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ESCRITAS ACADÊMICAS

guto leite

9h-12h

15min: apresentação de todas e todos

7 min.: Paperman (2012), de John Kahrs

https://www.youtube.com/watch?v=jo_pJkWuUyQ

30min.: primeira exposição

 Anunciar o plano do curso, a parte mais abstrata pela manhã e a parte mais prática
à tarde, sempre trabalhando com outras mídias e algumas atividades práticas.
 A princípio, as escritas acadêmica são o modo de dar notícia a respeito do
andamento ou dos resultados de um trabalho científico, literário, filosófico ou
artístico, enfim, as áreas de que se ocupam a universidade.
 No sentido mais abstrato, é um esforço de comunicação. No sentido mais
ilustrado, é um modo racional de acumulação do conhecimento. (Lembro que
o termo “Academia” se refere à Academia de Platão no século IV a.C – ao herói
Academo etc.) No sentido mais protocolar, acaba virando um dever do
acadêmico, certa prestação de contas do trabalho muitas vezes abstrado que
fazemos na universidade.
o Não quero apagar aqui as diferenças entre as ciências humanas, exatas
e biológicas e sobretudo entre os campos artísticos e os não artísticos. A
questão é modular esses sentidos para o campo em que estamos
inseridos.
o De um jeito ou de outro, essa produção proporciona uma acumulação,
que pode ser recuperada pelos pesquisadores vindouros em vez de
(obrigatoriamente) refazer a mesma experiência.
o Assistir “Life”: https://www.youtube.com/watch?v=mWZ6b_I-Djg
o Assitir trailer de “Caverna dos sonhos esquecidos”:
https://www.youtube.com/watch?v=kKRe6kMuKM8
 Aqui está um dos problemas que eu gostaria de analisar melhor, e por esse viés
que eu chego ao termo “escritas”. Há certas complexidades e certos jargões
específicos ao nosso meio que acabam sendo desenvolvidos ao longo do tempo
e acabam por tornar opaco o que fazemos para quem não compartilha
conosco esses códigos.
o Evidente que neste momento em que se pergunta pelo valor da
universidade, as escritas acadêmicas são um dos eixos da flagorosa
separação da universidade e da sociedade. (Há outros eixos, como o
ingresso, a extensão, a pesquisa, a ação na sociedade etc.) Não sei se é
questão de reinvenção dessas escritas, acho que não, mas será que
podemos nos dar ao luxo de não sermos compreendidos pelo cidadão
comum?
 30 min: falar sobre os nossos estudos. Escreva dois textos curtos. O primeiro,
explicitando qual é o seu trabalho de pesquisa ou como seria, caso não tenha ainda
um projeto de pesquisa. O segundo, o mesmo relato de trabalho para alguém que
não conhece qualquer termo técnico do teu campo de pesquisa.

INTERVALO

 45 min: leitura e debate dos textos produzidos.


 30 min.: segunda exposição.
o Acho que ficou clara a dificuldade. Uma leitura mais ou menos tola
indicaria algo como uma escolha entre sofisticação e comunicabilidade.
Uma falácia, evidentemente, da família de “só é possível filosofar em
alemão” (Heidegger) – embora o filósofo esteja pensando na condição
substantiva de língua como o grego e o alemão.
o “As maiores barreiras que cercam a academia e mantêm pessoas fora
dela são de linguagem, não de inteligência” (Nick Sousanis)
o Isso não significa dizer que não haja dificuldades específicas para se
conseguir veicular procedimentos complexos. Mas creio que o
acadêmico precisa ter no horizonte esse desafio. A versão imediata, e um
tanto redutora, está naquela pergunta “pra quem é o conhecimento que
você produz?” Mas os ecos dessa pergunta são decisivos na definição de
qual o lugar da universidade, e daquilo que ela produz (numa sociedade
industrial, empresarial, financeira), em relação à sociedade.
o Se me permitem, quero derivar essa questão pra um questionamento
um pouco mais complexo, antes de ouvirmos uma canção e chegarmos
a certa ambivalência constitutiva da produção acadêmica brasileira.
o Muitas vezes, trabalhamos com procedimentos estéticos que foram
forjados em sociedades muito distintas, no tempo e no espaço, da
nossa. Parafraseando Benjamin, as marcas do oleiro permanecem na
cerâmica que ele produz. Ou seja, as marcas de uma sociedade
permanecem nos modelos de conhecimento elaborados por essa
sociedade, quer no mais abstrato, como um método, quer no mais
concreto, como a organização de uma universidade, por exemplo.
o Uma prática realmente viva da produção universitária brasileira não
prescinde de certo desvio, ou de alguma subversão. Ou seu contrário:
nada mais ingênuo ou mais inócuo do que um trabalho que siga
estreitamente modelos estrangeiros de organização. Do ponto de vista da
crítica materialista, isso se chama uma produção dialética do
conhecimento.
 Estamos sempre, então, entre a vida e a norma, ou entre o que
vemos e o modo certo de ser feito. Sem querer complicar muito
vocês, o modo certo de ser feito, se seguido à risca, é um modo
errado. O certo precisa ser visto como autonomia pelo pesquisador.
o Na segunda parte do curso, vamos conversar sobre a organização geral da
escrita acadêmica, as normas técnicas que regem essa escrita e exemplos
heterodoxos de realização dessa escrita.
 15 min.: “Corrente” (Chico Buarque, em Meus caros amigos, 1976)

