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Controle estatístico do processo de produção de conexões pneumáticas

trabalho interdiscilinar dirigido IV

INTITUTO POLITÉCNICO – UNA


ENGENHARIA MECÂNICA
4º Período
Anderson Alex, César Rodrigues, Débora Ferreira, Leandro Alves, Lucas Lima, Rafael de
Paula, Silas Ferraz, Welerson Bandeira, Willian Faúla
Professor Orientador: Luiz Marcos Silva Costa

Resumo
Este trabalho apresenta o controle estatístico de variáveis envolvidas no processo de
fabricação de conexões hidráulicas. A partir de uma coleta de dados realizada na empresa
Fluídica, foram realizados estudos com a finalidade de verificar a conformidade do processo
produtivo. È importante ressaltar que a amostra coletada possui um número relativamente
pequeno de itens. Por meio de cálculos, comparações, gráficos e tabelas, foi realizada a
análise das dimensões de uma conexão, sua porca e da barra de aço utilizada na fabricação
desta porca.
Palavras Chaves: controle estatístico, processo produtivo, conexões hidráulicas.

• Introdução
Uma das preocupações da engenharia é garantir que o produto final de uma linha de produção atenda as
normas técnicas especificadas para o mesmo e que, ao final do processo, tenha o menor custo de produção
possível.
Pensando nisso, utilizamos uma valiosa ferramenta chamada estatística. Através de um controle estatístico
temos a capacidade de avaliar o andamento de um determinado processo de produção e direcioná-lo conforme
a necessidade.
Entretanto, não é simples realizar uma análise estatística de um processo. É necessário evitar uma coleta
tendenciosa dos dados. O sucesso desta análise está diretamente relacionado com o critério utilizado durante a
realização da mesma.
Este trabalho aborda o controle estatístico da produção de conexões hidráulicas, com o intuito de avaliar se o
processo ocorre de maneira uniforme, respeitando as normas técnicas pré-estabelecidas.

• Revisão Bibliográfica
De acordo com CALLISTER (2006), Aço é uma liga metálica formada basicamente por
átomos de ferro e de carbono, com o percentual deste último variando entre 0,008 e 2,11%,
diferentemente do ferro fundido, que possui percentual de carbono entre 2,11% e 6,67%.
Segundo CHIAVERINI (1977), quanto maior o teor de carbono de um aço, melhores são
suas propriedades relativas à resistência mecânica, como limite de escoamento, limite de
resistência à tração e dureza, e piores são suas propriedades relativas à ductilidade e à
tenacidade, como o alongamento, a estricção e a resistência ao choque.
A matéria-prima utilizada na fabricação das conexões hidráulicas analisadas neste trabalho é
o Aço SAE 1020 (teor de carbono 0,2%) devido à facilidade obtida no processo de usinagem,
alta tenacidade e baixa dureza. Essas características conferem uma boa relação entre custo
e benefício para o processo analisado.
Conexões hidráulicas são utilizas em diversos ramos da indústria. Nas siderúrgicas, obtém
conexões para suportar leves e altas pressões de temperaturas. Em compressores
encontram–se conexões em aço ou latão para mangueiras. Em Caçambas e Basculantes,
são as conexões dos cilindros que dão movimentação as caçambas. Nas máquinas
agrícolas, são aplicadas nos equipamentos de movimentação das pás para aragem da terra
e em tratores em geral nas mangueiras para a movimentação das pás. Em Usinas, utilizam-
se conexões com regulagem de passagem de fluidos. Também são utilizadas em Unidades
hidráulicas e bombas, por exemplo, em escolas de aprendizagem. Outras aplicações são:
injetoras, prensas, automação industrial, indústria naval, indústria petroleira, postos de
gasolina, movimentação de containers, dentre outras.
O objetivo deste trabalho é analisar dados do processo de produção de conexões
hidráulicas, como comprimento e diâmetro destas, e observar eventuais diferenças
existentes entre unidades que compõem um lote de determinado modelo de peças.

