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1.

(Ufam) Assinale a opção verdadeira quanto ao sujeito da Para gozar da sua simpatia, refleti:
oração principal do seguinte período: “Há momentos na vida que — Temos cada vez mais a dissolução da moral!
as pessoas jamais conseguem esquecer”. — Quem lhe fala nisso? — indagou o conselheiro. Talvez por ter
a) Composto sido sempre um homem moral nunca precisei de descompor os
b) Oculto costumes para julgar-me sério. Sabe o que eu sinto quando ouço
c) Indeterminado um “zé-pereira”?
d) Inexistente — Francamente, conselheiro...
e) Simples — Sinto que chega o grande momento do amor no Rio...
— De fato, a liberdade dos costumes.
Texto para a questão 2. — Heim?
Capítulo XXII — Sim, os préstitos, as cortesãs, a promiscuidade, as meninas
A grande prisão de Bagdá tinha o aspecto de uma fortaleza de pijama cantando versos pouco sérios, os lança-perfumes, a
persa ou chinesa. Atravessava-se, ao entrar, pequeno pátio em bacanal...
cujo centro se via o famoso Poço da Esperança. Era ali que o — Meu filho, quando se chega a uma certa idade, o resultado é
condenado, ao ouvir a sentença, deixava cair, para sempre, tudo. Se quisermos ver nos três dias de carnaval a folia como
todas as esperanças de salvação. Ninguém poderá imaginar a depravação, posso garantir que as brincadeiras de antanho com
vida de sofrimentos e misérias daqueles que eram atirados ao o entrudo, os banhos d’água fria, o porta-voz eram livres como
fundo das masmorras da gloriosa cidade árabe. A cela em que as de hoje com os lança-perfumes, os confetes e as serpentinas.
se achava o infeliz Sanadique estava localizada na parte baixa Mas não se trata disso. Trata-se de coisa mais séria. Eu casei
da prisão. Chegamos ao horripilante subterrâneo do presídio aos 18 anos, isto é, há quase 58 anos fiz a loucura de tomar por
guiados pelo carcereiro e auxiliados por dois guardas. Um esposa a minha querida Genoveva. Mas, passado o primeiro
escravo núbio, agigantado, conduzia o grande archote cuja luz ano, essa alucinação causou-me tal pasmo que resolvi estudar-
nos permitia observar todos os recantos da prisão. Depois de lhe as causas. E descobri.
percorrermos um corredor estreito, que mal dava passagem a — Quais foram?
um homem, descemos uma escadaria úmida e escura. No fundo — Uma só: o momento do amor!
do subterrâneo achava-se o pequeno calabouço onde fora — Conselheiro!
encarcerado — Há uma época no Rio absolutamente amorosa, quer no tempo
Sanadique. Ali não entrava a mais tênue réstia de luz. O ar da Monarquia, quer na República. Consultei estatísticas,
pesado e fétido mal se podia respirar, sem náuseas e tonteiras. observei, indaguei, procedi a inquéritos pessoais... Sabe qual é
O chão estava coberto de uma camada de lama pútrida e não essa época? A do carnaval! Note você como aumentam os
havia entre as quatro casamentos nos meses seguintes ao carnaval. A maioria das
paredes nenhuma peça ou catre de que se pudesse servir o inclinações, dos namoros que terminam em casório, começam
condenado. À luz do archote que o hercúleo núbio erguia, vimos no carnaval. Três meses depois estava casado. Cinco dos meus
o desventurado Sanadique, seminu, a barba espessa e filhos namoraram no carnaval. Minha filha Berenice com 30 anos
emaranhada, os cabelos em desalinho a lhe caírem pelos arranjou o marido que lhe faz a vida feliz, no carnaval. Nove dos
ombros, sentado sobre uma laje, as mãos e os pés presos a meus netos seguiram a regra...
correntes de ferro. — Mas, conselheiro, se é verdade o que V. Exa. diz, era o caso
Tahan, Malba. O homem que calculava. 46. ed. Rio de Janeiro: Record, 1990. p. de fazer uns quatro carnavais por ano...
125.
— Não daria resultado, meu amigo. O carnaval é uma
embriaguez d’alegria. Quem se embriaga uma vez por ano não
2. (Udesc) Analise as proposições extraídas do texto, em relação
está acostumado. Quem se embriaga quatro, raciocina na
às regras formais do sujeito sintático:
bebedeira. Veneza acabou pelo abuso da máscara. Nós
I. Em “Ali não entrava a mais tênue réstia de luz” (linha 15), o
acabaríamos pelo abuso do “zé-pereira”. Mas uma vez por ano
termo sublinhado exerce a função de sujeito da oração.
é bem o verão impetuoso do desejo, o momento do amor.
II. Em “A grande prisão de Bagdá tinha o aspecto de uma
Depois suspirando:
fortaleza” (linha 1), o termo destacado constitui o núcleo do
— Aproveite-o você. Eu infelizmente não posso mais. A velhice
sujeito. é como o maître d’hotel da vida. Indica ao cliente o prato ótimo
III. Em “não havia entre as quatro paredes nenhuma peça”
do cardápio e não o come.
(linhas 17 e 18), o termo destacado exerce a função de sujeito
da oração. 3. O período “Sinto que chega o grande momento do amor no
