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Os Espaços Públicos Urbanos Sustentáveis

Paula Gonçalves*

“Para que a humanização coexista em termos sustentáveis com a Paisagem que lhe deu
origem, é indispensável preservar o funcionamento dos sistemas ecológicos que lhe estão
subjacentes, dos quais o Homem depende, quer fisicamente, quer psicologicamente”
(MAGALHÃES, 2001: 57).
O crescimento caótico dos espaços urbanos e a forte pressão urbanística exercida em torno
destes espaços, determina uma apropriação destes territórios desmedida, levando
consequentemente à existência de desigualdades territoriais e determina uma diferença no
consumo do espaço (ALMEIDA, 2004: 28). Assim, cada vez mais existe uma necessidade de
uma organização espacial das áreas urbanas baseada num planeamento sustentável, que
operará no espaço urbano novas formas de vivência, de sinergias e de potencialidades neste
tipo de áreas. Os espaços públicos numa área urbana podem ser classificados sob múltiplos
critérios, o que origina tipologias completamente distintas. ALVES (2003: 45-49) considera que
existem diferentes tipologias de espaços públicos urbanos: espaços de circulação, espaços
verdes e de recreio, espaços de homenagem/ celebração, etc. Como INDOVINA (2002) sugere,
o espaço público nas áreas urbanas desempenham cada vez mais relevantes papéis funcionais,
ambientais, recreativos, sociais e culturais. Devendo assim, ser vistos como espaços que
proporcionam as condições necessárias e indispensáveis para a vida urbana, além de também
constituírem um factor de identificação, de serem lugares de sociabilização, de encontro, de
realização de inúmeras actividades (lúdico-recreativas, de educação ambiental, etc.) e de
realização de manifestações cívicas, culturais, sociais e artísticas. Os espaços públicos urbanos
deverão ser facilmente acessíveis a todas as pessoas, em particular às pessoas com mobilidade
reduzida (crianças, idosos, portadores de deficiência/ limitações de mobilidade). Segundo
BARTALINI (1986: 19-22), os espaços públicos urbanos devem estar adaptados para as pessoas
com diferentes tipos de limitações, com a adaptação dos passeios, calçadas e pavimentos,
diferentes tipos de sinalização e iluminação, etc. O espaço público, enquanto elemento
constitutivo das cidades, tem imensas leituras e interpretações, resultantes do facto de o
espaço urbano assumirem cada vez uma crescente importância no planeamento urbano
sustentável. A forma como o espaço público está implantado, actualmente, nas áreas urbanas
afecta a mobilidade, acessibilidade e a capacidade de realização de actividade e de
comunicação dos indivíduos. Os espaços públicos como componentes-chave nas áreas urbanas
para serem sustentáveis deverão possuir as seguintes características:

Figura n.º 1 – Os Espaços Públicos Urbano Sustentáveis

Limpeza
Resistentes Inclusivos

Seguros
Acessíveis

Espaços Públicos
Urbanos

Distintos Atractivos

Multifuncionais Confortáveis
Vitais/
Viáveis

Fonte: GONÇALVES, 2009


A natureza sociológica do espaço público projecta-o além da mera condição funcional e
urbanística, mas como sendo também um espaço palco de experiências cívicas, que pode
proporcionar qualidade de vida à comunidade em todas as suas rotinas e actividades e permite
a fruição partilhada do património colectivo. Este tipo de espaço urbano ao constituir-se como
um lugar de exercício da cidadania e como espaços de vivência física e mental de leitura da
cidade, ganham uma dimensão cívica e afirmam-se igualmente como espelho do grau de
urbanidade da cidade e de condição geral da sociedade (BLANC, 2001: 59-68). São também
espaços que podem reforçar o sentimento de pertença a uma comunidade, contribuindo para
a sua coesão, partição da população na construção de uma memória colectiva e assim auferir e
ter uma identidade única no mundo (caso do jardins do Palais Royal em Paris).
Os espaços públicos nas áreas urbanas devem ter um papel multifuncional, dinâmico, e,
também serem espaços dinâmicos, adaptáveis, legíveis e facilmente poderem ser apreensíveis
pelo cidadão, e, portanto, serem vividos de maneira diferenciada pelos indivíduos. Os espaços
públicos urbanos contribuem também para a comunição, o encontro e o relacionamento entre
as pessoas, e, unificação do tecido urbano etc. . A emergência de uma grande diversidade de
actores sociais com estilo de vida, rituais, códigos e identidades socioeconómicas, etc.,
diferenciados, tem levado a uma explosão imaginética e a novas expressões de utilização,
apropriação, formas de expressividade de urbanidade e de emancipação urbana. Os espaços
públicos são elementos essenciais que podem contribuir e muito para a sustentabilidade nas
áreas urbanas, em virtude dos benefícios que trazem para o ambiente urbano, mas também ao
nível da qualidade de vida e do bem-estar físico e mental dos indivíduos (MONTEIRO, 2003:
71). Assim, o espaço público na opinião de INDOVINA (2002), é o palco por excelência da/na
cidade. De uma forma geral, o espaço público constituí um factor importante de identificação,
que conota os lugares, manifestando-se através de símbolos.
Bibliografia
- ALMEIDA, N. (2004)- “Espaço Público e a Cidade”, in Arquitectura e Vida, ano IV, n.º 51,
Julho/Agosto, pp. 28-30.
- BARTALINI, V. (1986)-“ Áreas verdes e espaços livres urbanos”, in Paisagem e Ambiente-
Ensaios, São Paulo, Edição Especial, FAUUSP, vol. 1, pp. 12-24.
- BLANC, J. (2001)- “Voir l’espace dans l’espace public”, in Geocarrefour, vol. 76, 1/2001, pp.
59-68.
- BORJA, P. (1997)- “Avaliação da qualidade ambiental urbana: Uma contribuição
metodológica”, Dissertação de Mestrado em Arquitetura e Urbanismo, apresentada à
Universidade Federal da Bahia, FAUFBa.
- GONÇALVES, P. (2009)- “Espaços verdes e de recreio : estudo de caso da área urbana de
Leiria”, Dissertação de Mestrado em Geografia (Geografia Humana - Território e
Desenvolvimento), apresentada à Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.
- INDOVINA, F. (2002)- “O Espaço Público: Tópicos sobre a sua mudança”, in Cidades,
Comunidades e Territórios, Lisboa: ISCTE, Centro de Estudos Territoriais, n.º 5, Dezembro, pp.
119-123.

Breve Resumo da Autora:


* Licenciada em Geografia e Planeamento Regional pela Universidade Nova de Lisboa (em
Portugal) e com o Mestrado em Geografia Humana – Território e Desenvolvimento, na
Universidade de Coimbra. Doutoranda em Geografia Humana na Universidade de Coimbra.

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