Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
marcus.finco@gmail.com
APRESENTAÇÃO ORAL
RESUMO
O presente trabalho mostra a aplicação dos métodos de custo de viagem e de valoração
contingente às Praias do Prata e da Graciosa, ambas situadas na cidade de Palmas, capital do
estado do Tocantins. Com a coleta de dados realizada através de questionários específicos, a
equação de demanda e de disposição a pagar (DAP) pela preservação das amenidades ambientais
foram estimadas e, com elas, os valores de uso das praias. Os resultados empíricos mostraram
que a disposição a pagar dos turistas pela preservação ambiental é positivamente correlacionada
com o nível de renda dos mesmos. Já o custo de viagem, por sua vez, é fortemente influenciado
pela distância de origem dos turistas e pela freqüência da utilização das amenidades ambientais.
Os resultados encontrados sugerem que há uma significativa demanda por qualidade ambiental e
que políticas públicas são fortemente encorajadas para a conservação das amenidades ambientais.
Palavras-chave: Valoração Econômica; Recursos Naturais; Método do Custo de Viagem;
Método de Valoração Contingente.
ABSTRACT
The travel cost method and the contingent evaluation method were used to value the conservation
of goods and services produced by Prata and Graciosa beaches, both located in Palmas city, state
of Tocantins. After data collection, being through specific questionnaires, the tourist demand and
the willingness to pay (WTP) research were carried out, and the empirical results showed that the
willingness to pay is positively related to the tourist’s income and the travel cost method is
strongly influenced by the tourist’s origin distance and the frequency in the beaches’ utilization.
2
The results points towards that exists a significant demand in the environmental conservation
direction, which should be enforced by public policies.
Key-words: Economic Evaluation; Natural Resources; Travel Cost Method; Contingent
Evaluation Method.
1. Introdução
Os recursos naturais e ambientais geram diversos bens e serviços que são refletidos,
sobretudo, no bem-estar geral dos indivíduos. Alguns desses benefícios podem ser valorados com
certa facilidade por estarem relacionados de alguma forma com o sistema de mercado (produção
de alimentos, minérios, por exemplo). Porém, outros bens e serviços gerados pelo meio ambiente,
como recreação/turismo, por não possuírem preços de mercado, são extremamente difíceis de
serem mensurados monetariamente através da teoria econômica “tradicional” (Pearce, 1993).
A dificuldade encontrada em valorar monetariamente alguns benefícios gerados pelo meio
ambiente advém do fato dos recursos naturais serem considerados bens públicos e apresentarem
algumas características como o de serem recursos comuns, de livre acesso e de direitos de
propriedade não definidos (Randall, 1987). Várias dessas características fazem com que o
mercado deixe de ser eficiente e comece a operar com falhas. Nos casos em que é possível
estabelecer o preço de mercado para as amenidades ambientais, este geralmente é menor do que o
preço considerado eficiente, fazendo com que haja uma sobreexploração do recurso natural e,
conseqüentemente, sua exaustão.
Com a ausência de um mercado real que serve de parâmetro, o estabelecimento de um
preço ou de um valor monetário para esses benefícios fica prejudicado, e uma das soluções
utilizadas para suprir essa dificuldade é a implantação de métodos de valoração ambiental, que
captam e atribuem valores para os bens e serviços gerados pelo meio ambiente. No caso de
atividades recreacionais e turísticas como a praia, por exemplo, isto pode ser feito via estimativa
da função de disposição a pagar (DAP) e pela função de demanda dos usuários/turistas pela
preservação/conservação desses benefícios.
Assim sendo, estudos sobre a demanda por turismo incorrem no conhecimento do perfil
dos usuários da amenidade ambiental, bem como dos seus respectivos níveis de bem-estar com os
bens e serviços providos por essa amenidade, o que torna possível uma realocação de recursos,
visando a otimização na oferta e utilização dos mesmos. Tal conhecimento, além de contribuir
para o planejamento de atividades turísticas, serve também para estimar os benefícios e/ou
malefícios derivados da utilização do meio ambiente (FINCO E ABDALLAH, 2002).
