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I. Disposições aplicáveis a falência e a recuperação
judicial
1º Disposições preliminares
a) pessoas sujeitas a sua aplicação: A lei de Falência somente se aplica
ao empresário individual, de responsabilidade limitada "EIRELI" e
sociedades empresárias, estando excluídas as sociedades simples.
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STJ - Súmula nº 283: As empresas administradoras de cartão de
crédito são instituições financeiras e, por isso, os juros
remuneratórios por elas cobrados não sofrem as limitações da Lei
de Usura.
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2º Disposições comuns à recuperação judicial e à falência
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em face do sócio solidário. Por sua vez, o §4º afirma que em hipótese
nenhuma essa suspensão excederá o prazo improrrogável de 180 (cento e
oitenta) dias contados do deferimento do processamento da recuperação.
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contudo, que essa providência (suspensão das ações e execuções) extinga o
direito dos credores (direito creditório propriamente dito). A dívida
continua existindo.
Por fim, cumpre ressaltar que essa baixa dos protestos e retirada do nome
dos cadastros ficará sob condição resolutiva devendo a empresa cumprir
todas as obrigações previstas no acordo de recuperação judicial uma vez
que, se desatendê-las, será possível reincluí-la nos referidos cadastros.
(REsp 1.260.301/DF)
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Após a aprovação do plano de recuperação judicial pela assembleia de
credores e a posterior homologação pelo juízo competente, deverão ser
extintas - e não apenas suspensas - as execuções individuais até então
propostas contra a recuperanda nas quais se busca a cobrança de créditos
constantes do plano (REsp 1.272.697-DF).
O STJ (SEC 14.408-EX) entendeu que NÃO. Para tanto afirmou que o
artigo 6º, por visar a preservação da empresa, com a consequente
manutenção dos empregos, TEM POR OBJETIVO IMPEDIR ATOS DE
EXECUÇÃO contra o patrimônio da empresa.
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FEITO EXECUTIVO, o qual será instalado posteriormente - se for o caso
-, e em conformidade com a legislação pátria.
Por fim, Ainda que assim não fosse, é certo que a suspensão da
exigibilidade do direito creditório, prevista no mencionado dispositivo
legal é temporária, não implicando a extinção do feito executivo, haja vista
que a recuperação judicial de sociedade devedora não atinge o direito
material do credor.
§ 5o Aplica-se o disposto no § 2o deste artigo à recuperação judicial
durante o período de suspensão de que trata o § 4o deste artigo, mas,
após o fim da suspensão, as execuções trabalhistas poderão ser
normalmente concluídas, ainda que o crédito já esteja inscrito no
quadro-geral de credores.
§ 6o Independentemente da verificação periódica perante os cartórios
de distribuição, as ações que venham a ser propostas contra o devedor
deverão ser comunicadas ao juízo da falência ou da recuperação
judicial:
I – pelo juiz competente, quando do recebimento da petição inicial;
II – pelo devedor, imediatamente após a citação.
§ 7o As execuções de natureza fiscal não são suspensas pelo
deferimento da recuperação judicial, ressalvada a concessão de
parcelamento nos termos do Código Tributário Nacional e da
legislação ordinária específica.
§ 8o A distribuição do pedido de falência ou de recuperação
judicial previne a jurisdição para qualquer outro pedido de
recuperação judicial ou de falência, relativo ao mesmo devedor.
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II. Da Falência
1º - Legitimidade Ativa
Art. 97. Podem requerer a falência do devedor:
I – o próprio devedor, na forma do disposto nos arts. 105 a 107 desta Lei;
II – o cônjuge sobrevivente, qualquer herdeiro do devedor ou o
inventariante;
III – o cotista ou o acionista do devedor na forma da lei ou do ato
constitutivo da sociedade;
IV – qualquer credor.
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proteção do crédito público, já que se a empresa está em crise, não
cabendo recuperação, a tendência é que se ela continuar operando irá
aumentar sua dívida.
d) Qualquer Credor:
Art. 97. (…) § 1o O credor empresário apresentará certidão do
Registro Público de Empresas que comprove a regularidade de suas
atividades.
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A questão da sociedade comum: sociedade em comum é aquela não foi
registrada, funcionando, assim, de forma irregular. Assim, estando
irregular, a sociedade em comum não pode pedir a falência de terceiros.
