Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
Na defesa por impugnação, o réu nega a frontalidade dos factos alegados pelo autor,
apresenta uma versão nova dos factos, diferente daquela apresentada pelo autor –
impugnação de facto, ou, ainda, o réu pode negar o efeito jurídico que o autor pretende
obter com os factos alegados na petição inicial; neste caso, a posição do réu não difere
na versão dos factos, mas sim quanto ao regime jurídico – impugnação de direito.
Já na defesa por exceção, o réu não nega a versão dos factos ou o efeito jurídico que o
autor pretende obter. Na defesa por exceção, o réu opõe factos. A exceção pode ser
dilatória ou perentória.
Nas exceções dilatórias – art. 576º/2 e 577º, o réu alega factos que que obstam à
apreciação do mérito da causa, invocando ou a falta de um pressuposto processual
(pode ser relativo às partes, ao tribunal ou ao objeto do processo), a litispendência ou o
caso julgado dando lugar à absolvição da instância – arts. 576º/2, 577º, 578º e 278º;
têm o efeito de caso julgado formal nos termos do art. 620º/1.
Ainda, as exceções podem ser perentórias – art. 576º/3, caso o réu alegue factos
modificativos, extintivos e impeditivos do direito invocado pelo autor (ex: autor alega
que tem direito ao pagamento da prestação, o réu alega na contestação que já pagou).
Fundam-se em direito material e formam o efeito de caso julgado material – art. 619º/1.
CITAÇÃO
Nos termos do art. 569º/1 CPC, o prazo para contestar é de 30 dias; trata-se de um prazo
perentório, findo o qual se esgota a possibilidade de prática do ato – art. 139º/3. Neste
caso, não há lugar a qualquer dilação. Ver sempre se há prazos dilatórios!!
Os prazos processuais são contínuos – art. 138º, sendo que a sua contagem só
se suspende durante as férias judiciais – art. 28º LOSJ, sendo relevante, neste
caso, o período de férias judiciais de 16/7 – 31/08.
Então, começa no dia 5, não se conta durante aquele período, temos de contar
30 dias, por isso, a contagem termina no dia 19 de setembro (terça-feira).
Por fim, a contestação pode ainda ser junta ao processo nos 3 dias úteis subsequentes
ao termo do prazo (ou seja, nos dias x, y e z) mediante o pagamento de multa – 139º/5
CPC ou, mediante a alegação e prova de justo impedimento – art. 149º CPC.
COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL (considerando que estamos perante um litígio
plurilocalizado)
Uma vez que a situação descrita apresenta elementos de conexão com mais do que uma
ordem jurídica – neste caso, a ordem jurídica portuguesa e a ordem jurídica do
Luxemburgo – é necessário começar por verificar a competência internacional dos
tribunais portugueses, ou seja, se a ação pode ser intentada junto dos tribunais
portugueses.
Quanto à hierarquia, não se trata de uma daquelas ações previstas no art. 68º e 69º que
têm como tribunal de ingresso os Tribunais da Relação ou o STJ, pelo que, de acordo
com o art. 67º CPC e 79º LOSJ, a ação deve ser interposta num Tribunal de 1ª instância,
normalmente apto para conhecer de todas as ações, independentemente do valor,
objeto ou forma do processo.
Quanto ao critério do valor da causa, segundo o art. 66º CPC, este releva para
determinar se a ação vai ser intentada num Juízo Local Civil ou num Juízo Central Civil.
De acordo com os arts. 117º e 130º LOSJ, se o valor da ação for superior a 50.000€, esta
será intentada num Juízo Central Civil. Neste caso, o valor da ação corresponde a 35.000
euros, pelo que, a competência é da Instância Local.
Assim, e, de acordo com o MAPA III da LOSJ, no 1º caso, a ação deve ser instaurada no
Tribunal Judicial da Comarca de Braga, mais precisamente, no Juízo Local Cível de
Guimarães, com competência sobre o Município de Guimarães.
No segundo caso, a ação deve, então, ser proposta no Tribunal Judicial da Comarca de
Braga, mais precisamente, no Juizo Local Cível de Fafe, com competência sobre o
município de Fafe.