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Aula 06

Direito Penal p/ Polícia Civil de Goiás (Delegado) - Com videoaulas

Professor: Renan Araujo


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AULA 06: DAS PENAS (PARTE II): APLICAÇÃO DA PENA.!
SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA. LIVRAMENTO
CONDICIONAL. EFEITOS DA CONDENAÇÃO. MEDIDAS
DE SEGURANÇA. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE. AÇÃO
PENAL

SUMÁRIO
1. DAS PENAS .................................................................................................. 3
1.1. Aplicação das penas ................................................................................. 3
1.1.1. Etapas da fixação da pena privativa de liberdade .......................................... 3
1.1.1.1. Fixação da pena-base ............................................................................ 3
1.1.1.2. Segunda fase: análise das agravantes e atenuantes ................................... 6
(i) Reincidência ............................................................................................... 8
(ii) Disposições gerais acerca da segunda fase de aplicação da pena...................... 10
1.1.1.3. Terceira fase: aplicação das causas de aumento e diminuição da pena ........ 11
1.1.1.4. Disposições finais ................................................................................ 13
2. SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA ........................................................ 13
2.1. Conceito ................................................................................................. 13
2.2. Requisitos objetivos ............................................................................... 14
2.3. Requisitos subjetivos ............................................................................. 14
2.4. Espécies de sursis e condições ............................................................... 15
2.5. Revogação do sursis, prorrogação do prazo e cumprimento das
obrigações....................................................................................................... 16
3. LIVRAMENTO CONDICIONAL ..................................................................... 18
3.1. Conceito ................................................................................................. 18
3.2. Requisitos .............................................................................................. 19
3.2.1. Requisitos objetivos ................................................................................ 19
3.2.2. Requisitos subjetivos .............................................................................. 20
3.3. Regras gerais relativas ao Livramento Condicional, revogação e extinção
do benefício..................................................................................................... 21
4. MEDIDAS DE SEGURANÇA ......................................................................... 23
5. EFEITOS DA CONDENAÇÃO ........................................................................ 26
5.1. Natureza e espécies ............................................................................... 26
5.2. Efeitos genéricos .................................................................................... 28
5.2.1. Obrigação de reparar o dano .................................................................... 28
5.2.2. Confisco ................................................................................................ 29
5.3. Efeitos específicos .................................................................................. 29

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5.3.1. Perda do cargo, função pública ou mandato eletivo ..................................... 29
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5.3.2. Incapacidade para exercício do pátrio poder, tutela ou curatela .................... 30
5.3.3. Inabilitação para dirigir veículo ................................................................. 31
5.4. Reabilitação ........................................................................................... 32
5.4.1. Sigilo das condenações ........................................................................... 32
5.4.2. Efeitos secundários extrapenais da condenação .......................................... 33
5.4.3. Pressupostos e requisitos para a Reabilitação ............................................. 33
6. PUNIBILIDADE E SUA EXTINÇÃO .............................................................. 34
6.1. Introdução ............................................................................................. 34
6.2. Causas de extinção da punibilidade diversas da prescrição .................... 35
6.3. Prescrição .............................................................................................. 38
6.3.1. Prescrição da pretensão punitiva .............................................................. 38
6.3.2. Prescrição da pretensão executória ........................................................... 44
6.3.3. Disposições importantes sobre a prescrição................................................ 46
7. DA AÇÃO PENAL NO CÓDIGO PENAL .......................................................... 47
8. RESUMO .................................................................................................... 49
9. EXERCÍCIOS DA AULA ............................................................................... 61
10. EXERCÍCIOS COMENTADOS .................................................................... 68
11. GABARITO .............................................................................................. 86

Olá, meus amigos concurseiros!

Na aula de hoje, dando seguimento ao nosso estudo, vamos estudar a


aplicação das penas, bem como analisar diversos institutos relacionados
à pena: livramento condicional, suspensão condicional da pena,
efeitos da condenação e medidas de segurança (espécie de sanção
penal), além da extinção da punibilidade e da ação penal.

Bons estudos!
Prof. Renan Araujo

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1.! DAS PENAS !

1.1.! Aplicação das penas

A aplicação da pena é o ato mediante o qual o Juiz, após o processo


criminal, proferindo sentença penal condenatória, efetivamente aplica a
sanção penal ao infrator.
A doutrina o classifica como um ato discricionário do juridicamente
vinculado, ou seja, o Juiz possui certo grau de discricionariedade na fixação
da pena, mas deve respeitar os limites estabelecidos pela Lei.
O sistema de aplicação da pena estabelecido pelo CP é o
trifásico, no que tange à pena privativa de liberdade, pois ela é fixada
após a superação de três etapas:
Art. 68 - A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste
Código; em seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e
agravantes; por último, as causas de diminuição e de aumento. (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

1.1.1.! Etapas da fixação da pena privativa de liberdade


Como vimos, na fixação da pena privativa de liberdade se adota um
sistema trifásico. Da seguinte forma:
SISTEMA TRIFÁSICO DE APLICAÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE
LIBERDADE
•! Fixação da pena-base
•! Aplicação de agravantes e atenuantes
•! Aplicação de causas de aumento e diminuição da pena

1.1.1.1.! Fixação da pena-base


Assim dispõe o art. 59 do CP:
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social,
à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do
crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja
necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Essas circunstâncias mencionadas no art. 59 são chamadas de


circunstâncias judiciais, e são levadas em consideração pelo Juiz para a
fixação da pena-base. Quando favoráveis ao agente, trazem a pena-base
para próximo do mínimo previsto. Quanto mais desfavoráveis, elevam a
pena-base para mais próximo do máximo previsto.

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CUIDADO! Nesta etapa, ainda que as circunstâncias judiciais sejam
extremamente favoráveis ao condenado, não pode o Juiz fixar a pena-
base abaixo do mínimo legal.

Além disso, as circunstâncias judiciais possuem um caráter


subsidiário, ou seja, só podem ser levadas em consideração se não tiverem
sido consideradas na previsão do tipo penal e não constituam circunstâncias
legais (agravantes ou atenuantes) ou causas de aumento e diminuição
da pena.
EXEMPLO: Imagine que José é condenado por agredir um senhor de 85
anos. O Juiz não pode agravar a pena-base em razão das circunstâncias
do crime (superioridade de forças em relação à vítima, que é pessoa
vulnerável), pois essa circunstância é prevista no art. 61, II, h do CP
como uma circunstância legal (agravante). Vejamos:
Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não
constituem ou qualificam o crime:(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - a reincidência; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - ter o agente cometido o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
(...)
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida;
(Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
Assim, se o Juiz aumentasse a pena-base por aquele motivo, e depois
aplicasse a circunstância legal agravante, haveria o que se chama de Bis
in idem, que é a consideração de uma mesma circunstância duas vezes
em prejuízo do réu, o que não é permitido (Ou dupla punição pelo mesmo
fato).

E se o crime for qualificado, e o agente tiver praticado o crime


mediante a prática de diversas qualificadoras? Nesse caso, o
entendimento majoritário é o de que o Juiz deve levar apenas uma
qualificadora em consideração para qualificar o crime, utilizando as demais
como circunstâncias agravantes (se previstas) ou circunstâncias judiciais
(que agravam a pena-base).
EXEMPLO: Imaginem que Ronaldo cometeu homicídio por motivo torpe,
mediante emboscada e com a finalidade de assegurar a ocultação de
outro crime. Estas três situações (motivo torpe, emboscada e finalidade
de assegurar a ocultação de outro crime) são qualificadoras do homicídio.
Vejamos:
§ 2° Se o homicídio é cometido:
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;
(...);
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso
que dificulte ou torne impossivel a defesa do ofendido;

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V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de!
outro crime:
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
Nesse caso, o Juiz considerará apenas um dos fatores para qualificar o
crime, utilizando os demais como agravantes ou circunstâncias judiciais
que aumentam a pena-base.
Como todas as três situações são circunstâncias agravantes genéricas, o
Juiz deverá utilizar as outras duas como agravantes. Nos termos do art.
61, II do CP:
Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não
constituem ou qualificam o crime:(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
(...)
II - ter o agente cometido o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) por motivo fútil ou torpe;
b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou
vantagem de outro crime;
c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que
dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido;

Portanto, a utilização de algum fato como circunstância judicial se dá


de maneira subsidiária, ou seja, somente se este fato ainda não tenha sido
levado em conta na própria definição do crime ou não se trate de
circunstância agravante ou causa de aumento de pena.
Na fixação da pena-base, o Juiz deve partir do mínimo legal, e só
poderá sair desse patamar se estiverem presentes circunstâncias
desfavoráveis, devendo fundamentar a sua decisão.
Algumas questões costumam ser bem polêmicas. Vamos a elas:

•! Maus antecedentes – O STJ e o STF entendem que a mera


existência de Inquéritos Policiais e ações penais em curso, sem
trânsito em julgado1, não podem ser considerados como maus

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1
No julgamento do HC 126.292 o STF decidiu que o cumprimento da pena pode se iniciar
com a mera condenação em segunda instância por um órgão colegiado (TJ, TRF, etc.).
Isso significa que o STF relativizou o princípio da presunção de inocência, admitindo que
a “culpa” (para fins de cumprimento da pena) já estaria formada nesse momento (embora
a CF/88 seja expressa em sentido contrário). Isso significa que, possivelmente, teremos
(num futuro breve) alteração nesta súmula do STJ e na jurisprudência consolidada do STF,
de forma que ações penais em curso passem a poder ser consideradas como maus
antecedentes, desde que haja, pelo menos, condenação em segunda instância por órgão
colegiado (mesmo sem trânsito em julgado). HC 126292/SP, rel. Min. Teori Zavascki,
17.2.2016.

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antecedentes para aumento da pena-base, pois isso seria violação!
ao princípio da presunção de inocência (súmula 444 do STJ)
•! Condenação anterior – Não pode ser considerada como mau
antecedente, pois já é considerada como reincidência (agravante).
•! Consequências do crime - Para que possam caracterizar
circunstância judicial apta a aumentar pena base, devem ser
consequências que não sejam as naturais do delito –
EXEMPLO: O Juiz não pode aumentar a pena base de um homicídio
consumado ao argumento de que a consequência do crime foi
grave, já que a vítima morreu. Ora, em todo homicídio consumado
é LÓGICO que a vítima morreu!
•! Gravidade abstrata do delito e aumento da pena base ou
fixação de regime de cumprimento de pena mais gravoso –
Não pode o julgador aumentar a pena base apenas por entender
que o delito é, abstratamente, grave (pois isso já foi levado em
conta pelo legislador ao fixar os patamares mínimo e máximo).
Além disso, tal circunstância também não pode ser utilizada para a
fixação de regime prisional mais gravoso que o naturalmente
previsto para aquela quantidade de pena aplicada. Súmula 718 do
STF:
Súmula 718 do STF
A OPINIÃO DO JULGADOR SOBRE A GRAVIDADE EM ABSTRATO DO CRIME
NÃO CONSTITUI MOTIVAÇÃO IDÔNEA PARA A IMPOSIÇÃO DE REGIME MAIS
SEVERO DO QUE O PERMITIDO SEGUNDO A PENA APLICADA.

1.1.1.2.! Segunda fase: análise das agravantes e atenuantes


São circunstâncias legais, que agravam ou atenuam a pena fixada
inicialmente (pena-base). São consideradas “genéricas” por estarem
previstas na parte geral do CP. Existem, entretanto, atenuantes específicas,
previstas para determinados tipos penais, como, por exemplo, a prevista
no art. 398 do CTB – Código de Trânsito Brasileiro.
As agravantes genéricas estão previstas nos arts. 61 a 62 do CP, e
SÃO UM ROL TAXATIVO (somente aquelas).
Nos termos do CP, as agravantes genéricas são:
Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não
constituem ou qualificam o crime:(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - a reincidência; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - ter o agente cometido o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) por motivo fútil ou torpe;
b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou
vantagem de outro crime;
c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que
dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido;

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d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso !
ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum;
e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge;
f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de
coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma da
lei específica; (Redação dada pela Lei nº 11.340, de 2006)
g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério
ou profissão; (Redação dada pela Lei nº 9.318, de 1996)
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida;
(Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade;
j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade
pública, ou de desgraça particular do ofendido;
l) em estado de embriaguez preordenada.
Agravantes no caso de concurso de pessoas
Art. 62 - A pena será ainda agravada em relação ao agente que: (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos
demais agentes; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - coage ou induz outrem à execução material do crime; (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)
III - instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autoridade
ou não-punível em virtude de condição ou qualidade pessoal; (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
IV - executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de
recompensa.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Já as atenuantes genéricas (favoráveis ao réu) estão previstas no


art. 65 do CP, e são um ROL MERAMENTE EXEMPLIFICATIVO (conforme
preconiza o art. 66 do CP), ou seja, podem ser utilizadas outras
circunstâncias não previstas naquela lista.
Nos termos do CP:
Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena: (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)
I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70
(setenta) anos, na data da sentença; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - o desconhecimento da lei; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
III - ter o agente:(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral;
b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime,
evitar-lhe ou minorar-lhe as consequências, ou ter, antes do julgamento,
reparado o dano;
c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de
ordem de autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção,
provocada por ato injusto da vítima;
d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime;
e) cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o
provocou.

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Art. 66 - A pena poderá ser ainda atenuada em razão de circunstância !
relevante, anterior ou posterior ao crime, embora não prevista expressamente
em lei. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

A Doutrina entende, ainda, que as agravantes só se aplicam aos


crimes dolosos (majoritária), exceto a agravante da reincidência.2
As circunstâncias legais (agravantes e atenuantes genéricas) são de
aplicação obrigatória pelo Juiz. Em qualquer caso, a aplicação de uma
agravante nunca pode levar a pena a ficar acima do máximo
previsto para o crime. Assim, se o Juiz, ao fixar a pena base, a fixa no
máximo legal, de nada servirá a agravante genérica.
Da mesma forma, sendo fixada a pena-base no mínimo legal, a
aplicação da atenuante não terá qualquer utilidade, pois a pena já estará
no mínimo legal (súmula 231 do STJ).
A Lei Penal, entretanto, não estabelece uma quantidade de
diminuição ou aumento que deva ser aplicada. Esse critério é do Juiz.
Com relação às agravantes, destacamos a reincidência, por ser
extremamente complexa. Vamos estudá-la detalhadamente.

(i)! Reincidência
A reincidência é a prática de um crime após ter o agente sido
condenado por sentença irrecorrível em outro crime, no Brasil ou
no exterior (art. 63 do CP). No entanto, é possível a reincidência no caso
de prática de contravenção após ter sido o agente condenado por sentença
irrecorrível pela prática de crime ou contravenção. No entanto, a prática
de crime após a condenação criminal irrecorrível por contravenção
NÃO GERA REINCIDÊNCIA. Assim:

INFRAÇÃO INFRAÇÃO RESULTADO


ANTERIOR POSTERIOR
CRIME CRIME REINCIDENTE
CRIME CONTRAVENÇÃO REINCIDENTE
CONTRAVENÇÃO CONTRAVENÇÃO REINCIDENTE
CONTRAVENÇÃO CRIME PRIMÁRIO

Resumindo, a prática de contravenção penal após a condenação


irrecorrível por qualquer infração penal (contravenção ou crime), gera
reincidência. Já a prática de crime só gera a condição de reincidente se a

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
2
GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 516

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condenação anterior se deu por outro crime, não gerando este efeito no !
caso de condenação anterior por contravenção.
Assim, temos a absurda hipótese de alguém praticar duas
contravenções e ser reincidente. Já no caso de prática de um crime
posteriormente a uma condenação por contravenção, SERÁ PRIMÁRIO!
Trata-se de brecha legislativa!3
Nos termos do art. 63 do CP:
Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois
de transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha
condenado por crime anterior. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Para que seja provada a reincidência, é necessário que haja certidão


do cartório judicial acerca da condenação anterior (STJ).
A reincidência pode ser:
a) real – quando o agente comete novo crime após cumprir a pena
anterior.
b) ficta ou presumida – quando o agente pratica novo crime após
a condenação anterior, pouco importando se tenha ou não cumprido a
pena.
O CP ADOTOU A TEORIA PRESUMIDA.
A reincidência pode, ainda, ser:
a) genérica – os crimes praticados são diversos.
b) específica – os crimes praticados são previstos no mesmo tipo
penal.

Em regra, não se distingue uma da outra (genérica da específica),


mas há situações em que a Lei estabelece consequências diferentes
para o reincidente genérico e para o específico (essa última é sempre
considerada mais grave).

A reincidência só ocorrerá se o crime novo for praticado no período


de até cinco anos a partir da data EM QUE A PENA ANTERIOR SE
EXTINGUIU (e não a data da sentença), computando-se o período de
prova da suspensão condicional da pena ou do livramento condicional, se
não tiver havido revogação. ESSE PERÍODO SE CHAMA PERÍODO
DEPURADOR.

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
3
GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 523

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CUIDADO! No crime anterior, se houve a extinção da punibilidade antes!
de ser proferida sentença condenatória irrecorrível, NUNCA HAVERÁ
REINCIDÊNCIA, pois não chegou a haver condenação irrecorrível.

Assim, temos o reincidente (aquele que se enquadra nas situações


explicadas) e o primário (aquele que não se enquadra nestas situações).
Todavia, a Jurisprudência criou a figura do TECNICAMENTE PRIMÁRIO4,
que é aquele camarada que possui condenação definitiva, mas não é
reincidente, por não ter praticado crime após a condenação definitiva no
outro, mas antes desta, ou por ter praticado esta nova infração após o
PERÍODO DEPURADOR.
Cuidado! Os crimes militares e os crimes políticos não geram
reincidência no campo penal comum.5

(ii)! Disposições gerais acerca da segunda fase de aplicação da pena


Havendo coexistência entre uma agravante e uma atenuante, não há,
a princípio, compensação de uma por outra, devendo prevalecer aquela que
for considerada preponderante. Mas qual será a preponderante? Será
preponderante:
•! Menoridade do agente (ser menor de 21 anos à época do
fato) – PREPONDERA SOBRE TODAS!6
•! Aquelas relativas aos motivos determinantes do crime, da
personalidade do agente e da reincidência.
•! Outras circunstâncias

Nos termos do art. 67 do CP:


Art. 67 - No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproximar-se
do limite indicado pelas circunstâncias preponderantes, entendendo-se como
tais as que resultam dos motivos determinantes do crime, da personalidade do
agente e da reincidência. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Mas e se a atenuante e a agravante se referirem a fatores que


se encontram no mesmo patamar? Nesse caso, aí sim haverá a

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
4
Boa parte da Doutrina entende que essa figura não existe. A pessoa seria, apenas,
PRIMÁRIO. GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 524
5
Art. 64 - Para efeito de reincidência: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
(...)
II - não se consideram os crimes militares próprios e políticos.(Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
6
HC 274.758/SP, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 18/02/2014,
DJe 05/03/2014

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compensação de uma pela outra, não se aplicando nenhuma delas !
(equivalência das circunstâncias).7
CUIDADO MASTER! O STJ possui entendimento no sentido de que é
possível a compensação entre a agravante da reincidência com a
atenuante da confissão espontânea. Vejamos:
1. Observadas as peculiaridades do caso, "É possível, na segunda fase da
dosimetria da pena, a compensação da agravante da reincidência
com a atenuante da confissão espontânea, por serem igualmente
preponderantes, de acordo com o artigo 67 do Código Penal" (EREsp
n. 1.154.752/RS, 3ª Seção, DJe 4/9/2012).
2. Entretanto, tal compensação deverá ser realizada à luz dos princípios da
individualização da pena e da proporcionalidade, devendo o julgador
atentar-se para a natureza e o grau de reincidência do réu.
3. Não há como acolher o pedido de compensação integral entre a
reincidência e a confissão espontânea, pois o julgador, no cotejo entre as
duas circunstâncias, destacou a múltipla reincidência do recorrente e as
cinco condenações definitivas que ostenta, particularidade que
justificou o agravamento proporcional da pena em apenas dois
meses.
4. Recurso não provido.
(REsp 1360952/DF, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA,
julgado em 09/12/2014, DJe 19/12/2014)
Contudo, o STJ entende que é possível ao Juiz DEIXAR DE PROCEDER
À COMPENSAÇÃO, se entender que, no caso concreto, o grau de
reincidência do agente deva preponderar sobre a confissão
espontânea (agente que é múltiplo reincidente8).

1.1.1.3.! Terceira fase: aplicação das causas de aumento e


diminuição da pena
Nessa fase, após ultrapassadas as duas primeiras, o Juiz verifica se
há alguma causa de aumento ou diminuição da pena prevista para o caso.
As causas de aumento e diminuição são obrigatórias ou facultativas
(dependendo do caso), podendo estar previstas na parte geral ou na parte
especial (genéricas ou específicas), podendo, ainda, ser fixas ou variáveis.
Assim, elas podem ser:
•! Obrigatórias ou facultativas – a depender da obrigatoriedade ou
não de sua aplicação;
•! Genéricas ou específicas – Se previstas na parte geral do CP ou
na sua parte especial (ou na legislação especial);

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
7
GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 516
8
Também chamado de MULTIRREINCIDENTE. GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op.
cit., p. 524

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•! Fixas ou variáveis – Quando a quantidade de aumento e!
diminuição é fixa ou pode variar de acordo com o entendimento do Juiz.

Ao contrário do que ocorre na segunda fase (circunstâncias


agravantes e atenuantes), aqui a pena pode ficar abaixo do mínimo ou
acima do máximo legal previsto no tipo penal.
EXEMPLO: Imagine um crime de furto simples, na modalidade tentada.
Fixada a pena-base no mínimo legal, e não havendo circunstâncias
agravantes ou atenuantes, chegamos à terceira fase com uma pena de 1
ano. Na terceira fase, DEVE o Juiz aplicar a causa de diminuição referente
à tentativa (art. 14, § único do CP), que é de 1/3 a 2/3. Se o Juiz aplicar
a redução máxima (2/3), a pena final será de apenas 04 meses (bem
abaixo do mínimo previsto, de 01 ano).

