte interna em duas cores. A partir do ponto 5, abaixo, na cor
verde claro, representado pela letra B e D; acima, amarelo, representado pela letra A e C.
Agora, ficou fácil de ver o saldo do imposto para os dois agentes econômicos. Para os
consumidores, a perda é dada pela soma do quadrado (A) e do triângulo (C). Para os produtores, a
perda é dada pela soma do quadrado (B) com o triângulo (D).
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Competência 03
71
Competência 03
No que diz respeito às quotas, elas são determinadas como uma limitação da quantidade
produzida. Nesse caso, embora as empresas desejem comercializar os bens, não poderão porque o
governo limita a quantidade.
Por fim, no que diz respeito às tarifas, elas serão implementadas principalmente no
comércio entre os países. Elas são nada menos que um aumento de preços dos bens importados. Isso
ajuda no aumento da produção doméstica, além de gerar ganhos para os empresários.
72
Competência 03
cima para baixo, o primeiro retângulo contornado na cor vermelha escrito impostos, o segundo retângulo contornado
na cor verde escrito transferências, o terceiro retângulo com contorno na cor vermelho escrito: preços máximos. No
quarto retângulo contornado na cor verde está escrito preços mínimos e no quinto e último retângulo contornado na
cor vermelha está escrito tarefas e quotas.
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Competência 03
Note que, no caso da execução da função alocativa, o governo não atua diretamente em
contato com qualquer agente econômico. Ele o faz de forma indireta, atuando no mercado de bens
e serviços.
Outra forma de atuação do governo quando da execução da função alocativa pode ser
observada através da emissão de subsídios às empresas. Nesse caso, o governo acaba gerando uma
conexão direta com as empresas, provocando o aparecimento de uma nova setinha no diagrama do
fluxo circular da riqueza, como vemos abaixo.
No caso acima, nós podemos observar claramente que esse tipo de intervenção
governamental fere o princípio do fluxo circular da riqueza justamente por cortar o círculo gerado.
Em muitos casos, o governo realiza esse tipo de intervenção via isenção de impostos, incentivando as
empresas a produzir bens que seriam providos pela iniciativa pública.
74
Competência 03
Finalmente, vale notar que, muitas vezes, quando o governo executa a sua função
alocativa ele está também executando a função distributiva, já que como o governo está produzindo
bens públicos que atendem à população de menor faixa de renda (como hospitais públicos, escolas
públicas, etc.), ele acaba por melhor distribuir os recursos da economia também!
Eis aí uma função que o governo realiza na macroeconomia! Ele estabiliza o que nós
chamamos de ciclos econômicos. Como ele faz isso?
Simples: todo mundo quer que o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil cresça 15% por
ano. Certo? Com o crescimento do PIB, mais produtos são gerados, mais empregos são criados. O
Brasil entra em um círculo virtuoso de crescimento! Mas qual o risco de crescer assim?
O risco de crescer desse jeito é que tal crescimento, quando não realizado de forma
sustentável, pode gerar inflação ou ainda uma recessão em um período posterior, o que seria muito
ruim para a sociedade.
Observando isso, o governo busca estabilizar a economia para que a economia nem cresça
de forma desordenada nem entre em uma recessão extrema.
Para executar a função estabilizadora, o governo utiliza o que nós chamamos de políticas
econômicas. As duas mais conhecidas são as políticas fiscal e monetária. A primeira é a atuação direta
do governo no mercado de bens e serviços. A segunda é a atuação no mercado monetário (uma parte
do mercado de ativos financeiros). Por terem características bastante específicas, as formas de
75
Competência 03
atuação do governo quando da execução da função estabilizadora serão vistas na aula que vem. Por
hora, eu preciso que você compreenda que quando nós falarmos em função estabilizadora,
estaremos falando da intervenção do governo na macroeconomia, não na micro, como vimos com as
funções distributiva e alocativa.
Antes de falar sobre a função reguladora propriamente dita, é preciso que você note que
na questão anterior ela não foi considerada como uma das funções do governo. Embora sua
importância seja cada vez maior na economia, ainda não existe concordância entre os economistas
sobre sua caracterização ou não como função do governo. Na questão 9, que veremos a seguir, ela é
considerada como função do governo. Dessa forma, se aparecerem apenas as três primeiras funções,
consideraremos a alternativa como correta. Se aparecerem as quatro funções, consideraremos essa
a alternativa correta, ok?
