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POLIARQUIA – Robert A.

Dahl

2. Qual a importância da poliarquia?

As liberdades liberais clássicas são parte da definição de contestação pública e de


participação: oportunidades de exercer oposição ao governo, formar organizações
políticas, manifestar-se sobre questões políticas sem temer represálias
governamentais, ler e ouvir opiniões alternativas, votar secretamente em eleições em
que candidatos de diferentes partidos disputam votos e depois das quais os
candidatos derrotados entregam pacificamente os cargos ocupados aos vencedores,
etc.  em poliarquias bem estabelecidas essas liberdades perderam seus atrativos
como uma causa nova; seus valores certamente parecem maiores aos que os
perderam ou nunca os tiveram.

A participação ampliada combinada com competição política provoca uma mudança


na composição da liderança política, particularmente entre aqueles que conquistam
cargos públicos através de eleições  na medida em que novos grupos obtém o
sufrágio, candidatos com características sociais mais próximas as das camadas
recém-incorporadas ganham uma fatia maior dos cargos eletivos.

 Isto não significa que a liderança política e os parlamentos sejam sempre uma
amostra representativa das diversas camadas socioeconômicas, ocupações e
outros agrupamentos de uma sociedade. Elas nunca o são.
 Mesmo que a ‘’classe política’’ não seja uma boa amostragem das categorias
econômicas e sociais de um país, a ampliação do sufrágio junto a competição
política torna, porém, os parlamento, em particular, e a liderança política, em
geral, consideravelmente mais representativos no sentido puramente
estatístico.

Na medida em que um sistema torna-se mais competitivo ou mais inclusivo, os


políticos buscam o apoio dos grupos que agora podem participar mais facilmente da
vida política.

 Apresentam candidatos de quem os eleitos sintam-se, de alguma forma,mais


‘’próximos’’; adaptar retórica, programa, política e ideologia ao que se acredita
que sejam os desejos ou interesses dos grupos, segmentos ou camadas até
então não representados.
 A ascensão de partidos socialistas e trabalhistas na Europa Ocidental está
intimamente ligada a concessão do sufrágio as camadas trabalhadoras
urbanas e rurais.
 A competição e a inclusividade provocam mudanças no próprio sistema
partidário. As mudanças mais drásticas e visíveis ocorrem, certamente, quando
um regime hegemônico de partido único é rapidamente substituído por uma
poliarquia.
 Quando o sufrágio vai alem dos notáveis e de sua clientela, os velhos partidos
e facções baseados principalmente nas relações sociais entre os notáveis são
substituídos ou suplementados por partidos mais eficazes em atrair as classes
médias; o processo novamente se repete quando as classes trabalhadoras
alcançam o sufrágio  padrão similar sempre que a poliarquia evolui durante
um período considerável de tempo.
 Os partidos também mudam de estrutura e organização – os arranjos
tradicionais, geralmente informais, que funcionaram perfeitamente com um
minúsculo grupo de eleitores, são simplesmente inadequados.
 Para um partido sobreviver numa nova situação de competição, ele precisa
alcançar seus membros, seguidores e potenciais eleitores com organizações
ao nível do bairro, seção, célula e coisas assim.
 A mudança na organização dos partidos e sua crescente penetração em áreas
urbanas e rurais provocam mudanças ainda maiores na vida política.
Intensificam-se a competição e a participação políticas – a ocmpetição por
membros, simpatizantes e eleitores aumenta a politização do eleitorado, pelo
menos nos estágios iniciais; a participação eleitoral, por exemplo,
provavelmente será mais alta em distritos eleitorais onde há partidos
concorrentes.

Quanto maiores as oportunidades de expressar, organizar e representar preferências


políticas, maior a variedade de preferências e interesses passíveis de representação
na política – a transformação de uma hegemonia num regime misto ou numa
poliarquia, ou a de um regime misto numa poliarquia, provavelmente aumentaria o
numero e a variedade de preferências e interesses representados na política.