As causas de aumento e diminuição, como vimos, podem estar


previstas na parte geral ou na parte especial. Diferentemente das
circunstâncias atenuantes e agravantes, a quantidade de aumento ou
diminuição é estabelecida pela Lei.
Mas e se houver coexistência de causas de aumento e causas
de diminuição? Se forem diversas, não há dificuldades, aplicando-se
ambas (aplicam-se primeiro as causas de aumento, e depois, as causas de
diminuição).
O problema reside na coexistência de duas ou mais causas de
aumento ou coexistência de duas ou mais causas de diminuição. Para
simplificar as hipóteses e suas consequências, acompanhem o quadro
abaixo:
Ambas da parte O Juiz deve aplicar
CONCURSO ENTRE geral ambas
CAUSAS DE Ambas da parte O Juiz aplica a causa
AUMENTO especial que mais aumente
(art. 68, § único do
CP)
Uma da parte geral e Aplicam-se ambas
outra da parte
especial
CONCURSO ENTRE Ambas da parte O Juiz deve aplicar
CAUSAS DE geral ambas
DIMINUIÇÃO
Ambas da parte O Juiz aplica a causa
especial que mais diminua
(art. 68, § único do
CP)

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!
Uma da parte geral e Aplicam-se ambas
outra da parte
especial

1.1.1.4.! Disposições finais


O CP estabelece um limite máximo de cumprimento de pena,
que é de 30 anos. Isso não impede, entretanto, que a pessoa seja
condenada a período superior a este. O que não poderá haver é o
cumprimento por mais de 30 anos. Nos termos do art. 75 do CP:
Art. 75 - O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode
ser superior a 30 (trinta) anos. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Mas qual a lógica dessa diferença? A diferença é que, sendo o


condenado a pena superior a 30 anos, ainda que não possa cumprir mais
que este período, o montante da pena aplicada influenciará na possibilidade
ou não de concessão de benefícios, como livramento condicional,
progressão de regime, etc.
Se o agente for condenado a diversas penas, que juntas ultrapassem
o limite de 30 anos, deverão ser unificadas as penas (ex.: 12 + 25 anos =
37), de forma que o agente só cumpra os 30 anos previstos.
E se durante o cumprimento da pena o agente é condenado
por nova infração, sendo-lhe aplicada nova pena privativa de
liberdade? Nesse caso, aplica-se uma nova unificação das penas, de
forma a começar, do zero, um novo prazo de 30 anos.
EXEMPLO: Ricardo está cumprindo pena de 37 anos de reclusão (advinda
da soma de duas penas). Já cumpriu 08 anos de pena quando sobrevém
nova condenação. Como já havia cumprido 08 anos, faltam ainda 22 anos
de cumprimento (pois só pode cumprir 30!). Nesse caso, somam-se os
22 anos restantes à nova pena, de forma a se iniciar um novo período de
30 anos de cumprimento máximo.
Nos termos do art. 75, § 2° do CP:
§ 2º - Sobrevindo condenação por fato posterior ao início do cumprimento
da pena, far-se-á nova unificação, desprezando-se, para esse fim, o período
de pena já cumprido.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

2.! SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA

2.1.! Conceito

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O sursis, ou suspensão condicional da pena, é o benefício concedido !
ao condenado em determinadas circunstâncias, de forma que ele não
cumpre a pena, mas se submete a um período de fiscalização, no qual deve
“andar na linha”. Está previsto no art. 77 do CP:
Art. 77 - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois)
anos, poderá ser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que: (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - o condenado não seja reincidente em crime doloso; (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do
agente, bem como os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do
benefício;(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
III - Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44 deste
Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - A condenação anterior a pena de multa não impede a concessão do
benefício.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2o A execução da pena privativa de liberdade, não superior a quatro anos,
poderá ser suspensa, por quatro a seis anos, desde que o condenado seja maior
de setenta anos de idade, ou razões de saúde justifiquem a suspensão. (Redação
dada pela Lei nº 9.714, de 1998)

Portanto, a concessão da suspensão condicional da pena deve ocorrer


após o preenchimento de alguns requisitos, que podem ser objetivos e
subjetivos.

2.2.! Requisitos objetivos


Podem ser:
(i) Relativos à natureza da pena aplicada – A pena aplicada deve
ser privativa de liberdade, não se admitindo no caso de aplicação de pena
de multa ou restritiva de direitos:
Art. 80 - A suspensão não se estende às penas restritivas de direitos nem à
multa. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

(ii) Quantidade da pena aplicada – A pena aplicada não pode ser


superior a dois anos (art. 77 do CP). Se o condenado, porém, for maior de
70 anos (sursis etário) ou enfermo (sursis humanitário), admite-se a
suspensão condicional da pena que não ultrapasse 04 anos (art. 77, § 2°
do CP). Nos crimes ambientais, o sursis pode ser aplicado aos condenados
à pena não superior a três anos.
(iii) A pena privativa de liberdade não deve ter sido
substituída por restritiva de direitos – A suspensão condicional da pena
só é cabível quando não for possível a substituição por penas restritivas de
direitos, nos termos do art.77, III do CP.!

2.3.! Requisitos subjetivos

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(i) Não reincidência em crime doloso – A reincidência em crime !
culposo, portanto, não impede a suspensão condicional da pena.
Entretanto, se na condenação anterior, mesmo se dando em relação a
crime doloso, a pena aplicada tiver sido a de multa, poderá haver a
suspensão condicional da pena (art. 77, § 1° do CP);
(ii) As circunstâncias pessoais do agente (culpabilidade,
antecedentes, conduta social, etc.) sejam favoráveis, autorizando
a concessão do benefício – Nesse caso, o Juiz deve analisar se, no caso
concreto, a suspensão condicional da pena pode ser suficiente para que
seja cumprida a finalidade da pena.
Assim, temos:
REQUISITOS PARA A CONCESSÃO DO SURSIS
OBJETIVOS SUBJETIVOS
•! Pena privativa de liberdade •! Não reincidência em crime
aplicada doloso.
•! Pena privativa de liberdade •! Circunstâncias judiciais
aplicada não pode ser favoráveis.
superior a dois anos (04
anos se o condenado for
maior de 70 anos (sursis
etário) ou enfermo (sursis
humanitário).
•! Impossibilidade de conversão
em restritiva de direitos.

2.4.! Espécies de sursis e condições


O sursis pode ser:
(i) Simples – O condenado não reparou o dano e as circunstâncias
judiciais (art. 59 do CP) não lhe são muito favoráveis. É o sursis comum, a
regra. Está previsto no art. 78 do CP:
Art. 78 - Durante o prazo da suspensão, o condenado ficará sujeito à
observação e ao cumprimento das condições estabelecidas pelo juiz. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - No primeiro ano do prazo, deverá o condenado prestar serviços à
comunidade (art. 46) ou submeter-se à limitação de fim de semana (art. 48).
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

(ii) Especial – Aqui o condenado reparou o dano (ou não teve


possibilidade de fazê-lo) e as circunstâncias judiciais (art. 59 do CP) lhe são
inteiramente favoráveis. Nessa hipótese o condenado não precisa, no
primeiro ano, se submeter à prestação de serviços à comunidade ou

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limitação de fim de semana (art. 78, § 1° do CP). Essa modalidade está !
prevista no § 2° do art. 78 do CP:
§ 2° Se o condenado houver reparado o dano, salvo impossibilidade de fazê-
lo, e se as circunstâncias do art. 59 deste Código lhe forem inteiramente
favoráveis, o juiz poderá substituir a exigência do parágrafo anterior pelas
seguintes condições, aplicadas cumulativamente: (Redação dada pela Lei nº 9.268, de
1º.4.1996)
a) proibição de freqüentar determinados lugares; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
b) proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do juiz;
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
c) comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar
e justificar suas atividades. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Vejam, porém, que embora não esteja o condenado obrigado a


cumprir as obrigações do § 1° do art. 78, o § 2° estabelece outras
obrigações às quais o condenado fica vinculado.
Além destas condições previstas no sursis simples e no especial, o
art. 79 do CP traz uma cláusula genérica, que permite ao Juiz fixar outras
condições que sejam adequadas ao fato e ao condenado:
Art. 79 - A sentença poderá especificar outras condições a que fica subordinada
a suspensão, desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do condenado.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

2.5.! Revogação do sursis, prorrogação do prazo e cumprimento


das obrigações
O sursis pode ser revogado a qualquer momento, ocorrendo
alguma das hipóteses previstas nos arts. 81 e seu § 1° do CP. Pode
ser obrigatória, quando a lei determina expressamente sua revogação, ou
facultativa, quando o Juiz pode decidir se revoga ou não o benefício.
A revogação obrigatória se dará no caso de ocorrerem as hipóteses
previstas no art. 81 do CP:
Art. 81 - A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário:
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - é condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso; (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - frustra, embora solvente, a execução de pena de multa ou não efetua, sem
motivo justificado, a reparação do dano; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
III - descumpre a condição do § 1º do art. 78 deste Código. (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Ou seja, haverá revogação obrigatória quando o condenado for


novamente condenado (por sentença irrecorrível) por crime doloso (não
importando o momento em que esse crime foi praticado). No entanto, a
Jurisprudência entende que se dessa nova condenação resultar pena de
multa, não poderá haver revogação, pois a condenação à pena de multa

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não é causa que impede a concessão do sursis, então, por lógica, não pode !
gerar a revogação.
No caso do inciso II, a Doutrina majoritária entende que, se depois
de revogado o sursis o condenado repara o dano ou paga a multa, pode ser
restabelecido o sursis.
O inciso III é autoexplicativo. Não cumprindo uma das condições
previstas no art. 78, § 1°, será revogado o sursis.
A revogação facultativa, por sua vez, ocorre nas hipóteses do art.
81, § 1°:
§ 1º - A suspensão poderá ser revogada se o condenado descumpre qualquer
outra condição imposta ou é irrecorrivelmente condenado, por crime culposo
ou por contravenção, a pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Vejam que, nesse caso, o Juiz não está obrigado a revogar o sursis.
As condições indicadas como ensejadoras da revogação facultativa
são todas aquelas que não sejam as do § 1° do art. 78, ou seja, são as do
§ 2° do art. 78 e as do art. 79 do CP.
Quanto à superveniência de condenação por crime culposo ou
contravenção, é necessário que a pena aplicada tenha sido restritiva de
direitos ou privativa de liberdade. Vejam, assim, que a pena de multa não
enseja a revogação facultativa do sursis (o que corrobora a tese de que não
pode, também, revogar obrigatoriamente o benefício).
A Doutrina e a Jurisprudência entendem que, salvo no caso de
condenação irrecorrível, em todas as demais hipóteses o condenado
deve ser ouvido antes de ser revogado o benefício.
A prorrogação do período de prova (período em que o condenado
deve “andar na linha”), por sua vez, ocorrerá em duas hipóteses:
1) Beneficiado está sendo processado por outro crime ou
contravenção – Está prevista no art. 81, § 2° do CP:
§ 2º - Se o beneficiário está sendo processado por outro crime ou
contravenção, considera-se prorrogado o prazo da suspensão até o
julgamento definitivo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
2) Ocorrendo situação que autorize a revogação FACULTATIVA,
caso o Juiz opte por não revogar, pode estender o prazo do sursis
até o máximo, CASO JÁ NÃO TENHA FEITO – Está prevista no § 3°
do art. 81 do CP:
§ 3º - Quando facultativa a revogação, o juiz pode, ao invés de decretá-la,
prorrogar o período de prova até o máximo, se este não foi o fixado. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

No primeiro caso a prorrogação é obrigatória e automática. Já


no segundo a prorrogação não é automática e depende de decisão
fundamentada do Juiz nesse sentido.

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Em qualquer caso, a maioria da Doutrina entende que DURANTE O !
PERÍODO DE PRORROGAÇÃO, embora o condenado ainda esteja
cumprindo o sursis, não permanecem as obrigações legais (art. 78, § 1° e
2° e art. 79 do CP).
Cumpridas todas as condições, expirando-se o prazo sem revogação,
estará extinta a punibilidade do condenado. Nos termos do art. 82 do
CP:
Art. 82 - Expirado o prazo sem que tenha havido revogação, considera-se
extinta a pena privativa de liberdade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

3.! LIVRAMENTO CONDICIONAL

3.1.! Conceito
O livramento condicional é um benefício concedido aos condenados a
penas privativas de liberdade superiores a dois anos, que permite a
antecipação de sua liberdade.
Trata-se de liberdade antecipada, condicional e precária.
Antecipada porque o agente deveria ficar mais tempo cumprindo
pena.
Condicional porque durante o prazo restante da pena, embora
esteja em liberdade, o condenado também deve “andar na linha”,
submetendo-se a algumas regras.
Precária porque pode ser revogada sua liberdade a qualquer tempo,
caso ocorra o descumprimento das obrigações do livramento condicional.
Nos termos do art. 83 do CP:
Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena
privativa de liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que: (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for reincidente em
crime doloso e tiver bons antecedentes; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em crime doloso;
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
III - comprovado comportamento satisfatório durante a execução da pena,
bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído e aptidão para prover à
própria subsistência mediante trabalho honesto; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
IV - tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o dano causado
pela infração; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
V - cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime
hediondo, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, e
terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa
natureza. (Incluído pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990)
Parágrafo único - Para o condenado por crime doloso, cometido com violência
ou grave ameaça à pessoa, a concessão do livramento ficará também
subordinada à constatação de condições pessoais que façam presumir que o
liberado não voltará a delinqüir. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

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O beneficiado pelo Livramento condicional é chamado de EGRESSO
(art. 26, II da LEP).

3.2.! Requisitos
Os requisitos para a concessão do Livramento Condicional podem ser
objetivos ou subjetivos. Vejamos.

3.2.1.! Requisitos objetivos


Estão previstos no art. 83, I, II, IV e V do CP, e se relacionam à pena
em si e à reparação do dano.
(a)! Quantidade da pena
A pena aplicada deve ter sido igual ou superior a dois anos. Se as
penas corresponderem a infrações diversas, devem ser somadas para que
seja concedido o Livramento, nos termos do art. 84 do CP.
(b)! Parcela da pena já cumprida
A pena já deve ter sido razoavelmente cumprida. O montante da pena
já cumprida irá variar conforme as condições do crime e do condenado.
1) Condenado não reincidente em crime doloso e que possua bons
antecedentes – Basta o cumprimento de 1/3 da pena (art. 83, I do CP).
(Livramento Condicional simples).
2) Condenado reincidente em crime doloso – É necessário o cumprimento
de mais da metade da pena (Livramento Condicional Qualificado), nos termos
do art. 83, II do CP.

E se o condenado não for reincidente em crime doloso, mas


também não possuir bons antecedentes? O STJ entende que deve ser
adotada a posição mais favorável ao réu, permitindo-se a concessão do
Livramento Condicional Simples.
E no caso de Crimes Hediondos? É possível? Sim, é possível, mas
o condenado não pode ser reincidente em crime da mesma natureza e deve
cumprir 2/3 da pena (Livramento Condicional Específico). Nos termos do
art. 83, V do CP:
Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena
privativa de liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que: (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
(...)
V - cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime
hediondo, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, e
terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa
natureza. (Incluído pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990)

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(c)! Reparação do dano !
Trata-se de requisito dispensado no caso de impossibilidade de
reparação e no caso de a vítima não ser encontrada para ser indenizada,
ou ainda, demonstrar desinteresse na reparação (art. 83, IV do CP).

3.2.2.! Requisitos subjetivos


São os requisitos relativos à pessoa do condenado. São eles:

(i)! Bom comportamento durante a execução da pena,


aptidão para prover a subsistência e bom desempenho
no trabalho que lhe fora atribuído
Trata-se de requisito previsto no art. 83, III do CP. Exige-se, ainda,
que o condenado tenha tido bom desempenho no trabalho que lhe foi
atribuído e que tenha aptidão para se sustentar quando em liberdade. Nos
termos do CP:
Art. 83 (...)
III - comprovado comportamento satisfatório durante a execução da pena,
bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído e aptidão para prover à
própria subsistência mediante trabalho honesto; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)

Caso se trate de condenado por crime doloso cometido com


violência ou grave ameaça à pessoa (roubo, por exemplo), é
necessária, ainda, uma análise acerca da possibilidade de o condenado
voltar a delinquir (suas condições pessoais). Nos termos do § único do art.
83:
Art. 83 (...)
Parágrafo único - Para o condenado por crime doloso, cometido com violência
ou grave ameaça à pessoa, a concessão do livramento ficará também
subordinada à constatação de condições pessoais que façam presumir que o
liberado não voltará a delinqüir. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Assim, podemos resumir os requisitos da seguinte forma:


REQUISITOS PARA A CONCESSÃO DO LIVRAMENTO
CONDICIONAL
OBJETIVOS SUBJETIVOS
•! Pena privativa de liberdade •! Comportamento
aplicada igual ou superior a satisfatório durante a
dois anos. execução da pena.
•! Cumprimento de pelo menos •! Bom desempenho no
1/3 da pena (simples) ou trabalho que lhe foi
atribuído.

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metade da pena •! Aptidão para prover à!
(qualificado). própria subsistência
•! Reparação do dano, salvo mediante trabalho honesto.
impossibilidade de fazê-lo. •! No caso de crime doloso
praticado com violência e
grave ameaça, análise
acerca da possibilidade de
o condenado voltar a
delinquir.

3.3.! Regras gerais relativas ao Livramento Condicional,


revogação e extinção do benefício
As condições às quais o EGRESSO estará submetido serão fixadas na
sentença, nos termos do art. 85 do CP.
O Livramento condicional, à semelhança do sursis, também pode ser
revogado obrigatória e facultativamente, a depender do caso.
(i)! Revogação obrigatória – Ocorre nos casos previstos no
art. 86 do CP:
Art. 86 - Revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser condenado a pena
privativa de liberdade, em sentença irrecorrível: (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
I - por crime cometido durante a vigência do benefício; (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)
II - por crime anterior, observado o disposto no art. 84 deste Código. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Percebam, portanto, que somente a condenação por CRIME autoriza


a revogação do benefício. A condenação por contravenção não
autoriza a revogação.
Vejam, ainda, que a condenação por crime praticado antes da
vigência do benefício não autoriza a revogação (somente se autoriza no
caso de condenação por crime praticado durante o benefício).
Mas o que significa o inciso II então? Esse inciso diz o seguinte:
No caso de o egresso ser condenado por crime praticado antes da vigência
do Livramento, a revogação só ocorrerá se a pena da nova condenação,
somada à pena anterior, formar um montante que impedisse a concessão
do benefício.
EXEMPLO: Imaginem que Marcos é condenado a 06 anos por roubo.
Cumpre dois anos (1/3) e recebe o livramento condicional. Passados 03
anos do Livramento condicional (faltando um ano), é condenado por
crime cometido anteriormente ao benefício, recebendo pena de dois anos.
Somadas as penas (06 + 02 = 08), teríamos uma pena de oito anos.
Nesse caso, como ele já cumpriu 05 anos (02 cumpridos na cadeia e 03
cumpridos durante o Livramento condicional), não há impedimento à

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manutenção do benefício, pois o condenado já cumpriu cinco anos de uma!
pena de oito anos (logo, mais da metade).

(ii)! Revogação facultativa – Ocorre nos casos previstos no


art. 87 do CP:
Art. 87 - O juiz poderá, também, revogar o livramento, se o liberado deixar de
cumprir qualquer das obrigações constantes da sentença, ou for
irrecorrivelmente condenado, por crime ou contravenção, a pena que não seja
privativa de liberdade.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

No primeiro caso (descumprimento das obrigações), não há muito


que se falar. Quanto ao segundo caso (condenação irrecorrível por crime
ou contravenção, sendo aplicada pena não privativa de liberdade), algumas
considerações devem ser feitas.
Aqui é irrelevante o momento em que foi praticada infração penal,
exigindo-se, somente, que a pena não seja privativa de liberdade. Se for,
estaremos diante de causa de revogação obrigatória.
A revogação, uma vez operada, impede nova concessão do benefício.
Além disso, caso a revogação se dê por outra causa que NÃO SEJA A
CONDENAÇÃO POR PRÁTICA DE CRIME ANTERIOR AO BENEFÍCIO,
o tempo em que o condenado esteve solto não se desconta na pena
privativa de liberdade que voltará a cumprir:
Art. 88 - Revogado o livramento, não poderá ser novamente concedido, e, salvo
quando a revogação resulta de condenação por outro crime anterior àquele
benefício, não se desconta na pena o tempo em que esteve solto o condenado.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Isso se deve ao fato de que, no caso de condenação por crime


ANTERIOR ao período de Livramento, não houve quebra da
confiança depositada no EGRESSO (pois o crime foi praticado antes),
de forma que o período em que ele esteve solto será abatido da pena a ser
cumprida em razão da revogação do benefício.
Se até o seu término o Livramento Condicional não for revogado,
considera-se extinta a pena privativa de liberdade e, por conseguinte,
extinta a punibilidade. Porém, se o egresso estiver sendo processado
por crime cometido durante a vigência do Livramento Condicional,
o Juiz não poderá declarar extinta a pena enquanto não houver
sentença definitiva naquele processo (pois pode ser que ele venha a
ser condenado, o que possibilita a revogação do benefício). Nos termos do
CP:
Art. 89 - O juiz não poderá declarar extinta a pena, enquanto não passar em
julgado a sentença em processo a que responde o liberado, por crime cometido
na vigência do livramento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 90 - Se até o seu término o livramento não é revogado, considera-se
extinta a pena privativa de liberdade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

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E se o Juiz não suspender o livramento condicional até o !
trânsito em julgado do novo processo? Entende a jurisprudência,
notadamente o STJ, que se não houve a suspensão do livramento
condicional para aguardar o trânsito em julgado do processo pelo novo
crime, uma vez alcançado o prazo final da pena atual, deverá ser declarada
a extinção da punibilidade, sendo irrelevante eventual condenação pelo
novo crime (se ocorrida após o prazo de extinção da pena anterior).9

4.! MEDIDAS DE SEGURANÇA


As medidas de segurança não são penas. Essa é a primeira coisa
que vocês devem saber. Possuem um caráter terapêutico, pois visam
tratar a saúde dos inimputáveis e semi-imputáveis dotados de
periculosidade social (não possuem caráter punitivo).
A maioria da Doutrina entende, porém, que embora não sejam
modalidades de pena, são espécies de sanção penal.10
As medidas de segurança são aplicáveis àqueles que, embora tendo
cometido fato típico e ilícito, são inimputáveis ou semi-imputáveis em razão
de problemas mentais. Assim, é possível a aplicação de medida de
segurança a agentes culpáveis (semi-imputáveis).
As medidas de segurança são de duas espécies, previstas no art. 96
do CP:
Art. 96. As medidas de segurança são: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
I - Internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, em
outro estabelecimento adequado; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
II - sujeição a tratamento ambulatorial. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
Parágrafo único - Extinta a punibilidade, não se impõe medida de segurança
nem subsiste a que tenha sido imposta. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)

A opção por uma ou por outra irá variar de acordo com a espécie de
pena privativa de liberdade prevista (reclusão ou detenção). Sendo pena
de reclusão, o Juiz deve determinar a internação do indivíduo11. Em
se tratando de pena de detenção, o Juiz pode escolher entre a
internação e o tratamento ambulatorial. Nos termos do art. 97 do CP:

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
9
(HC 281.269/SP, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, QUINTA TURMA, julgado em
08/04/2014, DJe 23/04/2014)
10
Ver, por todos: GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 607
11
Nos termos do art. 9º da Lei 10.216/01:
Art. 9o A internação compulsória é determinada, de acordo com a legislação vigente, pelo
juiz competente, que levará em conta as condições de segurança do estabelecimento,
quanto à salvaguarda do paciente, dos demais internados e funcionários.