IV. Em “Ninguém poderá imaginar a vida” (linha 5), o sujeito é
Rio” apresenta dois verbos: “sinto” e “chega”. Observa-se que o
inexistente.
sujeito de “chega o grande momento do amor no Rio” é:
Assinale a alternativa correta.
a) eu.
a) Somente as afirmativas I, II e III são verdadeiras.
b) Rio.
b) Somente a afirmativa I é verdadeira.
c) sujeito inexistente.
c) Somente a afirmativa III é verdadeira.
d) o grande momento do amor.
d) Somente as afirmativas II, III e IV são verdadeiras.
e) sinto.
e) Todas as afirmativas são verdadeiras.
4. Em “Meu filho, quando se chega a uma certa idade, o
(FEI-SP) Texto para as questões 3 e 4.
resultado é tudo” a expressão em destaque é conhecida por:
O momento do amor
a) aposto.
João do Rio
b) adjunto adverbial.
O conselheiro é um homem encantador. Baudelaire dizia: “Cá
c) adjunto adnominal.
temos um homem que fala do seu coração – deve ser um
d) complemento.
canalha”. O conselheiro não fala do seu coração, mas é um
e) vocativo.
homem sensível. Com 75 anos, teso, bem-vestido, correto,
possuidor de doze netos e cinco bisnetos, a sua conversa é A questão 5 baseia-se no texto a seguir, extraído de Formação
sempre cheia de alegria e de mocidade. Outra noite, estávamos
da Literatura Brasileira, de Antonio Candido.
no seu salão, e de repente rompeu na rua um “zé-pereira”.
O conselheiro exclamou:
No Brasil, o homem de estudo, de ambição e de sala, que
— Eh! Eh! As coisas esquentam!
provavelmente era, encontrou condições inteiramente novas.
Como o conselheiro é idoso, pensei vê-lo atacar os costumes e
Ficou talvez mais disponível, e o amor por Doroteia de Seixas o
o carnaval.
iniciou em ordem nova de sentimentos: o clássico florescimento
da primavera no outono. Foi um acaso feliz para a nossa c) V, V, V, F
literatura esta conjunção de um poeta de meia-idade com a d) F, V, V, F
menina de dezessete anos. O quarentão é o amoroso refinado, e) F, F, V, V
capaz de sentir poesia onde o adolescente só vê o embaraçoso
cotidiano; e a proximidade da velhice intensifica, em relação à Texto para a questão 7.
moça em flor, um encantamento que mais se apura pela fuga do Manhãs brumosas
tempo e a previsão da morte: Aquela, cujo amor me causa alguma pena,
Ah! enquanto os destinos impiedosos Põe o chapéu ao lado, abre o cabelo à banda,
não voltam contra nós a face irada, E com a forte voz cantada com que ordena,
façamos, sim, façamos, doce amada, Lembra-me, de manhã, quando nas praias anda,
os nossos breves dias mais ditosos. Por entre o campo e o mar, bucólica, morena,
Uma pastora audaz da religiosa Irlanda.
5. (Unifesp) Em “Ficou talvez mais disponível, e o amor por Que línguas fala? Ao ouvir-lhe as inflexões inglesas,
Doroteia de Seixas o iniciou em ordem nova de sentimentos: o – Na névoa azul, a caça, as pescas, os rebanhos! –
clássico florescimento da primavera no outono.” a vírgula separa Sigo-lhe os altos pés por estas asperezas;
orações coordenadas com sujeitos gramaticais __________; os E o meu desejo nada em época de banhos,
dois-pontos introduzem uma ____________ . Os espaços E, ave de arribação, ele enche de surpresas
devem ser preenchidos, respectivamente, com: Seus olhos de perdiz, redondos e castanhos.
a) indeterminados – síntese das informações precedentes As irlandesas têm soberbos desmazelos!
b) idênticos – ratificação das informações precedentes Ela descobre assim, com lentidões ufanas,
c) inexistentes – retificação de informação mal definida Alta, escorrida, abstrata, os grossos tornozelos;
anteriormente E como aquelas são marítimas, serranas,
d) distintos – explicação de informação anterior Sugere-me o naufrágio, as músicas, os gelos
e) ocultos – citação E as redes, a manteiga, os queijos, as choupanas.
Parece um rural boy! Sem brincos nas orelhas,
Texto para a questão 6. Traz um vestido claro a comprimir-lhe os flancos,
A raça humana Botões a tiracolo e aplicações vermelhas;
E à roda, num país de prados e barrancos,
A raça humana é Se as minhas mágoas vão, mansíssimas ovelhas,
Uma semana Correm os seus desdéns, como vitelos brancos.
Do trabalho de Deus E aquela, cujo amor me causa alguma pena,
A raça humana é ferida acesa Põe o chapéu ao lado, abre o cabelo à banda,
Uma beleza, uma podridão E com a forte voz cantada com que ordena,
O fogo eterno e a morte Lembra-me, de manhã, quando nas praias anda,
A morte e a ressurreição Por entre o campo e o mar, católica, morena,
A raça humana é Uma pastora audaz da religiosa Irlanda.
Uma semana Cesário Verde
Do trabalho de Deus
A raça humana é o cristal de lágrima 7. (Faap-SP) [E com a forte voz] com que ordena, [...]; “Com que”
Da lavra da solidão exerce, junto ao verbo ordenar, a função sintática de:
Da mina, cujo mapa a) sujeito.
Traz na palma da mão b) objeto direto.
