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SUMÁRIO
1. DAS PENAS .................................................................................................. 3
1.1. Aplicação das penas ................................................................................. 3
1.1.1. Etapas da fixação da pena privativa de liberdade .......................................... 3
1.1.1.1. Fixação da pena-base ............................................................................ 3
1.1.1.2. Segunda fase: análise das agravantes e atenuantes ................................... 6
(i) Reincidência ............................................................................................... 8
(ii) Disposições gerais acerca da segunda fase de aplicação da pena...................... 10
1.1.1.3. Terceira fase: aplicação das causas de aumento e diminuição da pena ........ 11
1.1.1.4. Disposições finais ................................................................................ 13
2. SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA ........................................................ 13
2.1. Conceito ................................................................................................. 13
2.2. Requisitos objetivos ............................................................................... 14
2.3. Requisitos subjetivos ............................................................................. 14
2.4. Espécies de sursis e condições ............................................................... 15
2.5. Revogação do sursis, prorrogação do prazo e cumprimento das
obrigações....................................................................................................... 16
3. LIVRAMENTO CONDICIONAL ..................................................................... 18
3.1. Conceito ................................................................................................. 18
3.2. Requisitos .............................................................................................. 19
3.2.1. Requisitos objetivos ................................................................................ 19
3.2.2. Requisitos subjetivos .............................................................................. 20
3.3. Regras gerais relativas ao Livramento Condicional, revogação e extinção
do benefício..................................................................................................... 21
4. MEDIDAS DE SEGURANÇA ......................................................................... 23
5. EFEITOS DA CONDENAÇÃO ........................................................................ 26
5.1. Natureza e espécies ............................................................................... 26
5.2. Efeitos genéricos .................................................................................... 28
5.2.1. Obrigação de reparar o dano .................................................................... 28
5.2.2. Confisco ................................................................................................ 29
5.3. Efeitos específicos .................................................................................. 29
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5.3.1. Perda do cargo, função pública ou mandato eletivo ..................................... 29
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5.3.2. Incapacidade para exercício do pátrio poder, tutela ou curatela .................... 30
5.3.3. Inabilitação para dirigir veículo ................................................................. 31
5.4. Reabilitação ........................................................................................... 32
5.4.1. Sigilo das condenações ........................................................................... 32
5.4.2. Efeitos secundários extrapenais da condenação .......................................... 33
5.4.3. Pressupostos e requisitos para a Reabilitação ............................................. 33
6. PUNIBILIDADE E SUA EXTINÇÃO .............................................................. 34
6.1. Introdução ............................................................................................. 34
6.2. Causas de extinção da punibilidade diversas da prescrição .................... 35
6.3. Prescrição .............................................................................................. 38
6.3.1. Prescrição da pretensão punitiva .............................................................. 38
6.3.2. Prescrição da pretensão executória ........................................................... 44
6.3.3. Disposições importantes sobre a prescrição................................................ 46
7. DA AÇÃO PENAL NO CÓDIGO PENAL .......................................................... 47
8. RESUMO .................................................................................................... 49
9. EXERCÍCIOS DA AULA ............................................................................... 61
10. EXERCÍCIOS COMENTADOS .................................................................... 68
11. GABARITO .............................................................................................. 86
Bons estudos!
Prof. Renan Araujo
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1.! DAS PENAS !
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CUIDADO! Nesta etapa, ainda que as circunstâncias judiciais sejam
extremamente favoráveis ao condenado, não pode o Juiz fixar a pena-
base abaixo do mínimo legal.
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V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de!
outro crime:
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
Nesse caso, o Juiz considerará apenas um dos fatores para qualificar o
crime, utilizando os demais como agravantes ou circunstâncias judiciais
que aumentam a pena-base.
Como todas as três situações são circunstâncias agravantes genéricas, o
Juiz deverá utilizar as outras duas como agravantes. Nos termos do art.
61, II do CP:
Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não
constituem ou qualificam o crime:(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
(...)
II - ter o agente cometido o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) por motivo fútil ou torpe;
b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou
vantagem de outro crime;
c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que
dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido;
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1
No julgamento do HC 126.292 o STF decidiu que o cumprimento da pena pode se iniciar
com a mera condenação em segunda instância por um órgão colegiado (TJ, TRF, etc.).
Isso significa que o STF relativizou o princípio da presunção de inocência, admitindo que
a “culpa” (para fins de cumprimento da pena) já estaria formada nesse momento (embora
a CF/88 seja expressa em sentido contrário). Isso significa que, possivelmente, teremos
(num futuro breve) alteração nesta súmula do STJ e na jurisprudência consolidada do STF,
de forma que ações penais em curso passem a poder ser consideradas como maus
antecedentes, desde que haja, pelo menos, condenação em segunda instância por órgão
colegiado (mesmo sem trânsito em julgado). HC 126292/SP, rel. Min. Teori Zavascki,
17.2.2016.
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antecedentes para aumento da pena-base, pois isso seria violação!
ao princípio da presunção de inocência (súmula 444 do STJ)
•! Condenação anterior – Não pode ser considerada como mau
antecedente, pois já é considerada como reincidência (agravante).
•! Consequências do crime - Para que possam caracterizar
circunstância judicial apta a aumentar pena base, devem ser
consequências que não sejam as naturais do delito –
EXEMPLO: O Juiz não pode aumentar a pena base de um homicídio
consumado ao argumento de que a consequência do crime foi
grave, já que a vítima morreu. Ora, em todo homicídio consumado
é LÓGICO que a vítima morreu!
•! Gravidade abstrata do delito e aumento da pena base ou
fixação de regime de cumprimento de pena mais gravoso –
Não pode o julgador aumentar a pena base apenas por entender
que o delito é, abstratamente, grave (pois isso já foi levado em
conta pelo legislador ao fixar os patamares mínimo e máximo).
Além disso, tal circunstância também não pode ser utilizada para a
fixação de regime prisional mais gravoso que o naturalmente
previsto para aquela quantidade de pena aplicada. Súmula 718 do
STF:
Súmula 718 do STF
A OPINIÃO DO JULGADOR SOBRE A GRAVIDADE EM ABSTRATO DO CRIME
NÃO CONSTITUI MOTIVAÇÃO IDÔNEA PARA A IMPOSIÇÃO DE REGIME MAIS
SEVERO DO QUE O PERMITIDO SEGUNDO A PENA APLICADA.
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d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso !
ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum;
e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge;
f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de
coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma da
lei específica; (Redação dada pela Lei nº 11.340, de 2006)
g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério
ou profissão; (Redação dada pela Lei nº 9.318, de 1996)
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida;
(Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade;
j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade
pública, ou de desgraça particular do ofendido;
l) em estado de embriaguez preordenada.
Agravantes no caso de concurso de pessoas
Art. 62 - A pena será ainda agravada em relação ao agente que: (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos
demais agentes; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - coage ou induz outrem à execução material do crime; (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)
III - instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autoridade
ou não-punível em virtude de condição ou qualidade pessoal; (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
IV - executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de
recompensa.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
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Art. 66 - A pena poderá ser ainda atenuada em razão de circunstância !
relevante, anterior ou posterior ao crime, embora não prevista expressamente
em lei. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
(i)! Reincidência
A reincidência é a prática de um crime após ter o agente sido
condenado por sentença irrecorrível em outro crime, no Brasil ou
no exterior (art. 63 do CP). No entanto, é possível a reincidência no caso
de prática de contravenção após ter sido o agente condenado por sentença
irrecorrível pela prática de crime ou contravenção. No entanto, a prática
de crime após a condenação criminal irrecorrível por contravenção
NÃO GERA REINCIDÊNCIA. Assim:
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2
GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 516
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condenação anterior se deu por outro crime, não gerando este efeito no !
caso de condenação anterior por contravenção.
Assim, temos a absurda hipótese de alguém praticar duas
contravenções e ser reincidente. Já no caso de prática de um crime
posteriormente a uma condenação por contravenção, SERÁ PRIMÁRIO!
Trata-se de brecha legislativa!3
Nos termos do art. 63 do CP:
Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois
de transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha
condenado por crime anterior. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
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3
GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 523
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CUIDADO! No crime anterior, se houve a extinção da punibilidade antes!
de ser proferida sentença condenatória irrecorrível, NUNCA HAVERÁ
REINCIDÊNCIA, pois não chegou a haver condenação irrecorrível.
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
4
Boa parte da Doutrina entende que essa figura não existe. A pessoa seria, apenas,
PRIMÁRIO. GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 524
5
Art. 64 - Para efeito de reincidência: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
(...)
II - não se consideram os crimes militares próprios e políticos.(Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
6
HC 274.758/SP, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 18/02/2014,
DJe 05/03/2014
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compensação de uma pela outra, não se aplicando nenhuma delas !