Desse modo, é de extrema importância que os valores (uso, opção e de não-uso) dos
recursos naturais sejam estimados, tornando possível fornecer aos órgãos competentes e aos
tomadores de decisão (decision makers) instrumentos que sirvam como base para a implantação
de políticas de conservação/preservação dos recursos naturais e ambientais. O valor estimado dos
recursos naturais pode servir como parâmetro para a determinação do valor de taxas e/ou multas
por danos ambientais causados ao meio ambiente, caso venham a acontecer.
A cidade de Palmas foi planejada e fundada em 20 de maio de 1989 para ser a capital do
Estado do Tocantins, situado na região Norte do Brasil. A cidade esta situada entre as serras do
Carmo e Lajeado, e a margem direita do rio Tocantins que, atualmente, corresponde à margem do
lago da Usina Hidrelétrica (UHE) Luis Eduardo Magalhães.
No contexto da realidade atual da cidade de Palmas, muitas são as alternativas
econômicas que apresentam capacidade de compartilhar desenvolvimento econômico e
preservação do meio ambiente. Apesar da inquestionável magnitude de seus atrativos naturais e
culturais e de possuir 320m² de área verde por habitante, Palmas recebe hoje uma parcela mínima
do fluxo nacional de turistas, o qual corresponde a um montante superior a 41 milhões de
viajantes (AMATUR, 2002).
Dentre os muitos atrativos turísticos da cidade de Palmas, as praias localizadas as
margens do lago da UHE Luis Eduardo Magalhães são de grande importância - econômica e
ambiental - por estarem situadas dentro do plano diretor da cidade, e por apresentarem fácil
acesso de visitação. As praias propiciam diversas opções de lazer para a prática de esportes
náuticos, competições de canoagem, wind surf, mergulho, jet ski e pesca esportiva. Além disso,
pode-se admirar a paisagem sobrevoando o lago ou mesmo fazendo um passeio de barco. Na
primeira opção, além de se observar a magnitude do lago, é possível localizar, também, ilhas
artificiais formadas por grandes bancos de areia. Futuramente, essas ilhas servirão como grandes
balneários com atracadouros, área de camping e restaurantes.
Nesse sentido, o presente estudo teve como objetivo valorar ambientalmente as
praias da Graciosa e do Prata - ambas localizadas no município de Palmas -, a fim de fornecer
instrumentos e subsídios a formulação de políticas públicas de fomento a atividade turística,
como forma de gerar emprego e renda, concomitantemente a preservação do meio ambiente local.
2. Metodologia
Graciosa e do Prata, resultando em uma amostra de 240 indivíduos entrevistados (120 indivíduos
na Praia da Graciosa e 120 na Praia do Prata)
Os questionários consistiram de questões que objetivam a coleta de variáveis sócio-
econômicas dos indivíduos amostrados, bem como de opiniões pessoais sobre os bens e serviços
providos pelas Praias. Para que houvesse representatividade de amostragem dos usuários das
praias, os questionários foram aplicados aleatoriamente, excluindo menores de idade ou
indivíduos que mostrassem não estar aptos ou não quisessem responder o questionário. Optou-se
por utilizar a forma aberta de eliciação (open ended questions) - onde o entrevistado declara sua
máxima disposição a pagar pela preservação/conservação das praias -, e estratificar os intervalos
de disposições a pagar em séries que variavam de R$0,01 a R$50,00 mensais1.
Numa segunda etapa, após coletados os dados, estes foram elaborados e organizados, para
que fossem analisados e dessem início ao processo de especificação das variáveis e do modelo
respectivo aos métodos de valoração ambiental.
E, para finalizar, numa terceira etapa foram estimadas regressões nas formas linear,
logarítmica na variável dependente, logarítmica nas variáveis independentes e logarítmica nas
variáveis exógenas e endógenas, tanto no método de valoração contingente como no método
custo de viagem, a fim de avaliar o grau de participação das variáveis independentes na formação
do valor econômico da Praia da Graciosa e da Praia do Prata. O método utilizado foi o dos
Mínimos Quadrados Ordinários (MQO).