A raça humana é c) objeto indireto.
Uma semana d) adjunto adverbial.
Do trabalho de Deus e) complemento nominal.
A raça humana risca, rabisca, pinta
A tinta, a lápis, a carvão, a giz 8.(UECE) Exerce função de sujeito o termo destacado em:
O rosto da saudade a) “O corpo me doía todo, a cabeça também...”
Que traz do Gênesis b) “...mas tranquei a boca.”
Dessa semana santa c) “...o sujeito já tirava a outra mão do punho da rede e segurava
Entre parênteses o joelho.”
Desse divino oásis d) “...e o homem puxou a mão ferida.”
Da grande apoteose e) “Havia ali um enorme corte.”
Da perfeição divina
Na Grande Síntese 9. (UFSC) “Resolveu sair, nunca, o trataram assim, havia ali
A raça humana é muitas pessoas que não gostavam dele...”
Uma semana Indique a soma das alternativas verdadeiras.
Do trabalho de Deus 01 – O sujeito do período Resolveu sair é indeterminado.
Gilberto Gil. Raça humana. 02 – O sujeito do verbo havia é oculto.
6. (Unir-RO) Sobre a construção sintática do texto, marque V 04 – O sujeito de trataram é indeterminado.
para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas. 08 – O sujeito de gostavam é simples.
( ) Para conceituar a raça humana foi empregado o predicado 16 – A oração havia ali muitas pessoas não possui sujeito.
nominal, como em “A raça humana é o cristal de lágrima”. 32 – O sujeito de havia é muitas pessoas.
( ) Verbos transitivos diretos foram empregados para indicar o
que a raça humana faz, a exemplo de “A raça humana risca, 10. (UFPR) Dê a soma da(s) alternativa(s) que apresente(m)
rabisca, pinta/ A tinta, a lápis, a carvão, a giz/ O rosto da sujeito indeterminado.
saudade”. 01 – Alugaram-se muitos apartamentos na praia.
( ) Na construção da metáfora em “A raça humana é ferida 02 – Neste estado há muitos desempregados.
acesa”, foi usado verbo de ligação e predicativo do sujeito. 04 – Ontem fecharam a loja bem cedo.
( ) No refrão, a expressão de Deus funciona como complemento 08 – Trabalhou-se muito na última eleição.
nominal da palavra trabalho. 16 – Espera-se você no próximo feriado.
Assinale a sequência correta: 32 – Duvidou-se de sua palavra.
a) V, F, F, V
b) V, V, F, F 11. (PUC-SP) O verbo ser, na oração:
“Eram cinco horas da manhã...”, é: “Pede-se silêncio.”
a) pessoal e concorda com o sujeito indeterminado. “A caverna anoitecia aos poucos.”
b) impessoal e concorda com o objeto direto. “Fazia um calor tremendo naquela tarde.”
c) impessoal e concorda com o sujeito indeterminado. O sujeito se classifica respectivamente como:
d) Impessoal e concorda com a expressão numérica. a) indeterminado, inexistente, simples
e) Pessoal e concorda com a expressão numérica. b) oculto, simples, inexistente
c) inexistente, inexistente, inexistente
12. Dê a soma das alternativas que apresentem oração sem d) oculto, inexistente, simples
sujeito: e) simples, simples, inexistente
Artigo: França – Português
01 – Havia, naquela estrada, pessoas sem direção. 20. (PUC) “O que há entre a vida e a morte?”
02 – Houveram-se comigo naquela manhã. a) O sujeito do verbo haver é o pronome interrogativo QUE.
04 – Ocorreu, dois dias após sua morte, aquela invasão. b) Tem-se uma oração sem sujeito.
08 – Fez muito frio no inverno passado. c) O sujeito está oculto.
16 – Eram dez horas. d) O sujeito é indeterminado.
32 – Reclamaram do atendimento. e) O sujeito é “uma curta ponte.”
64 – Existe um prêmio para o vencedor.
21. (UEPG) Só num caso a oração é sem sujeito. Assinale-a.
13. Dê a soma das alternativas em que o sujeito está classificado a) Faltavam três dias para o batismo.
corretamente: b) Houve por improcedente a reclamação do aluno.
01 – Nesta fábrica, trabalha-se muito. (sujeito indeterminado) c) Só me resta uma esperança.
02 – Não se aceita devolução de produtos. (sujeito d) Havia tempo suficiente para as comemorações.
indeterminado) e) N.d.a.
04 – Vieram todos bêbados da festa. (sujeito simples)
08 – Aconteceu um momento de silêncio. ( sujeito inexistente) 22.(FOC-SP) Duas orações abaixo têm sujeito indeterminado.
16 – Crê-se em vocês. (sujeito simples) Assinale-as:
32 – Vendeu-se o carro ontem pela manhã.( sujeito simples) I. Projetavam-se avenidas largas.
II. Há alguém esperando você.
14. Dê a soma das alternativas que apresentem sujeito III. No meio das exclamações, ouviu-se um risinho de mofa.
indeterminado: IV. Falava-se muito sobre a possibilidade de escalar a
01 – Nunca se pensou em vender o carro. montanha.
02 – Deixou-se levar pela amargura. V. Até isso chegaram a dizer.
04 – Ontem se lembrou de vocês. a) I e II
08 – Nesta cidade faz muito frio durante o inverno. b) III e IV
16 – Recordou-se dos bons tempos idos. c) IV e V
32 – Estavam atentos ao placar do jogo. d) III e V
64 – Esperava-se muita ajuda naquela ocasião. e) I e V