Contudo, mesmo irregular, a lei permite que ela possa requerer a sua
própria falência.
Art. 97. (…) § 2o O credor que não tiver domicílio no Brasil deverá
prestar caução relativa às custas e ao pagamento da indenização de
que trata o art. 101 desta Lei.
O credor que não tiver domicílio no país poderá ajuizar a ação de falência,
desde que preste uma caução relativa às custas e ao pagamento de
indenização por perdas e danos no caso de ação ajuizada com dolo.
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c) Possibilidade de protesto de CDA: atualmente, com a nova legislação,
é possível protestar CDA.
2º Corrente: não seria possível o pedido de falência da Fazenda Pública,
com base nos seguintes argumentos:
a) Ordem ética: não pode o empresariado ser intimado com ameaça de
morte empresarial. O estado, ao contrário, deveria apoiar o fomento da
indústria.
b) Ordem política: o pedido de falência pela Fazenda é uma sanção
política do Estado, que não é aceito pelo STF.
c) Ordem Jurídica: com esse pedido, estaria o empresário obrigado a
parcelar a dívida, não podendo discutir o crédito tributário, retirando do
empresário o direito ao contraditório. Ademais, a Fazenda estaria cobrando
um título emitido unilateralmente, de modo que não seria justo falir aquele
que não participou da produção do título.
O STJ adota a 2º Corrente (REsp 363.206).
2º - Legitimidade Passiva
Somente poderá figurar no polo passivo de uma ação de falência o
empresário individual ou sociedade empresária. No caso de sociedade
empresária, poderá ser réu da ação até mesmo as sociedades irregulares,
como a sociedade em comum.
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3º Hipóteses de cabimento de pedido de falência (Art. 94)
a) Impontualidade Injustificada
Será decretada a falência do devedor que, sem relevante razão de direito,
não paga, no vencimento, obrigação líquida materializada em título ou
títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse o equivalente a 40
(quarenta) salários-mínimos na data do pedido de falência. Aqui, é
possível que um título executivo judicial (sentença condenatória) seja
usado para decretar a falência do devedor. Para isso, o título deve estar
protesto (sem protesto não cabe falência.). Atentar-se para o fato de que a
obrigação deve ser superior a 40 salários-mínimos. Se a obrigação for
igual a 40 salários-mínimos, não caberá falência. Ela deve ser maior.
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Para pedir a falência com base neste inciso não é necessário que o
requerente tenha tentado executar o título. Não se revela como exigência
para a decretação da quebra a execução prévia. Assim, é desnecessário o
prévio ajuizamento de execução forçada para se requerer falência com
fundamento na impontualidade do devedor. A duplicata virtual
protestada por indicação é título executivo apto a instruir pedido de
falência com base na impontualidade do devedor. Logo, se o devedor não
pagar uma duplicata virtual em valor superior a 40 salários mínimos é
possível que seja decretada a sua falência (REsp 1.354.776-MG).
b) Execução frustrada
Ocorre execução frustrada quando o executado por qualquer quantia
líquida, não paga, não deposita e não nomeia bens a penhora dentro do
prazo legal. Aqui, já existe uma ação executiva contra o devedor.
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principal estabelecimento com o objetivo de burlar a legislação ou a
fiscalização ou para prejudicar credor; e) dá ou reforça garantia a
credor por dívida contraída anteriormente sem ficar com bens livres e
desembaraçados suficientes para saldar seu passivo; f) ausenta-se sem
deixar representante habilitado e com recursos suficientes para pagar
os credores, abandona estabelecimento ou tenta ocultar-se de seu
domicílio, do local de sua sede ou de seu principal estabelecimento; g)
deixa de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação assumida no plano
de recuperação judicial.
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impontualidade injustificada (inciso I), execução frustrada (inciso II) e a
prática de atos de falência (inciso III).
b) Citação
O processo falimentar é uma execução coletiva, assim, ele permite a
utilização das regras do processo de execução individual. Por isso, é
possível a citação por edital, mas não é possível a citação por correios.
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c) Extinção sem resolução do mérito em caso de litisconsórcio do art.