14h-17h

 15 min. : Introdução – Laerte (quatro tirinhas)


 30 min. : Analogia da ampulheta (imagem)
o Introdução: a analogia sugere que todo trabalho parte do mais geral
para o mais específico, isto é, parte de um certo debate geral até chegar
àquilo que mais propriamente o trabalho está debatendo.
 Como o meu trabalho se relaciona com os trabalhos já existentes?
 Por que esse estudo é relevante, interessante, importante etc.?
 Qual o objetivo desse estudo?
 Menos ortodoxo: como cheguei a esse objeto? Qual percurso já foi
feito antes desse trabalho?
o Metodologia: a metodologia é um modo consolidado de fazer. Nas
ciências exatas e biológicas, normalmente pode se confundir com algo
mais invariável, como uma fórmula ou um método. Nas ciências
humanas e nas artes, falamos mais de procedimentos, porque
invariavelmente se trata de não apagar o sujeito da produção de
conhecimento.
 Como os dados foram coletados?
 Como os dados foram analisados?
 Como os dados foram organizados?
o Resultado: o resultado consiste naquilo em que se chegou ao trabalho.
É preciso ter desconfiança em relação ao acerto ou à originalidade – o erro
também é uma conquista e o original pode ser uma busca pelo novo, de
fundo mercadológico. O resultado também pode ser um meio de
caminho, na minha leitura, desde que esse meio de caminho seja
relevante.
 O que o trabalho revela?
o Discussão: a partir do próprio trabalho realizado, o que se altera no
campo de pesquisa. Pensando na ampulheta, como os debates se
alargam de novo rumo ao mais geral.
 As questões foram respondidas?
 Essas respostas trazem algum impacto?
 Essas respostam reforçam, modulam ou corrigem a bibliografia
mobilizada?
 Como se dará a sequência do trabalho?
 30 min.: Exercício: rapidamente, vamos tirar dos dois textos realizados na
primeira parte, um único texto, sintético, observando também essa estrutura geral
de escrita.

INTERVALO

 30 min. Regras ABNT:


o Elementos pré-textuais: elementos que antecedem o texto e tem por intuito
auxiliar o leitor quanto ao texto.
 Capa: Instituição, Curso, Autor, Título, Cidade e Ano
 Folha de rosto: Autor, Título, Cidade, Ano, Breve descrição do
trabalho (onde deve estar incluído o objetivo e o nome do
Orientador)
 Errata: se necessário (será)
 Folha de Aprovação.
 Dedicatória, agradecimento e epígrafe (opcionais)
 Resumo (150 a 500) e palavras-chave.
 Resumo (150 a 500) e palavras-chave em uma língua estrangeira.
 Lista de ilustrações, tabelas, abreviaturas e símbolos.
 Sumário.
o Elementos textuais:
 Introdução, desenvolvimento e conclusão – tal como vimos no
começo da tarde.
 Caso não seja um trabalho de maior fôlego (TCC, Monografia,
Mestrado, Doutorado etc.), esta é a estrutura do trabalho, salvo
título, autoria, epígrafe e alguns elementos pós-textuais [a
formatação costuma variar muito de revista a revista]
o Elementos pós-textuais:
 Referências (bibliografia, discografia, filmografia etc.) –
obrigatório.
 QUEIRÓZ, E. O Primo Basílio: 25. ed. Rio de
Janeiro: Ediouro, 1878
 ADES, L.; KERBAUY, R. R. Análise sobre o Comportamento de
Compra: 5. ed. São Paulo: Editora USP, 2002
 SILVA, L. et al. Como a Poluição Afeta nossa Saúde. 1 ed.
Curitiba: Editora Sol Nascente, 2002.
 AS VÁRIAS FACES DA SAÚDE, São Paulo: Editora Academia,
1994. p.134
 TCC NÃO É MAIS OBRIGATÓRIO SEGUNDO PORTARIA DO MEC.
UOL. Disponível em: <www.portalglobo.blog.br/2016/07/tcc-
nao-e-mais-obrigatorio-segundo.html>. Acesso em: 10 nov.
2016.
 AUTOR DO ARTIGO. Título do artigo. Título da Revista,
(abreviado ou não) Local de Publicação, Número do
Volume, Número do Fascículo, Páginas inicial-final, mês e
ano
 Carvalho, João Soares, A Metodologia nas Humanidades. 1994.
20f. Dissertação de Mestrado – Universidade
Portuguesa, Lisboa, 1994.
 Nome do autor em caixa alta- Título do artigo – Nome do
Jornal- Local- data (dia, mês, ano) – número do caderno
– Seção – páginas (inicial – final)
 MINISTÉRIO DO TURISMO. Avanço do Turismo no Litoral. São
Paulo: 2001.
 Anexo (documentos) e apêndice (questionário, entrevistas etc.)
 Glossário e índice.
o Formatações gerais: papel A4 branco, times ou arial 12 (mais de 3 linhas,
recuado, tamanho 10, mesmo tamanho das notas, legendas, tabelas), itálico
para palavras estrangeiras, margens direita e inferior 2, esquerda e superior
3, espaçamento 1,5, texto justificado.
 15 min. Entendendo as regras
 Exemplos de heterodoxias
o Desaplanar, de Nick Sousanis (2015) (04 imagens)
o Estesias, Renata Requião (2002) (pdf)
 30 min.: perguntas.

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