• Materiais e Métodos
Este trabalho cujo tema é controle estatístico do processo de produção, apresenta uma
análise da produção de conexões hidráulicas fabricadas pela empresa Fluídica, situada no
distrito industrial de Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte.
A finalidade da análise estatística de um processo produtivo é determinar se o desempenho
dos equipamentos e dos operários é satisfatório, considerando os resultados obtidos na
produção de um determinado produto ou serviço.
Se a análise mostra que o processo de produção de uma determinada conexão hidráulica,
por exemplo, gera resultados muito dispersos, podemos identificar onde é o foco do
problema e corrigi-lo.
Entretanto, decidiu-se mesmo com essa condição realizar o estudo estatístico do processo.
Optou-se também por analisar as barras de aço, que são a matéria-prima do processo de
produção das porcas semi-giratórias.
Essa porca é responsável pela fixação de uma mangueira ao adaptador. Utilizando a
ferramenta adequada, a porca é enroscada, juntamente com a mangueira, ao adaptador. À
medida que isso ocorre, o torque necessário para enroscar o conjunto aumenta, devido ao
atrito fornecido pelo sistema. Por esse motivo, a ferramenta apropriada para o enroscamento
da porca deve possuir um cabo que proporcione elevada vantagem mecânica. Desta forma a
força realizada pelo operador do instrumento no cabo deverá ser menor para gerar um
momento suficiente para girar a porca.
No início do processo de usinagem, as barras são cortadas em seções de um metro de comprimento. Após
esse processo são levadas para o torneamento, o qual é feito por tornos mecânicos do tipo CNC. As máquinas
usadas possuem um custo elevado. Para proteção de danos elétricos, essas máquinas possuem circuitos de
proteção contra curtos elétricos, e por interagir a parte mecânica com a elétrica possuem sistemas que cortam
todo o funcionamento em caso de urgência.
Os tornos do tipo CNC (Comando Numérico Computadorizado) são programados por coordenadas cartesianas
obtidas em desenhos através de um software que dá ordens para um sistema mecânico fazer o trabalho
desejado.O torno mecânico é um equipamento extremamente versátil utilizado na confecção ou acabamento de
peças. Os modelos de tornos CNC observados pertencem à marca Romi. O modelo Centur 30D possui 2,8
toneladas e trabalha com uma tensão alternada de 220 V, corrente de 52 A, sendo que o motor principal opera
com 31 A, com faixa de freqüência entre 50 e 60 Hz e com velocidade máxima de 4000 rpm. Já o modelo
Centur 30G possui uma massa de 2,2 toneladas e opera utilizando uma corrente total de 39 A, sendo 20 A para
o motor principal e com velocidade máxima de 5500 rpm. A tensão e a freqüência se mantêm em 220 V e entre
50 e 60 Hz.
Uma vez fixada no torno, a barra de aço gira com aproximadamente 3000 rpm enquanto uma
ou mais ferramentas de corte são pressionadas em um movimento regulável de avanço em
seu encontro. Nesta etapa, ocorre a modelagem inicial das peças.
Uma pastilha de carbono fixada à extremidade da ferramenta de corte do torno quando em
contato com a barra de aço, exerce sobre esta última uma força que provoca a remoção de
fragmentos.
Podemos concluir então que a tensão de cisalhamento na barra, no exato local onde há o
seu contato com a ferramenta de corte, é inferior à força aplicada por essa última. Por esse
motivo ocorre o cisalhamento do material.
Durante essa etapa, são modelados o perfil de rosca da peça e sua bitola, em um
determinado setor.
A próxima etapa é a furação das peças. Utilizando uma broca, a furação ocorre no centro da
peça. Podemos garantir que o centro do furo está alinhado com o centro de gravidade da
conexão, pois esta é simétrica no plano perpendicular ao movimento de avanço da broca.
Após isso, a peça passa por um esmeril para que seja feito um acabamento.
Após cada uma das etapas anteriores a peça é inspecionada através de medições. Com um
paquímetro, são verificadas as medidas de suas dimensões. Se durante esse processo
alguma peça apresentar falha em suas dimensões, esta não segue para a próxima etapa.
A peça defeituosa passa por uma avaliação onde, se possível, será remodelada dando
origem a outro tipo de conexão. Se isto não for possível, a peça é descartada e revendida
como sucata.
A peça poderá voltar para o torneamento para a modelagem ou furação do outro lado e,
posteriormente, também poderá voltar para o esmeril para acabamento final.
Logo após essa etapa, a peça passa por um banho, onde adquire uma proteção antioxidante.
Esse banho também tem finalidade estética, proporcionando o acabamento final da peça. O
produto então segue para o estoque. Posteriormente, o produto é embalado e segue para a
expedição.