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Art. 97 - Se o agente for inimputável, o juiz determinará sua internação (art. !
26). Se, todavia, o fato previsto como crime for punível com detenção, poderá
o juiz submetê-lo a tratamento ambulatorial. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
O STJ, no entanto, possui algumas decisões no sentido de que a
modalidade de medida de segurança deve ser aplicada de acordo
com as necessidades médicas do agente, e não com base no tipo de
pena prevista.
Depois de fixada a medida de segurança, a sentença deve fixar um
prazo mínimo, findo o qual deverá haver um exame para saber se cessou
a periculosidade do agente. Nos termos do art. 97, § 1° do CP:
§ 1º - A internação, ou tratamento ambulatorial, será por tempo
indeterminado, perdurando enquanto não for averiguada, mediante perícia
médica, a cessação de periculosidade. O prazo mínimo deverá ser de 1
(um) a 3 (três) anos. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Assim, a medida de segurança durará por tempo indeterminado, mas


ao final do período mínimo fixado deverá haver o exame para análise da
necessidade ou não de manutenção da medida. Após esse período, o exame
será repetido anualmente, ou no prazo fixado pelo Juiz:
§ 2º - A perícia médica realizar-se-á ao termo do prazo mínimo fixado e deverá
ser repetida de ano em ano, ou a qualquer tempo, se o determinar o juiz da
execução. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Embora o CP não estabeleça um prazo máximo para as medidas de


segurança, o STF e o STJ não aceitam isso. O STF entende que a
medida de segurança não pode ultrapassar 30 anos12, que é o prazo
máximo de uma pena privativa de liberdade, enquanto o STJ entende que
o prazo máximo da medida de segurança é o prazo máximo de pena
estabelecido (em abstrato) para o crime cometido. Este último
entendimento, inclusive, foi sumulado:
Súmula 527 do STJ: “O tempo de duração da medida de segurança não deve
ultrapassar o limite máximo da pena abstratamente cominada ao delito
praticado.”

Nada impede que, fixada uma modalidade de medida de segurança,


ocorrendo fatos justificáveis, seja alterada para a outra modalidade. Nos
termos dos §§ 3° e 4° do CP:
§ 3º - A desinternação, ou a liberação, será sempre condicional devendo ser
restabelecida a situação anterior se o agente, antes do decurso de 1 (um) ano,
pratica fato indicativo de persistência de sua periculosidade. (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 4º - Em qualquer fase do tratamento ambulatorial, poderá o juiz determinar
a internação do agente, se essa providência for necessária para fins curativos.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

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12
HC 97621

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No caso de estarmos diante de um semi-imputável, diferentemente !
do que ocorre com os inimputáveis, sua sentença será condenatória, e não
uma sentença absolutória imprópria.
No que tange à medida de segurança, nesses casos, ela só será
aplicada se o condenado necessitar de tratamento curativo, hipótese na
qual será SUBSTITUÍDA a pena privativa de liberdade pela medida de
segurança (atual sistema vicariante), não podendo ser cumuladas (antigo
sistema do duplo binário).13
O CP estabelece, por fim, que é um direito do internado ser
recolhido a um estabelecimento que não possua características de
prisão, mas de hospital14. Nos termos do art. 99:
Art. 99 - O internado será recolhido a estabelecimento dotado de características
hospitalares e será submetido a tratamento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)

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13
Art. 98 - Na hipótese do parágrafo único do art. 26 deste Código e necessitando o
condenado de especial tratamento curativo, a pena privativa de liberdade pode ser
substituída pela internação, ou tratamento ambulatorial, pelo prazo mínimo de 1 (um) a
3 (três) anos, nos termos do artigo anterior e respectivos §§ 1º a 4º. (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
14
Ainda sobre os direitos do internado, importante ressaltar o que dispõem os arts. 1º
e 2º da Lei 10.216/01:
Art. 1o Os direitos e a proteção das pessoas acometidas de transtorno mental, de que trata
esta Lei, são assegurados sem qualquer forma de discriminação quanto à raça, cor, sexo,
orientação sexual, religião, opção política, nacionalidade, idade, família, recursos
econômicos e ao grau de gravidade ou tempo de evolução de seu transtorno, ou qualquer
outra.
Art. 2o Nos atendimentos em saúde mental, de qualquer natureza, a pessoa e seus
familiares ou responsáveis serão formalmente cientificados dos direitos enumerados no
parágrafo único deste artigo.
Parágrafo único. São direitos da pessoa portadora de transtorno mental:
I - ter acesso ao melhor tratamento do sistema de saúde, consentâneo às suas
necessidades;
II - ser tratada com humanidade e respeito e no interesse exclusivo de beneficiar sua
saúde, visando alcançar sua recuperação pela inserção na família, no trabalho e na
comunidade;
III - ser protegida contra qualquer forma de abuso e exploração;
IV - ter garantia de sigilo nas informações prestadas;
V - ter direito à presença médica, em qualquer tempo, para esclarecer a necessidade ou
não de sua hospitalização involuntária;
VI - ter livre acesso aos meios de comunicação disponíveis;
VII - receber o maior número de informações a respeito de sua doença e de seu
tratamento;
VIII - ser tratada em ambiente terapêutico pelos meios menos invasivos possíveis;
IX - ser tratada, preferencialmente, em serviços comunitários de saúde mental.

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Deve, ainda, ser necessariamente submetido a tratamento médico, e !
não simplesmente ser jogado no estabelecimento (como acontece com
alguma frequência).15

5.! EFEITOS DA CONDENAÇÃO


5.1.! Natureza e espécies
A sentença penal condenatória possui efeitos penais e extrapenais.
Os efeitos penais são aqueles que produzem efeitos na esfera penal
(óbvio, não?). Os efeitos penais podem ser primários ou
secundários.
O efeito penal primário é a PENA, ou seja, a imposição de pena
criminal, eis que este é o objetivo básico e principal da condenação.
Os efeitos penais podem ser, ainda, secundários. São efeitos penais
secundários aqueles que, embora produzam efeitos na esfera jurídico-
PENAL do indivíduo condenado, esses efeitos refletem em OUTRA
RELAÇÃO JURÍDICO-PENAL.
EXEMPLO: Reincidência. A sentença penal condenatória possui como
efeito penal SECUNDÁRIO, gerar reincidência (e todas as suas
consequências) caso o condenado seja novamente condenado dentro de
um prazo previsto em lei. Trata-se de um efeito que, sem dúvida, atinge
a esfera penal do indivíduo, mas NÃO NO PROCESSO EM QUE FOI
PROFERIDA A SENTENÇA, mas em outro processo.

Outro efeito penal secundário é a inscrição do nome do réu no rol dos


culpados (após o trânsito em julgado, sempre).
Os efeitos extrapenais, por sua vez, são assim chamados por afetarem
diversas outras áreas do Direito (civil, administrativo, etc.). Por sua vez,
dividem-se em genéricos e específicos.

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15
Nesse sentido, a previsão do art. 4º da Lei 10.216/01:
Art. 4o A internação, em qualquer de suas modalidades, só será indicada quando os
recursos extra-hospitalares se mostrarem insuficientes.
§ 1o O tratamento visará, como finalidade permanente, a reinserção social do paciente em
seu meio.
§ 2o O tratamento em regime de internação será estruturado de forma a oferecer
assistência integral à pessoa portadora de transtornos mentais, incluindo serviços
médicos, de assistência social, psicológicos, ocupacionais, de lazer, e outros.
§ 3o É vedada a internação de pacientes portadores de transtornos mentais em instituições
com características asilares, ou seja, aquelas desprovidas dos recursos mencionados no §
2o e que não assegurem aos pacientes os direitos enumerados no parágrafo único do art.
2 o.

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Os efeitos genéricos são aqueles que incidem sobre toda e qualquer !
condenação, estando previstos no art. 91 do CP, sendo apenas dois:
Obrigação de reparar o dano e confisco:
Art. 91 - São efeitos da condenação: ∗+)(∋,−.!(∋(∋!/)0∋!1)%!&2!345678!()!9943497:;<
I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime; ∗+)(∋,−.!
(∋(∋!/)0∋!1)%!&2!345678!()!9943497:;<
II - a perda em favor da União, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro
de boa-fé: ∗+)(∋,−.!(∋(∋!/)0∋!1)%!&2!345678!()!9943497:;<
a) dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabrico,
alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito;
b) do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que constitua proveito
auferido pelo agente com a prática do fato criminoso.
§ 1º Poderá ser decretada a perda de bens ou valores equivalentes ao produto
ou proveito do crime quando estes não forem encontrados ou quando se
localizarem no exterior. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
§ 2º Na hipótese do § 1o, as medidas assecuratórias previstas na legislação
processual poderão abranger bens ou valores equivalentes do investigado ou
acusado para posterior decretação de perda. (Incluído pela Lei nº 12.694, de
2012)

Os efeitos genéricos são automáticos, ou seja, independem de ser


expressamente declarados pelo Juiz na sentença.
EXEMPLO: Se o Juiz condena alguém por roubo, o dever de reparar o
dano causado ocorrerá independentemente de constar na sentença esse
efeito, pois é decorrência natural e automática da sentença.

Já os efeitos específicos são aqueles que recaem apenas sobre


condenações relativas a determinados crimes, e não a todos os crimes
em geral. Estão previstos no art. 92 do CP, sendo:
Art. 92 - São também efeitos da condenação:∗+)(∋,−.! (∋(∋! /)0∋! 1)%! &2! 345678! ()!
9943497:;<
I - a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo: ∗+)(∋,−.!(∋(∋!/)0∋!1)%!&2!
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a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a
um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para
com a Administração Pública; ∗>&?0≅Α(.!/)0∋!1)%!&2!745=:8!()!924;4977=<
b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4
(quatro) anos nos demais casos. ∗>&?0≅Α(.!/)0∋!1)%!&2!745=:8!()!924;4977=<
II - a incapacidade para o exercício do pátrio poder, tutela ou curatela, nos
crimes dolosos, sujeitos à pena de reclusão, cometidos contra filho, tutelado
ou curatelado; ∗+)(∋,−.!(∋(∋!/)0∋!1)%!&2!345678!()!9943497:;<
III - a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a
prática de crime doloso. ∗+)(∋,−.!(∋(∋!/)0∋!1)%!&2!345678!()!9943497:;<
Tais efeitos, por sua vez, NÃO SÃO AUTOMÁTICOS, devendo
constar na sentença condenatória, sob pena de não ocorrerem. Isto está
previsto no § único do art. 92 do CP:

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Parágrafo único - Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos, !
devendo ser motivadamente declarados na sentença. ∗+)(∋,−.! (∋(∋! /)0∋! 1)%! &2!
345678!()!9943497:;<
Assim, resumidamente:
EFEITOS DA CONDENAÇÃO
GERAIS ESPECÍFICOS
•! Obrigação de reparar •! Perda de cargo, função pública ou
o dano mandato eletivo (a) nos crimes
•! Perda em favor da praticados com abuso de poder ou
União dos violação de dever para com a
instrumentos do crime Administração Pública – pena igual ou
(se seu porte for superior a 01 ano; b) Nos demais
ilícito) e dos produtos casos – pena superior a 04 anos.
ou proveitos do crime. •! Incapacidade para o exercício do
•! São AUTOMÁTICOS pátrio poder, tutela ou curatela, nos
crimes dolosos, sujeitos à pena de
reclusão, cometidos contra filho,
tutelado ou curatelado.
•! Inabilitação para dirigir veículo,
quando utilizado como meio para a
prática de crime doloso.
•! Não são automáticos.

5.2.! Efeitos genéricos

5.2.1.! Obrigação de reparar o dano


Embora as esferas cível e criminal sejam independentes, a sentença
criminal condenatória possui o condão de fazer coisa julgada na
seara cível, tornando certa e indiscutível (naquela esfera) o dever de
reparar o dano. Porém, o valor poderá ser discutido na esfera cível.
A ocorrência de abolitio criminis ou anistia, embora seja fato que gere
a rescisão da sentença condenatória, extinguindo-se a punibilidade, NÃO
ALTERA OS REFLEXOS CIVIS DA CONDENAÇÃO. Nos termos do art. 2°
do CP:
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar
crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença
condenatória. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

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Essa obrigação de reparar o dano pode, inclusive, ser cobrada !
dos herdeiros do falecido16, até o limite do patrimônio a eles transferido,
por força do art. 5°, XLV da Constituição.

5.2.2.! Confisco
O confisco é a perda de bens de natureza ilícita em favor da União.
O confisco recai apenas sobre os instrumentos e sobre o produto do crime.
O instrumento do crime (instrumenta sceleris) é aquilo de que se
valeu o agente para praticar o delito. Só poderão ser confiscados se se
tratarem de coisas cuja, fabricação, alienação, uso, porte ou detenção
constitua fato ilícito. Assim, um carro utilizado para a prática de um
homicídio doloso por atropelamento não pode ser confiscado, por ao ser
objeto de natureza ilícita. Entretanto, uma arma de fogo sem registro, com
a numeração raspada e cujo possuidor não possua autorização para tal,
deverá ser objeto de confisco.
O produto do crime (producta sceleris) é a vantagem direta
auferida pelo infrator em decorrência da prática do crime.
O proveito do crime, por sua vez, é a vantagem indireta obtida
pelo agente através da especificação do produto do crime
(transformação do ouro roubado em joia), da alienação do produto do crime
(dinheiro decorrente da venda do produto do crime) ou preço do crime
(crime encomendado, por exemplo).
O confisco do produto ou do proveito do crime em prol da União
possui natureza subsidiária, pois, em regra, o produto ou proveito crime
será restituído à vítima, sendo efetuado em prol da União apenas no caso
de ser desconhecida a vítima ou não ser reclamado seu valor.

5.3.! Efeitos específicos

5.3.1.! Perda do cargo, função pública ou mandato eletivo


Está previsto no art. 92, I do CP:
Art. 92 - São também efeitos da condenação:(Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)
I - a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo: (Redação dada pela
Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)
a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a
um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para
com a Administração Pública; (Incluído pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)
b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4
(quatro) anos nos demais casos. (Incluído pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
16
Não confundir com a MULTA, que é PENA, e não pode ser cobrada dos herdeiros, nem
mesmo se o falecido tiver deixado patrimônio. Com a morte do condenado, extingue-se a
punibilidade da PENA de MULTA.

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Como já disse a vocês, estes não são efeitos automáticos, !
devendo estar expressos na sentença.
EXEMPLO: se um funcionário público é condenado à pena privativa de
liberdade de 03 anos, pelo crime de peculato, a perda do cargo público
não decorre automaticamente da sentença condenatória, devendo o
Juiz se manifestar expressamente neste sentido.

Na primeira hipótese (alínea a), o agente comete o crime contra a


administração pública, valendo-se da sua condição de funcionário público
(crime funcional). Nesse caso, a perda de cargo, função pública ou mandato
eletivo ocorrerá se for aplicada pena privativa de liberdade igual ou superior
a um ano.
Na segunda hipótese, trata-se de perda de cargo, função pública ou
mandato eletivo em razão da prática de qualquer crime, desde que a pena
privativa de liberdade por tempo superior a quatro anos.
CUIDADO! A pena deve ser superior a quatro anos, e não DE QUATRO
ANOS.

5.3.2.! Incapacidade para exercício do pátrio poder, tutela ou


curatela
Trata-se de mais um efeito específico da condenação, pois só poderá
ocorrer na hipótese de prática de crime doloso sujeito à pena de
reclusão, praticado contra filho, tutelado ou curatelado.
Assim, além da necessidade de expressa previsão na sentença
condenatória, outros três são os requisitos para a ocorrência desse efeito:

! O crime deve ser doloso


! Deve ser apenado com reclusão
! Deve ter sido praticado contra filho, tutelado ou curatelado

A sua aplicação, obviamente, não é obrigatória, pois, como vimos,


trata-se de um efeito não-automático da condenação, devendo estar
expressamente consignada na sentença a ocorrência deste efeito.
A perda do pátrio poder, tutela ou curatela se dá de duas formas
diferentes17:
! Em relação à vítima do delito – Em caráter permanente
(nunca mais o infrator poderá ter o pátrio poder em relação
àquela pessoa).
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
17
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal – Parte Geral. Ed. Saraiva, 21º
edição. São Paulo, 2015, p. 852

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! Em relação a outros filhos, tutelados ou curatelados – Em !
caráter provisório. Ocorrendo a reabilitação, poderá o infrator
restabelecer o pátrio poder, a tutela ou curatela em relação aos
demais filhos, tutelados ou curatelados.

EXEMPLO: Imagine um caso de estupro, no qual o pai estupra a filha


menor de idade. Condenado, o pai perderá o poder familiar (pátrio poder)
em relação a todos os filhos. No entanto, se posteriormente ele se
reabilitar, poderá recuperar o poder familiar em relação aos demais filhos,
mas nunca mais poderá recuperar este poder em relação à vítima do
crime.

5.3.3.! Inabilitação para dirigir veículo


O art. 92, III do CP diz o seguinte:
Art. 92 - São também efeitos da condenação:∗+)(∋,−.! (∋(∋! /)0∋! 1)%! &2! 345678! ()!
9943497:;<
(...)
III - a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a
prática de crime doloso. ∗+)(∋,−.!(∋(∋!/)0∋!1)%!&2!345678!()!9943497:;<
Portanto, são dois os requisitos:
! Trate-se de crime doloso;
! O veículo tenha sido usado como meio para a prática do
crime

Por “meio” deve-se entender “meio direto”, aquele que produz


efetivamente o resultado delituoso.
EXEMPLO: Se Andressa mata Bruno, atropelando-o com seu Honda
Civic, o veículo foi utilizado como meio do crime. No entanto, se Andressa
pega seu Honda Civic e se dirige até a casa de Bruno, esperando-o chegar
do trabalho e, quando o vê, o esfaqueia por trás, o veículo não foi utilizado
como meio para a prática do crime, mas como meio de transporte.

Temos, abaixo, um quadro esquemático para melhor compreensão


do assunto.
QUADRO ESQUEMÁTICO

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!
EFEITOS DA
CONDENAÇÃO

PENAIS EXTRAPENAIS

ESPECÍFICOS
GENÉRICOS
PRIMÁRIOS SECUNDÁRIOS (NÃO-
(AUTOMÁTICOS)
AUTOMÁTICOS)

5.4.! Reabilitação
A reabilitação é o instituto que visa à reinserção social do condenado,
através do sigilo referente às suas anotações criminais, bem como a
suspensão condicional de determinados efeitos secundários da condenação,
de natureza extrapenal.
Nos termos do art. 93 e seu § único do CP:
Art. 93 - A reabilitação alcança quaisquer penas aplicadas em sentença
definitiva, assegurando ao condenado o sigilo dos registros sobre o seu
processo e condenação. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - A reabilitação poderá, também, atingir os efeitos da
condenação, previstos no art. 92 deste Código, vedada reintegração na
situação anterior, nos casos dos incisos I e II do mesmo artigo. (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

CUIDADO! Não se trata de causa de extinção da punibilidade!

5.4.1.! Sigilo das condenações


O primeiro dos objetivos da reabilitação é promover o sigilo referente
às anotações criminais do reabilitado.
Em regra, cumprida ou extinta a pena, naturalmente são retiradas da
folha de antecedentes criminais do acusado, somente podendo ser
acessadas por QUALQUER AUTORIDADE JUDICIÁRIA, pelo membro do
MP ou por autoridade policial (Delegado de Polícia).

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No entanto, o sigilo promovido pela reabilitação é bem mais !
amplo, pois somente pode ser quebrado mediante requisição do JUIZ
CRIMINAL (e não de qualquer Juiz!).

5.4.2.! Efeitos secundários extrapenais da condenação


Com relação a esta finalidade, a reabilitação promove a suspensão dos
efeitos extrapenais secundários da condenação. Assim, por exemplo, se o
condenado perdeu o poder familiar em relação aos filhos, em razão de ter
cometido crime doloso punido com reclusão contra qualquer filho (art. 92,
II do CP), se for REABILITADO, poderá recuperar o poder familiar
em relação AOS DEMAIS FILHOS QUE NÃO SOFRERAM O CRIME, pois
o poder familiar em relação ao filho que sofreu o crime NUNCA MAIS
SERÁ RECUPERADO (art. 93, § único do CP).