(equivalência das circunstâncias).7
CUIDADO MASTER! O STJ possui entendimento no sentido de que é
possível a compensação entre a agravante da reincidência com a
atenuante da confissão espontânea. Vejamos:
1. Observadas as peculiaridades do caso, "É possível, na segunda fase da
dosimetria da pena, a compensação da agravante da reincidência
com a atenuante da confissão espontânea, por serem igualmente
preponderantes, de acordo com o artigo 67 do Código Penal" (EREsp
n. 1.154.752/RS, 3ª Seção, DJe 4/9/2012).
2. Entretanto, tal compensação deverá ser realizada à luz dos princípios da
individualização da pena e da proporcionalidade, devendo o julgador
atentar-se para a natureza e o grau de reincidência do réu.
3. Não há como acolher o pedido de compensação integral entre a
reincidência e a confissão espontânea, pois o julgador, no cotejo entre as
duas circunstâncias, destacou a múltipla reincidência do recorrente e as
cinco condenações definitivas que ostenta, particularidade que
justificou o agravamento proporcional da pena em apenas dois
meses.
4. Recurso não provido.
(REsp 1360952/DF, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA,
julgado em 09/12/2014, DJe 19/12/2014)
Contudo, o STJ entende que é possível ao Juiz DEIXAR DE PROCEDER
À COMPENSAÇÃO, se entender que, no caso concreto, o grau de
reincidência do agente deva preponderar sobre a confissão
espontânea (agente que é múltiplo reincidente8).
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
7
GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 516
8
Também chamado de MULTIRREINCIDENTE. GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op.
cit., p. 524
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•! Fixas ou variáveis – Quando a quantidade de aumento e!
diminuição é fixa ou pode variar de acordo com o entendimento do Juiz.
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Uma da parte geral e Aplicam-se ambas
outra da parte
especial
2.1.! Conceito
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O sursis, ou suspensão condicional da pena, é o benefício concedido !
ao condenado em determinadas circunstâncias, de forma que ele não
cumpre a pena, mas se submete a um período de fiscalização, no qual deve
“andar na linha”. Está previsto no art. 77 do CP:
Art. 77 - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois)
anos, poderá ser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que: (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - o condenado não seja reincidente em crime doloso; (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do
agente, bem como os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do
benefício;(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
III - Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44 deste
Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - A condenação anterior a pena de multa não impede a concessão do
benefício.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2o A execução da pena privativa de liberdade, não superior a quatro anos,
poderá ser suspensa, por quatro a seis anos, desde que o condenado seja maior
de setenta anos de idade, ou razões de saúde justifiquem a suspensão. (Redação
dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
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(i) Não reincidência em crime doloso – A reincidência em crime !
culposo, portanto, não impede a suspensão condicional da pena.
Entretanto, se na condenação anterior, mesmo se dando em relação a
crime doloso, a pena aplicada tiver sido a de multa, poderá haver a
suspensão condicional da pena (art. 77, § 1° do CP);
(ii) As circunstâncias pessoais do agente (culpabilidade,
antecedentes, conduta social, etc.) sejam favoráveis, autorizando
a concessão do benefício – Nesse caso, o Juiz deve analisar se, no caso
concreto, a suspensão condicional da pena pode ser suficiente para que
seja cumprida a finalidade da pena.
Assim, temos:
REQUISITOS PARA A CONCESSÃO DO SURSIS
OBJETIVOS SUBJETIVOS
•! Pena privativa de liberdade •! Não reincidência em crime
aplicada doloso.
•! Pena privativa de liberdade •! Circunstâncias judiciais
aplicada não pode ser favoráveis.
superior a dois anos (04
anos se o condenado for
maior de 70 anos (sursis
etário) ou enfermo (sursis
humanitário).
•! Impossibilidade de conversão
em restritiva de direitos.
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limitação de fim de semana (art. 78, § 1° do CP). Essa modalidade está !
prevista no § 2° do art. 78 do CP:
§ 2° Se o condenado houver reparado o dano, salvo impossibilidade de fazê-
lo, e se as circunstâncias do art. 59 deste Código lhe forem inteiramente
favoráveis, o juiz poderá substituir a exigência do parágrafo anterior pelas
seguintes condições, aplicadas cumulativamente: (Redação dada pela Lei nº 9.268, de
1º.4.1996)
a) proibição de freqüentar determinados lugares; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
b) proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do juiz;
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
c) comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar
e justificar suas atividades. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
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não é causa que impede a concessão do sursis, então, por lógica, não pode !
gerar a revogação.
No caso do inciso II, a Doutrina majoritária entende que, se depois
de revogado o sursis o condenado repara o dano ou paga a multa, pode ser
restabelecido o sursis.
O inciso III é autoexplicativo. Não cumprindo uma das condições
previstas no art. 78, § 1°, será revogado o sursis.
A revogação facultativa, por sua vez, ocorre nas hipóteses do art.
81, § 1°:
§ 1º - A suspensão poderá ser revogada se o condenado descumpre qualquer
outra condição imposta ou é irrecorrivelmente condenado, por crime culposo
ou por contravenção, a pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Vejam que, nesse caso, o Juiz não está obrigado a revogar o sursis.
As condições indicadas como ensejadoras da revogação facultativa
são todas aquelas que não sejam as do § 1° do art. 78, ou seja, são as do
§ 2° do art. 78 e as do art. 79 do CP.
Quanto à superveniência de condenação por crime culposo ou
contravenção, é necessário que a pena aplicada tenha sido restritiva de
direitos ou privativa de liberdade. Vejam, assim, que a pena de multa não
enseja a revogação facultativa do sursis (o que corrobora a tese de que não
pode, também, revogar obrigatoriamente o benefício).
A Doutrina e a Jurisprudência entendem que, salvo no caso de
condenação irrecorrível, em todas as demais hipóteses o condenado
deve ser ouvido antes de ser revogado o benefício.
A prorrogação do período de prova (período em que o condenado
deve “andar na linha”), por sua vez, ocorrerá em duas hipóteses:
1) Beneficiado está sendo processado por outro crime ou
contravenção – Está prevista no art. 81, § 2° do CP:
§ 2º - Se o beneficiário está sendo processado por outro crime ou
contravenção, considera-se prorrogado o prazo da suspensão até o
julgamento definitivo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
2) Ocorrendo situação que autorize a revogação FACULTATIVA,
caso o Juiz opte por não revogar, pode estender o prazo do sursis
até o máximo, CASO JÁ NÃO TENHA FEITO – Está prevista no § 3°
do art. 81 do CP:
§ 3º - Quando facultativa a revogação, o juiz pode, ao invés de decretá-la,
prorrogar o período de prova até o máximo, se este não foi o fixado. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
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Em qualquer caso, a maioria da Doutrina entende que DURANTE O !
PERÍODO DE PRORROGAÇÃO, embora o condenado ainda esteja
cumprindo o sursis, não permanecem as obrigações legais (art. 78, § 1° e
2° e art. 79 do CP).
Cumpridas todas as condições, expirando-se o prazo sem revogação,
estará extinta a punibilidade do condenado. Nos termos do art. 82 do
CP:
Art. 82 - Expirado o prazo sem que tenha havido revogação, considera-se
extinta a pena privativa de liberdade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
3.1.! Conceito
O livramento condicional é um benefício concedido aos condenados a
penas privativas de liberdade superiores a dois anos, que permite a
antecipação de sua liberdade.
Trata-se de liberdade antecipada, condicional e precária.
Antecipada porque o agente deveria ficar mais tempo cumprindo
pena.
Condicional porque durante o prazo restante da pena, embora
esteja em liberdade, o condenado também deve “andar na linha”,
submetendo-se a algumas regras.
Precária porque pode ser revogada sua liberdade a qualquer tempo,
caso ocorra o descumprimento das obrigações do livramento condicional.
Nos termos do art. 83 do CP:
Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena
privativa de liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que: (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for reincidente em
crime doloso e tiver bons antecedentes; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em crime doloso;
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
III - comprovado comportamento satisfatório durante a execução da pena,
bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído e aptidão para prover à
própria subsistência mediante trabalho honesto; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
IV - tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o dano causado
pela infração; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
V - cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime
hediondo, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, e
terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa
natureza. (Incluído pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990)
Parágrafo único - Para o condenado por crime doloso, cometido com violência
ou grave ameaça à pessoa, a concessão do livramento ficará também
subordinada à constatação de condições pessoais que façam presumir que o
liberado não voltará a delinqüir. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
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O beneficiado pelo Livramento condicional é chamado de EGRESSO
(art. 26, II da LEP).
3.2.! Requisitos
Os requisitos para a concessão do Livramento Condicional podem ser
objetivos ou subjetivos. Vejamos.
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(c)! Reparação do dano !