15. (PUC) “Nesse momento começaram a feri-lo nas mãos a 23. (UNIMAR-SP) Nas orações a seguir:
pau” – Nessa frase o sujeito do verbo é: I. As chuvas abundantes, pródigas, violentas, fortes anunciavam
a) nas mãos; o verão.
b) indeterminado; II. Eu e você vamos juntos.
c) eles (determinado; III. Vendeu-se a pá.
d) inexistente ou eles, depende do contexto. O sujeito é, respectivamente:
e) N.d.a. a) composto, simples, indeterminado
b) composto, composto, indeterminado
16. (UNIRIO) Em: “Na mocidade, muitas coisas lhe haviam Artigo: França – Português
acontecido”, temos oração: c) simples, simples, oculto
a) sem sujeito; d) simples, composto, “a pá”
b) com sujeito simples e claro; e) composto, simples, “a pá”
c) com sujeito oculto;
d) com sujeito composto; 24. (MACK) Assinale a alternativa em que nada funciona como
e) com sujeito indeterminado. sujeito.
a) Nada vi.
17. (FUVEST) Assinale a alternativa em que há oração sem b) Nada quer.
sujeito. c) Nada somos.
a) Existe um povo que a bandeira empresta. d) Nada me perturba.
b) Embora com atraso, haviam chegado. e) N.d.a.
c) Existem flores que devoram insetos.
d) Alguns de nós ainda tinham esperança de encontrá-lo. 25. (FMPA-MG) “Quando me procurar o desencanto, eu direi,
e) Há de haver recurso desta sentença. sereno e confiante, que a vida não foi de todo inútil.”
O sujeito de procurar é:
18. (FMU-SP) a) indeterminado
“Ouviram do Ipiranga as margens plácidas b) eu (elíptico)
De um povo heróico brado retumbante...” c) o desencanto
Artigo: França – Português d) me
O sujeito desta afirmação com que se inicia o Hino Nacional é: e) inexistente
a) indeterminado
b) “um povo heróico” 26. (UFMA) Há sujeito indeterminado em:
c) “as margens plácidas” a) O pássaro voou assustado.
d) “do Ipiranga” b) Surgiram reclamações contra o cruzado.
e) “o brado retumbamte” c) Ouvem-se vozes na sala vizinha.
d) Ali, rouba-se no atacado e no varejo.
19. (OSEC-SP) Nas seguintes orações: e) Vendeu-a casa.
Artigo: França – Português
27. (FMC-SP) Em relação a frase: “Precisa-se de a) Devia haver mais interesse pela boa formação profissional.
trabalhadores”, indique a alternativa incorreta. b) Falaram muito mal dos estimuladores de conflitos.
a) sujeito indeterminado. c) Vive-se bem no clima de montanha.
b) “de trabalhadores” é objeto indireto. d) Almejamos dias melhores.
c) “se” é índice de indeterminação do sujeito. e) Haviam chegado cedo todos os candidatos.
d) A frase é ativa de sujeito indeterminado.
e) A frase é passiva. 31. (FAAP-SP) “Triste ironia atroz que o senso humano irrita:
Ele que doira a noite e ilumina a cidade...”
28. (FMU-SP) Na oração: “Mas uma diferença houve”, o sujeito O sujeito do verbo irritar é:
é: a) ironia
a) agente. b) que(ironia)
b) indeterminado. c) senso humano
c) paciente. d) ele(senso humano)
d) inexistente. e) indeterminado
e) oculto.
32. (FESP) Em “Retira-te, criatura ávida de vingança!”, o sujeito
29. (UEMA) Em qual das alternativas existe oração sem sujeito? é:
a) Houveram-se bem nos estudos. a) te
b) Havia sido aprovado com distinção. b) inexistente
c) Fazia móveis em casa. c) oculto determinado
d) Bateu quatro horas o relógio. d) criatura
e) Fazia horas que procuravam uma sombra. e) n.d.a.

