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Universidade Federal de Alagoas – UFAL

Faculdade de Odontologia
Estomatologia 2
Lyles Regina Machado Falcão
Antonio Marques da Silva

Resenha crítica do filme “WIT: uma lição de vida” correlacionado com o cotidiano de
profissionais da saúde durante o diagnóstico de doenças sem cura ou em curso
avançado.

WIT: uma lição de vida (Drama). Direção de Mike Nichols. Estados Unidos da América:
HBO, 2001, 1 DVD (99 min.).

Palavras-chave: Câncer, Carcinogênese, Fatores etiológicos, Epidemiologia, Diagnóstico,


Relação paciente-profissional, Estágios do luto, Modelo de Elisabeth Kübler-Ross, Erro
médico, Imprudência, Imperícia, Negligência.

O filme “WIT: uma lição de vida” retrata a trajetória dramática de um diagnóstico de


câncer até o desfecho do tratamento experimental que resulta na morte da professora de
literatura, Vivian Bearing (Emma Thompson), diagnosticada com câncer de ovário em estágio
avançado.
A personagem encara o diagnóstico com extrema sagacidade, apesar do caráter
dramático que tomaria o rumo da sua vida, o sentimento de “negação” inicial, sintoma
característico dos cinco estágios do sofrimento preconizado por Elisabeth Kübler-Ross é notado
na paciente, devido à naturalidade e frieza com a qual ela lidava com sua nova rotina no hospital.
O Modelo de Kübler-Ross (ou também Modelo de Sofrimento de Kübler-Ross) propõe
uma descrição de cinco estágios discretos pelos quais as pessoas passam ao lidar com a perda
ou com notícias catastróficas costumam ultrapassar. Os Cinco Estágios do Luto (ou da Dor da
Morte, ou da Perspectiva da Morte) são: Negação, Raiva, Negociação, Depressão, e Aceitação.
Ao longo do filme a paciente parece vivenciar um pouco de cada um, diante das nuances que
seu tratamento encara com frases do tipo “Eu era uma mulher tão forte” e “estou com medo”
discretamente oscilando entre a raiva e a depressão.
A trajetória da professora se inicia numa jornada hospitalar para realizar o tratamento
com quimioterápicos, sabendo desde muito cedo que as chances de sucesso eram pequenas e as
de efeitos colaterais, grandes. Durante seus dias de internação, esteve sob o cuidado de
profissionais com perfis e atitudes que marcam bastante cada etapa desse tratamento. Os
oncologistas: Kelekian (Christopher Lloyd), famoso por suas pesquisas, e Jason Posner e
residentes importam-se unicamente com a prática médica e a pesquisa que realizam,
demonstrando pouca sensibilidade em suas ações, enquanto a enfermeira chefe Susie Monahan
(Audra McDonald) que a acompanha aparenta ser o único traço de humanidade nesse ambiente
de adoecimento e frieza.
A paciente demonstra sentimentos, valores, e crenças que se modificam ao longo do
filme devido aos efeitos colaterais do quimioterápico que terminaram por abalar bastante a
saúde, imunidade, auto-estima, e memória da paciente. A personalidade forte que ela demonstra
ter vai sendo substituída por perfil de uma vítima afetada pelo câncer. O sentimento de solidão
e medo é recorrente em cenas que ela se encontra sozinha e nota o tempo passar devagar. “Oito
meses de tratamento de câncer são educativos, estou aprendendo a sofrer” disse ela em reflexão
durante um momento em que constatou a familiarização com o sofrimento.