As consequências para as políticas governamentais de patamares de participação e


de contestação pública mais baixos infelizmente são obscuras.

 Devido ao poderoso impacto de fatores, como o nível de desenvolvimento


socioeconômico de um país nas políticas governamentais, as características de
seus sistemas social e econômico e de suas tradições, é perfeitamente
possível que o caráter do regime tenha pouco efeito independente na maioria
das políticas governamentais.
 Governo que adota políticas que envolvem graves coerções físicas sobre
quantidades relativamente grandes de pessoas.
 Poliarquia alguma jamais adotou políticas envolvendo algo no grau e amplitude
de coerção, usados, por exemplo, durante a coletivização forçada do campo na
URSS. Política de extermínio de Hitler;
 As mudanças de lideranças e de políticas básicas em regimes hegemônicos
geralmente provocam derramamento de sangue considerável.
 ‘’Não pretendo defender que uma tal coerção maciça ocorre inevitavelmente
em hegemonias nem, fatalmente, em regimes mistos, mas apenas que o risco
é significativo, enquanto as poliarquias estariam imunes a ela.
 EUA: poliarquia para brancos e hegemonia para negros – se os negros
libertados pudessem participar do sistema de contestação pública, no Sul,
acredito que eles não poderiam ter sido submetidos a repressão sistemática
pela coerção e pelo terror pois compunham uma minoria numericamente muito
expressiva – foi somente com a exclusão forçada da poliarquia que o sistema
de coerção e terror pode ser mantido no Sul.
 EUA: poliarquia menos inclusiva do que a maioria das outras posteriores a 1.
G. M., pois devido ao sufrágio universal nenhuma outra poliarquia continha um
grupo excluído de dimensão comparável. (Poder-se-ia definir poliarquia como
regime exigindo um grau de inclusividade maior do que o atingido nos EUA; os
EUA, teriam de ser classificados, portanto, como uma quase-poliarquia);
 Os regimes poliárquicos provavelmente não são os melhores do que outros
países no atendimento dos interesses de pessoas fora de suas fronteiras –
estrangeiros que vivem fora das fronteiras são excluídos.

Parece evidente que regimes diferentes provocam consequências diferentes – se as


consequências da poliarquia não fossem diferentes das da não-poliarquia, ou se as
consequências não fossem importantes, não haveria razão para defender a poliarquia
contra uma ditadura de partido único.

 Todas as vantagens alegadas dos regimes de partido único parecem


desmentidas pelos fatos.
 A redução dos obstáculos a contestação publica e o aumento da parcela de
população capacitada a participar terão consequências importantes.
 Essas consequências, alem de importantes, são desejáveis, visto que os
benefícios frequentemente (quando não sempre) superam as consequências
adversas, e que o ganho líquido, nesses caso, vale o esforço.

O esquema elaborado pelo autor no livro reflete um compromisso a favor da poliarquia


e contra regimes menos democratizados, além de ter um viés a favor também de uma
maior democratização das poliarquias.

Não parte do pressuposto de que uma virada da hegemonia para a poliarquia é


invariavelmente desejável; é frequentemente desejável.

Seria absurdo supor que alguma espécie de lei histórica de desenvolvimento impõe,
as sociedades, uma transição inevitável da hegemonia política a contestação publica,
ou, aliás, na direção oposta.

 Como os Estados modernos têm mostrado movimentos nas duas direções,


alguns poucos casos conhecidos bastam para refutar qualquer lei simplista de
desenvolvimento unidirecional. Podemos citar, como exemplo, as histórias de
Argentina, Brasil, Alemanha, Itália, União Soviética, Tchecoslováquia e Japão.

Que condições aumentam significativamente as possibilidades de contestação pública


e de poliarquia? Sete conjuntos de condições: sequencias históricas, grau de
concentração na ordem socioeconomia, nível de desenvolvimento socioeconômico,
desigualdade, clivagens subculturais, controle estrangeiro e crenças de ativistas
políticos  as consequências dessas condições serão analisadas nos capítulos
seguintes.

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