5.4.3.! Pressupostos e requisitos para a Reabilitação


O pressuposto é apenas um: que haja sentença condenatória
transitada em julgado, independentemente de qual pena foi aplicada
(privativa de liberdade, multa, etc.).18
Os requisitos são diversos. O art. 94 nos traz tais requisitos. Vejamos:
Art. 94 - A reabilitação poderá ser requerida, decorridos 2 (dois) anos do dia
em que for extinta, de qualquer modo, a pena ou terminar sua execução,
computando-se o período de prova da suspensão e o do livramento condicional,
se não sobrevier revogação, desde que o condenado: (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)
I - tenha tido domicílio no País no prazo acima referido; (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - tenha dado, durante esse tempo, demonstração efetiva e constante de bom
comportamento público e privado; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
III - tenha ressarcido o dano causado pelo crime ou demonstre a absoluta
impossibilidade de o fazer, até o dia do pedido, ou exiba documento que
comprove a renúncia da vítima ou novação da dívida. (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)

•! Requisitos objetivos – a) A extinção da pena (Pelo


cumprimento ou por outra forma) deve ter se dado há mais de
dois anos; b) Deve o condenado ter reparado o dano, ou provar
que não pode fazê-lo ou que a vítima renunciou a este direito;
•! Requisitos subjetivos – a) Domicílio no país – O condenado
deve ter residido no Brasil no período de dois anos após a
extinção da pena; b) Bom comportamento público e privado – O

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
18
Parte da Doutrina entende que a sentença absolutória imprópria também gera situação
passível de reabilitação. GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 533

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condenado deve ter apresentado, neste período de dois anos, !
um bom comportamento social.

CUIDADO! O pedido de reabilitação é PRIVATIVO DO CONDENADO,


não se estendendo aos sucessores. Assim, se o condenado faleceu sem
requerer a habilitação, nada poderá ser feito pelos sucessores.

Caso a reabilitação tenha sido negada, nada impede que o condenado


a requeira novamente, a qualquer tempo, desde que traga fatos novos à
apreciação do Juiz. É o que a Doutrina chama de caráter REBUS SIC
STANTIBUS. Nos termos do art. 94, § único do CP:
Parágrafo único - Negada a reabilitação, poderá ser requerida, a qualquer
tempo, desde que o pedido seja instruído com novos elementos comprobatórios
dos requisitos necessários. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

A reabilitação pode ser revogada, ainda, caso o reabilitado seja


condenado, COMO REINCIDENTE, por decisão IRRECORRÍVEL, à
pena que NÃO SEJA DE MULTA.
Assim, três são os requisitos para a revogação:
•! Condenação posterior
•! À pena que não seja de multa
•! Desde que o condenado seja reincidente

Assim, se já tiver ocorrido o período DEPURADOR (período de cinco


anos que provoca a decadência da reincidência), o reabilitado pode ser
condenado que não será revogada a reabilitação concedida, pois não será
condenado como reincidente.

6.! PUNIBILIDADE E SUA EXTINÇÃO

6.1.! Introdução
Quando alguém comete um fato definido como crime, surge para o
Estado o poder-dever de punir. Esse direito de punir chama-se ius puniendi.
Em regra, todo fato típico, ilícito e praticado por agente culpável, é
punível. No entanto, o exercício do ius puniendi encontra limitações de
diversas ordens, sendo a principal delas a limitação temporal (prescrição).
Desta forma, o Estado deve exercer o ius puniendi da maneira prevista
na lei (através do manejo da Ação Penal no processo penal), bem como
deve fazê-lo no prazo legal.
Para o nosso estudo interessam mais as hipóteses de extinção da
punibilidade. Vamos analisá-las então!

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O art. 107 do CP prevê que: !
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
I - pela morte do agente;
II - pela anistia, graça ou indulto;
III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso;
IV - pela prescrição, decadência ou perempção;
V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de
ação privada;
VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite;
IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.

Veremos, primeiro, todas as causas de extinção da punibilidade


diversas da prescrição. Depois, vamos ao estudo da prescrição, que é a
principal delas.

6.2.! Causas de extinção da punibilidade diversas da prescrição


O primeiro caso é bem simples. Falecendo o agente, extingue-se a
punibilidade do crime, pois, como vimos, no Direito Penal vigora o princípio
da intranscendência da pena, ou seja, a pena não pode passar da
pessoa do criminoso. Assim, com a morte deste, cessa o direito de punir
do Estado.
A anistia, a graça e o indulto são modalidades muito parecidas de
extinção da punibilidade. Entretanto, não se confundem.
A anistia exclui o próprio crime, ou seja, o Estado determina que as
condutas praticadas (já praticadas, ou seja, fatos consumados) pelos
agentes não sejam consideradas crimes. A anistia pode ser concedida pelo
Poder Legislativo, e pode ser conferida a qualquer momento (inclusive após
a sentença penal condenatória transitada em julgado), fazendo cessar
todos os efeitos PENAIS da condenação (ex.: reincidência).
EXEMPLO: Determinados policiais militares resolvem fazer greve por
melhores salários, condições de trabalho, etc. Na greve, fazem piquetes,
acabam coagindo colegas, etc. Tais pessoas estarão praticando crime.
Contudo, posteriormente, o Poder Legislativo verifica que são pessoas
boas, que agiram no impulso, compelidas pela precária situação da
Corporação e, portanto, decide ANISTIÁ-LOS, ou seja, o Poder Público irá
“esquecer” que tais crimes foram praticados (aqueles crimes praticados
naquelas circunstâncias, ou seja, somente aqueles ali mesmo!).

Alguns autores diferenciam a anistia em anistia própria e anistia


imprópria. A anistia própria seria aquela concedida ANTES da
condenação e anistia imprópria seria aquela concedida APÓS a
condenação.

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Pode, ainda, ser: !
•! Irrestrita ou restrita – Será irrestrita quando se dirigir a todos
os agentes. Será restrita quando exigir do agente determinada
qualidade específica (ser primário, por exemplo).
•! Incondicionada ou condicionada – Será incondicionada
quando não impuser nenhuma condição. Será condicionada
quando impuser uma condição para sua validade (Como, por
exemplo, a reparação do dano causado).
•! Comum ou especial – A primeira é destinada a crimes comuns,
e a segunda é destinada a crimes políticos.
Já a Graça e o indulto são bem mais semelhantes entre si, pois
não excluem o FATO criminoso em si, mas apenas extinguem a
punibilidade em relação a determinados agentes (podem ser
todos), e só podem ser concedidos pelo Presidente da República.
EXEMPLO: Imaginemos que, no exemplo da greve dos policiais militares,
o Presidente da República assinasse um Decreto concedendo indulto a
150 dos 300 policiais militares envolvidos. Percebam que o fato criminoso
não foi “esquecido” pelo Estado. Houve apenas a extinção da punibilidade
em relação a alguns infratores. Assim, a ANISTIA atinge o FATO (e
por via reflexa, a punibilidade). A graça e o indulto atingem
DIRETAMENTE A PUNIBILIDADE.

A Graça é conferida de maneira individual, e o indulto é conferido


coletivamente (a um grupo que se encontre na mesma situação).
A anistia só pode ser causa de extinção total da punibilidade (pois,
como disse, exclui o próprio crime). Já a Graça e o indulto podem ser
parciais.
Pode ser extinta a punibilidade, também, pelo fenômeno da abolitio
criminis, nos termos do art. 107, III do CP. Como vimos, a abolitio
criminis ocorre quando surge lei nova que deixa de considerar o
fato como crime.
CUIDADO! Não confundam abolitio criminis com anistia. A abolitio
criminis não se dirige a um fato criminoso específico, já praticado, A
abolitio criminis simplesmente faz desaparecer a própria figura típica
prevista na Lei, ou seja, a conduta incriminada (o tipo penal) deixa de
existir.

Pode ocorrer, ainda, de o ofendido, nos crimes de ação penal privada,


renunciar ao direito de oferecer queixa, ou conceder o perdão ao
acusado. Nesses casos, também estará extinta a punibilidade.
A renúncia ao direito de queixa ocorre quando, dentro do prazo de seis
meses de que dispõe o ofendido para oferecê-la, este renuncia ao direito,
de maneira expressa ou tácita. A renúncia tácita ocorre quando o
(98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!58!()!23!
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ofendido pratica algum ato incompatível com a intenção de !
processar o agente (quando, por exemplo, convida o infrator pra ser seu
padrinho de casamento).
O perdão, por sua vez, é muito semelhante à renúncia, com a ressalva
de que o perdão só pode ser concedido quando já ajuizada a ação
penal privada, e que o simples oferecimento do perdão, por si só, não
gera a extinção da punibilidade, devendo o agente aceitar o perdão.
Ocorrendo a renúncia ao direito de queixa, ou o perdão do
ofendido, e sendo este último aceito pelo querelado (autor do fato),
estará extinta a punibilidade.
Em determinados crimes o Estado confere o perdão ao infrator, por
entender que a aplicação da pena não é necessária. É o chamado “perdão
judicial”. É o que ocorre, por exemplo, no caso de homicídio culposo no
qual o infrator tenha perdido alguém querido (Lembram-se do caso Herbert
Viana?). Essa hipótese está prevista no art. 121, § 5° do CP:
§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena,
se as conseqüências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave
que a sanção penal se torne desnecessária. (Incluído pela Lei nº 6.416, de
24.5.1977)
Então, nesse caso, ocorrendo o perdão judicial, também estará extinta
a punibilidade. Além disso, o art. 120 do CP diz que se houver o perdão
judicial, esta sentença que concede o perdão judicial não é considerada
para fins de reincidência (apesar de ser uma sentença condenatória).
‘Nos termos do inciso VI do art. 107, a retratação do agente
também é hipótese de extinção da punibilidade, nos casos em que
a lei a admite. Acontece isto, por exemplo, nos crimes de calúnia ou
difamação, nos quais a lei admite a retratação como causa de extinção da
punibilidade, se realizada antes da sentença. Nos termos do art. 143 do
CP:
Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da
calúnia ou da difamação, fica isento de pena.

Há, também, a extinção da punibilidade pela decadência ou pela


perempção. A decadência ocorre quando a vítima deixa de ajuizar a
ação penal dentro do prazo, ou quando deixa de oferecer a
representação dentro do prazo (nos casos de crimes de ação penal
privada e de ação penal pública condicionada à representação,
respectivamente). O prazo é de seis meses a contar da data em que a
vítima passa a saber quem foi o autor do fato.
A perempção, por sua vez, é a extinção da ação penal privada
pelo “desleixo” da vítima (quando deixa de dar seguimento à ação, deixa
de comparecer a alguma ato processual a que estava obrigado, etc.). Está
prevista no art. 60 do CPP:
Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-
se-á perempta a ação penal:

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I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do !
processo durante 30 dias seguidos;
II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não
comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60
(sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o
disposto no art. 36;
III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a
qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o
pedido de condenação nas alegações finais;
IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar
sucessor.!

6.3.! Prescrição
Enfim, a clássica e mais comum hipótese de extinção da punibilidade:
a PRESCRIÇÃO. A prescrição é a perda do poder de exercer um direito em
razão da inércia do seu titular. Ou seja, é o famoso “camarão que dorme
a onda leva”.
A prescrição pode ser dividida basicamente em duas espécies:
Prescrição da pretensão punitiva e prescrição da pretensão
executória.
A primeira pode ocorrer quando ainda não há sentença penal
condenatória transitada em julgado, e a segunda pode ocorrer
somente depois de já haver sentença penal condenatória transitada
em julgado. Vamos estudá-las em tópicos separados.

6.3.1.! Prescrição da pretensão punitiva


Aqui o Estado ainda não aplicou (em caráter definitivo) uma sanção
penal ao agente que praticou a conduta criminosa.
Mas qual é o prazo de prescrição? O prazo prescricional varia de
crime para crime, e é definido tendo por base a pena máxima
estabelecida, em abstrato, para a conduta criminosa. Nos termos do art.
109 do CP:
Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o
disposto no § 1o do art. 110 deste Código, regula-se pelo máximo da pena
privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se: (Redação dada pela
Lei nº 12.234, de 2010).
I - em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze;
II - em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito anos e não
excede a doze;
III - em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro anos e não excede
a oito;
IV - em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois anos e não excede a
quatro;
V - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior,
não excede a dois;

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VI - em 3 (três) anos, se o máximo da pena é inferior a 1 (um) ano. (Redação !
dada pela Lei nº 12.234, de 2010).
Prescrição das penas restritivas de direito
Parágrafo único - Aplicam-se às penas restritivas de direito os mesmos
prazos previstos para as privativas de liberdade. (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Assim, no crime de homicídio simples, por exemplo, para o qual a lei


estabelece pena máxima de 20 anos (art. 121 do CP), o prazo
prescricional é de 20 anos, pois a pena máxima é superior a 12
anos. O crime de furto simples, por exemplo, (art. 155 do CP) prescreve
em oito anos, pois a pena máxima prevista é quatro anos.

CUIDADO! O prazo de prescrição do crime não é igual


à pena máxima a ele estabelecida, mas é calculado através de uma
tabela que leva em consideração a pena máxima!

Mas professor, quando começa a correr o prazo prescricional?


Simples, meus caros. A resposta para esta pergunta está no art. 111 do
CP:
Art. 111 - A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, começa
a correr: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - do dia em que o crime se consumou; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
II - no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa; (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
III - nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência; (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
IV - nos de bigamia e nos de falsificação ou alteração de assentamento do
registro civil, da data em que o fato se tornou conhecido. (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
V - nos crimes contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes, previstos
neste Código ou em legislação especial, da data em que a vítima completar 18
(dezoito) anos, salvo se a esse tempo já houver sido proposta a ação penal.
(Redação dada pela Lei nº 12.650, de 2012)

Apenas um comentário em relação a este artigo: A regra, aqui, é de


que o prazo prescricional comece a fluir no dia em que o crime se consuma.

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CUIDADO! Lembrem-se de que o crime se considera


praticado (tempo do crime) quando ocorre a conduta, e não a
consumação. Assim:
Tempo do crime – Momento da conduta
Início do prazo prescricional – Momento da consumação
Prestem atenção para não errarem isso, pois esta é uma pegadinha que
pode derrubar vocês no concurso.
EXEMPLO: Em 10.01.2010 José atira em Maria, querendo sua morte.
Maria vai para o Hospital e só vem a falecer em 15.04.2010. No caso em
tela, o tempo do crime é o dia 10.01.2010 (data em que foi praticado o
delito). O início do prazo prescricional, porém, terá como base o dia
15.04.2010, eis que somente nesta data o delito se consumou.

Como nos crimes tentados não há propriamente consumação (pois


não há resultado naturalístico esperado), o prazo prescricional começa
a fluir da data em que cessa a atividade criminosa, mesmo critério
utilizado para os crimes permanentes.
Na hipótese de pena de multa, como calcular o prazo
prescricional? Se a multa for prevista ou aplicada isoladamente, o
prazo será de dois anos. Porém, se a multa for aplicada ou prevista
cumulativamente com a pena de prisão (privativa de liberdade), o prazo de
prescrição será o mesmo estabelecido para a pena privativa de liberdade.
Isto é que se extrai do art. 114 do CP:
Art. 114 - A prescrição da pena de multa ocorrerá: (Redação dada pela Lei nº
9.268, de 1º.4.1996)
I - em 2 (dois) anos, quando a multa for a única cominada ou aplicada;
(Incluído pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)
II - no mesmo prazo estabelecido para prescrição da pena privativa de
liberdade, quando a multa for alternativa ou cumulativamente cominada ou
cumulativamente aplicada. (Incluído pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)

A prescrição da pretensão punitiva pode ser a “ordinária”, que é esta


que vimos até agora (e utiliza a pena máxima prevista como base), mas
também pode ser a “intercorrente”.
A prescrição da pretensão punitiva em sua modalidade
“intercorrente” é aquela que ocorre DEPOIS da sentença penal
condenatória, quando há trânsito em julgado para a ACUSAÇÃO, mas não
para a defesa.
Como assim? Imagine que José tenha sido condenado pelo crime de
homicídio a 06 anos de reclusão. A acusação não recorre, por entender que

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a pena está num patamar razoável. A defesa, porém, recorre da sentença. !
Neste caso nós temos o chamado “trânsito em julgado para a acusação”,
ou seja, somente a defesa pode “se dar bem” daqui pra frente, já que
quando o Tribunal for apreciar o recurso de apelação não poderá prejudicar
o réu (recorrente), pelo princípio da non reformatio in pejus.
Bom, considerando o exemplo acima, como a defesa não pode ser
prejudicada no julgamento de seu recurso, podemos chegar à conclusão de
que o máximo de pena que José irá receber será 06 anos (a pena atual). A
partir deste momento o prazo prescricional passa a ser calculado tendo
como base esta pena aplicada (e não mais a pena máxima em abstrato).
Vejam que há uma implicação prática: Neste caso, o prazo
prescricional diminui consideravelmente: Antes, o prazo prescricional
(ordinário) era de 12 anos (pois a pena máxima é de 20 anos). Agora, o
prazo prescricional a ser considerado (intercorrente) será de 12
anos (pois a pena aplicada é de 06 anos. Está entre 04 e 08, nos termos
do art. 109, III do CP).
Vejamos o art. 110, §1º do CP:
Art. 110 (...)
§ 1º A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado
para a acusação ou depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena
aplicada, não podendo, em nenhuma hipótese, ter por termo inicial data
anterior à da denúncia ou queixa. (Redação dada pela Lei nº 12.234, de 2010).!

A prescrição intercorrente, por sua vez, pode ser:


•! Superveniente – Quando ocorre entre o trânsito em julgado da
sentença condenatória para a acusação e o trânsito em julgado
da sentença condenatória em definitivo (tanto para a acusação
quanto para defesa).
•! Retroativa – Quando, uma vez tendo havido o trânsito em
julgado para a acusação, se chega à conclusão de que, naquele
momento, houve a prescrição da pretensão punitiva entre a data
da denúncia (ou queixa) e a sentença condenatória.
Vejamos o esquema:

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Esse é o sistema que vigora atualmente. Antes da Lei 12.234/10 havia


uma outra hipótese de prescrição retroativa, que era a que ocorria entre o
fato criminoso e o recebimento da denúncia ou queixa. Atualmente essa
hipótese NÃO EXISTE MAIS.
Isso significa que não há mais hipótese de ocorrer prescrição
entre a data do fato e a data do recebimento da denúncia ou queixa?
Não, não é isso que ocorreu. O que não pode mais ocorrer é a prescrição
RETROATIVA (ou seja, aquela calculada com base na pena aplicada) entre
a data do fato e a data do recebimento da denúncia ou queixa. Nada
impede, porém, que nesse lapso temporal ocorra a prescrição da pretensão
punitiva ordinária (ou comum).
CUIDADO! Tal previsão (vedação à prescrição retroativa tendo como
marco inicial data anterior ao recebimento da denúncia ou queixa) é
muito prejudicial ao réu, pois lhe retira uma possibilidade de ver sua
punibilidade extinta. Desta forma, NÃO poderá retroagir para alcançar
crimes praticados ANTES de sua entrada em vigora (Em 2010). Assim,
aos crimes praticados ANTES da Lei 12.234/10, é possível
aplicarmos a prescrição retroativa entre a data da consumação do delito
e o recebimento da denúncia ou queixa.

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Vou utilizar um caso exemplificativo para que possamos esclarecer as
diversas hipóteses de prescrição da pretensão punitiva:

EXEMPLO: Marcelo pratica o crime de furto em 01.01.1994. A denúncia


é recebida em 10.06.2001. Marcelo é condenado em 10.07.2006 a 02
anos de reclusão. O MP não recorre (com trânsito em julgado para a
acusação em 25.07.2006), mas a defesa apresenta recurso, que é julgado
e improvido (a pena é mantida), tendo havido o efetivo trânsito em
julgado em 10.01.2014.
Vejamos as hipóteses:
PRESCRIÇÃO COMUM: Como a pena máxima prevista em abstrato
para o furto é de 04 anos, o prazo prescricional seria de 08 anos (art.
109, IV do CP). Entre a data da consumação do delito e o recebimento
da denúncia não ocorreu tal prescrição, eis que se passaram apenas 07
anos e alguns meses. Também não ocorreu tal prescrição posteriormente
(pois não se passaram mais de 08 anos entre uma interrupção da
prescrição e outra).
PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE SUPERVENIENTE: Aqui
devemos considerar como parâmetro a pena efetivamente aplicada (02
anos), de forma que o prazo prescricional a ser utilizado será de 04 anos
(art. 109, V do CP). Podemos verificar que entre o trânsito em julgado
para a acusação e o trânsito em julgado efetivo (para ambos), passaram-
se mais de 04 anos, de forma que podemos dizer que HOUVE a prescrição
da pretensão punitiva intercorrente SUPERVENIENTE.
PRESCRIÇÃO RETROATIVA: Da mesma forma que a anterior, terá
como base a pena efetivamente aplicada (02 anos), logo, o prazo
prescricional utilizado será de 04 anos. Podemos verificar que entre o
recebimento da denúncia e a sentença condenatória passaram-se mais
de 04 anos (pouco mais de cinco anos). Assim, podemos dizer que
OCORREU a prescrição da pretensão punitiva retroativa.
Neste caso, como a prescrição retroativa ocorreu, e isso podia ser
verificado já em 25.07.06, sequer chegaríamos a ter a prescrição
superveniente (utilizei apenas para facilitar a compreensão).
ATENÇÃO! Como o crime foi praticado antes da Lei 12.234/10, seria
possível reconhecer a prescrição retroativa entre a data da consumação
do delito e data do recebimento da denúncia.

Como nós acabamos de verificar, existem fatos que interrompem a


prescrição. São eles:
•! Recebimento da denúncia ou queixa
•! Pronúncia
•! Decisão confirmatória da pronúncia

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•! Publicação da sentença ou acórdão condenatórios !
recorríveis
•! Início ou continuação do cumprimento da pena – Só se
aplica à prescrição da pretensão executória
•! Reincidência - Só se aplica à prescrição da pretensão
executória

Uma vez interrompido o curso do prazo prescricional, este voltará a


correr novamente, do zero, a partir da data da interrupção (salvo no caso
de Início ou continuação do cumprimento da pena).
Além disso, fora as duas últimas hipóteses, nas demais, ocorrendo a
interrupção da prescrição em relação a um dos autores do crime, tal
interrupção se estenderá aos demais.
O CP prevê, ainda, hipóteses nas quais a prescrição não corre, tanto
no que se refere à prescrição da pretensão punitiva quanto à prescrição da
pretensão executória, embora as circunstâncias sejam diferentes para cada
uma delas. Nos termos do art. 116 e seu § único, do CP:
Causas impeditivas da prescrição
Art. 116 - Antes de passar em julgado a sentença final, a prescrição não corre:
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que dependa o
reconhecimento da existência do crime; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
II - enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro.(Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - Depois de passada em julgado a sentença condenatória, a
prescrição não corre durante o tempo em que o condenado está preso por outro
motivo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Assim, nestes casos, o prazo prescricional não corre, ficando


suspenso. Uma vez resolvida a questão que causava a suspensão,
ele volta a correr de onde parou (diferente da interrupção,
portanto).