30. (UNIRIO) Assinale a frase cujo sujeito se classifica do


mesmo modo que o da frase “Faz muito calor no Rio o ano
inteiro.”

GABARITO

1. d 2. b 3. d
4. e 5. d 6. c
7. d 8. a 9. 04+08+16=28
10. 04+08+32=44 11. d
12. 01+08+16=25 13. 01+04+32=37
14. 01+16=17 15. b 16. b
17. e 18. c 19. e
20. b 21. d 22. c
23. d 24. d 25. c
26. d 27. e 28. d
29. e 30. a 31. b
32. c
FUNÇÕES DA LINGUAGEM

1. (UEMG) Assinale a alternativa em que o(s) termo(s) em imaginados de carne e ossos, mas sempre ativamente
negrito do fragmento citado NÃO contém (êm) traço(s) da função presentes. Depois é espichar conversas e novos interlocutores
emotiva da linguagem. surgem, entram na roda, puxam assuntos. Termina-se sabe
a) Os poemas (infelizmente!) não estão nos rótulos de Deus onde.
embalagens nem junto aos frascos de remédio. (MARQUES, M.O. Escrever é Preciso, Ijuí, Ed. UNIJUÍ, 1997, p. 13).
b) A leitura ganha contornos de “cobaia de laboratório” quando Observe a seguinte afirmação feita pelo autor: “Em nossa
sai de sua significação e cai no ambiente artificial e na situação civilização apressada, o “bom dia”, o “boa tarde” já não
inventada. funcionam para engatar conversa. Qualquer assunto servindo,
c) Outras leituras significativas são o rótulo de um produto que fala-se do tempo ou de futebol.” Ela faz referência à função da
se vai comprar, os preços do bem de consumo, o tíquete do linguagem cuja meta é “quebrar o gelo”. Indique a alternativa que
cinema, as placas do ponto de ônibus (...) explicita essa função.
d) Ler e escrever são condutas da vida em sociedade. Não são a) Função emotiva
ratinhos mortos (...) prontinhos para ser desmontados e b) Função referencial
montados, picadinhos (...) c) Função fática
d) Função conativa
2. (UFV) Leia as passagens abaixo, extraídas de São Bernardo, e) Função poética
de Graciliano Ramos:
I. Resolvi estabelecer-me aqui na minha terra, município de 4. (Enem)
Viçosa, Alagoas, e logo planeei adquirir a propriedade S. O canto do guerreiro
Bernardo, onde trabalhei, no eito, com salário de cinco tostões. Aqui na floresta
II. Uma semana depois, à tardinha, eu, que ali estava aboletado Dos ventos batida, Façanhas de bravos
desde meio-dia, tomava café e conversava, bastante satisfeito. Não geram escravos,
III. João Nogueira queria o romance em língua de Camões, com Que estimem a vida
períodos formados de trás para diante. Sem guerra e lidar.
IV. Já viram como perdemos tempo em padecimentos inúteis? — Ouvi-me, Guerreiros,
Não era melhor que fôssemos como os bois? Bois com — Ouvi meu cantar.
inteligência. Valente na guerra,
Haverá estupidez maior que atormentar-se um vivente por Quem há, como eu sou?
gosto? Será? Não será? Para que isso? Procurar dissabores! Quem vibra o tacape
Será? Não será? Com mais valentia?
V. Foi assim que sempre se fez. [respondeu Azevedo Gondim] Quem golpes daria
A literatura é a literatura, seu Paulo. A gente discute, briga, trata Fatais, como eu dou?
de negócios naturalmente, mas arranjar palavras com tinta é — Guerreiros, ouvi-me;
outra coisa. Se eu fosse escrever como falo, ninguém me lia. — Quem há, como eu sou?
Assinale a alternativa em que ambas as passagens demonstram (Gonçalves Dias.)
o exercício de metalinguagem em São Bernardo: Macunaíma (Epílogo)
a) III e V. Acabou-se a história e morreu a vitória.
b) I e II. Não havia mais ninguém lá. Dera tangolomângolo na tribo
c) I e IV. Tapanhumas e os filhos dela se acabaram de um em um. Não
d) III e IV. havia mais ninguém lá. Aqueles lugares, aqueles campos, furos
e) II e V. puxadouros arrastadouros meios-barrancos, aqueles matos
