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CONTESTAÇÃO

3. A contestação é um articulado normal apresentado pelo réu, onde este exercerá o


seu direito de defesa, constitucionalmente consagrado no artigo 20º CRP, recaindo
sobre ele dois ónus: o ónus de contestação da defesa e o ónus da impugnação
especificada.
Relativamente ao o ónus de contestação da defesa, estabelece o art. 573º/1 que o réu
deve concentrar toda a sua defesa na contestação, ou seja, todos os meios de defesa
devem ser deduzidos neste articulado, a contestação, salvo os casos expressamente
previstos no nº 2 deste artigo.
Já o segundo ónus, o ónus da impugnação especificada, conforme o disposto no art.
574º/1, ao contestar, o réu deve tomar posição definida sobre os factos que constituem
causa de pedir invocada pelo autor, sob pena de os factos não impugnados se
considerarem admitidos por acordo – número 2 deste artigo.

Relativamente aos meios de defesa, na contestação, o réu pode defender-se, segundo


o art. 571º, por impugnação ou por exceção. Ainda, existe a possibilidade por parte do
réu de deduzir uma reconvenção contra o autor – art. 583º e 266º/1, ou seja, de
apresentar um pedido autónomo, porém, relacionado com o processo, pedido esse
fundamentado em factos que constituem a causa de pedir. A reconvenção constitui uma
manifestação do princípio da economia processual.

Na defesa por impugnação, o réu nega a frontalidade dos factos alegados pelo autor,
apresenta uma versão nova dos factos, diferente daquela apresentada pelo autor –
impugnação de facto, ou, ainda, o réu pode negar o efeito jurídico que o autor pretende
obter com os factos alegados na petição inicial; neste caso, a posição do réu não difere
na versão dos factos, mas sim quanto ao regime jurídico – impugnação de direito.

Já na defesa por exceção, o réu não nega a versão dos factos ou o efeito jurídico que o
autor pretende obter. Na defesa por exceção, o réu opõe factos. A exceção pode ser
dilatória ou perentória.

Nas exceções dilatórias – art. 576º/2 e 577º, o réu alega factos que que obstam à
apreciação do mérito da causa, invocando ou a falta de um pressuposto processual
(pode ser relativo às partes, ao tribunal ou ao objeto do processo), a litispendência ou o
caso julgado  dando lugar à absolvição da instância – arts. 576º/2, 577º, 578º e 278º;
têm o efeito de caso julgado formal nos termos do art. 620º/1.

Ainda, as exceções podem ser perentórias – art. 576º/3, caso o réu alegue factos
modificativos, extintivos e impeditivos do direito invocado pelo autor (ex: autor alega
que tem direito ao pagamento da prestação, o réu alega na contestação que já pagou).
Fundam-se em direito material e formam o efeito de caso julgado material – art. 619º/1.

No caso concreto: identificar cada tipo de exceção + consequências.


Ver melhor a falta de legitimidade das partes e a plural também!! – texto pressupostos
No caso de ser apresentada reconvenção, como pode o autor reagir?  através de
Réplica – art. 584º: articulado eventual através do qual o autor deduz toda a sua defesa
quanto à matéria da reconvenção. A réplica justifica-se pelo princípio da igualdade e de
do contraditório – art. 3º e 415º.

CITAÇÃO

A contestação é o articulado mediante o qual os réus irão exercer o seu direito de


defesa. Para que os réus tenham conhecimento de que, contra eles, foi instaurada uma
ação e que têm o direito de se defender, é necessário que ocorra o ato de citação – art.
219º/1 CPC.

Como é que a citação foi efetuada?


Ex:
 No que diz respeito a C, a citação foi efetuada por contacto direto de agente de
execução – citação por via pessoal – art. 231º/1, 225º/2 – c). Assim, C considera-
se citado no dia 4/7/2016.

Nos termos do art. 569º/1 CPC, o prazo para contestar é de 30 dias; trata-se de um prazo
perentório, findo o qual se esgota a possibilidade de prática do ato – art. 139º/3. Neste
caso, não há lugar a qualquer dilação. Ver sempre se há prazos dilatórios!!

Contagem dos prazos:


 O prazo para contestar não inclui o dia do evento – art. 279º CC (o dia da citação),
começando, por isso, a contagem no dia 5/7.

 Os prazos processuais são contínuos – art. 138º, sendo que a sua contagem só
se suspende durante as férias judiciais – art. 28º LOSJ, sendo relevante, neste
caso, o período de férias judiciais de 16/7 – 31/08.

 Então, começa no dia 5, não se conta durante aquele período, temos de contar
30 dias, por isso, a contagem termina no dia 19 de setembro (terça-feira).

Por fim, a contestação pode ainda ser junta ao processo nos 3 dias úteis subsequentes
ao termo do prazo (ou seja, nos dias x, y e z) mediante o pagamento de multa – 139º/5
CPC ou, mediante a alegação e prova de justo impedimento – art. 149º CPC.
COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL (considerando que estamos perante um litígio
plurilocalizado)

A pergunta do enunciado remete-nos para a análise do pressuposto processual


respeitante ao Tribunal: a competência (parcela de poder jurisdicional atribuída a cada
tribunal).