A equação formulada para a disposição a pagar, segundo o método de valoração
contingente, pode ser vista a seguir:
Onde:
DAP = disposição a pagar pelos serviços gerados pelo recurso natural em questão;
Ri = nível de renda dos indivíduos;
Ii = idade dos indivíduos;
Si = sexo dos indivíduos;
Ei = grau de escolaridade dos indivíduos;
e = erro
1
Para que houvesse aleatoriedade, homogeneidade e representatividade de amostragem dos usuários da praia, os
questionários foram aplicados em intervalos de três minutos de caminhada, excluindo menores de idade ou
indivíduos que mostrassem não estarem aptos ou não quisessem responder o questionário.
5
Q = f (P, Ct, R, S, E, I)
Onde:
2 4
Yj = ∑ α i Z ij + ∑ β i X ij + u j (j = 1, 2,..., 240)
i =1 i =1
(01)
Onde:
Z1j = 1 se o turista j for do sexo masculino
0 se o turista j for do sexo feminino
2.2 Estimativas do valor de uso das Praias através do Método de Custo de Viagem
A estimativa do valor de uso de uma praia pode ser obtida através da integral definida da
equação (01), do ponto de custo de viagem médio até o ponto onde o custo de viagem é máximo,
isto é, o custo de viagem mais alto observado.
Essa integração resulta na função para o valor de uso descrita a seguir:
X14 1
2 X4
1
3 X4 X14
Vuso = ∫ YdX 4 = ∑ ∫ a i Z i dX 4 + ∑ ∫ b X dX i i 4 + ∫ b 4 X 4 dX 4
X 04 i =1 X 0 i =1 X 0 X 04
4 4
(02)
2 3
Vuso = ( X - X )( ∑ a i Z i ) + ( ∑ b i X i
1
4
0
4 ) + 0 ,5b 4 [( X 14 ) 2 - ( X 04 )2 ]
i =1 i =1
Onde:
X 04 = custo de viagem médio incorrido pelo turista nas Praias do Prata e da Graciosa;
X 14 = custo de viagem máximo para o qual a demanda será nula; e,
ai e bi são as estimativas dos parâmetros (i = 1, 2, ..., 3).
Segundo Seroa da Motta (1998), a estimativa do valor de uso (DAPT) de uma área
recreacional - realizada através da forma aberta de eliciação - pode ser obtida multiplicando-se a
disposição a pagar média (DAPMi) pela população encontrada na área recreacional no período da
pesquisa. Essa proporção é calculada baseada na percentagem de entrevistados que se mostraram
dispostos a pagar uma quantia dentro do intervalo i correspondente a DAPMi.
Com base nisso, a forma funcional descrita por Eutrirak & Grandstaff (apud Seroa da
Motta, op. cit) foi assumida no presente estudo, a fim de obter o valor de uso das Praias do Prata
e da Graciosa:
y
DAPT = ∑ DAPM i(ni / N )( X )
i =1
(03)
7
Onde:
DAPM = disposição a pagar média;
ni = número de entrevistados dispostos a pagar DAPM;
N = número total de pessoas entrevistadas;
y = número de intervalos relativos às respostas quanto a DAP;
i = um dos intervalos relativos às respostas quanto a DAP;
X = número de usuários estimado na área recreacional durante o período em estudo.
3. Resultados e discussão
Tabela 01: Estimativa da função demanda por turismo, forma logarítmica na variável exógena.
Praia do Prata, set/dez – 2005.