misteriosos, tudo era solidão do deserto... Um silêncio imenso
3. (PUC/SP) dormia à beira do rio Uraricoera. Nenhum conhecido sobre a
A Questão é Começar terra não sabia nem falar da tribo nem contar aqueles casos tão
Coçar e comer é só começar. Conversar e escrever também. Na pançudos. Quem podia saber do Herói?
fala, antes de iniciar, mesmo numa livre conversação, é (Mário de Andrade.)
necessário quebrar o gelo. Em nossa civilização apressada, o Considerando-se a linguagem desses dois textos, verifica-se
“bom dia”, o “boa tarde, como vai?” já não funcionam para que
engatar conversa. Qualquer assunto servindo, fala-se do tempo a) a função da linguagem centrada no receptor está ausente
ou de futebol. No escrever também poderia ser assim, e deveria tanto no primeiro quanto no segundo texto.
haver para a escrita algo como conversa vadia, com que se b) a linguagem utilizada no primeiro texto é coloquial, enquanto,
divaga até encontrar assunto para um discurso encadeado. Mas, no segundo, predomina a linguagem formal.
à diferença da conversa falada, nos ensinaram a escrever e na c) há, em cada um dos textos, a utilização de pelo menos uma
lamentável forma mecânica que supunha texto prévio, palavra de origem indígena.
mensagem já elaborada. Escrevia-se o que antes se pensara. d) a função da linguagem, no primeiro texto, centra-se na forma
Agora entendo o contrário: escrever para pensar, uma outra de organização da linguagem e, no segundo, no relato de
forma de conversar. informações reais.
Assim fomos “alfabetizados”, em obediência a certos rituais. e) a função da linguagem centrada na primeira pessoa,
Fomos induzidos a, desde o início, escrever bonito e certo. Era predominante no segundo texto, está ausente no primeiro.
preciso ter um começo, um desenvolvimento e um fim
predeterminados. Isso estragava, porque bitolava, o começo e 5. (Enem)
todo o resto. Tentaremos agora (quem? eu e você, leitor) Desabafo
conversando entender como necessitamos nos reeducar para Desculpem-me, mas não dá pra fazer uma cronicazinha
fazer do escrever um ato inaugural; não apenas transcrição do divertida hoje. Simplesmente não dá. Não tem como disfarçar:
que tínhamos em mente, do que já foi pensado ou dito, mas esta é uma típica manhã de segunda-feira. A começar pela luz
inauguração do próprio pensar. “Pare aí”, me diz você. “O acesa da sala que esqueci ontem à noite. Seis recados para
escrevente escreve antes, o leitor lê depois.” “Não!”, lhe serem respondidos na secretária eletrônica. Recados chatos.
respondo, “Não consigo escrever sem pensar em você por perto, Contas para pagar que venceram ontem. Estou nervoso. Estou
espiando o que escrevo. Não me deixe falando sozinho.” zangado.
Pois é; escrever é isso aí: iniciar uma conversa com CARNEIRO, J. E. Veja, 11 set. 2002 (fragmento).
interlocutores invisíveis, imprevisíveis, virtuais apenas, sequer
Nos textos em geral, é comum a manifestação simultânea de c) Metalinguística, fática e apelativa, respectivamente.
várias funções da linguagem, com o predomínio, entretanto, de d) Apelativa, emotiva e metalinguística, respectivamente.
uma sobre as outras. No fragmento da crônica Desabafo, a e) Poética, fática e apelativa, respectivamente.
função da linguagem predominante é a emotiva ou expressiva,
pois 7. (Fuvest)
a) o discurso do enunciador tem como foco o próprio código.
b) a atitude do enunciador se sobrepõe àquilo que está sendo
dito.
c) o interlocutor é o foco do enunciador na construção da
mensagem.
d) o referente é o elemento que se sobressai em detrimento dos
demais.
e) o enunciador tem como objetivo principal a manutenção da
comunicação.