94, §1º
No caso de litisconsórcio, se o devedor comprovar o pagamento a um dos
litisconsortes, de forma que o valor do débito fique inferior a 40 salários-
mínimos, o juiz deverá extinguir o processo sem resolução do mérito, por
ausência de uma dos pressupostos de constituição e desenvolvimento
válido e regular do processo.
d) Objeto da ação
A ação de falência não se presta a cobrar o débito, mas tão somente para
decretar a falência.
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Após o depósito elisivo, o juiz estará impedido de decretar a falência do
devedor. Isso porque a falência pressupõe um estado de insolvência, que é
afastado pelo depósito. O depósito tem que ser feito dentro do prazo de
contestação, devendo corresponder ao valor principal + correção + juros +
honorários. Justamente para possibilitar o depósito elisivo, na citação da
falência, o juiz já tem que arbitrar o valor dos honorários. É possível ainda
contestar e depositar ao mesmo tempo. O depósito não significa o
reconhecimento do pedido, ele apenas impede a decretação da falência.
6º - Sentença
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Art. 100. Da decisão que decreta a falência cabe agravo, e da sentença
que julga a improcedência do pedido cabe apelação.
Art. 25. Caberá ao devedor ou à massa falida arcar com as despesas relativas
à remuneração do administrador judicial e das pessoas eventualmente
contratadas para auxiliá-lo.
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relativas à remuneração do administrador judicial, quando a referida
pessoa jurídica não for encontrada - o que resultou na sua citação por
edital e na decretação, incontinenti, da falência -e existirem dúvidas se os
bens a serem arrecadados serão suficientes para arcar com a mencionada
dívida (REsp 1.526.790/SP).
Nos termos do art. 99, II, o termo lega não poderá retrair por mais de 90
dias, é dizer, ele vai até 90 dias antes da decretação da falência.
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2º Data do pedido de falência: quando o pedido for feito com base no art.
94, incisos II e III, conta-se os 90 dias da data do pedido de falência.
3º Data do pedido de recuperação judicial: quando a recuperação
judicial converte-se em falência, conta-se da data do pedido de
recuperação judicial.
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a) Capacidade processual do falido para a propositura de ação
rescisória
O falido poderá propor ação rescisória para desconstituir a sentença que
decretou a falência? SIM. O falido tem capacidade para propor ação
rescisória para desconstituir a sentença transitada em julgado que decretou
a sua falência. Depois que é decretada a falência, a sociedade
empresária falida não mais possui personalidade jurídica e não
poderá postular, em nome próprio, direitos da massa falida, nem
mesmo em caráter extraordinário.
Diz-se que ela sofre uma capitis diminutio (diminuição de sua capacidade)
referente aos direitos patrimoniais envolvidos na falência, sendo afastada
da administração dos seus bens. Sendo assim, num processo em que se
discuta, por exemplo, a venda desses bens, o falido apenas poderia
acompanhá-lo como assistente. Ele não poderia, portanto, tomar a
iniciativa das ações com relação a bens da massa.
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2º Quanto aos credores
O primeiro efeito quanto aos credores é a constituição da massa falida. A
massa falida é constituída pela união dos bens e dos credores do falido,
subdividindo-se em: 1) massa falida subjetiva: composta pelos credores do
falido; 2) massa falida objetiva: composta pelos bens do falido.
O segundo efeito é a formação do chamado juízo universal. O juízo de
falência possui a chamada vis attractiva, é dizer, o juízo que decretou a
falência passa a ter competência para julgar todas as ações e execuções que
envolvam bens, interesses e negócios do falido. Em razão disso, haverá a
suspensão de todas as ações e execuções que envolvam bens, interesses e
negócios do falido, exceto:
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O terceiro efeito da decretação da falência em relação aos credores é a
suspensão da fluência dos juros.
Art. 124. Contra a massa falida não são exigíveis juros vencidos
após a decretação da falência, previstos em lei ou em contrato, se o
ativo apurado não bastar para o pagamento dos credores subordinados.
Não se sujeitam a esse efeito os juros das debêntures e dos créditos com
garantia real, mas por eles responde, exclusivamente, o produto dos bens
que constituem a garantia.
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Quanto aos contratos: nos termos do Art. 117, Os contratos bilaterais não
se resolvem pela falência e podem ser cumpridos pelo administrador
judicial se o cumprimento reduzir ou evitar o aumento do passivo da
massa falida ou for necessário à manutenção e preservação de seus
ativos, mediante autorização do Comitê. Assim, quem decide pelo
cumprimento ou não dos contratos bilaterais é o administrador, não
havendo rescisão automática pela falência.