Trata-se de requisito dispensado no caso de impossibilidade de
reparação e no caso de a vítima não ser encontrada para ser indenizada,
ou ainda, demonstrar desinteresse na reparação (art. 83, IV do CP).
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metade da pena •! Aptidão para prover à!
(qualificado). própria subsistência
•! Reparação do dano, salvo mediante trabalho honesto.
impossibilidade de fazê-lo. •! No caso de crime doloso
praticado com violência e
grave ameaça, análise
acerca da possibilidade de
o condenado voltar a
delinquir.
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manutenção do benefício, pois o condenado já cumpriu cinco anos de uma!
pena de oito anos (logo, mais da metade).
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E se o Juiz não suspender o livramento condicional até o !
trânsito em julgado do novo processo? Entende a jurisprudência,
notadamente o STJ, que se não houve a suspensão do livramento
condicional para aguardar o trânsito em julgado do processo pelo novo
crime, uma vez alcançado o prazo final da pena atual, deverá ser declarada
a extinção da punibilidade, sendo irrelevante eventual condenação pelo
novo crime (se ocorrida após o prazo de extinção da pena anterior).9
A opção por uma ou por outra irá variar de acordo com a espécie de
pena privativa de liberdade prevista (reclusão ou detenção). Sendo pena
de reclusão, o Juiz deve determinar a internação do indivíduo11. Em
se tratando de pena de detenção, o Juiz pode escolher entre a
internação e o tratamento ambulatorial. Nos termos do art. 97 do CP:
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
9
(HC 281.269/SP, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, QUINTA TURMA, julgado em
08/04/2014, DJe 23/04/2014)
10
Ver, por todos: GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 607
11
Nos termos do art. 9º da Lei 10.216/01:
Art. 9o A internação compulsória é determinada, de acordo com a legislação vigente, pelo
juiz competente, que levará em conta as condições de segurança do estabelecimento,
quanto à salvaguarda do paciente, dos demais internados e funcionários.
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Art. 97 - Se o agente for inimputável, o juiz determinará sua internação (art. !
26). Se, todavia, o fato previsto como crime for punível com detenção, poderá
o juiz submetê-lo a tratamento ambulatorial. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
O STJ, no entanto, possui algumas decisões no sentido de que a
modalidade de medida de segurança deve ser aplicada de acordo
com as necessidades médicas do agente, e não com base no tipo de
pena prevista.
Depois de fixada a medida de segurança, a sentença deve fixar um
prazo mínimo, findo o qual deverá haver um exame para saber se cessou
a periculosidade do agente. Nos termos do art. 97, § 1° do CP:
§ 1º - A internação, ou tratamento ambulatorial, será por tempo
indeterminado, perdurando enquanto não for averiguada, mediante perícia
médica, a cessação de periculosidade. O prazo mínimo deverá ser de 1
(um) a 3 (três) anos. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
12
HC 97621
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No caso de estarmos diante de um semi-imputável, diferentemente !
do que ocorre com os inimputáveis, sua sentença será condenatória, e não
uma sentença absolutória imprópria.
No que tange à medida de segurança, nesses casos, ela só será
aplicada se o condenado necessitar de tratamento curativo, hipótese na
qual será SUBSTITUÍDA a pena privativa de liberdade pela medida de
segurança (atual sistema vicariante), não podendo ser cumuladas (antigo
sistema do duplo binário).13
O CP estabelece, por fim, que é um direito do internado ser
recolhido a um estabelecimento que não possua características de
prisão, mas de hospital14. Nos termos do art. 99:
Art. 99 - O internado será recolhido a estabelecimento dotado de características
hospitalares e será submetido a tratamento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
13
Art. 98 - Na hipótese do parágrafo único do art. 26 deste Código e necessitando o
condenado de especial tratamento curativo, a pena privativa de liberdade pode ser
substituída pela internação, ou tratamento ambulatorial, pelo prazo mínimo de 1 (um) a
3 (três) anos, nos termos do artigo anterior e respectivos §§ 1º a 4º. (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
14
Ainda sobre os direitos do internado, importante ressaltar o que dispõem os arts. 1º
e 2º da Lei 10.216/01:
Art. 1o Os direitos e a proteção das pessoas acometidas de transtorno mental, de que trata
esta Lei, são assegurados sem qualquer forma de discriminação quanto à raça, cor, sexo,
orientação sexual, religião, opção política, nacionalidade, idade, família, recursos
econômicos e ao grau de gravidade ou tempo de evolução de seu transtorno, ou qualquer
outra.
Art. 2o Nos atendimentos em saúde mental, de qualquer natureza, a pessoa e seus
familiares ou responsáveis serão formalmente cientificados dos direitos enumerados no
parágrafo único deste artigo.
Parágrafo único. São direitos da pessoa portadora de transtorno mental:
I - ter acesso ao melhor tratamento do sistema de saúde, consentâneo às suas
necessidades;
II - ser tratada com humanidade e respeito e no interesse exclusivo de beneficiar sua
saúde, visando alcançar sua recuperação pela inserção na família, no trabalho e na
comunidade;
III - ser protegida contra qualquer forma de abuso e exploração;
IV - ter garantia de sigilo nas informações prestadas;
V - ter direito à presença médica, em qualquer tempo, para esclarecer a necessidade ou
não de sua hospitalização involuntária;
VI - ter livre acesso aos meios de comunicação disponíveis;
VII - receber o maior número de informações a respeito de sua doença e de seu
tratamento;
VIII - ser tratada em ambiente terapêutico pelos meios menos invasivos possíveis;
IX - ser tratada, preferencialmente, em serviços comunitários de saúde mental.
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Deve, ainda, ser necessariamente submetido a tratamento médico, e !
não simplesmente ser jogado no estabelecimento (como acontece com
alguma frequência).15
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
15
Nesse sentido, a previsão do art. 4º da Lei 10.216/01:
Art. 4o A internação, em qualquer de suas modalidades, só será indicada quando os
recursos extra-hospitalares se mostrarem insuficientes.
§ 1o O tratamento visará, como finalidade permanente, a reinserção social do paciente em
seu meio.
§ 2o O tratamento em regime de internação será estruturado de forma a oferecer
assistência integral à pessoa portadora de transtornos mentais, incluindo serviços
médicos, de assistência social, psicológicos, ocupacionais, de lazer, e outros.
§ 3o É vedada a internação de pacientes portadores de transtornos mentais em instituições
com características asilares, ou seja, aquelas desprovidas dos recursos mencionados no §
2o e que não assegurem aos pacientes os direitos enumerados no parágrafo único do art.
2 o.
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Os efeitos genéricos são aqueles que incidem sobre toda e qualquer !
condenação, estando previstos no art. 91 do CP, sendo apenas dois:
Obrigação de reparar o dano e confisco:
Art. 91 - São efeitos da condenação: ∗+)(∋,−.!(∋(∋!/)0∋!1)%!&2!345678!()!9943497:;<
I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime; ∗+)(∋,−.!
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II - a perda em favor da União, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro
de boa-fé: ∗+)(∋,−.!(∋(∋!/)0∋!1)%!&2!345678!()!9943497:;<
a) dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabrico,
alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito;
b) do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que constitua proveito
auferido pelo agente com a prática do fato criminoso.
§ 1º Poderá ser decretada a perda de bens ou valores equivalentes ao produto
ou proveito do crime quando estes não forem encontrados ou quando se
localizarem no exterior. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
§ 2º Na hipótese do § 1o, as medidas assecuratórias previstas na legislação
processual poderão abranger bens ou valores equivalentes do investigado ou
acusado para posterior decretação de perda. (Incluído pela Lei nº 12.694, de
2012)
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Parágrafo único - Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos, !
devendo ser motivadamente declarados na sentença. ∗+)(∋,−.! (∋(∋! /)0∋! 1)%! &2!
345678!()!9943497:;<
Assim, resumidamente:
EFEITOS DA CONDENAÇÃO
GERAIS ESPECÍFICOS
•! Obrigação de reparar •! Perda de cargo, função pública ou
o dano mandato eletivo (a) nos crimes
•! Perda em favor da praticados com abuso de poder ou
União dos violação de dever para com a
instrumentos do crime Administração Pública – pena igual ou
(se seu porte for superior a 01 ano; b) Nos demais
ilícito) e dos produtos casos – pena superior a 04 anos.
ou proveitos do crime. •! Incapacidade para o exercício do
•! São AUTOMÁTICOS pátrio poder, tutela ou curatela, nos
crimes dolosos, sujeitos à pena de
reclusão, cometidos contra filho,
tutelado ou curatelado.
•! Inabilitação para dirigir veículo,
quando utilizado como meio para a
prática de crime doloso.
•! Não são automáticos.
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Essa obrigação de reparar o dano pode, inclusive, ser cobrada !
dos herdeiros do falecido16, até o limite do patrimônio a eles transferido,
por força do art. 5°, XLV da Constituição.