6.3.2.! Prescrição da pretensão executória


Como disse a vocês, a prescrição pode ocorrer antes do trânsito
em julgado (prescrição da pretensão punitiva) ou depois do trânsito
em julgado (quando teremos a prescrição da pretensão
executória). Esta última ocorre quando o Estado condena o indivíduo, de
maneira irrecorrível, mas não consegue fazer cumprir a decisão.
Nos termos do art. 110 do CP:
Art. 110 - A prescrição depois de transitar em julgado a sentença condenatória
regula-se pela pena aplicada e verifica-se nos prazos fixados no artigo anterior,
os quais se aumentam de um terço, se o condenado é reincidente. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

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Assim, na hipótese do crime de homicídio, conforme o exemplo dado
anteriormente, antes de transitar em julgado a sentença condenatória, o
prazo prescricional é regulado pela pena máxima cominada ao crime em
abstrato, de acordo com a tabelinha do art. 109 do CP. Após o trânsito
em julgado, o parâmetro utilizado pela lei para o cálculo do prazo
prescricional deixa de ser a pena máxima prevista e passa a ser a
pena efetivamente aplicada.
Assim, se no crime de homicídio simples, que tem pena prevista de 06
a 20 anos, o agente for condenado a apenas 06 (seis) anos de reclusão, o
prazo prescricional passa a ser de apenas 12 (doze) anos, nos termos do
art. 109, III do CP.
O art. 112 do CP estabelece o marco inicial (termo a quo) do prazo
prescricional da pretensão executória:
Art. 112 - No caso do art. 110 deste Código, a prescrição começa a correr:
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - do dia em que transita em julgado a sentença condenatória, para a
acusação, ou a que revoga a suspensão condicional da pena ou o livramento
condicional; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - do dia em que se interrompe a execução, salvo quando o tempo da
interrupção deva computar-se na pena. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)

Lembrando que o início de cumprimento da pena é causa de


interrupção da prescrição.
O art. 112, I foi (e ainda é) muito criticado na Doutrina (recebendo
algumas críticas na Jurisprudência também). Isto porque ele determina
que o termo inicial da prescrição da pretensão EXECUTÓRIA
ocorrerá com o trânsito em julgado para a ACUSAÇÃO.
Isso significa que se houver o trânsito em julgado para a acusação mas
não para a defesa (apenas a defesa recorreu), já estaria correndo o prazo
prescricional da PRETENSÃO EXECUTÓRIA.
As críticas, bastante fundamentadas, se dirigiam ao fato de que
considerar a pretensão executória, neste momento, violaria a presunção
de inocência, eis que ainda não houve o trânsito em julgado para
ambas as partes.
Outra crítica, muito importante, se refere ao fato de que a prescrição
é a perda de um direito em razão da INÉRCIA de seu titular. No caso da
prescrição da pretensão EXECUTÓRIA seria a perda do direito de executar
a pena em razão da INÉRCIA do Estado em agir. Contudo, como não houve
trânsito em julgado para a defesa, o Estado AINDA NÃO PODE EXECUTAR
A PENA! Ora, se o Estado não pode executar a pena, como pode ser
punido com a perda deste direito, se não podia exercê-lo??

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A “gritaria” não foi aceita pela Jurisprudência, que firmou !
entendimento no sentido de que o termo inicial da prescrição da pretensão
EXECUTÓRIA ocorre com o trânsito em julgado para a acusação.
Contudo, apesar de reconhecer que o termo inicial da prescrição da
pretensão executória ocorre com o trânsito em julgado para a acusação, o
STJ decidiu que antes de haver o trânsito em julgado para AMBAS AS
PARTES a prescrição da pretensão executória NÃO PODE SER
RECONHECIDA.
Resumidamente: O prazo prescricional começa a correr com o
trânsito em julgado para a acusação, mas eventual reconhecimento da
efetiva ocorrência da prescrição (executória) somente terá
cabimento APÓS o trânsito em julgado para ambas as partes.

6.3.3.! Disposições importantes sobre a prescrição


Vou elencar no quadrinho abaixo alguns pontos importantes sobre o
tema:

REDUÇÃO DOS PRAZOS DE PRESCRIÇÃO: Em alguns casos, a Lei


estabelece que o prazo prescricional será reduzido. É o caso do art. 115
do CP, que estabelece que os prazos prescricionais serão reduzidos pela
metade quando o infrator possuir menos de 21 anos na data do
crime ou mais de 70 na data da sentença.
AUMENTO DO PRAZO PRESCRICIONAL: Se o condenado é
reincidente, o prazo de prescrição da pretensão EXECUTÓRIA aumenta-
se em um terço. Não se aplica tal aumento aos prazos de prescrição da
pretensão punitiva, conforme SÚMULA Nº 220 DO STJ: “a reincidência não
influi no prazo da prescrição da pretensão punitiva”.

PRESCRIÇÃO EM PERSPECTIVA (ANTECIPADA, PROJETADA OU


VIRTUAL): Tal modalidade, uma criação jurisprudencial, nunca teve
fundamento no CP. Consiste na configuração da prescrição tendo como
base uma eventual futura pena a ser aplicada ao acusado. Assim, o Juiz
analisava o caso e, verificando que o réu, por exemplo, receberia pena
mínima (por ser primário, de bons antecedentes, etc.), utilizava esta
pena mínima como parâmetro para o prazo prescricional. Isto não existe
e atualmente é vedado pelo STJ, que sumulou o entendimento no sentido
de que isso não possui qualquer previsão legal (SÚMULA Nº 438: “é
inadmissível a extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva com
fundamento em pena hipotética, independentemente da existência ou sorte do processo
penal”.)

PRESCRIÇÃOS DAS MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS: Os menores não


são julgados de acordo com as normas do CP, mas de acordo com o

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Estatuto da Criança e do Adolescente. Contudo, as normas referentes à!
prescrição são aplicáveis às medidas socioeducativas (sanções penais
aplicáveis aos adolescentes). Vejamos a SÚMULA 338 DO STJ: “a
prescrição penal é aplicável nas medidas sócio-educativas”.

7.! DA AÇÃO PENAL NO CÓDIGO PENAL


Nos termos do art. 100 do Código Penal:
Art. 100 - A ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a declara
privativa do ofendido. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - A ação pública é promovida pelo Ministério Público, dependendo, quando
a lei o exige, de representação do ofendido ou de requisição do Ministro da
Justiça. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - A ação de iniciativa privada é promovida mediante queixa do ofendido
ou de quem tenha qualidade para representá-lo. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
§ 3º - A ação de iniciativa privada pode intentar-se nos crimes de ação pública,
se o Ministério Público não oferece denúncia no prazo legal. (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

A regra é a de que a ação penal seja pública, nos termos do caput


do art. 100 do CP, só sendo privada quando a lei expressamente assim
disser.
Conforme o esquemático, para facilitar a compreensão de vocês:

AÇÃO PENAL

PÚBLICA

INCONDICIONADA CONDICIONADA

REPRESENTAÇÃO DO
OFENDIDO

REQUISIÇÃO DO MINISTRO
DA JUSTIÇA

PRIVADA

SUBSIDIÁRIA DA
EXCLUSIVA PERSONALÍSSIMA
PÚBLICA

Assim pode se resumir, graficamente, as espécies de ação penal


previstas em nosso ordenamento jurídico.
O art. 101 do CP traz uma regra inócua, desnecessária, mas que vocês
devem saber:

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Art. 101 - Quando a lei considera como elemento ou circunstâncias do tipo legal
!
fatos que, por si mesmos, constituem crimes, cabe ação pública em relação
àquele, desde que, em relação a qualquer destes, se deva proceder por
iniciativa do Ministério Público. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Trata-se da ação penal no crime complexo, que é o crime formado


pela junção de dois outros tipos penas. Exemplo: Roubo = furto + lesão
corporal ou ameaça. Assim, se um dos crimes for de ação penal pública
incondicionada, ainda que o outro não o seja, caberá ação penal pública.
O CP traz, ainda, algumas outras regrinhas em relação à ação penal:
Irretratabilidade da representação
Art. 102 - A representação será irretratável depois de oferecida a denúncia.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Decadência do direito de queixa ou de representação
Art. 103 - Salvo disposição expressa em contrário, o ofendido decai do direito
de queixa ou de representação se não o exerce dentro do prazo de 6 (seis)
meses, contado do dia em que veio a saber quem é o autor do crime, ou, no
caso do § 3º do art. 100 deste Código, do dia em que se esgota o prazo para
oferecimento da denúncia. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Renúncia expressa ou tácita do direito de queixa
Art. 104 - O direito de queixa não pode ser exercido quando renunciado
expressa ou tacitamente. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - Importa renúncia tácita ao direito de queixa a prática de ato
incompatível com a vontade de exercê-lo; não a implica, todavia, o fato de
receber o ofendido a indenização do dano causado pelo crime. (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Perdão do ofendido
Art. 105 - O perdão do ofendido, nos crimes em que somente se procede
mediante queixa, obsta ao prosseguimento da ação. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
Art. 106 - O perdão, no processo ou fora dele, expresso ou tácito: (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - se concedido a qualquer dos querelados, a todos aproveita; (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - se concedido por um dos ofendidos, não prejudica o direito dos outros;
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
III - se o querelado o recusa, não produz efeito. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - Perdão tácito é o que resulta da prática de ato incompatível com a
vontade de prosseguir na ação. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
§ 2º - Não é admissível o perdão depois que passa em julgado a sentença
condenatória. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Muita coisa do que está aí também está prevista no CPP. Vamos


sintetizar estas regras da seguinte forma:
•! Representação do ofendido – Irretratável após o
oferecimento da denúncia. Deve ser exercida dentro de seis

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meses, a contar da data em que o ofendido toma conhecimento !
da autoria do delito.
•! Queixa - Deve ser exercida dentro de seis meses, a contar da
data em que o ofendido toma conhecimento da autoria do delito.
Não pode ser exercido se houve renúncia tácita ou expressa.
•! Perdão do ofendido – Uma vez oferecido e aceito, é causa de
extinção da punibilidade. Se concedido a qualquer dos
querelados, a todos aproveita (o querelado pode se recusar a
receber o perdão). Se concedido por um dos ofendidos, não
prejudica o direito dos outros. Pode ser tácito ou expresso, e
pode ser oferecido até o trânsito em julgado.

8.! RESUMO
APLICAÇÃO DA PENA
Aplicação das penas privativas de liberdade
Sistema adotado – Sistema trifásico
SISTEMA TRIFÁSICO DE APLICAÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE
LIBERDADE
•! Fixação da pena-base
•! Aplicação de agravantes e atenuantes
•! Aplicação de causas de aumento e diminuição da pena

Fixação da pena base


O Juiz fixa a pena base do condenado, considerando as chamadas
“circunstâncias judiciais”. São elas:
!! Culpabilidade
!! Antecedentes do réu
!! Conduta social do réu
!! Personalidade do réu
!! Motivos determinantes do delito
!! Circunstâncias e consequências do crime,
!! Comportamento da vítima
OBS.: Nesta etapa, ainda que as circunstâncias judiciais sejam
extremamente favoráveis ao condenado, não pode o Juiz fixar a pena-
base abaixo do mínimo legal.
OBS.: As circunstâncias judiciais possuem um caráter subsidiário, ou seja,
só podem ser levadas em consideração se não tiverem sido consideradas
na previsão do tipo penal e não constituam circunstâncias legais
(agravantes ou atenuantes) ou causas de aumento e diminuição da pena
(visando evitar bis in idem, ou seja, dupla punição pela mesma
circunstância).

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OBS.: Na fixação da pena-base, o Juiz deve partir do mínimo legal, e só !
poderá sair desse patamar se estiverem presentes circunstâncias
desfavoráveis, devendo fundamentar a sua decisão.

Tópicos importantes
Maus antecedentes – O STJ e o STF entendem que a mera existência de
Inquéritos Policiais e ações penais em curso, sem trânsito em julgado, não
podem ser considerados como maus antecedentes para aumento da pena-
base, pois isso seria violação ao princípio da presunção de inocência
(súmula 444 do STJ). OBS.: Há possível indicação de mudança de
entendimento, a partir do julgamento do HC 126.292 (STF).
Condenação anterior – Não pode ser considerada como mau
antecedente, pois já é considerada como reincidência (agravante).
Consequências do crime - Para que possam caracterizar circunstância
judicial apta a aumentar pena base, devem ser consequências que não
sejam aquelas naturais do delito.
Gravidade abstrata do delito e aumento da pena base ou fixação de
regime de cumprimento de pena mais gravoso – Não pode o julgador
aumentar a pena base apenas por entender que o delito é, abstratamente,
grave.

Segunda fase: agravantes e atenuantes


São circunstâncias legais, que agravam ou atenuam a pena fixada
inicialmente (pena-base).
"! As agravantes genéricas estão previstas nos arts. 61 a 62 do CP, e
SÃO UM ROL TAXATIVO (somente aquelas).
"! As atenuantes genéricas (favoráveis ao réu) estão previstas no art.
65 do CP, e são um ROL MERAMENTE EXEMPLIFICATIVO
"! A Lei Penal não estabelece uma quantidade de diminuição ou
aumento que deva ser aplicada. Esse critério é do Juiz.
"! A Doutrina entende, ainda, que as agravantes só se aplicam aos
crimes dolosos (majoritária), exceto a agravante da reincidência.
"! Agravantes e atenuantes não podem conduzir a pena abaixo do
mínimo ou acima do máximo legal.

Reincidência
Conceito – Ocorre quando o agente pratica novo crime após ter sido
condenado anteriormente por outro crime. Também ocorre reincidência
quando o agente pratica contravenção tendo sido anteriormente condenado
por crime ou contravenção.
E se o agente pratica crime após ter sido condenado anteriormente
por contravenção? Em razão de falha legislativa, deve ser considerado
primário.

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INFRAÇÃO INFRAÇÃO RESULTADO
ANTERIOR POSTERIOR
CRIME CRIME REINCIDENTE
CRIME CONTRAVENÇÃO REINCIDENTE
CONTRAVENÇÃO CONTRAVENÇÃO REINCIDENTE
CONTRAVENÇÃO CRIME PRIMÁRIO

OBS.: A reincidência só ocorrerá se o crime novo for praticado no período


de até cinco anos a partir da data EM QUE A PENA ANTERIOR SE EXTINGUIU
(e não a data da sentença), computando-se o período de prova da
suspensão condicional da pena ou do livramento condicional, se não tiver
havido revogação. ESSE PERÍODO SE CHAMA PERÍODO DEPURADOR.
OBS.: Os crimes militares e os crimes políticos não geram reincidência no
campo penal comum.

Tópicos importantes sobre a segunda fase de aplicação da pena


Coexistência de circunstâncias agravantes e atenuantes. Preponderância:
•! Menoridade do agente (ser menor de 21 anos à época do
fato) – PREPONDERA SOBRE TODAS!
•! Aquelas relativas aos motivos determinantes do crime, da
personalidade do agente e da reincidência.
•! Outras circunstâncias
E se forem do mesmo patamar? Haverá a compensação da agravante
com a atenuante.
! STJ - É possível a compensação entre a agravante da reincidência
com a atenuante da confissão espontânea (REsp 1360952/DF). O
Juiz pode deixar de compensar, fazendo preponderar a reincidência,
diante das circunstâncias (multirreincidente, por exemplo).

Terceira fase: causas de aumento e diminuição


As causas de aumento e diminuição são obrigatórias ou facultativas
(dependendo do caso), podendo estar previstas na parte geral ou na parte
especial (genéricas ou específicas), podendo, ainda, ser fixas ou variáveis.
OBS.: Aqui a pena pode ficar abaixo do mínimo ou acima do máximo legal
previsto no tipo penal.
Coexistência de causas de aumento e diminuição
Se forem de natureza diversa aplicam-se ambas (aplicam-se primeiro as
causas de aumento, e depois, as causas de diminuição).

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Em sendo da mesma natureza, o Juiz deve proceder conforme o quadro !
abaixo:
Ambas da parte O Juiz deve aplicar
CONCURSO ENTRE geral ambas
CAUSAS DE Ambas da parte O Juiz aplica a causa
AUMENTO especial que mais aumente
(art. 68, § único do
CP)
Uma da parte geral e Aplicam-se ambas
outra da parte
especial
CONCURSO ENTRE Ambas da parte O Juiz deve aplicar
CAUSAS DE geral ambas
DIMINUIÇÃO
Ambas da parte O Juiz aplica a causa
especial que mais diminua
(art. 68, § único do
CP)
Uma da parte geral e Aplicam-se ambas
outra da parte
especial

Disposições finais
Máximo de cumprimento de pena – O CP estabelece limite máximo de
cumprimento de pena, que é de 30 anos. Isso não impede que a pessoa
seja condenada a período superior a este.
E se durante o cumprimento da pena o agente é condenado por
nova infração, sendo-lhe aplicada nova pena privativa de
liberdade? Nesse caso, aplica-se uma nova unificação das penas, de
forma a começar, do zero, um novo prazo de 30 anos.

SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA – SURSIS


Conceito - Benefício concedido ao condenado em determinadas
circunstâncias, de forma que ele não cumpre a pena, mas se submete a um
período de fiscalização.
Requisitos objetivos
!! natureza da pena aplicada – A pena aplicada deve ser privativa de
liberdade.
!! Quantidade da pena aplicada – A pena aplicada não pode ser
superior a dois anos (regra). Se o condenado, porém, for maior
de 70 anos (sursis etário) ou enfermo (sursis humanitário), admite-
se a suspensão condicional da pena que não ultrapasse 04 anos

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(art. 77, § 2° do CP). Nos crimes ambientais, o sursis pode ser !
aplicado aos condenados à pena não superior a três anos.
!! A pena privativa de liberdade não deve ter sido substituída por
restritiva de direitos – Sursis só cabe quando não for possível a
substituição por penas restritivas de direitos.
Requisitos subjetivos
!! Não reincidência em crime doloso – Esta é a regra. EXCEÇÃO:
Se a pena aplicada tiver sido a de multa, poderá haver a suspensão
condicional da pena.
!! As circunstâncias pessoais do agente sejam favoráveis,
autorizando a concessão do benefício

Espécies de sursis
!! Simples – O condenado não reparou o dano e as circunstâncias
judiciais (art. 59 do CP) não lhe são muito favoráveis. É o sursis
comum, a regra.
!! Especial – Aqui o condenado reparou o dano (ou não teve
possibilidade de fazê-lo) e as circunstâncias judiciais (art. 59 do CP)
lhe são inteiramente favoráveis. Nessa hipótese o condenado não
precisa, no primeiro ano, se submeter à prestação de serviços à
comunidade ou limitação de fim de semana (serão substituídas pelas
condições do art. 78, §2º do CP).

Revogação do Sursis
Obrigatória – Ocorrerá nos casos de:
!! Condenação, por sentença irrecorrível, por crime doloso. OBS.:
Jurisprudência: se foi imposta apenas a multa por esse novo crime,
não há revogação obrigatória.
!! Não reparação do dano ou não pagamento da pena de multa (quando
for possível ao agente pagar)
!! Descumprimento de condição imposta (condições do art. 78, §1º do
CP)
Facultativa – Ocorrerá nos casos de:
!! Descumprimento de outras condições (afora as do art. 78, §1º do CP)
!! Condenação irrecorrível por crime culposo ou contravenção - É
necessário que a pena aplicada tenha sido restritiva de direitos ou
privativa de liberdade.

Prorrogação do período de prova


Ocorrerá em duas hipóteses:
!! Beneficiado está sendo processado por outro crime ou
contravenção – Prorrogação obrigatória e automática.

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!! Ocorrendo situação que autorize a revogação FACULTATIVA, !
caso o Juiz opte por não revogar, pode estender o prazo do
sursis até o máximo, caso já não tenha estendido antes –
Prorrogação facultativa e não automática.

OBS.: Durante o período de PRORROGAÇÃO, embora o condenado ainda


esteja cumprindo o sursis, não permanecem as obrigações legais (Doutrina
majoritária).
OBS.: Cumpridas todas as condições, expirando-se o prazo sem revogação,
estará extinta a punibilidade do condenado.

LIVRAMENTO CONDICIONAL
Conceito - Benefício concedido aos condenados a penas privativas de
liberdade superiores a dois anos, que permite a antecipação de sua
liberdade.
Requisitos objetivos
Quantidade da pena - A pena aplicada deve ter sido igual ou superior a
dois anos.
Parcela da pena já cumprida - A pena já deve ter sido razoavelmente
cumprida. O montante da pena já cumprida irá variar conforme as
condições do crime e do condenado:
!! Condenado não reincidente em crime doloso e que possua
bons antecedentes – Cumprimento de 1/3 da pena (Livramento
Condicional simples).
!! Condenado reincidente em crime doloso – Cumprimento de mais
da metade da pena (Livramento Condicional Qualificado).
!! Condenado por crime hediondo, desde que não seja
reincidente em crime hediondo – Cumprimento de 2/3 da pena
(Livramento condicional específico).
OBS.: Condenado não reincidente em crime doloso, mas também
não possui bons antecedentes – STJ: deve ser adotada a posição mais
favorável ao réu, permitindo-se a concessão do Livramento Condicional
Simples.

Reparação do dano – Requisito dispensado no caso de impossibilidade de


reparação e no caso de a vítima não ser encontrada para ser indenizada,
ou ainda, demonstrar desinteresse na reparação.

Requisitos subjetivos
Bom comportamento durante a execução da pena, aptidão para prover a
subsistência e bom desempenho no trabalho que lhe fora atribuído

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OBS.: No caso de crime doloso cometido com violência ou grave ameaça à !
pessoa é necessária, ainda, uma análise acerca da possibilidade de o
condenado voltar a delinquir.

Revogação
Obrigatória – Ocorre no caso de:
Condenação irrecorrível, a pena privativa de liberdade:
!! Por crime cometido durante o benefício
!! Por crime anterior – Neste caso, só será revogado se a soma das
penas formar um montante que impedisse a concessão do benefício
Revogação facultativa – Ocorre nos casos de:
!! Descumprimento de condição imposta
!! Condenação irrecorrível por crime ou contravenção, sendo aplicada
pena não privativa de liberdade

OBS.: A revogação impede nova concessão do benefício? Sim.