Variáveis explicativas Coeficientes de Teste “t” de
2
A variance inflation factors para uma variável independente Xi pode ser calculada pela seguinte fórmula:
regressão Student
Constante 0,95601* 3,2286
Custo de Viagem 0,00084 NS 0,3614
Custo de Transporte -0,02938 NS -0,4402
Renda Per Capita -0,00012*** -1,4837
Sexo 0,27842** 1,9505
Escolaridade 0,00594 NS 0,1062
Idade -0,01167*** -1,5795
Ln Y = 0,95601* + 0,00084 CV NS – 0,02938 CTNS – 0,00012 Ri*** + 0,27842 Si** + 0,00594iNS E – 0,01167 Ii***
Tabela 02: Estimativa da função demanda por turismo, forma logarítmica na variável exógena.
Praia da Graciosa, set/dez – 2005.
Variáveis explicativas Coeficientes de Teste “t” de
regressão Student
Constante 1,61248* 3,7221
Custo de Viagem -0,00300*** -0,9441
Custo de Transporte -0,13904** -1,5106
Renda Per Capita 0,00003 NS 0,4142
Sexo -0,03285 NS -0,1872
Escolaridade -0,11202** -1,5651
Idade -0,00871*** -0,9110
No que diz respeito a heterocedasticidade, utilizou-se o teste proposto por White, citado
por Greene (1993). Neste teste admitiu-se que a variância do erro era linearmente relacionada
com a variável custos de viagem, e o modelo escolhido não apresentou problemas de
heterocedasticidade.
Analisando as funções das estimativas geradas sobre as praias de Palmas podemos
perceber que, para a Praia do Prata, o sinal negativo precedendo a variável renda significa que
quanto maior a renda, menor é a freqüência dos usuários na utilização da Praia, assim como a
variável idade, onde seu sinal negativo indica que a população mais jovem costuma freqüentar a
Praia através de um número maior de visitas.
A variável sexo indica que os homens costumam freqüentar a praia com uma freqüência
maior que as mulheres. Já a variável escolaridade indica que, na Praia do Prata, as pessoas com
mais escolaridade freqüenta a Praia de forma mais assídua.
Já na Praia da Graciosa, mesmo a variável renda não sendo significativa, ela é positiva o
que indica que quanto maior a renda, maior a freqüência dessas pessoas a praia. A variável sexo
também não é significativa, mas seu sinal negativo indica que as mulheres costumam freqüentá-la
de forma mais assídua, o que foi corroborado pelas observações quando da aplicação dos
questionários específicos.
A variável escolaridade indica que quanto menor o seu grau, maior a freqüência de visitas
à praia. Já a variável idade comporta-se de maneira igual nas duas praias o que significa que as
pessoas com menos idade costumam utilizá-la com maior freqüência. As variáveis custo de
viagem e custo de transporte são significativas e indicam que quanto menor os custos de
transporte e viagem maior é a freqüência desses usuários a praia.
Ao comparar essas estimativas, geradas através do método do custo de viagem, com as
observações realizadas quando da aplicação dos questionários, percebeu-se que ambas são muito
semelhantes, seguindo a mesma tendência.
3.1 Estimativa do valor de uso das Praias através do Método de Custo de Viagem
Praia do Prata
Praia da Graciosa
A partir dessas duas novas funções foram descritas seis diferentes situações para a função
de demanda, em cada uma dela, levando-se em conta a ocorrência ou não dessas variáveis
simultaneamente.
Situação 1: Se o turista é do sexo feminino e possui pelo menos o primeiro grau completo.
A equação estimada para essa situação foi:
Praia do Prata
Ln Y = 0,42913 + 0,00084 CV
Praia da Graciosa
Ln Y = 1,09486 – 0,0030 CV
Situação 2: Se o turista é do sexo feminino e possui pelo menos o segundo grau completo.
A equação estimada para essa situação foi:
Praia do Prata
Ln Y = 0,43507 + 0,00084 CV
Praia da Graciosa
Ln Y = 0,98284 – 0,0030 CV
Situação 3: Se o turista é do sexo feminino e possui pelo menos o terceiro grau completo.