6. (Ibmec) Observe, ao lado, esta gravura de Escher: Na linguagem verbal,


Me devolva o Neruda (que você nem leu) exemplos de aproveitamento de recursos equivalentes aos da
Quando o Chico Buarque escreveu o verso acima, ainda não gravura de Escher encontram-se, com frequência,
tinha o “que você nem leu”. A palavra Neruda - prêmio Nobel, a) nos jornais, quando o repórter registra uma ocorrência que lhe
chileno, de esquerda - era proibida no Brasil. Na sala da Censura parece extremamente intrigante.
Federal o nosso poeta negociou a proibição. E a música foi b) nos textos publicitários, quando se comparam dois produtos
liberada quando ele acrescentou o “que você nem leu”, pois que têm a mesma utilidade.
ficava parecendo que ninguém dava bola para o Neruda no c) na prosa científica, quando o autor descreve com isenção e
Brasil. Como eram burros os censores da ditadura militar! E distanciamento a experiência de que trata.
coloca burro nisso!!! Mas a frase me veio à cabeça agora, d) na literatura, quando o escritor se vale das palavras para
porque eu gosto demais dela. Imagine a cena. No meio de uma expor procedimentos construtivos do discurso.
separação, um dos cônjuges (me desculpe a palavra) me solta e) nos manuais de instrução, quando se organiza com clareza
esta: me devolva o Neruda que você nem leu! Pense nisso. uma determinada sequência de operações.
Pois eu pensei exatamente nisso quando comecei a escrever
esta crônica, que não tem nada a ver com o Chico, nem com o 8. (Unifesp)
Neruda e, muito menos, com os militares. Texto I:
É que eu estou aqui para dizer um tchau. Um tchau breve Perante a Morte empalidece e treme,
porque, se me aceitarem - você e o diretor da revista -, eu volto Treme perante a Morte, empalidece.
daqui a dois anos. Vou até ali escrever uma novela na Globo (o Coroa-te de lágrimas, esquece
patrão vai continuar o mesmo) e depois eu volto. O Mal cruel que nos abismos geme.
Esperando que você já tenha lido o Neruda. (Cruz e Souza, Perante a morte.)
Mas aí você vai dizer assim: pó, escrever duas crônicas por mês, Texto II:
fora a novela, o cara não consegue? O que é uma crônica? Uma Tu choraste em presença da morte?
página e meia. Portanto, três páginas por mês e o cara me vem Na presença de estranhos choraste?
com esse papo de Neruda? Não descende o cobarde do forte;
Preguiçoso, no mínimo. Pois choraste, meu filho não és!
Quando faço umas palestras por aí, sempre me perguntam o (Gonçalves Dias, I Juca Pirama.)
que é necessário para se tornar um escritor. E eu sempre Texto III:
respondo: talento e sorte. Entre os 10 e 20 anos, recebia na Corrente, que do peito destilada,
minha casa O Cruzeiro, Manchete e o jornal Última Hora. E lá Sois por dous belos olhos despedida;
dentro eu lia (me invejem): Paulo Mendes Campos, Rubem E por carmim correndo dividida,
Braga, Fernando Sabino, Millôr Fernandes, Nelson Rodrigues, Deixais o ser, levais a cor mudada.
Stanislaw Ponte Preta, Carlos Heitor Cony. E pensava, (Gregório de Matos, Aos mesmos sentimentos.)
adolescentemente: quando eu crescer, vou ser cronista. Texto IV:
Bem ou mal, consegui meu espaço. E agora, ao pedir de volta o Chora, irmão pequeno, chora,
livro chileno, fico pensando em como eu me sentiria se, um dia, Porque chegou o momento da dor.
um desses aí acima escrevesse que iria dar um tempo. Eu A própria dor é uma felicidade...
matava o cara! Isso não se faz com o leitor (desculpe, minha (Mário de Andrade, Rito do irmão pequeno.)
amiga, não estou me colocando no mesmo nível deles, não!) Texto V:
E deixo aqui uns versinhos do Neruda para as minhas leitoras Meu Deus! Meu Deus! Mas que bandeira
de 30 e 40 anos (e para todas): é esta,
Escuchas otras voces en mi voz dolorida Que impudente na gávea tripudia?!...
Llanto de viejas bocas, sangre de viejas súplicas, Silêncio! ... Musa! Chora, chora tanto
Amame, compañera. No me abandones. Sigueme, Que o pavilhão se lave no teu pranto...
Sigueme, compañera, en esa ola de angústia. (Castro Alves, O navio negreiro.)
Pero se van tiñendo con tu amor mis palabras Dois dos cinco textos transcritos expressam sentimentos de
Todo lo ocupas tú, todo lo ocupas incontida revolta diante de situações inaceitáveis. Esse
Voy haciendo de todas un collar infinito transbordamento sentimental se faz por meio de frases e
Para tus blancas manos, suaves como las uvas. recursos linguísticos que dão ênfase à função emotiva e à
Desculpe o mau jeito: tchau! função conativa da linguagem. Esses dois textos são:
(Prata, Mario. Revista Época. São Paulo. Editora Globo, Nº - 324, 02 de agosto de 2004, p. 99) a) I e IV.
Relacione os fragmentos abaixo às funções da linguagem b) II e III.
predominantes e assinale a alternativa correta. c) II e V.
I - “Imagine a cena”. d) III e V.
II - “Sou um homem de sorte”. e) IV e V.
III - “O que é uma crônica? Uma página e meia. Portanto, três
páginas por mês e o cara me vem com esse papo de Neruda?”. 9. (Enem)
a) Emotiva, poética e metalinguística, respectivamente. O telefone tocou.
b) Fática, emotiva e metalinguística, respectivamente. — Alô? Quem fala?
— Como? Com quem deseja falar? d)
— Quero falar com o sr. Samuel Cardoso.
— É ele mesmo. Quem fala, por obséquio?
— Não se lembra mais da minha voz, seu Samuel?
Faça um esforço.
— Lamento muito, minha senhora, mas não me lembro. Pode
dizer-me de quem se trata?
(ANDRADE, C. D. Contos de aprendiz. Rio de Janeiro: José Olympio, 1958.)

Pela insistência em manter o contato entre o emissor e o


receptor, predomina no texto a função:
a) metalinguística.
b) fática.
c) referencial.
d) emotiva.
e) conativa.