OBS.: O tempo em que o condenado esteve solto (em livramento
condicional) é abatido na pena privativa de liberdade que voltará a
cumprir? Em regra, não. EXCEÇÃO: no caso de revogação pela
condenação por crime anterior.

Extinção da punibilidade – Se, esgotado o prazo, o Livramento


Condicional não tiver sido revogado, considera-se extinta a pena privativa
de liberdade e, por conseguinte, extinta a punibilidade.

MEDIDAS DE SEGURANÇA
Conceito – Espécie de sanção penal aplicável àqueles que, embora tendo
cometido fato típico e ilícito, são inimputáveis ou semi-imputáveis em razão
de problemas mentais. Assim, é possível a aplicação de medida de
segurança a agentes culpáveis (semi-imputáveis).
Espécies – Internação e tratamento ambulatorial. O STJ possui algumas
decisões no sentido de que a modalidade de medida de segurança deve ser
aplicada de acordo com as necessidades médicas do agente.
Prazo – A sentença deve fixar um prazo mínimo, findo o qual deverá haver
um exame para saber se cessou a periculosidade do agente.
OBS.: Embora o CP não estabeleça um prazo máximo para as medidas de
segurança, o STF e o STJ não aceitam isso. O STF entende que a medida
de segurança não pode ultrapassar 30 anos, que é o prazo máximo de
uma pena privativa de liberdade. O STJ entende que o prazo máximo da
medida de segurança é o prazo máximo de pena estabelecido (em
abstrato) para o crime cometido (súmula 527 do STJ).

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EFEITOS DA CONDENAÇÃO !
Efeitos penais
Primário – pena
Secundários – Não são a finalidade principal da condenação, mas dela
decorrem:
!! Reincidência
!! Inscrição do nome do réu no rol dos culpados

Extrapenais
Genéricos - Incidem sobre toda e qualquer condenação:
•! Obrigação de reparar o dano
•! Perda em favor da União dos instrumentos do crime (se seu porte for
ilícito) e dos produtos ou proveitos do crime
OBS.: São automáticos

Específicos – Recaem apenas sobre condenações relativas a determinados


crimes, e não a todos os crimes em geral.
!! Perda de cargo, função pública ou mandato eletivo (a) nos crimes
praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a
Administração Pública – pena igual ou superior a 01 ano; b) Nos
demais casos – pena superior a 04 anos.
!! Incapacidade para o exercício do pátrio poder, tutela ou curatela, nos
crimes dolosos, sujeitos à pena de reclusão, cometidos contra filho,
tutelado ou curatelado.
!! Inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a
prática de crime doloso.
OBS.: NÃO são automáticos

REABILITAÇÃO
Conceito - É o instituto que visa à reinserção social do condenado, através
do sigilo referente às suas anotações criminais, bem como a suspensão
condicional de determinados efeitos secundários da condenação, de
natureza extrapenal.
Abrangência – A reabilitação:
!! Promove o sigilo referente às anotações criminais do reabilitado
!! Promove a suspensão dos efeitos extrapenais secundários da
condenação

Pressuposto - Que haja sentença condenatória transitada em julgado,


independentemente de qual pena foi aplicada (privativa de liberdade,
multa, etc.).

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Requisitos – Podem ser objetivos ou subjetivos: !
•! Requisitos objetivos – a) A extinção da pena (Pelo
cumprimento ou por outra forma) deve ter se dado há mais de
dois anos; b) Deve o condenado ter reparado o dano, ou provar
que não pode fazê-lo ou que a vítima renunciou a este direito;
•! Requisitos subjetivos – a) Domicílio no país – O condenado
deve ter residido no Brasil no período de dois anos após a
extinção da pena; b) Bom comportamento público e privado – O
condenado deve ter apresentado, neste período de dois anos,
um bom comportamento social.

Revogação - A reabilitação pode ser revogada, ainda, caso o reabilitado


seja condenado, COMO REINCIDENTE, por decisão IRRECORRÍVEL, à pena
que NÃO SEJA DE MULTA.
Assim, três são os requisitos para a revogação:
!! Condenação posterior
!! À pena que não seja de multa
!! Desde que o condenado seja reincidente

EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE

Punibilidade – Possibilidade de o Estado exercer seu jus puniendi (poder-


dever de punir).

Extinção da punibilidade – Perda do direito de exercer o jus puniendi.

CAUSAS DE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE DIVERSAS DA


PRESCRIÇÃO

Anistia - A anistia exclui o próprio crime, ou seja, o Estado determina que


as condutas praticadas (já praticadas, ou seja, fatos consumados) pelos
agentes não sejam consideradas crimes. Concedida pelo Poder Legislativo.
Só pode ser causa de extinção total da punibilidade. Faz cessar todos os
efeitos PENAIS da condenação (ex.: reincidência).

Graça - Conferida de maneira individual. Não exclui o FATO criminoso em


si, mas apenas extingue a punibilidade em relação a determinados agentes.
Sua concessão cabe ao Presidente da República. Pode ser causa parcial de
extinção da punibilidade.

Indulto - Conferida de maneira coletiva. Não exclui o FATO criminoso em


si, mas apenas extingue a punibilidade em relação a determinados agentes.
Sua concessão cabe ao Presidente da República. Pode ser causa parcial de
extinção da punibilidade.

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Abolitio criminis - Ocorre quando surge lei nova que deixa de considerar !
o fato como crime. Faz cessar todos os efeitos PENAIS da condenação
(ex.: reincidência).

Renúncia x perdão do ofendido x perdão judicial – conforme quadro


abaixo:

RENÚNCIA X PERDÃO DO OFENDIDO X PERDÃO JUDICIAL


PERDÃO DO RENÚNCIA PERDÃO JUDICIAL
OFENDIDO
Concedido pela Concedida pela Concedido pelo
VÍTIMA VÍTIMA Estado (Juiz)
Somente nos crimes Somente nos crimes Somente nos casos
de ação penal de ação penal previstos em Lei
privada privada
Depois de ajuizada Antes do Na sentença
a ação penal ajuizamento da ação
penal
Precisa ser aceito Não precisa ser Não precisa ser
pelo infrator aceito pelo infrator aceito pelo infrator

Decadência - Ocorre quando a vítima deixa de ajuizar a ação penal dentro


do prazo, ou quando deixa de oferecer a representação dentro do prazo. O
prazo é de seis meses a contar da data em que a vítima passa a saber
quem foi o autor do fato.

Perempção - Extinção da ação penal privada pela negligência do ofendido


na condução da causa.

Retratação do agente – Somente nos casos em que a lei a admite. Ex.:


difamação.

PRESCRIÇÃO

Conceito – Perda do jus puniendi pelo decurso do tempo.

Espécies – Prescrição da pretensão punitiva e prescrição da pretensão


executória

Prescrição da pretensão punitiva


Aqui o Estado ainda não aplicou (em caráter definitivo) uma sanção penal
ao agente que praticou a conduta criminosa.

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!! Prazo prescricional – Calculado com base na pena máxima em
abstrato prevista para o delito.
!! Início do prazo prescricional –
(1) do dia em que o crime se consumou
(2) no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa
(3) nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência
(4) nos de bigamia e nos de falsificação ou alteração de
assentamento do registro civil, da data em que o fato se tornou
conhecido
(5) nos crimes contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes,
da data em que a vítima completar 18 (dezoito) anos, salvo se já
tiver sido proposta a ação penal.

!! Prescrição da pena de multa - Se a multa for prevista ou aplicada


isoladamente, o prazo será de dois anos. Porém, se a multa for
aplicada ou prevista cumulativamente com a pena de prisão
(privativa de liberdade), o prazo de prescrição será o mesmo
estabelecido para a pena privativa de liberdade.

Prescrição da pretensão punitiva intercorrente


Verifica-se DEPOIS da sentença penal condenatória, com base na pena
efetivamente aplicada. Pode ser:
•! Superveniente – Quando ocorre entre o trânsito em julgado da
sentença condenatória para a acusação e o trânsito em julgado
da sentença condenatória em definitivo (tanto para a acusação
quanto para defesa).
•! Retroativa – Quando, uma vez tendo havido o trânsito em
julgado para a acusação, se chega à conclusão de que, naquele
momento, houve a prescrição da pretensão punitiva entre a data
da denúncia (ou queixa) e a sentença condenatória.

OBS.: Antes da Lei 12.234/10 havia possibilidade de ocorrência da


prescrição retroativa (com base na pena aplicada) entre a data do fato
criminoso (ou outro marco inicial) e o recebimento da denúncia ou queixa.
Atualmente essa hipótese NÃO EXISTE MAIS.

Interrupção da prescrição – Uma vez interrompido o prazo, volta a


correr do zero. Interrompem a prescrição:
•! Recebimento da denúncia ou queixa
•! Pronúncia
•! Decisão confirmatória da pronúncia
•! Publicação da sentença ou acórdão condenatórios
recorríveis

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•! Início ou continuação do cumprimento da pena – não se !
estende aos demais autores do delito. Só se aplica à
prescrição da pretensão executória
•! Reincidência - não se estende aos demais autores do delito. Só
se aplica à prescrição da pretensão executória.

Prescrição da pretensão executória


Ocorre quando o Estado condena o indivíduo, de maneira irrecorrível, mas
não consegue fazer cumprir a decisão. Características:
!! Tem como base a pena aplicada
!! Início – (1) do dia em que transita em julgado a sentença
condenatória, para a acusação, ou a que revoga a suspensão
condicional da pena ou o livramento condicional; (2) do dia em que
se interrompe a execução, salvo quando o tempo da interrupção deva
computar-se na pena.

AÇÃO PENAL NO CÓDIGO PENAL


REGRA - A regra é a de que a ação penal seja pública, só sendo privada
quando a lei expressamente assim disser.
Espécies:
!! Pública – O titular é o MP. Pode ser incondicionada ou condicionada
(quando se exige representação do ofendido ou requisição do Ministro
da Justiça para que a ação possa ser ajuizada).
!! Privada – O titular é o ofendido. Pode ser exclusiva (maioria dos
casos) ou personalíssima (hipótese rara. Neste caso, somente o
próprio ofendido pode ajuizar a ação penal, não passando este direito
aos sucessores). Há, ainda, a ação penal privada subsidiária da
pública (o ofendido passa a ter, por um determinado período,
legitimidade para ajuizar ação penal privada em crime de ação
pública, porque o MP foi omisso).
Representação do ofendido – É irretratável após o oferecimento da
denúncia. Deve ser exercida dentro de seis meses, a contar da data em
que o ofendido toma conhecimento da autoria do delito.
Queixa - Deve ser exercida dentro de seis meses, a contar da data em que
o ofendido toma conhecimento da autoria do delito. Não pode ser exercido
se houve renúncia tácita ou expressa.
Perdão do ofendido – Uma vez oferecido e aceito, é causa de extinção da
punibilidade. Se concedido a qualquer dos querelados, a todos aproveita (o
querelado pode se recusar a receber o perdão). Se concedido por um dos
ofendidos, não prejudica o direito dos outros. Pode ser tácito ou expresso,
e pode ser oferecido até o trânsito em julgado.

Bons estudos!
Prof. Renan Araujo
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9.! EXERCÍCIOS DA AULA !

01.! (CESPE – 2015 – DPU – DEFENSOR PÚBLICO)


No que tange ao entendimento sumulado do STJ a respeito das espécies,
da cominação e da aplicação de penas e do regime de execução de penas
em espécie, julgue os itens subsecutivos.
A gravidade abstrata do delito justifica o estabelecimento de regime
prisional mais gravoso do que o cabível em razão da sanção imposta,
independentemente de a pena-base ter sido fixada no mínimo legal.

02.! (CESPE – 2015 – TJ-PB – JUIZ)


Segundo a doutrina dominante e o CP, o juiz, ao aplicar a pena, deve
a) aplicar pena inferior ao mínimo legal se houver circunstância atenuante.
b) agravar a sanção a ser aplicada a quem tiver coagido outrem a praticar
o crime no caso de concurso de pessoas.
c) valer-se de sua discricionariedade no que diz respeito à fixação do regime
prisional em que o condenado começará a cumprir a sanção.
d) indicar, no caso de condenado a pena de reclusão, que o cumprimento
da sanção deve ser iniciado em regime fechado.
e) considerar eventuais causas de aumento de pena do condenado na
segunda fase da dosimetria.

03.! (CESPE – 2015 – TJ-PB – JUIZ - ADAPTADA)


Após uma discussão, Carlos desferiu ameaça contra a vida de Luís. Para ter
coragem de executar o que foi dito, Carlos ingeriu bebida alcoólica.
Assertiva: Nessa situação, caso seja condenado, a ingestão de bebida
alcoólica será irrelevante na dosimetria da pena.

04.! (CESPE – 2002 – SENADO – CONSULTOR LEGISLATIVO)


A respeito das penas, julgue o item a seguir.
A imposição da pena, em concreto, subordina-se à periculosidade do
agente, desprezada a sua culpabilidade, que é elemento constitutivo do
tipo penal.

05.! (CESPE – 2012 – DPE-AC – DEFENSOR PÚBLICO)


De acordo com os preceitos do CP relativos à aplicação de pena, a
circunstância judicial referente ao conjunto de ações que compõe o

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comportamento do agente em diversos âmbitos, tais como na família, na!
sociedade e no trabalho, corresponde
a) aos antecedentes penais do agente.
b) à culpabilidade do agente.
c) à personalidade do agente.
d) às circunstâncias do crime.
e) à conduta social do agente.

06.! (CESPE – 2010 – DETRAN-ES – ADVOGADO)


É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para
agravar a pena-base.

07.! (CESPE – 2012 – TJ-RR – ANALISTA PROCESSUAL)


Alberto, que já ostentava condenação anterior transitada em julgado por
crime de furto, praticou outro crime de furto, foi preso em flagrante,
confessou o delito e, posteriormente, foi condenado a pena privativa de
liberdade de um ano e três meses de reclusão sob o regime fechado. Ao
prolatar a sentença, o juiz agravou a pena base tão somente por força da
condenação anterior.
Com relação a essa situação hipotética, julgue os itens a seguir.
O juiz poderia ter aplicado pena privativa de liberdade inferior a um ano
de reclusão porque a confissão é preponderante à reincidência.

08.! (CESPE – 2014 – TJ/CE – AJAJ – ADAPTADA)


A respeito da aplicação das penas, das medidas de segurança e dos
benefícios penais do condenado, assinale a opção correta.
De acordo com a jurisprudência do STJ, na dosimetria da pena, os fatos
posteriores ao crime em julgamento não podem ser utilizados para
configurar reincidência, mas podem servir de fundamento para valorar
negativamente a culpabilidade, a personalidade e a conduta social do réu.

09.! (CESPE – 2002 – SENADO – CONSULTOR LEGISLATIVO)


Quanto às penas e às medidas de segurança e socioeducativas, julgue o
item seguinte.
O funcionário público condenado pela prática de crime que implique
violação de dever para com a administração pública sofrerá, como efeito
automático da condenação, a perda do cargo ou função pública.

10.! (CESPE – 2002 – SEFAZ-AL – CONTROLADOR DE


ARRECADAÇÃO)

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Caso atue de forma incorreta, quem trabalha para o Estado ou com ele se!
relaciona pode incidir na prática de crimes com tipos específicos, previstos
na legislação penal brasileira.
Nesse contexto, julgue o item abaixo.
Considere a seguinte situação hipotética.
Determinado servidor praticou crime de concussão e, com o valor
arrecadado, adquiriu um automóvel. Tendo sido descoberto, ele foi julgado
e condenado a cinco anos de reclusão em decorrência desse crime.
Nessa situação, como conseqüência da condenação, o servidor não
perderá o cargo, exceto se o juiz assim o determinar motivadamente na
sentença.

11.! (CESPE – 2010 – AGU – PROCURADOR FEDERAL)


No que se refere à parte geral do Código Penal, julgue o item subsequente.
A proibição de exercício de cargo, função ou atividade pública pode ter
caráter temporário, com natureza de pena de interdição temporária de
direitos, mas pode também ter caráter permanente, se for efeito da
condenação.

12.! (CESPE – 2012 – AGU – ADVOGADO DA UNIÃO)


Julgue o item subsecutivo, a respeito dos efeitos da condenação criminal
e de crimes contra a administração pública.
Considera-se efeito genérico e automático da condenação a restrição ao
exercício de cargo público.

13.! (CESPE – 2012 – DPE-AC – DEFENSOR PÚBLICO)


Ocorrerá a revogação obrigatória do sursis penal se, no curso do prazo, o
beneficiário for
a) preso pela prática de crime doloso.
b) condenado, em sentença irrecorrível, por crime culposo, à pena
privativa de liberdade.
c) condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso, à pena restritiva
de direitos.
d) condenado, em sentença irrecorrível, por contravenção penal, à pena
de prisão simples.
e) condenado, em sentença irrecorrível, por crime culposo, à pena
restritiva de direitos.

14.! (CESPE – 2009 – AGU – ADVOGADO DA UNIÃO)


No que se refere a efeitos da condenação e reabilitação, julgue o item
subsequente.

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Nos termos do Código Penal, a perda de cargo, função pública ou mandato!
eletivo ocorrerá quando, nos crimes praticados com abuso de poder ou
violação de dever para com a administração pública, for aplicada pena
privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano.

15.! (CESPE – 2010 – DPU – DEFENSOR PÚBLICO)


No que se refere ao livramento condicional e à suspensão condicional da
pena, julgue os itens a seguir.
Não se admite a concessão de livramento condicional ao condenado por
crime doloso, cometido com violência ou grave ameaça à pessoa.

16.! (CESPE – 2013 – DPE-DF – DEFENSOR PÚBLICO)


Com relação aos conceitos, objetivos e princípios do direito penal, às penas
restritivas de direitos, ao livramento condicional e à reincidência, julgue
os itens subsecutivos.
O juiz poderá substituir a pena privativa de liberdade do condenado
reincidente não específico por penas restritivas de direitos se, em face da
condenação anterior, a substituição for socialmente recomendável.

17.! (CESPE – 2014 – TJ/CE – AJAJ – ADAPTADA)


A respeito da aplicação das penas, das medidas de segurança e dos
benefícios penais do condenado, assinale a opção correta.
O cometimento de crime doloso anteriormente à concessão do benefício do
livramento condicional não enseja a revogação do benefício.

18.! (CESPE – 2014 – TJ/CE – AJAJ – ADAPTADA)


A respeito da aplicação das penas, das medidas de segurança e dos
benefícios penais do condenado, assinale a opção correta.
A medida de segurança, por não possuir natureza de sanção penal, não se
sujeita a prazo prescricional.

19.! (CESPE – 2014 – TJ/CE – AJAJ – ADAPTADA)


A respeito da aplicação das penas, das medidas de segurança e dos
benefícios penais do condenado, assinale a opção correta.
A reabilitação do condenado poderá ser requerida após a decorrência do
prazo de cinco anos, contado do dia em que for extinta, de qualquer modo,
a pena ou terminar sua execução, computando-se o período de prova da
suspensão e o do livramento condicional.

20.! (CESPE – 2011 – TJ/ES – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA


JUDICIÁRIA)

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O perdão judicial, uma das possíveis causas extintivas da punibilidade, !
consiste na manifestação de vontade, expressa ou tácita, do ofendido ou
de seu representante legal, acerca de sua desistência da ação penal privada
já iniciada.

21.! (CESPE – 2011 – STM – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA


JUDICIÁRIA)
Além de conduzir à extinção da punibilidade, a abolitio criminis faz cessar
todos os efeitos penais e cíveis da sentença condenatória.

22.! (CESPE – 2009 – SEJUS /ES – AGENTE PENITENCIÁRIO)


A anistia exclui o crime, rescinde a condenação e extingue totalmente a
punibilidade, tendo, de regra, ao contrário da graça, o caráter da
generalidade, ao abranger fatos e não pessoas.

23.! (CESPE – 2009 – AGU – ADVOGADO DA UNIÃO)


Caso a pena de multa seja alternativa ou cumulativamente cominada ou
cumulativamente aplicada, aplicam-se a ela os mesmos prazos previstos
para as respectivas penas privativas de liberdade.

24.! (CESPE – 2011 – TCU - AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE


EXTERNO)
Acerca da tipicidade, da culpabilidade e da punibilidade, julgue o item a
seguir.
Na doutrina e jurisprudência contemporâneas, predomina o entendimento
de que a punibilidade não integra o conceito analítico de delito, que ficaria
definido como conduta típica, ilícita e culpável.

25.! (CESPE - 2013 - POLÍCIA FEDERAL - ESCRIVÃO DA POLÍCIA


FEDERAL)
Julgue os itens subsequentes, relativos à aplicação da lei penal e seus
princípios.
A contagem do prazo para efeito da decadência, causa extintiva da
punibilidade, obedece aos critérios processuais penais, computando-se o
dia do começo. Todavia, se este recair em domingos ou feriados, o início
do prazo será o dia útil imediatamente subsequente
!
26.! (CESPE - 2013 - POLÍCIA FEDERAL - DELEGADO DE POLÍCIA)
Suponha que determinada sentença condenatória, com pena de dez anos
de reclusão, imposta ao réu, tenha sido recebida em termo próprio, em
cartório, pelo escrivão, em 13/8/2011 e publicada no órgão oficial em
17/8/2011, e que tenha sido o réu intimado, pessoalmente, em 20/8/2011,

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e a defensoria pública e o MP intimados, pessoalmente, em 19/8/2011. !
Nessa situação hipotética, a interrupção do curso da prescrição ocorreu em
17/8/2011.
!
27.! (CESPE - 2013 - POLÍCIA FEDERAL - DELEGADO DE POLÍCIA)
Considere que Jorge, Carlos e Antônio sejam condenados, definitivamente,
a uma mesma pena, por terem praticado, em coautoria, o crime de roubo.
Nessa situação, incidindo a interrupção da prescrição da pretensão
executória da referida pena em relação a Jorge, essa interrupção não
produzirá efeitos em relação aos demais coautores.