A equação estimada para essa situação foi:
Praia do Prata
Ln Y = 0,44101 + 0,00084 CV
11
Praia da Graciosa
Ln Y = 0,87082 – 0,0030 CV
Praia do Prata
Ln Y = 0,70755 + 0,00084 CV
Praia da Graciosa
Ln Y = 1,06201 – 0,0030 CV
Praia do Prata
Ln Y = 0,71349 + 0,00084 CV
Praia da Graciosa
Ln Y = 0,94999 – 0,0030 CV
Praia do Prata
Ln Y = 0,71943 + 0,00084 CV
Praia da Graciosa
Ln Y = 0,83797 – 0,0030 CV
Integrando cada uma das funções de demanda por turismo relacionadas com as situações
acima descritas, do ponto de custo de viagem médio até o ponto onde o custo de viagem é
máximo e, portanto, a demanda é nula, tem-se o valor de uso para as praias de Palmas.
Cada uma das situações abordadas reflete uma quantidade de turistas diferenciada. Optou-
se por trabalhar com o valor de uso ponderado, ao invés do valor de uso simples, onde para cada
uma das situações foi multiplicada pelas suas respectivas freqüências. A ponderação foi realizada
através dos turistas retratados em cada uma das situações, isto é, o valor de uso estimado pelo
método da integração para cada uma das seis situações foi multiplicado pelas suas respectivas
freqüências.
Os resultados podem ser vistos a seguir.
12
Tabela 03: Estimativa do valor de uso da Praia do Prata, número de turista e valor de uso
ponderado em cada uma das situações – modelo semi-logarítmico. Set-dez/2005.
Situação Valor de Uso (R$) Numero de turistas Valor de uso ponderado
Nº (R$)
1 1.901,41 12 22.816,97
2 1.912,74 30 57.382,27
3 1.924,14 12 23.089,65
4 2.511,85 11 27.630,31
5 2.526,82 32 80.857,94
6 2.541,86 23 58.462,89
TOTAL 13.318,82 120 270.240,03
Fonte: resultados da Pesquisa (2005).
Tabela 04: Estimativa do valor de uso da Praia da Graciosa, número de turista e valor de uso
ponderado em cada uma das situações – modelo semi-logarítmico. Set-dez/2005.
Situação Valor de Uso Numero de turistas Valor de uso ponderado
(R$) Nº (R$)
1 912,94 6 5.477,67
2 816,19 23 18.772,52
3 729,70 21 15.323,72
4 883,44 11 9.717,85
5 789,82 42 33.172,43
6 705,84 17 11.999,24
TOTAL 4.837,93 120 94.463,43
Fonte: resultados da Pesquisa (2005).
Já na praia da Graciosa, boa parte dos usuários reside nas quadras vizinhas tornando a
distância a ser percorria até a praia menor e diversificam os meios de transporte, utilizando para
isso motos, bicicletas, ou indo ate mesmo a pé, o que diminui ou até mesmo zera esse custo de
viagem. Uma parcela significativa dos usuários também costuma não consumir nada na praia, ou
gasta uma quantia mínima na mesma, utilizando-a somente para apreciar a visão panorâmica,
apreciarem o pôr do sol ou a paisagem exuberante. A presença dessas três situações na praia da
Graciosa torna o custo de viagem inferior à praia do Prata.
F = 2,49** R² = 0,12
14
Segundo a equação, gerada a partir dos dados coletados, um aumento na renda, na idade
dos usuários aumenta a disposição a pagar pelos recursos naturais. Já o sinal negativo na variável
sexo indica que as mulheres são mais dispostas a pagar pela manutenção e conservação da
amenidade ambiental. A variável escolaridade não foi significativa nesse modelo, mas indica que
um aumento na escolaridade dos usuários aumenta sua disposição a pagar.
Já para a Para a praia da Graciosa foram estimados os parâmetros da função de disposição
a pagar pela forma logarítmica nas variáveis independentes, por ser a forma funcional mais
significativa apresentada na pesquisa.
F = 3,67* R² = 0,16
Sendo assim, de acordo com a equação gerada para a praia da Graciosa, um aumento em
todas as variáveis (renda, idade e escolaridade) resultam em um aumento na disposição a pagar.