Apesar do profissionalismo e seriedade da equipe médica, houveram momentos de


desconsolo onde a paciente se viu desamparada por palavras ou ações dos médicos, que tão
pouco sabiam conversar sobre perdas e danos, ou geraram alguma situação embaraçosa com a
paciente -“foi embaraçoso fazer uma colonoscopia e ficar de camisola o dia inteiro, mas me
pareceu um privilégio em comparação com ficar careca” - disse Bearing em uma das cenas,
após ser examinada por um ex-aluno que virara residente de oncologia - “um ex aluno fazendo
o exame foi degradante, mas não imaginava até que ponto era humilhante” – completou.
A professora na sua condição de vítima afetada, deseja enxergar nas pessoas a sua volta
mais bondade e contato pessoal, enquanto o médico prefere continuar com sua investigação à
humanidade e sua pesquisa, muitas vezes indiferente, negligente, e erudito, deixando passar
detalhes do estado de saúde e errando a mão na conduta a ser tomada.
A doença é o momento em que entra em cena outros personagens que são responsáveis e
terminam passando mais tempo em contato com o paciente do que família e amigos, que são os
profissionais de saúde e cuidadores, e é oportuno que estes sejam ternos, atensiosos, e empáticos
pela outra pessoa com a qual estão lidando, e acolham-nas durante esse momento e saibam
passar o diagnóstico com firmeza e
Falar sobre a morte não é momento para erudição, jogos verbais, e complicação. É hora
pra simplicidade e bondade. Os posicionamentos poéticos de Bearing durante o filme quase
sempre remetem a simplicidade da vida humana e o caráter efêmero das coisas face à morte,
confirmando esta versão mais humanizada da personagem que se construiu com a doença e o
tratamento.
A conduta médica assumida pelo Dr. Kelekian diante do objetivo único, durante o
tratamento de Vivian, era que fosse aplicadas doses máximas de quimioterápicos continuamente
como forma de atender o protocolo que sua pesquisa propunha. Pressupõe-se uma ação
precipitada e sem cautela (ato de imprudência). Muita das vezes Susie intervia sem sucesso,
tentando impedir que tais dosagens máximas fossem administradas, alertando a Jason que a
paciente poderia não sobreviver, considerando os seus efeitos colaterais devastadores da
medicação à saúde da paciente. Mas, o que valia naquela fase de tratamento era a continuidade
da pesquisa que se mantinha por meio das análises dos dados estatísticos expressos nos exames
e nas anotações dos prossionais médicos descritas no prontuário da paciente.
Os médicos foram negligentes quando deixaram de tomar algumas atitudes e não
apresentaram condutas que eram esperadas para os momentos mais críticos no tratamento de
Vivian, quando a mesma estava diante de um crescente período de desordens sistêmica, em seus
órgãos vitais, sobrecarregando-os com as máximas dosagens de quimioterápicos, não
permitindo que elas fossem diminuídas, ocasionando efeitos colaterais crônicos, falência
múltipla dos órgãos gradativamente, levando a paciente a óbto, negando a mesma um
tratamento humanizado que pudesse por meio de condutas de respeito a paciente, considerando
o seu estado de fragilidade, tratando-a com dignidade todo o período anterior ao seu óbito.
Foram notadas imperícias quando os médicos e residentes apresentava em suas posturas
(condutas) a ausência de conhecimentos elementares e básicos da profissão quanto a oferecer
um tratamento ao paciente diferenciado, considerando a mutilação promovida pelos
quimioterápicos, devido aos crescentes efeitos colatrais expressos e registrados nos seus
relatórios de acompanhamentos diários e o decrescente tempo de vida, que era notório e
consciente por parte de tais profissionais. Poderiam ter considerado o quadro de saúde da
paciente ofertando um tratamento menos desconfortável e evasivo ao invés de priorizar a
efetivação a qualquer custo e risco de uma pesquisa científica que rouba os poucos dias de vida
do paciente a negar seus últimos desejo de ser digno.
O filme de uma certa forma expõe a falta de empatia dos profissionais da saúde em
relação a seus pacientes em seus tratamentos oncológicos. Tais profissionais, agem de forma
tão fria, demonstrando em suas ações o desprendimento condutas humanizadas que de uma
certa forma poderia contribuir de forma significativa na evolução do tratamento ofertando uma
relação profissional paciente uma relação mutualística de cooperação. A essência que estrutura
a bioética deverá ser percebida nesta relação, através do reconhecimento da dignidade do
paciente, como ser racional dotado de sensibilidade e valor próprio, que deverá ser respeitado.
por meio de condutas humansísticas.

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