28.! (CESPE - 2013 - TJ-DF - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA


JUDICIÁRIA)
Em 15/10/2005, nas dependências do banco Y, Carlos, com o objetivo de
prejudicar direitos da instituição financeira, preencheu e assinou declaração
falsa na qual se autodenominava Maurício. No mesmo dia, foi até outra
agência do mesmo banco e, agindo da mesma forma, declarou falsamente
chamar-se Alexandre.
Em 1/5/2010, Carlos foi denunciado, tendo a denúncia sido
recebida em 24/5/2010. Após o devido processo legal, em sentença
proferida em 23/8/2012, o acusado foi condenado a um ano e dois
meses de reclusão, em regime inicialmente aberto, e ao pagamento
de doze dias-multa, no valor unitário mínimo legal. A pena
privativa de liberdade foi substituída por uma pena restritiva de
direitos e multa. O MP não apelou da sentença condenatória.
Com relação à situação hipotética acima, julgue os itens seguintes.
Como, entre a data da prática do delito e a do recebimento da denúncia,
passaram-se mais de quatro anos, deve ser reconhecida a extinção da
punibilidade de Carlos, pela prescrição da pretensão punitiva retroativa.

29.! (CESPE - 2013 - TJ-DF - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA


ADMINISTRATIVA)
A anistia representa o esquecimento do crime, afastando a punição por
fatos considerados delituosos, e constitui ato privativo do presidente da
República.
!
30.! (CESPE - 2013 - CNJ - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA
JUDICIÁRIA)
A extinção da punibilidade de um crime que seja pressuposto, elemento
constitutivo ou circunstância agravante de outro não se estende a este. Nos
crimes conexos, a extinção da punibilidade de um deles não impede, quanto
aos outros, a agravação da pena resultante da conexão.
!

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31.! (CESPE - 2013 - TC-DF - PROCURADOR) !
No sistema penal brasileiro, há causas pessoais que excluem e extinguem
totalmente a punibilidade e, igualmente, causas pessoais de exclusão e
extinção parcial da punibilidade.

32.! (CESPE – 2014 – TJ/CE – AJAJ)


Pedro, nascido em 29/6/1988, praticou o crime de corrupção de menores
em 2/7/2008 e foi condenado à pena de um ano e cinco dias de reclusão
em sentença publicada no dia 20/11/2013. Somente a defesa ofereceu
recurso, transitando em julgado a sentença para a acusação. O recurso
defensivo foi improvido em 19/1/2014.
Tendo por base a situação hipotética acima e considerando que a denúncia
tenha sido recebida em 11/4/2012, assinale a opção correta em relação à
prescrição.
A) Deve ser reconhecida a prescrição da pretensão punitiva superveniente.
B) A extinção da punibilidade deve ser declarada, por haver transcorrido o
curso do prazo prescricional da pretensão punitiva intercorrente.
C) A prescrição da pretensão punitiva retroativa não é mais admitida pelo
Código Penal, o que impede seu reconhecimento no caso da questão.
D) Deve ser reconhecida a prescrição da pretensão punitiva retroativa.
E) Não houve o transcurso do prazo prescricional da pretensão punitiva.

33.! (CESPE – 2014 – TJ/SE - ANALISTA)


No que se refere à punibilidade e às causas de sua extinção, bem como ao
concurso de pessoas, julgue os itens a seguir.
O juiz, ao analisar a ocorrência de prescrição depois da sentença transitada
em julgado para a acusação ou depois de improvido o seu recurso, deve
considerar a pena aplicada, não podendo, em nenhuma hipótese, ter por
termo inicial data anterior à da denúncia ou queixa.

34.! (CESPE – 2014 – PGE-BA – PROCURADOR DO ESTADO)


Considere que determinado indivíduo condenado definitivamente pela
prática de determinado delito tenha obtido a extinção da punibilidade por
meio de anistia e que, um ano depois do trânsito em julgado da sentença
condenatória, tenha cometido novo delito. Nessa situação, esse indivíduo é
considerado reincidente, estando, pois, sujeito aos efeitos da reincidência.

35.! (CESPE – 2014 – PGE-BA – PROCURADOR DO ESTADO)


Em se tratando de abolitio criminis, serão atingidas pela lei penal as ações
típicas anteriores à sua vigência, mas não os efeitos civis decorrentes
dessas ações.

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36.! (CESPE – 2014 – PGE-BA – PROCURADOR DO ESTADO) !
Considere a seguinte situação hipotética.
Joaquim foi denunciado pela prática do crime de falsidade ideológica
previsto no Código Penal. A inicial acusatória foi recebida em 3/10/2007. O
juiz da causa, por meio de sentença publicada em 19/7/2012, condenou o
réu à pena de um ano, dez meses e vinte dias de reclusão, em regime
semiaberto, mais pagamento de quinze dias-multa. Não houve recurso do
MP e a defesa interpôs apelação, alegando a prescrição da pretensão
punitiva do Estado.
Nessa situação, deverá o tribunal negar provimento ao apelo.

10.! EXERCÍCIOS COMENTADOS

01.! (CESPE – 2015 – DPU – DEFENSOR PÚBLICO)


No que tange ao entendimento sumulado do STJ a respeito das
espécies, da cominação e da aplicação de penas e do regime de
execução de penas em espécie, julgue os itens subsecutivos.
A gravidade abstrata do delito justifica o estabelecimento de
regime prisional mais gravoso do que o cabível em razão da sanção
imposta, independentemente de a pena-base ter sido fixada no
mínimo legal.
COMENTÁRIOS: Item errado, pois o STJ firmou entendimento em sentido
contrário, tendo, inclusive, editado o verbete de súmula nº 440:
Súmula 440
Fixada a pena-base no mínimo legal, é vedado o estabelecimento de regime
prisional mais gravoso do que o cabível em razão da sanção imposta, com base
apenas na gravidade abstrata do delito.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
02.! (CESPE – 2015 – TJ-PB – JUIZ)
Segundo a doutrina dominante e o CP, o juiz, ao aplicar a pena, deve
a) aplicar pena inferior ao mínimo legal se houver circunstância
atenuante.
b) agravar a sanção a ser aplicada a quem tiver coagido outrem a
praticar o crime no caso de concurso de pessoas.
c) valer-se de sua discricionariedade no que diz respeito à fixação
do regime prisional em que o condenado começará a cumprir a
sanção.
d) indicar, no caso de condenado a pena de reclusão, que o
cumprimento da sanção deve ser iniciado em regime fechado.
e) considerar eventuais causas de aumento de pena do condenado
na segunda fase da dosimetria.

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COMENTÁRIOS: !
A) ERRADA: Na segunda fase da dosimetria da pena (aplicação de
agravantes e atenuantes) o Juiz não pode reduzir a pena abaixo do mínimo
legal, ou elevá-la acima do máximo previsto abstratamente. Nesse sentido,
o verbete nº 231 da súmula do STJ.
B) CORRETA: Esta é a previsão do art. 62, II do CP.
C) ERRADA: Item errado, pois o regime de cumprimento inicial da pena
deve ser fixado segundo regras estabelecidas no CP.
D) ERRADA: No caso de condenado à pena de reclusão, o regime inicial
pode ser qualquer um dos três (fechado, semiaberto ou aberto), nos termos
do art. 33 do CP, a depender de critérios como quantidade da pena aplicada
e condições pessoais do agente.
E) ERRADA: As eventuais causas de aumento ou diminuição de pena devem
ser aplicadas na terceira fase da dosimetria da pena.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

03.! (CESPE – 2015 – TJ-PB – JUIZ - ADAPTADA)


Após uma discussão, Carlos desferiu ameaça contra a vida de Luís.
Para ter coragem de executar o que foi dito, Carlos ingeriu bebida
alcoólica. Assertiva: Nessa situação, caso seja condenado, a
ingestão de bebida alcoólica será irrelevante na dosimetria da pena.
COMENTÁRIOS: Item errado, pois a embriaguez preordenada é
circunstância agravante, a ser considerada na segunda fase da dosimetria
da pena, nos termos do art. 61, II, “l” do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

04.! (CESPE – 2002 – SENADO – CONSULTOR LEGISLATIVO)


A respeito das penas, julgue o item a seguir.
A imposição da pena, em concreto, subordina-se à periculosidade
do agente, desprezada a sua culpabilidade, que é elemento
constitutivo do tipo penal.
COMENTÁRIOS: A aplicação da pena tem como fundamento a
culpabilidade, que é a análise da potencial consciência da ilicitude e da
inexigibilidade de conduta diversa, por parte do agente, no momento do
cometimento da infração.
A periculosidade é fundamento para a aplicação das medidas de segurança
e, portanto, aos inimputáveis.
ASSIM, A AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

05.! (CESPE – 2012 – DPE-AC – DEFENSOR PÚBLICO)


De acordo com os preceitos do CP relativos à aplicação de pena, a
circunstância judicial referente ao conjunto de ações que compõe

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o comportamento do agente em diversos âmbitos, tais como na!
família, na sociedade e no trabalho, corresponde
a) aos antecedentes penais do agente.
b) à culpabilidade do agente.
c) à personalidade do agente.
d) às circunstâncias do crime.
e) à conduta social do agente.
COMENTÁRIOS: Os comportamentos do agente em sua vida social, como
na família, na sociedade, no trabalho, etc., formam o que se chama de
"conduta social do agente", que é um fator a ser considerado pelo Juiz
quando da fixação da pena-base, nos termos do art. 59 do CP. Vejamos:
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social,
à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do
crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja
necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Desta maneira, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
06.! (CESPE – 2010 – DETRAN-ES – ADVOGADO)
É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em
curso para agravar a pena-base.
COMENTÁRIOS: O item está correto. O entendimento do STF e do STJ é
no sentido de que a existência de inquéritos e ações penais em curso não
podem servir para agravar a situação do condenado, eis que não
representam um juízo de culpa do mesmo, já que, pelo princípio da
presunção de inocência, somente a condenação penal transitada em
julgado tem o condão de formalizar a culpa de qualquer pessoa por um
determinado fato (lembrando apenas que o STF começou a mudar seu
entendimento, de forma a admitir que a culpa já estaria formada quando
houvesse condenação em segunda instância por órgão colegiado – HC
126.292).
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.
07.! (CESPE – 2012 – TJ-RR – ANALISTA PROCESSUAL)
Alberto, que já ostentava condenação anterior transitada em
julgado por crime de furto, praticou outro crime de furto, foi preso
em flagrante, confessou o delito e, posteriormente, foi condenado
a pena privativa de liberdade de um ano e três meses de reclusão
sob o regime fechado. Ao prolatar a sentença, o juiz agravou a
pena base tão somente por força da condenação anterior.
Com relação a essa situação hipotética, julgue os itens a seguir.
O juiz poderia ter aplicado pena privativa de liberdade inferior a
um ano de reclusão porque a confissão é preponderante à
reincidência.

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COMENTÁRIOS: O item está errado. O furto possui pena mínima de um!
ano. Assim, o Juiz não poderia ter fixado a pena abaixo do mínimo legal
porque a confissão é circunstância atenuante, a ser aplicada na segunda
fase de aplicação da pena, e de acordo com o STJ, nesse momento a pena
não pode ficar abaixo do mínimo legal (súmula 231 do STJ).
Ademais, quanto à preponderância entre a confissão e a reincidência, o
STJ entende que se compensam (STJ 3ª Seção. EREsp 1.154.752/RS), em
regra.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

08.! (CESPE – 2014 – TJ/CE – AJAJ – ADAPTADA)


A respeito da aplicação das penas, das medidas de segurança e dos
benefícios penais do condenado, assinale a opção correta.
De acordo com a jurisprudência do STJ, na dosimetria da pena, os
fatos posteriores ao crime em julgamento não podem ser utilizados
para configurar reincidência, mas podem servir de fundamento
para valorar negativamente a culpabilidade, a personalidade e a
conduta social do réu.
COMENTÁRIOS: O STJ entende que os fatos posteriores ao delito, ainda
que tenha havido sentença penal condenatória TRANSITADA EM JULGADO,
não podem ser considerados nem como reincidência (por expressa previsão
legal do que seja reincidência), bem como não podem ser considerados
negativamente para majoração da pena-base. Vejamos:
(...) No cálculo da pena-base, é impossível a consideração de condenação
transitada em julgado correspondente a fato posterior ao narrado na denúncia
para valorar negativamente os maus antecedentes, a personalidade ou a
conduta social do agente. Já a condenação por fato anterior ao delito que aqui
se julga, mas com trânsito em julgado posterior, pode ser utilizada como
circunstância judicial negativa, a título de antecedente criminal.
(...)
(HC 210.787/RJ, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, QUINTA TURMA,
julgado em 10/09/2013, DJe 16/09/2013)
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

09.! (CESPE – 2002 – SENADO – CONSULTOR LEGISLATIVO)


Quanto às penas e às medidas de segurança e socioeducativas,
julgue o item seguinte.
O funcionário público condenado pela prática de crime que
implique violação de dever para com a administração pública
sofrerá, como efeito automático da condenação, a perda do cargo
ou função pública.
COMENTÁRIOS: Não será em qualquer hipótese de condenação por crime
contra a administração pública que o funcionário público perderá o cargo.
O art. 92, I, a determina que essa perda só ocorrerá, como efeito da

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sentença, nos casos de pena privativa de liberdade aplicada igual ou!
superior a um ano. Vejamos:
Art. 92 - São também efeitos da condenação:(Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)
I - a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo: (Redação dada pela
Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)
a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior
a um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever
para com a Administração Pública; (Incluído pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)
Além disso, não se trata de um efeito automático da condenação,
dependendo de declaração expressa na sentença. Vejamos:
Parágrafo único - Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos,
devendo ser motivadamente declarados na sentença. (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)
PORTANTO, A AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

10.! (CESPE – 2002 – SEFAZ-AL – CONTROLADOR DE


ARRECADAÇÃO)
Caso atue de forma incorreta, quem trabalha para o Estado ou com
ele se relaciona pode incidir na prática de crimes com tipos
específicos, previstos na legislação penal brasileira.
Nesse contexto, julgue o item abaixo.
Considere a seguinte situação hipotética.
Determinado servidor praticou crime de concussão e, com o valor
arrecadado, adquiriu um automóvel. Tendo sido descoberto, ele foi
julgado e condenado a cinco anos de reclusão em decorrência
desse crime.
Nessa situação, como conseqüência da condenação, o servidor não
perderá o cargo, exceto se o juiz assim o determinar
motivadamente na sentença.
COMENTÁRIOS: O item está correto, pois não será em qualquer hipótese
de condenação por crime contra a administração pública que o funcionário
público perderá o cargo. O art. 92, I, a determina que essa perda só
ocorrerá, como efeito da sentença, nos casos de pena privativa de
liberdade aplicada igual ou superior a um ano. Vejamos:
Art. 92 - São também efeitos da condenação:(Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)
I - a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo: (Redação dada pela
Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)
a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior
a um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever
para com a Administração Pública; (Incluído pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)
Além disso, não se trata de um efeito automático da condenação,
dependendo de declaração expressa na sentença. Vejamos:

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Parágrafo único - Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos, !
devendo ser motivadamente declarados na sentença. (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

11.! (CESPE – 2010 – AGU – PROCURADOR FEDERAL)


No que se refere à parte geral do Código Penal, julgue o item
subsequente.
A proibição de exercício de cargo, função ou atividade pública pode
ter caráter temporário, com natureza de pena de interdição
temporária de direitos, mas pode também ter caráter permanente,
se for efeito da condenação.
COMENTÁRIOS: O art. 47, I do CP prevê a proibição de exercício de cargo
público como modalidade de pena restritiva de direitos (Interdição
Temporária de Direitos). Vejamos:
Art. 47 - As penas de interdição temporária de direitos são: (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de
mandato eletivo; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
No entanto, existe, ainda, a PERDA da função ou cargo público, como
decorrência de sentença penal condenatória. Vejamos o art. 92:
Art. 92 - São também efeitos da condenação:(Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)
I - a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo: (Redação dada pela
Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)
a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a
um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para
com a Administração Pública; (Incluído pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)
b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4
(quatro) anos nos demais casos. (Incluído pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)
Nesse caso, a perda é definitiva, ou seja, o condenado não recupera o
cargo ou função.
Porém, cremos que a questão foi mal formulada, pois a perda da função
como efeito da sentença não pode ser chamada de "proibição permanente"
de exercício de cargo público, mas somente DAQUELE CARGO PÚBLICO
que o condenado ocupa no momento. Assim, a questão deveria ter sido
considerada errada.
Porém, a Banca considerou a questão COMO CORRETA.

12.! (CESPE – 2012 – AGU – ADVOGADO DA UNIÃO)


Julgue o item subsecutivo, a respeito dos efeitos da condenação
criminal e de crimes contra a administração pública.
Considera-se efeito genérico e automático da condenação a
restrição ao exercício de cargo público.

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COMENTÁRIOS: A restrição ao exercício de cargo público não é um efeito!
da condenação, embora a perda da função pública seja um efeito genérico
e não-automático da condenação.
A restrição ao exercício de cargo público, no entanto, pode ser decretada
como pena restritiva de direitos, na modalidade de Interdição Temporária
de Direitos. Vejamos:
Art. 47 - As penas de interdição temporária de direitos são: (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de
mandato eletivo; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

13.! (CESPE – 2012 – DPE-AC – DEFENSOR PÚBLICO)


Ocorrerá a revogação obrigatória do sursis penal se, no curso do
prazo, o beneficiário for
a) preso pela prática de crime doloso.
b) condenado, em sentença irrecorrível, por crime culposo, à pena
privativa de liberdade.
c) condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso, à pena
restritiva de direitos.
d) condenado, em sentença irrecorrível, por contravenção penal, à
pena de prisão simples.
e) condenado, em sentença irrecorrível, por crime culposo, à pena
restritiva de direitos.
COMENTÁRIOS: O sursis pode ser revogado a qualquer momento,
ocorrendo alguma das hipóteses previstas nos arts. 81 e seu § 1° do CP.
Pode ser obrigatória, quando a lei determina expressamente sua
revogação, ou facultativa, quando o Juiz pode decidir se revoga ou não o
benefício.
A revogação obrigatória se dará no caso de ocorrerem as hipóteses
previstas no art. 81 do CP:
Art. 81 - A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário:
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - é condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso; (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - frustra, embora solvente, a execução de pena de multa ou não efetua, sem
motivo justificado, a reparação do dano; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
III - descumpre a condição do § 1º do art. 78 deste Código. (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Ou seja, haverá revogação obrigatória quando o condenado for novamente
condenado (por sentença irrecorrível) por crime doloso (não importando o
momento em que esse crime foi praticado). No entanto, a Jurisprudência
entende que se dessa nova condenação resultar pena de multa, não

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poderá haver revogação, pois a condenação à pena de multa não é causa!
que impede a concessão do sursis, então, por lógica, não pode gerar a
revogação.
A revogação facultativa, por sua vez, ocorre nas hipóteses do art. 81, §
1°:
§ 1º - A suspensão poderá ser revogada se o condenado descumpre qualquer
outra condição imposta ou é irrecorrivelmente condenado, por crime culposo
ou por contravenção, a pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Vejam que, nesse caso, o Juiz não está obrigado a revogar o sursis.
As condições indicadas como ensejadoras da revogação facultativa são
todas aquelas que não sejam as do § 1° do art. 78, ou seja, são as do §
2° do art. 78 e as do art. 79 do CP.
Quanto à superveniência de condenação por crime culposo ou
contravenção, é necessário que a pena aplicada tenha sido restritiva de
direitos ou privativa de liberdade. Vejam, assim, que a pena de multa não
enseja a revogação facultativa do sursis (o que corrobora a tese de que
não pode, também, revogar obrigatoriamente o benefício).
Assim, temos que das alternativas da questão, aquela que traz uma
situação de revogação obrigatória do sursis é a letra c.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

14.! (CESPE – 2009 – AGU – ADVOGADO DA UNIÃO)


No que se refere a efeitos da condenação e reabilitação, julgue o
item subsequente.
Nos termos do Código Penal, a perda de cargo, função pública ou
mandato eletivo ocorrerá quando, nos crimes praticados com
abuso de poder ou violação de dever para com a administração
pública, for aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual
ou superior a um ano.
COMENTÁRIOS: Item correto, pois esta é a previsão do art. 92, I, a do
CP:
Art. 92 - São também efeitos da condenação:(Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)
I - a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo: (Redação dada pela
Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)
a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a
um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para
com a Administração Pública; (Incluído pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

15.! (CESPE – 2010 – DPU – DEFENSOR PÚBLICO)


No que se refere ao livramento condicional e à suspensão
condicional da pena, julgue os itens a seguir.