Uma vez que a situação descrita apresenta elementos de conexão com mais do que uma
ordem jurídica – neste caso, a ordem jurídica portuguesa e a ordem jurídica do
Luxemburgo – é necessário começar por verificar a competência internacional dos
tribunais portugueses, ou seja, se a ação pode ser intentada junto dos tribunais
portugueses.

Ora, a competência internacional encontra-se estabelecida em regulamentos europeus


que prevalecem, segundo o art. 8º CRP, sobre as normas de direito interno. Como o
litigio ocorre no âmbito da União Europeia e versa sobre matéria civil/comercial – neste
caso, estamos perante incumprimento contratual – é necessário, segundo o disposto no
art. 59º CPC, aplicar o respetivo Regulamento Europeu, neste caso, o Regulamento
1215/2012 REGULAMENTO BRUXELAS I.
A questão, não se inserindo no âmbito do art. 24º, ou seja, não se tratando de uma
questão de competência absoluta de um determinado Estado-Membro, insere-se, na
verdade, no âmbito das competências especais da secção 2, mais precisamente, no art.
7º/1 – a) e b) uma vez que estamos perante um contrato de prestação de serviços. Logo,
F, apesar de ter domicílio no Luxemburgo, tendo em conta que o cumprimento da
obrigação foi acordado em Fafe, segundo este artigo, os tribunais portugueses são
internacionalmente competentes para apreciar esta questão.
Assim, uma vez que estamos perante matéria contratual, de acordo com o art. 7º e o
art. 5º, as pessoas domiciliadas num EM podem ser demandadas noutro EM. Ora, este
artigo não afasta a regra geral estipulada no art. 4º que estabelece que o réu é
demandado no tribunal do EM onde reside ou tem sede; a secção 2, onde se insere o
art. 7º/1 – a) é apenas alternativa face a esta regra geral, pelo que, o o autor pode
escolher onde vai propor a ação: ambos os tribunais são competentes para apreciar este
litigo.

Relativamente às normas de competência internacional, uma vez que não estamos


perante uma competência exclusiva dos tribunais portugueses – art. 63º, aplica-se,
então, o art. 62º - a) – os tribunais portugueses são internacionalmente competentes
para apreciar esta questão, segundo o critério da coincidência.

Resolvida a questão da competência internacional, importa agora verificar a


competência interna, ou seja, qual o tribunal, de entre os tribunais portugueses, onde a
ação deverá ser proposta.
Segundo o art. 60º/1 CRP, a competência interna divide-se em função de 4 critérios: da
matéria, do valor, da hierarquia e do território.
Relativamente ao primeiro critério, o critério da matéria, a presente ação é da
competência dos tribunais judiciais, uma vez que estes têm competência residual, ou
seja, são da competência dos tribunais judiciais todas as causas que não sejam atribuídas
a qualquer outra ordem juridisdicional (ex: Tribunal de Contas, T. Admnistrativo...) – art.
64º CPC, 40º LOSJ e 209º CRP. Ainda, importa referir que a presente ação não se trata
de um dos casos de competência territorial alargada.

Quanto à hierarquia, não se trata de uma daquelas ações previstas no art. 68º e 69º que
têm como tribunal de ingresso os Tribunais da Relação ou o STJ, pelo que, de acordo
com o art. 67º CPC e 79º LOSJ, a ação deve ser interposta num Tribunal de 1ª instância,
normalmente apto para conhecer de todas as ações, independentemente do valor,
objeto ou forma do processo.

Assim, e, voltando ao critério da matéria, estamos perante um Tribunal de 1ª instância,


mais precisamente e, segundo o art 79º LOSJ, perante um tribunal de comarca que se
desdobra, neste caso, num juízo de competência especializada (e não, neste caso, num
juízo de proximidade – 130º/5 e 6 – ou de competência genérica – mais raros) – art. 81º
LOSJ.

Quanto ao critério do valor da causa, segundo o art. 66º CPC, este releva para
determinar se a ação vai ser intentada num Juízo Local Civil ou num Juízo Central Civil.
De acordo com os arts. 117º e 130º LOSJ, se o valor da ação for superior a 50.000€, esta
será intentada num Juízo Central Civil. Neste caso, o valor da ação corresponde a 35.000
euros, pelo que, a competência é da Instância Local.

Relativamente ao critério do território, importa saber que, de acordo com a organização


judiciária, o território português encontra-se dividido em 23 comarcas, sendo que os
critérios de divisão são os que decorrem do art. 70º e ss CPC.
No caso, como a ação diz respeito ao cumprimento de uma obrigação, aplica-se o art.
71º que estabelece que deve ser proposta no domicilio do réu (Guimarães); ainda,
acrescenta o artigo que, tratando-se o réu de uma pessoa coletiva, a ação pode também
ser proposta no tribunal do lugar em que a obrigação deveria ser cumprida (Fafe).

Assim, e, de acordo com o MAPA III da LOSJ, no 1º caso, a ação deve ser instaurada no
Tribunal Judicial da Comarca de Braga, mais precisamente, no Juízo Local Cível de
Guimarães, com competência sobre o Município de Guimarães.
No segundo caso, a ação deve, então, ser proposta no Tribunal Judicial da Comarca de
Braga, mais precisamente, no Juizo Local Cível de Fafe, com competência sobre o
município de Fafe.

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