5.2.2.! Confisco
O confisco é a perda de bens de natureza ilícita em favor da União.
O confisco recai apenas sobre os instrumentos e sobre o produto do crime.
O instrumento do crime (instrumenta sceleris) é aquilo de que se
valeu o agente para praticar o delito. Só poderão ser confiscados se se
tratarem de coisas cuja, fabricação, alienação, uso, porte ou detenção
constitua fato ilícito. Assim, um carro utilizado para a prática de um
homicídio doloso por atropelamento não pode ser confiscado, por ao ser
objeto de natureza ilícita. Entretanto, uma arma de fogo sem registro, com
a numeração raspada e cujo possuidor não possua autorização para tal,
deverá ser objeto de confisco.
O produto do crime (producta sceleris) é a vantagem direta
auferida pelo infrator em decorrência da prática do crime.
O proveito do crime, por sua vez, é a vantagem indireta obtida
pelo agente através da especificação do produto do crime
(transformação do ouro roubado em joia), da alienação do produto do crime
(dinheiro decorrente da venda do produto do crime) ou preço do crime
(crime encomendado, por exemplo).
O confisco do produto ou do proveito do crime em prol da União
possui natureza subsidiária, pois, em regra, o produto ou proveito crime
será restituído à vítima, sendo efetuado em prol da União apenas no caso
de ser desconhecida a vítima ou não ser reclamado seu valor.
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
16
Não confundir com a MULTA, que é PENA, e não pode ser cobrada dos herdeiros, nem
mesmo se o falecido tiver deixado patrimônio. Com a morte do condenado, extingue-se a
punibilidade da PENA de MULTA.
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Como já disse a vocês, estes não são efeitos automáticos, !
devendo estar expressos na sentença.
EXEMPLO: se um funcionário público é condenado à pena privativa de
liberdade de 03 anos, pelo crime de peculato, a perda do cargo público
não decorre automaticamente da sentença condenatória, devendo o
Juiz se manifestar expressamente neste sentido.
(98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!5:!()!23!
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! Em relação a outros filhos, tutelados ou curatelados – Em !
caráter provisório. Ocorrendo a reabilitação, poderá o infrator
restabelecer o pátrio poder, a tutela ou curatela em relação aos
demais filhos, tutelados ou curatelados.
(98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!51!()!23!
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EFEITOS DA
CONDENAÇÃO
PENAIS EXTRAPENAIS
ESPECÍFICOS
GENÉRICOS
PRIMÁRIOS SECUNDÁRIOS (NÃO-
(AUTOMÁTICOS)
AUTOMÁTICOS)
5.4.! Reabilitação
A reabilitação é o instituto que visa à reinserção social do condenado,
através do sigilo referente às suas anotações criminais, bem como a
suspensão condicional de determinados efeitos secundários da condenação,
de natureza extrapenal.
Nos termos do art. 93 e seu § único do CP:
Art. 93 - A reabilitação alcança quaisquer penas aplicadas em sentença
definitiva, assegurando ao condenado o sigilo dos registros sobre o seu
processo e condenação. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - A reabilitação poderá, também, atingir os efeitos da
condenação, previstos no art. 92 deste Código, vedada reintegração na
situação anterior, nos casos dos incisos I e II do mesmo artigo. (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
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No entanto, o sigilo promovido pela reabilitação é bem mais !
amplo, pois somente pode ser quebrado mediante requisição do JUIZ
CRIMINAL (e não de qualquer Juiz!).
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18
Parte da Doutrina entende que a sentença absolutória imprópria também gera situação
passível de reabilitação. GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 533
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condenado deve ter apresentado, neste período de dois anos, !
um bom comportamento social.
6.1.! Introdução
Quando alguém comete um fato definido como crime, surge para o
Estado o poder-dever de punir. Esse direito de punir chama-se ius puniendi.
Em regra, todo fato típico, ilícito e praticado por agente culpável, é
punível. No entanto, o exercício do ius puniendi encontra limitações de
diversas ordens, sendo a principal delas a limitação temporal (prescrição).
Desta forma, o Estado deve exercer o ius puniendi da maneira prevista
na lei (através do manejo da Ação Penal no processo penal), bem como
deve fazê-lo no prazo legal.
Para o nosso estudo interessam mais as hipóteses de extinção da
punibilidade. Vamos analisá-las então!
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O art. 107 do CP prevê que: !
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
I - pela morte do agente;
II - pela anistia, graça ou indulto;
III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso;
IV - pela prescrição, decadência ou perempção;
V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de
ação privada;
VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite;
IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.
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Pode, ainda, ser: !
•! Irrestrita ou restrita – Será irrestrita quando se dirigir a todos
os agentes. Será restrita quando exigir do agente determinada
qualidade específica (ser primário, por exemplo).
•! Incondicionada ou condicionada – Será incondicionada
quando não impuser nenhuma condição. Será condicionada
quando impuser uma condição para sua validade (Como, por
exemplo, a reparação do dano causado).
•! Comum ou especial – A primeira é destinada a crimes comuns,
e a segunda é destinada a crimes políticos.
Já a Graça e o indulto são bem mais semelhantes entre si, pois
não excluem o FATO criminoso em si, mas apenas extinguem a
punibilidade em relação a determinados agentes (podem ser
todos), e só podem ser concedidos pelo Presidente da República.
EXEMPLO: Imaginemos que, no exemplo da greve dos policiais militares,
o Presidente da República assinasse um Decreto concedendo indulto a
150 dos 300 policiais militares envolvidos. Percebam que o fato criminoso
não foi “esquecido” pelo Estado. Houve apenas a extinção da punibilidade
em relação a alguns infratores. Assim, a ANISTIA atinge o FATO (e
por via reflexa, a punibilidade). A graça e o indulto atingem
DIRETAMENTE A PUNIBILIDADE.
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I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do !
processo durante 30 dias seguidos;
II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não
comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60
(sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o
disposto no art. 36;
III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a
qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o
pedido de condenação nas alegações finais;
IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar
sucessor.!
6.3.! Prescrição
Enfim, a clássica e mais comum hipótese de extinção da punibilidade:
a PRESCRIÇÃO. A prescrição é a perda do poder de exercer um direito em
razão da inércia do seu titular. Ou seja, é o famoso “camarão que dorme
a onda leva”.
A prescrição pode ser dividida basicamente em duas espécies:
Prescrição da pretensão punitiva e prescrição da pretensão
executória.
A primeira pode ocorrer quando ainda não há sentença penal
condenatória transitada em julgado, e a segunda pode ocorrer
somente depois de já haver sentença penal condenatória transitada
em julgado. Vamos estudá-las em tópicos separados.
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VI - em 3 (três) anos, se o máximo da pena é inferior a 1 (um) ano. (Redação !
dada pela Lei nº 12.234, de 2010).
Prescrição das penas restritivas de direito
Parágrafo único - Aplicam-se às penas restritivas de direito os mesmos
prazos previstos para as privativas de liberdade. (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
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a pena está num patamar razoável. A defesa, porém, recorre da sentença. !
Neste caso nós temos o chamado “trânsito em julgado para a acusação”,
ou seja, somente a defesa pode “se dar bem” daqui pra frente, já que
quando o Tribunal for apreciar o recurso de apelação não poderá prejudicar
o réu (recorrente), pelo princípio da non reformatio in pejus.
Bom, considerando o exemplo acima, como a defesa não pode ser
prejudicada no julgamento de seu recurso, podemos chegar à conclusão de
que o máximo de pena que José irá receber será 06 anos (a pena atual). A
partir deste momento o prazo prescricional passa a ser calculado tendo
como base esta pena aplicada (e não mais a pena máxima em abstrato).
Vejam que há uma implicação prática: Neste caso, o prazo
prescricional diminui consideravelmente: Antes, o prazo prescricional
(ordinário) era de 12 anos (pois a pena máxima é de 20 anos). Agora, o
prazo prescricional a ser considerado (intercorrente) será de 12
anos (pois a pena aplicada é de 06 anos. Está entre 04 e 08, nos termos
do art. 109, III do CP).
Vejamos o art. 110, §1º do CP:
Art. 110 (...)
§ 1º A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado
para a acusação ou depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena
aplicada, não podendo, em nenhuma hipótese, ter por termo inicial data
anterior à da denúncia ou queixa. (Redação dada pela Lei nº 12.234, de 2010).!