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Não se admite a concessão de livramento condicional ao!
condenado por crime doloso, cometido com violência ou grave
ameaça à pessoa.
COMENTÁRIOS: O item está errado. Neste caso, admite-se a concessão
do livramento condicional, havendo, no entanto, mais um requisito
subjetivo, que é a análise de condições que façam presumir que o liberado
não voltará a delinquir. Nos termos do art. 83, § único do CP:
Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena
privativa de liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que: (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
(...)
Parágrafo único - Para o condenado por crime doloso, cometido com violência
ou grave ameaça à pessoa, a concessão do livramento ficará também
subordinada à constatação de condições pessoais que façam presumir que o
liberado não voltará a delinqüir. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

16.! (CESPE – 2013 – DPE-DF – DEFENSOR PÚBLICO)


Com relação aos conceitos, objetivos e princípios do direito penal,
às penas restritivas de direitos, ao livramento condicional e à
reincidência, julgue os itens subsecutivos.
O juiz poderá substituir a pena privativa de liberdade do
condenado reincidente não específico por penas restritivas de
direitos se, em face da condenação anterior, a substituição for
socialmente recomendável.
COMENTÁRIOS: O item está correto. Trata-se da exata previsão contida
no art. 44, §3º do CP:
Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as
privativas de liberdade, quando: (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
(...)
§ 3o Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde
que, em face de condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável
e a reincidência não se tenha operado em virtude da prática do mesmo crime.
(Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

17.! (CESPE – 2014 – TJ/CE – AJAJ – ADAPTADA)


A respeito da aplicação das penas, das medidas de segurança e dos
benefícios penais do condenado, assinale a opção correta.
O cometimento de crime doloso anteriormente à concessão do
benefício do livramento condicional não enseja a revogação do
benefício.
COMENTÁRIOS: Nesse caso o benefício só será revogado se, em razão de
tal delito anterior, sobrevier sentença penal condenatória irrecorrível cuja

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pena, somada ao restante da pena atual, impeça a manutenção do !
livramento condicional, nos termos do art. 86, II do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

18.! (CESPE – 2014 – TJ/CE – AJAJ – ADAPTADA)


A respeito da aplicação das penas, das medidas de segurança e dos
benefícios penais do condenado, assinale a opção correta.
A medida de segurança, por não possuir natureza de sanção penal,
não se sujeita a prazo prescricional.
COMENTÁRIOS: Embora não seja doutrinariamente considerada PENA, a
medida de segurança é uma espécie de sanção penal. Aplicam-se à medida
de segurança as mesmas regras referentes à prescrição da pena.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

19.! (CESPE – 2014 – TJ/CE – AJAJ – ADAPTADA)


A respeito da aplicação das penas, das medidas de segurança e dos
benefícios penais do condenado, assinale a opção correta.
A reabilitação do condenado poderá ser requerida após a
decorrência do prazo de cinco anos, contado do dia em que for
extinta, de qualquer modo, a pena ou terminar sua execução,
computando-se o período de prova da suspensão e o do livramento
condicional.
COMENTÁRIOS: Item errado, pois o prazo para o requerimento de
reabilitação é de 02 anos, conforme art. 94 do CP:
Art. 94 - A reabilitação poderá ser requerida, decorridos 2 (dois) anos do dia
em que for extinta, de qualquer modo, a pena ou terminar sua execução,
computando-se o período de prova da suspensão e o do livramento condicional,
se não sobrevier revogação, desde que o condenado: (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

20.! (CESPE – 2011 – TJ/ES – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA


JUDICIÁRIA)
O perdão judicial, uma das possíveis causas extintivas da
punibilidade, consiste na manifestação de vontade, expressa ou
tácita, do ofendido ou de seu representante legal, acerca de sua
desistência da ação penal privada já iniciada.
ERRADA: O enunciado da questão descreve a figura do perdão do ofendido,
não do perdão judicial. Em determinados crimes o Estado confere o perdão
ao infrator, por entender que a aplicação da pena não é necessária. É o
chamado “perdão judicial”. É o que ocorre, por exemplo, no caso de
homicídio culposo no qual o infrator tenha perdido alguém querido
(Lembram-se do caso Herbert Viana?). Essa hipótese está prevista no art.

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121, § 5° do CP: § 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá !
deixar de aplicar a pena, se as conseqüências da infração atingirem o
próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne
desnecessária. (Incluído pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977). Este sim é o
chamado perdão judicial.
Assim, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

21.! (CESPE – 2011 – STM – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA


JUDICIÁRIA)
Além de conduzir à extinção da punibilidade, a abolitio criminis faz
cessar todos os efeitos penais e cíveis da sentença condenatória.
ERRADA: A abolitio criminis, de fato, conduz à extinção da punibilidade (art.
107, III do CP). Entretanto, apenas faz desaparecer os efeitos penais de
eventual condenação, não possuindo reflexos na seara cível, nos termos do
art. 2° do CP.
Assim, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

22.! (CESPE – 200P – SEJUS /ES – AGENTE PENITENCIÁRIO)


A anistia exclui o crime, rescinde a condenação e extingue
totalmente a punibilidade, tendo, de regra, ao contrário da graça, o
caráter da generalidade, ao abranger fatos e não pessoas.
CORRETA: A anistia é uma forma de extinção da punibilidade mais
abrangente que a graça e o indulto, pois a anistia é um instituto mediante
o qual o Estado passa a considerar que as condutas praticadas pelos
agentes não são mais crimes. Não se trata de abolitio criminis, pois as
condutas já foram realizadas. Já a graça e o indulto são de caráter pessoal,
ou seja, o Estado concede àquela(s) pessoas a extinção da punibilidade,
por razões de política criminal, embora permaneça a consideração de que
o fato praticado foi um crime.
Assim, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

23.! (CESPE – 2009 – AGU – ADVOGADO DA UNIÃO)


Caso a pena de multa seja alternativa ou cumulativamente
cominada ou cumulativamente aplicada, aplicam-se a ela os
mesmos prazos previstos para as respectivas penas privativas de
liberdade.
CORRETA: Esta é a previsão legal, contida no art. 114, II do CP: Art. 114 -
A prescrição da pena de multa ocorrerá: (...) II - no mesmo prazo
estabelecido para prescrição da pena privativa de liberdade, quando a
multa for alternativa ou cumulativamente cominada ou cumulativamente
aplicada. (Incluído pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)
Assim, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.
!

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24.! (CESPE – 2011 – TCU - AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE !
EXTERNO)
Acerca da tipicidade, da culpabilidade e da punibilidade, julgue o
item a seguir.
Na doutrina e jurisprudência contemporâneas, predomina o
entendimento de que a punibilidade não integra o conceito analítico
de delito, que ficaria definido como conduta típica, ilícita e culpável.
COMENTÁRIO: O crime pode ser conceituado a partir de diversos
aspectos. Sob o aspecto analítico, o crime é analisado em sua composição,
que, para a maioria da Doutrina, é TRIPARTIDA, sendo o crime composto
por três elementos:
•! FATO TÍPICO;
•! ILICITUDE (ANTIJURIDICIDADE);
•! CULPABILIDADE
A teoria bipartida, menor, mas não menos influente, defende que o crime
é composto por apenas DOIS elementos:
•! FATO TÍPICO;
•! ILICITUDE (ANTIJURIDICIDADE);
Para esta teoria, a culpabilidade é mero pressuposto de aplicação da pena,
eis que não se refere ao fato em si, mas às condições pessoais do agente,
motivo pelo qual um fato típico e ilícito já seria um crime.

Ambas as teorias são aceitas, embora a primeira predomine. Porém, certo


é que a teoria quadripartida (que inclui no conceito de crime
também a punibilidade) não encontra um número significativo de
defensores na Doutrina e é rechaçada pela Jurisprudência.
Portanto, a afirmativa está CORRETA.

25.! (CESPE - 2013 - POLÍCIA FEDERAL - ESCRIVÃO DA POLÍCIA


FEDERAL)
Julgue os itens subsequentes, relativos à aplicação da lei penal e
seus princípios.
A contagem do prazo para efeito da decadência, causa extintiva da
punibilidade, obedece aos critérios processuais penais,
computando-se o dia do começo. Todavia, se este recair em
domingos ou feriados, o início do prazo será o dia útil
imediatamente subsequente.
COMENTÁRIOS: O item está errado. A contagem do prazo para efeito de
decadência obedece aos critérios dos prazos PENAIS (e não prazos
processuais), de acordo com o art. 10 do CP:
Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os
dias, os meses e os anos pelo calendário comum. (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

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Perceba que inclui-se o dia do começo, ao contrário do que ocorre na !
contagem dos prazos processuais penais.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
!
26.! (CESPE - 2013 - POLÍCIA FEDERAL - DELEGADO DE POLÍCIA)
Suponha que determinada sentença condenatória, com pena de dez
anos de reclusão, imposta ao réu, tenha sido recebida em termo
próprio, em cartório, pelo escrivão, em 13/8/2011 e publicada no
órgão oficial em 17/8/2011, e que tenha sido o réu intimado,
pessoalmente, em 20/8/2011, e a defensoria pública e o MP
intimados, pessoalmente, em 19/8/2011. Nessa situação
hipotética, a interrupção do curso da prescrição ocorreu em
17/8/2011.
COMENTÁRIOS: A publicação da sentença ou acórdão RECORRÍVEIS é
causa de interrupção da prescrição. Vejamos:
Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se: (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)
(...)
IV - pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis;
(Redação dada pela Lei nº 11.596, de 2007).
Contudo, a publicação, para estes fins, não é a publicação no Diário Oficial,
mas o momento em que a sentença se torna pública, que, no caso concreto,
é o momento no qual o Juiz entrega a sentença ao cartório da Vara, de
forma que esta é juntada aos autos do processo, passando a ter publicidade
(já que os processos são públicos). Este é o entendimento adotado pelo
STF (HC 233.594-SP).
Assim, o curso do prazo prescricional se interrompeu em 13.08.2011.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

27.! (CESPE - 2013 - POLÍCIA FEDERAL - DELEGADO DE POLÍCIA)


Considere que Jorge, Carlos e Antônio sejam condenados,
definitivamente, a uma mesma pena, por terem praticado, em
coautoria, o crime de roubo. Nessa situação, incidindo a interrupção
da prescrição da pretensão executória da referida pena em relação
a Jorge, essa interrupção não produzirá efeitos em relação aos
demais coautores.
COMENTÁRIOS: O item está correto. A interrupção da prescrição da
pretensão PUNITIVA se estende aos demais autores do delito, na forma do
art. 117, §1º do CP. Contudo, a questão trata da prescrição da pretensão
executória, cuja interrupção em relação a um dos condenados não se
estende aos demais.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

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28.! (CESPE - 2013 - TJ-DF - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA !
JUDICIÁRIA)
Em 15/10/2005, nas dependências do banco Y, Carlos, com o
objetivo de prejudicar direitos da instituição financeira, preencheu
e assinou declaração falsa na qual se autodenominava Maurício. No
mesmo dia, foi até outra agência do mesmo banco e, agindo da
mesma forma, declarou falsamente chamar-se Alexandre.
Em 1/5/2010, Carlos foi denunciado, tendo a denúncia sido
recebida em 24/5/2010. Após o devido processo legal, em
sentença
proferida em 23/8/2012, o acusado foi condenado a um ano e dois
meses de reclusão, em regime inicialmente aberto, e ao pagamento
de doze dias-multa, no valor unitário mínimo legal. A pena
privativa de liberdade foi substituída por uma pena restritiva de
direitos e multa. O MP não apelou da sentença condenatória.
Com relação à situação hipotética acima, julgue os itens seguintes.
Como, entre a data da prática do delito e a do recebimento da
denúncia, passaram-se mais de quatro anos, deve ser reconhecida
a extinção da punibilidade de Carlos, pela prescrição da pretensão
punitiva retroativa.
COMENTÁRIOS: Nos termos do art. 109, V do CP, a prescrição quando a
pena aplicada for igual ou superior a um ano, não excedendo a 02 anos,
será de quatro anos:
Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final,
salvo o disposto no § 1o do art. 110 deste Código, regula-se pelo
máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-
se: (Redação dada pela Lei nº 12.234, de 2010).
(...)
V - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo
superior, não excede a dois;
Aplica-se, no caso, para a configuração da prescrição retroativa, o §1º do
art. 110 do CP:
§ 1º A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em
julgado para a acusação ou depois de improvido seu recurso, regula-se
pela pena aplicada, não podendo, em nenhuma hipótese, ter por termo
inicial data anterior à da denúncia ou queixa. (Redação dada pela Lei nº
12.234, de 2010).
Podemos perceber, então, que neste caso restou configurada a prescrição
da pretensão punitiva RETROATIVA (pois aconteceu antes da sentença,
mas só depois dela fora reconhecida).
Cuidado: Antes da alteração promovida pela Lei 12.234/10, o termo inicial
da prescrição poderia ser anterior à denúncia ou queixa. Como o crime fora
praticado na vigência da legislação anterior (mais benéfica), a alteração
promovida pela Lei 12.234/10 não se aplica, eis que esta última é mais

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gravosa, já que retirou a possibilidade de início do curso do prazo !
prescricional antes da denúncia ou queixa.
Assim, resta configurada a prescrição da pretensão punitiva retroativa.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

29.! (CESPE - 2013 - TJ-DF - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA


ADMINISTRATIVA)
A anistia representa o esquecimento do crime, afastando a punição
por fatos considerados delituosos, e constitui ato privativo do
presidente da República.
COMENTÁRIOS: A primeira parte está correta, quanto à conceituação do
que seja anistia. Contudo, ela não é ato privativo do Presidente da
República, mas ato EXCLUSIVO do CONGRESSO NACIONAL, nos termos do
art. 48, VIII, da CF.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
!
30.! (CESPE - 2013 - CNJ - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA
JUDICIÁRIA)
A extinção da punibilidade de um crime que seja pressuposto,
elemento constitutivo ou circunstância agravante de outro não se
estende a este. Nos crimes conexos, a extinção da punibilidade de
um deles não impede, quanto aos outros, a agravação da pena
resultante da conexão.
COMENTÁRIOS: O item está correto. Trata-se de transcrição literal do art.
108 do CP:
Art. 108 - A extinção da punibilidade de crime que é pressuposto,
elemento constitutivo ou circunstância agravante de outro não se
estende a este. Nos crimes conexos, a extinção da punibilidade de um
deles não impede, quanto aos outros, a agravação da pena resultante
da conexão. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

31.! (CESPE - 2013 - TC-DF - PROCURADOR)


No sistema penal brasileiro, há causas pessoais que excluem e
extinguem totalmente a punibilidade e, igualmente, causas
pessoais de exclusão e extinção parcial da punibilidade.
COMENTÁRIOS: Devemos distinguir exclusão de extinção da punibilidade.
Exclusão é a impossibilidade de punir, e ocorre quando a Lei determina a
impossibilidade de aplicação da lei penal a determinado caso, como nas
hipóteses das causas pessoais de isenção de pena (furto entre ascendente
e descendente, por exemplo). Já extinção da punibilidade ocorre quando já
está em curso o direito de punir, o ius puniendi estatal. É o caso da
prescrição, da anistia, etc.

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Ambas podem ser totais ou parciais. Serão totais quando excluírem ou !
extinguirem POR COMPLETO o ius puniendi. Serão parciais, por sua vez,
quando abrandarem o ius puniendi, extinguindo ou excluindo apenas parte
dele.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

32.! (CESPE – 2014 – TJ/CE – AJAJ)


Pedro, nascido em 29/6/1988, praticou o crime de corrupção de
menores em 2/7/2008 e foi condenado à pena de um ano e cinco
dias de reclusão em sentença publicada no dia 20/11/2013.
Somente a defesa ofereceu recurso, transitando em julgado a
sentença para a acusação. O recurso defensivo foi improvido em
19/1/2014.
Tendo por base a situação hipotética acima e considerando que a
denúncia tenha sido recebida em 11/4/2012, assinale a opção
correta em relação à prescrição.
A) Deve ser reconhecida a prescrição da pretensão punitiva
superveniente.
B) A extinção da punibilidade deve ser declarada, por haver
transcorrido o curso do prazo prescricional da pretensão punitiva
intercorrente.
C) A prescrição da pretensão punitiva retroativa não é mais
admitida pelo Código Penal, o que impede seu reconhecimento no
caso da questão.
D) Deve ser reconhecida a prescrição da pretensão punitiva
retroativa.
E) Não houve o transcurso do prazo prescricional da pretensão
punitiva.
COMENTÁRIOS: Quando Pedro praticou o delito ele tinha 20 anos, ou seja,
menos de 21 anos na data do crime, motivo pelo qual já sabemos que os
prazos prescricionais para ele serão reduzidos pela metade, nos termos do
art. 115 do CP.
O crime de corrupção de menores possui pena máxima em abstrato de 05
anos de reclusão, nos termos do art. 218 do CP. Logo, a prescrição para
este delito, em regra, ocorreria em 12 anos, nos termos do art. 109, III do
CP. Com a redução pela metade em razão da idade do infrator na data do
fato, temos que o prazo de prescrição cai para 06 anos.
Desta forma, podemos perceber que não houve prescrição da pretensão
punitiva com base na pena em abstrato.
Porém, após a sentença condenatória, a pena fora fixada em 1 ano e cinco
meses. Tendo havido o trânsito em julgado da sentença para a acusação,
este passa a ser o limite máximo de pena que Pedro receberá e, portanto,
a prescrição passa a ser regulada com base nessa quantidade de pena.
Com base nele (1 ano e cinco meses), temos que o prazo prescricional seria
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de 04 anos, por força do art. 109, V do CP. Reduzindo-se pela metade (art. !
115), chegamos a um prazo de 02 anos de prescrição (tendo como base a
pena em concreto).
Ora, vejamos o que dispõe o art. 110, §1º do CP:
Art. 110
(...)
§ 1º A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado
para a acusação ou depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena
aplicada, não podendo, em nenhuma hipótese, ter por termo inicial data
anterior à da denúncia ou queixa. (Redação dada pela Lei nº 12.234, de 2010).
Vemos, assim, que devemos proceder a um novo cálculo de prescrição
agora, tendo como ponto de partida (termo a quo) a data do recebimento
da denúncia (11.04.2012).
Entre 11.04.2012 e 19.01.2014, NÃO transcorreu prazo superior a dois
anos.
Assim, podemos concluir que, pelo regramento ATUAL, não teria
transcorrido o prazo prescricional.
Entretanto...
A questão diz que o crime fora praticado em 2008. Em 2008 vigorava o
regramento antigo no que tange à prescrição retroativa (com base na pena
aplicada).
Vejamos:
Art. 110 - A prescrição depois de transitar em julgado a sentença
condenatória regula-se pela pena aplicada e verifica-se nos prazos fixados no
artigo anterior, os quais se aumentam de um terço, se o condenado é
reincidente. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em
julgado para a acusação, ou depois de improvido seu recurso, regula-se pela
pena aplicada. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - A prescrição, de que trata o parágrafo anterior, pode ter por
termo inicial data anterior à do recebimento da denúncia ou da
queixa. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Assim, como esta disposição antiga é MAIS FAVORÁVEL ao agente, ela
permanece sendo aplicada aos fatos praticados durante sua vigência (como
o delito de Pedro).
Assim, o termo inicial para a contagem do prazo prescricional é a data do
fato (02.07.2008). Assim, entre a data do fato e data do recebimento da
denúncia 11.04.12 (causa de interrupção da prescrição), já havia
transcorrido prazo superior a dois anos, de forma que, quando da
certificação do trânsito em julgado para a acusação, procedendo-se à uma
análise retroativa da prescrição (tendo como base a pena aplicada, e
iniciando a contagem a partir do fato), podemos afirmar que ocorreu a
prescrição da pretensão punitiva retroativa, eis que somente foi
reconhecida em razão de um fato posterior (aplicação da pena e trânsito
em julgado para a acusação).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

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33.! (CESPE – 2014 – TJ/SE - ANALISTA)
No que se refere à punibilidade e às causas de sua extinção, bem
como ao concurso de pessoas, julgue os itens a seguir.
O juiz, ao analisar a ocorrência de prescrição depois da sentença
transitada em julgado para a acusação ou depois de improvido o
seu recurso, deve considerar a pena aplicada, não podendo, em
nenhuma hipótese, ter por termo inicial data anterior à da denúncia
ou queixa.
COMENTÁRIOS: Item correto. A prescrição da pretensão punitiva, aqui,
passa a ser calculada com base na pena em concreto, e não pode ter por
termo inicial data anterior à da denúncia ou queixa, nos termos do art. 110,
§1º do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

34.! (CESPE – 2014 – PGE-BA – PROCURADOR DO ESTADO)


Considere que determinado indivíduo condenado definitivamente
pela prática de determinado delito tenha obtido a extinção da
punibilidade por meio de anistia e que, um ano depois do trânsito
em julgado da sentença condenatória, tenha cometido novo delito.
Nessa situação, esse indivíduo é considerado reincidente, estando,
pois, sujeito aos efeitos da reincidência.
COMENTÁRIOS: Item errado. A anistia é causa de extinção da
punibilidade que exclui o crime, ou seja, faz com que a conduta criminosa
seja “esquecida” pelo Estado, não subsistindo os efeitos penais da
condenação (dentre eles, a reincidência).
Assim, aquele que foi anistiado e praticou nova conduta criminosa NÃO será
reincidente.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

35.! (CESPE – 2014 – PGE-BA – PROCURADOR DO ESTADO)


Em se tratando de abolitio criminis, serão atingidas pela lei penal
as ações típicas anteriores à sua vigência, mas não os efeitos civis
decorrentes dessas ações.
COMENTÁRIOS: Item correto. A lei nova que descriminalize a conduta
(abolitio criminis) faz desaparecer, apenas, os efeitos PENAIS de eventual
condenação. Contudo, os efeitos civis permanecem. Vejamos:
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar
crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença
condenatória. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

36.! (CESPE – 2014 – PGE-BA – PROCURADOR DO ESTADO)

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Considere a seguinte situação hipotética. !
Joaquim foi denunciado pela prática do crime de falsidade
ideológica previsto no Código Penal. A inicial acusatória foi recebida
em 3/10/2007. O juiz da causa, por meio de sentença publicada em
19/7/2012, condenou o réu à pena de um ano, dez meses e vinte
dias de reclusão, em regime semiaberto, mais pagamento de quinze
dias-multa. Não houve recurso do MP e a defesa interpôs apelação,
alegando a prescrição da pretensão punitiva do Estado.
Nessa situação, deverá o tribunal negar provimento ao apelo.
COMENTÁRIOS: Item errado. No caso em tela, houve prescrição da
pretensão punitiva. Isto porque com a condenação (e o trânsito em julgado
para a acusação), a prescrição passa a ser regulada com base na pena
efetivamente aplicada (01 ano, 10 meses e 20 dias). Nesse caso, o prazo
prescricional será de 04 anos:
Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o
disposto no § 1o do art. 110 deste Código, regula-se pelo máximo da pena
privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se: (Redação dada pela
Lei nº 12.234, de 2010).
(...)
V - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior,
não excede a dois;
Ora, entre o recebimento da denúncia e a publicação da sentença
passaram-se mais de 04 anos, de forma que deverá ser reconhecida a
prescrição da pretensão punitiva retroativa.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

11.! GABARITO

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1.! ERRADA
2.! ALTERNATIVA B
3.! ERRADA
4.! ERRADA
5.! ALTERNATIVA E
6.! CORRETA
7.! ERRADA
8.! ERRADA
9.! ERRADA

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(98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋24!
10.! CORRETA
!
11.! CORRETA
12.! ERRADA
13.! ALTERNATIVA C
14.! CORRETA
15.! ERRADA
16.! CORRETA
17.! ERRADA
18.! ERRADA
19.! ERRADA
20.! ERRADA
21.! ERRADA
22.! CORRETA
23.! CORRETA
24.! CORRETA
25.! ERRADA
26.! ERRADA
27.! CORRETA
28.! CORRETA
29.! ERRADA
30.! CORRETA
31.! CORRETA
32.! ALTERNATIVA D
33.! CORRETA
34.! ERRADA
35.! CORRETA
36.! ERRADA

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