Figura 2 – Fluxograma do processo de produção de conexões hidráulicas.


A empresa produz conexões de diversos modelos para diversas aplicações.
Foram escolhidas as seguintes peças para a análise:
• Adaptador NPT 1” x 9/16” JIC;
• Porca semi-giratória para o adaptador; e
• Barra sextavada em aço SAE 1020.
Estas peças, o adaptador e a porca semi-giratória, foram escolhidas devido ao fato de
estarem sendo produzidas no momento da coleta de dados.

Figura 3: Adaptador NPT 1" x 9/16" JIC (à esquerda) e porca semi-giratória (à direita).
Cada lote de peças produzidas pela empresa possui 50 unidades. Foram analisados 10%
desse número de peças e, com os dados obtidos, foi feita a análise estatística das
dimensões do produto final do processo de produção de cada tipo de item analisado e
também das barras de aço utilizadas no processo. Este espaço amostral foi definido devido à
disponibilidade dos funcionários da empresa para acompanhar o processo de coleta de
dados.

• Resultados Experimentais
Levando em consideração o objetivo principal do trabalho, que é realizar uma análise
estatística do processo de fabricação de conexões hidráulicas, decidiu-se realizar uma coleta
de dados na empresa Fluídica.
Os Limites Superiores e Inferiores de Controle (LSC e LIC respectivamente) foram considerados como sendo a
média das amostras (X) com dois desvios padrões (S) de oscilação. O objetivo desta consideração é obter um
intervalo de confiança de 95%, considerando que os gráficos apresentados apresentam características de uma
Distribuição Normal.

(Equação 1)

(Equação 2)

Foi realizada a análise de três variáveis referentes ao Adaptador NPT 1” x 9/16” JIC: o
diâmetro interno maior (D1), o diâmetro externo menor (D2), e o comprimento.

Tabela 1: Variáveis envolvidas na produção do Adaptador NPT 1” x 9/16 JIC.


Diâmetro interno Diâmetro externo
Peça (i) Comprimento (mm)
maior (mm) menor (mm)
1 20,23 14,02 46,01
2 20,08 14,01 46,08
3 20,23 14 45,94
4 20,08 14 46,01
5 20,25 14,01 45,81
Média 20,174 14,008 45,97
S 0,0861 0,0083 0,1022
Conforme a tabela acima mostra, o desvio padrão das amostras (S) apresenta valores considerados baixos.
As figuras abaixo mostram que os resultados obtidos se encontram dentro dos Limites de Controle.

Figura 3: Gráfico do diâmetro D1 do adaptador em função dos itens da amostra.

Figura 4: Gráfico do diâmetro D2 do adaptador em função dos itens da amostra.

Figura 5: Gráfico do Comprimento do adaptador em função dos itens da amostra.


Com relação às porcas destes adaptadores, foram coletados dados referentes ao diâmetro interno (D1),
diâmetro externo (D2) e comprimento.
A Tabela 2 também aponta valores de S relativamente baixos para as amostras das porcas semi-giratórias.

Tabela 2: Variáveis envolvidas na produção do Adaptador 1” NPT x 9/16 JIC.


Diâmetro interno Diâmetro externo Comprimento
Peça (i)
(mm) (mm) (mm)
1 12,02 18,41 18,22
2 12,48 18,39 18,28
3 12,09 18,35 18,33
4 12,05 18,38 18,27
5 12,32 18,37 18,34
Média 12,192 18,380 18,288
S 0,1996 0,0223 0,0486

Esse resultado evidencia que se trata de um processo bastante uniforme, o que pode ser observado
nas figuras abaixo.
Figura 6: Gráfico do diâmetro D1 da porca semi-giratória em função dos itens da amostra.