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Vou utilizar um caso exemplificativo para que possamos esclarecer as
diversas hipóteses de prescrição da pretensão punitiva:
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•! Publicação da sentença ou acórdão condenatórios !
recorríveis
•! Início ou continuação do cumprimento da pena – Só se
aplica à prescrição da pretensão executória
•! Reincidência - Só se aplica à prescrição da pretensão
executória
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Assim, na hipótese do crime de homicídio, conforme o exemplo dado
anteriormente, antes de transitar em julgado a sentença condenatória, o
prazo prescricional é regulado pela pena máxima cominada ao crime em
abstrato, de acordo com a tabelinha do art. 109 do CP. Após o trânsito
em julgado, o parâmetro utilizado pela lei para o cálculo do prazo
prescricional deixa de ser a pena máxima prevista e passa a ser a
pena efetivamente aplicada.
Assim, se no crime de homicídio simples, que tem pena prevista de 06
a 20 anos, o agente for condenado a apenas 06 (seis) anos de reclusão, o
prazo prescricional passa a ser de apenas 12 (doze) anos, nos termos do
art. 109, III do CP.
O art. 112 do CP estabelece o marco inicial (termo a quo) do prazo
prescricional da pretensão executória:
Art. 112 - No caso do art. 110 deste Código, a prescrição começa a correr:
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - do dia em que transita em julgado a sentença condenatória, para a
acusação, ou a que revoga a suspensão condicional da pena ou o livramento
condicional; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - do dia em que se interrompe a execução, salvo quando o tempo da
interrupção deva computar-se na pena. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
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A “gritaria” não foi aceita pela Jurisprudência, que firmou !
entendimento no sentido de que o termo inicial da prescrição da pretensão
EXECUTÓRIA ocorre com o trânsito em julgado para a acusação.
Contudo, apesar de reconhecer que o termo inicial da prescrição da
pretensão executória ocorre com o trânsito em julgado para a acusação, o
STJ decidiu que antes de haver o trânsito em julgado para AMBAS AS
PARTES a prescrição da pretensão executória NÃO PODE SER
RECONHECIDA.
Resumidamente: O prazo prescricional começa a correr com o
trânsito em julgado para a acusação, mas eventual reconhecimento da
efetiva ocorrência da prescrição (executória) somente terá
cabimento APÓS o trânsito em julgado para ambas as partes.
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Estatuto da Criança e do Adolescente. Contudo, as normas referentes à!
prescrição são aplicáveis às medidas socioeducativas (sanções penais
aplicáveis aos adolescentes). Vejamos a SÚMULA 338 DO STJ: “a
prescrição penal é aplicável nas medidas sócio-educativas”.
AÇÃO PENAL
PÚBLICA
INCONDICIONADA CONDICIONADA
REPRESENTAÇÃO DO
OFENDIDO
REQUISIÇÃO DO MINISTRO
DA JUSTIÇA
PRIVADA
SUBSIDIÁRIA DA
EXCLUSIVA PERSONALÍSSIMA
PÚBLICA
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Art. 101 - Quando a lei considera como elemento ou circunstâncias do tipo legal
!
fatos que, por si mesmos, constituem crimes, cabe ação pública em relação
àquele, desde que, em relação a qualquer destes, se deva proceder por
iniciativa do Ministério Público. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
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meses, a contar da data em que o ofendido toma conhecimento !
da autoria do delito.
•! Queixa - Deve ser exercida dentro de seis meses, a contar da
data em que o ofendido toma conhecimento da autoria do delito.
Não pode ser exercido se houve renúncia tácita ou expressa.
•! Perdão do ofendido – Uma vez oferecido e aceito, é causa de
extinção da punibilidade. Se concedido a qualquer dos
querelados, a todos aproveita (o querelado pode se recusar a
receber o perdão). Se concedido por um dos ofendidos, não
prejudica o direito dos outros. Pode ser tácito ou expresso, e
pode ser oferecido até o trânsito em julgado.
8.! RESUMO
APLICAÇÃO DA PENA
Aplicação das penas privativas de liberdade
Sistema adotado – Sistema trifásico
SISTEMA TRIFÁSICO DE APLICAÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE
LIBERDADE
•! Fixação da pena-base
•! Aplicação de agravantes e atenuantes
•! Aplicação de causas de aumento e diminuição da pena
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OBS.: Na fixação da pena-base, o Juiz deve partir do mínimo legal, e só !
poderá sair desse patamar se estiverem presentes circunstâncias
desfavoráveis, devendo fundamentar a sua decisão.
Tópicos importantes
Maus antecedentes – O STJ e o STF entendem que a mera existência de
Inquéritos Policiais e ações penais em curso, sem trânsito em julgado, não
podem ser considerados como maus antecedentes para aumento da pena-
base, pois isso seria violação ao princípio da presunção de inocência
(súmula 444 do STJ). OBS.: Há possível indicação de mudança de
entendimento, a partir do julgamento do HC 126.292 (STF).
Condenação anterior – Não pode ser considerada como mau
antecedente, pois já é considerada como reincidência (agravante).
Consequências do crime - Para que possam caracterizar circunstância
judicial apta a aumentar pena base, devem ser consequências que não
sejam aquelas naturais do delito.
Gravidade abstrata do delito e aumento da pena base ou fixação de
regime de cumprimento de pena mais gravoso – Não pode o julgador
aumentar a pena base apenas por entender que o delito é, abstratamente,
grave.
Reincidência
Conceito – Ocorre quando o agente pratica novo crime após ter sido
condenado anteriormente por outro crime. Também ocorre reincidência
quando o agente pratica contravenção tendo sido anteriormente condenado
por crime ou contravenção.
E se o agente pratica crime após ter sido condenado anteriormente
por contravenção? Em razão de falha legislativa, deve ser considerado
primário.
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INFRAÇÃO INFRAÇÃO RESULTADO
ANTERIOR POSTERIOR
CRIME CRIME REINCIDENTE
CRIME CONTRAVENÇÃO REINCIDENTE
CONTRAVENÇÃO CONTRAVENÇÃO REINCIDENTE
CONTRAVENÇÃO CRIME PRIMÁRIO
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Em sendo da mesma natureza, o Juiz deve proceder conforme o quadro !
abaixo:
Ambas da parte O Juiz deve aplicar
CONCURSO ENTRE geral ambas
CAUSAS DE Ambas da parte O Juiz aplica a causa
AUMENTO especial que mais aumente
(art. 68, § único do
CP)
Uma da parte geral e Aplicam-se ambas
outra da parte
especial
CONCURSO ENTRE Ambas da parte O Juiz deve aplicar
CAUSAS DE geral ambas
DIMINUIÇÃO
Ambas da parte O Juiz aplica a causa
especial que mais diminua
(art. 68, § único do
CP)
Uma da parte geral e Aplicam-se ambas
outra da parte
especial
Disposições finais
Máximo de cumprimento de pena – O CP estabelece limite máximo de
cumprimento de pena, que é de 30 anos. Isso não impede que a pessoa
seja condenada a período superior a este.
E se durante o cumprimento da pena o agente é condenado por
nova infração, sendo-lhe aplicada nova pena privativa de
liberdade? Nesse caso, aplica-se uma nova unificação das penas, de
forma a começar, do zero, um novo prazo de 30 anos.
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(98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋24!
(art. 77, § 2° do CP). Nos crimes ambientais, o sursis pode ser !
aplicado aos condenados à pena não superior a três anos.
!! A pena privativa de liberdade não deve ter sido substituída por
restritiva de direitos – Sursis só cabe quando não for possível a
substituição por penas restritivas de direitos.
Requisitos subjetivos
!! Não reincidência em crime doloso – Esta é a regra. EXCEÇÃO:
Se a pena aplicada tiver sido a de multa, poderá haver a suspensão
condicional da pena.
!! As circunstâncias pessoais do agente sejam favoráveis,
autorizando a concessão do benefício
Espécies de sursis
!! Simples – O condenado não reparou o dano e as circunstâncias
judiciais (art. 59 do CP) não lhe são muito favoráveis. É o sursis
comum, a regra.
!! Especial – Aqui o condenado reparou o dano (ou não teve
possibilidade de fazê-lo) e as circunstâncias judiciais (art. 59 do CP)
lhe são inteiramente favoráveis. Nessa hipótese o condenado não
precisa, no primeiro ano, se submeter à prestação de serviços à
comunidade ou limitação de fim de semana (serão substituídas pelas
condições do art. 78, §2º do CP).
Revogação do Sursis
Obrigatória – Ocorrerá nos casos de:
!! Condenação, por sentença irrecorrível, por crime doloso. OBS.:
Jurisprudência: se foi imposta apenas a multa por esse novo crime,
não há revogação obrigatória.
!! Não reparação do dano ou não pagamento da pena de multa (quando
for possível ao agente pagar)
!! Descumprimento de condição imposta (condições do art. 78, §1º do
CP)
Facultativa – Ocorrerá nos casos de:
!! Descumprimento de outras condições (afora as do art. 78, §1º do CP)
!! Condenação irrecorrível por crime culposo ou contravenção - É
necessário que a pena aplicada tenha sido restritiva de direitos ou
privativa de liberdade.