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3º Contas Bancárias: as contas correntes com o devedor consideram-se
encerradas no momento da decretação da falência, verificando o respectivo
saldo.
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c) Pregão (Art. 142, §§ 5º e 6º): é uma modalidade híbrida. É uma mistura
de leilão com proposta fechada.
d) Obrigatoriedade de intervenção do MP (Art. 142, §7º): Em qualquer
modalidade de alienação, o Ministério Público será intimado
pessoalmente, sob pena de nulidade.
e) Ordem de preferência:
O Art. 140 da lei estabelece uma ordem de preferência nas alienações dos
bens. A ordem é a seguinte:
1º Alienação da empresa, com a venda de seus estabelecimentos em bloco.
2º Alienação da empresa, com a venda de suas filais ou unidades
produtivas isoladamente.
3º alienação em bloco dos bens que integram cada um dos
estabelecimentos do devedor.
4º alienação dos bens individualmente considerados.
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Após a decretação da falência, o juiz ordenará ao falido que apresente, no
prazo de 05 dias, relação nominal dos credores, sob pena de desobediência.
De posse dessas informações, o juiz ordenará a publicação de edital
contendo a íntegra da decisão que decretou a falência e a relação dos
credores.
b) Da impugnação
Após o prazo de 15 dias, o administrador deverá elabora uma nova relação
de credores, a ser divulgada em 45 dias. Divulgada a nova relação,
qualquer credor, o devedor ou seus sócios e o MP podem, no prazo de 10
dias, apresentar ao juiz impugnação contra a relação de credores. A
impugnação é uma ação (necessitando de advogado e pagamento de
custas), que segue o rito ordinário. Havendo impugnação, quadro geral de
credores só será formado após o trânsito em julgado da última
impugnação.
c) Da habilitação retardatária
Aquele que não habilitou o seu crédito dentro do prazo legal, poderá fazê-
lo, desde que obedecidas as seguintes regras:
1º Se a habilitação retardatária for apresentada antes da homologação do
quadro geral de credores, será recebida como uma impugnação.
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2º Se a habilitação retardatária for apresentada após a homologação do
quadro geral de credores, é preciso ingressar com uma ação chamada ação
de retificação, que seguirá o rito ordinário.
d) Da perda do direito de rateio
Os créditos retardatários perderão o direito a eventuais rateios.
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Art. 85. O proprietário de bem arrecadado no processo de falência ou
que se encontre em poder do devedor na data da decretação da
falência poderá pedir sua restituição.
b) créditos extraconcursais
São as dívidas da massa falida, é dizer, aquelas contraídas após a
decretação da falência. São eles:
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2º Despesas feitas após o deferimento do processamento da
recuperação judicial
Sobre o tema, o art. 24, §1º, da lei estabelece que o juiz fixará o valor e a
forma de pagamento da remuneração do administrador judicial,
observados a capacidade de pagamento do devedor, o grau de
complexidade do trabalho e os valores praticados no mercado para o
desempenho de atividades semelhantes.
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Por fim, temos que a nova lei Revogou a Súmula 219 do STJ.
c) Créditos concursais
Após o pagamento dos créditos extraconcursais, passa-se ao pagamento
dos créditos concursais, previstos no art. 83 da Lei. São eles:
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1º Os créditos derivados da legislação do trabalho, limitados a 150
(cento e cinqüenta) salários-mínimos por credor, e os decorrentes de
acidentes de trabalho
Inicialmente, faz-se necessário saber que o limite de 150 salários-mínimos
não se aplica aos créditos decorrentes de acidente de trabalho, mas
apenas aos créditos decorrentes da legislação do trabalho. Nesse caso, o
crédito trabalhista que exceder o limite de 150 salários-mínimos é
considerado quirografário.
6º créditos quirografários.
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7ºas multas contratuais e as penas pecuniárias por infração das leis
penais ou administrativas, inclusive as multas tributárias.
8º créditos subordinados.
b) hipóteses de cabimento
1) coisa vendida a crédito e entregue ao devedor nos 15 (quinze) dias
anteriores ao requerimento de sua falência, se ainda não alienada (art.
85, parágrafo único). O prazo de 15 dias conta-se do requerimento de
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falência e não da sua decretação, bem como se conta o prazo da entrega
efetiva e não de sua remessa.