Primeira coisa que nós precisamos saber: por que os governos regulam?
A razão para que, no Brasil, exista uma forte preocupação com a regulação tem crescido
ao longo dos últimos 20 anos. Desde o governo Collor9, em que se iniciou o processo de privatizações
no Brasil, a provisão de serviços de utilidade pública (como energia, telefonia, gás, etc.) tem sido
9
Síntese sobre o Governo Collor. História de Tudo. Fonte: https://www.historiadetudo.com/governo-collor. Acesso em:
fevereiro, 2019.
76
Competência 03
realizada por empresas privadas. Assim, para evitar que essas empresas realizem práticas abusivas, o
governo atua na economia regulando a ação dessas empresas.
Uma informação importante e que nem sempre é de conhecimento geral diz respeito ao
processo de privatização. Veja que, nesse processo, o governo não deixa de ser o titular do serviço
prestado. Na verdade, com a privatização, o governo apenas muda de posição: deixa de ser o
provedor ou prestador do serviço, passando a ser o cedente (ele cede o direito de produzir
determinado bem ou serviço) e o regulador (ele verifica se os preços ou tarifas cobradas estão de
acordo com as estruturas de custos da empresa).
Logicamente, não são apenas as empresas privatizadas que sofrem regulação. Todo e
qualquer ato de empresas privadas que possam ser caracterizados como abusivos são analisados pelo
governo na implementação de sua função reguladora. Um exemplo não tão recente diz respeito à
parceria entre TAM e GOL na oferta de serviços de voos comerciais. Embora fosse extremamente
interessante para as duas empresas, tal prática não foi autorizada pelo governo, uma vez que poderia
caracterizar a formação de um cartel dentro do setor aéreo comercial brasileiro.
Assim, seja regulando empresas privatizadas ou empresas privadas, o governo, com a
função reguladora, consegue manter o grau de concorrência nos mercados, o que gera ganhos de
eficiência, gerando, de forma mais ampla, ganhos de bem-estar.
Para que seja possível regular os mercados, é preciso que o governo utilize instrumentos.
Entre os instrumentos mais frequentes, as Agências Reguladoras se destacam por se encarregarem
de zelar pelo interesse público, garantindo o fornecimento, a qualidade do serviço e a adequação das
tarifas empregadas. De acordo com o professor Heber Carvalho, podemos citar os principais objetivos
da regulação como sendo:
• O bem-estar do consumidor;
• A melhoria da eficiência alocativa, onde se realiza o maior volume de transações
econômicas, com a geração de maior renda agregada possível;
• A melhoria da eficiência distributiva, onde, em virtude da regulação, é reduzida a
capacidade do produtor de apropriar excedentes econômicos;
• A melhoria da eficiência produtiva, em que se busca o máximo de rendimento ao
menor custo;
77
Competência 03
• Universalização e qualidade dos serviços (a serem prestados por um preço justo, não
o menor possível);
• Interconexão entre os diferentes provedores (interoperabilidade da rede pública);
• Segurança e proteção ambiental;
• Estabelecimento de regras de concorrência, definindo quais mercados serão abertos,
para quantos concorrentes e como assegurar uma justa competição;
• Determinação da estrutura tarifária, principalmente no que diz respeito ao tipo de
mecanismo de controle das tarifas dos segmentos regulamentados.
Por fim, para concluir a parte teórica da aula de hoje, posto aqui uma lista que contempla
algumas Agências Reguladoras no Brasil. Você não precisará decorar esse material, basta apenas dar
uma olhada para ficar familiarizado com o assunto, ok?
• Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL): autarquia que tem como função
implementar a política nacional de energia elétrica, assim como fiscalizar as
atividades do setor e prevenir e repreender as infrações da ordem econômica,
respeitando o que for de competência do CADE, além de participar das licitações de
contratos de concessão de energia elétrica.
• Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL): autarquia destinada a coordenar
a reestruturação do sistema de telecomunicações, além de participar das licitações
de contratos de concessão de telefonia.
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Competência 03
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Competência 04
10
Veja mais sobre a taxa de câmbio no material complementar.
80
Competência 04
Outro tipo de política cambial é definido pela ausência do Banco Central no mercado de
câmbio. As taxas flutuam livremente, respondendo aos efeitos da oferta e da procura. Temos, neste
caso, o regime de câmbio flutuante, que possibilita o equilíbrio contínuo do balanço de pagamento.