A variável sexo não se apresentou significativa nesse modelo, mas seu sinal positivo indica que
nessa praia, ao contrário da praia do Prata, os homens são mais dispostos a pagar pela
manutenção e conservação da amenidade ambiental. A variável escolaridade também não se
mostrou significativa nesse modelo.
15
Ao comparar essas duas funções geradas através do método de valoração contingente com
as hipóteses levantas anteriormente por observação e analisadas nas tabulações secundarias
referentes à renda e a escolaridade dos usuários, percebeu-se que ambos são semelhantes e
indicam a mesma tendência.
No sentido de calcular o valor de uso de um atrativo turístico como a praia, por exemplo,
fez-se necessário calcular a disposição a pagar total (DAPT) através da média das disposições a
pagar individuais (DAPi).
Na Praia do Prata, dos 120 questionários amostrados, 81 apresentaram resposta positiva
quanto à disposição a pagar pela preservação/conservação dos bens e serviços gerados pela praia,
e 39 apresentaram resposta negativa, isto é, não se dispuseram a pagar pela preservação da
amenidade ambiental, conforme pode ser visto na tabela a seguir.
Tabela 07: Intervalo das séries de disposição a pagar, média das DAP, número de pessoas
entrevistadas e população total da Praia do Prata na baixa temporada (set-dez/2005)
Intervalo (R$/mês) Média (DAP/ni) Pessoas (ni) % (ni/N) População total*
(1) 0,00 0 39 33
(2) 0,01 – 10,00 6,64 47 39
(3) 10,01 –30,00 21,88 24 20
(4) 30,01 - 50,00 50,00 6 5
(4) 50,01 – 100,00 100,00 4 3
TOTAL 120 100 20.000
Fonte: Resultados da pesquisa (2005)
*população estimada para a Praia do Prata durante a baixa temporada.
No presente estudo, optou-se por manter os usuários que não se dispuseram a pagar pela
preservação da Praia – 33% da população total no cálculo do valor da disposição a pagar total
pelos bens e serviços gerados pela praia do Prata.
Portanto, conforme a equação (03) utilizada para o cálculo da estimativa do valor de
opção da Praia do Prata, tem-se que:
4
DAPT = ∑ DAPM i(ni / N )(20.000)
i =1
(04)
Com base na equação acima, o valor de opção da Praia do Prata foi estimado em R$
256.200,00, por mês, no agregado.
Assim como na Praia do Prata, na Praia Graciosa, dos 120 questionários amostrados, 81
também apresentaram resposta positiva quanto à disposição a pagar pela
preservação/conservação dos bens e serviços gerados pela praia, e 39 apresentaram resposta
16
negativa, isto é, não se dispuseram a pagar pela preservação da amenidade ambiental, conforme
tabela abaixo.
Tabela 08: Intervalo das séries de disposição a pagar, média das DAP, número de pessoas
entrevistadas e população total da Praia Graciosa na baixa temporada (set-dez/2005)
Intervalo (R$/mês) Média (DAP/ni) Pessoas (ni) % (ni/N) População total*
(1) 0,00 0,00 39 32,5
(2) 0,01 – 10,00 5,61 58 48,5
(3) 10,01 –30,00 21,82 11 9,0
(4) 30,01 - 50,00 48,89 9 7,5
(5) 50,01 – 100,00 100,00 3 2,5
TOTAL 120 100 10.000
Fonte: Resultados da pesquisa (2005)
*população estimada para a Praia da Graciosa durante a baixa temporada.
Conforme a equação (03) utilizada para o cálculo da estimativa do valor de opção da Praia
da Graciosa, tem-se que:
4
DAPT = ∑ DAPM i(ni / N )(10.000)
i =1
(05)
Com base na equação acima, o valor de opção da Praia da Graciosa foi estimado em R$
108.784,17 por mês, no agregado.
4. Conclusões
Referências Bibliográficas