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(98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋24!
!! Ocorrendo situação que autorize a revogação FACULTATIVA, !
caso o Juiz opte por não revogar, pode estender o prazo do
sursis até o máximo, caso já não tenha estendido antes –
Prorrogação facultativa e não automática.
LIVRAMENTO CONDICIONAL
Conceito - Benefício concedido aos condenados a penas privativas de
liberdade superiores a dois anos, que permite a antecipação de sua
liberdade.
Requisitos objetivos
Quantidade da pena - A pena aplicada deve ter sido igual ou superior a
dois anos.
Parcela da pena já cumprida - A pena já deve ter sido razoavelmente
cumprida. O montante da pena já cumprida irá variar conforme as
condições do crime e do condenado:
!! Condenado não reincidente em crime doloso e que possua
bons antecedentes – Cumprimento de 1/3 da pena (Livramento
Condicional simples).
!! Condenado reincidente em crime doloso – Cumprimento de mais
da metade da pena (Livramento Condicional Qualificado).
!! Condenado por crime hediondo, desde que não seja
reincidente em crime hediondo – Cumprimento de 2/3 da pena
(Livramento condicional específico).
OBS.: Condenado não reincidente em crime doloso, mas também
não possui bons antecedentes – STJ: deve ser adotada a posição mais
favorável ao réu, permitindo-se a concessão do Livramento Condicional
Simples.
Requisitos subjetivos
Bom comportamento durante a execução da pena, aptidão para prover a
subsistência e bom desempenho no trabalho que lhe fora atribuído
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OBS.: No caso de crime doloso cometido com violência ou grave ameaça à !
pessoa é necessária, ainda, uma análise acerca da possibilidade de o
condenado voltar a delinquir.
Revogação
Obrigatória – Ocorre no caso de:
Condenação irrecorrível, a pena privativa de liberdade:
!! Por crime cometido durante o benefício
!! Por crime anterior – Neste caso, só será revogado se a soma das
penas formar um montante que impedisse a concessão do benefício
Revogação facultativa – Ocorre nos casos de:
!! Descumprimento de condição imposta
!! Condenação irrecorrível por crime ou contravenção, sendo aplicada
pena não privativa de liberdade
MEDIDAS DE SEGURANÇA
Conceito – Espécie de sanção penal aplicável àqueles que, embora tendo
cometido fato típico e ilícito, são inimputáveis ou semi-imputáveis em razão
de problemas mentais. Assim, é possível a aplicação de medida de
segurança a agentes culpáveis (semi-imputáveis).
Espécies – Internação e tratamento ambulatorial. O STJ possui algumas
decisões no sentido de que a modalidade de medida de segurança deve ser
aplicada de acordo com as necessidades médicas do agente.
Prazo – A sentença deve fixar um prazo mínimo, findo o qual deverá haver
um exame para saber se cessou a periculosidade do agente.
OBS.: Embora o CP não estabeleça um prazo máximo para as medidas de
segurança, o STF e o STJ não aceitam isso. O STF entende que a medida
de segurança não pode ultrapassar 30 anos, que é o prazo máximo de
uma pena privativa de liberdade. O STJ entende que o prazo máximo da
medida de segurança é o prazo máximo de pena estabelecido (em
abstrato) para o crime cometido (súmula 527 do STJ).
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EFEITOS DA CONDENAÇÃO !
Efeitos penais
Primário – pena
Secundários – Não são a finalidade principal da condenação, mas dela
decorrem:
!! Reincidência
!! Inscrição do nome do réu no rol dos culpados
Extrapenais
Genéricos - Incidem sobre toda e qualquer condenação:
•! Obrigação de reparar o dano
•! Perda em favor da União dos instrumentos do crime (se seu porte for
ilícito) e dos produtos ou proveitos do crime
OBS.: São automáticos
REABILITAÇÃO
Conceito - É o instituto que visa à reinserção social do condenado, através
do sigilo referente às suas anotações criminais, bem como a suspensão
condicional de determinados efeitos secundários da condenação, de
natureza extrapenal.
Abrangência – A reabilitação:
!! Promove o sigilo referente às anotações criminais do reabilitado
!! Promove a suspensão dos efeitos extrapenais secundários da
condenação
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Requisitos – Podem ser objetivos ou subjetivos: !
•! Requisitos objetivos – a) A extinção da pena (Pelo
cumprimento ou por outra forma) deve ter se dado há mais de
dois anos; b) Deve o condenado ter reparado o dano, ou provar
que não pode fazê-lo ou que a vítima renunciou a este direito;
•! Requisitos subjetivos – a) Domicílio no país – O condenado
deve ter residido no Brasil no período de dois anos após a
extinção da pena; b) Bom comportamento público e privado – O
condenado deve ter apresentado, neste período de dois anos,
um bom comportamento social.
EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE
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Abolitio criminis - Ocorre quando surge lei nova que deixa de considerar !
o fato como crime. Faz cessar todos os efeitos PENAIS da condenação
(ex.: reincidência).
PRESCRIÇÃO
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!
!! Prazo prescricional – Calculado com base na pena máxima em
abstrato prevista para o delito.
!! Início do prazo prescricional –
(1) do dia em que o crime se consumou
(2) no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa
(3) nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência
(4) nos de bigamia e nos de falsificação ou alteração de
assentamento do registro civil, da data em que o fato se tornou
conhecido
(5) nos crimes contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes,
da data em que a vítima completar 18 (dezoito) anos, salvo se já
tiver sido proposta a ação penal.
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•! Início ou continuação do cumprimento da pena – não se !
estende aos demais autores do delito. Só se aplica à
prescrição da pretensão executória
•! Reincidência - não se estende aos demais autores do delito. Só
se aplica à prescrição da pretensão executória.
Bons estudos!
Prof. Renan Araujo
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9.! EXERCÍCIOS DA AULA !
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(98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋24!
comportamento do agente em diversos âmbitos, tais como na família, na!
sociedade e no trabalho, corresponde
a) aos antecedentes penais do agente.
b) à culpabilidade do agente.
c) à personalidade do agente.
d) às circunstâncias do crime.
e) à conduta social do agente.
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! !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋
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!∃+∃/∗!&∋!∃∋(&+6−∀∗∋
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Caso atue de forma incorreta, quem trabalha para o Estado ou com ele se!
relaciona pode incidir na prática de crimes com tipos específicos, previstos
na legislação penal brasileira.
Nesse contexto, julgue o item abaixo.
Considere a seguinte situação hipotética.
Determinado servidor praticou crime de concussão e, com o valor
arrecadado, adquiriu um automóvel. Tendo sido descoberto, ele foi julgado
e condenado a cinco anos de reclusão em decorrência desse crime.
Nessa situação, como conseqüência da condenação, o servidor não
perderá o cargo, exceto se o juiz assim o determinar motivadamente na
sentença.
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Nos termos do Código Penal, a perda de cargo, função pública ou mandato!
eletivo ocorrerá quando, nos crimes praticados com abuso de poder ou
violação de dever para com a administração pública, for aplicada pena
privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano.
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(98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋24!
O perdão judicial, uma das possíveis causas extintivas da punibilidade, !
consiste na manifestação de vontade, expressa ou tácita, do ofendido ou
de seu representante legal, acerca de sua desistência da ação penal privada
já iniciada.
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! !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋
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!∃+∃/∗!&∋!∃∋(&+6−∀∗∋
%789:;∋7∋7<79=>=:8?∋=8≅7ΑΒ;Χ8?∋ !
(98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋24!
e a defensoria pública e o MP intimados, pessoalmente, em 19/8/2011. !
Nessa situação hipotética, a interrupção do curso da prescrição ocorreu em
17/8/2011.
!
27.! (CESPE - 2013 - POLÍCIA FEDERAL - DELEGADO DE POLÍCIA)
Considere que Jorge, Carlos e Antônio sejam condenados, definitivamente,
a uma mesma pena, por terem praticado, em coautoria, o crime de roubo.
Nessa situação, incidindo a interrupção da prescrição da pretensão
executória da referida pena em relação a Jorge, essa interrupção não
produzirá efeitos em relação aos demais coautores.
(98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!88!()!23!
! !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋
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!∃+∃/∗!&∋!∃∋(&+6−∀∗∋
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31.! (CESPE - 2013 - TC-DF - PROCURADOR) !
No sistema penal brasileiro, há causas pessoais que excluem e extinguem
totalmente a punibilidade e, igualmente, causas pessoais de exclusão e
extinção parcial da punibilidade.
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36.! (CESPE – 2014 – PGE-BA – PROCURADOR DO ESTADO) !
Considere a seguinte situação hipotética.