Existe, ainda, outro tipo de política cambial, que seria intermediária entre o câmbio fixo
e o câmbio flutuante, que é a política de bandas cambiais, na qual o Banco Central não define um
preço único para o dólar, e sim um intervalo (banda), dentro do qual ele pode flutuar livremente. Se
a banda, por exemplo, for fixada entre 2.20 R$/2.50 R$, o Banco Central só entra no mercado se o
dólar cair abaixo de 2.20 R$, quando, então, o BC entra comprando dólares, ou, no caso de o dólar
subir acima de 2.50 R$, o BC entra vendendo dólares.
Quando um país, através do seu Banco Central, faz opção por um regime de câmbio fixo
ou flutuante, é de suma importância que se tenha uma noção abalizada do valor correto do câmbio
para a economia naquele momento. O conhecimento desse valor (que os economistas chamam de
câmbio de equilíbrio) é o referencial que pode definir o sucesso de um regime de câmbio fixo, ou
mesmo o bom funcionamento de um regime de câmbio flutuante.
Quando a moeda nacional tem sua taxa de câmbio decrescida, ela tende a ficar mais
barata no mercado de câmbio perante as outras moedas, iniciando um processo de desvalorização;
internamente, em tese, isso pode propiciar as exportações, pois a moeda nacional mais barata
permite que os produtos do país fiquem com um preço mais atrativo no mercado internacional.
Enquanto ocorrer um aquecimento nas exportações e na competitividade de venda de
produtos, por outro lado há grandes perdas sobre as importações, pois, a partir do momento em que
a moeda de seu país fica mais barata, a estrangeira passa a representar um valor mais alto na sua
aquisição e, consequentemente, na aquisição de insumos, produtos e serviços de outros países.
Quando a importação desses produtos é insubstituível, ocorre elevação do preço final no
mercado interno e externo. Quando o Estado é completamente dependente das importações para a
manutenção de sua produção e de seu mercado consumidor interno, esse cenário pode gerar
inflação.
As taxas cambiais não podem ser utilizadas de maneira artificial como instrumento de
controle de erros nos gastos públicos e perdas mercadológicas. Entre as entidades internacionais, o
81
Competência 04
FMI (Fundo Monetário Internacional) é responsável por fiscalizar o funcionamento e uso das taxas
cambiais.11
Por outro lado, quando a moeda de um país se valoriza consideravelmente, as
exportações perdem a competitividade no mercado internacional, havendo queda no custo das
importações. Esse quadro em excesso pode gerar baixas nas receitas internas e desemprego porque
haverá, neste caso, uma procura maior por produtos importados.
No Brasil, entre os anos de 1940 e 1980, a política cambial seguia as taxas oficiais fixadas
pelo governo, sob as restrições de conversão de moedas. Até os anos 1950, as divisas cambiais eram
distribuídas por meios de lotes e leilões. Até o ano de 1989, o Brasil se planejava a partir de uma
política cambial baseada na variação da paridade do poder de compra e do enfoque das mudanças
de preços entre o mercado interno e externo.
A política do câmbio flutuante iniciaria a partir dos anos 1990, durante o governo Collor,
num sistema que determinava o valor do câmbio a partir da decisão de bancos e corretoras sobre a
compra e venda do dólar. Em 1994, no fim do governo Itamar Franco, o Plano Real instituiu a paridade
do real 12com o dólar como meio de estabilizar a moeda. A paridade foi destituída no segundo
mandato do governo FHC, quando a moeda brasileira passou a depender da fluidez do mercado – tal
política cambial foi mantida por ações do governo durante os dois mandatos do governo Lula e Dilma.
11
Veja mais sobre a atividade do FMI no material complementar.
12
Plano Real. Fonte: Politize. Disponível em: https://www.politize.com.br/plano-real/ Acesso em: fevereiro, 2019
82
Conclusão
Como você deve ter observado, economia é um estudo bastante interessante e pode te
ajudar, e muito, nas decisões do dia a dia. Espero que você tenha observado que você pode ter
nuances de economia tanto na sua decisão sobre estudar ou não matemática até no momento em
que você deverá escolher a sua carreira profissional. São nesses momentos em que você vê o quão
proveitoso pode ser estudar economia.
Agora, é com você. Há muita coisa para explorar em economia!
Um abraço forte e nos vemos na próxima!!
83
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Minicurrículo do Professor
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