SMITH, Adam. A riqueza das nações. Primeiro Volume. Nova Cultural, 1988, Coleção “Os Economistas”, pág. 17-54.
A divisão do trabalho possibilitou ao processo produtivo ser dividido em
diferentes etapas, o que antes era feito por uma pessoa só, passou a ser feito por mais pessoas, agora cada indivíduo foca em um único ponto da produção o que acarreta também a descobertas para facilitar o seu trabalho. “(...) A divisão, na medida em que pode ser introduzida, gera, em cada ofício, um aumento proporcional das forças produtivas (...)”. p.17 Não é possível sua introdução na agricultura pois é impraticável fazer sua diferenciação completa de funções. Graças a esse fenômeno discutido ocorre um aumento da quantidade de trabalho, devido a três circunstâncias viabilizadas: a habilidade maior e focada dos trabalhadores; a economia de tempo que era desperdiçado ao trocar a função do processo produtivo único; a invenção de máquinas que fazem o trabalho de muitas pessoas. Essa divisão é conseqüência de uma “(...) certa tendência(...) existente na natureza humana(...) : a propensão a intercambiar, permutar ou trocar uma coisa pela outra.” p.23. Em uma sociedade civilizada, o homem necessita da ajuda de seus iguais, mas não consegue nada se não tiver nada que possa dar em troca. A diferenciação de talentos encontrada na sociedade é conseqüência da divisão do trabalho. Um mercado reduzido não possibilita essa divisão, já que as pessoas não teriam como permutar todo seu excedente. “(...) Os trabalhadores do campo quase sempre são obrigados a executar eles mesmos todos os diversos tipos de trabalho que têm afinidade tão grande entre si, a ponto de poderem lidar com o mesmo tipo de materiais. ” p.27. Mercados que tinham possibilidade de ter transporte fluvial e marítimo em geral eram mais vastos e com maior potencial econômico e produtivo. O uso do dinheiro surgiu no ponto em que a sociedade encontrou o problema de uma pessoa já possuir o que a outra tinha para troca, então era necessário uma terceira mercadoria para possibilitar a permutação. Muitas civilizações então começaram a usar metais para trocas por motivos como: poderem ser facilmente conservados e serem divididos quantas vezes for necessário sem perdas. Os produtos então passam a ter o valor de uso e o valor de troca, inversamente proporcionais, enquanto o primeiro diz sobre a utilidade do objeto o segundo diz sobre o poder de troca que ele possui. “(...) O trabalho é a medida real do valor de troca de todas as mercadorias.” p.34. Cada produto possui seu valor real e seu valor nominal, o real diz qual o trabalho e o incomodo que ela custa já seu valor nominal é sobre seu preço na moeda usada. Apesar de ser a medida real, o trabalho, não é a medida pela qual se avalia a mercadoria, sendo freqüente sua avaliação em dinheiro. No entanto enquanto existe a desvalorização do dinheiro e da mercadoria o trabalho mantém seu valor apesar de qualquer crise. O valor dado ao produto diz sobre a compensação pelo trabalho e tempo gastos na aquisição das habilidades necessárias para produzi-lo, então para se dar o preço da mercadoria se usam três custos: o de pagamentos dos salários; o de pagamento da terra e o pagamento do lucro.