2) O bem objeto de alienação fiduciária.
3) A importância entregue, em moeda corrente nacional, decorrente de
adiantamento a contrato de câmbio para exportação (Arts. 75, §§3º e 4º, da
Lei 4.728/65).
4) O contratante de boa fé nas hipóteses de ação revocatória.
d) Apelação
Da sentença que julgar o pedido de restituição cabe apelação, sem efeito
suspensivo.
e) Prazo de restituição
A restituição de bens é imediata, devendo a coisa ser entregue no prazo de
48 horas. A restituição em dinheiro só será paga após o pagamento dos
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créditos previstos nos arts. 150 e 151. Em ambos os casos, não havendo
contestação do pedido, a massa não será condenada ao pagamento de
honorários advocatícios.
b) Ineficácia objetiva
Trata-se de uma hipótese de ineficácia objetiva, posto que os atos serão
considerados ineficazes tenha ou não o contratante conhecimento do
estado de crise econômico-financeira do devedor, é dizer,
independentemente da intenção dele.
c) Taxatividade
O rol do art. 129 é taxativo.
d) Formas de Decretação
A ineficácia poderá ser declarada de ofício pelo juiz, alegada em defesa ou
pleiteada mediante ação própria ou incidentalmente no curso do processo.
e) Atos Revogáveis
S ão revogáveis os atos praticados dentro do termo legal com o objetivo de
prejudicar credores. Trata-se, aqui, de uma ineficácia subjetiva, já que se
exige prova da intenção de fraudar os credores.
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f) Objetivo da ação revocatória
A ação revocatória não visa anular ou desfazer os atos praticados pelo
devedor, mas tão somente torná-los sem efeito perante a massa falida.
Assim, caso o devedor falido consiga pagar todas as suas dívidas,
alcançando a extinção de suas obrigações, os atos praticados serão
plenamente eficazes.
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7º - Ação Revocatória X Ação Paulina: a ação revocatória não se
confunde com a pauliana, possuindo as seguintes diferenças:
Ação Revocatória Ação Paulina
Ação Falimentar Ação genuinamente civil.
Busca a ineficácia do ato em relação Busca a nulidade do ato.
à massa falida.
Poderá ser proposta pelo O autor da ação é sempre o credor,
administrador, credor ou MP. que haja em interesse próprio.
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4) o decurso do prazo de 10 (dez) anos, contado do encerramento da
falência, se o falido tiver sido condenado por prática de crime previsto na
Lei.
A extinção das obrigações do falido depende da quitação dos tributos?:
Nos processos de falência ajuizados anteriormente à vigência da Lei nº
11.101/2005, a decretação da extinção das obrigações do falido prescinde
da apresentação de prova da quitação de tributos (REsp 1.426.422-RJ).
Existe divergência se, na vigência da Lei nº 11.101/2005, a quitação dos
tributos é condição para a extinção das obrigações do falido. A Min. Nancy
Andrighi sustenta que sim.
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III. Recuperação Judicial
1º - Diferenças para a concordata
Antes da nova lei de falências, o instrumento legal para que o empresário
saísse de uma crise financeira era concordata, prevista no Decreto-Lei
7.661/45. As principais diferenças entre os instrumentos são as seguintes.
Concordata Recuperação
Só fazia o pagamento de créditos Faz o pagamento de vários tipos de
quirografário. crédito.
Só havia remissão parcial ou dilação Há meios mais modernos de superar
de prazo. a crise.
O credor não participava do O credor participa do processo.
processo.
2º Aspectos gerais
a) foro competente
Mesma regra da falência.
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O CPC prevê que, quando houver litisconsórcio, seja ele ativo (dois ou
mais autores) ou passivo (dois ou mais réus), caso os litisconsortes tenham
advogados diferentes, os seus prazos serão contados em dobro (art. 229 do
CPC 2015). Na recuperação judicial existe a possibilidade de litisconsórcio
ativo. Ex: três sociedades empresárias, integrantes do mesmo grupo
econômico, estão em situação de extrema dificuldade econômica e
decidem pedir a recuperação judicial.