Joaquim foi denunciado pela prática do crime de falsidade ideológica
previsto no Código Penal. A inicial acusatória foi recebida em 3/10/2007. O
juiz da causa, por meio de sentença publicada em 19/7/2012, condenou o
réu à pena de um ano, dez meses e vinte dias de reclusão, em regime
semiaberto, mais pagamento de quinze dias-multa. Não houve recurso do
MP e a defesa interpôs apelação, alegando a prescrição da pretensão
punitiva do Estado.
Nessa situação, deverá o tribunal negar provimento ao apelo.
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COMENTÁRIOS: !
A) ERRADA: Na segunda fase da dosimetria da pena (aplicação de
agravantes e atenuantes) o Juiz não pode reduzir a pena abaixo do mínimo
legal, ou elevá-la acima do máximo previsto abstratamente. Nesse sentido,
o verbete nº 231 da súmula do STJ.
B) CORRETA: Esta é a previsão do art. 62, II do CP.
C) ERRADA: Item errado, pois o regime de cumprimento inicial da pena
deve ser fixado segundo regras estabelecidas no CP.
D) ERRADA: No caso de condenado à pena de reclusão, o regime inicial
pode ser qualquer um dos três (fechado, semiaberto ou aberto), nos termos
do art. 33 do CP, a depender de critérios como quantidade da pena aplicada
e condições pessoais do agente.
E) ERRADA: As eventuais causas de aumento ou diminuição de pena devem
ser aplicadas na terceira fase da dosimetria da pena.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
(98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!89!()!23!
! !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋
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o comportamento do agente em diversos âmbitos, tais como na!
família, na sociedade e no trabalho, corresponde
a) aos antecedentes penais do agente.
b) à culpabilidade do agente.
c) à personalidade do agente.
d) às circunstâncias do crime.
e) à conduta social do agente.
COMENTÁRIOS: Os comportamentos do agente em sua vida social, como
na família, na sociedade, no trabalho, etc., formam o que se chama de
"conduta social do agente", que é um fator a ser considerado pelo Juiz
quando da fixação da pena-base, nos termos do art. 59 do CP. Vejamos:
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social,
à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do
crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja
necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Desta maneira, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
06.! (CESPE – 2010 – DETRAN-ES – ADVOGADO)
É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em
curso para agravar a pena-base.
COMENTÁRIOS: O item está correto. O entendimento do STF e do STJ é
no sentido de que a existência de inquéritos e ações penais em curso não
podem servir para agravar a situação do condenado, eis que não
representam um juízo de culpa do mesmo, já que, pelo princípio da
presunção de inocência, somente a condenação penal transitada em
julgado tem o condão de formalizar a culpa de qualquer pessoa por um
determinado fato (lembrando apenas que o STF começou a mudar seu
entendimento, de forma a admitir que a culpa já estaria formada quando
houvesse condenação em segunda instância por órgão colegiado – HC
126.292).
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.
07.! (CESPE – 2012 – TJ-RR – ANALISTA PROCESSUAL)
Alberto, que já ostentava condenação anterior transitada em
julgado por crime de furto, praticou outro crime de furto, foi preso
em flagrante, confessou o delito e, posteriormente, foi condenado
a pena privativa de liberdade de um ano e três meses de reclusão
sob o regime fechado. Ao prolatar a sentença, o juiz agravou a
pena base tão somente por força da condenação anterior.
Com relação a essa situação hipotética, julgue os itens a seguir.
O juiz poderia ter aplicado pena privativa de liberdade inferior a
um ano de reclusão porque a confissão é preponderante à
reincidência.
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! !! ! !
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!∃+∃/∗!&∋!∃∋(&+6−∀∗∋
%789:;∋7∋7<79=>=:8?∋=8≅7ΑΒ;Χ8?∋ !
(98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋24!
COMENTÁRIOS: O item está errado. O furto possui pena mínima de um!
ano. Assim, o Juiz não poderia ter fixado a pena abaixo do mínimo legal
porque a confissão é circunstância atenuante, a ser aplicada na segunda
fase de aplicação da pena, e de acordo com o STJ, nesse momento a pena
não pode ficar abaixo do mínimo legal (súmula 231 do STJ).
Ademais, quanto à preponderância entre a confissão e a reincidência, o
STJ entende que se compensam (STJ 3ª Seção. EREsp 1.154.752/RS), em
regra.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
(98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!31!()!23!
! !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋
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!∃+∃/∗!&∋!∃∋(&+6−∀∗∋
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(98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋24!
sentença, nos casos de pena privativa de liberdade aplicada igual ou!
superior a um ano. Vejamos:
Art. 92 - São também efeitos da condenação:(Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)
I - a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo: (Redação dada pela
Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)
a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior
a um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever
para com a Administração Pública; (Incluído pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)
Além disso, não se trata de um efeito automático da condenação,
dependendo de declaração expressa na sentença. Vejamos:
Parágrafo único - Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos,
devendo ser motivadamente declarados na sentença. (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)
PORTANTO, A AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
(98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!34!()!23!
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!
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(98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋24!
Parágrafo único - Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos, !
devendo ser motivadamente declarados na sentença. (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.
(98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!35!()!23!
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!
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(98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋24!
COMENTÁRIOS: A restrição ao exercício de cargo público não é um efeito!
da condenação, embora a perda da função pública seja um efeito genérico
e não-automático da condenação.
A restrição ao exercício de cargo público, no entanto, pode ser decretada
como pena restritiva de direitos, na modalidade de Interdição Temporária
de Direitos. Vejamos:
Art. 47 - As penas de interdição temporária de direitos são: (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de
mandato eletivo; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
(98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!36!()!23!
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(98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋24!
poderá haver revogação, pois a condenação à pena de multa não é causa!
que impede a concessão do sursis, então, por lógica, não pode gerar a
revogação.
A revogação facultativa, por sua vez, ocorre nas hipóteses do art. 81, §
1°:
§ 1º - A suspensão poderá ser revogada se o condenado descumpre qualquer
outra condição imposta ou é irrecorrivelmente condenado, por crime culposo
ou por contravenção, a pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Vejam que, nesse caso, o Juiz não está obrigado a revogar o sursis.
As condições indicadas como ensejadoras da revogação facultativa são
todas aquelas que não sejam as do § 1° do art. 78, ou seja, são as do §
2° do art. 78 e as do art. 79 do CP.
Quanto à superveniência de condenação por crime culposo ou
contravenção, é necessário que a pena aplicada tenha sido restritiva de
direitos ou privativa de liberdade. Vejam, assim, que a pena de multa não
enseja a revogação facultativa do sursis (o que corrobora a tese de que
não pode, também, revogar obrigatoriamente o benefício).
Assim, temos que das alternativas da questão, aquela que traz uma
situação de revogação obrigatória do sursis é a letra c.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
(98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!37!()!23!
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!
!
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(98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋24!
Não se admite a concessão de livramento condicional ao!
condenado por crime doloso, cometido com violência ou grave
ameaça à pessoa.
COMENTÁRIOS: O item está errado. Neste caso, admite-se a concessão
do livramento condicional, havendo, no entanto, mais um requisito
subjetivo, que é a análise de condições que façam presumir que o liberado
não voltará a delinquir. Nos termos do art. 83, § único do CP:
Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena
privativa de liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que: (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
(...)
Parágrafo único - Para o condenado por crime doloso, cometido com violência
ou grave ameaça à pessoa, a concessão do livramento ficará também
subordinada à constatação de condições pessoais que façam presumir que o
liberado não voltará a delinqüir. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
(98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!38!()!23!
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(98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋24!
pena, somada ao restante da pena atual, impeça a manutenção do !
livramento condicional, nos termos do art. 86, II do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
(98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!33!()!23!
! !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋
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121, § 5° do CP: § 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá !
deixar de aplicar a pena, se as conseqüências da infração atingirem o
próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne
desnecessária. (Incluído pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977). Este sim é o
chamado perdão judicial.
Assim, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
(98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!32!()!23!
! !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋
! !! ! !
!
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(98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋24!
24.! (CESPE – 2011 – TCU - AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE !
EXTERNO)
Acerca da tipicidade, da culpabilidade e da punibilidade, julgue o
item a seguir.
Na doutrina e jurisprudência contemporâneas, predomina o
entendimento de que a punibilidade não integra o conceito analítico
de delito, que ficaria definido como conduta típica, ilícita e culpável.
COMENTÁRIO: O crime pode ser conceituado a partir de diversos
aspectos. Sob o aspecto analítico, o crime é analisado em sua composição,
que, para a maioria da Doutrina, é TRIPARTIDA, sendo o crime composto
por três elementos:
•! FATO TÍPICO;
•! ILICITUDE (ANTIJURIDICIDADE);
•! CULPABILIDADE
A teoria bipartida, menor, mas não menos influente, defende que o crime
é composto por apenas DOIS elementos:
•! FATO TÍPICO;
•! ILICITUDE (ANTIJURIDICIDADE);
Para esta teoria, a culpabilidade é mero pressuposto de aplicação da pena,
eis que não se refere ao fato em si, mas às condições pessoais do agente,
motivo pelo qual um fato típico e ilícito já seria um crime.
