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4 Ligações externas
Zoroastro, profeta iraniano que teria nascido entre os séculos 17 e 14 a.C., criou uma doutrina
religiosa, o zoroastrismo, que se baseava numa luta permanente entre o bem e o mal. Quando
Zoroastro perguntou, à divindade do bem, Ahura-Mazda, sobre o que seria felicidade na terra, a
resposta teria sido: "Um lugar ao abrigo do fogo e dos animais ferozes; mulher; filhos; e
rebanhos de gado".[2]
Por volta do século 6 a.C., na China, dois filósofos apontaram dois caminhos para se atingir a
felicidade: Lao Tsé defendeu que a harmonia na vida podia ser alcançada através da união com o
tao, ou seja, com as forças da natureza.[3] Já Confúcio enfatizou o dever, a cortesia, a sabedoria
e a generosidade como elementos que permitiriam uma existência feliz.[4]
O dalai lama Tenzin Gyatso defende a autorreflexão e a serenidade como caminhos para se
atingir a felicidade
A felicidade é um tema central do budismo, doutrina religiosa criada na Índia por Sidarta
Gautama por volta do século VI a.C. Para o budismo, a felicidade é a liberação do sofrimento,
liberação esta obtida através do Nobre Caminho Óctuplo. Segundo o ensinamento budista, a
suprema felicidade só é obtida pela superação do desejo em todas as suas formas. Um dos
grandes mestres contemporâneos do budismo, o dalai lama Tenzin Gyatso, diz que a felicidade é
uma questão primordialmente mental, no sentido de ser necessário, primeiramente, se
identificar os fatores que causam a nossa infelicidade e os fatores que causam a nossa felicidade.
Uma vez identificados esses fatores, bastaria extinguir os primeiros e estimular os segundos,
para se atingir a felicidade[5]. O dalai lama ainda enfatiza a importância da disposição mental
para se atingir a felicidade: sem uma disposição mental adequada, de nada adianta a posse de
fatores externos, como riqueza, amigos etc. E a disposição mental adequada para a felicidade
baseia-se sobretudo na serenidade.[6]
Para o filósofo grego Aristóteles, que viveu no século IV a.C., a felicidade é uma atividade de
acordo com o que há de melhor no homem. O homem, diferente de todos os outros seres vivos,
é dotado de linguagem (logos), e a atividade que há de melhor no homem deve ser realizada de
acordo com a virtude, então, aquele que organizar os seus desejos de acordo com um princípio
racional terá uma ação virtuosa e a vida de acordo com a virtude será considerada uma vida
feliz. Assim, a felicidade, para o filósofo grego, é uma atividade da alma de acordo com um
princípio racional, isto é, uma atividade de acordo com a virtude. Com isso, vemos que a
concepção aristotélica de felicidade diverge em muito da concepção contemporânea, por
exemplo, que considera a felicidade como a paz de espírito ou um estado durável de emoções
positivas. Para Aristóteles, um homem feliz é um homem virtuoso. Nesse sentido, muitas vezes
se sugere que o termo eudaimonia não seja traduzido, destacando a diferença do que
concebemos atualmente como felicidade. A palavra eudaimonia é composta por "eu" ('bom') e
"daimōn" ("espírito"). Trata-se de um dos conceitos centrais na ética e na filosofia política de
Aristóteles, (Cf. Ética Nicomaquéia, Livro 1, capítulo 7).
Epicuro, filósofo grego que viveu nos séculos IV e III a.C., defendia que a melhor maneira de
alcançar a felicidade é através da satisfação dos desejos de uma forma equilibrada, que não
perturbe a tranquilidade do indivíduo[8].
Pirro de Élis, filósofo grego contemporâneo de Epicuro, também advogava que a felicidade
residia na tranquilidade, porém divergia quanto à forma de se alcançar a tranquilidade. Segundo
Pirro, a tranquilidade viria do reconhecimento da impossibilidade de se fazer um julgamento
válido sobre a realidade do mundo. Tal reconhecimento livraria a mente das inquietações e
geraria tranquilidade. Este tipo de pensamento é, historicamente, relacionado à escola filosófica
do ceticismo[9].
Outra escola filosófica grega da época, o estoicismo, também defendia a tranquilidade (ataraxia)
como o meio de se alcançar a felicidade. Segundo essa escola, a tranquilidade poderia ser
atingida através do autocontrole e da aceitação do destino[10].
Jesus Cristo defendeu o amor como o elemento fundamental para se atingir a harmonia em
todos os níveis, inclusive no nível da felicidade individual. Sua doutrina ficou conhecida como
cristianismo.
Maomé, no século VII, na Península Arábica, enfatizou a caridade e a esperança numa vida após
a morte como elementos fundamentais para uma felicidade duradoura, eterna[11].
O filósofo suíço Jean-Jacques Rousseau defendeu que o ser humano era, originalmente, feliz,
mas que o advento da civilização havia destruído esse estado original de harmonia. Para se
recuperar a felicidade original, a educação do ser humano deveria objetivar o retorno deste à
sua simplicidade original[12].
Na Inglaterra dos séculos XVIII e XIX, os filósofos Jeremy Bentham e John Stuart Mill criaram o
utilitarismo, doutrina que dizia que a felicidade era o que movia os seres humanos. Segundo o
utilitarismo, os governos nacionais têm, como função básica, maximizar a felicidade coletiva e
bem estar.[13].
O positivismo do filósofo francês Auguste Comte (1798-1857) enfatizou a ciência e a razão como
elementos que deveriam nortear o ser humano na busca da felicidade. Esta felicidade seria
baseada no altruísmo e na solidariedade entre todo o gênero humano, formando a chamada
"religião da humanidade".
O psiquiatra Sigmund Freud (1856-1939), o criador da psicanálise, defendia que todo ser
humano é movido pela busca da felicidade, através do que ele denominou princípio do prazer.
Porém essa busca seria fadada ao fracasso, devido à impossibilidade de o mundo real satisfazer a
todos os nossos desejos. A isto, deu o nome de "princípio da realidade". Segundo Freud, o
máximo a que poderíamos aspirar seria uma felicidade parcial[14].
A psicologia positiva - que dá maior ênfase ao estudo da sanidade mental e não às patologias -
relaciona a felicidade com emoções e atividades positivas[15].
A economia do bem-estar defende que o nível público de felicidade deve ser usado como
suplemento dos indicadores económicos mais tradicionais, como o produto interno bruto, a
inflação etc.
Estudos científicos iniciados em 1970 por David T. Lykken, geneticista e professor de Psicologia
da Universidade de Minnesota, indicam que a felicidade também depende de fatores
hereditários. O autor e outros pesquisadores afirmam que, quanto ao bem-estar subjetivo,
dependemos em parte da “grande loteria genética que ocorre no momento da concepção” – daí
resultaria o fato de as pessoas serem predominantemente otimistas ou pessimistas.[16] Outros
estudos científicos recentes têm procurado achar padrões de comportamento e pensamento nas
pessoas que se consideram felizes. Alguns padrões encontrados são:
capacidade de adaptação a novas situações
ausência de problemas
ser autoconfiante
pertencer a um grupo[17]
independência pessoal