10. (Insper)
Para fazer um poema dadaísta
Pegue num jornal.
Pegue numa tesoura.
Escolha no jornal um artigo com o comprimento que pretende
dar ao seu poema.
Recorte o artigo.
Em seguida, recorte cuidadosamente as palavras que
compõem o artigo e coloque-as num saco.
Agite suavemente.
Depois, retire os recortes uns a seguir aos outros.
Transcreva-os escrupulosamente pela ordem que eles saíram
do saco.
O poema parecer-se-á consigo.
E você será um escritor infinitamente original, de uma e)
encantadora sensibilidade, ainda que incompreendido pelas
pessoas vulgares. 11. (UFS)
(Tristan Tzara) Disparidades raciais
A metalinguagem, presente no poema de Tristan Tzara, também Fator decisivo para a superação do sistema colonial, o fim do
é encontrada de modo mais evidente em: trabalho escravo foi seguido pela criação do mito da democracia
racial no Brasil. Nutriu-se, desde então, a falsa ideia de que
a) Receita de Herói haveria no país um convívio cordial entre as diversas etnias.
Tome-se um homem feito de nada Aos poucos, porém, pôde-se ver que a coexistência pouco hostil
Como nós em tamanho natural entre brancos e negros, por exemplo, mascarava a manutenção
Embeba-se-lhe a carne de uma descomunal desigualdade socioeconômica entre os dois
Lentamente grupos e não advinha de uma suposta divisão igualitária de
De uma certeza aguda, irracional oportunidades.
Intensa como o ódio ou como a fome. O cruzamento de alguns dados do último censo do IBGE
Depois perto do fim relativos ao Rio de Janeiro permite dimensionar algumas dessas
Agite-se um pendão inequívocas diferenças. Em 91, o analfabetismo no Estado era
E toque-se um clarim 2,5 vezes maior entre negros do que entre brancos, e quase
Serve-se morto. 60% da população negra com mais de 10 anos não havia
FERREIRA, Reinaldo. Receita de Herói. In: GERALDI, João conseguido ultrapassar a 4ª. série do 1º. grau, contra 39% dos
Wanderley. Portos de passagem. São Paulo: Martins Fontes, 1991, brancos. Os números relativos ao ensino superior confirmam a
p.185. cruel seletividade imposta pelo fator socioeconômico: até aquele
b) ano, 12% dos brancos haviam concluído o 3º. Grau, contra só
2,5% dos negros.
É inegável que a discrepância racial vem diminuindo ao longo
do século: o analfabetismo no Rio de Janeiro era muito maior
entre negros com mais de 70 anos do que entre os de menos de
40 anos. Essa queda, porém, ainda não se traduziu numa
proporcional equalização de oportunidades.
Considerando que o Rio de Janeiro é uma das unidades mais
c) desenvolvidas do país e com acentuada tradição urbana, parece
inevitável extrapolar para outras regiões a inquietação resultante
desses dados.
(Folha de São Paulo, 9. de jun. de 1996. Adaptado).
Considerando as funções que a linguagem pode desempenhar,
reconhecemos que, no texto acima, predomina a função:
a) apelativa: alguém pretende convencer o interlocutor acerca
da superioridade de um produto.
b) expressiva: o autor tenciona apenas transparecer seus
sentimentos e emoções pessoais.
c) fática: o propósito comunicativo em jogo é o de entrar em
contato com o parceiro da interação.
d) estética: o autor tem a pretensão de despertar no leitor o
prazer e a emoção da arte pela palavra.
e) referencial: o autor discorre acerca de um tema e expõe GABARITO
sobre ele considerações pertinentes. 1. c 2. a 3. c 4. c 5. b 6. d 7. d
8. c 9. b 10. c 11. e 12. a 13. d
12. (Enem)
Há o hipotrélico. O termo é novo, de impensada origem e ainda
sem definição que lhe apanhe em todas as pétalas o significado.
Sabe-se, só, que vem do bom português. Para a prática, tome-
se hipotrélico querendo dizer: antipodático, sengraçante
imprizido; ou talvez, vicedito: indivíduo pedante, importuno
agudo, falta de respeito para com a opinião alheia. Sob mais
que, tratando-se de palavra inventada, e, como adiante se verá,
embirrando o hipotrélico em não tolerar neologismos, começa
ele por se negar nominalmente a própria existência.
(ROSA, G. Tutameia: terceiras estórias. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001) (fragmento).
Nesse trecho de uma obra de Guimarães Rosa, depreende-se a
predominância de uma das funções da
a) metalinguística, pois o trecho tem como propósito essencial
usar a língua portuguesa para explicar a própria língua, por isso
a utilização de vários sinônimos e definições.
b) referencial, pois o trecho tem como principal objetivo discorrer
sobre um fato que não diz respeito ao escritor ou ao leitor, por
isso o predomínio da terceira pessoa.
c) fática, pois o trecho apresenta clara tentativa de
estabelecimento de conexão com o leitor, por isso o emprego
dos termos “sabe-se lá” e “tome-se hipotrélico”.
d) poética, pois o trecho trata da criação de palavras novas,
necessária para textos em prosa, por isso o emprego de
“hipotrélico”.
e) expressiva, pois o trecho tem como meta mostrar a
subjetividade do autor, por isso o uso do advérbio de dúvida
“talvez”.

13. (Enem)
Lusofonia
rapariga: s.f., fem. de rapaz: mulher nova; moça; menina;
(Brasil), meretriz.
Escrevo um poema sobre a rapariga que está sentada
no café, em frente da chávena de café, enquanto
alisa os cabelos com a mão. Mas não posso escrever este
poema sobre essa rapariga porque, no brasil, a palavra
rapariga não quer dizer o que ela diz em Portugal. Então,
terei de escrever a mulher nova do café, a jovem do café,
a menina do café, para que a reputação da pobre rapariga
que alisa os cabelos com a mão, num café de lisboa, não
fique estragada para sempre quando este poema atravessar o
atlântico para desembarcar no rio de janeiro. E isto tudo
sem pensar em áfrica, porque aí lá terei
de escrever sobre a moça do café, para
evitar o tom demasiado continental da rapariga, que é
uma palavra que já me está a pôr com dores
de cabeça até porque, no fundo, a única coisa que eu queria
era escrever um poema sobre a rapariga do
café. A solução, então, é mudar de café, e limitar-me a
escrever um poema sobre aquele café onde nenhuma
rapariga se pode sentar à mesa porque só servem café ao
balcão.
JÚDICE, N. Matéria do Poema. Lisboa: D. Quixote, 2008.

O texto traz em relevo as funções metalinguística e poética. Seu


caráter metalinguístico justifica-se pela
a) discussão da dificuldade de se fazer arte inovadora no
mundo contemporâneo.
b) defesa do movimento artístico da pós-modernidade, típico
do século XX.
c) abordagem de temas do cotidiano, em que a arte se volta
para assuntos rotineiros.
d) tematização do fazer artístico, pela discussão do ato de
construção da própria obra.
e) valorização do efeito de estranhamento causado no público,
o que faz a obra ser reconhecida.

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