(98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!39!()!23!
! !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋
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!
!∃+∃/∗!&∋!∃∋(&+6−∀∗∋
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(98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋24!
Perceba que inclui-se o dia do começo, ao contrário do que ocorre na !
contagem dos prazos processuais penais.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
!
26.! (CESPE - 2013 - POLÍCIA FEDERAL - DELEGADO DE POLÍCIA)
Suponha que determinada sentença condenatória, com pena de dez
anos de reclusão, imposta ao réu, tenha sido recebida em termo
próprio, em cartório, pelo escrivão, em 13/8/2011 e publicada no
órgão oficial em 17/8/2011, e que tenha sido o réu intimado,
pessoalmente, em 20/8/2011, e a defensoria pública e o MP
intimados, pessoalmente, em 19/8/2011. Nessa situação
hipotética, a interrupção do curso da prescrição ocorreu em
17/8/2011.
COMENTÁRIOS: A publicação da sentença ou acórdão RECORRÍVEIS é
causa de interrupção da prescrição. Vejamos:
Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se: (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)
(...)
IV - pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis;
(Redação dada pela Lei nº 11.596, de 2007).
Contudo, a publicação, para estes fins, não é a publicação no Diário Oficial,
mas o momento em que a sentença se torna pública, que, no caso concreto,
é o momento no qual o Juiz entrega a sentença ao cartório da Vara, de
forma que esta é juntada aos autos do processo, passando a ter publicidade
(já que os processos são públicos). Este é o entendimento adotado pelo
STF (HC 233.594-SP).
Assim, o curso do prazo prescricional se interrompeu em 13.08.2011.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
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! !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋
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!∃+∃/∗!&∋!∃∋(&+6−∀∗∋
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(98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋24!
28.! (CESPE - 2013 - TJ-DF - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA !
JUDICIÁRIA)
Em 15/10/2005, nas dependências do banco Y, Carlos, com o
objetivo de prejudicar direitos da instituição financeira, preencheu
e assinou declaração falsa na qual se autodenominava Maurício. No
mesmo dia, foi até outra agência do mesmo banco e, agindo da
mesma forma, declarou falsamente chamar-se Alexandre.
Em 1/5/2010, Carlos foi denunciado, tendo a denúncia sido
recebida em 24/5/2010. Após o devido processo legal, em
sentença
proferida em 23/8/2012, o acusado foi condenado a um ano e dois
meses de reclusão, em regime inicialmente aberto, e ao pagamento
de doze dias-multa, no valor unitário mínimo legal. A pena
privativa de liberdade foi substituída por uma pena restritiva de
direitos e multa. O MP não apelou da sentença condenatória.
Com relação à situação hipotética acima, julgue os itens seguintes.
Como, entre a data da prática do delito e a do recebimento da
denúncia, passaram-se mais de quatro anos, deve ser reconhecida
a extinção da punibilidade de Carlos, pela prescrição da pretensão
punitiva retroativa.
COMENTÁRIOS: Nos termos do art. 109, V do CP, a prescrição quando a
pena aplicada for igual ou superior a um ano, não excedendo a 02 anos,
será de quatro anos:
Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final,
salvo o disposto no § 1o do art. 110 deste Código, regula-se pelo
máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-
se: (Redação dada pela Lei nº 12.234, de 2010).
(...)
V - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo
superior, não excede a dois;
Aplica-se, no caso, para a configuração da prescrição retroativa, o §1º do
art. 110 do CP:
§ 1º A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em
julgado para a acusação ou depois de improvido seu recurso, regula-se
pela pena aplicada, não podendo, em nenhuma hipótese, ter por termo
inicial data anterior à da denúncia ou queixa. (Redação dada pela Lei nº
12.234, de 2010).
Podemos perceber, então, que neste caso restou configurada a prescrição
da pretensão punitiva RETROATIVA (pois aconteceu antes da sentença,
mas só depois dela fora reconhecida).
Cuidado: Antes da alteração promovida pela Lei 12.234/10, o termo inicial
da prescrição poderia ser anterior à denúncia ou queixa. Como o crime fora
praticado na vigência da legislação anterior (mais benéfica), a alteração
promovida pela Lei 12.234/10 não se aplica, eis que esta última é mais
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! !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋
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!∃+∃/∗!&∋!∃∋(&+6−∀∗∋
%789:;∋7∋7<79=>=:8?∋=8≅7ΑΒ;Χ8?∋ !
(98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋24!
gravosa, já que retirou a possibilidade de início do curso do prazo !
prescricional antes da denúncia ou queixa.
Assim, resta configurada a prescrição da pretensão punitiva retroativa.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.
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!∃+∃/∗!&∋!∃∋(&+6−∀∗∋
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(98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋24!
Ambas podem ser totais ou parciais. Serão totais quando excluírem ou !
extinguirem POR COMPLETO o ius puniendi. Serão parciais, por sua vez,
quando abrandarem o ius puniendi, extinguindo ou excluindo apenas parte
dele.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.
(98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!26!()!23!
! !! ! ! !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋
!
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!∃+∃/∗!&∋!∃∋(&+6−∀∗∋
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!
33.! (CESPE – 2014 – TJ/SE - ANALISTA)
No que se refere à punibilidade e às causas de sua extinção, bem
como ao concurso de pessoas, julgue os itens a seguir.
O juiz, ao analisar a ocorrência de prescrição depois da sentença
transitada em julgado para a acusação ou depois de improvido o
seu recurso, deve considerar a pena aplicada, não podendo, em
nenhuma hipótese, ter por termo inicial data anterior à da denúncia
ou queixa.
COMENTÁRIOS: Item correto. A prescrição da pretensão punitiva, aqui,
passa a ser calculada com base na pena em concreto, e não pode ter por
termo inicial data anterior à da denúncia ou queixa, nos termos do art. 110,
§1º do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.
(98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!27!()!23!
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!
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!∃+∃/∗!&∋!∃∋(&+6−∀∗∋
%789:;∋7∋7<79=>=:8?∋=8≅7ΑΒ;Χ8?∋ !
(98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋24!
Considere a seguinte situação hipotética. !
Joaquim foi denunciado pela prática do crime de falsidade
ideológica previsto no Código Penal. A inicial acusatória foi recebida
em 3/10/2007. O juiz da causa, por meio de sentença publicada em
19/7/2012, condenou o réu à pena de um ano, dez meses e vinte
dias de reclusão, em regime semiaberto, mais pagamento de quinze
dias-multa. Não houve recurso do MP e a defesa interpôs apelação,
alegando a prescrição da pretensão punitiva do Estado.
Nessa situação, deverá o tribunal negar provimento ao apelo.
COMENTÁRIOS: Item errado. No caso em tela, houve prescrição da
pretensão punitiva. Isto porque com a condenação (e o trânsito em julgado
para a acusação), a prescrição passa a ser regulada com base na pena
efetivamente aplicada (01 ano, 10 meses e 20 dias). Nesse caso, o prazo
prescricional será de 04 anos:
Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o
disposto no § 1o do art. 110 deste Código, regula-se pelo máximo da pena
privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se: (Redação dada pela
Lei nº 12.234, de 2010).
(...)
V - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior,
não excede a dois;
Ora, entre o recebimento da denúncia e a publicação da sentença
passaram-se mais de 04 anos, de forma que deverá ser reconhecida a
prescrição da pretensão punitiva retroativa.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
11.! GABARITO
!
1.! ERRADA
2.! ALTERNATIVA B
3.! ERRADA
4.! ERRADA
5.! ALTERNATIVA E
6.! CORRETA
7.! ERRADA
8.! ERRADA
9.! ERRADA
(98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!28!()!23!
! !! ! ! !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋
!
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!∃+∃/∗!&∋!∃∋(&+6−∀∗∋
%789:;∋7∋7<79=>=:8?∋=8≅7ΑΒ;Χ8?∋ !
(98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋24!
10.! CORRETA
!
11.! CORRETA
12.! ERRADA
13.! ALTERNATIVA C
14.! CORRETA
15.! ERRADA
16.! CORRETA
17.! ERRADA
18.! ERRADA
19.! ERRADA
20.! ERRADA
21.! ERRADA
22.! CORRETA
23.! CORRETA
24.! CORRETA
25.! ERRADA
26.! ERRADA
27.! CORRETA
28.! CORRETA
29.! ERRADA
30.! CORRETA
31.! CORRETA
32.! ALTERNATIVA D
33.! CORRETA
34.! ERRADA
35.! CORRETA
36.! ERRADA
(98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!23!()!23!
!
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