Portanto, não havendo réus, não se pode falar que exista litisconsórcio
passivo entre os credores da recuperanda. Assim, se no processo de
recuperação judicial uma decisão desagradar aos credores e eles decidirem
recorrer, não terão prazo em dobro, mesmo que possuam advogados
diferentes. Em outras palavras, é inaplicável aos credores da sociedade
recuperanda o prazo em dobro para recorrer previsto no art. 229 do CPC
2015 (REsp 1.324.671-SP).
3º - Requisitos da Recuperação
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II – não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de
recuperação judicial;
III - não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de
recuperação judicial com base no plano especial de que trata a Seção
V deste Capítulo;
IV – não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio
controlador, pessoa condenada por qualquer dos crimes previstos
nesta Lei.
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Aquele que está em concordata poderá requerer a recuperação?:
Depende. A concordata poderia ser suspensiva ou preventiva. A diferença é
que entre elas havia uma sentença declaratória de falência. Assim, se o juiz
decretasse a falência, o devedor não poderia mais pedir concordata
preventiva, pois ela só era apreciada antes da sentença declaratória. Após a
falência só era possível a concordata suspensiva, que tinha esse nome
justamente porque suspendia os efeitos da falência. Assim, somente aquele
que estivesse em concordata preventiva poderia requerer a recuperação
judicial, isso porque um dos requisitos da lei para recuperação é não ser
falido.
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Não é a sentença, contudo, que constitui o direito, mas apenas o declara.
Isso significa que, se este crédito foi constituído em momento anterior ao
pedido de recuperação judicial, deverá se submeter aos seus efeitos.
b) Créditos excluídos:
1º Créditos tributários (Art. 6º, §7º c/c 57);
2º Créditos decorrentes de propriedade fiduciária.
3º Créditos decorrentes de arrendamento mercantil.
4º Créditos decorrentes de compra e venda com reserva de domínio.
5º Créditos decorrentes de de compra e venda de imóvel com cláusula
de irrevogabilidade ou irretratabilidade.
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a retirada do estabelecimento do devedor dos bens de capital
essenciais a sua atividade empresarial.
Por fim, ressalta-se mais uma vez que para se enquadrar na parte final do §
3º, o bem objeto da alienação fiduciária deve ser o essencial à atividade
empresarial. Se o contrato de alienação fiduciária for referente a um bem
não essencial, esse crédito continua fora da recuperação judicial. É dizer,
em regra, tais créditos não estão sujeitos a recuperação (regra),
submetendo-se a ela apenas nos casos em que forem essenciais para a
atividade da empresa em recuperação (exceção).
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7º Crédito posteriores ao pedido de recuperação judicial.
8º Crédito decorrente de ação de despejo:
Em ação de despejo movida pelo proprietário locador, a retomada da posse
direta do imóvel locado à sociedade empresária em recuperação judicial,
com base na Lei do Inquilinato (Lei 8.245⁄91), não se submete à
competência do Juízo universal da recuperação. O credor proprietário de
imóvel, quanto à retomada do bem, não está sujeito aos efeitos da
recuperação judicial (Lei 11.101⁄2005, art. 49, § 3º). Em suma: a ação de
despejo não se submete ao juízo universal da falência, podendo
continuar a tramitar normalmente, inclusive com a retomada do bem
pelo locador (proprietário) (CC 123.116-SP).
6º - Procedimento
a) petição inicial
Na petição inicial, o requerer deverá observar aos requisitos do art. 51 da
lei, dentre eles:
1) exposição das causas concretas do estado de crise;
2) as demonstrações contábeis dos últimos 03 exercícios;
3) a relação dos bens particulares dos sócios.
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2º As ações que demandem quantia ilíquida;
3º As ações trabalhistas, que só serão suspensas quando chegar na fase de
execução.
g) Expedição de Edital
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O despacho de processamento terá que ser publicado em edital, que deverá
conter: 1) o resumo do pedido do autor; 2) os termos da decisão que
deferiu o processamento; 3) a relação dos credores; 4) a advertência acerca
dos prazos de habilitação dos créditos e para apresentação de objeção.
h) Habilitação do crédito
Aplicam-se as mesmas regras da falência.
l) Decisão concessiva
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Após a aprovação do plano, ele só poderá ser executado se houver uma
decisão concessiva pela juiz.
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contrário, ou seja, as garantias são mantidas, sobretudo as garantias
reais, as quais só serão suprimidas ou substituídas “mediante aprovação
expressa do credor titular da respectiva garantia”, por ocasião da alienação
do bem gravado.