Figura 7: Gráfico do diâmetro D1 da porca semi-giratória em função dos itens da amostra.

Figura 8: Gráfico do Comprimento da porca semi-giratória em função dos itens da amostra.


No caso das barras de aço foi realizada a análise das medidas das três bitolas, pois a barra é
sextavada, e do comprimento.

Figura 9: Representação da vista frontal da barra sextavada. Fonte: Catálogo Gerdau.


O objetivo foi verificar se as três medidas das bitolas (h) estavam dentro dos padrões
estabelecidos pelas normas técnicas e se os comprimentos das seções das barras eram
semelhantes.

Tabela 3: Variáveis referentes à barra de aço SAE 1020.


h2 Comprimento
Peça (i) h 1 (mm) h 3 (mm)
(mm) (mm)
1 18,89 18,89 18,95 1000
2 18,89 18,89 18,93 1001
3 18,89 18,9 18,95 1000
4 18,91 18,93 18,9 1002
5 18,89 18,89 18,93 999
Média 18,894 18,9 18,932 1000,4
S 0,0089 0,0173 0,0205 1,1402

Podem-se observar baixos valores de S com relação às medidas das bitolas. Entretanto, os comprimentos das
barras apresentam um desvio padrão mais acentuado.
É importante destacar que por ser um processo automatizado, a usinagem das conexões possui um
tempo de duração uniforme. Para o adaptador este tempo é de 2,5 minutos e para a porca semi-giratória 1,25
minutos.

• Conclusão
Com base nos dados apresentados nesse trabalho, chegou-se a conclusão de que o processo produtivo das
conexões é bastante uniforme.
De certa forma esse resultado já era esperado, devido ao fato de se utilizar equipamentos sofisticados que
acabam reduzindo as possibilidades de ocorrência de erros durante a usinagem.
A análise do processo de usinagem do adaptador e de sua porca aponta que os equipamentos utilizados no
processo realizam o processo com eficiência.
A análise da bitola das barras também aponta que estas estão em conformidade com as normas técnicas.
O valor ligeiramente acentuado observado em relação ao valor de S para o comprimento das barras não influi
diretamente no processo de produção das conexões. Entretanto, pode ser entendido como um desperdício de
matéria-prima. Como o valor obtido é relativamente baixo, pode ser considerado satisfatório, considerando que
não é um processo automatizado.
Conclui-se então, que o processo produtivo analisado apresenta grande uniformidade e, portanto, pode ser
classificado como aceitável se considerados os padrões descritos anteriormente.
Porém, é importante ressaltar que a amostra utilizada possui um baixo número de itens. Desta forma, é possível
afirmar que os resultados podem não retratar a realidade do processo produtivo analisado.
É recomendável repetir a análise estatística aqui descrita com uma amostra que contenha mais itens.
• Referência Bibliográfica

[1] CALLISTER, William D. Jr. Fundamentos da Ciência e Engenharia de Materiais, 2.ed, -


Rio de Janeiro : LTC 2006.

[2] CHIAVERINI, Vicente. Aços e Ferros Fundidos, Características gerais, tratamentos


térmicos e principais tipos, 4ª Edição São Paulo, Associação Brasileira de Metais 1977.

[3] DO ROSÁRIO, Marcelo Bueno. Controle Estatístico de Processo: Um Estudo de Caso


em uma Empresa da Área de Eletrodomésticos. Mestrado profissionalizante em
Engenharia. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2004.

[4] REIS, Marcelo Menezes. Um modelo para o ensino de Controle estatístico da Qualidade. Tese para
obtenção do título de Doutor em Engenharia de Produção. Universidade Federal de Santa Catarina.
Florianópolis, 2001.

[5] GUEDES, Luiz Fernando Molz. Processos de fabricação por usinagem / conformação. PUC-RS. Porto
Alegre, 2006.

[6] BATALHA, Gilmar Ferreira; MARCICANO, João Paulo Pereira. Processos de Fabricação. Escola
Politécnica da Universidade de São Paulo. p. 2 – 52.

[7] INMETRO, Portaria INMETRO Nº 74, DE 25.05.1995.

[8} Gerdau. Catálogo de Barras e Perfis Gerdau.

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