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3º Recurso
Da decisão concessiva caberá agravo de instrumento, que poderá ser
interposto por qualquer credor ou pelo MP.
7º - Do Plano de Recuperação
a) limite temporal
Não há limite temporal para a duração do plano. Contudo, somente nos
dois primeiros anos é que ele será acompanhado pelo juiz. Após esse
prazo, o juiz encerrará o processo de recuperação judicial, mas o plano
poderá prosseguir normalmente.
b) Limitações ao plano
O rol de ações previstas no art. 50 é meramente exemplificativo, podendo
o devedor apresentar outras alternativas que julgar necessárias para a saída
da crise.
A única limitação ao plano é aquela prevista no art. 54:
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(trinta) dias para o pagamento, até o limite de 5 (cinco) salários-
mínimos por trabalhador, dos créditos de natureza estritamente salarial
vencidos nos 3 (três) meses anteriores ao pedido de recuperação
judicial.
b) Quórum
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1º Classe um e quatro: nessas classes, a votação é pela maioria dos
credores presentes (maioria simples), independentemente do valor de seus
créditos. É o chamado voto por cabeça (pouco importa o valor do
crédito).
2º Classe dois e três: a proposta deverá ser aprovado por credores que
representem mais da metade do valor total dos créditos presentes e,
cumulativamente, pela maioria simples dos credores presentes.
c) Ausência de direito a voto: O credor não terá direito a voto e não será
considerado para fins de verificação de quorum de deliberação se o plano
de recuperação judicial não alterar o valor ou as condições originais de
pagamento de seu crédito
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Ocorre que, na realidade, os verdadeiros titulares do interesse econômico-
financeiro, que sofrerão diretamente os efeitos da reorganização
empresarial, são os investidores finais (bondholders), pois são eles os reais
credores das recuperandas.
e) Craw Down
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Como em regra o plano precisa ser aprovado por todas as classes, a
rejeição por uma delas provoca a falência do devedor. Contudo, mesmo
nos casos em que o plano não obteve a aprovação na assembleia, o juiz
poderá conceder a recuperação com base nele, desde que, nessa
assembleia, ele tenha obtido de forma cumulativa:
1º o voto favorável de credores que representem mais da metade do valor
de todos os créditos presentes à assembleia, independentemente de
classes;
2º a aprovação de 2 (duas) das classes de credores nos termos do art. 45
desta Lei ou, caso haja somente 2 (duas) classes com credores votantes, a
aprovação de pelo menos 1 (uma) delas;
3º na classe que o houver rejeitado, o voto favorável de mais de 1/3 (um
terço) dos credores, computados na forma dos §§ 1 o e 2o do art. 45 desta
Lei.
O Craw Down, expressão inglesa que significa goela abaixo, é, portanto,
uma imposição judicial a aprovação do plano, atendidos os requisitos
previstos em lei.
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Nesse sentido, entendem a doutrina (enunciados nº 44 e 46 da I Jornada) e
a jurisprudência (REsp 1.319.311-SP).
a) Realização do ativo
O processo falimentar visa à reunião dos credores e à arrecadação dos
bens, ativos e recursos do falido para, após a alienação dos mesmos,
adimplir os credores, obedecendo a uma ordem de prioridade estabelecida
na lei. A realização dos ativos nada mais é do que o procedimento por
meio do qual realiza-se a arrecadação dos bens da massa falida, sua
listagem, organização formal e a venda dos mesmos a fim de arrecadar
dinheiro para pagamento dos credores, conforme arts. 139 e 148 da
referida Lei.
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publicação de anúncio em jornal de ampla circulação, devendo o mesmo
ser publciado com antecedência mínima de 15 dias, em se tratando de bens
móveis, e 30 dias, na alienação da empresa ou de bens imóveis.
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No art. 142 da Lei estão previstas as modalidades ordinárias de realização
do ativo (leilão, propostas fechadas e pregão). No caso da alienação
ordinária, a Lei exige que haja prévia publicação de um anúncio em jornal
de ampla circulação (§ 1º do art. 142).
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Bibliografia
RAMOS, André Luiz Santa Cruz. Direito Empresarial Esquematizado. 7ª Edição. Rio
de Janeiro: Método, 2017.
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